0
arqueologia cachoeira Caribe cidade histórica Estrada mar Mergulho Montanha parque nacional Praia Rio roteiro Trekking trilha
Alaska Anguila Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Galápagos Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Venezuela
Alexsander (02/09)
Olá..primeiramente gostaria de dar os parabéns pelo feito desta grande ...
Thyago (01/09)
Bom dia, estarei em NYC no inicio de fevereiro e terei de 3 a 4 dias para...
ju (28/08)
thainá (27/08)
gostaria de saber qual é a maior idade em saint martin, lado holandês. ...
Helder Geraldo Ribeiro (26/08)
Puxa vida, não dá nem pra visitar um sítio arqueológico que esses pap...
Surfista e seu cachorro enfrentam as águas geladas de praia em Tofino, na costa oeste de Vancouver Island, litoral da British Columbia, oeste do Canadá
Tofino é a praia mais famosa entre os surfistas na costa oeste canadense. Nos últimos 10 anos a cidade passou de uma pequena vila recém descoberta pelos surfistas mais descolados, para uma surf resort town. Localizada na costa oeste de Vancouver Island, Tofino está praticamente dentro do Pacific Rim National Park, entre a densa floresta úmida e longas praias que enfrentam em média 206 dias de chuva por ano! A água é fria durante o ano todo, entre 8 e 15°C, mas é no inverno que os surfistas têm a maior diversão, quando o litoral enfrenta as tempestades vindas do Pacífico e as ondas fazem a diversão da galera.
As condições climáticas da "Wet Coast", na British Columbia, no Canadá
Entrando no mar gelado vestida como uma ninja, em Tofino, na costa oeste de Vancouver Island, litoral da British Columbia, oeste do Canadá
Quando o pessoal não está na água, está na trilha. O Pacific Rim National Park cobre uma longa faixa da costa oeste da ilha dividida em três unidades: a Long Beach Unit entre as cidades de Ucluelet e Tofino, a Broken Group Islands, com mais de 100 ilhas e acessível apenas de barco. A grande estrela é a terceira e última West Coast Trail Unit, com uma rota de 75 quilômetros entre praias, cavernas, florestas, penhascos e cachoeiras.
Enorme tronco caído de cedro Vermelho faz ponte natural em trilha do Pacific Rim Nat. Park, na região de Tofino, na British Columbia, no Canadá
Os dias chuvosos não podem frear as explorações, pois molhado é o estado mais natural de toda esta região. Assim sendo pegamos a nossa incansável Fiona e rodamos por todas as praias, da Schooner Cove, com acesso por uma trilha de 1km entre árvores gigantes, passando em alguns dos 16 quilômetros da Long Beach, a preferida dos surfistas, até a Florência Bay.
Pequena baía em Tofino, na costa oeste de Vancouver Island, litoral da British Columbia, oeste do Canadá
A Chesterman Beach está mais próxima do centro e é um dos melhores lugares para quem quer ficar hospedado pertinho da praia. Embora não sejam dos mais baratos, ali estão vários Resorts e alguns Bed & Breakfasts a poucos metros do mar.
Mar com muitas ondas em Tofino, na costa oeste de Vancouver Island, litoral da British Columbia, oeste do Canadá
As praias de areia amarelada têm como proteção a linda floresta úmida de coníferas, entremeadas por ilhas rochosas e quase sempre cobertas de pilhas de troncos de madeiras trazidos pelo mar. A imagem perfeita de uma praia canadense!
Caminhando na Long Beach, praia na região de Tofino, na costa oeste de Vancouver Island, litoral da British Columbia, oeste do Canadá
Para escapar do vento que sopra na beira do mar uma opção são as trilhas pela floresta, como a Rainforest Trail. Com um circuito em oito de 2km, a trilha interpretativa percorre a história e conceitos de uma floresta úmida de clima temperado, em uma passarela de madeira entre musgos, cogumelos, cedros vermelhos, sitka spruces e as imensas hemlock´s.
Árvore e outras plantas crescem sobre um enorme tronco caído de um Cedro Vermelho, em mata de Tofino, na costa oeste de Vancouver Island, litoral da British Columbia, oeste do Canadá
Cogumelos crescem na floresta úmida na região de Tofino, na British Columbia, no Canadá
Além do surf e dos trekkings, outros tours são oferecidos na área para avistamento de baleias, ursos e águias. Um dos mais procurados pelos visitantes é o tour para as Hot Springs, uma hora e meia de barco ao norte de Tofino. Nós preferimos aproveitar o dia nublado e sem chuva para remar e conhecer a região de outra perspectiva: do mar.
Passeio de caiaque nas águas calmas e geladas de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá
Nosso guia nos levou por mais de 10km entre ilhas, revoadas de pássaros, leões marinhos e focas, nos apresentando a natureza, a história e a cultura da região do Clayoquot Sound. Embora seja uma baía protegida, o sound está sujeito a grandes correntes e alterações de marés, por isso mesmo tendo experiência com caiaque, vale a pena ter o acompanhamento de um guia.
Passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá
Mapa mostrando as ilhas, canais e baías de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, onde fizemos nosso passeio de caiaque (na Columbia Britânica.no Canadá)
Andrew foi ótimo, nos passou boas noções da região, desde curiosidades sobre a vida de uma estrela-do-mar, até dicas da floresta de kelps, planta sumbarina que serve de âncora aos remadores, pode ser preparada em conserva e era usada como envase para o óleo de peixe e baleia pelos primeiros habitantes da região.
Kelps, as enormes algas na região de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá
O novo povo de Tla-o-qui-aht, “o povo de Clayoqua”, vive nas reservas na Meares Island e na região de Esowista. Detalhe, eles estão ali há quase 5 mil anos! O que na cultura das nações indígenas da costa pacífica não é nada!
Muitas reservas indígenas na região de Tofino, na costa oeste de Vancouver Island, litoral da British Columbia, oeste do Canadá
Delicioso passeio de caiaque nas águas tranquilas e geladas de Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá
Um dos objetivos do passeio era chegar a uma área dentro da reserva indígena, onde percorremos os 3 km na Big Trees Trail, para conhecer umas das florestas mais antigas da região. Essa ilha foi motivo de uma grande manifestação na década de 80, quando indígenas e ecologistas se uniram para defender as árvores de uma madeireira que tinha adquirido o direito de exploração comercial da área.
Um passeio pela mata de uma ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, nos leva até árvores centenárias, quase sagradas! (na Columbia Britânica.no Canadá)
Um passeio pela mata de uma ilha próxima à Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, nos leva até árvores centenárias, quase sagradas! (na Columbia Britânica.no Canadá)
Algumas árvores têm mais de 50m de altura e circunferências onde são necessários mais de 5 homens para abraçá-las! A Hanging Garden Tree é a mais antiga delas, com idade estimada de 2000 anos já está quase morrendo, mas já virou o berço para mais de 200 espécies, é a pura árvore da vida! Até hoje o processo judicial ainda não foi fechado, temos que continuar torcendo para que este tesouro verde tenha o seu direito à vida garantido.
