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Salto do Saci, a Última Cachoeira

Brasil, Paraná, Antonina

Um delicioso mergulho no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná

Um delicioso mergulho no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná


Chegamos ontem de noite à Antonina e foi simpatia à primeira vista. Antonina é uma cidade histórica paranaense às margens da baía de mesmo nome, na verdade um “pedaço” da Baía de Paranaguá. Eu já tinha estado uma vez na cidade, dez anos antes, e a imagem que tinha ficado não era boa. Por falta de cuidados e preservação, era uma cidade com sinais claros de decadência e abandono. Uma infelicidade, pois o potencial turístico e de beleza arquitetônica estava lá. Parece que descobriram isso nesse tempo em que não voltei, pois a cidade é outra, revitalizada e charmosa. Achamos um hotel delicioso para nós e fomos caminhar pelas ruas centenárias. Mas já estava escuro e mal pudemos fotografar.

Chegando de noite à Antonina, cidade histórica no litoral do Paraná

Chegando de noite à Antonina, cidade histórica no litoral do Paraná


Iluminação noturna da igreja matriz de Antonina, no litoral do Paraná

Iluminação noturna da igreja matriz de Antonina, no litoral do Paraná


Hoje pela manhã, saímos logo da cidade para nossa intensa programação do dia: Salto do Saci e uma visita à cidade vizinha de Morretes. Só retornamos de noite, novamente. Mas amanhã teremos tempos para, com calma, fotografar a cidade com a ajuda da luz do sol. Aí sim, faço um post sobre essa linda cidade cheia de histórias. Antes disso, vamos à última cachoeira dos 1000dias e ao famoso Barreado de Morretes.

Antiga construção em estrada na Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná

Antiga construção em estrada na Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná


A densa Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná

A densa Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná


Quando chegamos ontem de noite, a Ana ainda teve tempo de ligar para um amigo que mora na cidade, o Marcelo. Ele é dono de uma empresa de turismo, a Carona 4x4, e a Ana perguntou sobre passeios na região. Infelizmente, ele não está na cidade, mas pelo telefone mesmo recomendou muito que fôssemos a este Salto do Saci, uma bela cachoeira em plena Mata Atlântica. Não apenas recomendou, como também nos ensinou, passo a passo, a como chegar até lá. Uma estrada rústica de terra e barro e uma trilha no meio da mata. Estando de Fiona, não teríamos problemas. Enfim, uma última chance também de botar nossa companheira no meio do mato!

A Fiona enfrenta a rústica estrada na Mata Atlântica em direção ao Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná

A Fiona enfrenta a rústica estrada na Mata Atlântica em direção ao Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná


Seguindo suas instruções, deixamos o centro da cidade hoje cedo rumo ao Bairro Alto e aí pegamos uma estrada de terra que adentrava a região de Mata Atlântica. A estrada foi aberta décadas atrás e servia de suporte para a construção da Usina Hidrelétrica Parigot de Souza, a única central subterrânea do sul do país. A água canalizada atravessa a Serra do Mar em um túnel! A obra foi inaugurada em 1971 e, desde então, a manutenção na antiga estrada é mínima. Por isso, fazer esse programa em um carro alto e tracionado é muito mais seguro, especialmente na época das chuvas. Aliás, é bom lembrar, terra de Mata Atlântica é sempre terra muito úmida, com bastante chuva.

Depois de 40 min na trilha, chegando ao salto do Saci, região de Antonina, litoral do Paraná

Depois de 40 min na trilha, chegando ao salto do Saci, região de Antonina, litoral do Paraná


O Salto do Saci, em meio à Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná

O Salto do Saci, em meio à Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná


A Fiona seguiu estrada acima tranquilamente, mesmo nos momentos em que o mato se fechava quase engolindo o caminho. Passamos por antigas construções abandonadas que hoje praticamente sumiram, escondidas pela densa vegetação. Finalmente, chegamos ao ponto onde o carro deveria ser deixado e encontramos a trilha para nos levar à cachoeira.

O Salto do Saci, em meio à Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná

O Salto do Saci, em meio à Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná


O Salto do Saci, em meio à Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná

O Salto do Saci, em meio à Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná


Foram pouco mais de trinta minutos em meio à mata úmida, trechos de barro e roupas ficando encharcadas. Mas o pior era não estar certos se aquela era mesmo a trilha a ser seguida. Não há indicações e estávamos confiando na descrição que o Marcelo havia feito para a Ana pelo telefone. Foi só quando começamos a ouvir o barulho da queda d’água que ficamos mais tranquilos. na verdade, até houve uns alarmes falsos antes disso, mas esse último “barulho” não deixava dúvidas: estava cada vez mais próximo e contundente!

felicidade ao chegar ao Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná

felicidade ao chegar ao Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná


Depois da trilha para chegar à cachoeira, admirando a Mata Atlãntica na região de Antonina, litoral do Paraná

Depois da trilha para chegar à cachoeira, admirando a Mata Atlãntica na região de Antonina, litoral do Paraná


De fato, mais uns poucos minutos e lá estava ele, o Salto do Saci! Uma legítima cachoeira de Mata Atlântica, toda cercada de verde exuberante. Linda, quase sinônimo de natureza saudável e intocada. Ficamos ali admirando aquela beleza toda, não só a própria queda d’água, mas também a mata ao seu redor e o riacho escorrendo entre pedras e troncos caídos. Aproveitamos também para descansar, as camisas molhadas por uma mistura de suor e água de chuva.

Riacho corta a Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná

Riacho corta a Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná


Riacho corta a Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná

Riacho corta a Mata Atlântica na região de Antonina, litoral do Paraná


Depois, coragem para entrar na água. Ir até lá e não entrar seria um pecado. Mesmo com o tempo nublado e a água fria, não dá para resistir. A cachoeira forma uma pequena piscina em sua base e podemos entrar aos poucos, até nos acostumar com a temperatura. Depois, vira festa! Vamos até embaixo da ducha forte, lavamos o corpo, a alma e o espírito. Uma delícia!

Coragem para enfrentar a água fria e entrar no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná

Coragem para enfrentar a água fria e entrar no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná


Um delicioso mergulho no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná

Um delicioso mergulho no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná


Duro mesmo é pensar em voltar. Deixamos para trás aquele paraíso secreto e tão pouco conhecido e encaramos a trilha novamente. Caminho de volta é sempre mais curto que caminho de ida, principalmente quando o fazemos pela primeira vez. Não demorou e já estávamos na Fiona novamente, outra vez molhados pelo vapor de água que quase sempre permeia a Mata Atlântica. O esforço tinha aberto nosso apetite. Um estímulo a mais para irmos até Morretes e nos fartar com seu famoso barreado! Ahn... antes que eu me esqueça... não, não vimos nenhum saci! Apesar do quê, se eu fosse um saci, era ali mesmo que eu gostaria de morar!

Um delicioso mergulho no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná

Um delicioso mergulho no Salto do Saci, na região de Antonina, litoral do Paraná

Brasil, Paraná, Antonina, cachoeira, Salto do Saci, trilha

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Não se acanhe, comente!

Cerro Piltriquitrón - 2a Parte

Argentina, El Bolsón

No cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

No cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Devidamente instalados no topo do Cerro Piltriquitrón, a 2.260 metros de altura, tínhamos todo o tempo do mundo para admirar a paisagem deslumbrante que nos cercava, uma visão completa de 360 graus. O céu azul, o calor do sol e o lanche em nossas mãos faziam essa tarefa ainda mais prazerosa, frio e fome já não sendo mais fatores a considerar. Naquele momento, estávamos sós nesse belo mundo, como se fôssemos dois viajantes recém chegados a uma Terra sem pessoas. O casal que também caminhava para o cume, talvez uma hora atrás de nós, estava escondido por uma encosta íngreme, o seu último desafio para também chegar ao cume.

O Cerro Tronador, o mais alto da região, visto do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

O Cerro Tronador, o mais alto da região, visto do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


O vulcão Osorno, no lado chileno, visto do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

O vulcão Osorno, no lado chileno, visto do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Lá embaixo, dois quilômetros sob nossos pés, perdida no meio do vale, a pequena El Bolsón. Dali saímos no início da manhã e a pequena mancha urbana era o único lembrete que a tal Terra que visitávamos não era assim, “sem pessoas”. Mas não era para o fundo do vale que olhávamos agora, mas para as montanhas muito mais além. O Piltriquitrón reina absoluto na região ao seu redor, todas as montanhas próximas abaixo de seu cume. Mas a essa altitude, podemos enxergar muito mais longe. E lá no horizonte, bem afastadas, duas montanhas ainda mais colossais nos olhavam de cima, impassíveis. Para o norte, a 100 quilômetros de distância, mas perfeitamente visível com esse céu limpo, o Cerro Tronador. Mais de um quilômetro acima de que nós, ele sim é o rei dessa parte da Argentina, a mais famosa montanha de Bariloche. Na direção noroeste, ainda mais longe e do outro lado dos Andes, o magnífico vulcão Osorno, um dos mais conhecidos do Chile. Com quase 2.700 metros de altura e com aquele belo e típico formato cônico dos vulcões, ele é visível de todas as direções, seja aqui da Argentina, seja de pleno Oceano Pacífico. Ainda vamos passar por lá, no nosso caminho de volta para o norte, em pouco mais de um mês.

Por mais que se suba, sempre há alguém mais alto do que nós! (no cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina)

Por mais que se suba, sempre há alguém mais alto do que nós! (no cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina)


Paraglider sobrevoa linda paisagem patagôniaca no alto do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Paraglider sobrevoa linda paisagem patagôniaca no alto do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Não só esses gigantes nos chamaram a atenção com suas distintas formas contra o céu azul. Algo menor e muito mais próximo também era um ímã para nossos olhos. Movia-se no céu azul, mas não era um pássaro. Não, na verdade era outro lembrete da presença humana por aqui. Silenciosos, tampouco eram aviões! Nada disso! Eram afortunados praticantes de paraglider! Como nós, resolveram aproveitar as condições meteorológicas favoráveis para um “passeio” pelas montanhas. No caso deles, bem acima delas! Não sei de onde saltaram, mas sei que correntes de ar e térmicas favoráveis os levaram lá para cima e eles podiam ver o Piltriquitrón e toda a paisagem próxima de um ângulo bem favorável. Tranquilamente, deslizavam pelos céus, nos enchendo de inveja e também de possibilidades de fotos fantásticas. Afinal, não é todo dia que se pode fotografar essas “aves humanas” contra um background tão espetacular, montanhas nevadas cercando um vale encantado preenchido por florestas viçosas e um enorme lago azul. Eu e a Ana ficamos ali, hipnotizados por aquele momento mágico, quase que sem respirar para não atrapalhar o voo daquelas pessoas. Eles iam e voltavam, para um lado e para o outro, para cima e para baixo e eu só posso imaginar o que se passava em suas mentes com aquele verdadeiro cinema em 3D sob seus olhos e pés. Existirá algum lugar mais belo nesse planeta para se fazer um voo desses?

Aproveitando o dia lindo, diversos paragliders voando na região do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Aproveitando o dia lindo, diversos paragliders voando na região do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


No cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

No cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Aos poucos eles foram baixando, um verdadeiro enxame de asas coloridas. Agora já estavam lá embaixo e isso nos lembrou que também nós precisávamos descer. Quase no mesmo momento, finalmente chegou aquele casal ao cume. Depois de tanto tempo, foi estranho ouvir outras vozes humanas em nosso pequeno e infinito universo particular. Chegaram na hora certa! Chance de tirarmos fotos mútuas, casais posando solos no topo da montanha. Uma breve e agradável conversa (encontros em lugares assim são sempre interessantes!) e era hora de descer!

Atravessando trecho de neve na volta do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Atravessando trecho de neve na volta do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Atravessando trecho de neve na volta do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Atravessando trecho de neve na volta do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Para baixo, diz a lenda, todo santo ajuda. Ainda mais em um lugar assim, onde tínhamos agora toda a paisagem a nossa frente (quando subíamos, ela estava nas nossas costas!). Já não mais parávamos para respirar ou recuperar o fôlego, mas simplesmente para admirar a paisagem cinematográfica à nossa frente. A única preocupação foi atravessar aquela passagem mais difícil, mãos ajudando os pés. Depois, foi só diversão. A maior delas, talvez, atravessar os campos de neve. Aproveitando o calor do sol, era estranho e engraçado caminhar sobre a neve vestindo roupas quase tropicais!

Mangueira de coleta de água em riacho na região do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Mangueira de coleta de água em riacho na região do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Voltando do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Voltando do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


A neve ficou para trás e chegamos novamente ao trecho com trilha bem demarcada e ao riacho que abastece o refúgio com água pura e gelada. Cruzar o longo trecho de planalto ainda foi mais agradável do que na subida, todo o nosso pensamento concentrado apenas em desfrutar aquele momento e não mais preocupado em achar o caminho até o cume da montanha. Não demorou muito e já víamos o refúgio lá embaixo, conforto e cerveja nos esperando, a cereja do bolo do grande dia que vínhamos tendo.

Interior do refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Interior do refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Mensagens budistas decoram o refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Mensagens budistas decoram o refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


E assim foi. Chegamos e entramos no refúgio para logo ficarmos amigos da guarda-parque que está tomando conta dele nessa temporada. Outra moça, assim como havia sido no refúgio San Martín, na caminhada que fizemos em Bariloche. Essas argentinas são mesmo “porretas” e isso só me faz admirá-las ainda mais. Passam semanas aqui nesses rincões isolados, longe da civilização e das pessoas, mas perto da natureza. Mantém os refúgios limpos e aconchegantes e, nesse caso específico, ainda cuidam da manufatura da cerveja! Isso mesmo, ali estava todo um aparato para produzir cerveja e eu e a Ana tratamos de experimentá-lo. Ela não estava tão gelada como havíamos sonhado, mas deliciosamente saborosa.

Depois do cume, a merecida cerveja no refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Depois do cume, a merecida cerveja no refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Gato aproveita o aconchego do interior do refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Gato aproveita o aconchego do interior do refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Então, foi o momento de descansarmos e degustarmos cada minuto. Junto conosco, além da simpática anfitriã, um gato preguiçoso, feliz por estar dentro do refúgio aquecido. Uma enorme janela enfeitada com bandeirolas tibetanas nos possibilitava a vista das montanhas e do vale lá embaixo. Tanto estímulo só nos fez decidir passar da primeira para a segunda garrafa de um litro. Um lugar e um momento como esse merecem, isso não se discute!

Cerveja feita no próprio refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Cerveja feita no próprio refúgio do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Com o espírito duplamente elevado, era hora de descermos um pouco mais para caminharmos no Bosque Tallado. Na sombra dos pinheiros, os antigos troncos mortos agora transformados em esculturas mais parecem espíritos da floresta. Com a devida ajuda dos litros recentes de cerveja artesanal, não foi difícil imaginar histórias, criar personagens e dar vazão à imaginação. Mais uma vez, fizemos nossa reverência ao artista que teve essa brilhante ideia de transformar um bosque morto em um verdadeiro jardim de esculturas.

Atravessando o Bosque Tallado na trilha do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Atravessando o Bosque Tallado na trilha do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Uma das esculturas do Bosque Tallado na trilha do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Uma das esculturas do Bosque Tallado na trilha do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina


Depois desse mergulho no mundo do imponderável, era hora de voltarmos à realidade. Felizmente para nós, nesse caso a realidade se materializou na forma da nossa querida Fiona, pronta para nos levar através da estrada empoeirada com todo o conforto e ar condicionado. Realmente, descer aquilo a pé, a esta altura, seria uma quebra de clima danada! Sorte também teve um grande grupo de turistas israelenses para quem demos carona. Meia hora mais tarde e estávamos de volta à nossa pousada e lar em El Bolsón. Amanhã pegamos estrada novamente, sempre rumo ao sul. Mas antes disso, outra noite de sono bem dormida e outro café da manhã que serve como um estímulo para despertarmos. Que assim seja!

Parada para admirar a paisagem na volta do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Parada para admirar a paisagem na volta do cume do Cerro Piltriquitrón, em El Bolsón, na Argentina

Argentina, El Bolsón, Montanha, Patagônia, Piltriquitrón, Trekking

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Mais um Estado: Goiás

Brasil, Minas Gerais, São João Batista (P.N. Serra da Canastra), Araxá, Goiás, Rio Quente

Cachoeira da Gurita, nascente do Rio Araguari, em São João Batista, na região da Serra da Canastra - MG

Cachoeira da Gurita, nascente do Rio Araguari, em São João Batista, na região da Serra da Canastra - MG


O Ricardo nos brindou com um banquete hoje de manhã. Pousada tranquila e muito jóia, a dele. Com direito a wi-fi, apesar de sinal de celular, por lá, ser um sonho distante.

Pousada da Serra, do Ricardo, em São João Batista, na região da Serra da Canastra - MG

Pousada da Serra, do Ricardo, em São João Batista, na região da Serra da Canastra - MG


Depois do banquete, uma caminhada até a Cachoeira da Gurita, uma das muitas que caem na face norte da Serra da Canastra. Poderíamos ter ficado vários dias por aqui, explorando a natureza local e relaxando com a tranquilidade de São João.

O simpático Bar do Vicente, em São João Batista, na região da Serra da Canastra - MG

O simpático Bar do Vicente, em São João Batista, na região da Serra da Canastra - MG


Mas, o tempo urge. Tínhamos mais 40 km de terra pela frente até o asfalto e o próximo posto de combustível. E foi sair do arraial que a luz da reserva acendeu. Para complicar, acabamos perdendo a estrada principal e seguindo por uma secundária, cruzando a serra e fazendas. Mas, a Fiona deu conta do recado e não nos deixou na mão. Quase 50 km na reserva, estrada de terra, cheio de subidas e descidas, que a Ana fazia na banguela. No fim, deu tudo certo, com direito a um banho merecido na Fiona!

Observando o Grande Hotel em Araxá - MG

Observando o Grande Hotel em Araxá - MG


Depois, já no asfalto, seguimos para Araxá. Fomos passear no Grande Hotel, uma mastodônica construção num belíssimo cenário. Após o pit-stop, pé na estrada até Uberlândia, Araguari e, já de noite, adentrar o estado de Goiás, o quinto estado pelo qual passamos nessa viagem. Ainda faltam vinte e dois!!!

Hora da siesta em Araxá - MG

Hora da siesta em Araxá - MG


Em Goiás, passamos por Caldas Novas e viemos direto para Rio Quente. Aqui, a decepção: sem chances de ficar hospedados dentro da Pousada do rio Quente (na verdade, um conjunto de hotéis). Esse é o resort que mais recebe turistas no Brasil! E Julho é alta temporada por aqui. Com a ajuda da CVC, fica tudo ocupado o mês inteiro. Apesar do alto preço, parcelando em 200 vezes, vem gente do Brasil inteiro...

Bom, ficamos aqui pertinho mesmo e amanhã vamos passar o dia no tal de "hot park". Tem uma enorme "praia" artificial e piscina com ondas. Por increça que parível, nunca vi uma piscina com ondas! De amanhã não passa... E amanhã também a Ana vai poder ver Goiás pela primeira vez. Afinal, hoje, estava tudo escuro.

As flores do Grande Hotel em Araxá - MG

As flores do Grande Hotel em Araxá - MG

Brasil, Minas Gerais, São João Batista (P.N. Serra da Canastra), Araxá, Goiás, Rio Quente,

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Autorização Para Entrar no Peruaçu

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu)

Parque do Peruaçu, próximo à Januária - MG

Parque do Peruaçu, próximo à Januária - MG


Ontem de noite, aqui no hotel, telefonamos para um guia da região que tinha um folder seu na recepção. O nome dele é Rosivaldo. Queríamos saber com ele sobre a possibilidade de entrar no parque e, se isso não fosse possível, quais os programas alternativos. Se eles não fossem muito interessantes, nossa idéia era partir logo para a região de Diamantina.

A conversa foi ótima. Em primeiro lugar, ele nos mostrou que, mesmo não entrando no parque, valeria a pena passar um dia por aqui. Sobre o parque, confirmou que ele está fechado para a visitação e que exceções não são muito comuns. Mas, ao saber do nosso projeto, achou que deveríamos tentar falar com o diretor do parque por aqui, para apresentar o projeto e pedir uma licença especial para entrar no parque.

E foi isso o que fizemos. A Ana fez um resumo da apresentação que já tínhamos pronta e logo cedo encontramos o Rosivaldo aqui no hotel e seguimos os cerca de 40 km de estrada até o distrito de Fabião, onde se encontra a sede do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Tivemos a sorte de encontrar o Evandro, diretor do parque, que acabara de chegar de viagem e já partiria novamente no dia seguinte. Ele nos recebeu muito bem e gostou muito do nosso projeto. Após uma pequena explanação sobre a natureza do parque e suas características, ele liberou nossa visita às atrações principais do parque para amanhã e sugeriu um percurso para fazermos hoje, através do parque e da região em torno dele.

Para mim, foi perfeito! Há cerca de 15 anos atrás eu tinha estado aqui mas só conseguira autorização para visitar uma parte do parque. O principal cartão postal do Peruaçu eu não tinha conseguido ver. Finalmente, depois de tanto tempo, vou conhecer a famosa caverna do Janelão!

Melhor ainda, pudemos ver na prática que o nosso projeto de viagem realmente está bem montado e é bem interessante. Nada como ter uma esposa publicitária. Quem sabe agora ela se anima a procurar patrocinadores?

Brasil, Minas Gerais, Januária (P.N Cavernas do Peruaçu), Parque, Peruaçú

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A Monumental Fortaleza e o Palácio em Ruínas

Haiti, Cap-Haitien, Citadelle

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti


O grande líder da revolução haitiana que se iniciou em finais do séc XVIII e culminou com a expulsão dos franceses em 1804 foi Dessalines. Em uma das mais selvagens e bárbaras guerras de que se tem notícia, era olho por olho, dente por dente, massacres cometidos por ambos os lados. Os franceses literalmente cozinhavam os revoltosos que eram capturados, para servir de exemplo. Como resposta, os haitianos os cozinhavam também e, como já estavam na panela, aproveitavam para comer um pedaço ou outro. A ideia era aterrorizar os adversários.

Em Cap-Haitien, aguardando o Taptap encher para seguir em direção à Citadelle, no norte do Haiti

Em Cap-Haitien, aguardando o Taptap encher para seguir em direção à Citadelle, no norte do Haiti


Deixando Cap-Haitien, já no Taptap cheio, seguindo em direção â Citadelle, no norte do Haiti

Deixando Cap-Haitien, já no Taptap cheio, seguindo em direção â Citadelle, no norte do Haiti


Por fim, com uma boa ajuda da febre amarela e da malária, os franceses foram vencidos e abandonaram a ilha, numa das maiores derrotas militares de Napoleão, que tinha como principal general na ilha o seu cunhado. Seu ambicioso plano de um império colonial francês nas Américas, o Haiti como peça central, foi por água abaixo e, logo depois, acabou por vender a Louisiana, incluindo a cidade de New Orleans, aos Estados Unidos.

Chegando ao palácio Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Chegando ao palácio Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Placa informativa com o mapa do parque de Citadelle - Sans-Souci, no norte do Haiti

Placa informativa com o mapa do parque de Citadelle - Sans-Souci, no norte do Haiti


Saíam os franceses, nascia o Haiti, o segundo país livre e a segunda república do continente. O nome, inclusive, é uma homenagem da nova nação aos antigos habitantes da ilha, os Tainos. Na época de colônia, o nome sempre foi Saint Domingues. Assim que nasceu a república, foi adotado o nome de Haiti, que significa “terra das montanhas” na antiga língua, um dos dois nomes usados pelos habitantes originais para designar a terra onde viviam.

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


O país nasceu como república, mas isso não durou muito. Seu líder máximo, Dessalines, tinha vocações imperiais, declarou a monarquia e nomeou-se rei. No fundo, admirava o mesmo Napoleão cujo exército havia vencido. Alguns de seus compatriotas não gostaram muito da mudança, já que tinham suas próprias pretensões. Em 1806, o herói transformado em imperador foi assassinado em uma emboscada. Entre aqueles que ajudaram a planejar, os dois principais lugares-tenente de Dessalines, Pétion e Henry Christophe.

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


O primeiro é aquele que dá nome ao bairro chique de Port-au-Prince, onde ficamos hospedados na capital. Era o principal general no sul do país. O segundo vinha do norte, da região de Cap-Haitien. Sem Dessalines no caminho, resolveram dividir o país, o Haiti do Sul e o Haiti do Norte, cada general no comando de sua região. Por vinte anos o Haiti foi dividido, Christophe liderando um governo imperial no norte e Pétion um governo republicano no sul. Ao final, os dois naufragaram em suas tentativas de criar um país viável. Pétion foi assassinado no sul e Christophe cometeu suicídio no norte, uma oportunidade para a reunificação do Haiti. Mais do que isso, aproveitaram para unificar a ilha inteira, ocupando a recém criada República Dominicana, ao leste, que acabara de se livrar dos espanhóis, apenas para cair no colo dos haitianos.

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti


Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Mas essa é uma outra história. Agora, quero focar é no tal do Henry Christophe, aqui no norte. Assim que criou seu Haiti do Norte, sua maior obsessão era uma possível invasão francesa. Tinha com eles, assim como Dessalines, uma relação de temor e admiração ao mesmo tempo. Assim, ao mesmo tempo em que se preparava para enfrentá-los, espelhou-se neles para criar sua forma de governo, um império com direito à um suntuoso palácio, uma versão caribenha de Versailles. Dizem que, quando ficou pronto, a cópia rivalizava sim, com o original. O seu nome era Sans-Souci.

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti


Além do palácio, Christophe moveu mundos e fundos para a construção de uma gigantesca fortaleza, que tornaria o Haiti inconquistável. O resultado desse esforço de vinte anos de construção e milhares de trabalhadores envolvidos foi a maior fortaleza construída no Caribe, a famosa Citadelle, assentada sobre uma montanha com quase 1.000 metros de altura. Para lá foram levados, no lombo de burros e de homens, uma invejável quantidade de canhões e munição, no que hoje é a maior coleção de artilharia do séc XVIII no mundo. Mas Henry não viu sua monumental obra concluída. Antes, disso, uma grave crise em seu governo o levou ao suicídio. Seu palácio foi pilhado e, duas décadas mais tarde, severamente danificado por um grande terremoto.

Encontro com o encarregado do Ministério do Turismo, nas ruínas de Sans-Souci, no norte do Haiti

Encontro com o encarregado do Ministério do Turismo, nas ruínas de Sans-Souci, no norte do Haiti


Motorista da moto que levou a Ana até os pés da Citadelle, no norte do Haiti

Motorista da moto que levou a Ana até os pés da Citadelle, no norte do Haiti


Essas duas obras colossais estão a poucos quilômetros ao sul de Cap-Haitien e hoje nós fomos conhecê-las. Na verdade, a Citadelle, nós já tínhamos visto do ar, ontem pela manhã. Mas a visão só nos fez ter mais vontade de conhecer ela bem de perto e com um pouco mais de “calma”.

Muita gente mora ao longo da trilha que leva até a Citadelle, no norte do Haiti

Muita gente mora ao longo da trilha que leva até a Citadelle, no norte do Haiti


Encontro com criança no caminho até a Citadelle, no norte do Haiti

Encontro com criança no caminho até a Citadelle, no norte do Haiti


Para chegar até elas, uma combinação das duas maneiras mais populares de se locomover no país: os taptaps e os mototáxis. A outra alternativa, usada pela maioria dos estrangeiros, é fretar um táxi por parte do dia. O preço fica por volta de 120 dólares. O custo exorbitante, para nós, foi uma ótima desculpa para andarmos de taptap, algo que já queríamos faz tempo. Taptaps são camionetes que enchem suas carrocerias de pessoas para fazer circuitos fixos. Elas podem ser abertas ou fechadas atrás, o que importa é que carregam o maior número possível de pessoas e mercadorias.

O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti

O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti


A Citadelle, a maior fortalezado Caribe, no norte do Haiti

A Citadelle, a maior fortalezado Caribe, no norte do Haiti


Então, de mototáxi (estamos ficando craques em andar três em uma moto!), fomos até o subúrbio de Cap-Haitien, de onde saem os taptaps para Milot, a pequena vila onde fica o palácio de Sans-Souci. Lá chegando, os donos dos taptaps nos disputaram aos gritos e acabamos entrando em uma delas, os primeiros clientes. Não demorou muito e já estava lotada, pronta para partir. Três dólares por pessoa, 30 minutos de corrida e chegamos à Milot.

Chegando à impresionante fortaleza da Citadelle, no norte do Haiti

Chegando à impresionante fortaleza da Citadelle, no norte do Haiti


PLaca informativa com a história da Citadelle, no norte do Haiti

PLaca informativa com a história da Citadelle, no norte do Haiti


Agora, quem nos disputava eram motoqueiros, todos querendo nos levar de Sans-Souci montanha acima, em direção à Citadelle. Com algum trabalho, conseguimos nos livrar deles e fomos conhecer o antigo palácio. Suas ruínas realmente impressionam e não é difícil imaginar sua suntuosidade quando estava inteiro. Também não é difícil imaginar porque as finanças do novo país já nasceram quebradas...

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti


Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti


Durante a nossa visita, conhecemos um simpático funcionário do Ministério do Turismo que está na região tentando organizar e preparar o parque para um aumento de visitantes. O plano é tentar estimular os milhares de turistas que chegam anualmente em cruzeiros à Labadee a vir para cá também. A estrutura do parque está sendo remodelada, um centro de apoio foi construído e placas informativas estão sendo colocadas em pontos estratégicos. Foi muito legal ter encontrado e conversado com ele, ficar sabendo desse tipo de iniciativa e ver que o país está andando para frente nesse setor em que tem um potencial tão grande.

Vão interior da Citadelle, no norte do Haiti

Vão interior da Citadelle, no norte do Haiti


Pátio interno da Citadelle, no norte do Haiti

Pátio interno da Citadelle, no norte do Haiti


Visitado Sans-Souci, era hora de conhecer a Citadelle. Uma rústica estrada sobe 6 quilômetros de Sans-Souci até a base da montanha onde está a fortaleza. Dali, uma trilha de um quilômetro nos leva até a Citadelle. Esse trecho de estrada pode ser feito à pé, cavalo ou de moto. Nós optamos por subir de moto e depois, descer a pé. Aqui, por causa da subida e piso irregular, não é recomendável dividirmos a moto, então fomos um em cada uma. Difícil foi escolher entre tantos que ofereciam o serviço, mas tentamos ser justos e fomos com aqueles que primeiro nos abordaram.

Observando a vista através das janelas da Citadelle, no norte do Haiti

Observando a vista através das janelas da Citadelle, no norte do Haiti


No interior de uma das torres da Citadelle, no norte do Haiti

No interior de uma das torres da Citadelle, no norte do Haiti


No estacionamento lá encima, a luta foi para nos livrar dos guias que queriam nos acompanhar. Com paciência, conseguimos. E aí, pudemos curtir tranquilamente a nossa visita à monumental fortaleza, uma verdadeira obra faraônica e que, aos olhos de hoje, parece um pouco “exagerada”. Mas temos de nos lembrar que o Haiti havia enfrentado uma guerra verdadeiramente bárbara contra os franceses e Christophe não queria se arriscar.

A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti

A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti


A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti

A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti


Além do gigantismo da construção, chama muito a atenção a quantidade de canhões e de balas de canhão. Imagino o esforço para levar tudo aquilo até lá encima! Eu mal consigo levantar as balas maiores, como levaram milhares delas até lá? Quando aos canhões, quase todos são de ferro, mas há também aqueles de bronze, capturados de forças inglesas que tentaram se aproveitar da confusão das revoluções francesa e haitiana para tentar se apoderar do país. Foram repelidos e seus formosos canhões ficaram, os mais belos da fortaleza.

Galeria cheia de canhões na Citadelle, no norte do Haiti

Galeria cheia de canhões na Citadelle, no norte do Haiti


Canhões de bronze, capturados dos ingleses, foram levados para a Citadelle, no norte do Haiti

Canhões de bronze, capturados dos ingleses, foram levados para a Citadelle, no norte do Haiti


Para coroar, uma magnífica vista dos arredores, o mar ao fundo e montanhas verdejantes para todos os lados. Um passeio que realmente vale a pena. Ainda mais quando se vem de taptaps e se tem a chance de interagir mais com as pessoas locais. Nós fizemos o maior sucesso, tanto na ida como na volta, os outros passageiros muito curiosos sobre os dois branquelos perdidos por ali.

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti


Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti


Além do taptaps, ainda pudemos ver muitos locais no caminho de volta até Sans-Souci, que fizemos à pé. Para baixo, todo santo ajuda! A Ana fez belas fotos de crianças e famílias inteiras. Muita gente mora dentro da área do parque onde estão as duas construções e a estrada que sobe o morro passa ao lado de muitas casas.

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti


Bom, hoje foi o dia das montanhas, amanhã será o dia das praias. Outra vez de taptaps, pretendemos ir até Labadee, a tal praia privada dos cruzeiros. De lá, de barco, vamos a praias ainda mais distantes, desertas e muito mais bonitas. Pelo menos, é o que nos dizem por aqui...

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Haiti, Cap-Haitien, Citadelle, história

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Pelas Montanhas e Ares do Rio de Janeiro - 2a parte

Brasil, Rio De Janeiro, Rio de Janeiro

Voando de asa delta no Rio de Janeiro - RJ

Voando de asa delta no Rio de Janeiro - RJ


Dez anos atrás fiz meu único salto de asa delta, vôo duplo, até hoje. Foi aqui no Rio e as lembranças são ainda bem fortes. Eu também já saltei de paraquedas, parapente, bunge jump, voei de ultraleve e planador. Mas, é o vôo de asa delta que nos dá a mais gostosa sensação de estar voando. Acho que é o doce barulho do vento, mais o fato de estarmos na horizontal e o modo suave como a asa voa que nos dá essa sensação, aquela que imaginamos que teríamos se voássemos de verdade, assim como nos nossos sonhos.

Vista da Pedra Bonita, na rampa para saltos de Asa Delta, no Rio de Janeiro - RJ

Vista da Pedra Bonita, na rampa para saltos de Asa Delta, no Rio de Janeiro - RJ


Dessa vez, fomos para São Conrado para a Ana voar. Eu seria apenas expectador, fingindo um certo ar de experiência nos diversos procedimentos. Já tínhamos acertado com o Ricardo por telefone e foi só a Ana se inscrever na associação lá no finzinho da praia e seguirmos juntos para o alto da Pedra Bonita. Confesso que lá no alto, tirando fotos da rampa de decolagem e observando um casal voando um pouco antes da Ana, fiquei com uma vontade danada. Mas já tinha tomado minha decisão de ser apenas um fotógrafo e expectador.

Voando de asa delta no Rio de Janeiro - RJ

Voando de asa delta no Rio de Janeiro - RJ


Deixei a ansiosa Ana lá em cima e voltei com o motorista para poder assistir ao pouso, nas areias da praia. Uma tensa meia hora se seguiu. Tensa porque o prazo de decolagem se esgotava e o vento não favorecia o vôo. Lá em baixo, eu ficava imaginando a aflição da Ana vendo os ponteiros do relógio passando. Faz muito tempo que ela queria fazer esse vôo e, mais uma vez, parecia que algo não daria certo. Mas o Ricardo, nos minutos finais, achou uma brecha no vento e saltaram. Lá de praia, acompanhei o rápido vôo, cheio de idas e vindas, voltas e viradas e trouxeram minha feliz esposa sã e salva para terra firme. Mal cabia em seu sorriso e já queria voar de novo...

Tudo bem após o salto de Asa Delta, no Rio de Janeiro - RJ

Tudo bem após o salto de Asa Delta, no Rio de Janeiro - RJ


De volta para casa e após o jantar em família, resolvemos que, após os ares de São Conrado iríamos experimentar os ares da Lapa. Já era mais de meia noite quando chegamos no famoso Rio Scenarium, uma espetacular casa de Samba no coração da Lapa, o local que ajudou a mudar a cara do então decadente e perigoso bairro, transformando-o no principal centro de diversões noturnas do Rio.

Música ao vivo no Rio Scenarium, na Lapa, no Rio de Janeiro - RJ

Música ao vivo no Rio Scenarium, na Lapa, no Rio de Janeiro - RJ


A casa é enorme, usando o belo espaço reformado de uma antiga casa local, com a decoração toda feita de móveis e utensílios antigos, um verdadeiro antiquário. Comporta milhares de pessoas que ficam navegando entre seus diversos ambientes, cada um com vida própria. Uma balada imperdível para qum quer conhecer o Rio de Janeiro. Ontem estava muito jóia pois não estava lotado, dando espaço para a gente dançar e transitar sem problemas. No verão, principalmente aos sábados, a fila para entrar é gigantesca e esperas de mais de duas horas são normais. Nós mesmos já tínhamos tentado duas vezes e desistido. Há várias outras opções no bairro, sempre com muito samba de gafiera. Mas é o Scenarium a maior e mais famosa. Desta vez, finalmente, conseguimos. Foi muito jóia!

Matando a fome no Cervantes no fim de madrugada, em Copacabana, no Rio de Janeiro - RJ

Matando a fome no Cervantes no fim de madrugada, em Copacabana, no Rio de Janeiro - RJ


Já no final da madrugada, no caminho de volta para casa, uma parada estratégica no popular Cervantes, em Copacabana. Naquela hora da madrugada, nada melhor que um sanduíche de carne, queijo, patê e abacaxi para recuperar as energias e poder dormir de barriga cheia. Foi um belo dia na cidade maravilhosa!

Vista da Pedra Bonita, na rampa para saltos de Asa Delta, no Rio de Janeiro - RJ

Vista da Pedra Bonita, na rampa para saltos de Asa Delta, no Rio de Janeiro - RJ

Brasil, Rio De Janeiro, Rio de Janeiro, Lapa, Rio Scenarium, São Conrado

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Invadindo Mossoró

Brasil, Rio Grande Do Norte, Mossoró

Segundo e derradeiro bilhete de Lampião para o prefeito de Mossoró, tentando extorquir os cofres da cidade, em memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Segundo e derradeiro bilhete de Lampião para o prefeito de Mossoró, tentando extorquir os cofres da cidade, em memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN


Depois da nossa passagem pelo Lajedo da Soledade viemos para Mossoró, a segunda maior cidade do estado. Região de intensa exploração de sal e de petróleo em terra. Há também algo do meu sangue por aqui. Avós de minha avó por parte de pai partiram daqui para o sul do país, há mais de 150 anos.

Toboágua no Hotel Termas de Mossoró, em Mossoró - RN

Toboágua no Hotel Termas de Mossoró, em Mossoró - RN


Além desses tênues laços familiares, três coisas nos atraiam a essa cidade: o irmão de uma grande amiga da Ana mora por aqui, as tradicionais águas termais de Mossoró e a violenta passagem de Lampião pela região.

Infelizmente, acabamos nos desencontrando do Alfredo, irmão da Juliana. Peça do destino. Até no nosso hotel ele foi, mas tínhamos acabado de sair. Ficar sem celular numa hora dessa não ajuda...

Olha a temperatura dessa piscina, no Hotel Termas de Mossoró, em Mossoró - RN

Olha a temperatura dessa piscina, no Hotel Termas de Mossoró, em Mossoró - RN


Quanto às águas termais, Mossoró tem um tradicional hotel, que fez 30 anos em 2009. É muito conhecido em todo o nordeste. Tem o sugestivo nome de Termas de Mossoró. Para dormir, era meio caro para o nosso bolso, mas podemos visitar seu parque aquático. E assim fizemos na manhã de hoje. Apesar de ser uma rara manhã chuvosa na cidade, o calor não dava tréguas. Assim, visitamos as piscinas que chegam a uma temperatura de mais de 50 graus, mas não animamos a entrar. Passeamos pelo hotel, tiramos fotos de sua sequência de piscinas e seguimos viagem rumo ao Ceará.

Lendo sobre Lampião, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Lendo sobre Lampião, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN


O ponto alto de nossa estadia na cidade foi a visita à Praça da Resistência, onde há um memorial muito bem feito relatando a história da invasão de Mossoró pelo bando de Lampião, em 1927. Nesta época, a cidade já contava com cerca de 20 mil habitantes e era a mais rica do estado. Lampião foi convencido por outros cangaceiros de que seria possível invadi-la e saqueá-la. Mesmo em dúvida, sua vaidade em comandar tal feito falou mais alto.

Maria Bonita, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Maria Bonita, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN


Tal empreitada não foi mantida em sigilo, o que deu tempo para que os incrédulos habitantes da cidade, liderados pelo valente prefeito, se preparassem para a batalha. Muitos dos habitantes foram retirados da cidade enquanto os outros foram armados e entricheirados. Mesmo assim, os cangaceiros não desistiram de seu intento. Dois bilhetes foram escritos para as autoridades. O segundo deles, pelo punho do próprio Lampião. Tentava extorquir a cidade, trocando uma grande soma de dinheiro pela não invasão de Mossoró.

Lampião novinho, no bando do cangaceiro Sinhó Pereira, em foto do memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Lampião novinho, no bando do cangaceiro Sinhó Pereira, em foto do memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN


Toda a batalha é contada e demonstrada nos painéis informativos do memorial. Há também uma contextualização da época, da cidade, das personagens envolvidas e do próprio movimento do cangaço. Trabalho muito bem feito!

O resultado da batalha é que os cangaceiros foram exemplarmente rechaçados. A aura de invencibilidade do rei do cangaço ruiu por terra. Alguns dos mais valentes homens de Lampião foram mortos, ou então, feridos e depois assassinados. Entre eles, Jararaca, terrível cangaceiro que chegou a dar entrevistas depois de capturado. No dia seguinte, os policiais o mataram enquanto o transferiam para Natal, bem em frente ao cemitério de Mossoró. Acabou virando "santo" e motivo de peregrinação. Seu túmulo é o mais visitado da cidade, no dia de Finados.

Memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN


Eu e a Ana fomos digerir todas as informações na night de Mossoró. Night de chuva, como há muito não se via na cidade. Coincidentemente, também foi num raríssimo dia de chuva que a batalha de 27 se desenrolou.

Nesta noite, a batalha fez parte dos nossos sonhos, hehehe. E hoje, após a visita às termas, deixamos o Rio Grande do Norte rumo ao Ceará. Mesmo caminho de Lampião em fuga, há 84 anos. No Ceará, terra de Padre Cícero, ele tinha mais amigos e era mais fácil se esconder e se recuperar do baque. Por mais dez anos ele andou pelo sertão. Mas aquela batalha perdida o colocou para sempre na defensiva. A valente Mossoró lhe deu uma lição de que nunca mais esqueceu: não atacar uma cidade com mais de uma torre. Mossoró tinha quatro!

Brasil, Rio Grande Do Norte, Mossoró,

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Floripa Continental: Cachoeiras e Bruxas

Brasil, Santa Catarina, Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz

O sol ilumina e torna ainda mais bonita a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

O sol ilumina e torna ainda mais bonita a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Sempre associamos Florianópolis à Ilha de Santa Catarina, suas praias, lagoas e baladas. Mas a cidade não termina na ilha, ela avança para o continente também. Aliás, aí está parte expressiva da sua população, aqueles que sofrem com os congestionamentos diários para cruzar a ponte, indo ou voltando do trabalho. Foi essa outras Florianópolis que quisemos conhecer hoje.

Nosso percurso de hoje, indo do centro de Florianópolis para Santo Amaro da Imperatriz e, de lá, para as cachpeiras do Rio vermelho, na Serra do Tabuleiro. Na volta, uma parada em Itaguaçu, bairro continental da capital catarinense

Nosso percurso de hoje, indo do centro de Florianópolis para Santo Amaro da Imperatriz e, de lá, para as cachpeiras do Rio vermelho, na Serra do Tabuleiro. Na volta, uma parada em Itaguaçu, bairro continental da capital catarinense


Chegando a Santo Amaro da Imperatriz, em Santa Catarina

Chegando a Santo Amaro da Imperatriz, em Santa Catarina


Na verdade, não era apenas essa curiosidade geográfica que nos atraía. Não, tinha uma outra razão muito mais palpável. Há muito tempo, eu vi um documentário na TV sobre as belezas dessa cidade e, numa cena rápida, apareci uma bela cachoeira. Desde então, veio pesquisando sobre isso, mas as cachoeiras que achei na ilha são todas pequenas. Algumas são até fotogênicas, mas com pouca água e sem chance de um bom mergulho. Definitivamente, não era aquilo que eu tinha visto na TV.

O belo visual da trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

O belo visual da trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


O belo visual da trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

O belo visual da trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Comecei a pesquisar então do outro lado do estreito, no continente. Ali está a bela Serra do Tabuleiro. Tinha de ser por ali. Então, procura, pesquisa, pergunta, até que me deparo com as Cachoeiras do Rio vermelho. Pelas fotos, lindas! Mas pouco gente conhecia. Mas um site afirma: “Sem dúvida, as mais belas da região!”. Pronto, tínhamos achado um passeio! Só faltava descobrir como chegar. Nesse mundo de internet emq eu vivemos hoje, não foi difícil encontrar as instruções básicas. Com elas, chegaria perto. Depois, como diz o ditado: que tem boca chega a Roma!

Belas bromélias na trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Belas bromélias na trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Belas bromélias na trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Belas bromélias na trilha para a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Justiça seja feita, as cachoeiras não ficam em Florianópolis, mas bem perto da cidade. Ficam no município de Santo Amaro da Imperatriz, bem famoso no estado, embora seja desconhecida para quem mora mais longe. Não foi sempre assim. Santo Amaro ganhou fama já nos tempos de Dom João VI por suas águas termais. Foi uma dos primeiras estâncias hidrominerais a ser desenvolvida no Brasil! Seu neto, Dom Pedro II, veio visitá-la em 1845 e sua esposa, a imperatriz, se encantou tanto que mandou construir uma infraestrutura no local para melhor atender os visitantes. Por isso, a antiga Santo Amaro do Cubatão (nome do rio que cruza a região) foi rebatizada Santo Amaro da Imperatriz.

Trilha da cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Trilha da cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Chegando á cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Chegando á cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Pois bem, a cidade é frequentada por suas águas quentes, mas nós estávamos atrás de suas cachoeiras de água fria mesmo. Na parte sul do município está a Serra do Tabuleiro, um parque estadual cheio de montanhas. Por aí corre o rio do Braço e num dos seus afluentes estão as cachoeiras do Rio Vermelho. Custou um pouco para acharmos a estrada rural que chegava até lá e mais tempo ainda para localizarmos o início da trilha. Não tem nada sinalizado, poucas pessoas sabiam nos indicar algo. Mas quem procura, acha! A Fiona ficou estacionada em um pasto e a gente seguiu por uma estrada capenga, através de várias porteiras, até que começamos a subir um morro. Não fosse pelas porteiras trancadas, com jeito a Fiona chegava até lá. Um pouco antes de chegarmos no alto, uma trilha de verdade começava a nossa direita, se embrenhando na mata. Tínhamos achado! Mas só ficamos seguros disso quando começamos a ouvir, ao longe, o barulho de água.

Chegando á cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Chegando á cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


A maior das três cachoeiras cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

A maior das três cachoeiras cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Quando chegamos ao rio, a surpresa foi enorme e gratificante. A cachoeira era ainda mais bela do que esperávamos. Na verdade, “cachoeiras”, no plural. Uma sequência delas, três maiores e outras não tão grandes. Água bem limpa, avermelhada. Daí o nome do local, “cachoeiras do rio vermelho”. Apesar de estarmos num domingo de sol, não havia nem sombra de gente por lá. Apenas nós e aquela natureza exuberante. Tudo isso a apenas 40 km do centro de Florianópolis.

são três grandes cachoeiras no rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

são três grandes cachoeiras no rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


A maior das três cachoeiras cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

A maior das três cachoeiras cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Foi espetacular! Descemos e subimos o leito de pedras por onde o rio escorre. Escalamos e desescalamos paredes rochosas para ter acesso à piscinas e quedas d’água. Esperamos o sol aparecer para tirar melhores fotos. Encaramos a água fria e a ducha forte com muito prazer. Ficamos sentados ao lado do precipício apenas admirando a floresta ao nosso redor, rasgada por aquele rio encachoeirado. Como bom mineiro que sou, adoro cachoeiras, mas sou bem rigoroso em dizer se são cachoeiras mesmo. Muito mal acostumado com a Serra do Cipó, Carrancas e Mantiqueira. Mas essas cachoeiras daqui não ficam devendo nada para as melhores cachoeiras de Minas. Viva a Serra do Tabuleiro e as cachoeiras do Rio Vermelho!

Na belíssima região das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Na belíssima região das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Mais uma das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Mais uma das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


O esforço havia valido a pena. Mas o dia passava e ainda queríamos passear na Florianópolis continental, já que aqui era Santo Amaro da Imperatriz. Então, de volta para a mata, para o morro, para as porteias fechadas, para o pasto, para a Fiona, para as estradas rurais, para o centro de Santo Amaro. Na volta, é sempre mais rápido. Além de já sabermos o caminho, a gravidade sempre ajuda quando vamos para baixo.

O rio das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

O rio das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


O rio das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

O rio das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Aí, viagem bem rápida para Florianópolis. Mas antes de cruzarmos a ponte, deixamos a rodovia e entramos no bairro de Itaguaçu. Com a ilha do lado de lá do estreito de mar, diante dos nossos olhos, é mesmo estranho pensar que estamos em Florianópolis. Há setenta anos atrás, não estaríamos! A história conta que, na década de 40, saiu um estudo mostrando que Florianópolis era uma das três menores capitais do Brasil. Preocupados com isso, os governantes da época resolveram sanar isso da forma mais rápida possível. Até aquele época, a capital do estado estava realmente circunscrita à ilha. Mas, bastou uma canetada para que vários bairros aqui do continente fossem surrupiados de São José, o município que fica defronte à ilha, e passados para Florianópolis. Como num passe de mágica, a capital cresceu em área e população!

A maior das três cachoeiras cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

A maior das três cachoeiras cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Alguns desses novos bairros, notadamente Itaguaçu, viraram objeto de desejo da alta burguesia da cidade. Pelo menos até a época em que as praias do norte da ilha tinham acesso rodoviário bem precário. Quando essas estradas foram construídas, o movimento aqui do outro lado do estreito deu uma acalmada. Ainda mais depois que as águas da baía sul ficaram poluídas e deixaram de ser próprias para o banho.

A menor das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

A menor das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Ainda é assim até hoje. Nada de nadar, mas a orla continua muito simpática. É uma delícia caminhar por aqui e ficar admirando o contorno da ilha do outro lado. Anda mais no entardecer. Não é a toa que vários restaurantes se instalaram em frente ao mar, onde podemos beliscar algo e admirar a beleza de Florianópolis.

Na belíssima região das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Na belíssima região das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Na belíssima região das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Na belíssima região das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Bem poucos turistas vêm até aqui e mesmo entre os habitantes da capital, esse ainda é um recanto meio secreto. Não sabem o que estão perdendo! A uma mísera ponte de distância e deixamos para trás a confusão do centro e da Av. beira-mar e estamos em um oásis de tranquilidade.

Caminhando pelo rio das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

Caminhando pelo rio das cachoeiras do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


O sol ilumina e torna ainda mais bonita a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina

O sol ilumina e torna ainda mais bonita a cachoeira do rio Vermelho, na Várzea do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, perto de Florianópolis, em Santa Catarina


Itaguaçu vem do tupi e quer dizer “pedra grande”. O nome faz referência à marca registrada do bairro, enormes rochas que parecem flutuar sobre as águas da baía. Quase como um jardim de pedras. Não sei exatamente como esse “jardim” se formou, sua explicação geológica, mas a explicação folclórica certamente é bem mais interessante.

Fim de tarde nas pedras de Itaguaçú, bairro continental de Florianópolis

Fim de tarde nas pedras de Itaguaçú, bairro continental de Florianópolis


Fim de tarde nas pedras de Itaguaçú, bairro continental de Florianópolis

Fim de tarde nas pedras de Itaguaçú, bairro continental de Florianópolis


Pois é, essas pedras no mar foram o que é chamado de “Salão de Festas das Bruxas de Itaguaçu”. Bruxas? Pois é, porque você acha que Florianópolis é chamada de “Ilha da Magia”? São muitas histórias de bruxas, mas essas aqui de Itaguaçu não se deram muito bem, não.

Fim de tarde em Itaguaçú, na parte continental de Florianópolis, capital de Santa Catarina

Fim de tarde em Itaguaçú, na parte continental de Florianópolis, capital de Santa Catarina


No fim de tarde, refeição a beira-mar em Itaguaçú, bairro continental de Florianópolis, Santa Catarina

No fim de tarde, refeição a beira-mar em Itaguaçú, bairro continental de Florianópolis, Santa Catarina


A história conta que as bruxas da região resolveram dar uma grande festa, ou orgia. Convidaram todas as criaturas monstruosas, como lobisomem, vampiro, lula, saci-pererê, boi-tatá, curupira. Os mitos indígenas tinham força também e não poderiam faltar nessa balada. Só não convidaram o diabo, pois ele fedia muito enxofre, além de ter o péssimo hábito de judiar das bruxas, obrigando-as a dar um beijo em seu rabo pontudo como demonstração de subserviência. Pois bem, a orgia corria às mil maravilhas quando, no meio da madrugada, o diabo apareceu. Estava furioso por ter sido preterido. A punição foi severa: todas as bruxas foram transformadas em rochas, no mesmo lugar onde estavam naquele exato momento na festa. Com isso, o salão de festas das bruxas ficou para sempre imortalizado, ou petrificado, aqui em frente a Itaguaçu. E poder ver isso tudo tomando uma cervejinha gelada, o sol se pondo, a baía de águas calmas, as montanhas da ilha ao fundo e as bruxas petrificadas, simplesmente não tem preço! A Florianópolis continental também tem seus encantos!

A história do Salão de Festas das Bruxas de Itaguaçú, no bairro continental de Florianópolis, Santa Catarina

A história do Salão de Festas das Bruxas de Itaguaçú, no bairro continental de Florianópolis, Santa Catarina

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Capilla del Hombre

Equador, Quito

Admirado com o maior dos quadros na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Admirado com o maior dos quadros na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador


Hoje cedinho fui levar a Fiona na CasaBaca, a maior concessionária Toyota do país. Revisão dos 60 mil km. A última tinha sido em Salta, na Argentina. Onde será a próxima? México? E a última da viagem? Será que chegaremos aos 120 mil km?

Com a Maria, visitando a Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Com a Maria, visitando a Capilla del Hombre, em Quito, no Equador


Depois, encontramos com a Maria, nossa amiga sueca que mora na Dinamarca e esteve conosco em Galápagos. Será nossa companhia nesses dois dias que ainda pretendemos ficar em Quito. O programa de hoje foi uma dica (ótima dica!) do Cristian, o empresário equatoriano de quem ficamos amigos lá em Montañita, no litoral equatoriano. Fomos à Capilla del Hombre.

Retratos de Guayasamin na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Retratos de Guayasamin na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador


O Cristian tinha nos falado desse lugar que fica no alto de uma das serras de Quito, com uma belíssima vista da cidade. Apesar do nome, não é uma igreja. Na verdade, é um "templo" em homenagem aos povos da América Latina. Seu idealizador e construtor (infelizmente, morreu antes de terminar a obra) foi o fantástico pintor e escultor Oswaldo Guayasamin.

Um dos muitos quadros retratando Quito, de Guayasamin, na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Um dos muitos quadros retratando Quito, de Guayasamin, na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador


Esse é um daqueles casos que que eu me impressiono e me envergonho com o tamanho da minha ignorância. Nunca tinha ouvido falar desse que é, provavelmente, o maior pintor do nosso continente na segunda metade do séc XX. Personalidade controversa, grande fã de Fidel Castro, de origem humilde e mestiça, retratou com maestria em seu trabalho os povos americanos, mostrando seu sofrimento com grande realismo. As suas diversas pinturas da Quito que tanto amava também são um trabalho genial.

Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Capilla del Hombre, em Quito, no Equador


Sua última obra foi exatamente a Capilla del Hombre, localizada ao lado da sua residência. Ele mesmo projetou o prédio (também era arquiteto) e as obras que ali deveriam ser expostas, pinturas e esculturas. Mas um repentino ataque do coração enquanto se encontrava em viagem aos Estados Unidos, já com 80 anos, o impediu de ver essa obra finalizada.

Túmulo de Guayasamin na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Túmulo de Guayasamin na Capilla del Hombre, em Quito, no Equador


Hoje, a Capilla é um colírio para os olhos de quem a visita, uma verdadeira inspiração para nossos espíritos. Seus gigantescos paineis, o espaço em que está, o espaço que criou, tudo isso mostra claramente a genialidade artística desse homem. Seus ideais podiam ser controversos, mas a genialidade não. Valeu, Cristian, essa foi uma bela dica!

Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Capilla del Hombre, em Quito, no Equador

Equador, Quito, Capilla del Hombre, Guayasamin

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Santo Antônio de Lisboa e Nossa Vida Social

Brasil, Santa Catarina, Florianópolis

A história de Santo Antônio de Lisboa, distrito tradicional de Florianópolis, Santa Catarina

A história de Santo Antônio de Lisboa, distrito tradicional de Florianópolis, Santa Catarina


Quando voltávamos de nossas explorações das praias do norte da ilha, na tarde do dia 19 (post aqui), já a meio caminho de casa no centro, paramos em uma das principais atrações turísticas de Florianópolis: Santo Antônio de Lisboa. Localizado a 17 km ao norte do centro, de frente para o estreito que separa a ilha do continente, Santo Antônio é o mais tradicional e antigo distrito da Ilha de Santa Catarina, centro gastronômico e oásis de tranquilidade na capital catarinense.

Santo Antônio de LIsboa está a 17 quilômetros ao norte do centro de Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina. Nós paramos aí no dia 19, quando voltávamos das praias do norte da ilha

Santo Antônio de LIsboa está a 17 quilômetros ao norte do centro de Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina. Nós paramos aí no dia 19, quando voltávamos das praias do norte da ilha


A origem de Santo Antônio de Lisboa, assim como de outras freguesias tradicionais da cidade, está ligada ao povoamento da ilha por açorianos a partir de meados do séc. XVIII. Santo Antônio é o mais antigo desses assentamentos e seu principal marco arquitetônico, a Igreja de Nossa Senhora das Necessidades teve o início de sua construção em 1750.

Igreja de feições açorianas de Santo Antônio de Lisboa, distrito ao norte de  Florianópolis, Santa Catarina

Igreja de feições açorianas de Santo Antônio de Lisboa, distrito ao norte de Florianópolis, Santa Catarina


Interior da igreja em Santo Antônio de Lisboa. região norte de  Florianópolis, Santa Catarina

Interior da igreja em Santo Antônio de Lisboa. região norte de Florianópolis, Santa Catarina


Já bem mais tarde chegaram ondas imigratórias de diversos países europeus, além dos escravos africanos. Mas são mesmo as raízes açorianas as que deixaram maiores marcas na arquitetura, comida e modo de vida simples de seus moradores. Com a vocação turística sendo desenvolvida já há meio século, várias casas e a própria igreja foram reformadas e se encontram em muito bom estado hoje, fazendo a festa dos visitantes que passeiam em suas tranquilas ruas de paralelepípedo.

O charme de Santo Antônio de Lisboa, mais antigo distrito de Florianópolis, Santa Catarina

O charme de Santo Antônio de Lisboa, mais antigo distrito de Florianópolis, Santa Catarina


Homenagem à primeira rua calçada do estado, em Santo Antônio de Lisboa, norte de  Florianópolis, Santa Catarina

Homenagem à primeira rua calçada do estado, em Santo Antônio de Lisboa, norte de Florianópolis, Santa Catarina


Alias, a primeira rua calçada, não só da ilha, mas de todo o estado, está em Santo Antônio de Lisboa. Foi um dos preparativos para a mais ilustre visita que o distrito recebeu. Foi em 1845, quando estiveram aqui o imperador Dom Pedro II e sua esposa, Teresa Cristina. Assim como os visitantes de hoje, o imperador se encantou com a pequena vila e deixou um vultuoso donativo para a diocese. Naquela época, era aqui que os navios estrangeiros aportavam na ilha e por isso a alfândega era localizada em santo Antônio de Lisboa.

Detalhe da charmosa arquitetura de Santo Antônio de Lisboa, distrito tradicional de  Florianópolis, Santa Catarina

Detalhe da charmosa arquitetura de Santo Antônio de Lisboa, distrito tradicional de Florianópolis, Santa Catarina


Detalhe da charmosa arquitetura de Santo Antônio de Lisboa, distrito tradicional de  Florianópolis, Santa Catarina

Detalhe da charmosa arquitetura de Santo Antônio de Lisboa, distrito tradicional de Florianópolis, Santa Catarina


De frente ao estreito, as águas são bem calmas, mas a praia estreita mal é frequentada por banhistas. Os visitantes preferem caminhar pela orla calçada e sombreada e apenas admirar a vista dos barcos ancorados, do mar de dentro, do continente no outro lado do estreito e das pontes que dão acesso à ilha, na direção sul.

Casarão em Santo Antônio de Lisboa, bairro tradicional de Florianópolis, Santa Catarina

Casarão em Santo Antônio de Lisboa, bairro tradicional de Florianópolis, Santa Catarina


Santo Antônio de Lisboa, distrito de  Florianópolis, Santa Catarina

Santo Antônio de Lisboa, distrito de Florianópolis, Santa Catarina


Nessa simpática orla se instalaram diversos restaurantes e vir aqui almoçar ou jantar desfrutando dessa linda vista virou programa tradicional entre habitantes de Florianópolis e visitantes da cidade. É o complemento perfeito do programa que se inicia com um passeio pelas ruas históricas, uma visita à igreja, ao museu e às lojas de artesanato e termina com uma refeição a céu aberto quase na beira da água.

A orla de Santo Antônio de Lisboa, bairro de  Florianópolis, Santa Catarina

A orla de Santo Antônio de Lisboa, bairro de Florianópolis, Santa Catarina


Restaurante na orla de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis, Santa Catarina

Restaurante na orla de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis, Santa Catarina


Foi o que nós fizemos no dia 19, embora de forma inesperada. Na verdade, só queríamos comer algum petisco, pois já tínhamos jantar marcado para mais tarde. Mas, eis que por alguma daquelas grandes coincidências que sempre enriquecem as viagens, quando fomos dar uma olhada em um dos restaurantes, lá estavam o Delmar e sua esposa Marilia. Para quem não se lembra, o Delmar é um antigo chefe da Ana, lá de Porto Alegre, e que nos recebeu em seu apartamento na capital gaúcha três semanas atrás, para um delicioso churrasco (post aqui). Fizemos muita festa e foi impossível negar o convite de sentarmos em sua mesa. Daí para comermos mais do que havia sido planejado, foi um pulinho. Mas valeu cada mordida, com certeza!

A Fiona na praça principal de Santo Antônio de Lisboa, litoral norte de  Florianópolis, Santa Catarina

A Fiona na praça principal de Santo Antônio de Lisboa, litoral norte de Florianópolis, Santa Catarina


Por uma feliz coincidência, encontro com o Delmar e a Marilia em Santo Antônio de Lisboa Florianópolis, Santa Catarina

Por uma feliz coincidência, encontro com o Delmar e a Marilia em Santo Antônio de Lisboa Florianópolis, Santa Catarina


O jantar para o qual ainda guardamos um lugar no estômago foi uma história curiosa. Como já disse, nós estamos hospedados no apartamento do tio Walter, a um quarteirão da Av. Beira-mar norte. Pois bem, lá na garagem do condomínio, a Fiona foi reconhecida por um leitor nosso. Ele entrou em contato conosco pelo facebook e nos convidou para jantar. Convite irrecusável, diante de tanta amabilidade. Então, depois de Santo Antônio de Lisboa, poucas horas mais tarde, lá estávamos nós jantando com o Francisco e a Ângela, amantes de viagens e nossos mais novos amigos florianopolitanos. Foi joia!

Convidados para jantar pelo Francisco e a Ângela, no mesmo prédio onde estamos hospedados em Florianópolis (casa do tio Walter), Santa Catarina

Convidados para jantar pelo Francisco e a Ângela, no mesmo prédio onde estamos hospedados em Florianópolis (casa do tio Walter), Santa Catarina


Convidados para jantar pelo Francisco e a Ângela, no mesmo prédio onde estamos hospedados em Florianópolis (casa do tio Walter), Santa Catarina

Convidados para jantar pelo Francisco e a Ângela, no mesmo prédio onde estamos hospedados em Florianópolis (casa do tio Walter), Santa Catarina


Falando em jantar, nossos mais costumeiros companheiros de jantar durante nossa temporada na cidade foram , sem dúvida, o Tio Walter e a Sílvia, sua namorada. Seja no apartamento do tio Walter, onde ele mesmo era o cozinheiro ou apenas pedia alguma pizza, seja no shopping Beira-mar, seja em algum restaurante de Jurerê Internacional, a companhia e a conversa sempre foram agradáveis e rendiam muitas risadas. Isso só fortalecia nosso sentimento de estarmos em casa, ainda mais que o tio Walter é família, irmão mais novo da mãe da Ana. Aliás, foi esse sentimento de lar, doce lar que foi nos fazendo esticar nossa estadia nessa cidade que adoramos tanto.

Jantar com o tio Waltinho e a Silvia, em Florianópolis, Santa Catarina

Jantar com o tio Waltinho e a Silvia, em Florianópolis, Santa Catarina


Macarronada na casa do tio Waltinho, em Florianópolis, Santa Catarina

Macarronada na casa do tio Waltinho, em Florianópolis, Santa Catarina


A outra exceção a esta regra de “jantar em família” foi no dia que fomos encontrar outra amiga da Ana, também dos tempos de Porto Alegre. Ela e o marido Jeff nos receberam na casa deles na região do Cacupé, pertinho de Santo Antônio de Lisboa. Foi um delicioso churrasco com direito a muita cerveja gelada e também a companhia do amigo Marcio e do Joaquim, ainda dentro da barriga da mãe, grávida de 5 meses. Realmente, com família e tantos amigos em uma cidade onde já estivemos tantas vezes antes, a sensação é a de se estar em casa e não viajando.

Encontro com a Vivi, Jeff e Marcio, em Florianópolis, Santa Catarina

Encontro com a Vivi, Jeff e Marcio, em Florianópolis, Santa Catarina

Brasil, Santa Catarina, Florianópolis, Arquitetura, comida, Santo Antônio de Lisboa

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