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SHUFFLE Há 1 ano: Estados Unidos Há 2 anos: Estados Unidos

Gracias, Yojoa e Tegu

Honduras, Yojoa, Gracias

Aproximando-se do lago Yojoa, região central de Honduras

Aproximando-se do lago Yojoa, região central de Honduras


Depois de ter passado pelas famosas Bay Islands, no Mar do Caribe e em uma das ruínas mayas mais incríveis da America Central, era vez de visitarmos um destino alternativo em terras hondurenhas.

A região rural e montanhosa de Gracias, em Honduras

A região rural e montanhosa de Gracias, em Honduras


Nós saímos de Copan Ruínas em direção ao lago por um caminho alternativo, cruzando cidades interioranas e vendo o mundo passar pela janela, gente vivendo e sobrevivendo do campo, da venda, da terra e do sol. As estradas de Honduras são um exercício de paciência, esburacadas, mal sinalizadas e sem muitas regras de tráfego, ou se elas existem o povo não sabe cumpri-las.

Uma típica rua de Gracias, em Honduras, a antiga capital da América Central

Uma típica rua de Gracias, em Honduras, a antiga capital da América Central


Chegamos à pequena cidade colonial de Gracias e tivemos um fim de tarde super agradável na varanda do nosso hostel. Tomamos uma Salva Vidas (cerveja local) com vista para as montanhas e os charmosos telhados alaranjados feitos na época da colônia espanhola. A cidade é pequena e simpática, mas sem grandes atrativos. Para quem tiver tempo, nos seus arredores existem alguns mirantes, rios e cachoeiras a serem explorados.

Gracias, um pedaço de Minas Gerais no coração de Honduras

Gracias, um pedaço de Minas Gerais no coração de Honduras


No dia seguinte continuamos para o Lago Yojoa que está localizado a meio caminho, entre as duas principais cidades do país, San Pedro Sula e a capital Tegucigalpa. Rodeado por montanhas e uma floresta tropical úmida, o Lago Yojoa é o paraíso para birdwatchers e hikers de plantão.

Plantação de café e banana no meio da mata, na Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras

Plantação de café e banana no meio da mata, na Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras


Escolhemos a área de Los Naranjos, próxima a um pequeno sítio arqueológico, cachoeiras e com alguma infraestrutura turística. Nossos amigos da Round House haviam indicado a D&D Brewery que além de produzir boas cervejas artesanais, aluga cabanas em meio a um pequeno bosque. À noite ainda provamos uma de suas cervejas exclusivas de damasco e outra de chocolate, muito saborosas. O estoque de pale ales e stouts havia sido completamente exaurido na Semana Santa que acabava de passar. Chegamos lá no final da tarde e já não havia um quarto disponível, então ficamos hospedados em um hotel vizinho, a Finca Paraíso.

lago Yojoa, região central de Honduras

lago Yojoa, região central de Honduras


Influenciada pelo último lago que havíamos conhecido em Flores, na Guatemala, eu estava esperando que os hotéis ficassem na beira do lago, para nadarmos, andarmos de caiaque, etc. Infelizmente eu estava enganada, o lago é raso, com muitas plantas e difícil acesso, sendo usado mais para passeios de barco e pesca.

Lago Yojoa, região central de Honduras

Lago Yojoa, região central de Honduras


As atividades ao redor do lago são caminhadas com guias para avistamento de pássaros, trekkings pela cloud forest e até o pico Santa Bárbara, com sorte, com boas vistas do lago. Isso não era exatamente o que estávamos procurando, então aproveitamos as atividades que a própria finca oferecia, trilha para o mirante do Índio Desnudo e até o Poço Azul, lugares sagrados para os indígenas que viviam nesta região.

No meio da mata, um pequeno lago azul que foi um centro cerimonial do povo Lenca (na Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras)

No meio da mata, um pequeno lago azul que foi um centro cerimonial do povo Lenca (na Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras)


Caminhada pela mata da Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras

Caminhada pela mata da Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras


Caminhamos pela nossa vizinhança, brincando com os cachorros, vendo as crianças voltar da escola em seus tradicionais uniformes e assuntando com a apoiadora master do time de futebol da vila, a tia lavadeira que tinha os uniformes de todo o time estendidos em seu varal.

A simpática senhora que lavou toda a roupa de um time de futebol, perto do lago Yojoa, região central de Honduras

A simpática senhora que lavou toda a roupa de um time de futebol, perto do lago Yojoa, região central de Honduras


Toda a roupa de um time de futebol seca no varal de uma casa no meio do campo, perto do lago Yojoa, região central de Honduras

Toda a roupa de um time de futebol seca no varal de uma casa no meio do campo, perto do lago Yojoa, região central de Honduras


Fizemos um brunch na D&D Brewery com direito a hashbrown, ovos e blueberry pancake, delicioso! Escrevemos sob a trilha sonora natural das centenas de pássaros que vivem e se alimentam nas árvores frutíferas da finca e para refrescar tomamos coragem e demos um tchibum no Rio Blanco, também conhecido como Río Frío, e que numa versão realista deveria chamar-se Río Helado!

Estrada rural na região do lago Yojoa, em Honduras

Estrada rural na região do lago Yojoa, em Honduras


Delicioso e refrescante banho de rio na Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras

Delicioso e refrescante banho de rio na Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras


Belíssimas flores durante caminhada pela Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras

Belíssimas flores durante caminhada pela Finca Paraíso, perto do lago Yojoa, região central de Honduras


O tempo urge, temos prazos para chegar novamente ao próximo continente. Sem lago para nadar e nem mais delongas decidimos seguir caminho, com uma parada em um dos restaurantes às margens do lago na estrada para Tegucigalpa. Almoçamos com a bela vista do lago, das montanhas, dos bois pastando e das aves voando tranquilas sobre as águas do Yojoa. Ao nosso lado uma família menonita que assistia aos Jogos de Inverno ao som de uma bachata, a música sertaneja da América espanhola.

Pier avança até a borda do lago Yojoa, região central de Honduras

Pier avança até a borda do lago Yojoa, região central de Honduras


Tegucigalpa me surpreendeu negativamente, pois eu esperava encontrar pelo menos um canto da cidade que fosse mais interessante. O centro é como todo centro, prédios mais antigos, ruas bem movimentadas e uma igreja na praça central. Os bairros são desorganizados, mal urbanizados e mal saneados, muita sujeira, muitos fios, muitas casas enjambradas e nenhum charme.

Trânsito e milhões de fios nas ruas de Tegucigalpa, a capital de Honduras

Trânsito e milhões de fios nas ruas de Tegucigalpa, a capital de Honduras


Grafite nas ruas de Tegucigalpa, a capital de Honduras

Grafite nas ruas de Tegucigalpa, a capital de Honduras


Não conhecemos o Sector Hotelero da cidade, que seria mais caro, mais maquiado e menos real. Fomos direto para a Colônia Palmira, um bairro classe média, cortado pela Avenida Morazán que reúne prédios comerciais, centros médicos e uma infinidade de redes americanas de fast food. Acho que precisaríamos de mais tempo para encontrar os recantos e riquezas de Tegucigalpa.

Visão de Tegucigalpa, a capital de Honduras

Visão de Tegucigalpa, a capital de Honduras


Assim sendo, o nosso hostel foi o melhor refúgio que poderíamos encontrar nessa selva de pedras. Uma casa colonial bem confortável, os donos muito atenciosos e um café da manhã típico muito gostoso. Lingüiça, banana, feijão refrito (tipo tutu), um prato de leite com sucrilhos e suco de laranja natural. Bem energético, ótimo para aguentarmos as próximas horas de estrada e fronteira a caminho da Nicarágua.

