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Blog do Rodrigo - 1000 dias

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De Volta ao Ponto de Partida

Brasil, Paraná, Curitiba

Dani e Dudu, no apartamento novo em Curitiba

Dani e Dudu, no apartamento novo em Curitiba


Voltamos à estaca zero: Curitiba. Hmmm... não é bem assim, estaca zero. Na verdade, temos 35 dias de Caribe nas costas, ótimas lembranças e uma experiência que vai ajudar bastante daqui para frente. A começar pelas malas! Deu para perceber que precisamos de muito menos roupas do que havíamos imaginado. Isso significa menos peso, menos volume. Ótimo!

Gostaria muito de chegar aqui e já poder partir no dia seguinte. Mas ainda temos algumas coisa para resolver. Nossos planos são saírmos até segunda, daqui a seis dias. Nesse meio tempo, além de resolver pendências, pretendemos fazer passeios, não só pela cidade mas também pelas redondezas.

Bom, vamos aos fatos. O Mário, pai da Ana, foi nos buscar no aeroporto. Antes disso, em Guarulhos, após passarmos incólumes pela alfândega, não passamos pela TAM. Por mais que chorasse e esperneasse, mesmo vindo de vôo internacional, nos cobraram excesso de bagagem. Paciência. Já o querido sogro, não cobrou! Nada como a família...

Patrícia, mãe da Ana, em frente à sua casa, em Curitiba

Patrícia, mãe da Ana, em frente à sua casa, em Curitiba


Fomos recebidos na casa da Patrícia, mãe da Ana, com comida típica brasileira. Uma delícia! Depois do almoço, já partimos para os afazeres. Na Acquanauta, local de todos os nossos cursos de mergulho, o Carol e o Rafa nos ajudaram a configurar nosso equipamento de mergulho. Na Race, empresa que desenvolve nosso site, tivemos uma produtiva reunião que, esperamos, vai agilizar bastante a colocação do site no ar. E de noite, fomos recebidos pela Dani, pelo Dudu e pela futura Luiza, em seu novo apartamento, para uma comida mexicana caseira e umas Bohemias. Algumas horas de conversa para tentar botar o papo em dia entre os cunhados (a Dani é a irmã mais nova da Ana).

Testando o equipamento,na Acquanauta

Testando o equipamento,na Acquanauta


Só faltou falar da Fiona. Já estamos com ela! Agradecemos muito ao Cláudio e à Rosina por terem cuidado tão bem da nossa companheira. Ela, depois de 40 dias paradas, ainda está mais ansiosa do que nós para esticar as pernas. E sem demora!

Dani e a Luiza, que está chegando!

Dani e a Luiza, que está chegando!

Brasil, Paraná, Curitiba,

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Diz aí se você gostou, diz!

Plaza Machado

México, Mazatlán

Tranquilidade na delicioza Plaza Machado, no centro histórico de Mazatlán, no México

Tranquilidade na delicioza Plaza Machado, no centro histórico de Mazatlán, no México


A primeira função de hoje foi correr atrás de nossas passagens de ferry. Tínhamos esperanças de que ele saísse hoje de tarde, por isso a pressa em descobrir. Mas a agência ali perto do nosso hotel, na praça da catedral, disse que a venda de passagens só era feita no porto mesmo. Para lá segui num dos simpáticos táxis em forma de carro de golfe que percorrem as ruas de Mazatlán. Lá, finalmente descobri que o ferry só sairia amanhã. As cabines já estavam lotadas, então vamos sentados mesmo. A passagem da Fiona, que já inclui a minha, custou 2.300 pesos. A da Ana custou 900 pesos. Cerca de 450 reais para nós três para uma viagem de 16 horas, até que é um preço bom. Gastamos mais do que isso para atravessar a Fiona do Brasil para a Guiana Francesa, numa viagem de 40 minutos.

A charmosa arquitetura do centro histórico de Mazatlán, no México

A charmosa arquitetura do centro histórico de Mazatlán, no México


Voltei para o nosso hotel na Plaza Machado em tempo de me fartar com a Ana no fabuloso desayuno que o Ernesto arrumou para nós, em plena praça, em frente ao hotel. Suco de laranja de verdade, muitas frutas, iogurte, granola, pães, tortilhas, queijo, tudo bem fresquinho que ele tinha acabado de buscar no mercado e na padaria. Todo esse banquete no delicioso ambiente que é a Plaza Machado, bem arborizada e tranquila nesta hora da manhã. Os poucos pedestres que ali passavam nos olhavam com um misto de admiração e inveja, hehehe. Infelizmente, estávamos sem as máquinas fotográficas, mas no desayuno de amanhã estaremos preparados!

Passeando pela orla de Mazatlán, no México

Passeando pela orla de Mazatlán, no México


Depois do banquete saímos caminhando pelo centro histórico. São poucos quarteirões, entre a praia e a praça da catedral que podem ser percorridos rapidamente. Mazatlán tem um dos mais animados carnavais do México e de todo o Caribe e é tudo feito ali, nos quinhentos metros de orla da praia do centro. É a época que mais atrai turistas, principalmente mexicanos. No resto do ano, quem predomina são americanos, principalmente os aposentados que fizeram da cidade sua segunda casa (as vezes, a primeira!).

Catedral de Mazatlán, no México

Catedral de Mazatlán, no México


Esses americanos começaram a chegar na década de 70, desenvolvendo um bairro conhecido como Zona Dourada, com belas praias mas sem nenhum charme. Eles perceberam isso e, nos últimos tempos, muitos tem se mudado para a área do centro histórico, participando ativamente no processo de revitalização dessa área. Com um público mais refinado, começaram a aparecer restaurantes charmosos por aqui, com bandas de blues e de jazz e com ótima comida. Era o círculo virtuoso, pois isso atraiu mais gente refinada, o que ajudou mais ainda na revitalização do centro. O melhor exemplo desse processo é a deliciosa Plaza Machado, com tantas boas opções gastronômicas e de música pela noite.

Interior da Catedral de Mazatlán, no México

Interior da Catedral de Mazatlán, no México


Foi por essa Mazatlán que passeamos hoje. Começamos pela praia, mas o vento frio nos desanimou a entrar na água. De lá, por ruas com casas coloridas para a bonita catedral, que tem um interior ainda mais bonito.

As duas mais populares estampas de camisa do mundo (em Mazatlán, no México)

As duas mais populares estampas de camisa do mundo (em Mazatlán, no México)


Ali do lado, o mercado, sempre um dos lugares mais interessantes de ser visitado em qualquer cidade. No seu interior, achei uma venda que tinha, lado a lado, as duas camisetas mais vendidas entre a juventude mundial: uma com a estampa de Bob Marley e outra com a de Che Guevara. Fico pensando se esse dois ícones se encontraram algum dia, ou por aqui ou do lado de lá... Se fossem cobrar royalties, seriam bilionários!

Irresistível! (em Mazatlán, no México)

Irresistível! (em Mazatlán, no México)


Cumprida a “obrigação” de conhecer os principais prédios turísticos, voltamos para o lugar mais gostoso da cidade, a Plaza Machado. Escolhemos um dos botecos e fomos comer um petisco mexicano (entre os tantos que existem!) e tomar uma gelada (entre as tantas que existem!). Quando já estávamos bem instalados, eis que aparece um simpático casal de senhores e me pergunta, em inglês, se eu sou o Rodrigo. Quando respondo afirmativamente, eles olham para a Ana e dizem “E ela deve ser a Fiona!”. Hehehe.

Admirando o magnífico pôr-do-sol na praia central de Mazatlán, no México

Admirando o magnífico pôr-do-sol na praia central de Mazatlán, no México


Logo, se explicam. São americanos que vivem aqui por seis meses. A Fiona de verdade estava estacionada pertinho da casa deles e chamou a atenção. Foram verificar o site e adoraram. Até deixaram um bilhete no carro, oferecendo ajuda, caso precisássemos de algo na cidade. Muito simpáticos! E ainda disseram que já éramos famosos...

