0 Blog do Rodrigo - 1000 dias

Blog do Rodrigo - 1000 dias

A viagem
  • Traduzir em português
  • Translate into English (automatic)
  • Traducir al español (automático)
  • Tradurre in italiano (automatico)
  • Traduire en français (automatique)
  • Ubersetzen ins Deutsche (automatisch)
  • Hon'yaku ni nihongo (jido)

lugares

tags

Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão

paises

Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela

arquivo

SHUFFLE Há 1 ano: Antártida Há 2 anos: Antártida

A Vida Embaixo D'Água

Galápagos, San Cristóbal, Isla Santiago, Isla Isabel, Isla Darwin, Isla Wolf

Cardume de tubarões em mergulho em Darwin, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Cardume de tubarões em mergulho em Darwin, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)


Certamente, o mar de Galápagos não é um lugar com visibilidade excepcional como o Mar Vermelho ou Fernando de Noronha e nem com tantas cores como a Barreira de Corais australiana. Além disso, a água é fria (em alguns pontos, gelada!!!), muito menos confortável que o Mar do Caribe.

Estrela-do-mar em mergulho em Santiago, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Estrela-do-mar em mergulho em Santiago, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)


Baiacu em mergulho em Wolf, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Baiacu em mergulho em Wolf, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)


O que realmente atrai tantos mergulhadores à esse arquipélago distante é a quantidade de vida. Principalmete, a de criaturas grandes. Galápagos fica na confluência de várias correntes marítimas ricas em nutrientes. É a base alimentar de uma extensa cadeia que começa com peixes pequenos, passando por tartarugas e leões-marinhos e chegando à golfinhos, tubarões e baleias, incluindo aí o maior peixe dos nossos oceanos, o Tubarão-Baleia.

Moréia em mergulho em Wolf, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Moréia em mergulho em Wolf, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)


Peixe camuflado em mergulho em Wolf, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Peixe camuflado em mergulho em Wolf, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)


É só a gente cair na água e olhar para os lados e eles começam a aparecer. Tartarugas e leões-marinhos estão em quase todos os pontos de mergulhos. Muitas vezes, podemos ver vários deles ao mesmo tempo, interagindo entre si. Ou estão acostumados conosco, e portanto não tem medo, ou são curiosos com a nossa presença, chegando bem perto para nos estudar melhor. No nosso primeiro mergulho, por exemplo, ainda em San Cristóbal, perto do porto, a visibilidade estava muito ruim e o mergulho ía se desenrolando monotamente. Eu já pensava com meus botões: "tudo bem, esse é apenas um mergulho de adaptação, a festa mesmo começa amanhã" quando dois leões-marinho apareceram, os primeiros que via em minha vida durante um mergulho. Tudo mudou! Aquele mergulho chato de repente se transformou num dos mais interessantes desses 1000dias!

Dois leões marinhos curiosos com a nossa presença em Cousin Rock, na Isla Santiago - Galápagos

Dois leões marinhos curiosos com a nossa presença em Cousin Rock, na Isla Santiago - Galápagos


Tartaruga marinha em mergulho na Isla Wolf, em Galápagos

Tartaruga marinha em mergulho na Isla Wolf, em Galápagos


Aos poucos, fomos nos acostumando com esses velozes mamíferos e também com as dezenas de tartarugas e moréias que víamos. Queríamos mais! Foi quando chegamos à Wolf. Aí, os mergulhos mudaram! A gente simplesmente ficava parado, acomodado em alguma pedra, vendo dezenas e dezenas de tubarões passando à nossa frente. O primeiro tubarão-martelo a gente nunca esquece! Depois, vem o segundo, o terceiro, o centésimo e começamos a nos acostumar também com eles...

Duas arraias-chita em mergulho na Isla Darwin, em Galápagos

Duas arraias-chita em mergulho na Isla Darwin, em Galápagos


Leão-marinho brinca conosco em mergulho em Isabel, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Leão-marinho brinca conosco em mergulho em Isabel, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)


Aí, o interessante passa a ser a interação entre diferentes animais. Tartarugas em meio a grandes cardumes de peixes, um leão-marinho nadando ao redor de um tubarão-martelo, duas arraias chitas num perfeito balé sub-aquático, enormes cardumes de tubarão-martelo e tubarão de Galápagos misturados, pinguins "voando" dentro d'água enquando enormes arraias manta literalmente batem suas asas ao nosso lado.

O fantástico peixe-lua em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos

O fantástico peixe-lua em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos


Polvo em mergulho em Darwin, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Polvo em mergulho em Darwin, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)


Inesquecível também é ver um polvo (que animal mais estranho!) nadando, com seus oito braços, ou cavalos-marinho sempre agarrados a algum suporte, ou o peixe-lua, um enorme "círculo" que nada vagarosamente ao largo da Isla isabel, peixe diferente de tudo o que eu já tinha visto anteriormente.

Cavalo-marinho em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos

Cavalo-marinho em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos


Lindo cardume de pequenas barracudas em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos

Lindo cardume de pequenas barracudas em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos


Outra experiência marcante foram os grandes cardumes de peixes. Milhares de pequenas barracudas nos envolviam, curiosas, em alguns lugares. Mas, o maior e mais impressionante de todos certamente foi o cardume de salemas. Milhões delas! Ao entrar no cardume, parecia que estávamos numa caverna. Ficava tudo bem escuro, apenas eu e aquela quantidade infinita de peixes em todos os lados, a 1-2 metros de distância. Nadando vagarosamente entre eles (vão abrindo caminho), uma vazio aparece à frente: é a Ana, em sua própria caverna, maravilhada também com aquela explosão de vida. Deixo a caverna da Ana para trás e, de repente, um buraco se abre rapidamete à minha frente: é um leão-marinho se divertindo, nadando ele também em meio àquele cardume infinito. Essa cena incrível tive a sorte de filmar. Vou tentar postar em breve esse vídeo...

A inconfundível silhueta de um tubarão-martelo em mergulho na Isla Wolf, em Galápagos

A inconfundível silhueta de um tubarão-martelo em mergulho na Isla Wolf, em Galápagos


Dois tubarões-martelo em mergulho na Isla Darwin, em Galápagos

Dois tubarões-martelo em mergulho na Isla Darwin, em Galápagos


Por fim, não posso deixar de mencionar os golfinhos que vinham cercar as nossas pangas quando voltávamos ao barco. Que animais incríveis e inteligentes! Basta olhar nos seus olhos para sabermos que, atrás deles, algo realmente nos observa e tenta interagir conosco. Mais tarde, quem nos cercava, agora no Galápagos Sky, eram os tubarões, dezenas deles, atraídos pela luz e pela esperança de alguma comida fácil. Nossa, é muita vida num mesmo espaço!

Golfinhos acompanham nosso bote após mergulho em Darwin, em Galápagos (fotos retiradas de vídeos de Maria Edwards)

Golfinhos acompanham nosso bote após mergulho em Darwin, em Galápagos (fotos retiradas de vídeos de Maria Edwards)


Tubarões de Galápagos (quase inofensivos!) cercam nosso barco durante  a noite na Ilha de Darwin, em Galápagos

Tubarões de Galápagos (quase inofensivos!) cercam nosso barco durante a noite na Ilha de Darwin, em Galápagos


E a maior delas, o nosso objetivo maior, aquele que fazia a nossa alegria chegar ao limite, desses falo no post seguinte...

Tubarão-baleia em mergulho em Darwin, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Tubarão-baleia em mergulho em Darwin, em Galápagos (foto de Hnning Abheiden)

Galápagos, San Cristóbal, Isla Santiago, Isla Isabel, Isla Darwin, Isla Wolf, Equador, Mergulho

Veja todas as fotos do dia!

Participe da nossa viagem, comente!

Conceição, Joaquina, Brava e a Mole

Brasil, Santa Catarina, Florianópolis

Na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina

Na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina


Acordamos no dia 17 decididos a ir ao principal cartão postal de Florianópolis, a Lagoa da Conceição, e às praias ao seu redor, como a Joaquina e a Praia Mole. A lagoa, tecnicamente uma laguna, com pouco mais de 15 km2 de área, fica na parte central da Ilha de Santa Catarina, poucos quilômetros a leste do centro da cidade. Junto com a lagoa do Peri, mais ao sul, são os principais corpos d’água no interior da ilha, mas a Conceição é a mais conhecida, movimentada e badalada. Para que vem do centro e a vê pela primeira vez do alto do morro que a separa da cidade, é uma visão de perder o fôlego, não só a mais bela de Florianópolis, mas também uma das mais lindas de todas as capitais brasileiras. Aliás, se há alguma capital brasileira que pode desafiar o Rio de Janeiro no quesito belezas naturais, bem-vindo a Florianópolis!