Essa árvore, que mais parece um Jardim Botânico, pode ter 2 mil anos de idade! (em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá)
O caiaque pelo Clayoquot Sound foi o ponto alto da nossa passagem por Tofino, uma experiência bacaníssima entrar em um caiaque usando saias de neoprene para nos proteger da água fria e nos aquecer exercitando os membros superiores para descobrir mais das belezas naturais da região de Tofino e do Pacific Rim National Park. Um jeito maravilhoso de estar mais próximos das maravilhas da mãe natureza.
Passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá
Vestida para o passeio de caiaque em Tofino, na costa oeste da Vancouver Island, na Columbia Britânica.no Canadá
Onde Ficar
Tofino possui uma infinidade de opções, Inns, B&Bs, Hostels, Guesthouses, pequenos e grande Resorts. Como a região passou por um boom turístico, nem no inverno os preços mudam muito. Uma boa opção é o Whalers on the Point Hostel Internacional na ponta do porto, onde nós ficamos. Aquele clima de albergue, galera reunida cozinhando, tocando violão na sala com uma vista linda da baía. Os quartos são ok, os banheiros compartilhados bem limpinhos e a cozinha espaçosa. Eles ainda conseguem uns descontos bacanas para os principais passeios como as hot springs e o caiaque, além de reunir grupos e amigos para quem estiver viajando sozinho.
Vinho e delicioso macarrão preparado pela Ana no hostel de Tofino, em Vancouver Island, costa oeste do Canadá
Admirando a mesma paisagem que os mayas admiravam há 1.200 anos, em Toniná, ao lado de Ocosingo - Chiapas, no sul do México
Há apenas 14km de Ocosingo está um dos sítios arqueológicos Mayas mais impressionantes do México. A antiga cidade de Toniná foi construída no alto de uma montanha com visão privilegiada para um meio imenso vale agrícola, onde predominam as plantações de milho e feijão. Nos aproximamos de carro e ao longe já podemos avistar as imponentes ruínas, mais altas que Palenque e suas irmãs da Península do Yucatan.
Chegando às impressionantes ruínas de Toniná, em Ocosingo - Chiapas, no sul do México
Não fica difícil imaginarmos a vista que os governantes tinham naquela época, quando a base da alimentação da comunidade maya era o milho e o feijão. Alimentos sagrados e que fazem parte da história da criação do homem maya, que depois de ter sido criado de barro e palha e banido por decepcionar seu Deus.
Visão geral do sítio arqueológico de Toniná, em Ocosingo - Chiapas, no sul do México
O “Homem de Maiz”, (milho), teria sido criado nessa nova era como uma nova tentativa do Deus Maya em habitar a Terra. No museu vemos alguns crânios encontrados nas escavações, todos deformados para se assemelharem com o grão de feijão ou de milho. Esta deformação proposital era feita com tábuas nos crânios desde bebês tanto por motivos estéticos, como religiosos.
Crânios deliberadamente deformados desde criança, costume maya em Toniná, perto de Ocosingo - Chiapas, no sul do México
O complexo de palácio e templos possui uma arquitetura especial e em uma localização não apenas estratégica, mas com uma energia especial. Menos concorrido, o parque tinha apenas outros dois casais em um lindo dia de sol, além da vista longínqua do vale e das montanhas, que devem ter aumentado ainda mais a sensação de estarmos em um lugar sagrado.
Visitando as ruínas mayas de Toniná, em Ocosingo - Chiapas, no sul do México
Pgh assamos pelo museu, onde temos acesso às principais esculturas e relíquias encontradas nas escavações. Ali fica mais fácil ter uma noção de como viviam os antigos moradores de Toniná, seus deuses, dinastias e as pistas que eles deixaram para decifrarmos sua história, como glifos, discos de pedra esculpidos com calendários e representações dos seus dias festivos.
A cidade possui menos templos funerários exclusivamente dedicados aos seus governantes mortos, embora estejam todos enterrados ali, no mesmo complexo, esta mesma construção abrigava o seu palácio e os templos para cerimônias religiosas. Um povo guerreiro e com grandes conquistas, teve o seu apogeu em 688a.C, quando viu a dinastia Crânio de Cobra - Agarra de Jaguar subir ao poder.
Ruínas de Toniná, em Ocosingo - Chiapas, no sul do México
Embora eu tenha ficado mais simpática à Toniná, aparentemente aqui os caras já eram mais chegados em um sacrifício. Esta cidade foi a responsável pela queda da poderosa Palenque. Em 711d.C foi capturado K´na Joy Chitam II, segundo filhos de Pakal no poder, e aqui teria sido decapitado e oferecido em sacrifício aos Deuses.
Uma das muitas peças encontradas em Toniná e exposta no museu do sítio (perto de Ocosingo - Chiapas, no sul do México)
Um dos principais murais de pedra encontrados em Toniná, representa a os seus poderosos inimigos capturados, amarrados e atirados ao chão antes da decapitação. Subimos escadarias e caminhamos entre ruínas, templos e altares onde um dia viveram os nobres, sacerdotes e governantes da cidade.
Ruínas de Toniná, em Ocosingo - Chiapas, no sul do México
Um dos lugares mais curiosos, e assustadores para mim, é o labirinto de ritual de passagens, onde entramos e nos perdemos entre seus corredores, praticamente sem luz alguma. Apenas de imaginar quem passou por ali e o seu destino, eu já fiquei arrepiada!
Explorando as ruínas mayas de Toniná, em Ocosingo - Chiapas, no sul do México
O ponto mais alto de Toniná é o templo do “Espejo Humeante”, construído por Zots-Choj, que acendeu ao trono em 842d.C. A história de Toniná inicia anteriormente a Palenque, com algumas inscrições de 400a.C e infelizmente terminam na mesma época em que houve a dispersão da civilização Maya, provavelmente ocorrida por uma enorme seca que acometeu a região e os fez abandonar as cidades para lutar por sua sobrevivência.
Sítio arqueológico de Toniná, em Ocosingo - Chiapas, no sul do México
O caminho iluminado através da Mammoth Cave, a maior caverna do mundo, em Kentucky, nos Estados Unidos
O maior sistema de cavernas do mundo, a Mammoth Cave possui 630 km de túneis e labirintos explorados até agora e este número ainda pode aumentar! Formada por rochas calcárias de milhões de anos, cavada pelo Green River, sob uma cadeia de montanhas de arenito.