O sol se esconde atrás do Pacífico na praia central de Mazatlán, no México

O sol se esconde atrás do Pacífico na praia central de Mazatlán, no México


Eles seguiram para uma sessão de cinema e nós para a praia outra vez, dessa vez para acompanhar o espetáculo diário do pôr-do-sol. Mais uma vez o astro-rei se foi em grande estilo, prometendo voltar amanhã. Essa costa do Pacífico sempre tem esses espetáculos de fim de tarde. Será que enjoa? Duvido!

Com o simpático casal americano (Ricardo e Joan) em bar-restaurante na Plaza Machado, em Mazatlán, no México

Com o simpático casal americano (Ricardo e Joan) em bar-restaurante na Plaza Machado, em Mazatlán, no México


De volta à praça, eis que encontramos nossos “fãs” outra vez. Dessa vez o Ricardo e a Joan nos convidam para uma taça de vinho num dos bistrôs da praça. Convite irrecusável! A taça de vinho vira duas e depois, virar jantar. Tudo acompanhado de jazz ao vivo de ótima qualidade. Nossos amigos aposentados nos explicam que, na temporada, sempre se encontra boa música por aqui. Gente que vem dos EUA para tocar para uma clientela cada vez mais exigente e com bom gosto. São cerca de 7 mil americanos que frequentam a cidade.

Excelente show de jazz em bar-restaurante na Plaza Machado, no centro de Mazatlán, no México

Excelente show de jazz em bar-restaurante na Plaza Machado, no centro de Mazatlán, no México


Depois dessas horas agradáveis é hora de voltar ao nosso hotel, do outro lado da praça. Mal podemos esperar pelo banquete de amanhã cedo. Um pouco mais tarde, uma da tarde, já estaremos no porto para o embarque. Estamos chegando na Baja California!

Passeando pela orla de Mazatlán, no México

Passeando pela orla de Mazatlán, no México

México, Mazatlán, Plaza Machado

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A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Side Effect (Divagando...)

Brasil, Minas Gerais, Carrancas

Aproveitando a vista no alto da Serra das Broas em Carrancas - MG

Aproveitando a vista no alto da Serra das Broas em Carrancas - MG


Numa vida normal, quando fazemos uma bela viagem de final de semana ou aquela tão esperada viagem de 15-20 dias depois de um ano ralando, as memórias deste programa ficam vivas em nossas mentes por muito tempo, para não dizer para sempre. O que foge da nossa rotina nos marca, de alguma maneira, de forma mais intensa. Principalmente quando são boas memórias, de lugares lindos, pessoas interessantes, comidas exóticas.

Voltamos para nossa vidinha besta do dia à dia, mas aquelas memórias estão lá, fortes, presentes. É possível revivê-las e buscar de novo pelo menos parte do jubilo daqueles momentos ainda tão reais. Nem é preciso muito esforço, só um pouco de concentração.

Dia maravilhoso, céu azul em Carrancas - MG

Dia maravilhoso, céu azul em Carrancas - MG


Pois bem, isso ocorre em uma "vida normal". A nossa vida não tem sido muito "normal" ultimamente. Viajar sem parar, sempre para lugares interessantes e com tempo para curtir esses lugares é muito legal. Inegável! Vivemos intensamente praticamente todos os dias, o dia todo. Como já disse, uma maravilha. Mas, essa "rotina" (ou a falta de uma) tem seus side effects.

Cachoeira em rio do Complexo da Zilda em Carrancas - MG

Cachoeira em rio do Complexo da Zilda em Carrancas - MG


Tantas memórias intensas acabam se sobrepondo. O que parece algo inesquecível um dia, que vai marcar por toda a vida, no dia seguinte se torna uma vaga lembrança, algo muito bom mas que já aconteceu há muito tempo, em algum lugar onde já não lembramos o nome. Talvez seja a idade, mas venho experimentando essa sensação por toda a viagem. Não é algo que goste. Afinal, cada boa experiência que passo, gostaria de guardar com riqueza de detalhes para sempre.

Pôr-do-sol no Mirante da Serra em Carrancas - MG

Pôr-do-sol no Mirante da Serra em Carrancas - MG


Não tem sido o caso. Triste. Tenho de fazer força para lembrar como foi o dia maravilhoso de 10 dias atrás.

O paliativo para isso são os blogs, com seus textos e fotos. É muito legal para mim ter tudo isso arquivado, de tão fácil acesso. Viva a internet. E, mais legal para mim do que ler o meu blog para reviver minha viagem é ler o blog da Ana. Aí, passo a ser espectador da viagem que participo e compreendê-la com outros olhos, ver coisas que não vi, ler coisas que não escrevi.

Sinceramente? Cada vez mais gosto dessa nossa idéia de ter dois blogs. Dá trabalho mas vale a pena.

Se equilibrando no alto da rocha em Carrancas - MG

Se equilibrando no alto da rocha em Carrancas - MG

Brasil, Minas Gerais, Carrancas,

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O Nosso Primeiro Caiaque

Geórgia Do Sul, Prion Island

Nosso grupo de caiaque rema ao lado das encostas de Prion Island, na Geórgia do Sul

Nosso grupo de caiaque rema ao lado das encostas de Prion Island, na Geórgia do Sul


O fim do incrível passeio a Salisbury Plain, com todos os seus elefantes e lobos-marinho e suas centenas de milhares de pinguins, não representou o fim do nosso dia. Muito pelo contrário, era apenas um bom começo! Nossa tarde também reservava muitas aventuras...

Vestida para nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Vestida para nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Prion Island, na Geórgia do Sul

Prion Island, na Geórgia do Sul


Enquanto almoçávamos tranquilamente no navio, o Sea Spirit navegou para nosso próximo ponto de desembarque, uma pequena ilha chamada Prion Island, conhecida como um refúgio para as maiores aves que voam do planeta: o “Wandering Albatross” (Albatroz Errante, em português) e o “Southern Royal Albatross” (Albatroz Real Meridional, em português).

Vestido para nossa primeira sessão de caiaque da viagem, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Vestido para nossa primeira sessão de caiaque da viagem, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Prontos para estrear nossos caiaques, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Prontos para estrear nossos caiaques, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Mas isso ainda não era tudo. Um pequeno e afortunado grupo de passageiros do Sea Spirit, nós incluídos, iriam sair em seus caiaques pela primeira vez nessa viagem. A ideia era chegar a Prion Island remando!

Saindo de zodiac do Sea Spirit para nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Saindo de zodiac do Sea Spirit para nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul


O Sea Spirit fica para trás enquanto nos encaminhamos para nossa priemira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul

O Sea Spirit fica para trás enquanto nos encaminhamos para nossa priemira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Então, logo depois do almoço, eu e a Ana fomos fazer nossa digestão vestindo nosso verdadeiro aparato para poder fazer o caiaque em águas tão geladas. Uma camada de roupas quentes e por cima um longo macacão impermeável. Gorro e luvas de lã. Botas de borracha sobre o macacão que também se fecha sobre os pés. Um colete salva-vidas e a saia que se fecha com zíper sobre a entrada do caiaque, para que a água espirrada pelo mar não entre dentro do barco.

Feliz e ansiosa, a caminho de nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Feliz e ansiosa, a caminho de nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Animado, rumo a nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Animado, rumo a nossa primeira sessão de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Depois, grupo todo de 10 passageiros reunidos, pois seremos sempre os primeiros a desembarcar quando houver sessão de caiaque. Entramos todos com nossa guia, a Val, dentro do zodiac onde ainda cabem uns dois caiaques atravessados. Os outros seguem atrás, amarrados em uma corda e puxados pelo zodiac.

Os caiaques são puxados pelo zodiac rumo a Prion Island, na Geórgia do Sul

Os caiaques são puxados pelo zodiac rumo a Prion Island, na Geórgia do Sul


O zodiac puxa vários caiaques em direção a Prion Island, na Geórgia do Sul

O zodiac puxa vários caiaques em direção a Prion Island, na Geórgia do Sul


E assim seguimos para perto de Prion Island onde encontramos algum lugar mais protegido e com mar mais calmo para podermos embarcar nosso nossos caiaques. A Val e duas outras passageiras vão em caiaques simples enquanto os quatro casais restantes vão em caiaques duplos. Rapidamente, a Val nos faz uma demonstração de como entrar no caiaque e fechar sua saia e, em seguida, todos fazemos o mesmo, sempre alguém segurando o caiaque junto ao zodiac enquanto a pessoa entra e se ajeita, sua saia e seus pedais de direção, remos a mão.