Foto de satélite da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis). Estão apontados os dois maiores lagos; a lagoa do Peri, no sul da ilha, e a Lagoa da Conceição, a maior deles, na região central

Foto de satélite da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis). Estão apontados os dois maiores lagos; a lagoa do Peri, no sul da ilha, e a Lagoa da Conceição, a maior deles, na região central


A região da lagoa da Conceição, em Florianópolis. O Canto da Lagoa fica ao sul e as principais praias são a Joaquina (surfe), Mole (badalação), Galheta (nudismo) e Barra da Lagoa (mochileiros)

A região da lagoa da Conceição, em Florianópolis. O Canto da Lagoa fica ao sul e as principais praias são a Joaquina (surfe), Mole (badalação), Galheta (nudismo) e Barra da Lagoa (mochileiros)


Não sei se a beleza do local influenciou, mas foi aqui que foi instalada uma das mais antigas freguesias da ilha, em 1750. “Freguesias” eram os antigos povoados, ainda na época colonial, que não tinham tamanho suficiente para serem considerados “vilas”. A administração portuguesa havia decidido, poucos anos antes, ocupar a Ilha de Santa Catarina, antes que os espanhóis o fizessem. Essa área do país era disputada pelas duas nações. Para isso, foram trazidos milhares de habitantes das Ilhas Açores, no Atlântico, que foram distribuídos por diversas freguesias ao longo de todo o litoral de Santa Catarina, incluindo a região da atual Florianópolis. Na ilha, eles se instalaram primeiramente na região da lagoa da Conceição e de Santo Antônio de Lisboa, na costa oeste. Essa origem açoriana deixou fortes marcas na cidade, como no sotaque cantado, na arquitetura de algumas igrejas, na comida ligada ao mar e na renda de bilro. É aqui na Conceição e na sua famosa “avenida das Rendeiras” que se pode melhor encontrar esse artesanato de tradição e técnicas centenárias.

Lagoa da Conceição, cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina

Lagoa da Conceição, cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina


O Canto da Lagoa, parte sul da Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina

O Canto da Lagoa, parte sul da Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Admiradores que somos dessa cidade, já viemos à Conceição dezenas de vezes. Mas nunca nos cansamos de admirar o visual que se tem do alto do morro. Dali se vê quase toda a lagoa, seu enorme lado norte, que se estica até onde a vista alcança, seu pequeno e exclusivo lado sul, o Canto da Lagoa. Separando as duas partes, uma pequena ponte por onde se estrangula o pesado trânsito que vem das praias, principalmente nos finais de tarde na época da temporada. Tão belo e tão infernal, não é incomum perder mais de uma hora para se percorrer uns poucos quilômetros. É o lugar certo, mas na hora errada!

Restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Em restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Em restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Foi quase o que aconteceu conosco na noite de ontem, quando voltamos por aqui vindos da praia dos Ingleses, no norte da ilha. Deu um belo trabalho passar pela Praia Mole e chegar até a Avenida das Rendeiras. O trânsito ainda estava pesadíssimo até a ponte sobre a lagoa, mas nós paramos antes disso em um dos bons restaurantes da avenida e nos esbaldamos num delicioso jantar. A região da lagoa é conhecida pelas excelentes opções culinárias e, um pouco mais tarde, pelas baladas movimentas no chamado “centrinho da lagoa”. Depois do jantar, o trânsito já estava bem mais leve e retomamos nosso caminho para a Beira-mar, no centro.

1000dias na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina

1000dias na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina


A ponte da Lagoa e a Avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina

A ponte da Lagoa e a Avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina


A Lagoa da Conceição e o mar ao fundo, leste de Florianópolis, em Santa Catarina

A Lagoa da Conceição e o mar ao fundo, leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Hoje, cá estávamos de volta, agora com a luz do dia para poder aproveitar o visual e tirar fotos. Do alto do mirante, além da lagoa, também podemos ver a costa leste da ilha, as famosas praias da Joaquina, Mole e Barra da Lagoa, o azul do oceano ao fundo. Bastante marcante também é o lençol de dunas que se estende da Avenida das rendeiras até a Joaca, apelido carinhoso da Praia da Joaquina. Aliás, antes de ter esse nome (e apelido), a Joaquina era conhecida como Para das Dunas, pois a única forma de chegar até lá era através de uma longa caminhada pelas dunas. Deveria ser incrível! Mas a estrada chegou até lá há meio século e a praia ganhou o novo nome, esse que ficou famoso no mundo inteiro, pelo menos dentro da comunidade surfística.

Praias na região da Lagoa da Conceição, leste Florianópolis, em Santa Catarina

Praias na região da Lagoa da Conceição, leste Florianópolis, em Santa Catarina


Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Assim como a Praia Mole, um pouco mais ao norte, a Joaquina é completamente voltada para mar aberto, para o oceano. A rebentação chega com força e a praia virou point de surfistas desde a década de 70. Passou a fazer parte do calendário de competições nacional e internacional e junto com a fama e esses eventos veio (e vem!) gente jovem, bonita e sarada. Se além de azarar, você também quiser entrar no mar, vai ter de saber nadar e não ter medo de água fria, talvez a mais gelada da ilha. Mas se quiser apenas caminhar na areia, a praia vai longe. Mais de 3 quilômetros até o Campeche, as duas praias na mesma faixa de areia. A divisão é apenas por convenção. E aí, são outros tantos quilômetros de praia. Se não estiver se sentindo tão atlético assim, são muitas opções para boa comida e cerveja gelada. Só torça para não estar ventando muito, que também é muito comum por aqui.

Surfista toma vaca na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Surfista toma vaca na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Surfistas de long board na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Surfistas de long board na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Nesse caso, afaste-se do mar e caminhe pelas dunas. São belíssimas e dizem que foi por aqui que nasceu o “sand board”, o surfe na areia, descendo a duna sobre uma prancha mais parecida com a de skate do que com a de surfe original. Várias tendas têm as pequenas pranchas para alugar e no verão as dunas são quase tão movimentadas como a própria praia.

Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina

Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina


Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina

Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina


A Joaquina foi nosso destino depois de algum tempo no mirante do morro, fotografando a bela paisagem sobre nossos pés. Cruzamos o centrinho da lagoa, cruzamos a ponte e atravessamos toda a Avenida das Rendeiras, na orla sul da parte norte da Conceição. Daí se pode admirar as pessoas fazendo esporte nas águas salobras da lagoa, como o Wind surf e o kite. Tem até alguns banhistas também, embora nessa parte da lagoa, muitas vezes o banho não seja recomendado por causa da sujeira na água (que pecado!!!). No fim da avenida, seguimos para a Joaquina e nos afastamos da muvuca inicial caminhando para o sul.

Fim de tarde na Praia da Joaquina, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Fim de tarde na Praia da Joaquina, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Aproveitando a tarde na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Aproveitando a tarde na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


O dia estava lindo e arriscamos até alguns mergulhos. Mas o vento chegou e não demorou muito para a praia ficar bem vazia. A gente se refugiou em algum dos restaurantes e depois foi passear nas dunas. Já no meio da tarde, foi a vez de irmos explorar o belo costão na parte norte da praia. Do alto das pedras se tem a melhor visão dos surfistas que se arriscam nas enormes ondas ali do lado. Foi aqui que vi a Joaquina pela primeira vez, um quarto de século atrás. Em 1989 ela já era famosíssima no país e lembro-me de ter ficado emocionado aqui nessas mesmas pedras. Hoje as ondas não estavam tão grandes, mas o fim de tarde estava lindo como sempre!

Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina

Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina


Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina

Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina


Saciada a nostalgia, voltamos para o carro e seguimos para o norte. O destino era a vizinha Praia Mole, do outro lado do costão de pedra. Além do mar cheio de ondas, essa praia é famosa por sua badalação e azaração durante o dia. Muita gente bonita mesmo. No verão, parece até desfile. Nesse dia, chegamos meio tarde e os bares em frente à praia já começavam a esvaziar. Tomamos nosso “drinque” e prometemos voltar outro dia, mais cedo. Cumprimos apenas metade da promessa. Voltamos sim, vindos da Barra da Lagoa, mas acabamos por chegar tarde novamente. Enfim, outras oportunidades não faltarão.