Outra vez na Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
É incrível pensar que o calcário é formado por matéria orgânica decomposta como ossos de animais, conchas e corais. Será possível que durante milhões de anos sob este mar tão raso tantos animais tenham passado por aqui e deixado seus restos mortais a ponto de termos mais de 100m de rocha calcária acumulada?
Visitando a Mammoth Cave, a maior caverna do mundo, em Kentucky, nos Estados Unidos
O tempo geológico e a formação da terra é algo tão fora de proporção para a nossa minúscula existência, que fica difícil imaginar. Super estável, esta combinação de arenito e calcário faz da Mammoth Cave um dos lugares mais estáveis e seguros em um caso de terremoto. O arenito é um material de difícil penetração para a água, portanto o calcário está intacto e possui pouquíssimas formações. Apenas em algumas sessões da caverna com fissuras verticais, a água pôde passar e criar belas colunas, estalactites e estalagmites.
Pequeno lago criado artificialmente dentro da Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
A caverna possui poucas entradas naturais, a principal delas foi fechada pelo deslizamento de terra e a maioria das entradas utilizadas hoje foram abertas no início do século XX, durante um período conhecido como The Kentucky Cave Wars. Uma região de solo pobre para o desenvolvimento da agricultura e muito acidentado para a criação de gado, a solução de muitos proprietários de terra foi a exploração turística das suas cavernas. Assim uma das saídas “criativas” desse povo foi cavar e explodir buracos em torno das suas propriedades em busca destes túneis, aproveitando o fluxo turístico trazido pela famosa Mammoth Cave. Essa corrida chegava a ser desleal, desviando e ludibriando turistas que tinham à “caverna original”. Assim todas as entradas artificiais foram feitas a década de 20, sem nem saber que estavam no mesmo sistema de caverna e várias delas são utilizadas até hoje.
Entrando na Mammoth Cave, a maior caverna do mundo, em Kentucky, nos Estados Unidos
A área foi transformada formalmente em Parque Nacional apenas em 1941 após a formação da Mammoth Cave National Park Association desde 1926. Sua história, porém, é muito mais antiga.
Nossa guia e guarda-parque na Mammoth Cave, a maior caverna do mundo, em Kentucky, nos Estados Unidos
Foram encontrados indícios de que a caverna era utilizada pelos indígenas há mais de 6 mil anos. Uma das teorias seria de que estes homens pré-colombianos utilizariam a caverna para mineração da gipsita (um tipo de gesso), mineral utilizado hoje para produção de dry-wall. Para que era mesmo que os indígenas utilizavam gesso? Ninguém faz ideia.
Formações mineirais na Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
No início do século XIX a mineração de salitre, mineral utilizado para a confecção da pólvora, foi a principal atividade na Mammoth Cave, servindo como base de produção de pólvora durante a Guerra de 1812. Com a diminuição do mercado de salitre e após um grande terremoto que pôde ser sentido pelos trabalhadores, a caverna foi abandonada. Estas terras passaram por diversos proprietários até chegar às mãos de Franklin Gorin, quem queria explorá-la turisticamente. Gorin colocou seus escravos a guiar expedições dentro da caverna e um deles se destacou em sua atividade. Stephen Bishop guiava visitas à caverna entre as décadas de 1840 e 1850 e foi o responsável por grande parte da exploração da Mammoth Cave. Ele foi um dos primeiros a mapear a caverna e dar nome às suas formações e salões.
Antigo local de exploração de minério na Mammoth Cave, a maior caverna do mundo, em Kentucky, nos Estados Unidos
Assinaturas de turistas qie visitaram a caverna há mais de 150 anos na Mammoth Cave, em Kentucky, nos Estados Unidos
Vários tours são oferecidos, mas dois deles são imperdíveis para você ter uma noção mais completa deste imenso queijo suíço. O Historic Tour nos leva pelos primeiros túneis explorados por Stephen Bishop, no início do século XIX. São pouco mais de 3 km percorridos em 2 horas de tour passando pelas minas e até o Bottomless Pit. O tour é muito interessante, passa por toda a história da caverna, imensos salões e túneis de calcário, porém não chegamos a ver muitas formações. Imaginem que pessoas famosas, cantores, músicos e aventureiros de todos os lados passaram por aqui apenas com lamparinas a óleo, hoje toda a caverna é iluminada.
Nossa guia mostra como eram os tours nos primórdios do turismo na Mammoth Cave, há quase 200 anos, em Kentucky, nos Estados Unidos
Enorme escadaria dentro da Mammoth Cave, a maior caverna do mundo, em Kentucky, nos Estados Unidos
O Grand Avenue Tour passar por 6 km e meio de túneis e tema duração de pouco mai sde 4 horas. É um dos mais longos e passa por lindos cânions subterrâneos, imensos salões e até uma lanchonete no salão conhecido como Snow Ball, onde o teto é coberto por formações de gipsita em que lembrar bolas de neve.
Formações minerais na região de Snowball, na Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
Chegando ao restaurante dentro da Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
Os minutos finais reservam as imagens mais bonitas, um salão completamente decorado com estalactites, estalagmites e colunas imensas. A belíssima Niagara Falls é a formação mais famosa e pode ser vista em tour mais curto, mas deve perder a graça apenas chegar pela porta giratória que saímos, sem ter passado antes por toda a grandiosidade da caverna, apenas para ver as formações. Elas são lindas, mais perfeitas ainda para um Grand Finale!
Formações espeleológicas na Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
Formações espeleológicas na Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
Salão todo decorado na Mammoth Cave, Parque Nacional no Kentucky, Estados Unidos
Se você conseguir fazer esta programação em um sábado e estiver querendo mais aventura, o Wild Cave Tour seria a melhor opção, pois aí se pode explorar a caverna de uma forma mais natural, passando por túneis menores, utilizando apenas lanternas em 6 horas e meia de caminhada por pouco mais de 8 km de caverna. Ainda assim você terá visto pouco mais de 1% da incrível Mammoth Cave.
Nossos companheiros de tour à Mammoth Cave, a maior caverna do mundo, em Kentucky, nos Estados Unidos
A casa de Chico Mendes, em Xapuri, no estado do Acre
Foi lá, nos cafundós do Acre, que fica lá, nos cafundós do Brasil, que nasceu um dos maiores heróis brasileiros. Francisco Mendes Alves Filho, mais conhecido como Chico Mendes, era um dos 6 filhos que sobreviveram às doenças e dificuldades da infância, dos 17 filhos do seringueiro Francisco Mendes e sua esposa Iracê. Ele só aprendeu a ler e escrever aos 18 anos e desde então se tornou um aficcionado por livros de história e política. Parte de sua biblioteca ainda pode ser vista na sua casinha lá em Xapuri. A casinha azul de madeira de 5 cômodos é simples, mas bem ajeitada. Uma viagem no tempo e na vida deste poderoso ativista que lutou pelo direito dos trabalhadores rurais e pela preservação das florestas nativas.