Nosso simpático B&B em Tegucigalpa, a capital de Honduras

Nosso simpático B&B em Tegucigalpa, a capital de Honduras


Café da manhã típico, em nosso B&B em Tegucigalpa, a capital de Honduras

Café da manhã típico, em nosso B&B em Tegucigalpa, a capital de Honduras


Três dias, três lugares completamente diferentes, da histórica Gracias, passando pelo interior de Yojoa e chegando à metrópole suburbana de Tegucigalpa. Uma boa colcha de retalhos que somadas às mais turísticas Bay Islands e Copán, nos ajudaram a formar uma ideia mais clara de Honduras. Fechamos nossa passagem por aqui com uma nova visão do país, um lugar de gente muito receptiva e amável, terras férteis, montanhas, parques nacionais, cidades históricas e muita riqueza cultural, mas que ainda tem muito a se desenvolver, muitos ranços políticos a acertar e um clima pesado no ar para dissipar, depende para onde você olhe e o que queria enfocar. E você, qual Honduras vai querer conhecer?

Lago Yojoa, região central de Honduras

Lago Yojoa, região central de Honduras

Honduras, Yojoa, Gracias, Capital, Cidade Colonial, cidade histórica, Lago

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Rapa Nui

Chile, Ilha de Pascoa, Ilha De Pascoa, Hanga Roa

As ruínas de Tahai, a 15 minutos de caminhada de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico

As ruínas de Tahai, a 15 minutos de caminhada de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico


A Ilha de Rapa Nui, mais conhecida como Ilha de Páscoa, é uma ilha polinésia isolada no Oceano Pacífico a 3.526 km da costa chilena, 2.075 km das Ilhas Britânicas de Pitcairn e 4.251 km de Papeete, capital da Polinésia Francesa. Sua origem vulcânica está ligada à cadeia submarina de vulcões que se levanta desde os 2 mil metros de profundidade entre a Placa de Nazca e a pequena Placa de Páscoa.

Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Sua história, sua cultura e suas belezas naturais a faz um dos principais atrativos turísticos do Chile, seu isolamento, um lugar de muitos mistérios. Poucos conhecem a sua cultura, mas acredito que muitos já devem ter escutado sobre a ilha no meio do Pacífico que destruiu toda a floresta para a construção de imensas estátuas de pedras. Em tempos de aquecimento global e esgotamento de recursos naturais, a Ilha de Rapa Nui vem emprestar a sua história como exemplo de colapso natural e social em uma escala ainda mensurável.

Surfista aproveita as ondas no mar de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Surfista aproveita as ondas no mar de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Taratruga descansa em praia de Hanga Roa, a única cidade da Ilha de Páscoa

Taratruga descansa em praia de Hanga Roa, a única cidade da Ilha de Páscoa


As florestas se foram, mas a cultura polinésia está mais viva do que nunca e é nela que iremos mergulhar nestes próximos dias de viagem. Ahus, moais, tangata manu e uma infinidade de lugares, paisagens e histórias que fazem desde pequeno pedaço de terra no meio do oceano um dos lugares mais especiais na nossa América do Sul.

Escultura no litoral de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Escultura no litoral de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Chegamos ao aeroporto de Hanga Roa depois de um vôo de quase 5 horas vindo de Santiago e fomos recebidos por Joana com colares de flores de boas-vindas, um costume comum às ilhas polinésias. Por um momento me senti chegando novamente ao Hawaii.

Chegando ao aeroporto da Ilha de Páscoa.

Chegando ao aeroporto da Ilha de Páscoa.


Joana é uma rapa nui de origem tahitiana, dona do Residencial Vaianny onde ficamos hospedados na cidade de Hanga Roa. Todos os rapa nuis tem alguma mistura, seja chilena, tahitiana, francesa, sueca, americana ou neo zelandesa.

Recepção calorosa do nosso hotel, ainda no aeroporto da Ilha de Páscoa

Recepção calorosa do nosso hotel, ainda no aeroporto da Ilha de Páscoa


As famílias rapa nuis veem com bons olhos a entrada de estrangeiros nas suas famílias. Isso por que a chegada dos europeus, com doenças e a captura de nativos para escravização nas minas de prata e ouro do Peru, quase fez desaparecer a população nativa da ilha. Pouco mais de uma centena restaram e desde então trataram de se multiplicar, mesclando sangues com diferentes marinheiros, viajantes e turistas que passam por aqui. O novo membro da família nunca será considerado um rapa nui e terá que ralar para entender a língua, a cultura e as histórias que passam na forte cultura oral da ilha. Seus filhos, porém, loiros, ruivos, negros ou mestiços serão orgulhoso rapa nuis desde sempre!

Criança se diverte com bola na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Criança se diverte com bola na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


A paisagem não deixa dúvida: a Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico, tem origem vulcânica!

A paisagem não deixa dúvida: a Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico, tem origem vulcânica!


A ilha possui quase 6 mil habitantes e 3 mil cavalos selvagens. Os primeiros vivem, na sua maioria, na única cidade da ilha, Hanga Roa. Já os cavalos estão espalhados pela ilha, livres, leves e soltos!

Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)

Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)


Hanga Roa é uma cidadezinha simpática com uma rua principal cheia de restaurantinhos, lojas de artesanatos, mercadinhos e o governo municipal. A economia da ilha gira em torno do turismo e da pesca. A maioria dos insumos vêm do continente, inclusive grande parte dos vegetais, verduras e legumes, que são consumidos por aqui. Pelo clima semiárido da ilha a produção que mais se adapta à este ambiente é o abacaxi, rodando pelo interior vemos muitas plantações. Existe um movimento entre os locais para o plantio de pequenas hortas, a Joana mesmo tem no quintal da pousada pés de alfaces, temperos, mamão, limão, abacaxi e outros. Empanadas fazem parte das especialidades chilenas que foram adotadas e adaptadas ao sabor polinésio, com recheio de atum ou outros pescados. Ceviches e outros pratos de frutos do mar, com toques afrancesados são as especiarias que combinam a influência tahitiana e da polinésia moderna à Ilha de Páscoa.

Nosso apetitoso jantar em Hanga Roa, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Nosso apetitoso jantar em Hanga Roa, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Nossa primeira tarde na ilha foi de reconhecimento da área de Hanga Roa. Saímos a pé zanzando pelas ruas da cidade e a caminho dos nossos primeiros moais, as famosas estátuas funerárias esculpidas em homenagem aos ancestrais rapa nuis. Os moais estão espalhados por toda a ilha, geralmente próximos ao mar.

O primeiro Moai, a gente nunca esquece! (em Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico)

O primeiro Moai, a gente nunca esquece! (em Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico)


Já no porto da cidade de Hanga Roa encontramos as primeiras estátuas, mas é a 10 minutos dali que está o centro político mais importante da tribo Marama e um lugar perfeito para ver o pôr do sol, o Ahu Tahai. Ele se constitui de três altares, o Ahu Vai Uri com cinco Moais, o Ahu Tahai com o Moai mais antigo do grupo e o Ahu com o Moai Ko Te Riku, este com o Pukao, tocado vermelho que é um símbolo de status social e político e 5 metros de altura.

Fim de tarde em Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico

Fim de tarde em Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico


Como em um ritual, turistas, locais e dezenas de cachorros se reúnem nos gramados ao redor do Ahu Tahai, sob a mirada de seus ancestrais, para despedir-se do dia que passou. Alguns corredores passam no seu exercício diário como se fosse normal ter este lugar como pista de treino.