Praia da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópois, em Santa Catarina

Praia da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópois, em Santa Catarina


Ponte sobre a barra da lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina

Ponte sobre a barra da lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina


Ao lado da Praia Mole, numa curta caminhada na areia entre grandes pedras, no seu lado norte, está outra famosa praia da cidade, a Galheta. A fama vem do fato de ser uma praia de nudismo, a única da ilha. Na temporada, está todo mundo nu por ali, mesmo. Mas já viemos aqui em outras épocas e pudemos chegar até lá vestidos. A praia é linda e só podemos dizer que esses naturalistas tem muito bom gosto! Nesse dia, com o vento que estava, imagino que ela estivesse bem deserta, mas nós não fomos até lá. Quase sem luz, preferimos mesmo o drinque em frente a Mole, uma conversa (mole) com uns gringos que ali estavam e o retorno para casa, no centro.

A Barra da Lagoa, em Florianópois, em Santa Catarina

A Barra da Lagoa, em Florianópois, em Santa Catarina


A barra da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina

A barra da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina


No dia 22, voltamos à carga nesse lado da ilha. Dessa vez, o destino foi a Barra da Lagoa, ainda um pouco mais para o norte. Eu adoro esse “bairro” da cidade e muitas vezes fiquei em pousadas por aqui. O nome vem do fato que aqui está o canal que liga a Conceição com o mar. Água bem clarinha, muitos barcos e canoas ancorados, um charme só. Alguns bares na beira do canal, uma praia de ondas mais tranquilas, um pequeno farol e uma ponte para pedestres atravessarem o canal completa o cenário quase idílico. O clima é muito mais relaxado que na vizinha Praia Mole, as pessoas menos preocupadas em verem e serem vistas, apenas curtindo a bela natureza ao seu redor.

Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Caminhando nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Caminhando nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Talvez por isso o bairro atraia tantos mochileiros. Atravessando a ponte, nos becos do outro lado do canal onde não se chega de carro, há vários albergues e pousadas para este tipo de público. É também por aí que passamos para pagar a trilha que dá a volta em toda a península. Não tínhamos tempo para fazer todo o caminho (e voltar, pois a Fiona nos esperava por ali), mas resolvemos ir até umas pedras que formam piscinas naturais no mar e propiciam uma bela vista da Barra da Lagoa e do oceano à frente.

Prainha da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Prainha da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


No caminho, passamos pela Prainha da Barra Da Lagoa, com algumas poucas dezenas de metros, mas famosa pelo movimento de fim de tarde, um pequeno futebol e um bar conhecido por seu churrasco. Não paramos na ida, preocupados em chegar às tais pedras. Mas na volta, foi aí que nos enrolamos bastante, felizes em acompanhar o movimento, mas perdendo a chance de chegar à Praia Mole antes do final da tarde. Enfim, porque trocar o certo pelo duvidoso, se ali já estava bom demais?

Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Aliás, bom demais é esta parte da ilha, desde que você não caia em algum congestionamento. Boas praias, gente bonita, visual maravilhoso, excelente oferta de comida, recantos charmosos e baladas concorridas. Uma visita à Florianópolis nunca é completa sem pelo menos uma passadinha no seu mais famoso cartão postal!

O mar da região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

O mar da região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Brasil, Santa Catarina, Florianópolis, Barra da Lagoa, Dunas, Joaquina, Lago, Lagoa da Conceição, Praia, Praia Mole, trilha

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Despedida e Passagem por Cancún

México, Cancún

skyline formada por grandes hoteis, em Cancún, no sul do México

skyline formada por grandes hoteis, em Cancún, no sul do México


Logo cedo, depois das últimas fotos de Playa (ainda vamos voltar para cá!), fomos levar a Val para o aeroporto de Cancún. Despedida da nossa querida amiga e madrinha que nos brindou com sua companhia nessas últimas duas semanas. Até a Fiona estava triste com a partida dela, seu banco de trás mais vazio do que nunca. Mas, enfim, ela tinha de voltar para sua vida no Brasil e nós, nos reacostumarmos com nossa rotina dividida entre dois. Val, um super beijo para você! Sua passagem pelos 1000dias foi inesquecível para nós!

Chegando ao aeroporto de Cancún, no México, para a despedida da Val

Chegando ao aeroporto de Cancún, no México, para a despedida da Val


Despedida da Val no aeroporto de Cancún, no México

Despedida da Val no aeroporto de Cancún, no México


Depois da despedida, seguimos também o nosso caminho. Depois de semanas tão intensas, que vem desde lá o Hawaii, eu e a Ana resolvemos tirar umas “férias das férias”, diminuir um pouco o ritmo, respirar um pouco, tentar tirar o enorme atraso dos blogs. O litoral caribenho aqui da península do Yucatán parecia o lugar ideal para isso, então, vamos aproveitar! A ideia é passar alguns dias em Isla Mujeres e outros mais em Holbox, outra ilha paradisíaca ainda mais calma que a primeira.

Praça central da cidade de Cancún, no México

Praça central da cidade de Cancún, no México


Mas, antes disso, como já estávamos aqui em Cancún, fomos conhecer um pouco da cidade. Por mais incrível que possa parecer hoje, nem sempre essa cidade foi uma meca do turismo organizado e de pacotes. Não, Cancún também já foi um lugar tranquilo...

Praia em Cancún, no sul do México

Praia em Cancún, no sul do México


Pois é, a tranquilidade durou até 1970. Nessa época, a população daqui era exatamente de 3 pessoas, todos responsáveis em tomar conta dos coqueirais de uma fazenda que aqui existia, cujo proprietário morava em Isla Mujeres. Mas o governo mexicano, junto com o empresariado, tinha decidido transformar essa região de areias claras, corais virgens e águas de cor esmeralda no maior empreendimento turístico da época. É claro que, sem ter certeza do sucesso, os empresários só entraram com as ideias e boas intenções, o dinheiro todo vindo dos cofres estatais.

Pelicano posa (e pousa) para fotos, em Cancún, no México

Pelicano posa (e pousa) para fotos, em Cancún, no México


Pelicano descansa em pier em Cancún, no sul do México

Pelicano descansa em pier em Cancún, no sul do México


Dez anos mais tarde e já eram dezenas de hotéis. Vinte anos depois, centenas. Tudo para atender os milhões de turistas anuais, atrás de vida boa em resorts all-inclusive e do conto de fadas de um mundo perfeito, desde que se possa pagar por isso. Devidamente empacotado, passagens aéreas, hospedagem e passeios, economia de escala para tanta gente que vem, os preços ficam bem convidativos. Para quem gosta de conforto e de já ter tudo preparado e organizado, sem ter de se preocupar com nada, difícil imaginar melhor lugar.

hotel em Cancún, no sul do México

hotel em Cancún, no sul do México


Cancún está dividida em duas partes. A cidade, propriamente dita, está um pouco mais afastada do mar. É onde moram as pessoas e trabalhadores dos resorts, as ruas e avenidas, os bancos e prédios públicos, as escolas e igrejas, as praças e alamedas. Foi o primeiro lugar que fomos conhecer. Longe do glamour da Cancún dos turistas, parece que estamos em uma cidade do interior. Uma praça maior, um calçadão, umas lojas meio caídas, nada de especial.

hotel em Cancún, no sul do México

hotel em Cancún, no sul do México


A outra Cancún, essa dos investimentos milionários, é uma grande avenida que atravessa a estreita faixa de terra entre o mar e uma lagoa. Ao longo dessa avenida estão as dezenas de resorts e hotéis, todos com seus restaurantes, lojas, boates e praias quase particulares. Uma vez lá dentro, pode-se fazer a vida por lá, só colocando o pé para fora para entrar em algum ônibus de turismo para Chichen-Itza ou algo parecido.

A grande lagoa em Cancún, no sul do México

A grande lagoa em Cancún, no sul do México


A gente foi até uma das praias com acesso público mais facilitado, tiramos nossas fotos do belíssimo mar e da skyline da cidade, formada pelos grandes hotéis, e fomos procurar algum lugar para almoçar. Entre o mar e a lagoa, acabamos escolhendo a lagoa, mais tranquila e, aparentemente, com melhores restaurantes. Acabamos encontrando um em que fomos muitíssimo bem atendidos, todo o staff do restaurante adorando a nossa história de viagem e, claro, a Fiona estacionada ali do lado. Éramos os primeiros clientes do dia e eles até abriram o restaurante um pouco antes, por nossa causa. Vista maravilhosa da lagoa e a comida, nossa... estava um desbunde! Da entrada à sobremesa.

