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Começamos o dia de hoje com uma rápida caminhada pelo centro da cidade ...
Ana Christ (17/06)
Nossa! Nunca tinha ouvido falar nesse lugar. Que demais!!!! Muito boa tam...
Alvaro (15/06)
Boa noite. Vocês abem qual o calado do ria em paramaribo ? Vou passa red...
Flora (14/06)
Simplesmente divina esta série da Islândia. Foi pra listona direto. Ago...
Camille (14/06)
Obrigada!! Realmente acho que vou mudar o roteiro e tentar dormir pelo me...
mabel (13/06)
Olá Rodrigo e Ana, é este o restaurante que a reportagem da Globo mostr...
Várias lagoas entre as dunas de Tatajuba - CE
Há onze anos atrás fiz a longa caminhada de Jericoacoara até Tatajuba. Uns 25 km pela praia. Lembro de ter saÃdo de madrugada. Depois, só lembro de ter adorado estar em Tatajuba no fim de tarde, quando todos os turistas de um dia só já haviam partido. O pôr-do-sol visto da duna de lá foi mais bonito que o de Jeri. Lá, perto das dunas, há muitas áreas alagadas, com vegetação e pequenas lagoas. O contraste do verde no meio da areia, a água refletindo o sol vermelho foi inesquecÃvel.
InÃcio da caminhada para Tatajuba, bem cedinho, em Jericoacoara - CE
Com base nessas lembranças, quis fazer esse trekking novamente, desta vez com minha amada. Todos com quem falávamos aqui desaconselharam. Diziam que era 30 km, que ninguém fazia isso, etc... Alguns, na sequência, já propunham nos levar lá de bugue. Sei... O problema foi que a Ana ficou a véspera de cama, se recuperando de alguma virose. Mas acho que ela também estava bem a fim de fazer essa caminhada. Não gosta nada de eu ter feito algo que ela ainda não fez. Assim, hoje cedinho, ela nem pestanejou. Estava pronta para andar!
Chegando perto de Mangue Seco, a caminho de Tatajuba - CE
SaÃmos um pouco antes das sete, café da manhã tomado e carregando poucco peso: uma muda de roupa, material de higiene, cremes, lanche, água e máquina fotográfica. A maré estava bem baixa e com a luz da manhã o visual estava maravilhoso. Não demorou muito e já estávamos passando pela entrada de Mangue Seco, a pouco mais de seis quilômetros, onde eu tinha estado ontem. Pena que Seu Manelinho não estava na sua barraca. Descansamos um pouco na sombra e seguimos em frente.
Ponta na praia da entrada para Mangue Seco - CE
Caminhada para Tatajuba, entre Mangue Seco e Guriú - CE
A próxima referência era a barra do Guriú, outros seis quilômetros à frente. O sol foi sumindo dando lugar à nuvens ameaçadoras. O tal do rio Guriu, na maré baixa, forma uma espécie de pequeno delta e nós fomos cruzando seus braços e os espaços alagados entre eles. A paisagem era absolutamente incrÃvel. Coisa de outro planeta. Só as fotos para dar uma idéia. Centenas de poças d'água, uma praia de quase um quilômetro de largura. Lindo!
Chegando perto da barra do Guriú com maré baixa, no caminho para Tatajuba - CE
Terrenos alagado na maré baixa, próximo a Guriú - CE
Finalmente, chegamos ao maior dos braços e, com água no pescoço e mochilas na cabeça, cruzamos esse obstáculo. Logo depois, a chuva nos alcançou. Chuva não! A quantidade e força da água era muito maior do que uma simples chuva. O refresco foi super benvindo, mas as gotas grandes trazidas pelo vento, que vinha pelas costas, chegava a doer! Foi quando eu entendi aquele trecho da música da Vanessa da Mata "... banho de chuva, banho de chuva, ai ai ai ai ai ai ai ai ai..." Sim, agora esse "ai ai" fez todo o sentido!
Cruzando um dos braços do Guriú, no caminho para Tatajuba - CE
Cruzando a barra do Guriú, um pouco antes da chuva, no caminho para Tatajuba - CE
Ensopados, felizes e curtindo cada minuto, seguimos em frente. A chuva passou, os visuais lindos foram se sucedendo até que Tatajuba apareceu lá na frente. Apareceu, mas não chegava nunca. Praia infinita. Bem, água mole, pedra dura... aos poucos, bem aos poucos, chegamos!. Tomamos uma água de coco na Velha Tatajuba, que foi tomada pelas dunas, e atravessamos o último obstáculo para chegar de vez na cidade (a nova). Tivemos de cruzar uma espécie de rio que seca na maré baixa e fica enorme na alta. Estávamos bem no meio desse processo. Para tristeza e nojo da Ana, cruzamos um pedaço de lamaçal negro, daquele que nossos pés afundam no lodo. Vencido isso, chegamos na nossa pousada, a Portal do Vento.
