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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Casas construídas sobre palafitas em Castro, o principal cartão postal da capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Castro é a terceira mais antiga cidade do Chile. Fundada em 1576 no contexto da campanha para conquista e ocupação de Chiloé, a cidade já tinha quase 8 mil habitantes, a maioria composta de fazendeiros na área rural, na virada daquele século. Ela permaneceu como a capital do arquipélago por quase dois séculos, até 1767. Foi quando a coroa espanhola resolveu ligar a sua administração diretamente à Lima, no Perú, e não mais à Capitania Geral do Chile. Para facilitar a comunicação com a cidade peruana, a capital de Chiloé foi transferida para Ancud, na costa norte da ilha. Com a independência chilena no início do séc. XIX, Chiloé voltou a ser integrada ao país, mas Ancud reteve seu papel de centro administrativo da região. Foi apenas em 1982, já no governo do ditador Augusto Pinochet, que Castro recuperou seu papel histórico, não só de capital de Chiloé, mas também o de maior cidade da ilha.
Visitando Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
A bela baía de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
A cidade foi destruída por um grande terremoto em 1837 e possuía apenas 1.243 habitantes no início do séc. XX. Mas a construção de uma ferrovia ligando-a a Ancud deu um novo estímulo ao desenvolvimento. Um novo e terrível golpe veio com o gigantesco terremoto de 1960, seguido por um maremoto avassalador. Vários prédios históricos foram destruídos, entre eles a prefeitura, a estação de trens e muitas casas construídas sobre palafitas. Então com 7 mil habitantes, a cidade soube se recuperar e, com a reconquista do status de capital, não parou mais de se desenvolver. Com cerca de 30 mil habitantes em sua área urbana e outros 10 mil na área rural, a cidade se tornou o principal polo turístico de Chiloé.
Do alto do campanário de uma igreja, a bela paisagem ao sul de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile
Fim de tarde em Castro, a capital da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Sem dúvida, a maior atração da cidade é sua arquitetura. Apesar do terremoto de 1960, a técnica de construção de casas sobre palafitas continuou preponderante. Construída ao longo de uma espécie de fiorde conhecido como Canal de Dalcahue e de uma de sua baías, o Fiordo de Castro, muitas das construções da cidade estão diretamente sobre o mar. Em uma região com marés intensas em que o nível do mar varia vários metros, a construção sobre palafitas é uma ótima adaptação. Enquanto na maré alta o mar quase bate a suas portas, na maré baixa as palafitas elevam a construção mais de um “andar” sobre o nível do solo.
Varanda de restaurante de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Construções típicas em Castro, a capital da ilha de Chiloé, no sul do Chile. A maré está bem seca e este local é famoso por suas pousadas caras e restaurantes
O visual fica ainda mais pitoresco com as cores vivas com que são pintadas as casas que se equilibram sobre os estreitos postes de madeira. Talvez para brasileiros já acostumados com esse tipo de arquitetura na região amazônica, o efeito não seja tão pitoresco e exótico como é para americanos e europeus que veem palafitas pela primeira vez em suas vidas. Mas mesmo para brasileiros, a beleza dessa cidade não nos escapa aos olhos, principalmente agora que essas casas mais tradicionais estão se transformando em restaurantes e pousadas, repintadas e mais bem cuidadas do que nunca.
Vista da nossa mesa em um restaurante na cidade de Castro, a capital da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Jantando em um delicioso restaurante de Castro, na Ilha de Chiloé, no sul do Chile
A maré vem lentamente retomando a baía enquanto jantamos em um delicioso restaurante de Castro, a capital da ILha de Chiloé, no sul do Chile
Nós chegamos à cidade ao final do dia de ontem, preocupados ainda em encontrar um bom lugar para nos alojarmos. Não faltam quartos de hotéis na cidade, mas aqueles em pousadas charmosas são poucos e caros. Nós passamos rapidamente pelo centro e nos dirigimos diretamente para a área mais em moda na Castro atual, a região da rua Riquelme, ao longo do Fiordo Castro. Nossa vã esperança era conseguir um lugar no Palafito Hostel, aquele que primeiro se instalou na Riquelme em 2008, iniciando a pequena revolução que tornaria essa a rua mais descolada da cidade. Lotado, assim como todos as outras belas opções dessa rua, de costas para o asfalto e de frente para o belo visual do Fiordo Castro.