Maravilhosa sobremesa em restaurante em Cancún, no sul do México

Maravilhosa sobremesa em restaurante em Cancún, no sul do México


Muito bem alimentados, estava na hora do nosso ferry para Isla Mujeres, na frente de Cancún. Nós deixamos a cidade para trás felizes por temos encontrado a sua face mais humana. Foi justamente em um restaurante caro, no coração da parte chique de Cancún. Mas as pessoas que lá trabalhavam e nos receberam eram de carne e osso, com seus sonhos e curiosidades. Certamente, moravam naquela outra Cancún, a primeira onde estivemos. A gente os conheceu como garçons, mas nos despedimos como amigos. Enfim, partimos de Cancún com saborosas e fraternas lembranças. O antigo coqueiral, hoje selva de pedra, também terá seu espaço de honra reservado em nossas memórias.

Partindo de Cancún rumo à Isla Mujeres, no sul do México

Partindo de Cancún rumo à Isla Mujeres, no sul do México

México, Cancún, história

Veja todas as fotos do dia!

Comentar não custa nada, clica aí vai!

Praia em Trinidad

Trinidad e Tobago, Port of Spain, Maracas Bay

Praia de Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Praia de Maracas Bay, na ilha de Trinidad


Hoje, domingo, foi o nosso dia de "folga" aqui em Trinidad. Fizemos o longo passeio de ontem e temos outro marcado para amanhã, um trekking até o alto da segunda montanha mais alta da ilha. Até tínhamos tentado marcar algo para hoje também, ir conhecer uma bela cachoeira, mas quiseram nos cobrar muito caro por isso e desistimos.

Fim de tarde perto de Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Fim de tarde perto de Maracas Bay, na ilha de Trinidad


Então, resolvemos aproveitar para ir conhecer a praia mais conhecida de Trinidad, Maracas Bay. Fica no norte da ilha, voltada para o mar do Caribe. Não muito longe de onde estamos, um subúrbio ao norte de Port of Spain. A única dificuldade era chegar lá. O transporte coletivo por aqui não é dos mais eficientes, especialmente num domingo. Mas a sorte estava do nosso lado! Logo conseguimos um route táxi até o centro de Maraval e lá, cinco minutos mais tarde, um máxi táxi para Maracas Bay. A senhora que entrou no máxi táxi conosco já estava esperando há meia hora. Máxi táxis são vans que circulam em roteiros definidos.

Litoral recortado na região de Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Litoral recortado na região de Maracas Bay, na ilha de Trinidad


A estrada que liga Port of Spain ao litoral norte é linda! Atravessa uma região bem montanhosa e, lá de cima, temos vistas fantásticas de um litoral todo recortado, cheio de penhascos, florestas densas e ilhas rochosas. Pena que de dentro da van não foi possível fotografar nada. A cada curva, um novo cenário que, na língua inglesa chamaríamos de "dramatic". Meia hora de curvas depois, a estrada desce novamente e chega ao litoral. A primeira praia acessível é justamente Maracas Bay.

Coqueiros em Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Coqueiros em Maracas Bay, na ilha de Trinidad


Para um domingo que se iniciou ensolarado, até que a praia não estava cheia. Nós estávamos esperando um dia de farofa, mas não foi nada disso. Alguns carros com som mais alto, algumas pessoas tomando cerveja, só isso. Turistas, famílias de todas as raças que ajudam a fazer esse país tão diverso culturalmente, águas caribenhas e areias brancas, quase tudo contribuindo para fazer o dia mais "interessante". Só faltou o sol, que resolveu se esconder atrás das nuvens.

Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Maracas Bay, na ilha de Trinidad


Nós resolvemos andar até a praia vizinha, Tyricos Bay, dominada pelas famílias indianas. Ali passamos um bom tempo, nadamos e ficamos na praia. Foi estranho entrar no mar e só ver indianos ao seu lado. "Será que não estou em alguma praia da Índia?" Não, é Trinidad mesmo, onde um terço da população tem origem indiana! Outra coisa diferente é ver jovens jogando na praia. Nada de futebol ou volei. É cricket!

Mistura de cricket e bets, na praia em Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Mistura de cricket e bets, na praia em Maracas Bay, na ilha de Trinidad


Voltamos para Maracas Bay e experimentamos a principal iguaria da praia (famosa em todo o país): "Bake and Shark", uma espécie de sanduíche de tubarão empanado. Pobre bicho, mas tenho de reconhecer que é muito gostoso! Depois, fomos ao mais agitado e barulhento bar da praia para beber e socializar. Com a Ana por perto, não demorou muito. Logo ficamos amigos de dois rapazes, um de origem libanesa e o outro um expatriado para os EUA, em rápida visita ao país de origem. Gente finíssima, os dois. Ao final, até nos ofereceram uma carona de volta ao nosso hotel.

Atacando um 'Bake and Shark', em Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Atacando um "Bake and Shark", em Maracas Bay, na ilha de Trinidad


E assim foi nosso domingo de praia, um dia gostoso e tranquilo, descanso do sábado e preparação para a grande caminhada de amanhã...

Fazendo amizades em Maracas Bay, na ilha de  Trinidad

Fazendo amizades em Maracas Bay, na ilha de Trinidad

Trinidad e Tobago, Port of Spain, Maracas Bay, Trinidad

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Conhecendo o Cotopaxi

Equador, Quito, Baños, Cotopaxi

O vulcão Cotopaxi, o mais alto do mundo em atividade, no Equador

O vulcão Cotopaxi, o mais alto do mundo em atividade, no Equador


A manhã de hoje foi dedicada às burocracias finais do nosso live aboard em Galápagos e à definição das nossas "escaladas" nos vulcões Cotopaxi e Chimborazo. Preenchemos e entregamos a papelada do live aboard, que começa dia 25 e se estenderá por oito dias e sete noites. Depois, teremos mais dois dias em Galápagos e retornamos para Quito no dia 04 de Outubro. O Rafa e a Laura voltam para o Brasil no dia seguinte e nós, depois de fazermos a revisão da Fiona dos 60 mil km, partimos para a Colômbia.

Carregando a Fiona com a bagagem de quatro pessoas, em Quito - Equador

Carregando a Fiona com a bagagem de quatro pessoas, em Quito - Equador


Quanto às escaladas, vamos fazer os vulcões devidamente acompanhados de guias. Escolhemos uma das mais conhecidas agências de Quito, a Gulliver, e hoje passei uma hora por lá definindo como e quando serão as escaladas. O Equador possui o mais alto vulcão em atividade do mundo, o Cotopaxi, com 5.890 metros e também o mais alto já extinto, o Chimborazo, com pouco mais de 6.300 metros. Nos dois casos, a escalada dura dois dias. Como não temos tempo para fazer os dois, resolvemos nos dividir! A Ana, a Laura e o Rafa vão tentar o Cotopaxi enquanto eu vou me arriscar no Chimborazo. Nos dois casos, a escalada envolve um bom trecho de subida em neve e gelo e é preciso usar grampões, roupas adequadas e até uma picareta. A Gulliver fornece tudo isso para nós. Ela possui uma mesma base de operações para as duas montanhas e dormiremos todos lá no dia 22. No dia 23, cada grupo seguirá para o seu vulcão, indo dormir em refúgios na montanha em altitudes próximas dos 5 mil metros. Na madrugada seguinte, do dia 24, partimos cada qual para o seu cume, que devem ser atingidos quando o sol estiver nascendo. Aí descemos, reencontramo-nos todos na base de operações e voltamos para Quito.

Estrada coberta de granizo no parque Cotopaxi, no Equador

Estrada coberta de granizo no parque Cotopaxi, no Equador


Enfrentando o granizo na estrada de acesso ao Cotopaxi, o Equador

Enfrentando o granizo na estrada de acesso ao Cotopaxi, o Equador


Definidos os vulcões, agora precisávamos de um plano de aclimatação à altitude para o Rafa e para a Laura. Eu e a Ana já nos consideramos aclimatados, apesar da semana passada ao nível do mar desde Trujillo, no Peru. Assim, resolvemos seguir diretamente para o vulcão Cotopaxi, no nosso caminho para o sul do Equador. Ali é possível chegar de carro até os 4.550 metros e, de lá, caminhar até o refúgio construído um pouco acima dos 4.800 metros de altitude.