Um belíssimo pôr-do-sol em Tahai, ruína ao lado de Hanga Roa, a única cidade da Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Um belíssimo pôr-do-sol em Tahai, ruína ao lado de Hanga Roa, a única cidade da Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Olhe ao seu redor, localize-se no mapa mundi, estamos em uma ilha no meio do Pacífico contemplando o pôr-do-sol à sombra de estátuas esculpidas por uma antiga cultura polinésia há mais de 500 anos! É, acredito que começamos bem a nossa temporada rapa nui, que nossos ancestrais nos acompanhem.

Admirando os incríveis Moais de Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Admirando os incríveis Moais de Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

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Vida Garifuna

Belize, Hopkins

Praia em Hopkins, no litoral sul de Belize

Praia em Hopkins, no litoral sul de Belize


Se você é daqueles que gosta de viajar para encontrar culturas contrastantes, novos idiomas, sons e sabores, Hopkins é um ótimo lugar em Belize para começar as suas explorações. Oficialmente a única Vila Garifuna do país, Hopkins mantém vivos os costumes, tradições e a história dos “Black Caribs”. Dangriga, Punta Gorda e Placencia também são cidade garifunas, porém maiores, o que dificulta o encontro com o ritmo e a cultura dos seus moradores.

Cães (incluindo o Chími - o marrom) brincam em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Cães (incluindo o Chími - o marrom) brincam em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize


A maioria da sua população vive uma vida simples, homens no mar pescando o almoço e o jantar de cada dia, enquanto mulheres cuidam da casa, filhos, cozinham e fazem artesanatos. O seu idioma é uma mistura de arawak, carib e dialetos africanos, onde homens e mulheres possuem vocábulos próprios, nunca usados pelo outro sexo. Dizem que a origem disso estaria ligada à história do surgimento dos Garifunas, quando apenas mulheres Arawaks sobreviveram e se uniram aos Caribs e aos negros fugidos dos navios negreiros, que anos mais tarde foram expulsos da ilha de St Vicent.

Fim de tarde, chegando de volta à Hopkins, no litoral sul de Belize

Fim de tarde, chegando de volta à Hopkins, no litoral sul de Belize


Depois da nossa passagem pelos cayes, a parte mais turística de Belize, estávamos em busca de um lugar que nos mostrasse um pouco mais o mosaico de culturas que convive no país. A população maya se concentra no sul e os garifunas em algumas cidades e vilas na linha litorânea. Saímos de Corazal, quase na fronteira com o México, passamos por Belize City, ex-capital e principal centro econômico do país e seguimos em direção à Placencia. A nossa primeira ideia era dormir em Placencia, mas algo me dizia que lá não era o lugar, então resolvemos desviar pouco menos de 20km e dar uma olhada na pequena vila de Hopkins.

Longo trecho de estrada de terra no caminho para o sul de Belize

Longo trecho de estrada de terra no caminho para o sul de Belize


A pacata vila parecia quase deserta, tamanho o calor que fazia no meio daquela tarde ensolarada. Vimos algumas crianças correndo pelas ruas enquanto suas mães, nas portas das casas de madeira com telhado de palma, viam aquele casal de “gringos” chegar em sua espaçonave prateada. Cruzamos toda a vila pela rua de terra paralela à praia de águas tranquilas e repleta de coqueiros, buscando algum lugar para comer. Nossa primeira parada foi no centro de cultura garifuna, onde alugam alguns quartos e oferecem aulas de tambor. Não havia ninguém... Apenas tambores e uma bagunça imensa, pratos sujos, cumbucas, garrafas plásticas e lixo por tudo. A televisão ligada dava aquele ar de que o local fora abandonado em meio a uma invasão bárbara.

Praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Praia de Hopkins, no litoral sul de Belize


Continuamos, agora encasquetados com as placas de um lugar que dizia ter cabanas, café, restaurante vegetariano à beira da praia, Kismet Inn. Quando chegamos demos de cara com Elvis,um negão rasta, garifuna simpático. Elvis desentocou Tricia do quarto, uma new yorker de origem judia que depois de ter um dos restaurantes mais badalados de Nova Iorque resolveu viver no Caribe. Ela viveu anos na Jamaica, onde teve uma gravadora de discos e, sabe Deus como, veio parar aqui.

Frente do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize

Frente do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize


Tricia tem as melhores histórias que você pode imaginar! Como bem definido por Gaston, “I love Tricia, there´s always a drama”. O Kismet Inn por si só é uma atração, dormimos em uma cabana de pescador no terreno à beira mar repleto de coqueiros, galos e cachorros. Os jantares familiares feitos por Tricia incluem desde sabores indianos veganos à sopa de tartaruga que o seu homem, Elvis, pescou. Mesmo homem em quem Tricia quase ateou fogo quando ele apareceu, mais uma vez, bêbado. Ela tinha avisado que o mataria se acontecesse de novo! Gargalhava nos contando que enquanto ele estava desmaiado de bêbado jogou álcool ao redor dele e o acordou riscando fósforos em falso, em seu ímpeto torturador para dar-lhe uma lição. A cara de susto do Elvis deve ter sido tão cômica quanto a risada de Tricia contando o causo! Histórias tristes contadas com seu humor ácido que se reunidas dariam um filme perfeito numa mistura meio Tarantino e meio Wood Allen.

A Cher, o galo do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize

A Cher, o galo do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize


Nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize

Nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize


Durante os dias nós trabalhamos nos blogs e caminhamos pela praia, socializamos com os locais na pizzaria vizinha, onde encontramos a melhor pizza da ponta norte de Hopkins (a única, a propósito). As crianças batem ponto lá vendendo doces de coco, cassava e cacau, além de pedir a colaboração para o festival de pipas que reúne a comunidade no próximo dia 16. Infelizmente perdemos o festival, mas não a chance de socializar com estes lindos garifuninhas. No nosso primeiro pôr do sol em Hopkins, acompanhados de uma boa Belize Stout (como chamam a cerveja local, Belikin), conhecemos Gaston, outro personagem citado acima.

Meninas garifunas vendem artesanato para turistas em Hopkins, no litoral sul de Belize

Meninas garifunas vendem artesanato para turistas em Hopkins, no litoral sul de Belize


Um holandês que vive pelos mares do Caribe há 9 anos morando em seu veleiro. Hopkins é um dos seus lugares preferidos, onde encontra pessoas de verdade, sem firulas e falsidades. Gente simples, que vive a vida tranquila, com seus problemas e suas alegrias, a vida como ela é e não como ninguém (ou nenhum sistema) disse que deve ser. Gaston é um homem vivido e de opiniões fortes que já morou em diversos países da África, Europa e América Central.

Nossa primeira foto do Gaston, antes mesmo de conhecê-lo (em Hopkins, no litoral sul de Belize)

Nossa primeira foto do Gaston, antes mesmo de conhecê-lo (em Hopkins, no litoral sul de Belize)


Ele nos convidou a fazer um tour em seu barco até a Grande Barreira de Corais e a pequena ilha de Tobacco Caye. Nós estávamos procurando algo parecido nos arredores, tínhamos uma opção de snorkel em uma ilha mais próxima e ainda tínhamos ficado com o camping na Half Moon Caye, que não aconteceu, entalado na garganta. No dia seguinte nadamos até seu barco sendo atucanados por um peixinho branco desgraçado e com alguma chance de cruzar um peixe-boi que às vezes aparece por estas águas. Conhecemos o barco, conversamos novamente para fechar os detalhes e decidimos partir com Gaston para uma velejada de 3 dias pelas águas azuis de Belize. Partiríamos no dia seguinte, depois de mais uma noite de histórias e gargalhadas com Tricia, seus vizinhos, Gaston e Cris, amigo canadense que chegou em veleiro hoje.

Barco ancorado em frente ao nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize. Ainda não conhecíamos o 'The Rob'...

Barco ancorado em frente ao nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize. Ainda não conhecíamos o "The Rob"...