Com a Val, nossa guia de caiaques, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Com a Val, nossa guia de caiaques, em Prion Island, na Geórgia do Sul


A caminho da nossa primeira sessão de caiaque em Prion Island, na Geórgia do Sul

A caminho da nossa primeira sessão de caiaque em Prion Island, na Geórgia do Sul


Por fim já estamos todos remando. Grudado nos remos, duas luvas grossas, uma proteção extra para nossas mãos. No nosso caiaque, segue a Ana na frente e eu atrás, ela com a Go Pro na cabeça e eu com a Canon pequenina. Tirar fotos é meio trabalhoso, pois tenho de tirar a mão das duas luvas, tirar as fotos e “guardar” as mãos novamente.

No banco de trás de nosso caiaque duplo nas águas de Prion Island, na Geórgia do Sul

No banco de trás de nosso caiaque duplo nas águas de Prion Island, na Geórgia do Sul


A Ana segue no banco da frente de nosso caiaque duplo, perto de Prion Island, na Geórgia do Sul

A Ana segue no banco da frente de nosso caiaque duplo, perto de Prion Island, na Geórgia do Sul


Aos poucos, vamos pegando o balanço do mar. A sensação é de proximidade total da natureza. Incrível também pensarmos que estamos remando em águas antárticas! Será um sonho? Basta um pingo gelado de água no mar no rosto para termos certeza que não, que aquilo é mesmo realidade.

Nossa primeira sessão de caiaque da viagem, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Nossa primeira sessão de caiaque da viagem, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Nosso grupo de caiaque rema ao lado das encostas de Prion Island, na Geórgia do Sul. Nós estamos em primeiro plano, em um caiaque duplo

Nosso grupo de caiaque rema ao lado das encostas de Prion Island, na Geórgia do Sul. Nós estamos em primeiro plano, em um caiaque duplo


Durante todo o tempo em que estamos remando um zodiac nos acompanha de perto, caso haja algum problema, como alguém cair na água. Apesar da temperatura ser próxima de 0 graus, nossa roupa deve suportar por algum tempo, pelo menos o necessário para que a ajuda chegue e nos leve de volta ao barco. Por isso, nunca devemos nos afastar muito do grupo. A ideia é se manter ao alcance de um bom grito, pelo menos.

Remando ao lado de Prion Island, na Geórgia do Sul

Remando ao lado de Prion Island, na Geórgia do Sul


Remando nas águas geladas de Prion Island, na Geórgia do Sul

Remando nas águas geladas de Prion Island, na Geórgia do Sul


No nosso caminho de hoje contornando parte da ilha, o ponto máximo foi simplesmente estar ali, remando naquelas águas. A ideia é nos acostumar com a rotina e balanço do mar para, quando chegarmos a lugares mais interessantes, podermos devotar o máximo de nossa atenção a elas enquanto o resto segue no “automático”.

Mãos protegidas por luvas enquanto remamos nosso caiaque em Prion Island, na Geórgia do Sul

Mãos protegidas por luvas enquanto remamos nosso caiaque em Prion Island, na Geórgia do Sul


Após tirar uma foto, colocando a mão mais uma vez na luva que acompanha os remos de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul

Após tirar uma foto, colocando a mão mais uma vez na luva que acompanha os remos de caiaque, em Prion Island, na Geórgia do Sul


Passamos ao lado de encostas escarpadas de rocha e de um banco de kelps, uma alga escura e comprida que já havíamos visto na costa oeste do Canadá, quando fizemos caiaque por lá. É também a mesma alga que é usada para alimentar as ovelhas das Falklands e que empresta seu nome para os habitantes daquele arquipélago, os “kelpers”.

Mãos protegidas por luvas enquanto remamos nosso caiaque em Prion Island, na Geórgia do Sul

Mãos protegidas por luvas enquanto remamos nosso caiaque em Prion Island, na Geórgia do Sul


O Dave nos acompanha de perto com o zodiac enquanto remamos nossos caiaques em Prion Island, na Geórgia do Sul

O Dave nos acompanha de perto com o zodiac enquanto remamos nossos caiaques em Prion Island, na Geórgia do Sul


O final da sessão de caiaque foi na praia de pedras de Prion Island onde os passageiros do Sea Spirit também desembarcaram. Lá nos esperava a Cheli, a incansável líder da expedição, e outro guia que ajudava a manter aquele trecho de praia livre de lobos-marinhos, pelo menos para que pudéssemos desembarcar. Os caiaques ficaram na para mesmo, onde seriam levados de volta diretamente ao Sea Spirit por algum zodiac enquanto nós fazíamos a caminhada e exploração da ilha, ainda vestidos com nosso aparato de caiaque. Enfim, foi um ótimo começo a ansiamos por mais, agora que já ficamos (mal) acostumados!

Um lobo-marinho vem investigar de perto nossos caiaques em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Deb Leonard)

Um lobo-marinho vem investigar de perto nossos caiaques em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Deb Leonard)

Geórgia Do Sul, Prion Island, caiaque

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Jantar Caseiro

Equador, Quito

Jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador

Jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador


Depois da visita à Mitad del Mundo, conseguimos finalmente nos comunicar com nosso amigo Christian, que nos convidou para jantar na casa dele hoje de noite, a nossa última no país. Ele passou no nosso hotel no começo da noite e, junto com uma de suas filhas, nos guiou para a sua casa. Ainda fez questão de, em nossa homenagem, nos levar pelo mesmo caminho em que uma expedição de conquistadores chegou, pela primeira vez, à parte alta do Rio Amazonas para, de lá, navegar até o Atlântico. Lá se vão quase 480 anos dessa épica expedição.
Na sua casa, fomos muitíssimo bem recebidos por toda a família, as outras duas filhas e um filho, a esposa, um irmão e também os pais. Foram horas de conversa muito agradável, boa comida e vinho num gostoso clima familiar e de "doce lar" que há muito não tínhamos.

A 'ala jovem' do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador

A "ala jovem" do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador


Na conversa, adorei conversar com o pai de Christan, um senhor de 90 anos contemporâneo do Guyasamin. Aliás, ele não gostava nada do pintor, localizado no extremo oposto do espectro político. Contou também sobre uma viagem de carro há mais de 50 anos desde Quito até La Paz, em um fusca. Muito jóia!

A ala idosa do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador

A ala idosa do jantar na casa do Christian, em Quito, no Equador


Christian, muito obrigado pelos conselhos sobre o que fazer em Quito e, mais ainda por nos receber de forma tão calorosa em sua casa. Sempre será uma das nossas mais emocionantes memórias desse lindo país que é o Equador, que nos tratou e recebeu de forma tão hospitaleira.

Equador, Quito,

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O Fim do Canyon, do Mundo e dos 1000dias

Estados Unidos, Arizona, Grand Canyon

Descansando e admirando a paisagem da trilha que desce até o fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Descansando e admirando a paisagem da trilha que desce até o fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Dezoito anos atrás eu fazia uma viagem parecida com essa. Quer dizer, mais ou menos. Eu também atravessava a “América” de carro, mas o carro não era meu, eu estava só, a tal “América”, na verdade, era só os Estados Unidos e os 1000dias eram apenas dez. Recém formado, tinha vindo passar uns meses em Nova Iorque, para estudar inglês. Aproveitava a mamata de minha irmã ter um apartamento na cidade. Ao final do curso, consegui outra mamata: uma família de New Jersey estava se mudando para Phoenix, no Arizona, e precisava que alguém levasse o seu carro até lá, um Pontiac. Pagariam até o combustível e mais uma pequena ajuda para a alimentação. O único porém é que eu deveria fazer o percurso em, no máximo, 10 dias.