Laguna no Parque Cotopaxi, no Equador

Laguna no Parque Cotopaxi, no Equador


A Ana, a Laura e o Rafa subindo para o refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador

A Ana, a Laura e o Rafa subindo para o refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador


Nosso único problema era chegar até lá antes que o parque fechasse para entradas, às três da tarde. Nem é tão longe, mas o difícil é conseguir sair da capital, Quito, com seu trânsito super amarrado. Com paciência, enfrentando todos os desvios, já que a Panamericana está em obras de ampliação, conseguimos sair da grande cidade e chegamos finalmente à estrada. De lá para o Cotopaxi foi rapidinho e chegamos à portaria do parque 15 minutos antes do prazo. O tempo tem estado meio chuvoso nesses dias e hoje não foi diferente. Não só o vulcão estava escondido como, naquela altitude, ao invés de água, tivemos gelo caindo do céu. A primeira chuva de granizo da Fiona, bem na entrada do parque nacional! Foi lindo!

O refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador

O refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador


Refúgio do Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador

Refúgio do Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador


O granizo passou e pudemos seguir até o estacionamento, passando antes por uma bela laguna ainda abaixo dos 4 mil metros. Lá no estacionamento, devidamente vestidos para enfrentar o frio e a neve fina que caía (já estamos ficando acostumados com a neve, hehehe), iniciamos nossa ascensão de 300 metros até o refúgio. A trilha é sobre terra solta, bem mais cansativo que no El istí, em Arequipa, mas devagarzinho eu cheguei lá encima. Tirei fotos dos companheiros que subiam atrás e aí, por alguns momentos, as nuvens abriram e o majestoso vulcão deu o ar da sua graça. Lindo e imponente! O Rafa chegou um pouco depois e, mais abaixo, a Ana e a Laura.

Dentro do confortável refúgio do vulcão Cotopaxi, no Equador

Dentro do confortável refúgio do vulcão Cotopaxi, no Equador


No refúgio do vulcão Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador

No refúgio do vulcão Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador


Passamos um tempo no refúgio, o mesmo que eles vão passar a noite antes do ataque final ao cume. Umas vinte pessoas estavam ali, se preparando para a escalada na madrugada de amanhã. Mas a gente não. Só tomamos um chá e começamos a descer, antes que o parque fechasse suas portas também para saída. Para baixo todo santo ajuda e rapidamente estávamos de volta à Fiona. Um lobo nos espreitava, enfrentando o frio e a altitude em busca de comida. Ao invés disso, ganhou algumas fotos!

Descendo o vulcão Cotopaxi sob forte neblina, no Equador

Descendo o vulcão Cotopaxi sob forte neblina, no Equador


Descendo o refúgio do Cotopaxi, no Equador

Descendo o refúgio do Cotopaxi, no Equador


Completada a tarefa de aclimatação, seguimos para a cidade de Baños, aos pés do mais ativo vulcão do Equador, o Tungurahua. Várias pequenas erupções nos últimos anos, incluindo algumas maiores de 2006 e 2007. Mas tem estado meio calmo ultimamente. Chegamos aqui já no escuro, intalamo-nos no Hostal Santa Cruz e fomos jantar. A cidade é uma meca do eco-turismo aqui no Equador, oferecendo programas de trekking, rafting, canyoning e por aí vai. Muitas cachoeiras, a proximidade da floresta amazônica e de um vulcão ativo possibilita os mais variados programas. Mas, como o próprio nome diz, o mais tradicional são os banhos em águas termais e terapêuticas.

Um lobo nos observa, a 4.500 metros de altitude, no Cotopaxi, no Equador

Um lobo nos observa, a 4.500 metros de altitude, no Cotopaxi, no Equador


Isso tudo fica para amanhã, quando teremos de fazer nossas escolhas. Não temos muito tempo, já que ainda queremos seguir até Cuenca, bem mais ao sul. Agora de noite a Laura começou a se sentir mal. Esperamos que ela melhore para que amanhã tenhamos um dia intenso por aqui. Precisamos estar todos em forma até o dia 23!

Observando as nuvens do estacionamento do Cotopaxi, no Equador

Observando as nuvens do estacionamento do Cotopaxi, no Equador

Equador, Quito, Baños, Cotopaxi, trilha, vulcão

Veja todas as fotos do dia!

Participe da nossa viagem, comente!

Cruzando Fronteiras

Brasil, Paraná, Foz do Iguaçu

Placa de trânsito em Foz do Iguaçu - PR

Placa de trânsito em Foz do Iguaçu - PR


Cruzar fornteiras é sempre uma "experiência". Não estou falando daquelas de aeroporto não. Falo daquelas que cruzamos por terra, de carro, à pé ou de balsa. Principalmente para brasileiros, acostumados que são com seu enorme país, onde podemos dirigir por dias e dias e continuar no Brasil. Quando muito, estamos acostumados a viajar para Miami, Nova York ou para algum país da Europa, sempre voando, e passar aquele friozinho na barriga enquanto o cara olha nosso passaporte no aeroporto e, finalmente, nos dá aquele carimbo libertador.

Aproximando-se da fronteira Brasil-Paraguai, em Foz do Iguaçu - PR

Aproximando-se da fronteira Brasil-Paraguai, em Foz do Iguaçu - PR


Mas, como já disse, falo das fronteiras terrestres. Viajando na Europa, cruzamos por elas o tempo todo. Basta dirigir algumas horas e já estamos em outro país. Lá, então, com as fronteiras abertas, fica ainda mais casual, passar de um país para o outro. É como se fosse uma mera linha imaginária, passar para lá e para cá. Por isso europeus são tão acostumados em viajar por terra entre países.

Cruzando a Ponte da Amizade, com os prédios de Ciudad de Leste (Paraguai) ao fundo

Cruzando a Ponte da Amizade, com os prédios de Ciudad de Leste (Paraguai) ao fundo


Mas não é o caso aqui. Exceto em raros casos, o máximo que brasileiros fazem é dar uma "olhadinha" do lado de lá, na cidade fronteiriça. Ciudad del Leste é só o exemplo mais conhecido, mas o mesmo se repete por toda a fronteira do Brasil. de Uruguaiana até Bonfim, em Roraima. Ir um pouco mais além, ver o país que se esconde atrás daquela cidade fronteiriça é uma experiência que poucos brasileiros, percentualmete falando, tem. Claro, muitos viajam para a Argentina. mas quase sempre de avião. Para os outros países da América do Sul, então, nem pensar. Só avião mesmo, para La Paz, Lima, Quito, etc...

Chegando na aduana paraguaia em Ciudad de Leste - Paraguai

Chegando na aduana paraguaia em Ciudad de Leste - Paraguai


Enfim, para nós que decidimos seguir de carro por todo o continente, essa será uma experiência que teremos continuamente. Só não digo que vai virar rotina porque cada fronteira, nesse nosso continente tão diverso, tem suas peculiaridades. Por exemplo, nossa entrada na Guiana Francesa foi completamente diferente da entrada hoje no Paraguai. Processos e burocracias completamente diferentes. E assim será nos próximos países, tenho certeza. Conforme formos passando, vou relatando as experiências, boas e ruins. Ruins? Pois é, cidades fronteiriças não costumam ser das mais agradáveis, sempre com gente querendo te vender produtos, serviços e "facilidades". Vamos ter de passar por eles, de um jeito ou de outro. Mas, diz minha experiência, os maus momentos nas fronteiras são logo substituídos pelas ótimas experiências que se esondem nos páises atrás dessas cidades, onde está o povo simples, hospitaleiro e curioso que sempre nos aguarda.

Bela paisagem em estrada paraguaia, entre Santa Rita e Trinidad

Bela paisagem em estrada paraguaia, entre Santa Rita e Trinidad


By te way, cruzar a fronteira hoje foi bem simples. Do lado brasileiro, não quiseram carimbar nossos passaportes e nem dar documento algum para a saída do veículo. Quando saímos pela Guiana Francesa tínhamos uma "declaração de saída". Dessa vez, nada. Do lado paraguaio, pelo menos tivemos os passaportes carimbados. Mas do veículo, nada. Quando insisti, disseram que aqui no Mercosul o trânsito é livre. Só precisamos da Carta Verde, o seguro que vale para todos os países do bloco. Além disso, basta que o carro esteja em meu nome. E, claro, preciso seguir as regras de trânsito do país. Para o Paraguai, isso significa ter dois triângulos no carro. No caso da Argentina, também é preciso um cambão e uma mortalha (??? - um lençol serve...). Cumprido isso, é seguir em frente. É o que estamos fazendo...

