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Sandra Ferraciolli (25/06)
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Wanderson (25/06)
Olá, gostaria de saber se vocês podem fornecer o mapa que citaram mostr...
Fim de tarde. no alto das dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Muitas coisas concorrem para fazer dessa ilha um lugar tão especial. Em primeiro, aquilo que está mais aparente: suas belezas naturais. Uma pequena ilha no meio de um arquipélago formado por manguezais, quase toda tomada por dunas de areia. Mas suas dunas são diferentes daquelas dos Lençóis Maranhenses, ou da região de Jericoacoara. Ao invés de grandes dunas, todas "correndo" na mesma direção, aqui elas estão amontoadas, uma por cima da outra, cada uma se deslocando num sentido. Nessa confusão de dunas, várias pequenas lagoas se formam, algumas do tamanho de banheiras. Para quem vinha acostumado com as dunas grandes e compactas, é uma visão inusitada!
Entardecer visto do alto das dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Além disso, o contraste de dunas de areias amareladas crescendo (e soterrando!) manguezais também é muito bonito. Na borda dessa luta entre forças naturais, grandes praias se estendem, dependendo da maré, por quilômetros à fio. Aliás, na maré baixa, tenho a impressão que a ilha triplica de tamanho. O mar vai lá para trás, a praia fica absolutamente imensa, lagoas se formam. Um cenário grandioso.
Caminhando nas dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
O segundo motivo é cientÃfico. Por algum mistério, a maior concentração de pessoas albinas por habitante no mundo está aqui. São os chamados "filhos da lua". Lembro de criança ver programas na TV sobre isso. É um fato que jamais foi verdadeiramente compreendido, mas o fato é que ocorre. Ainda hoje, visitando a ilha, podemos vê-los, tentando se adaptar a um lugar onde, por seis meses durante o ano, o sol é inclemente. Os adultos, já cientes das dificildades, só saem nos dias nublados. A pesca, principal fonte do sustento, só de noite. Já as crianças, driblando a preocupação de seus pais, querem fazer o mesmo que seus colegas: correr ao ar livre durante todo o dia. O tempo lhes ensinará...
Dunas e pequenas lagoas na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
O terceiro motivo são as lendas que sobrevivem por aqui há gerações. É um dos últimos lugares no Brasil aonde sobrevive o "sebastianismo", algo surgido em Portugal há quase quinhentos anos. Vou falar disso num outro post, depois de visitar um centro local onde isso é explicado com mais detalhes.
Seu Domingos e sua pescaria, na praia da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Eu e a Ana saÃmos logo cedo, depois da nossa "soneca", para explorar a ilha e o que a faz famosa. Juntos com os filhos do Hélio, fomos explorar as belezas da ilha, suas dunas, lagoas e praias. As lagoas ainda estão enchendo, mas do jeito que está chovendo, não vai demorar muito... As poucas lagoas mais cheias atraem muitas crianças, que são a maioria da população da ilha. É engraçado ver suas mães preocupadas, brigando com elas. Afinal, hoje é sexta-feia, dia de escola e não de lagoa. Mas vai explicar isso para as crianças... Tudo o que posso dizer é que, num ambiente desse, combina muito mais ver uma criança de sunga ou bermuda se atirando numa lagoa do que de uniforme e livros indo para uma escola...
Fim de tarde. no alto das dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Como as lagoas não estavam tão cheias, fomos para a imensa praia nos esbaldar em suas ondas. O mar é acizentado. Mas suas ondas garantem boa diversão. Praia quase totalmente deserta. Só um pescador por ali. É o Seu Domingos, que vem nos mostrar o prêmio de seu dia: um enorme xaréu de dez quilos!
Festa com as crianças no Bar do Martins, na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Depois do longo passeio e do almoço na pousada, tiramos mais uma bela soneca. Mas acordamos em tempo de subir as dunas mais altas da ilha, para assistir o belo entardecer. Lá de cima, pode-se observar a pequena vila, as praias ao fundo, o mangue sendo lentamente engolido pelas dunas, os braços de mar que separam a ilha de suas vizinhas e que mais parecem rios, e o verde do mangue que domina as outras ilhas. É uma linda visão! Só está faltando a revoada dos guarás vermelhos. Infelizmente, não é a época certa do ano. Agora em fevereiro, eles estão mais preocupados em se reproduzir do que fazer show para visitantes que escolheram o mês errado para observá-los.
Festa com as crianças no Bar do Martins, na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Por fim, chega a noite e muita chuva. Já estamos abrigados no Bar do Martins, o mais animado da comunidade. Lá, entre cervejas geladas e com muito samba, socializamos com crianças da ilha. Eles nos adoram, principalmente a Ana. Disputam a nossa atenção com um senhor idoso, o Zé Maria, que gasta sua aposentadoria em cervejas. Momentos de pura felicidade, crianças pulando e sorrindo, cada um mais fotogênico do que o outro. É o prazer de se estar numa ilha tão isolada, perdida no meio desse Brasilzão, mas ao mesmo tempo tão bela e, acima de tudo, com tanto calor humano. Calor humano disfarçado de lindas crianças de cinco à dez anos. Ah... e também de um senhor com seus sessenta e poucos...
Com o Zé Maria, no Bar do Martins, na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
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