No ônibus, a caminho do início da trilha para descer o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

No ônibus, a caminho do início da trilha para descer o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Visão de um ensolarado Grand Canyon, antes de iniciarmos a trilha que desce até o rio Colorado, no Arizona, nos Estados Unidos

Visão de um ensolarado Grand Canyon, antes de iniciarmos a trilha que desce até o rio Colorado, no Arizona, nos Estados Unidos


Achei muito bom negócio e mergulhei na América. Naquela época, não tinha GPS nem copilota, mas tinha bons mapas e as estradas são muito bem sinalizadas. Tratei de montar um roteiro de 10 dias, com muita estrada e algumas paradas chaves. Uma delas foi o Grand Canyon, já quase no final da viagem. Como tudo o que fiz naqueles dias, foi literalmente correndo. Cheguei aqui pela manhã, corri até rio Colorado, 1.000 metros abaixo, comi um sanduíche e voltei no trote. Quando o sol se escondeu, na parte final da subida, passei um frio danado, o corpo reclamando da falta de energia e excesso de esforço. Lembro da felicidade em chegar ao ar aquecido do Pontiac. Depois, num último esforço, ainda dirigi até Flagstaff, onde desabei na primeira cama de hotel. Doze horas mais tarde, acordei com uma linda vista pela janela, uma grande montanha coberta de neve. Engraçado que é exatamente essa a minha lembrança mais forte, dezoito anos depois, daqueles dez dias: a montanha nevada na janela, uma visão quase mágica para alguém que quase nunca havia visto neve antes disso.

Início da trilha de descida do Grand Canyon, o caminho cheio de neve e gelo, no Arizona, nos Estados Unidos

Início da trilha de descida do Grand Canyon, o caminho cheio de neve e gelo, no Arizona, nos Estados Unidos


Início de caminhada, a trilha ainda na sombra enquanto, ao fundo, o sol inunda o Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Início de caminhada, a trilha ainda na sombra enquanto, ao fundo, o sol inunda o Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Esses eram meus pensamentos enquanto estávamos no ônibus que recolhe pessoas em vários pontos do parque para deixá-los no início da trilha de South Kaibab, um dos caminhos até o rio Colorado, no fundo Grand Canyon. Eu e a Ana fomos “recolhidos” no escritório que emite as autorizações para se acampar no parque. São cinco dólares de taxa, mais cinco dólares por noite. Assim, pagaríamos 10 dólares cada um, bem mais barato que os quase 100 que pagaríamos para ficar no lodge. Já o ônibus, é um serviço gratuito do parque, desde que você tenha pago seu ingresso para entrar nele. Nós, com nosso vale anual, não precisamos pagar ingresso. Aliás, esse vale foi um dos melhores investimentos que fizemos por aqui. Custou 80 dólares. Se somássemos todos os ingressos dos parques que visitamos esse ano, certamente esse número estaria acima dos trezentos...

A magnífica vista do Grand Canyon enquanto descemos, o sol tomando conta da paisagem, de pouco em pouco (no Arizona, nos Estados Unidos).

A magnífica vista do Grand Canyon enquanto descemos, o sol tomando conta da paisagem, de pouco em pouco (no Arizona, nos Estados Unidos).


Mas, voltando ao ônibus, nós e outros oito turistas fomos deixados na South Kaibab Trail, cujo ponto inicial está a alguns quilômetros da área central do parque. Nossa ideia era descer por ela e subir amanhã pela Bright Angel Trail, que já chega à borda do canyon bem pertinho de onde ficou a Fiona. Vamos assim completar um circuito, descendo hoje cerca de 1.450 metros ao longo de 11,3 quilômetros de trilhas e subindo amanhã 1.330 metros distribuídos em pouco mais de 15 quilômetros de trilhas. Por mais que me esforce, não consegui lembrar o caminho que fiz da outra vez. Só me lembro da montanha nevada na janela...

Durante a trilha de descida, admirando a paisagem do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Durante a trilha de descida, admirando a paisagem do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Trilha em meio à grandiosidade do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Trilha em meio à grandiosidade do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Hoje, dia inteiro para descer, a única preocupação era mesmo o gelo na trilha. Mas cartazes no início do caminho tentavam nos alertar de outros perigos. Todos os anos, morre gente por aqui. Seja por descuido, seja por imprudência, seja por mal planejamento. Quase sempre, ocorrem nos meses mais quentes, quando a temperatura pode atingir facilmente os 40 graus, sob um sol inclemente. O cartaz que mais chamou minha atenção foi aquele que alertava: “Você acha que o Grand Canyon pode matar alguém que já correu a maratona de Boston?”. Para quem não sabe, a maratona de Boston é a mais antiga e tradicional do mundo. Não é qualquer um que pode correr ali. É preciso correr abaixo de um tempo índice antes. Esse tempo índice depende da faixa de idade, mas são tempos sempre fortíssimos. Por exemplo, na faixa de 35-40 anos, para homens, para correr em Boston, é preciso já ter corrido uma maratona em menos de 3 horas. Quem já correu uma maratona sabe o que isso significa. Enfim, correr em Boston é sinônimo de ser um excelente corredor no auge da sua forma física.

Descendo até o fundo do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Descendo até o fundo do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Trilha em meio à grandiosidade do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Trilha em meio à grandiosidade do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Voltando ao cartaz, a resposta é um sonoro “sim!”. E eles dão o exemplo verdadeiro de uma maratonista de Boston que veio ao Grand Canyon com uma amiga. Queriam descer por aqui e fazer uma trilha de cerca de 25 quilômetros. Levavam suas barras de cereais e um litro de água para cada uma. Acabaram se perdendo no caminho que seguia por trilhas secundárias. A amiga teve insolação e não conseguia mais sair do lugar. A maratonista deixou o resto da água que ainda tinha com ela e correu para pedir ajuda. Vinte e quatro horas mais tarde, o socorro encontrou a amiga ainda viva. A maratonista não teve a mesma sorte, sucumbindo ao calor e desidratação. Hoje, além de ex-maratonista, ele serve de exemplo a todos os que se aventuram naquela trilha e param para ler aquele cartaz...

Mulas trazem turistas do fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Mulas trazem turistas do fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Pausa para lanche na espetacular trilha que desce o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Pausa para lanche na espetacular trilha que desce o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Enfim, nós tínhamos comida e água mais que suficientes, o clima nos era bem mais favorável e não estávamos com pressa para chegar. Bem diferente de 18 anos atrás. Deixamos que os outros turistas começassem antes de nós, todos com seus calçados envolvidos nas correntes antiderrapantes e seguimos cuidadosamente. Um escorregão ali e outro aqui, mas nada de perigo, apenas diversão. Deu logo para ver que hoje não precisaríamos delas. A outra trilha promete ser mais escorregadia, mas subindo fica mais fácil se equilibrar.

Já se percebe perfeitamente o 'canion interior', dentro do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Já se percebe perfeitamente o "canion interior", dentro do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Enfim, passada essa preocupação, todo o resto foi só contentamento. A cada curva, a cada minuto, a paisagem era simplesmente deslumbrante. O cenário que nos envolvia tinha uma beleza muito além de palavras para descrevê-la. A grandiosidade é quase asfixiante. Eu, que não sou muito religioso, a todo momento tinha a vontade de agradecer a alguém, ou a alguma coisa, a oportunidade de estar lá. Seja a um deus que vive lá encima, seja ao destino, seja à natureza, seja ao universo, alguém tem de ser parabenizado por esse “trabalho” tão perfeito.

Paisagens de tirar o fôlego na descida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Paisagens de tirar o fôlego na descida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Paisagens de tirar o fôlego na descida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Paisagens de tirar o fôlego na descida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


E felizes daqueles que podem passar por aqui! De preferência, com calma e máquina fotográfica nas mãos, com a paciência que o cenário nos inspira. Um sanduíche na mochila também ajuda! Parar para um lanche cercado pelas enormes paredes do Grand Canyon não tem preço!