Passeio na mata do Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
Foi aqui, nesta porta, no dia 22 de Dezembro de 1988, que Chico Mendes foi assassinado. Ele estava indo tomar banho na meia água dos fundos da sua casa quando Darly Alves da Silva Jr. atirou de trás de um arbusto onde estava há 2 dias esperando a hora certa para puxar o gatilho. Tudo foi mantido exatamente como estava, sua cama, os quadros da parede, as panelas e até o sangue seco no chão da cozinha.
Visitando a casa de Chico Mendes, onde ele viveu e foi assassinado, em Xapuri, no estado do Acre
Darly Jr. estava lá a mando de seu pai, Darly, um grande fazendeiro que já não aguentava mais os empates que Chico Mendes liderava, literalmente empatando seus negócios e as terras do Seringal Cachoeira, que ele reclamava serem suas. Chico Mendes já havia recebido diversas ameaças e já havia inclusive denunciado Darly à polícia, mas recusou sair de Xapuri.
Praça central de Xapuri, no estado do Acre
Quando a exploração da borracha deixou de ser lucrativa os seringais começaram a ser derrubados e substituídos por pastos. Foi em meados da década de 70 que a nova onda de ocupação liderada pelo governo militar atraiu ruralistas e madeireiras para ocuparem o território e fazerem dele algo lucrativo. Os seringueiros que já eram explorados e sobreviviam com salários de fome, perderam seus ofícios e viram a única forma de vida que conheciam começar a desaparecer.
Uma gigantesca Samaúma no Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
Chico Mendes já lutava pelos direitos desse povo, liderava o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e organizava empates para impedir a derrubada dos seringais. Nesta mesma época o movimento ambientalista pela preservação de florestas nativas ganhou força nos Estados Unidos e a união de um líder comunitário como Chico Mendes e as ONGs americanas foi perfeita. Os seringueiros se tornaram ícones da preservação e os olhos da política nacional e internacional se voltaram para a causa ambientalista da Floreta Amazônica. Foi nesta época que se originou o conceito das reservas extrativistas, onde seringueiros e a população indígena comprovaram ser possível a coexistência de seres humanos e florestas de forma sustentável.
Frase de Chico Mendes, em em memorial em sua homenagem, em Xapuri, no estado do Acre
Ao lado da casa está a Sede da Fundação Chico Mendes, com um pequeno museu que guarda a história da sua luta. Seu último grande empate aconteceu no Seringal Cachoeira em 1988, lugar onde nasceu. Hoje, além da extração do látex destinado à uma fábrica de camisinhas construída pelo governo federal, o Seringal Cachoeira recebe turistas de vários cantos do Brasil e do mundo.
Visitando o Memorial de Chico Mendes, em Xapuri, no estado do Acre
A Pousada Ecológica do Seringal Cachoeira foi construída em parceria com o Ministério do Turismo para substituir um redário que já operava na reserva. Quartos coletivos e chalés podem ser reservados e para contar a sua história moradores do seringal foram treinados para guiar os turistas por suas trilhas ecológicas. Tivemos a sorte de chegar exatamente na hora que Nilson Mendes, um dos guias mais concorridos da reserva, estava saindo para guiar dois paulistas, Vitor e Rafael.
Visita ao Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
Vitor é psicólogo, se mudou há pouco mais de 2 anos para Rio Branco e adora. Além de ter mais oportunidades de trabalho para ele e a esposa advogada, tem a tranquilidade que nunca encontraria em São Paulo. Rafael, seu irmão, veio visita-lo de férias e aproveitaram para conhecer também Xapuri e a Reserva do Seringal Cachoeira.
O Nilson nos mostra como se extrai o látex de uma seringeira, no Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
Nilson é primo de Chico Mendes, uma biblioteca ambulante sobre a floresta amazônica, a história e a vida dos seringueiros e de muitos que, como seu primo e ele, lutaram pela floresta e pela manutenção dos seringais. Saímos tarde, já deveriam ser perto das 18 horas e a noite na flroesta chega mais cedo, principalmente sob a sombra das imensas samaúmas. Nilson fez uma demonstração rápida da retirada do látex de uma seringueira, já que infelizmente não podemos acompanhar o trabalho dos seringueiros as 3 da manhã, quando saem fazer a sangria da seringueira, o horário é importantíssimo para a produtividade do látex.
O Nilson, primo de Chico Mendes, nos mostra uma seringueira no Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
80% da produção do látex é utilizada para a confecção de pneus, (composto por 36% de borracha, 18% aço e 46% de derivados de petróleo e produtos químicos) e outros 20% são utilizados para produtos como solados de calçados, autopeças, luvas e cateteres cirúrgicos e preservativos. Pesquisando acabei descobrindo um dado super curioso: o Estado de São Paulo possui 77 mil hectares de seringais, que chegam a ser mais lucrativos que a cana de açúcar.
O látex escore de uma seringeuira no Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
No caminho Nilson foi nos mostrando os diferentes tipos de árvores e folhas, descrevendo suas aplicações medicinais e práticas e ainda encontrou uma aranha caranguejeira gigante! Na ida ela estava escondida em sua toca e na volta já tinha um cadáver em decomposição do lado de fora para o jantar. O louco ainda cutucou a aranha com uma vara para podermos vê-la! Argh!
Nosso chalé no Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
Quando voltamos já estava escuro e tivemos uma super experiência na floresta de noite, tateando com os pés o nosso caminho, com as poucas lanternas que tínhamos no grupo. Assim que saímos da floresta vimos o céu aberto e cheio de estrelas desde a ponte pencil e do deque do igarapé que passa nos fundos da pousada.
A lua brilha através da copa das árvores no Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
Tivemos sorte de encontrar um chalé livre para nós sem reseva prévia! A manhã mesmo chegará um grupo grande que irá lotar a pousada. Quando vier a Xapuri, não deixe de conhecer o Seringal Cachoeira e se possível fique hospedado aqui para ter uma noite tranquila com os barulhos da floresta e ainda provar a comida gostosa que o pessoal da pousada prepara. A pequena cidade de Xapuri está localizada a 241 km de Rio Branco e o Seringal fica a mais 16km por um ramal da BR-317.
Nosso caminho pelo Acre: Saímos de Porto Velho-RO (A) para Rio Branco (B). Daí para a pequena Xapuri (C) e para Assis Brasil (D), na fronteira com o Perú
Aqui sentimos viva a alma e a memória de Chico Mendes, esse mártir e herói não só das florestas mas de todos nós, brasileiros.