Plantações floridas embelezam a estrad paraguaia entre Santa Rita e Trinidad, no sul do país

Plantações floridas embelezam a estrad paraguaia entre Santa Rita e Trinidad, no sul do país


O mais difícil nessa passagem hoje foi driblar os ambulantes e, principalmente, o pessoal dos estacionamentos que queria que parássemos à todo custo. Foi até divertido. Mas, uns 20 quarteirões à frente, deixávamos para trás essa zona mais "comercial" e começávamos a ver e conhecer o Paraguai de verdade, aquele onde as pessoas tem suas vidas normais, se casam, vão à escola, aos supermercados, etc... E um pouco mais adiante, já na estrada, estava o belo Paraguai rural. Um colírio para os olhos, depois da balbúrdia da região fronteiriça.

Plantações floridas embelezam a estrad paraguaia entre Santa Rita e Trinidad, no sul do país

Plantações floridas embelezam a estrad paraguaia entre Santa Rita e Trinidad, no sul do país

Brasil, Paraná, Foz do Iguaçu, Ciudad del Leste

Veja todas as fotos do dia!

Gostou? Comente! Não gostou? Critique!

Andança Diurna, Festança Noturna!

México, Guanajuato

Fogos de artifício marcam o início do Rally de Guanajuato, no México

Fogos de artifício marcam o início do Rally de Guanajuato, no México


Teoricamente, hoje seria o dia que viajaríamos para Guadalajara, no nosso rumo para a Baja California. Mas quis o destino que chegássemos à Guanajuato bem nos dias de realização de uma das etapas do Campeonato Mundial de Rally. O evento de abertura dessa etapa seria hoje de noite, aqui no centro da cidade. Não dava para perder essa festa! Então, que chato!, teríamos de ficar enrolando um dia inteiro nessa cidade tão monótona... Hehehe!

O Teatro Juarez, no centro de Guanajuato, no México

O Teatro Juarez, no centro de Guanajuato, no México


Uma das muitas pracinhas no centro de Guanajuato, no México

Uma das muitas pracinhas no centro de Guanajuato, no México


E assim foi. Dessa vez, fomos caminhando ladeiras e escadarias acima, num verdadeiro labirinto de ruelas e becos, muitas vezes passando por uns restaurantes charmosos que adoraríamos explorar, um a um! Subimos até uma rua mais larga, chamada de “Panorâmica”, que circunda a cidade lá pelo lado de cima, oferecendo belas vistas de Guanajuato e região. Fizemos um arco por ela e, muito mais interessante, “mergulhamos” novamente nas ruelas, dessa vez descendo em direção ao centro.

O pomposo prédio da Universidade de Guanajuato, no México

O pomposo prédio da Universidade de Guanajuato, no México


Caminhando pelas ruelas de Guanajuato, no México

Caminhando pelas ruelas de Guanajuato, no México


Por esses caminhos de subida e de descida, passamos por algumas das mais importantes landmarks dessa bela cidade: o teatro Juarez, a Catedral, a Universidade, as pracinhas charmosas, o casario colonial. Tanta coisa interessante que o tempo vai passando e a gente nem percebe. AO mesmo tempo, vai dando uma certa tristeza de sabermos eu nunca vamos poder realmente aproveitar tudo aquilo, todos os restaurantes e bistrôs, os museus, as ruazinhas que parecem nos dizer: “Venham nos explorar!”

A principal rua peatonal de Guanajuato, no México

A principal rua peatonal de Guanajuato, no México


Refeição mexicana em Guanajuato, no México

Refeição mexicana em Guanajuato, no México


Já no meio da tarde, era um problema muito mais mundano que nos afligia: a fome! Isso, resolvemos rapidamente com uma boa refeição típica. Estômagos cheios, mudamos o nosso foco de atenção! Àquela hora, a cidade já estava completamente tomada pelo clima do rally. Ruas sendo fechadas pela polícia, palcos sendo montados, restaurantes localizados ao redor do circuito ficando cheios, pessoas se movimentando para os melhores pontos de observação, ambulantes vendendo o programa oficial do campeonato.

Venda do programa oficial do Rally de Guanajuato, no México

Venda do programa oficial do Rally de Guanajuato, no México


Nós voltamos ao nosso hotel para encontrar o Ricardo mais uma vez. Ele tinha nos prometido que nos colocaria na área VIP, para assistirmos de camarote a largada do rally. Juntos fomos atravessando a cidade em festa, com mais vida do que nunca, gente do México inteiro, amantes do automobilismo, todos confluindo para a pequena Guanajuato.

Com o Ricardo, esperando o início do Rally de Guanajuato, no México

Com o Ricardo, esperando o início do Rally de Guanajuato, no México


Promessa feita, promessa cumprida! Bastou uma conversa com um figurão da organização e o Ricardo realmente nos colocou na arquibancada VIP. Só nos restava esperar as pouco mais de duas horas até o horário da largada oficial do evento. E eu que achei que seria um tédio, que engano!

Como todo evento automobilístico no mundo, lá estão as mulheres bonitas posando para fotos (Rally de Guanajuato, no México)

Como todo evento automobilístico no mundo, lá estão as mulheres bonitas posando para fotos (Rally de Guanajuato, no México)


Para começar, um verdadeiro desfile de modeletes. Como todo evento ligado à carros, lá está o batalhão de mulheres querendo tirar sua casquinha. Ou, na verdade, sendo pagas para isso pelos diversos patrocinadores. Fazem a alegria do público e dos fotógrafos! Passam um tempo fazendo pose para um lado e, quando terminam, já tem outros tantos fotógrafos do outro lado, esperando para sacar as suas fotos. E o público se deliciando com a sessão de caras e bocas...

Como todo evento automobilístico no mundo, lá estão as mulheres bonitas posando para fotos (Rally de Guanajuato, no México)

Como todo evento automobilístico no mundo, lá estão as mulheres bonitas posando para fotos (Rally de Guanajuato, no México)


Ao mesmo tempo, e sem o mesmo sucesso, várias apresentações artísticas no palco do evento, músicas e danças típicas, crianças e adultos se esforçando para ter seus minutos de fama. O tempo vai passando e o público se agitando. Finalmente, poucos minutos antes das 20:00, a explosão de fogos no céu mostra que estamos quase na hora.

Público aguarda com festa o início do Rally de Guanajuato, no México

Público aguarda com festa o início do Rally de Guanajuato, no México


Para alegria geral, ouve-se o ronco dos motores. O primeiro carro aparece e o público vai ao delírio. No rally, sai um carro de cada vez, com alguns minutos de diferença entre cada um deles. O segundo carro a partir é brasileiro! Nosso representante é palmeirense fanático e na entrevista que dá ao apresentador fala do país e do time de coração, num portunhol mal ajambrado. Depois dele seguem carros de várias nacionalidades, principalmente europeias, os reis do rally.

Os carro começam a chegar no início do Rally de Guanajuato, no México

Os carro começam a chegar no início do Rally de Guanajuato, no México


A cada partida, uma festa. Todos acompanham pelo telão os carros percorrerem um circuito pelas ruas de pedra da cidade, por entre túneis e esquinas apertadas, terminando numa rotatória onde os pilotos mostram a habilidade do cavalo de pau. O público vai ao delírio!

Representante brasileiro no Rally de Guanajuato, no México

Representante brasileiro no Rally de Guanajuato, no México


Depois de pouco mais de vinte partidas, começam a aparecer os pilotos locais, que participam só pela festa. É a deixa que precisávamos para sair de lá também. Voltamos para o centro para iniciarmos nossa própria festa, uma peregrinação por diversos bares, pubs e clubes da cidade.

Representante brasileiro e palmeirense no Rally de Guanajuato, no México

Representante brasileiro e palmeirense no Rally de Guanajuato, no México


As opções são tantas que nos impressionam. Como uma cidade desse porte tem tantos bares assim? Tudo bem que hoje era uma noite especial, mas o fato é que os bares existem e funcionam o ano inteiro. Ou seja, existe uma demanda que os sustentam. O fato é que o povo mexicano adora uma festa. São alegres, socializam, gostam de música. Se parecem muito com os brasileiros.