A água da chuva deixou a areia espelhada, no caminho entre Jeri e Tatajuba - CE
Pés negros e cara de nojo depois de cruzar terreno encharcado na entrada de Tatajuba - CE
Lá, deixamos nossas coisas, respiramos um pouco e retomamos nossa peregrinação. Agora, foram mais uns 5-6 km até a Lagoa da Torta, cruzando campos, alagados e dunas. Essa diversidade de paisagens é o que faz a região de Tatajuba tão especial. Por fim, subimos a última duna e lá estáva a lagoa, um verdadeiro oásis no meio de tanta areia. Ao seu lado, várias barracas. Acho que estão preparados para receber 300-400 pessoas ao mesmo tempo. Mas, naquele horário, não passava de uns dez gatos pingados. Nós nadamos num canto aprazÃvel dela, água bem transparente e refrescante e escolhemos uma barraca mais afastada para almoçar.
Chegando na Lagoa da Torta, em Tatajuba - CE
Nadando na deliciosa Lagoa da Torta, em Tatajuba - CE
Devoramos uma tilápia e, aproveitando o fim de tarde, ainda seguimos para a mais alta duna da região, a Duna do Funil. Mais uma longa caminhada atravessando dunas e terrenos alagadiços. Meu cavalheirismo falou mais forte e, toda vez que tÃnhamos de cruzar um riacho, eu passava com a Ana nas costas, para que ela não precisasse molhar sua sandália de couro. Por fim, chegamos ao pé da mãe de todas as dunas! Bem mais alta que a duna do pôr-do-sol, em Jeri. Pelo lado que chegamos, a súbida não era Ãngrime e logo estávamos no seu topo. Bem em tempo de ver o belo entardecer e toda a paisagem magnÃfica que a cerca. Ao longe, o oceano; ao lado dunas menores formando um verdadeiro mar de areia; lá embaixo, o verde dos terrenos alagadiços; e bem no meio da duna, que tem uma forma de cunha, uma lagoa! M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!!!
Atravessando as dunas para se chegar na Duna do Funil, em Tatajuba - CE
Estávamos completamente sós naquele paraÃso. Parecia que estávamos sós na Terra. Aliás, parecia a Terra de 300 milhões de anos atrás. Pelo menos, é assim que eu a imagino, paisagens grandiosas, virgens, inexploradas.
No topo da Duna do Funil, em Tatajuba - CE
Bom, "inexploradas" é por minha conta porque a Duna do Funil estava toda marcada. Parecia que ela tinha cicatrizes. Eram rastros de bugues, motos, pegadas, skibundas, etc... Parece que ela é bem movimentada durante o dia. Mas, como disse, naquele horário éramos só nos três: eu, a Ana e o entardecer. Especial!
Depois do banho de lagoa, a dura subida da Duna do Funil, em Tatajuba - CE
Não resisti e saà em disparada lá para baixo. Saltos gigantescos amortecidos pela areia fofa. Vinte segundos gritando e já estava lá embaixo. Para minha surpresa, a lagoa não tinha mais de 30 centimetros de profundidade. Bom, já deu para me deitar. A Ana tirou umas fotos lá de cima e eu iniciei a árdua subida de volta. Quando cheguei lá encima, a surpresa: ela tinha tirado fotos com a regulagem errada, e todas elas tinham saÃdo escuras. Que beleza! Respirei um pouco e desci em disparada mais um vez. Novamente, um delicioso e efêmero prazer de 20 segundos, um rápido tchibum numa lagoa rasa e árdua subida pela areia.
Descendo em disparada a Duna do Funil, em Tatajuba - CE
De lá, voltamos pelas dunas para nossa pousada. Mais visuais incrÃveis, paisagem extraterreste. Ou, dessa vez não parecia a Terra do passado, mas a Terra do futuro, depois da 3a guerra mundial. Hehehe, pelo menos é como parece nos filmes do Mad Max.
Refrescando-se na lagoa da Duna do Funil, em Tatajuba - CE
Na pousada, dormimos como anjos. Também, depois de mais de 40 quilômetros de caminhada, a gente merecia! Mas não esqueceremos as paisagens que vimos hoje. Jericoacoara é linda, ninguém discute, mas essas paisagens de Tatajuba são inesquecÃveis. Principalmente quando vistas e visitadas depois do movimento dos "diaristas". É um privilégio que poucas pessoas se dão. Por quanto tempo continuará assim?
Autofoto no topo da Duna do Funil, em Tatajuba - CE
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