Hopkins foi uma das melhores surpresas da viagem, conhecemos personagens memoráveis, pessoas muito especiais! Cada um deles nos relembrou à sua forma meio esquizofrênica que a vida é assim, cheia de altos e baixos, surpresas e loucuras. Foram dois dias que nos ensinaram como é importante seguirmos nossos instintos, deixando a vida fluir e principalmente, aproveitando esta oportunidade única que temos de poder mudar de planos a qualquer momento. Enfim, deixar a vida nos fazer feliz!

Noite em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Noite em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Belize, Hopkins, Garifunas, Kismet Inn

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A Poderosa Tikal

Guatemala, Flores, Tikal

Apenas os templos mais altos se erguem acima da mata que cobre Tikal, na Guatemala

Apenas os templos mais altos se erguem acima da mata que cobre Tikal, na Guatemala


Uma das maravilhas do mundo maya, Tikal foi uma das maiores cidades do período clássico desta civilização. Embora seu auge tenha acontecido durante o período clássico várias de suas construções remontam de tempos muito mais antigos, em volta de 700 anos antes de Cristo. A estrutura mais antiga é a Pirâmide (700a.C) com 32m de altura e 80m de base.

A 'pirâmide', um dos maiores edifícios de Tikal, na Guatemala

A "pirâmide", um dos maiores edifícios de Tikal, na Guatemala


No sítio arqueológico entre imensas ceibas, a árvore sagrada dos mayas, e vários macacos aranhas, foram encontradas também algumas moradias subterrâneas onde viveria não apenas o povo, mas também a nobreza da cidade nos tempos mais antigos.

A Ceiba, a bela e sagrada árvore dos mayas, em Tikal, na Guatemala

A Ceiba, a bela e sagrada árvore dos mayas, em Tikal, na Guatemala


Começamos a nossa visita acompanhados do José, guia local muito paciente que nos deu as primeiras noções da escrita maya, sufixos e prefixos desenhados junto aos nomes dos seus governantes e ao nome da própria cidade. O símbolo de Tikal é quase como um escudo e se repete em todo o sítio arqueológico, nas suas estelas e escrituras.

Nosso guia nos ensina a ler o hieroglifo de Tikal, na Guatemala

Nosso guia nos ensina a ler o hieroglifo de Tikal, na Guatemala


Com o nosso guia, caminhando pelas trilhas de Tikal, na Guatemala

Com o nosso guia, caminhando pelas trilhas de Tikal, na Guatemala


O templo mais impressionante é o Templo I, construído pelo grande Ah Cacau, governante que restaurou o exército e a grandiosidade de Tikal. Parece que aqui a regra do avô rico, pai nobre e filho pobre não se aplica, já que foi o tataratatarataraneto o mais guerreiro de toda a linhagem e seguido os passos do pai, vingou morte na guerra contra Caracol.

O magnífico Templo I, construção símbolo de Tikal, na Guatemala

O magnífico Templo I, construção símbolo de Tikal, na Guatemala


Ele teve o seu período de glória e grandeza, construindo os maiores templos e castelos, Templo I em seu nome, Templo II, também conhecido como o templo da rainha e o templo de Las Ventanas, onde ele passaria sua lua de mel com cada uma de todas as suas esposas.

O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Todo o conjunto da Gran Plaza é impressionante e merece uma boa hora para ser admirado e explorado, sentar-se em uma de suas sombras apenas para sentir a grandeza, o poder e as histórias dos que passaram por ali. Ao lado do Templo I está a Acrópole Norte onde estariam enterrados, em diversas fases construtivas, todos os sacerdotes que governaram Tikal antigamente.

Templo e várias estelas em Tikal, na Guatemala

Templo e várias estelas em Tikal, na Guatemala


O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


A última parada é o Templo IV, o mais alto de todo o mundo maya! Na realidade quase toda a pirâmide esta desmoronada e em restauração, mas foi construída uma escada de acesso ao topo de onde podemos ter uma das mais belas vistas de Tikal.

Subindo até o alto do Templo IV, o mais alto de Tikal, na Guatemala

Subindo até o alto do Templo IV, o mais alto de Tikal, na Guatemala


As ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

As ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


São mais de 300 degraus para chegar ao topo e de lá vemos toda a floresta de Peten e a ponta de alguns dos templos do sítio arqueológico, fazendo força para lembrar que na época não existiam árvores por aqui, toda esta mata é secundaria e foi queimada pelos mayas para a construção das pirâmides que vemos.

Admirando Tikal do seu ponto mais alto, o topo do Templo IV (na Guatemala)

Admirando Tikal do seu ponto mais alto, o topo do Templo IV (na Guatemala)


Um final de tarde maravilhoso no topo do Templo IV fechou a nossa visita. Lá no alto ainda encontramos dois brasileiros, um curitibano e outro paulista, apaixonados pela cultura Maya.

Encontros com brasileiros nas ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Encontros com brasileiros nas ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Muitos visitantes que vem até Tikal gostam de ver o sol nascer ou se por lá de cima, principalmente nesta época do ano, quando o solstício de verão está se aproximando e é quando o alinhamento do sol, acontece com as pirâmides principais de Tikal. Nós cruzamos um grupo grande de estudantes de arquitetura vindos da capital que devem dormir por aqui para acompanhar o fenômeno.

Um belo piaca-pau à procura de seu almoço, durante passeio às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Um belo piaca-pau à procura de seu almoço, durante passeio às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Encontro com o macaco-aranha, durante visita às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Encontro com o macaco-aranha, durante visita às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


A área é imensa e não existe um caminho mais curto, pode vir preparado com água e tênis para uma boa caminhada abaixo da mata e do sol escaldante. A visita dura no mínimo 3 horas, mas pode contar com 5 horas para aproveitar tudo com calma, tempo para sentir, fotografar e perguntar tudo e mais um pouco para o guia.

No alto do Templo IV, observando o mapa das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

No alto do Templo IV, observando o mapa das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Este foi o nosso penúltimo sítio arqueológico, uma pérola e um marco na arquitetura e na história dessa civilização, imperdível mesmo para os menos afeitos a história e arqueologia. Logo chegaremos a Copán para fechar com chave de ouro este extenso roteiro pelo Mundo Maya.

As ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

As ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Guatemala, Flores, Tikal, arqueologia, maya, Mundo Maya

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Tatajuba, o retorno

Brasil, Ceará, Jericoacoara, Tatajuba

Maré bem baixa na partida de Tatajuba - CE

Maré bem baixa na partida de Tatajuba - CE


Dormimos maravilhosas 12 horas totalmente merecidas depois da longa empreitada de ontem, 40 e poucos quilômetros caminhando de Jericoacoara até Tatajuba. Mas se viemos teremos que voltar, não é? Antes mesmo de sair de Jeri, minha ideia era de retornar de bugue, afinal sabe Deus o estado que minhas pernas iriam estar. Depois de muitos alongamentos e uma noite bem dormida, acordei bem, com um pouco de dor muscular, mas recuperada da dor nas costas de ontem. Um delicioso café da manhã com frutas e pão integral, uma oferta tentadora de carona dos holandeses donos da pousada, mas resolvi voltar andando. Como eles iriam mais tarde, qualquer problema eu subia no bugue no meio do caminho.