Nosso amigo Ricardo nos acompanha na night de Guanajuato, no México

Nosso amigo Ricardo nos acompanha na night de Guanajuato, no México


E hoje, entramos nesse clima. Não tinha bar que entrássemos que não fazíamos amigos. Eles vinham até nós e, quando descobriam que éramos brasileiros, aí ganhávamos cerveja e até uma camisa do patrocinador do rally. Queriam saber se gostávamos do México, diziam que essa questão da violência é exagerada pela imprensa, que o país é seguro e maravilhoso de se viver. E nós, genuinamente, concordávamos! Afinal, depois desse tempo todo por aqui, só temos elogios a fazer. País maravilhoso, gente amiga e hospitaleira, como gritaria Zapata: “Viva México!”

Vestido a carater na agitada noite do rally em Guanajuato, no México

Vestido a carater na agitada noite do rally em Guanajuato, no México

México, Guanajuato,

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Crown Point e os Courlanders

Trinidad e Tobago, Crown Point

Bela praia no caminho para Pigeon Point, em Crown Point - Tobago

Bela praia no caminho para Pigeon Point, em Crown Point - Tobago


A ilha de Tobago é 15 vezes menor do que Trinidad. Mesmo assim, para padrões caribenhos, não é pequena não. Tem aproximadamente 50 km x 15 km, estendendo-se de leste para oeste. Já a população é de 50 mil pessoas, menos de um vigésimo da sua vizinha.

Praia de Store Bay, em Crown Point - Tobago

Praia de Store Bay, em Crown Point - Tobago


A sua história é bem distinta da de Trinidad. Os espanhóis, primeiros europeus a passar por perto, não deram muita bola para a ilha, para sorte dos ameríndios do local que, com isso, ganharam mais um século de vida. Mas a paz deles acabou no século XVII, quando Tobago passou a ser disputada por ingleses, franceses, holandeses e até "courlanders". Pois é, eu que gosto tanto de história e de geografia também não sabia quem são os "courlanders". Foram os habitantes de um pequeno ducado que existiu numa região da Letônia nesta época. Foram a menor nação européia a ter tentado colonizar a América. Por algumas décadas, conseguiram. Mas, quando foram conquistados pelos suecos, tiveram de desistir da sua aventura em Tobago. Vivendo e aprendendo... Alguém aí conhecia os courlanders?

Pensativa, admirando o mar do Caribe, em Crown Point - Tobago

Pensativa, admirando o mar do Caribe, em Crown Point - Tobago


Bom, deixando os courlanders em paz e voltando à Tobago, a confusão aqui era tão grande que a ilha virou um refúgio seguro para piratas. Foi só no finalzinho do séc XVII que a Inglaterra assumiu de vez a ilha e resolveu botar ordem no pedaço. Aí, fim dos piratas, fim dos índios e muitos escravos africanos importados. Como aqui não houve, mais tarde, a imigração indiana que houve em Trinidad, a grande maioria da população tem mesmo origem africana.

Caminhando para Pigeon Point, em Crown Point - Tobago

Caminhando para Pigeon Point, em Crown Point - Tobago


Boa parte da população da ilha está no seu lado oeste, que é onde passamos o dia de hoje. O centro turístico se chama Crown Point, uma vila de casas bem espalhadas ao longo de praias, praças e do aeroporto, para onde se pode ir caminhando.

Observando os peixes em Pigeon Point, em Crown Point - Tobago

Observando os peixes em Pigeon Point, em Crown Point - Tobago


Nós passamos um tempo na principal praia, a Store Bay, aproveitando o pouquinho de sol. Praia organizada (até demais!), com salva-vidas e área delimitada para banho. Água bem clara e agradável, já bem típica do mar do Caribe. Daí seguimos à pé para outra praia, mais bela e isolada, a Pigeon Point. O caminho pela praia é uma beleza, aquele cenário que se vê em filmes de ilhas paradisíacas, faixa de areia estreita, mar tranquilo, coqueiros praticamente na água. Uma pintura!

Baía de Pigeon point, em Crown Point - Tobago

Baía de Pigeon point, em Crown Point - Tobago


Fomos andando diretamente pela praia e, quando percebemos, já estávamos dentro de um parque. Sem pagar entrada! Bom, como ninguém pediu, resolvemos aproveitar mesmo. Passamos ali o fim de tarde, tirando fotos, bebericando e aproveitando o cenário romântico.

Pier de Pigeon Point, em Crown Point - Tobago

Pier de Pigeon Point, em Crown Point - Tobago


Resolvemos dormir por aqui hoje e seguir amanhã cedo para a ponta leste da ilha, onde está a vila de Speyside e os melhores pontos de mergulho. Já até combinamos com um taxista para nos levar para lá, cedinho. Transporte coletivo, nem pensar. Como em Trinidad, totalmente ineficiente. A alternativa seria alugar um carro. Mas acho que só vamos fazer isso no último dia, para poder voltar de lá e dar uma volta no interior da ilha também.

Clima romântico no pier de Pigeon Point, durante o fim da tarde (Crown Point - Tobago)

Clima romântico no pier de Pigeon Point, durante o fim da tarde (Crown Point - Tobago)

Trinidad e Tobago, Crown Point, Tobago

Veja todas as fotos do dia!

Diz aí se você gostou, diz!

Recarregando as Baterias

Brasil, São Paulo, Campos do Jordão

Estação de trens de Passa Quatro - MG

Estação de trens de Passa Quatro - MG


Depois de três dias de trekking subindo e descendo montanhas, dores musculares e bolhas nos pés (pobre Ana!), decidimos por um período de descanso e recuperação.

Jantar na Esfirraria de Passa Quatro - MG com o Cesar, Suzana, filho e namorada e com o Waldir

Jantar na Esfirraria de Passa Quatro - MG com o Cesar, Suzana, filho e namorada e com o Waldir


Ontem, com o conforto da internet no quarto, passamos várias horas trabalhando, catalogando fotografias e postando notícias. Na hora do jantar, fomos com o César e a Suzana (os donos da pousada e que viraram nossos amigos), seu filho e namorada e com o Waldir (um fotógrafo carioca apaixonado por Minas) jantar numa esfirraria super charmosa, na área rural da cidade, do Seu Francisco. Um espetáculo de esfirra e de ambiente. Mais uma vez a cidade me surpreendeu. Tão pequena e tão cheia de opções. Eu e a Ana ficamos fãs de Passa Quatro.

Maria-Fumaça na estação de Passa Quatro - MG

Maria-Fumaça na estação de Passa Quatro - MG


Hoje, sábado cedo, antes de partir ainda aproveitamos para ver outro dos atrativos daqui: uma Maria-fumaça que opera uma linha turística duas vezes por semana. Fomos à estação vê-la partir, da mesma maneira que fazia a 150 anos. História viva. Muito legal mesmo! Que pena que há tão poucos trens no Brasil. Aproveitei para me ilustrar um pouco sobre a história da cidade, nos painéis da estação. Teve papel fundamental na luta entre mineiros e paulistas, na revolução constitucionalista de 32. Quem esteve medicando por aqui naquela época foi um tal de Juscelino Kubitscheck.

Maria-Fumaça na estação de Passa Quatro - MG

Maria-Fumaça na estação de Passa Quatro - MG


Bom, a Maria-Fumaça partiu e nós também, rumo à Campos do Jordão. Ao invés de irmos pela Dutra, seguimos por dentro, por estradas de terra cortando a Serra da Mantiqueira. Um bela viagem, bem campestre.

Muvuca em Campos do Jordão - SP

Muvuca em Campos do Jordão - SP


Em Campos, sábado de inverno, tivemos sorte de encontrar vaga numa pousada, a Pousada dos Sinos. A cidade está fervendo, mesmo com temperaturas abaixo de zero. Para os paulistanos, o xodó do inverno e centro de badalação e paquera. Para nós, um contraste com a tranquilidade dos lugares que temos passado. Não é fácil de reacostumar com a vida urbana e em sociedade.

Na muvuca em Campos do Jordão - SP

Na muvuca em Campos do Jordão - SP


Demos uma passeada no centro de Capivari (bairro central de Campos), assistimos a derrota de USA na Copa num bar e, de noite, nos refestelamos num fondue de queijo. A temperatura caiu abaixo de zero mesmo! Brrrrrrr... Imagina lá no alto da Pedra da Mina?!?

Por falar na Pedra da Mina, amanhã vamos à Pedra do Baú, fechar nossa temporada de Mantiqueira e matar saudade dos tempos de infância e adolescência.