Pela primeira vez, observamos diretamente o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Pela primeira vez, observamos diretamente o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A grosso modo, a trilha desce primeiro pelas paredes do canyon exterior, depois abaixa lentamente através de um platô intermediário até descer novamente em ziguezague pelas paredes do canyon interior. É só nesse ponto que passamos a ver o rio Colorado, lá embaixo. No caminho, fomos fazendo amigos e conhecidos, gente que começou a trilha mais cedo ou pessoas que deixaram para acordar mais tarde. Conversamos muito com um simpático e energético casal sexagenário, que costuma fazer essa trilha duas vezes ao ano, já há bastante tempo. Conhecem todos os caminhos por aqui e disseram que o ideal é reservar duas noites lá embaixo.

Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A gente chegou ao canyon interior no meio da tarde, quando o rio recebia seus últimos raios de sol. Emocionante vê-lo novamente, depois de tanto tempo. Um pouco mais tarde, após o último ziguezague da trilha, atravessávamos o túnel na rocha que dá acesso à ponte pênsil que atravessa o rio. Menos de um quilômetro depois, chegamos á área de camping, dentro de um canyon lateral do Grand Canyon. Encontramos um lugar vago, armamos nossa barraca e, sem peso, saímos para uma caminhada de fim de tarde.

Uma majestosa lua nasce sobre as paredes internas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Uma majestosa lua nasce sobre as paredes internas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Seguindo conselhos, fomos explorar a Clear Creek Trail, que sobe quase duzentos metros do outro lado do rio Colorado, na borda norte. Ali, atingimos novamente a linha do sol e, do alto de um mirante, tínhamos uma visão fantástica do rio e do canyon interior abaixo de nós, enquanto as paredes do canyon exterior, ao longe, cobriam o nosso horizonte, soberanas. Foi o momento de pararmos para admirar a natureza a nossa volta. Realmente, era difícil acreditar que tudo aquilo, e o resto do mundo, pudesse acabar mesmo hoje. Mas se acabasse, aquele era um bom lugar para se estar.

O sol de fim de tarde ilumina as paredes coloridas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

O sol de fim de tarde ilumina as paredes coloridas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Quem nos acompanha desde que iniciamos essa viagem sabe que nós botamos o pé na estrada há exatamente 1000 dias. A ideia, e a brincadeira, era aproveitar os últimos 1000 dias do planeta da melhor maneira possível: viajando e conhecendo nosso continente. Hoje, 1000 dias depois, estaríamos de volta em casa, junto a amigos e familiares queridos, prontos para o fim dos tempos. Mas, poucos meses depois do início da viagem, começamos a desconfiar que essa história de fim do mundo era conversa mole. Além disso, por duas vezes retornamos à Curitiba, para ver a sobrinha nascer e vê-la novamente completando um aninho de idade. Ficamos na cidade parados mais do que pretendíamos e tratamos de descontar esse tempo da nossa “contagem oficial”. Descontamos também o tempo extra passado em Cartagena, na Colômbia, esperando o barco que nos levaria ao Panamá. Tudo porque, sem esses dias, não conseguiríamos dar a volta nas Américas nos 1000 dias planejados.


Magnífica vista do rio Colorado, no alto da trilha Clear creek, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Magnífica vista do rio Colorado, no alto da trilha Clear creek, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


É por isso que, 1000 dias depois daquele 27 de Março de 2010, não estamos em Curitiba, mas no fundo do Grand Canyon. O mundo não acabou e nem a nossa viagem, É... mas e esses cinquenta e poucos dias que restam na contagem oficial serão suficientes para chegarmos de volta ao ponto inicial? Claro que não. E qual a desculpa agora? Bem... basta olhar a nossa volta e ver essa paisagem magnífica, uma pintura! A América é ainda mais bonita e com muito mais lugares para se conhecer do que imaginávamos. Para ver e conhecer tudo isso, os 1000dias vão virar 1000dias + 1. Se os maias erraram sua previsão, porque não podemos errar a nossa? É isso aí, 21 de Dezembro de 2013, a nossa nova data do fim do mundo.

Admirando e curtindo um espetacular fim de tarde no fundo do Grand Canyon, na parte alta da Clear Creek Trail, no Arizona, nos Estados Unidos

Admirando e curtindo um espetacular fim de tarde no fundo do Grand Canyon, na parte alta da Clear Creek Trail, no Arizona, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Arizona, Grand Canyon, Parque, trilha

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Diz aí se você gostou, diz!

Buracos e Rios

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu)

Observando o Buraquinho, próximo à Chapada Gaúcha - MG

Observando o Buraquinho, próximo à Chapada Gaúcha - MG


Saímos cedo de Chapada Gaúcha resignados para enfrentar os mais de 150 km de estradas de terra e areia até Januária, ao lado do Velho Chico.

No caminho, duas paradas previstas: uma no "Buraco" e outra no "Buraquinho". São os nomes de dois acidentes geográficos, parecidos com vales ou canyons, por onde passam rios, se formam veredas e moram comunidades distantes de tudo e de todos. É o nosso Brasilzão, este que temos tentado conhecer em nossas andanças.

Atravessando a Vereda 'Buraco' próximo à Chapada Gaúcha - MG

Atravessando a Vereda "Buraco" próximo à Chapada Gaúcha - MG


Realmente, é uma experiência e tanto, um dia estar na capital federal, circulando entre os políticos mais poderosos do país e, logo no outro dia, parar numa estrada de terra perdida, encontrar um caboclo, pedir informações e não conseguir entender metade das coisas que ele fala. E olha que eu tento, me concentro mas tem uns sotaques que são fueda.

Estrada de areia em Bonito de Minas, entre Chapada Gaúcha e Januária - MG

Estrada de areia em Bonito de Minas, entre Chapada Gaúcha e Januária - MG


Dos "buracos", seguimos pela reta interminável de terra, cortando o mar de cerrado. Planícies intermináveis. Aí, achamos um atalho, pura areia, só para 4x4, que nos levaria até o asfalto. Para isso, nos embrenhamos no cerrado e, para nossa surpresa, cruzamos um rio caudaloso que não fazíamos idéia que estava ali, tão perto de nós. Bem na hora de atravessar a ponte, uma bóia, tipo câmera de trator, com dois meninos, passam pelo rio. Não sei quem está mais surpreso de se ver, naquele momento. Todo mundo com cara de que está vendo um ET. De certa forma, todos estão.

Bom, chegamos ao asfalto e à civilização. Meia hora depois estamos em Januária. Quinze anos fizeram diferença e o rio não é mais aquele que eu tinha conhecido. No seu antigo leito, uma mata. As águas estão afastadas, o rio assoreado. Mas está lá. Há até uma praia do outro lado do rio. Sendo Domingo, está bem movimentada.

Praia do Rio São Francisco em Januária - MG

Praia do Rio São Francisco em Januária - MG


Achamos um hotel bem gostoso na frente do rio. Com o calor que está fazendo, mais gostoso ainda é a sua piscina. Relaxados, vamos dormir sem saber o que faremos amanhã. Temos o Plano A e o Plano B. Mas isso fica para o próximo post...

Piscina do hotel em Januária - MG

Piscina do hotel em Januária - MG

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu), Rio São Francisco

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Viajando Pela Alaska Highway

Canadá, Dawson Creek, Fort Nelson, Whitehorse, Alaska, Fairbanks

Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá

Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá


Acordamos cedo no dia 5, ainda em Hinton, na saída do Jasper National Park, prontos para iniciar a longa maratona à nossa frente: os 3 mil quilômetros que nos separavam de Fairbanks, no Alaska. Boa parte desse caminho seria através da mítica Alaska Highway, com cerca de 2.400 km, ligando Dawson Creek, na British Columbia, à Delta Junction, já no coração do Alaska.


Nosso longo caminho até o Alaska

Nossa ideia era fazer todo esse caminho em apenas 3 dias, ou seja, 1.000 km por dia, em média. A estrada é de pista simples, mas o asfalto é de boa qualidade e, quanto mais ao norte, menos movimento. Então, o que precisávamos eram de 10 horas de direção por dia. Bastante tempo para conversarmos e pensarmos na vida, hehehe.