Despedida do Nilson, primo de Chico Mendes, no Seringal Cachoeira, próximo à Xapuri, no estado do Acre
PS.: Darly, Darly Jr. e um capanga foram presos e cumpriram pena por 19 anos, com uma fuga em 1993 sob a vista grossa de policiais corruptos. Retornaram à prisão em 1996 e hoje, com a pena terminada, já estão livres e ainda vivem nos arredores de Xapuri.
O antigo porto de Cayenne, na Guiana Francesa
Segunda-feira, 6h40 da madruga e eu já estava na fila do Consulado do Suriname. Não era a nossa última saída, mas a melhor solução para a minha entrada no Suriname e para a continuação da viagem. A esta hora da manhã eu já era a terceira pessoa na fila, o segundo era um viajante mochileiro alemão muito figura. Nós havíamos visto ele em Cacao e hoje viemos a nos encontrar e saber mais sobre os planos.
Place du Coq, em Cayenne - Guiana Francesa
O consulado só abria as 9h, então ficamos ali sentados por horas conversando sobre viagens, planos e nossas experiências. Ele viaja com 15 dólares por dia, 5 para alimentação, 5 para transporte e 5 para dormir. Geralmente dorme acampado, já conseguiu acampar no centro de Atenas, na Grécia, sobre a laje de um prédio e ao lado do aeroporto JFK em Nova Iorque. Tudo depende da sua disposição e do tipo da viagem de decide fazer. Ele consegue viajar em torno de 6 meses por ano e trabalha os outros 6 meses como instrutor de esportes de aventura, professor de ioga, etc. Da Guiana ele seguirá para o Suriname, Guiana Inglesa, Barbados, NY e de lá voltará para casa, depois de uma longa viagem pela América do Sul. Adoro encontrar pessoas com este espírito aventureiro e que encontram as mais diversas formas de realizar seus planos e sonhos.
Baía em Cayenne, na maré baixa (Guiana Francesa)
Assim o tempo passou rapidinho e quando vimos eu já estava com as fotos (obrigatórias para o visto) e documentos preenchidos em mãos, começando a ser chamada para o processo do visto. Eles nos chamam para conferência dos documentos, revisam os mesmos, pedem ajustes se necessário e voltam a atender. Depois de pagos os 42 euros, ganhamos a confirmação do retorno para buscar o passaporte (com ou sem visto), geralmente 28h depois. Como é carnaval o visto ficaria pronto apenas na quinta-feira. Enquanto eu estava na fila, porém, o Rodrigo havia ficado para conversar com um contato que nos foi passado, que poderia agilizar o processo. Feito todo o procedimento normal, este contato foi providencial, pois conseguiu antecipar a entrega do visto, deixando-o pronto em uma hora! Tenho visto! Desta forma já estamos com o pé lá no Suriname.
O visto do Suriname, obtido em Cayenne - Guiana Francesa
Almoçamos em uma delicatessen aqui no centro de Cayenne e fomos conhecer o antigo porto da cidade. Um espaço infelizmente pouco aproveitado pela cidade, em meio ao manguezal, garças, colhereiras e alguns poucos pescadores.
Colhereiros e garças aproveitam a maré baixa em Cayenne para se alimentar na lama deixada para trás pelo mar, na Guiana Francesa
Mais tarde conseguimos encontrar a nossa amiga Elza, saindo de sua aula de capoiera foi nos encontrar na pizzaria em Remirè-Montjoly. Um distrito vizinho de Cayenne próximo da praia onde moram pessoas mais abonadas, professores e funcionários do governo que podem pagar aluguéis mais salgados para morar pertinho do mar. Elza é agrônoma e trabalha para o governo francês no desenvolvimento da agricultura na Guiana Francesa. Ela está há 4 meses aqui, veio à trabalho mas também por que queria resgatar um pouco das raízes de sua família. Sua avó morou aqui na Guiana Francesa, criou seus filhos e retornou à França. Ela nos convidou para uma festa típica guianesa que acontece somente durante o carnaval. Juma festa de máscaras, as mulheres devem vestir-se completamente, sem deixar aparecer um centímetro de seu corpo, todas mascaradas, omitindo suas identidades. Os homens não usam fantasia alguma, no entanto são obrigados a aceitar os pedidos de dança feitos por qualquer mulher, assim como pagar a elas bebidas sem nunca descobrir sua identidade. Quando eles perguntarem a elas o seu nome, todas devem responder alterando sua voz “Je sui Touloulou.” Esta é a brincadeira da festa e todos a respeitam, segundo Elza, todos que decidem participar da festa entram e saem sem saber quem é a mulher com quem estão dançando ou conversando. Fiquei curiosíssima, amanhã terá uma festa touloulou, o difícil será convencer o Rodrigo a participar!
Com a Elza e sua super vespa, depois do jantar em Montjoly, região de Cayenne - Guiana Francesa
Nossa logo na placa no Caminho do Céu, próximo à Delfinópolis na região da Serra da Canastra - MG
Oswaldo Montenegro tem um álbum maravilhoso onde ele canta as melhores canções do Seu Francisco, Chico Buarque, o nosso Francisco... na introdução da música “A Banda” ele fala desse jeitinho, gostoso, intimista de um dos maiores músicos brasileiros. Eu peço licença para usar o mesmo carinho e intimidade para falar de outro Chico que faz parte da vida de milhares de brasileiros. Tão fluido como a música, límpido, transparente, e às vezes gélido, como o compositor, o Rio São Francisco.
Caminho do Céu, próximo à Delfinópolis na região da Serra da Canastra - MG
Cruzamos a Serra da Canastra por um caminho diferente, nas estradas de 4x4 volta e meia desbravadas por valentes carros sem tração mas com muita determinação. Saímos de Delfinópolis cedo em direção ao vilarejo de São João Batista. O roteiro passava pelo Caminho do Céu, estrada que sobe a serra atravessando a crista de uma montanha e que chega a mais de 1500m de altitude. Lá de cima temos uma vista maravilhosa da região e conseguimos enxergar o próximo destino, as montanhas do Parque Nacional da Serra da Canastra. No caminho, além de muitas fazendas de gado e produção do famoso queijo canastra, vemos a Serra Branca. Vencida esta grande subida, finalmente avistamos o nosso primeiro objetivo do dia, a Casca D´Anta.
Estrada "Caminho do Céu", próximo à Delfinópolis na região da Serra da Canastra - MG
De longe já podemos perceber o poder do nosso Francisco. Sabemos que ali próximo está a sua nascente, no entanto já o vemos despencar, majestoso, do alto de 186m, formando esta belíssima cachoeira. A Casca D´Anta já fica dentro da parte baixa do Parque Nacional, bem estruturado com banheiros, mirante e uma trilha bem sinalizada. Para chegar à parte alta do parque pode-se seguir em torno de 60km de carro ou ainda caminhar uma hora por uma trilha, acompanhado de monitores do parque. A queda é imensa, ainda estava na sombra e com bastante vento, mas tomamos coragem e entramos no lago que chega a até 30 metros de profundidade!