Maré bem baixa na partida de Tatajuba - CE

Maré bem baixa na partida de Tatajuba - CE


Começamos a caminhada mais tarde, quase 11h da manhã, a maré ainda estava baixa, mas o sol já estava alto. Conseguimos atravessar sem problemas o rio Tatajuba e pé na tábua, acelerar o passo para não pegar a maré muito alta lá no final. Logo no início ganhamos uma companhia curiosa, Felipe, um mineiro que está descendo o litoral de São Luis no Maranhão, até Recife, para o carnaval. Ele está pedalando desde a metade de janeiro e ainda tem pouco mais de um mês para chegar lá. Economista, aventureiro e mais um maluco de plantão, quando soube que o Rodrigo era economista também, tratou de advertir: “Cuidado hein Rodrigo, sempre que um maluco morre nessas aventuras, o cara é economista.” E o pior é que é verdade, vejam as últimas notícias, essa inconseqüência faz parte do perfil! Rsrsrs! Felipe passou sede e fome nos Lençóis Maranhenses e foi “resgatado” por pescadores, que o ensinaram os truques da região, e assim, batendo a cabeça nós vamos aprendendo. Isso é o mais gostoso da viagem, a vivência e o aprendizado, custe o que custar!

Caminhando de Tatajuba para Jeri, antes de chegar à barra do Guriú - CE

Caminhando de Tatajuba para Jeri, antes de chegar à barra do Guriú - CE


Nos separamos, cada um seguindo o seu ritmo, ele de bike e nós a pé. Como sempre a sensação é que a volta é mais rápida. Depois de uma chuvinha refrescante, o sol voltou rachando coco e logo estávamos na barra do rio Guriú. Hoje não tinha jeitinho nem mega voltas que resolvessem a maré alta, tínhamos que pegar a balsa. Um longo caminho aparentemente aterrado, ou melhor, “areiado” dentre árvores de um manguezal, nos levaram direto para as balsas. Nessa estrada tive uma chance de pegar a lotação que faz a linha Jeri – Camocin – Jeri, uma Toyota mais antiga, eles até pararam, mas eu dispensei. Depois fomos descobrir que o amigo do Felipe, outro biker com o pé machucado, estava na mesma lotação!

Camionete atravessa a barra do Guriú - CE

Camionete atravessa a barra do Guriú - CE


Logo depois da balsa, andamos mais um quilômetro e paramos para um banho de mar, alongamento e uma bolachinha para aplacar a fome. Foi ali novamente que dispensei a carona dos nossos amigos holandeses, que passaram a caminho de Jeri. Realmente fiquei decidida a terminar o caminho a pé. Alguns quilômetros depois, com dor nas costas e a maré cada vez mais alta eu quase me arrependi, mas aí é o que o psicológico tem que ser mais forte, e o marido também para ajudar a carregar a mochila! Rsrs!

Tentando ajudar o balseiro na travessia da barra do Guriú - CE

Tentando ajudar o balseiro na travessia da barra do Guriú - CE


A paisagem na maré alta fica completamente mudada. Surgem pequenas lagoas doces que eu não havia visto no alto da praia, as pedras e piscinas formadas pela maré desaparecem. A praia fica muito mais difícil de andar, inclinada e com areia fofa, mas temos que andar, parar é pior. Já com fome e cansados começamos a sonhar com aquela barraquinha do seu Manelinho, lá no Mangue Seco. Chegamos lá e vimos um movimento de barcoa, bugues e o Felipe saindo com algo alaranjado na mão, tinha certeza que era uma cerveja gelada, estávamos chegando àquele oásis prometido! Mais dois passos e a cerveja se tornou uma manga e descobrimos que era tudo uma miragem. A manga estava uma delícia, aceitei duas mordidas na manga cultivada com tanto carinho pelo companheiro, mas a cerveja que é bom, nada. O sol queimando até, a maré no ponto mais alto, ele parou, pois se a pé está ruim de bicicleta fica quase impossível.

Aproveitando uma rara e bendita sombra na longa caminhada de Tatajuba para Jericoacoara - CE

Aproveitando uma rara e bendita sombra na longa caminhada de Tatajuba para Jericoacoara - CE


Novamente, cada um nos seu ritmo, nós continuamos nossa caminhada, agora restam uns 6 ou 7km apenas para chegarmos ao restaurante mais próximo! Agora o primeiro riachinho que passamos ontem com águas nas canelas, hoje foi com mochila na cabeça. Em compensação, a paisagem aqui deste lado ficou ainda mais bonita, com lagoas cheias e aquelas cenas idílicas de pescadores.

Atravessando, na maré cheia, o último obstáculo antes de chegar em Jericoacoara - CE

Atravessando, na maré cheia, o último obstáculo antes de chegar em Jericoacoara - CE


Pesca com rede numa das lagoas formadas na maré cheia, próximo a Jericoacoara - CE

Pesca com rede numa das lagoas formadas na maré cheia, próximo a Jericoacoara - CE


Chegamos direto no nosso predileto, o crepe à beira da praia. Hummm, delícia! Creme e duas águas de coco para repor toda a energia, alongamento para garantir que chegarei até a pousada. Levamos pouco menos de 5 horas para chegar de Tatajuba à Jeri, vencido o desafio! A comemoração foi um jantar no Mosquito Blue, restaurante à beira mar, céu estrelado, um risoto quatro queijos regado a um saboroso carmenere, depois de 70 km em dois dias, temos direito! Nossa última noite em Jeri foi tranquila, os bares e caipirinhas estão num ritmo mais tranquilo, as ruas mais vazias, será mais fácil cairmos novamente nos braços de Morpheu, para o nosso merecido descanso.

Fim de caminhada, final de tarde, próximo à Jericoacora - CE

Fim de caminhada, final de tarde, próximo à Jericoacora - CE

Brasil, Ceará, Jericoacoara, Tatajuba, Barra do Guriú, Praia, trilha

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El Yúnque e os vagalumes do mar

Porto Rico, Fajardo

Vista do parque El Yunque, em Porto Rico

Vista do parque El Yunque, em Porto Rico


A natureza é algo impressionante mesmo e nós humanos temos a sorte de poder conhecer e desfrutar todas as suas formas. Uma delas que nós brasileiros já estamos muito acostumados é a mata verdejante que cobre boa parte do nosso país. Pois é, esta é uma das maiores atrações de Porto Rico, o Parque Nacional El Yúnque, que guarda uma das maiores florestas tropicais no Caribe.

Torre no monte Britton em El Yunque - Porto Rico

Torre no monte Britton em El Yunque - Porto Rico


Chegamos cedo para conhecer o parque, a própria guarda da entrada já nos avisa que não precisamos passar pelo centro de informação turística, podemos ir direto para as trilhas. Ufa... pelo menos um parque que não tem um filminho e guias cuidando de cada passo que damos. O Rodrigo está a mil e eu a 15km/h... sabem como eu sou de manhã, demorei a dormir ontem, trabalhando e escrevendo, enquanto ele dormia tranqüilo. Um dia no El Yúnque é o suficiente para conhecer suas trilhas já bem exploradas e demarcadas pela administração turística do parque. São mais de 25 km de trilhas entre centenas de espécies de árvores e dezenas de espécies de pássaros. Começamos a trilha pela parte mais alta do parque. Os mirantes do Monte Britton e Los Picachos possuem uma linda vista das praias e montanhas, são super tranquilos e acessíveis. Com a maior parte da trilha asfaltada (???), possuem um caminho facilmente explorável por crianças, idosos e até aqueles turistas não tão esportistas, comumente encontrados aqui por estas bandas. Além das duas trilhas acima citadas, ainda fomos para a trilha da mina, esta com pontes e completamente asfaltada até a cachoeira, única liberada para banho no parque. Depois de enfrentarmos uma fila na trilha da mina para chegarmos nela e outra para sairmos, é uma delícia, refrescante!