Ponto inicial da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, pequena cidade na British Columbia, no Canadá

Ponto inicial da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, pequena cidade na British Columbia, no Canadá


O primeiro trecho, ainda no estado de Alberta, não foi na famosa rodovia. Na verdade, ela só começa em Dawson Creek, já na Columbia Britânica. Foram cerca de 450 km até lá, passando por belas paisagens e estradas praticamente desertas. Muitas vezes, não só aqui mas em toda a viagem até o Alaska, passamos por trechos e até 200 km sem postos de combustível, então é muito importante prestar atenção nesse aspecto. A Fiona, com sua autonomia de cerca de 700 km, tirou de letra. Mas um olho nosso estava sempre no marcador de combustível.

Placa informativa sobre a Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá

Placa informativa sobre a Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá


Pensativo, saindo do centro de informações no marco zero da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá. Só faltam 2.400 quilômetros...

Pensativo, saindo do centro de informações no marco zero da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá. Só faltam 2.400 quilômetros...


Enfim, chegamos em Dawson Creek já no início da tarde e aí, oficialmente, estávamos na famosa rodovia. Um monumento, um museu e um centro de informações marcam o ponto 0 da estrada, parada obrigatória para fotos e também para pegarmos mapas e informações sobre o caminho. O principal é uma tabela mostrando exatamente onde estão as cidades, restaurantes, motéis e postos de combustível ao longo dos 2,4 mil quilômetros a frente e, informação essencial, que época do ano estão abertos ou fechados. Pois é, estamos no final da temporada de verão e, bem agora em Setembro, vários dos estabelecimentos deixam de funcionar para só abrir novamente em maio do ano que vem.

A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá

A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá


Interessante também é ver e ler sobre a história da longa rodovia. Depois da corrida do ouro no final do século XIX, os Estados Unidos nunca tinham dado muita bola para o Alaska, que vivia em isolamento no extremo norte do continente. O acesso era feito apenas por avião e barcos. Mas a 2ª Guerra veio a mudar tudo isso. O risco de uma invasão japonesa do continente fez o exército americano se apressar em construir uma estrada, para facilitar o envio de tropas para lá.

A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá

A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá


Aliás, foi para minha grande surpresa que descobri que, realmente, os japoneses chegaram a invadir o Alaska. Na verdade, não a parte continental, mas duas das ilhas Aleutas, aquela longa cadeia de ilhotas que parece ligar o Alaska à Ásia. Quando chegarmos à Anchorage, vou tentar descobrir mais detalhes e escrevo sobre isso. Mas, enfim, logo no primeiro verão após o início da guerra, os americanos vieram para o Canadá e, em apenas 11 meses, construíram essa enorme estrada. Ainda era de terra, mas suficientemente boa para garantir a defesa do território frente à ameaça de invasão. Não só isso, serviu também para a construção da base área americana de onde partiram todos os aviões arrendados pelos americanos à união Soviética de Stalin, que travava uma luta de vida ou morte com Hitler. Os mais jovens podem não saber, mas Estados Unidos e União Soviética já foram aliados...

A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá

A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá


Fiona resolve se refrescar na água gelada e aproveita para posar ao lado de um barco e um hidroavião, em lago ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá

Fiona resolve se refrescar na água gelada e aproveita para posar ao lado de um barco e um hidroavião, em lago ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá


Depois da guerra, paulatinamente, a estrada foi passando para mãos civis e sendo asfaltada. Apesar do nome, o seu maior trecho está no Yukon Territory (ou seja, o nome mais justo para ela seria “Yukon Highway”!) e o segundo, na British Columbia, restando apenas um pequeno trecho no Alaska propriamente. Mas foi para chegar ao Alaska que ela foi construída, nesse gigantesco e memorável esforço de guerra com mais de 25 mil pessoas envolvidas nos trabalhos. É a prova viva de que, quando não faltam dinheiro e vontade, o homem pode muito...

Deve´se ter cuidado com alces na Alaska Highway!

Deve´se ter cuidado com alces na Alaska Highway!


Cuidado com bisões! (Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá)

Cuidado com bisões! (Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá)


Bom, depois dessa parada para respirar, completamos o dia com mais 500 km até Fort Nelson, ainda na Columbia Britânica. É justamente até aí que ainda encontramos movimento na estrada, pois são várias pequenas comunidades ao longo do caminho. A partir de Fort Nelson, a estrada ganha ares de isolamento e aventura, a natureza nos cercando por todos os lados. E que natureza!

Bisões descansam ytanquuilamente ao lado da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá

Bisões descansam ytanquuilamente ao lado da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá


São paisagens magníficas e grandiosas. Florestas se alternam com montanhas, sempre com lagos e rios bem azuis cortando a região. As cores do outono vão aparecendo, conforme seguimos para o norte. O verde vai ficando amarelado, e o amarelo vai ficando avermelhado. É um verdadeiro deleite para os olhos e posso até imaginar o porquê da Nova Inglaterra ser tão famosa no Outono...

A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá

A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá


Num dos mais belos trechos que passamos, um lago com cores de piscina brilhava entre montanhas. Turistas aí chegam de hidroavião, para uma temporada no lodge construído na orla do lago. Imagino que seja bom para a pesca, pelo menos no verão, mesmo com a água geladíssima. Mas a Fiona não tem medo de água fria e até arriscou um “mergulho”, hehehe. Para tirá-la da água, só na tração 4x4. Além do susto, ótimas fotografias!

A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá

A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá


Nem só de belezas naturais vive a rodovia. Na pequena cidade de Watson Lake, está uma das principais atrações da Alaska Highway. Um americano que vivia que na época da guerra, saudoso da sua casa, colocou uma placa que apontava para a sua cidade, com nome e tudo. De certo, isso o fazia sentir mais perto do lar. A moda pegou e, ao longo de décadas e décadas, pessoas foram trazendo placas e sinais de todo o mundo para deixar ali. Hoje, são milhares de placas, com lembranças de lugares e cidades de todo o mundo. Uma verdadeira floresta de placas, batizada de “Sign Post Forest”. Virou uma tradição todos os viajantes deixarem algo por lá. A gente não podia ser diferente e, depois de uma boa meia hora passeando pela floresta, procurando por sinais de cidades conhecidas, resolvemos deixar por ali, além do nosso adesivo, uma das placas da Fiona, comprada lá em Miami. Prova concreta de que nossa valente companheira passou por aqui, hehehe!

A famosa Sign Post Forest, em Watson Lake, pequena cidade na Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá

A famosa Sign Post Forest, em Watson Lake, pequena cidade na Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá


Placa da fiona, junto com milhares de outras, na Sign Post Forest, em Watson Lake, cidade do Yukon Territory, no Canadá, por onde passa a Alaska Highway

Placa da fiona, junto com milhares de outras, na Sign Post Forest, em Watson Lake, cidade do Yukon Territory, no Canadá, por onde passa a Alaska Highway


A parada no segundo dia, depois de outros 1000 km percorridos, foi na cidade de Whitehorse, já em pleno Yukon Territory. Nas estradas, além de uns poucos carros, a fauna estava sempre presente. Bisões de floresta, um pouco menores que os bisões das pradarias e, pelo menos em teoria, muitos alces, embora só o tenhamos visto em placas e, ao vivo, bem longe, do outro lado de um lago.

Encontro com o fotógrafo de ursos alemão e sua esposa na Alaska Highway, no Yukon, no Canadá

Encontro com o fotógrafo de ursos alemão e sua esposa na Alaska Highway, no Yukon, no Canadá


Acordamos hoje dispostos a fazer os últimos 1.000 km e chegar, enfim, ao Alaska. A paisagem continuava de tirar o fôlego e, por muitas vezes, dirigíamos por longos períodos sem cruzar ninguém. Uma notável exceção foi um trailler dirigido por um casal de alemães. Paramos no mesmo posto e conversamos um pouco. Ele é fotógrafo de natureza, especializado em ursos. Mostrou-nos um livro seu, com incríveis fotos de ursos negros, grizzlies e até polares. Incrível! Eles seguiam para nova expedição fotográfica, dessa vez na ilha de Kodiak, onde estão os maiores ursos grizzly do mundo.

Cores e paisagens de Outono, no trecho americano da Alaska Highway

Cores e paisagens de Outono, no trecho americano da Alaska Highway


Fairbanks está cada vez mais próxima, na Alaska Highway. Mas agora, as distâncias voltam a ser em milhas!