A primeira grande queda do São Francisco, a Casca d'Anta, próximo à Delfinópolis na região da Serra da Canastra - MG
Meu primeiro banho nas águas do Rio São Francisco foi rápido, mas muito emocionante! A água estava tão gelada que não agüentei muito tempo lá dentro. Tivemos sorte de chegar em um período mais seco, pois em épocas mais chuvosas é quase impossível se banhar na parte baixa, tamanho o vapor d´água e vento que a cachoeira forma.
Primeira ponte sobre o Rio São Francisco, no Parque da Serra da Canastra - MG
Seguimos para a parte alta do parque, passando pela cidadezinha de São Roque, chegamos à portaria do parque de mesmo nome. São quilômetros e quilômetros de cerrado, com os olhos atentos procurando os tamanduás-bandeira, cervos e outros animais. No caminho passamos pela nascente do Rio São Francisco, onde o velho Chico é ainda apenas uma criança. Mais alguns quilômetros e chegamos à parte alta da Casca D´Anta, onde o rio, já mais largo, forma um pequeno cânion e outras belas cachoeiras.
Primeira cachoeira do Rio São Francisco, na Serra da Canastra - MG
Indo embora, quase sem esperanças de avistar um tamanduá, cruzamos o bichão lindo no meio da estrada! Essa hora é difícil decidir se damos as costas para pegar a máquina fotográfica ou se ficamos olhando antes dele fugir e se esconder novamente. Tentei fazer as duas coisas ao mesmo tempo, mas ele foi mais rápido e não conseguimos bater boas fotos, infelizmente. De quebra vai a foto de uma cerva, linda!
Cervos no Parque da Serra da Canastra - MG
Chegamos á São João Batista, um arraialzinho vizinho do parque, outra bela base para a Serra da Canastra. Muito mais roots e muito mais próximo do parque e possui diversas de cachoeiras para explorar também. Ficamos na Pousada da Serra, onde conhecemos o Ricardo, outro aventureiro e expedicionário de plantão. Trocamos ótimas experiências e dicas para as nossas viagens. Quem sabe nos cruzamos nas estradas desse mundão véio sem porteira! Jantamos no Bar do Seu Vicente, na cozinha da sua casa, puxando um bom dedin de prosa sobre os causos da região. Dormimos tarde, ao som do lobo guará que uivava para a lua cheia que, por sua vez, iluminava a todos: a Canastra, o Seu Francisco e a Fiona em mais uma destas 1000 noites.
Fazendo ioga ao lado do São Francisco, na Serra da Canastra - MG
Duas das muitas cachoeiras da Ruta de las Cascadas, em Baños, no Equador
Baños é uma cidade totalmente voltado para o turismo, tanto interno quanto para estrangeiros. Na rota de passagem para o Oriente, é uma ótima parada para os aventureiros que pretendem desbravar a selva amazônica equatoriana. Localizada aos pés do Tungurahua, vulcão hiper ativo que volta e meia dá o ar da graça com pequenas erupções, como no ano passado, ou com grandes erupções como a que ocorreu em 2006. Os povoados próximos do vulcão e até a cidade de Baños já foram evacuadas um par de vezes nos últimos 10 anos e hoje quem passou por isso afirma dormir sempre com um olho aberto.
O vulcão ativo Tungurahua, ao lado de Baños, no Equador
Baños é famosa por suas águas termais de origem vulcânica, águas com propriedades curativas indicadas para reumatismo, problemas digestivos, gástricos, para a pele e os cabelos. Entretanto este verde vale ainda oferece diversos atrativos turísticos ligados ao ecoturismo, como o rafting, rapel, tirolezas, pedal, canyoning e ainda alguns esportes mais radicais com passeios em bugs turbinados, MotoCross, etc. Mochileiros de todos os cantos do mundo se encontram aqui para curtir a natureza e a atmosfera festiva da pequena cidade.
O canyon verde que liga Baños à Puyo, no Equador
Para nós, o dia amanheceu chuvoso e com uma nova preocupação. Durante a noite Laura teve uma forte crise com os sintomas de salmonela. Noite de cão para Laura, nada parava em seu estômago, nem água... assim sendo, chamamos um médico que veio atendê-la na pousada, com soro na veia e medicação para dor. Antibióticos só pela manhã depois de confirmar o bicho no exame de sangue. 6am, ainda mal, ela não agüentou e foi direto para a clínica. O exame de sangue comprovou, Laura tem 5 tipos diferentes de salmonela no sangue com uma contagem altíssima! Coitada... mal chegou ao Equador de férias e já está no soro, completamente entregue. O médico, Dr. Gerardo Zumbana, é super viajado, já trabalhou em organizações como o Médico Sem Fronteiras na África, onde descobriu que nem todos são tão idealistas como ele. Casado com Dra. Irina Podaniova, russa. Ele fala pelo menos 5 idiomas e foi a nossa salvação aqui em Baños! Quem diria que encontraríamos uma clínica que mais parece um hotel, com a qualidade de atendimento impecável como esta? Bem, dos males o menor, a Lau já está medicada e agora é questão de tempo para matar as bactérias e poder continuar viagem.
A Laura se recupera em seu quarto, em clínica de Baños, no Equador
Enquanto isso, raptamos um pouquinho o Rafael que não saiu do lado dela um minuto, para conhecer um pouquinho os arredores. Com o tempo chuvoso, optamos por um passeio de carro pela Rota das Cachoeiras. São mais de 8 quedas d´água ao longo da rodovia, diversas tirolezas que cruzam o cânion, com mais de 80m de altura!
Bondinho leva turistas para perto de cachoeiras na Ruta de las Cascadas, em Baños, no Equador
O retorno é feito em pequenos bondinhos, que mesmo em dia de chuva ficam lotados. À 18km de Baños na estrada para Puyos fica o Pailón del Diablo. Uma trilha de 20 minutos nos leva ao mirante desta cascata espetacular. A força da água cavou uma imensa garganta na rocha, um pequeno santuário onde a natureza mostra a sua força e beleza.
Visitando o famoso Pailón del Diablo, perto de Baños, no Equador
Retornamos à cidade com esperanças de ver a Laura melhor, seu quadro está melhorando mas ainda não recebeu alta. Segundo o Dr. Zumbana ela ainda precisará ficar mais um dia internada. O Rafa se mudou para a clínica, que by the way, tem uma cama bem mais confortável que a da nossa pousada! Rs! Jantarzinho no restaurante suíço, matando a vontade de raclete e o risco de adquirirmos mais salmonelas.