Banho na Cachoeira da Mina em El Yunque - Porto Rico

Banho na Cachoeira da Mina em El Yunque - Porto Rico


Eu sempre tento ver o lado bom das coisas e aqui vejo que toda esta infra-turística tem claramente dois grandes benefícios: primeiro o fato de tornar acessível uma beleza natural dessas para todas as pessoas, gordos e magros, velhos e crianças, preguiçosos e esportistas. Outro benefício é ver como a trilha fica bem cuidada e principalmente o quanto um asfalto esdrúxulo desses pode segurar a erosão do morro. Enfim, este acaba sendo o preço que se paga por ter um turismo tão bem estruturado, mas se é pela conservação do meio-ambiente, vale à pena.

Ahhhh, a natureza, praias de águas transparentes, paisagens submarinas, o pôr-do-sol, cavernas, florestas tropicais e vagalumes do mar. Vagalumes do mar? Sim! Hoje à noite fomos conhecer a baia luminescente, outro santuário super protegido em Porto Rico. O país possui três baías com este fenômeno, se é que podemos chamar assim, elas ficam em La Parguera, Vieques e aqui em Fajardo. Estivemos na Parguera, mas não fomos até a baia luminescente, já que lá a poluição dos barcos a diesel já diminuiu muito a quantidade de organismos na água. Em um passeio de caiaque pelo único canal que liga a lagoa ao mar, passamos pelo mangue durante a noite, apenas a luz da lua e os vagalumes iluminavam o nosso caminho para chegarmos a esta lagoa tão especial. Ela possui as condições ideais para o desenvolvimento e multiplicação deste tipo de plâncton bioluminescente: águas rasas, rica em tanino por ser rodeada pelo mangue e com a temperatura em torno de 30°C. É um espetáculo da natureza! O banho foi proibido nas suas águas, pois o óleo natural da nossa pele ou mesmo repelentes e cremes podem matar os bichinhos. Passamos as mãos e os remos do caiaque e voltamos a ser crianças, brincando de super heróis com super poderes, produzindo luz a cada movimento. Foi mágico.

Embalados por este momento mágico, depois de retornarmos da baía fluorescente, paramos para comer os pastelillos de carne e frango em um dos barzinhos em frente da marina. Uma banda com três senhores tocam músicas românticas animando os casais mais velhos para uma dança apaixonada. Difícil foi fazer o Rodrigo levantar para dançar uma música comigo, coladinho, como nas festinhas de oitava série! O menino super envergonhado e a menina o puxando para dançar, ele não deve ter sido fácil nessa idade! Hahaha!

Boteco com música ao vivo em Fajardo - Porto Rico

Boteco com música ao vivo em Fajardo - Porto Rico


Amanhã é o nosso último dia em Porto Rico, vamos conhecer as Ilhas Virgens Espanholas, ou pelo menos uma delas, a ilha de Culebra.

Porto Rico, Fajardo, cachoeira, El Yunque, Montanha, Parque, trilha

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Asheville e o Folk!

Estados Unidos, North Carolina, Asheville

A bela igreja metodista de Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos

A bela igreja metodista de Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos


Apelidada “Land of the sky” ou “Terra do céu”, Asheville é uma cidade de pouco mais de 80 mil habitantes no estado americano de North Carolina. Situada estrategicamente entre o famoso Great Smoky Mountains National Park e o Shennandoah National Park, seus arredores já foram cenário para filmes como “O Último dos Moicanos” e até hoje atrai artistas, músicos e pessoas apaixonadas pela natureza, o que a torna um lugar alternativo e bem cosmopolita.

A pomposa arquitetura do centro histórico de Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos

A pomposa arquitetura do centro histórico de Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos


Asheville figura em uma ampla lista de rankings, citando apenas alguns deles como uma das "25 Melhores Destinos de Artes da América" (Revista AmericanStyle), "A nova “freak capital”dos EUA" pela revista Rolling Stone, "Nova Meca New Age" (CBS News) e em 2007, Asheville foi nomeada uma das sete principais lugares para se viver nos EUA pelo Ranking de cidades da Frommer.

Caminhando pelo centro histórico de  Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos

Caminhando pelo centro histórico de Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos


Nós chegamos em um dia de chuva e cinzento, mas as suas ruas, bares e restaurantes estão sempre cheios e divertidos com pessoas de todas as tribos e idades. Paramos no delicioso Salsa´s Mexican Caribbean Restaurant, restaurante que mistura o melhor das duas cozinhas, mexicana e caribenha, sempre com uma exposição interessante de artistas contemporâneos da região e um público bem antenado.

Restaurante em Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos

Restaurante em Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos


A comida é divina e muito criativa, além de ter uma boa relação custo x benefício. Nada melhor que uma boa cerveja artesanal para acompanhar uma delícia apimentada dessas. Eu provei a Pale Ale da High Lander Brewing Company, saborosa e no ponto certo para não brigar com o sabor da comida. Ótima sugestão do nosso simpático garçom.

Deliciosa e apimentada comida mexicana requintada, em Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos

Deliciosa e apimentada comida mexicana requintada, em Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos


Uma das milhares de cervejas artesanais americanas, em Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos

Uma das milhares de cervejas artesanais americanas, em Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos


A arquitetura da cidade vai do art decó ao neogótico em seus edifícios históricos, igrejas e monumentos. A chuva deu um intervalo e conseguimos andar nas ruas arborizadas, sempre cruzando um músico mambembe tocando sob uma marquise na sua viagem particular.

A pomposa arquitetura do centro histórico de Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos

A pomposa arquitetura do centro histórico de Asheville, na Carolina do Norte, Estados Unidos


À noite, não poderíamos perder a chance de ouvir uma legítima Jam Section de cordas, em uma das principais representantes da Folk Music Americana. Fomos ao mais indicado bar em Downtonw Asheville, o Jacskon Pub. Cada músico traz o seu instrumento de corda como o violino, violão, contrabaixo e o indispensável banjo! Os músicos estavam se divertindo aos montes, solos alucinados cada vez mais acelerados faziam o público ir ao delírio! Mais tarde uma banda de jovens tomou o palco e fez uma apresentação maravilhosa, essa sim era profissional! É sempre bacana ver jovens se interessando, revivendo e aprimorando tradições.

Balada com jam session com muita música Folk, em Asheville, na Carolina do Norte - EUA

Balada com jam session com muita música Folk, em Asheville, na Carolina do Norte - EUA


Asheville é o nosso ponto de partida para conhecermos a região dos Apalaches e da Blue Ridge Parkway, a road trip mais famosa no leste dos Estados Unidos.

Estados Unidos, North Carolina, Asheville, Gastronomia, Música

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Playa de La Boca a Santiago

Cuba, Playa Santa Lucia, Santiago de Cuba

Visual cubano na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Visual cubano na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


As praias do litoral norte cubano são famosas por suas areias brancas e mar azul, típica imagem de paraíso caribenho. Junto disto, porém, mesmo aqui em Cuba, estão os imensos resorts à beira mar, que dão aquela estragada básica na paisagem e no clima de paraíso que estamos buscando.

Admirando o visual da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Admirando o visual da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


A maioria dos turistas não se importa com isso, pelo contrário, procuram estes resorts all inclusive para ter uma mega estrutura à disposição, sombra, praia e água fresca. Por isso mesmo Varadero, um dos principais destinos turísticos do país, ficou fora do nosso roteiro, afinal ir para uma praia lotada de turistas branquelos em grandes hotéis não era exatamente o nosso plano.

A bela e tranquila Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

A bela e tranquila Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Nem por isso deixamos de procurar um cantinho do litoral norte de Cuba para conferirmos esse clima caribenho. Longe, bem longe de Havana, Varadero e seus cayos mais movimentados, encontramos a praia de Santa Lucia. Localizada na província de Camagüey, está a aproximadamente duas horas de carro da capital de mesmo nome. Aqui você pode encontrar vários hotéis à beira mar, menos luxuosos, mas com infra-estrutura completa para os que ainda estão em busca de mais conforto. Aos viajantes mais roots, a dica é ir direto para a Playa de La Boca e bater um papo com os moradores, pois algumas casas neste vilarejo estão preparadas para receber hóspedes.

Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


A Playa de La Boca é uma vila de pescadores localizada na ponta da praia de Santa Lucia a uns 5km dos principais hotéis, táxis e charretes fazem a viagem para lá. Uma vez nesta praia, você não vai querer sair mais! Um pedacinho do paraíso no meio de Cuba, lá além da praia paradisíaca e um clima super tranquilo, você encontrará poucos turistas, só aqueles que vêm dos grandes hotéis de charrete para passar o dia.

Sombra estratégica para estacionar na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Sombra estratégica para estacionar na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Esta é a primeira vez da Laura no Caribe, então ela levantou essa bola: eu quero ver uma praia caribenha! Agora finalmente pudemos responder a ela, chegamos ao Caribe!

Mar transparente na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Mar transparente na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


A praia tem areias finas e brancas e está rodeada por uma longa barreiras de coral, que dizem ser a segunda mais extensa do mundo! Não é coincidência que a cor da água varia do transparente ao “deep eletric blue”, passando pelo azul piscina. As praias do sul também são lindas, mas a principal diferença é que sua areia é mais grossa e amarelada e a água clara, porém mais esverdeada.

Mergulho nas águas transparentes da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Mergulho nas águas transparentes da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Um bar na praia serve os famosos mojitos cubanos, cervejinhas e pratos diversos, mas o esquema para almoçar aqui é outro. Antes de chegar ao bar, faça uma parada rápida na vila dos pescadores, nós paramos na casa do seu Eduardo, casa número 41. Ele e sua esposa preparam peixes e lagostas frescos em sua casa, com arroz e feijão, aqui conhecidos como moros y cristianos, salada e bananinha frita deliciosos! A refeição completa e bem servida saiu por apenas 28 dólares para quatro pessoas!

Deliciosa refeição em Playa Santa Lucía, litoral nordeste de Cuba (foto de Laura Schunemann)

Deliciosa refeição em Playa Santa Lucía, litoral nordeste de Cuba (foto de Laura Schunemann)


Eles moram aqui 6 meses ao ano, alugando esta casa por 1 CUC (ou 1 dólar) ao dia. Possuem uma casa em uma vila próxima, mas é aqui que encontram os turistas para tirar o seu ganha pão. Obviamente este “restaurante” é informal, mas é um ótimo negócio para eles e para nós, que saímos super satisfeitos. Enquanto nos fartávamos com o saboroso tempero de Dona Joana, Eduardo ia nos contando alguns de seus causos. O mais curioso deles é que nesta vila tão pacífica um dos maiores problemas que eles vinham enfrentando era o roubo de barcos. “Como assim!?! Alguém vem até aqui para roubar um barco? Por que?”

Nossos anfitriões na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Nossos anfitriões na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Lembram aquelas histórias de barcos cubanos cruzando o oceano para chegar aos EUA? Então, é daqui que eles saem! Aqui não é o lugar mais próximo geograficamente, mas sem dúvida é um dos menos policiados pela guarda nacional. Há uns 2 anos houve uma história de um dos pescadores, dono do barco, que saiu com um grupo para pescar para os lados de lá e a certa altura do campeonato, os pescadores revelaram o plano de atravessar para os EUA. O dono da embarcação não concordou e eles não titubearam, mandaram o homem ao mar! Chega a ser engraçado, como dizem, tem que rir para não chorar.

Sorriso depois do delicioso almoço na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Sorriso depois do delicioso almoço na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Um dia na Playa de La Boca foi pouco, mas suficiente para carregarmos as baterias e seguirmos viagem para Santiago de Cuba, nosso ponto mais a leste nesta cruzada cubana. Foram 4 horas de viagem, parte dela durante a noite. Ao longe víamos a famosa Sierra Maestra, onde Fidel e seus barbudos se esconderam por dois anos. Se tivéssemos tempo subiríamos o Monte Turquino, ponto mais alto da serra, porém tivemos antecipar a nossa volta à Havana, pegaremos um ônibus amanhã à noite, já que não havia mais vaga no avião. Chegamos à casa que estava reservada e Dona Carmen já não estava mais nos esperando. Mandou-nos para outra casa, não tão bonitinha quanto a dela, mas a essa hora só precisávamos de um bom banho e um lugar para descansar.

A Catedral no Parque Céspedes, coração de Santiago de Cuba

A Catedral no Parque Céspedes, coração de Santiago de Cuba


Saímos caminhando pela antiga Santiago, saindo da Plaza de Marte até a Plaza Céspedes, onde fizemos um lanche e assistimos um último show de trova e salsa com os nossos padrinhos Laura e Rafael. Amanhã pegamos o ônibus para Havana e eles pegarão o avião no dia 24. Eles voltaram à pousada e nós, querendo aproveitar cada minuto para conhecer a cidade.

Restaurante de hotel tradicional em Santiago de Cuba

Restaurante de hotel tradicional em Santiago de Cuba


Continuamos caminhando e encontramos nas ruas estreitas do centro histórico, a famosa Casa de La Trova, parada obrigatória da noite santiaguera. Não titubeamos em entrar para tomar uma cervejinha e fumar um belo charuto cubano. É difícil reconhecermos qual é o verdadeiro “puro” cubano. Todos vendem nas ruas e dizem que o seu Cohiba é original e o melhor. Conversamos dali, perguntamos de cá e acabamos conhecendo um especialista no assunto.

Fachada da Casa de La Trova em Santiago de Cuba

Fachada da Casa de La Trova em Santiago de Cuba


Angel é gerente de qualidade de uma fábrica aqui em Santiago, ele nos explicou como é fabricado e de que é composto o charuto, seu sabor e origem. Antigo atleta olímpico da seleção de judô, viajou por diversos países competindo e além de nos vender alguns charutos por um precinho camarada, nos acompanhou até a pousada contando ótimas histórias das suas andanças, 7 ex-mulheres e 7 filhos que tem com cada uma delas. Sim, SETE! Deve ser para dar sorte. Se o seu charuto é original nunca iremos descobrir, mas suas histórias eu garanto!

Fumando um legítimo charuto cubano na Casa de La Trova, em Santiago de Cuba

Fumando um legítimo charuto cubano na Casa de La Trova, em Santiago de Cuba

Cuba, Playa Santa Lucia, Santiago de Cuba, Camagüey, Estrada, Playa de la Boca , Praia

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O Impacto!

Estados Unidos, Arizona, Meteor Crater

Representação da grande explosão que criou a Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos

Representação da grande explosão que criou a Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos


Nossa viagem pela legendária Route 66 continua, saímos hoje de Flagstaff e temos um longo dia de atividades e muita estrada para chegar em Santa Fé. Hoje novamente máxima que esta região é desprovida de atrações turísticas cai por terra na velocidade de um meteoro e dá uma olhada no estrago que fez!

Foto aérea da Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos

Foto aérea da Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos


Àqueles ligados no que acontece no universo ao nosso redor, apaixonados pelo espaço, história geológica, química, física e biologia, este lugar vai lhes parecer familiar. Bem vindos à Cratera do Meteoro

Visita à Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos

Visita à Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos


Aqui há apenas 50 mil de anos um meteoro de 50m de diâmetro formado basicamente por ferro e níquel caiu e explodiu logo após penetrar a terra, formando uma explosão de imensa magnitude. Calcula-se que o tempo que ele levou do momento que entrou na atmosfera até o momento que explodiu no chão foi de ridículos 10 segundos. A sua velocidade, portanto seria em torno de 12 km/segundo e o impacto teve uma força estimada de 10 megatons, quase mil vezes a bomba de Hiroshima.