Praça que serve de mirante para fotos de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Um dos cartões postais de Castro, casas sobre palafitas e seus reflexos nas águas da baía, na ilha de Chiloé, no sul do Chile
Mas nós não desistimos de aproveitar aquela paisagem. Já que não poderíamos dormir por ali, quem sabe jantar? Aproveitando que ainda era cedo para as reservas da noite, conseguimos uma bela mesa na varanda sobre palafitas do Mar y Canela, um delicioso restaurante naquela rua. Agora sim, muito bem instalados, comendo do bom e do melhor acompanhado de bom vinho, assistimos dois espetáculos. Primeiro, o entardecer sobre os céus de Castro. Segundo, o retorno das águas do mar. Quando sentamos, tudo o que se via à nossa frente eram barcos deitados sobre a areia. Aos poucos, o mar veio reconquistando o espaço da baía e, quando nos fomos, ele já estava a meia altura nas palafitas sobre as quais comíamos. Os barcos, muito mais felizes, agora flutuavam levemente sobre as águas.
Um dos cartões postais de Castro, casas sobre palafitas e seus reflexos nas águas da baía, na ilha de Chiloé, no sul do Chile
Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Depois da diversão, a obrigação. Voltamos ao centro e demos com a cara na porta em outros hotéis mais charmosos daquela área. Finalmente, deixamos de frescura, desistimos do charme e de estramos em frente ao mar e nos rendemos a um hotel mais recuado. Aí sim, preços mais razoáveis e um quarto para dormirmos. Além disso, um espaço seguro para deixarmos a Fiona enquanto explorávamos a cidade a pé na manhã de hoje.
Visão de Castro e sua igreja no alto, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Casas construídas sobre palafitas em Castro, o principal cartão postal da capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
E assim foi. Escadas íngremes nos deram acesso a parte alta da cidade, onde está a Plaza de Armas, a igreja de San Francisco e o imponente museu. Caminhamos para lá e para cá, tiramos nossas fotos e voltamos para o hotel para recuperar a Fiona e, com ela, continuarmos nossas explorações por lugares mais remotos.
Casas construídas sobre palafitas em Castro, o principal cartão postal da capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Barco ancorado na baía de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
No caminho para a península de Rilán, paramos no mirante que tem os melhores ângulos para a mais tradicional região de palafitas de Castro, a Plazuela Palafitos Montt. E daí e de Rilán, do outro lado do canal de Dalcahue que saem os mais belos e famosos cartões postais de Castro, as casas coloridas erguidas sobre palafitas ao longo do canal de mar. Acrescente à paisagem barcos pitorescos ancorados ou navegando nas águas e vai ter a receita de muitas e muitas fotos.
Uma das baías de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Algas secam em praia de Castro, a capital e maior cidade da ilha de Chiloé, no sul do Chile
Por fim, ainda fomos passear na periferia sul da cidade, onde estão algumas das mais belas igrejas históricas de Chiloé (post anterior). Mais praias pitorescas, mais barcos e pescadores, muita alga secando nas areias para serem vendidas nos mercados. Sem dúvida, é mesmo em Castro, e não em Ancud, que nos sentimos verdadeiramente em Chiloé. Demorou 22 anos para que eu conseguisse chegar aqui, mas antes tarde do que nunca! E agora, depois de finalmente poder riscar essa pendência da minha lista de lugares a se conhecer, resolvemos esticar um pouco e ir até a costa oeste de Chiloé, onde está um Parque Nacional criado para proteger lagos, praias e parte da escassa vegetação original que ainda persiste na ilha.
A bela luz de fim de tarde ilumina uma das baías de Castro, a capital da ilha de Chiloé, no sul do Chile
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