Atravessando ponte no Ruta de las Cascadas, em Baños, no Equador
Centro da cúpula da Capilla del Rosário. Puebla, México
Puebla, depois da Cidade do México, Guadalajara e Monterrey, é a quarta maior cidade do país, com aproximadamente 2,1 milhões de habitantes somando a sua área metropolitana. Puebla de Los Angeles foi fundada em 1531 para sobrepor a vizinha Cholula, um grande centro administrativo e cerimonial dos nativos americanos ainda ativo na época em que os espanhóis chegaram à região.
Ruas de Puebla, no México
Puebla deixou de ser “La Angelópolis” e ganhou seu novo nome e sobrenome em 1862, quando um grupo de 2 mil soltados liderados pelo General Ignacio Zaragoza lutaram heroicamente contra 6 mil soldados franceses, meio debilitados por um surto de diarreia, adiando em pelo menos um ano a ocupação francesa da cidade.
Iglesia de la Compañía em Puebla, no México
Eu diria, porém, que o heroísmo de Puebla está mais presente nas suas ruas, cultura e tradição que em sua história. Uma cidade que mantém um centro histórico preservado com mais de 70 igrejas, uma arquitetura colonial reconhecida por seus coloridos azulejos e uma gastronomia que se tornou sinônimo de excelência em todo o país. O mole pueblano é sua marca registrada, encontrado nos melhores restaurantes de comida tradicional mexicana. Sua receita é quase impossível de ser reproduzida por nós, meros mortais, com mais de 20 ingredientes que vão de chocolate à pimenta e outros diversos condimentos bem mexicanos.
Iglesia de la Compañía em Puebla, no México
Nossa passagem por Puebla infelizmente foi mais rápida do que gostaríamos, mas com um roteiro espremido tratamos de sentir a cidade mais do que ticar pontos no nosso mapa turístico. Um passeio pelo Zócalo e a Casa de Cultura, seguidos por uma visita a uma das principais igrejas da cidade, o Templo de Santo Domingo.
Zócalo, praça principal na cidade de Puebla, no México
A igreja dominicana já impressiona por seu tamanho e imponente altar, mas a grande atração é mesmo a Capilla del Rosario, à esquerda do altar principal, completamente adornada em ouro. A capela foi construída entre 1550 e 1690 em devoção à Virgen del Rosario e é considerada por muitos a oitava maravilha do mundo.
Templo de Santo Domingo. Puebla, no México
Capilla del Rosário coberta em ouro. Puebla, México
Altar em ouro na Capilla del Rosário. Puebla, México
O estilo barroco traz referências dos navegantes do além-mar, como as sereias quase impossíveis de serem encontradas em meio às milhares de figuras. A cultura indígena também está presente não apenas nos traços mas também nas técnicas empregadas pelos artistas locais. O estuco (argamassa de cal fino), para os adornos em alto relevo e o sangue bovino para impermeabilizar e proteger as camadas folheadas à ouro da oxidação.
Teto adornado em ouro na Capilla del Rosário. Puebla, México
Detalhes em ouro da decoração barroca na Capilla del Rosário. Puebla, México
Foram usados dois tipos diferente de ouro, 18 e 21 quilates, doados por um rico minerador devoto da Virgen del Rosário. Nota-se que os adornos de 18 quilates já estão um pouco mais escuros que os de 21, pelo tipo de liga utilizado, mas não menos brilhante e dourado. Hoje, 323 anos depois, podemos confirmar a efetividade da técnica, já que a capela nunca precisou ser restaurada.
Detalhes barrocos em estudo e ouro na Capilla del Rosário. Puebla, México
Detalhes barrocos em estudo e ouro na Capilla del Rosário. Puebla, México
Como não poderia deixar de ser, nosso próximo passo foram as experiências gastronômicas pueblanas. Chile relleno, mole e várias botanas (aperitivos) em um dos restaurantes ao redor do Zócalo, vendo a vida passar embaladas por uma boa chelada!
Templo de Santo Domingo em Puebla, México
O final da tarde foi um tanto quanto ansioso, pois depois de dois dias separada do marido a saudade apertava e eu já estava inquieta para saber do paradeiro do meu herói das montanhas. Hoje, enquanto eu e a Val acordamos no DF e viajamos à Puebla, meu amado marido e nosso amigo Gera chegavam ao topo do vulcão conhecido como Pico de Orizaba!
A maior montanha do país, o majestoso Pico Orizaba, no México (foto de Geraldo Ozorio)
Eles começaram a caminhada ainda na madrugada e sob temperaturas negativas encararam a imensa rampa de gelo, com seus crampons e piolets até o cume da maior montanha do país!
Subindo a longa geleira do Pico Orizaba, no México (foto de Geraldo Ozorio)
Cruz mara o alto do Pico Orizaba, a montanha mais alta do México (foto de Geraldo Ozorio)
Uma homenagem à distância à sua mãe que comemora, lá no Brasil, mais um lindo ano de vida! Parabéns aos aventureiros e montanhistas que realizaram mais um sonho e chegaram em casa são e salvos!
Com o Gera e o Piotr no cume do Pico Orizaba, no México
* Informação útil: a viagem da Cidade do México à Puebla é rápida e indolor. Pegamos o ônibus da companhia Estrella Roja no TAPO - Terminal de Autobuses de Pasajeros Oriental, bem confortável e dura em torno de 2 horas. Em Puebla o ônibus chega em um terminal a uns 20 minutos de táxi do centro da cidade. Nós nos hospedamos no Hotel Colonial, bem no centro da cidade. Top pick indicado pelo Lonely Planet, não era dos mais baratos, mas depois de uma noite na montanha o Rodrigo resolveu se esbaldar em um bom chuveiro e cama quentinhos.
Praia de Bathsheba, na costa leste de Barbados
Hoje fomos conhecer um lado mais “alternex” de Barbados, se é que é possível. Um país em que 90% da população é afro-descendente e nos outros 10% se misturam ingleses, irlandeses, indo-guianeses, sírios e libaneses, indianos muçulmanos e a principal religião é a Anglicana, já é bem diferente para nosotros. Lembrando que todo este caldeirão cultural está em um território de apenas 432 km2 e pouco mais de 281 mil habitantes, o equivalente à cidade paulista de Franca ou ao bairro da Lapa na cidade de São Paulo. Sim, uma ilha em que a diversidade e os contrastes são pulsantes, ainda consegue, dentro do seu universo, ter um lado ainda mais alternativo.