Fairbanks está cada vez mais próxima, na Alaska Highway. Mas agora, as distâncias voltam a ser em milhas!


Enfim, chegamos à fronteira com o Alaska. Novo ponto de parada obrigatório para fotos e mais painéis explicativos sobre a rodovia, a fauna e a flora de região. Enfim, chegávamos ao Alaska, o estado com dimensões de país, o território mais isolado do continente, a ponta da América do Norte. Depois daqui, um pedacinho de mar e lá está a Rússia. Não dá nem para acreditar...

Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá

Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá


Montanhas nevadas começaram a aparecer no nosso horizonte. De certa forma, isso parecia nos dizer: “Pois é, vocês chegaram! Isso é o Alaska!”. Só para “conferir”, paramos logo no Centro de Informações, na primeira cidade do estado, Tok. Aì nos abastecemos de mapas e informações com a simpática atendente. E, conforme desconfiávamos, está tudo fechando por aqui. Chegamos praticamente na última semana de trabalho de muita gente em hotéis, parques e centros de informação. Em outubro, já será inverno por aqui, com a neve chegando rapidamente e o sol se escondendo por vários meses.

Nosso prineiro fim de tarde no Alaska, trecho final da Alaska Highway

Nosso prineiro fim de tarde no Alaska, trecho final da Alaska Highway


Montanhas nevadas na Alaska Highway, sinal de que já estamos no Alaska!

Montanhas nevadas na Alaska Highway, sinal de que já estamos no Alaska!


Mas não hoje! Pelo contrário, tivemos luz até as 9 da noite. E olha que atrasamos o relógio duas horas desde que saímos de Jasper, há três dias. Mesmo assim, já estava escuro quando chegávamos à Fairbanks, a maior cidade na parte norte do estado. Uns poucos quilômetros antes, passamos por outra cidade, com o sugestivo nome de North Pole. Pois é, Fairbanks é tão longe, mas tão longe que, para chegar lá, precisamos ir primeiro ao “Polo Norte”. Quinze milhas depois, só aí chegamos. By the way, North Pole recebe dezenas de milhares de cartas em dezembro. É o endereço “oficial” do Papai Noel aqui nos Estados Unidos.

Viajando pela Alaska Highway no Yukon, no Canadá

Viajando pela Alaska Highway no Yukon, no Canadá


Finalmente chegávamos à Fairbanks. Cidade meio estranha, principalmente de noite, com boa parte do centro em obras e as ruas bem desertas. Tivemos um certo trabalho em achar um hotel mas, enfim, nos instalamos. Sem dúvida, emocionados por termos chegado depois da epopeia de 3 mil km em apenas três dias. Mas a maior emoção foi na noite anterior, ainda do lado canadense, em Whitehorse.

Antes de chegar à Faibanks, no Alaska, passamos pelo Polo Norte! (na Alaska Highway)

Antes de chegar à Faibanks, no Alaska, passamos pelo Polo Norte! (na Alaska Highway)


Aí tivemos nosso primeiro contato com um fenômeno que há muito ansiávamos por ver: a mágica Aurora Boreal, ou “Northern Lights”, como dizem por aqui. Batemos na trave lá na Groelândia e Islândia, primeiro por causa do sol, que nunca se punha por lá, e depois pela lua cheia que nossa acompanhou na nossa semana islandesa. Mas a Aurora não nos escaparia aqui, no norte da América do Norte! Só não imaginávamos que seria tão cedo...

Nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway

Nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway


Alertados pelo gerente do hotel dessa possibilidade, ficamos animados. Mas, até um pouco depois da uma da madrugada e nada! A Ana foi dormir e eu, trabalhar um pouco. Depois, um banho para dormir. Antes de entrar na cama, para desencargo de consciência, um último passeio pelo estacionamento mais escuro do hotel. Bingo! Lá estava o show de mágica cósmica! No começo, os olhos não querem acreditar. Num só fôlego, voltei correndo para o quarto e avisei a Ana aos berros. Segundos depois, já estávamos lá fora, completamente extasiados com o que nos olhos viam. Luzes verdes com o aspecto de nuvens rodavam pelo céu, as vezes mais, as vezes menos brilhantes. Para quem está acostumado com elas, essa noite não parece ter sido grande coisa. Mas para nós, brasileiros, que nunca vimos nada parecido, foi uma das maiores emoções desses 1000dias. Dá vontade de chorar! E isso foi só o começo! Depois de vê-las em Whitehorse, nos convencemos de vez a seguir mais para o norte, de onde se tem uma melhor visão do fenômeno. Amanhã, depois da nossa noite em Fairbanks, seguimos para o Círculo Polar Ártico e, daí, ainda mais para cima. Queremos ver neve, queremos ver tundra e, acima de tudo, queremos ver mais auroras!!!

Absolutamente maravilhados com a nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway

Absolutamente maravilhados com a nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway

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A Pequena San Martín

Argentina, San Martín de Los Andes

Chegando à charmosa San Martín de Los Andes, na Argentina

Chegando à charmosa San Martín de Los Andes, na Argentina


Quem conheceu a Bariloche de três ou quatro décadas atrás costuma dizer que parecia a San Martín de Los Andes de hoje. Ambas estão defronte a um grande lago e cercadas de montanhas que se cobrem de branco no inverno. Ambas com vocação para o turismo, uma ainda ostenta a calma e a tranquilidade que a outra já perdeu. Foi nessa San Martín, a Bariloche de outrora, que chegamos ontem no final da tarde.

Torre do relógio em San Martín de Los Andes, na Argentina

Torre do relógio em San Martín de Los Andes, na Argentina


Luz de fim de tarde filtrada por árvores floridas em San Martín de Los Andes, na Argentina

Luz de fim de tarde filtrada por árvores floridas em San Martín de Los Andes, na Argentina


Delicioso jantar com vinho em San Martín de Los Andes, na Argentina

Delicioso jantar com vinho em San Martín de Los Andes, na Argentina


San Martín tem ruas largas e arborizadas e ainda não cresceu o suficiente para se estender sobre as montanhas que a cercam, como ocorreu com Bariloche. Pode ser percorrida tranquilamente a pé, desde a sua bela orla no lago Lacar até a praça central, também chamada de Centro Cívico, como em Bariloche. Mas aqui, ao contrário da grande cidade, o turismo ferve no verão. Há também os esportes de inverno, com uma importante estação de esqui aqui perto, mas é a praia do lago, assim como os passeios de barco e pescaria que atraem mais as multidões de turistas, quase todos nacionais.

Fotografando estátua do General San Martín, em  em San Martín de Los Andes, na Argentina

Fotografando estátua do General San Martín, em em San Martín de Los Andes, na Argentina


Estátua do libertador San Martín, na praça central de San Martín de Los Andes, na Argentina

Estátua do libertador San Martín, na praça central de San Martín de Los Andes, na Argentina


O ápice da temporada se dá no verão, em janeiro, e hoje a cidade ainda estava bem tranquila. Nós chegamos no final da tarde de ontem e logo encontramos uma pousada para ficar. Eu resolvi descansar um pouco por ali, surfar na internet, enquanto as meninas, sempre com muito mais pique, aproveitaram ainda a luz do dia para um happy-hour no passeio em frente à praia. Sem muito movimento, mas agradável o suficiente para uma cerveja gelada com vista para o lago.

Muito sol na praia de San Martín de Los Andes, na Argentina

Muito sol na praia de San Martín de Los Andes, na Argentina


Pessoas caminham no promenade da orla de San Martín de Los Andes, na Argentina

Pessoas caminham no promenade da orla de San Martín de Los Andes, na Argentina


De noite saímos todos para jantar em uma churrascaria, indicação de um funcionário da nossa pousada. Ótima ideia, carne de primeira acompanhada de tango ao vivo, música e dança. Some-se a isso um bom vinho e não poderíamos nos sentir mais na Argentina.

