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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Um pequeno pinguim gentoo e um gigantesco elefante-marinho dividem a mesma praia em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Marla Barker)
Nosso passeio de caiaque terminou na pequena praia de pedras na ilha de Prion Island, na costa noroeste da Geórgia do Sul. Prion Island é famosa pelos albatrozes que aí se reproduzem e foi construída uma trilha de madeira sobre a vegetação para que possamos caminhar da praia até o alto da ilha, num percurso curto de 10-15 minutos cheios de pequenos mirantes para que possamos admirar não apenas a vida selvagem, mas também a paisagem grandiosa que cerca a ilha.
O magnífico cenário visto de Prion Island, na Geórgia do Sul
Típico cenário da Geórgia do Sul, visto de Prion Island
Nós pudemos percorrer toda a trilha com nossas roupas de caiaque mesmo, sem ter de recorrer à famosa parka amarela ou às grandes botas de borracha. Ficamos mais “fashion” assim e quem nos vê pode pensar que chegamos aqui pilotando nossos próprios jatos supersônicos, hehehe.
Prion Island, na Geórgia do Sul
Placa para os visitantes de Prion Island, na Geórgia do Sul
O resto da ilha, além da praia, escadaria de madeira e pequenos mirantes é “off-limits” para turistas. Toda coberta com uma grama alta, é o terreno santo dos albatrozes, que usam esse mato para esconder seus ninhos e filhotes. Não apenas os albatrozes, mas também as outras aves que habitam e se reproduzem em Prion Island, como alguns gansos a aves endêmicas.
Um pequeno pato vaga pela praia de Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de France Dionne)
Um grupo de pinguins gentoo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Além de todas essas aves que voam, temos, claro, os pinguins! São aqueles que já conhecíamos lá de Falkland, da espécie gentoo. Eles não se arriscam na grama alta da ilha e preferem mesmo a pra de pedras, que dividem de bom grado com elefantes e lobos-marinho. Depois daquele oceano de pinguins com manchas amarelas que vimo9s pela manhã, lá em Salisbury Plain, os olhos até demoram a se acostumar com esses pinguins “apenas” preto e branco. Parece até que mudamos de uma TV colorida para outra sem cores!
Pinguins gentoo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Um pinguim gentoo sai do mar em Prion Island, na Geórgia do Sul
Os pinguins gentoo são a terceira maior espécie desse tipo de ave, quase do mesmo tamanho dos pinguins rei, que são a segunda maior. Algumas vezes, as duas espécies até socializam juntas e na internet é possível achar fotos de um gentoo caminhando no meio de um grupo de pinguins rei, mas quase sempre eles preferem a própria espécie.
Um simpático pinguim gentoo na praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Pinguins gentoo nadam no mar ao redor de Prion Island, na Geórgia do Sul
Eles não têm super colônias com centenas de milhares de indivíduos, como os pinguins rei, mas se espalham por uma parte mais ampla do globo que seus primos coloridos, em um número muito maior de colônias. Aqui em Prion Island eram poucas dezenas, e não só caminhavam na praia e entre seus amigos gigantes (os elefantes e lobos), como também davam seu show dentro d’água, nadando com a habilidade que lhes é particular.
O Sea Spirit ancorado ao lado de Prion Island, na Geórgia do Sul
Lobos-marinho e pinguins gentoo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Falando nos amigos gigantes, mas gigantes mesmo, lá estavam os elefantes-marinho, um grande macho dominador e seu séquito de fêmeas apaixonadas, algumas com os filhotes gerados na estação passada. Como já chegamos na Geórgia no fim da estação de acasalamento, o clima está bem tranquilo entre eles, sem as brigas titânicas entre os machos para garantir território. Só podemos perceber as cicatrizes deixadas por essas grandes batalhas. Dizem os guias que, com sorte, ainda poderemos ver alguma delas em um desembarque que faremos mais adiante, onde se encontram grupos maiores dessa enorme espécie de mamíferos semi-aquáticos, semi-terrestres.
Elefantes-marinho em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Elefantes-marinho descansam em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Por aqui, o máximo que vimos foram dois adolescentes da espécie brincando de brigar. É, o que parece brincadeira hoje, um dia será muito sério, podendo até levar a morte. Entre esses jovens, é apenas peito com peito, tentando derrubar o adversário. Na vida adulta, há muitas mordidas também, principalmente quando nenhum dos lutadores quer ceder ou desistir. Essas mordidas podem gerar muitos estragos e até mutilações, não sendo incomum que levem a morte alguns dias depois, após infeccionarem. Mas, como disse, por aqui era só brincadeira, a gente até podendo notar um certo sorriso maroto no rosto dos adolescentes.
Elefantes-marinho adolescentes medem forças em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Um filhote de elefante marinho troca de pele em Prion Island, na Geórgia do Sul
Quem parecia machucado, mas não estava, eram os filhotes mais novos. Alguns deles estão passando por uma “troca de pele” e, para olhos destreinados, parece que estão com alguma doença. Mas lá estava nossa guia para dizer que não, que era só a pele antiga caindo e descascando, enquanto outra surge logo abaixo. Coitados! Com aqueles olhos enormes que têm, ficam olhando para nós, curiosos. E nós para eles, com pena. Mas não aprecem se importar muito, não. E os olhos grandes, vão ajudá-los a encontrar comida na escuridão das grandes profundezas, quando forem mais velhos...
Época de troca de pele para os pequenos elefantes-marinho em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de France Dionne)
Com seus enormes olhos, um filhote de elefante-marinho em Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)
Onde a briga era muito mais séria era entre os lobos-marinho. Ao contrário dos elefantes, a estação de acasalamento deles está apenas começando e, por enquanto, estão na fase de garantir um território na praia, uma das principais “qualidades” para atrair um fêmea. Uma não, várias! Lobos-marinho chegam a formar haréns com até uma dezena delas. E para isso, é necessário garantir um bom lugar na praia, longe da variação da maré, mas perto o suficiente para um mergulho rápido.
Lobos-marinho em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Um lobo-marinho e um pinguim gentoo dividem a mesma praia em Prion Island, na Geórgia do Sul
Pois bem, lá estavam os brigões. Ficam frente a frente, se medindo e tentando assustar o adversário. O clima de tensão se perceber no ar, eles se mirando meio de lado. Quando um deles não cede, a briga é certa. De repente, em movimentos rápidos, trocam mordidas violentas, como dois cachorros brigando. Logo vemos o vermelho do sangue aparecer em suas espessas penugens. Após um ou dois embates assim, um deles acaba se afastando, meio a contragosto. Quase podemos entender seus rugidos: “Ainda não acabou! Espera só eu voltar...”.
Lobo-marinho sangrando depois de briga com outro lobo em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
Elefantes-marinho descansam em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
O estranho é ver isso tudo acontecer num espaço tão pequeno, lobos brigando e os elefantes e pinguins ali do lado pouco se importando com o que está ocorrendo. Devem estar bem acostumados. Também não ligam para nós, exceto os próprios lobos, que parecem nos ver como uma ameaça ao seu território duramente conquistado. Então, o negócio e não nos aproximar muito deles...
Nosso grupo de caiaque faz a trilha de Prion Island, na Geórgia do Sul
Com a roupa de caiaque, explorando Prion Island, na Geórgia do Sul
Mas que são indos, isso são! Com sua imponência e juba de leão, um focinho e rosto de urso e sons de lobo. Não é a toa que são chamados por esses três nomes e todos lhe caem bem, apesar da cor da penugem lembrar mais um urso negro que um leão bege. Em inglês não há essa confusão e eles são chamados de “fur seal”, uma espécie de foca com casaco de pele.
O Sea Spirit ancorado na paisagem majestosa de Prion Island, na Geórgia do Sul (foto de Mitch Jasechko)
O Sea Spirit em meio a montanhas geladas, perto de Prion Island, na Geórgia do Sul
Bem, depois de um bom tempo admirando essa praia movimentada e cheia de vida, era hora de seguirmos para a atração principal, os albatrozes gigantes. Para isso, lá fomos trilha acima. Conforme fomos ganhando altura, a paisagem ao nosso redor foi se torando mais linda. Ver o Sea Spirit de longe, navegando em estreitos canais entre montanhas nevadas é absolutamente fantástico. Tivemos de parar mais uma vez para admirar esse cenário arrebatador. Depois, foi respirar fundo e subir mais um pouco. Não queríamos perder as aulas de voo que estavam ocorrendo um pouco acima de nós...
Um preguiçoso filhote de elefante marinho em praia de Prion Island, na Geórgia do Sul
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