Pesca com rede e casa sobre o mar na bela Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados
Começamos por uma das principais praias da ilha, Carlisle Bay Beach. Nada alternativa em um primeiro olhar, mas colocando uma máscara e um snorkel você vai logo descobrir. Ali, há apenas 100m da praia e 7m de profundidade está um naufrágio lindo e com um ecossistema todinho só dele. Tartarugas, anêmonas, todos os tipos e cores de peixes de corais e vida marinha ao seu alcance e o melhor, de graça!
Pronto para o snorkel em naufrágio em Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados
Peixes nadam na proteção de naufrágio em Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados
Fazendo snorkel em naufrágio nas águas rasas de Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados
Fazendo snorkel em naufrágio nas águas rasas de Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados
O mais alternativo neste programa é exatamente isso, ir, estender a sua canga, pegar a sua máscara (ou uma que você alugar por ali) e ter a experiência de descobrir sozinho o que as operadoras de mergulho cobram 150 dólares! Já pensou no desespero? Pagar um mergulho caro desses e o cara te leva ali, na praia? É de chorar em alemão!
Ponto de mergulho em Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados
Após um mergulho e um torrão no sol escaldante da Carlisle Bay Beach, dirigimos rumo à costa leste de Barbados. Aqui no Caribe quase todas as ilhas têm um lado voltado ao famoso “Mar do Caribe”, de águas azuis turquesas, tranquilas e protegidas e o outro lado banhado pelo temido Oceano Atlântico, mar violento e furioso em geral evitado por seus habitantes.
Oceano Atlântico visto da St John's Parish, no caminho para Bathsheba, na costa leste de Barbados
“Don´t go there! This is the Atlantic Ocean, man!” É até engraçado, pois nós brasileiros só temos o Oceano Atlântico, ele é no nosso quintal! Em alguns lugares eles nos taxam de loucos, insanos por não ter medo de entrar nas águas agitadas, mesmo que seguras. Pois aqui em Barbados alguns loucos locais gostam desse lado da ilha. Além de terem construído suas casas, sítios e formado pequenas vilas, alguns deles enfrentam as praias de pedra para pegar ondas super radicais que quebram na Praia de Bathsheba. O melhor de tudo, você quase não vai encontrar turistas!
Chegando à Bathsheba, na costa leste de Barbados
Cruzamos a ilha passando pela St. John´s Parish e paramos na idílica igreja de mesmo nome, sobre os paredões de pedra com uma vista maravilhosa para o respeitado oceano. A igreja foi o lugar de descanso escolhido por grandes nomes, governadores de Barbados e antigos devotos desde os idos de 1640.
A tri-centenária St John's Parish, no caminho para Bathsheba, na costa atlântica de Barbados
Descemos o morro até a praia e conosco a chuva. Um casal alternex de bajans curtia a praia: ela em seu maiô anos 80 empinando sua pipa, enquanto ele com seus longos dreadlocks, surfava nas perigosas ondas atlânticas. Encontramos um restaurante localizado em um ponto estratégico no fim da praia de Bathsheba com uma vista linda, enquanto víamos a dança da chuva sobre o mar.
Pensativa, observando a praia e a chuva em Bathsheba, na costa leste de Barbados
Praia rochosa e com muitas ondas em Bathsheba, na costa leste de Barbados
Fechando o dia alternex só faltava mesmo um jerk chicken bajan beeem apimentado ao lado do karaokê com sucessos mundiais nas vozes mais corajosas de Barbados. Fechamos a nossa passagem por este país, onde as praias são só um pretexto para você conhecer uma das ilhas mais originais das West Indies.
Bela escultura comemorando o fim da escravidão, na estrada próxima à Bridgetown, capital de Barbados
Igreja em Goiás Velho - GO
A cidade de Goiás Velho, foi criada em 1727 quando se chamava Arraial de Santana. Passou a ser chapada Vila de Boa Goiás e em 1748 assumiu o atual nome e a capital do novo estado do Goiás. Bandeirantes paulistas encontraram as minas de ouro e exterminaram os índios que viviam na região das reservas auríferas. As jazidas se acabaram no final do século XVIII e só entre as décadas de 30 e 40 foi que a cidade deixou de ser a sede administrativa e política, quando assumiu Goiânia.
Casario antigo em Goiás Velho - GO
Arquitetura colonial impecavelmente preservada lhes rendeu o título de Patrimônio Histórico Mundial. Goiás Velho tem um charme, lá nos encontrarmos com a rotina comum de seus moradores, trabalhadores e crianças jogando futebol na praça (de quase 300 anos!), senhores na praça do coreto, vivendo a vida como ela é. Estas cenas já não são tão comuns e naturais em Pirenópolis, já alterada pelo turismo. Nesta época, todos os anos acontece o FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental, este ano será na semana de 14 a 19 de Junho. É um grande acontecimento que reúne grandes cineastas e ambientalistas engajados em disseminar sua arte e consciência.
Grande praça em Goiás Velho - GO
A cidade possui diversas atrações, igrejas, museus e a casa de Cora Coralina, grande poetisa brasileira. Infelizmente estava tudo fechado no dia internacional do “não turismo”, segunda-feira. Tudo bem, aproveitamos os outdoors da cidade, andamos pelas ruas e pela praça onde ficava o Palácio do Governo e a Praça do Coreto. Lá encontrei um artigo luxo que estava em falta no nosso roteiro: um bom salão de beleza. Encurtei o meu passeio, afinal, também sou filha de Deus e estava precisando de uma horinha de menina.
Lá provamos também o famoso e tradicional Empadão Goiano. Feito de batata, palmito, carnes variadas como frango, carne de porco, boi, lingüiça e um tempero levemente apimentado. Uma delícia!
O delicioso empadão, comida típica em Goiás Velho - GO
O nosso caminho de Goiás Velho e Rio Verde cortava por dentro do estado, usando apenas estradas estaduais, algumas mais esburacadas, outras com pontes em reforma ou em construção. Foram em torno de 4 horas de viagem e no último trecho tivemos que desviar na estrada de nada mais nada menos que um tamanduá bandeira! Maravilhoso, ele cruzou a estrada e parou próximo ao acostamento tranquilamente, comendo suas formiguinhas. Já estava escuro, por isso não conseguimos fotografar, mas a cena ficará sempre na memória.
A famosa Serra Dourada, região de Goiás Velho - GO
Chegamos a Rio Verde eram 20h30, direto para o Bar e Restaurante Capim Cidreira, encontrar Chico, nosso primo companheiro da Chapada dos Veadeiros e Nando, também primo, que foi nosso anfitrião quando passamos por Goiânia. Música caipira raiz, escondidinho, cervejinha e um bom papo, o senhor deseja mais alguma coisa?
O Nando e o Chico nos recepcionaram em Rio Verde - GO
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet