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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Sem vento, a Laguna de Los Tres se transforma em um espelho, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Por fim, cheguei no alto. Dali ainda temos de caminhar uns quinhentos metros, subida bem suave e então, a lagoa aparece. Linda, perfeitamente colocada entre aqueles gigantes de pedra. Água azul esverdeada, cercada por encostas rochosas e brancas de neve. Algumas últimas pessoas ainda andavam por ali, o sol se pondo lentamente atrás das torres de granito, o Fitz Roy se destacando entre elas.
Chegando à Laguna de Los Tres no fim de tarde, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
A bela Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Fiquei no mirante da lagoa por um tempo e resolvi descer até a praia. Resolvi contornar a lagoa pela esquerda, mas achei melhor esperar a Ana. O vento aumentava e agora, parado, comecei a sentir um pouco de frio. Finalmente ela apareceu ao longe. Fiz sinal da direção que caminharia, dei as costas e comecei a contornar a lagoa. Já quase do outro lado, é possível subir um veio de rochas e descer do lado de lá. É o mirante para a Laguna Sucia, uns duzentos metros abaixo de nós. Vista maravilhosa e ali, estava protegido do vento. Sentei para esperara a Ana, mas o tempo passou e nada dela aparecer.
Esquentando-se nas últimas luzes do sol, na Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Fiz o caminho de volta para encontrá-la na praia da lagoa. Para minha surpresa, estava furiosa comigo. Ela não tinha me visto fazendo sinal e não tinha a menor ideia de onde eu estava. Para piorar, eu vinha carregando o casaco dela para diminuir seu peso e agora, ali me procurando, ela morria de frio. Para quem acha que nunca brigamos nessa viagem, esta aí um bom exemplo de que isso não é verdade e temos também, muito de vez em quando, nossos entreveros. Dessa vez, ela estava realmente brava e de nada adiantaram minhas explicações ou desculpas. Só o tempo para me ajudar. O tempo e a linda paisagem à nossa volta. Aos poucos, a situação foi se acalmando e pudemos aproveitar mais um pouco, antes que o sol se escondesse por completo.
Na Laguna de Los Tres, observando o fim de tarde no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Fim de tarde no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Mas já era hora de ir. Quando chegamos à grande descida, a paisagem ainda era fantástica. Ali no vale a luz do sol ainda chegava e desenhava no solo a sombra das montanhas atrás de nós. Fantástico!. Para a nossa direita, as lagunas conhecidas como Madre e Hija. Na tarde seguinte passaríamos ao lado delas, no nosso caminho para casa. Não demorou muito para chegarmos à barraca onde a Ana logo preparou uma deliciosa massa para nós, acompanhada de legumes e de uma garrafa de vinho que eu havia trazido. Brindamos às montanhas e dormimos como anjos.
No fim de tarde, a sombra do Fitz Roy no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Nossa ideia era acordar bem cedo para assistir ao nascer-do-sol. A cena das primeiras luzes do dia batendo nessas montanhas de granito é uma imagem clássica aqui da patagônia. Dá para ver aqui de baixo, mas o bom mesmo é subir na Laguna de Los Tres e ver esse espetáculo mais de perto. Para isso, é preciso madrugar, pois a subida leva pouco mais de uma hora. Pois bem, nós até acordamos, mas o barulho do vento indicava que o tempo havia mudado. Resolvemos dormir mais um pouco...
De volta à Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Agora pela manhã, de volta à Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Quando despertamos de vez, o pessoal que havia subido chegava de volta ao acampamento. Estavam felicíssimos com o que haviam visto. Havia nuvens sim, mas foi lindo também. Meio arrependidos, resolvemos que subiríamos até a lagoa outra vez. Mesmo o sol já tendo nascido, o céu agora estava azul novamente e a luz lá encima deveria estar ótima para fotos, bem melhor que no final de tarde de ontem.
A luz da manhã ilumina as montanhas do parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Agora pela manhã, de volta à Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Tomamos nosso café, deixamos a barraca ainda montada e fomos encarar aquela subidona outra vez. Mas agora, resolvemos seguir juntos! Tínhamos de chegar na lagoa para esquecer as lembranças de ontem! E assim foi, subimos conversando e, sem mesmo perceber, já estávamos lá.
Em um dia sem vento, a beleza da Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Nossa! Se ontem já era lindo, hoje, com luz direta, estava espetacular. Agora sim podíamos ver a verdadeira cor das águas da lagoa. Um tom quase mágico. Ainda mais cercado por aquela paisagem grandiosa. As fotos saíram fantásticas e a todo momento agradecíamos a ideia de ter voltado. De novo, como subimos fora do horário, depois que o pessoal do nascer-do-sol já tinha descido e muito antes das pessoas que chegariam hoje, estávamos completamente a sós lá no alto. Do jeito que eu gosto, pois quando chego a um lugar desses, tudo o que eu não quero ver são pessoas no meio das nossas fotos ou gritando no meio do meu silêncio.
Um salto para foto na Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
A imagem das montanhas refletidas nas águas da Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Na verdade, as únicas pessoas que víamos eram uns pontinhos coloridos descendo uma das geleiras lá encima. Certamente estavam voltando de alguma das montanhas, alpinistas de verdade. Devagarzinho, eles foram vencendo as dificuldades e, uns 30 minutos depois, chegaram à lagoa e desceram direto. Voltávamos a ficar sós. Mas agora, isso tinha me dado a ideia de também seguir mais adiante.
Observando as águas azuis da Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Observando a Laguna Sucia, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Fingindo não ver uma placa que anunciava ser proibida a passagem de quem não fosse alpinista credenciado, fui subindo a encosta rochosa ao lado da lagoa, aproximando-me da geleira. A Ana veio comigo, mas achou melhor parar numa passagem mais difícil. Eu ainda segui um pouco mais, a sensação de solidão ainda maior, a vista cada vez mais linda nas minhas costas e a geleira cada vez mais perto na minha frente. Achei que já era de bom tamanho, tirei minhas fotos e voltei para encontrar a Ana. Melhor não dar chance para mais uma briga!
Do alto, observando a Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Do alto, observando a Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Agora juntos, ficamos ali, admirando aquela obra-prima da natureza. Depois, antes que chegasse alguém e nos visse em território proibido, voltamos à lagoa e, de lá, levei a Ana para ver a Laguna Sucia. Também estava muito mais bela do que ontem, devidamente iluminada pelo sol.
Regressando da Laguna de Los Tres, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Trilha Madre e Hija, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Bom, entre idas e vindas, fotos e momentos de reflexão, ficamos umas duas horas lá em cima. Começavam a chegar as pessoas de hoje e isso era o sinal de que, nós também, precisávamos tomar nosso caminho. Descemos rapidinho até Poincenot, desarmamos e embalamos a barraca e fomos fazer a trilha da Madre e Hija. Sete quilômetros quase planos e as duas lagoas, uma maior e outra menor, mãe e filha, ali ao nosso lado. Depois, mais um quilômetro descendo e encontramos a trilha da Laguna Torre. Para a direita, o Cerro Torre e o glaciar Grande, nossos velhos conhecidos. Para a esquerda, o caminho de casa. Depois de tantos quilômetros, subidas e descidas, não tivemos dúvidas: tomamos a esquerda!
Passando pelas Lagunas Madre e Hija, no parque Los Glaciares, região de El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Após dois dias de caminhada no parque Los Glaciares, chegando de volta à El Chaltén, no sul da patagonia argentina
Agora seguimos ao lado do nosso conhecido rio Fitz Roy. Paramos nos mirantes para fotografar as cachoeiras e as curvas do rio, mas estávamos mesmo é acelerados para voltar para casa. Sentar mais uma vez nas mesinhas de calçada daqueles restaurantes gostosos, aproveitar o festival de comida que havia na cidade, tomar uma Quilmes gelada, era tudo o que queríamos! Depois, uma noite merecida de descanso na nossa pousada, pois amanhã o dia começa cedo. Dessa vez, nada de caminhada, vamos é escalar. Escalar no gelo do gigantesco glaciar Viedma.
Após dois dias de caminhada no parque Los Glaciares, chegando de volta à El Chaltén, no sul da patagonia argentina
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