A impressionante cratera do meteoro, ou 'Meteor Crater', no Arizona - Estados Unidos

A impressionante cratera do meteoro, ou "Meteor Crater", no Arizona - Estados Unidos


O primeiro estudioso curioso com a cratera era o mineralogista Daniel Barringer em busca de reservas de ferro e metais preciosos pelos idos de 1900. Aqui, porém, ele encontrou um caso tão especial e intrigante que dedicou longos anos para entender qual seria a origem desta imensa cratera. Até aquele momento todas as crateras conhecidas eram consideradas de origem vulcânica, conclusão obtida inclusive pelo Chefe do Instituto Nacional de Geologia Americano.

A impressionante cratera do meteoro, ou 'Meteor Crater', no Arizona - Estados Unidos

A impressionante cratera do meteoro, ou "Meteor Crater", no Arizona - Estados Unidos


A prova final de que esta foi uma cratera criada por um meteoro foi encontrada 50 anos mais tarde pelo cientista Shoemaker, que estudava as crateras formadas pelas bombas nucleares que eram testadas pelos americanos em toda esta região. Esta cratera foi formada de forma parecida, o poderoso impacto explodiu o meteoro com um calor tão intenso que formou minerais só produzidos por eventos de grande impacto e eventualmente em explosões nucleares.

No museu, cenário simula o fundo da Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos

No museu, cenário simula o fundo da Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos


A cratera tem 1000m de diâmetro e 200m de profundidade, só para ter uma ideia, caberiam dentro dela mais de 20 campos de futebol! Observamos a maravilha natural do alto de um mirante enquanto imaginamos os primeiros astronautas a pisar na lua treinando lá embaixo, dentro dela.

Lunetas ajudam a visualizar a Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos

Lunetas ajudam a visualizar a Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos


Não foi por acaso que este foi escolhido como local de treinamento para os astronautas. Este ambiente seria, na opinião dos especialistas, o local mais parecido com a superfície lunar aqui no planeta terra. Por exemplo, foi aqui que decidiram construir uma roupa mais resistente para os astronautas, pois a calça de um deles teria rasgado ao cair no chão. Simplesmente sensacional!

A NASA fez vários de seus treinamentos na Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos

A NASA fez vários de seus treinamentos na Meteor Crater, no Arizona - Estados Unidos


O museu é muito completo, apresenta um filme com duração de uns 15 ou 20 minutos e uma exposição bem interativa sobre a formação do universo, a diferença entre meteoros, asteroides, cometas e meteoritos e várias outras informações interessantes sobre este universo. Esta atração fica há apenas 25 km da rodovia principal (I-40) e é uma ótima base para esticar as pernas e entender um pouco mais da história do nosso planeta terra.

Estados Unidos, Arizona, Meteor Crater, Cratera do Meteoro, Route 66

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A Velha Caraíva

Brasil, Bahia, Caraíva

Canoas no rio Caraíva - BA

Canoas no rio Caraíva - BA


Chegamos à Caraíva! O Rodrigo tentou me convencer a passar reto, conhecer apenas Cumuruxatiba e seguir direto para Trancoso e Itacaré. Porém, há muito tempo, eu havia me prometido que conheceria a Praia do Espelho, vizinha daqui. O Rodrigo também tem um carinho grande pela região, pois saudoso como sempre, gosta de lembrar as suas antigas viagens. A primeira para Caraíva foi com sua irmã, mãe e primo. Uma bela aventura, pois há 21 anos atrás não havia praticamente nada por aqui, apenas a casa deste amigo da família, o Zé Rubens, onde ficaram hospedados. Outra vez o Rodrigo saiu de Arraial D´Ajuda e foi a pé até Prado, parando e conhecendo cada prainha. Sendo assim não foi tão difícil convencê-lo de pararmos em Caraíva.

A barra do rio Caraíva - BA

A barra do rio Caraíva - BA


Chegamos à tarde no portinho que atravessa o rio da cidade de Caraíva Nova para a original, também conhecida como a Velha Caraíva. Lá mesmo o Rodrigo encontrou o Suco, antigo morador que soube lhe dar todas as coordenadas históricas da vila para que ele recordasse como, quando e onde havia ficado, para poder rever os lugares por onde já havia passado. Ele nos indicou a única pousada que teria internet, Bar da Praia, que coincidentemente foi um dia a casa do Zé Rubens! O Rodrigo ficou maravilhado, estamos hospedados hoje no mesmo lugar que ele esteve há 21 anos! Boas lembranças, do banho de cacimba, de quando ele e o Haroldo enchiam a caixa d´água da casa no braço, pois não havia energia elétrica, do passeio de barco até a Ponta do Corumbau e da maravilhosa comida da Duca.

O rio de Caraíva - BA

O rio de Caraíva - BA


As ruas de Caraíva me lembram muito a Ilha do Mel, ruas de areia, onde é proibido qualquer veículo motorizado, postes de luz e iluminação sem uma cobertura orgânica, tecido ou palha. A comunidade se organiza para que a vila mantenha suas características. Hoje a velha Caraíva não tem mais para onde crescer, uma vez que suas fronteiras estão delimitadas pelo mar, rio e pela área do Parque Nacional do Monte Pascoal. A única internet que existe é via rádio no internet café e está com problema há uma semana, portanto estamos ilhados. O modem da vivo até funciona, mas em uma velocidade 1G, impossível postar, checar emails, etc.

Cruzando o rio Caraíva - BA

Cruzando o rio Caraíva - BA


Depois de nos instalarmos no único quarto livre da pousada, fomos ver o encontro do rio com o mar. Uma caminhadinha de 10 minutos e chegamos a este lugar maravilhoso, onde as águas verdes do mar dominam a água ferruginosa do rio e muda completamente a paisagem durante a alta. Refrescamos-nos e vamos para a Duca, provar a famosa culinária vegetariana.

A Pousada da Praia, antiga casa de Zé Rubens, em Caraíva - BA

A Pousada da Praia, antiga casa de Zé Rubens, em Caraíva - BA


Duca é uma gaúcha que se mudou para Caraíva há 31 anos. Primeiro morou do outro lado do rio, até que conseguiu alugar uma casa e montar a escolinha, onde dava aula para as crianças da comunidade. Mais tarde conseguiu juntar um dinheirinho e comprar um terreno da marinha para construir sua casa e o seu restaurante vegetariano na beira da praia, local onde não havia ainda nenhuma construção. Mais tarde chegou o Zé Rubens e mais outro que começaram a construir suas casas em áreas próximas. Hoje a Duca está em outra sede, mas seu tempero continua maravilhoso! Salada, arroz integral, feijão e um estrogonofe de carne de soja e legumes indescritível! Se eu tivesse a Duca cozinhando para mim todos os dias com certeza não teria problema algum em virar vegetariana.

O rio de Caraíva - BA

O rio de Caraíva - BA


À noite saímos em busca de um forrózinho, afinal, sábado é dia de festa! O Forró do Pelé estava fechado, ele está reformando o cafofo. Acabamos encontrando uma festa em um restaurante próximo da igreja, onde estava rolando o aniversário do André. Não conheci o Andre não, mas dançamos um forrozinho e conhecemos três cariocas viajantes muito bacanas! Graci, Ana e Luciana estavam ali, meio deslocadas do ambiente, e resolveram puxar assunto imaginando que eu era gringa, coisa comum ultimamente, rsrsrs. Foi ótimo, além de todos os interesses, encontramos até conhecidos em comum. Depois dizem que Caraíva que é pequena!

Cruzando o rio Caraíva - BA

Cruzando o rio Caraíva - BA

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