Admirando a praia e o lago Lacar, em San Martín de Los Andes, na Argentina

Admirando a praia e o lago Lacar, em San Martín de Los Andes, na Argentina


O pier de San Martín de Los Andes, na Argentina

O pier de San Martín de Los Andes, na Argentina


Hoje de manhã o primeiro compromisso foi ir ao centro de informações sobre montanhas. Um pouco ao norte daqui está o vulcão Lanin, talvez a mais popular montanha entre os montanhistas argentinos. É ele que dá nome ao enorme Parque Nacional do qual conhecemos uma pequena parte ontem e continuaremos a ver hoje. Mas é uma trilha demorada e trabalhosa, fora do nossa rota. Estamos indo para o sul e eles também nos deram boas dicas de lá. A ideia é subirmos hoje o Cerro Falkner, com 2.200 metros de altitude, e dormirmos acampados em praia do lago abaixo, que tem o mesmo nome da montanha.

Selfie em San Martín de Los Andes, na Argentina

Selfie em San Martín de Los Andes, na Argentina


Com a Rowan em San Martín de Los Andes, na Argentina

Com a Rowan em San Martín de Los Andes, na Argentina


Conseguidas as informações, fomos passear mais uma vez (na verdade, era a minha primeira vez!) na orla do Lacar. O dia estava ensolarado e algumas pessoas tomavam sol na praia, mas poucos se arriscavam a entrar nas águas geladas do lago. O píer estava bem movimentado, alguns veleiros e barcos de passeio ancorados. No passeio da orla, alguns cafés com mesas na calçada e a tentação de ficarmos ali, de bobeira, deixando a vida passar.

Com a Rowan em San Martín de Los Andes, na Argentina

Com a Rowan em San Martín de Los Andes, na Argentina


O lago Lacar e os Andes ao fundo, em San Martín de Los Andes, na Argentina

O lago Lacar e os Andes ao fundo, em San Martín de Los Andes, na Argentina


Mas reunimos forças e partimos para mais um dia de explorações. Ainda paramos algumas vezes ao longo do Lacar para tirar umas fotos e admirar a paisagem grandiosa, as montanhas nevadas dos Andes no fundo e as águas azuis do lago ainda mais azuis num dia lindo como hoje. Nossa rota agora era a famosa “Ruta de Los Siete Lagos” e o Lacar era apenas o primeiro deles. Mas não veríamos todos eles hoje, pois só iremos até o Falkner, o terceiro ou quarto da lista.

Admirando a beleza no entorno de San Martín de Los Andes, na Argentina

Admirando a beleza no entorno de San Martín de Los Andes, na Argentina

Argentina, San Martín de Los Andes, Lago, Patagônia

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No Reino dos Muriquis

Brasil, Minas Gerais, Ipanema (Reserva dos Muriquis)

Encontro com um enorme bando de Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Encontro com um enorme bando de Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


A cerca de 20 km da cidade de Ipanema encontra-se a Reserva Feliciano Abdalla, ou reserva dos Muriquis. Muriqui é o nome do maior símio das Américas, chegando a ter 1,5 metros de altura.

Encontro com um enorme bando de Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Encontro com um enorme bando de Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


O Feliciano Abdalla foi um visionário que em 1940 resolveu conservar uma enorme área de mata nativa dentro de suas terras. Ali era o lar de um dos poucos grupos remanescentes de Muriquis, uma espécie de macaco que antes habitava enormes trechos da mata atlântica. Com a destruição de seu habitat e com sua caça indiscrimanada, essa espécie chegou à beira da extinção. E provavelmente teria se extinto, não fosse esse grande homem, Feliciano. O pequeno grupo teve a sua sobrevivência assegurada e passou a aumentar, passando de menos de uma dezena de indivíduos para mais de três centenas, hoje em dia. A área de mata foi transformada numa RPPN e há mais de dez anos pesquisadores estudam os hábitos desse dócil macaco. Sustentado basicamente por doações de ONGs estrangeiras, a Reserva dos Muriquis é um tesouro desconhecido dos brasileiros, um patrimônio natural e exemplo de como o homem pode ajudar a conservar a natureza.

Caminhando na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Caminhando na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


Eu e a Ana chegamos lá cedinho, sendo recebidos pelo Antonio Bragança, ou simplesmente Bragança, o nosso guia pelas matas da RPPN. Após a apresentação de um vídeo muito bem feito, reportagem do programa Terra da Gente, saímos para a mata para tentar encontrar o habitante mais famoso daquelas matas.. Enquanto não os achávamos, fomos encontrando outros habitantes do local. Além dos muitos tipos de pássaros e insetos, e até de um pequeno sapo com chifres, vimos várias espécies de macacos. Entre elas, um tipo de sagui muito raro, mais até que os Muriquis. Quando começamos a ouvi-lo, até o Bragança se impressionou. Com seus olhos treinados, conseguiu localizar os pequenos animais nas copas das árvores. Foi jóia!

Um pequeno Sapo Chifrudo, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Um pequeno Sapo Chifrudo, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


Em seguida, vimos os muito mais comuns Bugios Gritadores, parecidos com aqueles que havíamos ouvido na Ilha Grande. Macacos maiores, fazem um barulho ensurdecedor quando se sentem ameaçados.

Nossa primeira visão, ao longe, do grande grupo de Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Nossa primeira visão, ao longe, do grande grupo de Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


Os únicos que não apareciam eram os Muriquis. Quem também os procurava era a Tati, uma dos biólogos que moram no parque estudando os hábitos da espécie. Normalmente, ela os segue por todo o dia até que eles durmam, no fim da tarde. No outro dia, antes que acordem, ela já está lá, para mais um dia de trabalho. Assim, nunca os perde e pode fazer uma observação minuciosa de tudo o que acontece. Menos um dia por semana, seu dia de folga. Aí, no dia seguinte, é preciso encontrar o bando novamente. E nós chegamos bem nesse dia. E justamente num dia onde eles pareciam ter se escondido.

Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


Mas o Bragança não iria sossegar enquanto não os encontrasse. Finalmente, depois de muito procurar, a pé e de carro, finalmente começamos a ouvir um barulho estranho para nós, mas muito comum para o Bragança e para a Tati. Parecia haver potros no alto das árvores. Os sons dos Muriquis parecem relinchos. Tivemos a sorte de testemunhar o encontro de dois dos quatro grupos que rondam o parque. E quando isso acontece, é uma barulheira geral, uma balbúrdia aérea em cima das árvores. Macaco voando e gritando para todo lado. Um espetáculo sonoro e visual! De arrepiar!

Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


Acompanhamos essa algazarra de perto, fotografando e filmando, Depois, quando os grupos se separaram, a paz voltou à floresta. Mas aqueles momentos não sairão de nossas mentes por um bom tempo. Foi legal mesmo, a gritaria nas árvores, os bugios correndo dali (eles tem medo dos muriquis) e nós correndo para lá. Quando chegamos, os muriquis vieram para mais perto de nós, nos observando com uma certa curiosidade desconfiada. A Tati disse que eles estranharam a nossa presença, minha e da Ana, gente nova no pedaço. Cada um deles tem nome e a Tati reconhece todos. Incrível. Na espécie, não há machos dominates. As fêmeas, quando entram no cio pela primeira vez, abandonam seu grupo e migram para outro. Artifício da natureza para evitar consanguinidade. Ali, fazem sexo com quem aparecer, várias vezes ao dia. Não há fidelidade nem ciúmes na sociedade deles. E nem pais, só mães. Machos são apenas "doadores de esperma". Assim, não há brigas nem macacos machucados. O único stress que rola é no encontro de grupos. Mesmo assim, é apenas um stress vocal.

Enorme jequitibá na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Enorme jequitibá na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


Maravilhados com esse encontro, ainda fomos passear no parque para ver jequitibás gigantes, um mirante de onde se avista boa parte da mata nativa e também um viveiro de árvores nativas, com milhares de pequenas árvores de mais de cem espécies.

Mirante de observação da RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Mirante de observação da RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG


Foi um passeio espetacular, apesar de não ser numa praia, numa cachoeira, numa montanha ou numa cidade pitoresca. Não, na verdade foi um encontro com a natureza e com seus habitantes, num lugar que nos enche de esperanças de que, um dia, saberemos todos nós repartir esse mundo com nossos parentes.

Entrada da RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

Entrada da RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG

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