Brasil, São Paulo, Campos do Jordão,

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

A Minas do Uruguai e os Campos de Sarandi

Uruguai, Minas

A praça central de Minas, no Uruguai

A praça central de Minas, no Uruguai


Aproveitamos nossa última manhã em Colonia del Sacramento para, pela internet, pesquisar, escolher e reservar um hotel na pequena e isolada Cabo Polonio, uma praia no Uruguai onde não se pode chegar de carro. Marcamos para a próxima quinta e sexta, portanto temos outros três dias para chegar até lá. Essa era nossa última preocupação para reservar hotéis aqui no país, já que nas outras cidades, teremos tempo e tranquilidade para definir nossa estadia no momento em que chegarmos. O pagamento, fizemos por um sistema que existe no Uruguai chamado Rede Pago, presente em todas as cidades. Pagamos aqui, em alguma casa comercial associada ao sistema e o dinheiro chega lá. Com esse assunto resolvido, hora de pegarmos estrada!



Antes de seguirmos para a praia, ainda queríamos passar no interior do país, em uma das poucas regiões de serra do Uruguai. Quando estamos explorando um país, é claro que gostamos de conhecer suas atrações mais conhecidas. Mas sempre procuramos também alguma região ou cidade desconhecida dos turistas. Quase sempre, é aí que chegamos mais perto da alma do país e de seus habitantes. Para descobri-lo, alguma pesquisa na internet, livros-guia e, principalmente, conversas com os habitantes locais. Normalmente, é daí que saem as melhores ideias. E foi assim que surgiu o nome de Minas. Mineiro que sou, já simpatizei logo de cara. Depois, ao descobrir que se tratava de uma região de serra, aí me decidi de vez! É para lá que vamos! Quem sabe, achamos até uma cachoeira e uma goiabada?

Chegando à fábrica da Patricia, a mais popular cervejaria do uruguai, na região de Minas, no sul do país

Chegando à fábrica da Patricia, a mais popular cervejaria do uruguai, na região de Minas, no sul do país


Cervejaria Patricia, estrategicamente construída ao lado do parque Salus, fonte da melhor água mineral do país, na região de Minas, no Uruguai

Cervejaria Patricia, estrategicamente construída ao lado do parque Salus, fonte da melhor água mineral do país, na região de Minas, no Uruguai


Minas fica a nordeste de Montevideo, na direção do interior. Nosso caminho de Colonia até lá não passa pela capital, desviando-se um pouco antes. São quase 300 quilômetros, ou cerca de três horas nas sempre tranquilas estradas uruguaias. Mas não fomos diretamente. Um pouco antes, paramos no parque Salus, onde está a principal fonte de água mineral do país. Aliás, é esta a água que bebemos em todo o Uruguai, a marca Salus, tão comum em restaurantes e supermercados. Uma boa maneira de começar a compreender um país é exatamente em seus supermercados, observando quais as marcas mais populares, de água a chocolate, de sabão em pó a cerveja. Aqui no Uruguai, a água é Salus e Salus é aqui de Minas. Aliás, o próprio nome da região e da cidade, Minas, refere-se às minas de água presentes nessa região serrana.

Chegando ao parque Salus, de onde vem a famosa água do país, na região de Minas, no Uruguai

Chegando ao parque Salus, de onde vem a famosa água do país, na região de Minas, no Uruguai


Nós chegamos ao parque esperando encontrar uma das “instituições” uruguaias, mas, ao invés disso, encontramos duas delas! Isso porque, além da engarrafadora de água mineral, ali também está instalada a fábrica da Patrícia, a cerveja mais popular do Uruguai. Como todos sabemos, o principal ingrediente de uma cerveja é a água e a Patricia foi esperta o suficiente para fazer sua fábrica justamente ao lado da fonte mais saudável de seu principal ingrediente! Realmente, esse parque vale ouro para o país, hehehe!

A fonte de água mineral Salus, na região de Minas, no Uruguai

A fonte de água mineral Salus, na região de Minas, no Uruguai


bebendo a água direto da fonte! No parque salus, região de Minas, no Uruguai

bebendo a água direto da fonte! No parque salus, região de Minas, no Uruguai


Nós não entramos na fábrica da Patricia e nos contentamos em fotografá-la de fora. Depois, fomos até a engarrafadora Salus. Com nossas garrafas em mãos, seguimos até a fonte pública e ali nos abastecemos da mais pura água uruguaia. Aproveitamos também para dar um bom passeio nos bosques e jardins do parque, repleto de flores. Não sei o quão popular é o parque entre os habitantes locais, mas hoje, uma segunda-feira, éramos só nós por ali, aproveitando o ar puro, água fresca, sombra e visual florido.

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai


Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai


Depois do parque, rumo a Minas. É uma cidade pequena, cercada por serras e centrada em uma grande praça. Mais ou menos como o livro guia havia dito, “o principal charme dessa cidade pequena é exatamente ser uma cidade pequena”. Não sei se influenciado pelo nome, mas a minha sensação era a de estar em alguma cidade no interior da minha Minas Gerais. A praça, bem arborizada, está em frente à maior igreja da cidade. Ali do lado também está o principal hotel, o banco (no caso, não é o banco do Brasil, como seria, se estivéssemos mesmo em Minas Gerais), algumas lojas e restaurantes. Entre eles, o mais famoso de Minas. Na verdade, uma confeitaria, a Irisarri. Puro charme e tradição, foi aí que nos refestelamos em suas guloseimas, quando passamos pela cidade no dia seguinte. Não tinha a minha goiabada, mas o que não faltava em seus balcões eram doces. Respeitando as devidas proporções, vir a Minas e não parar na Irisarri é como ir ao Vaticano e não ver o papa!

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai


Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai


Por fim, como não poderia deixar de ser, uma estátua adorna o centro da praça. Ela faz uma homenagem a uma batalha ocorrida a quase 190 anos, nos campos de Sarandi, não muito longe daqui. Outra vez, precisamos nos acostumar com a ideia de que, aqui no Uruguai, pelo menos na história, nós brasileiros somos os vilões. A batalha de Sarandi foi o primeiro grande combate entre os valentes uruguaios que buscavam sua independência e o exército imperial opressor dos brasileiros. O ano era 1825 e o resultado da batalha foi uma vitória acachapante uruguaia.

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai

Muitas flores nos bosques e jardins do parque Salus, na região de Minas, no Uruguai


O Uruguai havia sido ocupado por tropas luso-brasileiras oito anos antes e seu herói nacional, o general Artigas, vencido e expulso para o Paraguai. A jovem nação tinha sido rebaixada e rebatizada como Província Cisplatina. Com a independência brasileira em 1822, o vasto Império do Brasil ia do Oiapoque ao Rio da Prata, uma promissora nação destinada a se tornar potência mundial. Mas sua fronteira sul enfrentava problemas e a também nascente nação argentina não se conformava com a perda dos territórios da Banda Oriental, como era conhecido Uruguai entre eles. O nome vinha do fato de se referir às terras situadas na margem oriental do rio Uruguay.

Estátua homenagenado a batalha de Sarandi, primeira grande vitória uruguaia na guerra de libertação contra as forças imperiais brasileiras, em 1825 (na praça central de Minas, no Uruguai)

Estátua homenagenado a batalha de Sarandi, primeira grande vitória uruguaia na guerra de libertação contra as forças imperiais brasileiras, em 1825 (na praça central de Minas, no Uruguai)


Em 1825, um grupo de homens conhecido como os “Treinta y Tres Orientales” atravessaram o rio Uruguay, vindos de Buenos Aires e liderados por Lavalleja, e desembarcaram na Província Cisplatina. O intuito era iniciar a guerra de liberação do país. Rapidamente, as vilas do interior do Uruguai foram liberadas e as duas principais cidades do país, Montevideo e Colonia del Sacramento, cercadas. As tropas imperiais reagiram, uma coluna de 1.000 homens entrando na província rebelde vindos do Rio Grande do Sul e outra coluna de mesmo tamanho partindo da capital uruguaia rumo ao norte, para se juntar a seus compatriotas. Por mais que as tropas rebeldes de Lavalleja fustigassem as duas colunas, não conseguiram impedir que elas se encontrassem nas proximidades de Sarandi. Os revoltosos decidiram então, num ato de grande valentia, dar cabo desse grande exército reunido, num só golpe.

Estátua homenagenado a batalha de Sarandi, primeira grande vitória uruguaia na guerra de libertação contra as forças imperiais brasileiras, em 1825 (na praça central de Minas, no Uruguai)

Estátua homenagenado a batalha de Sarandi, primeira grande vitória uruguaia na guerra de libertação contra as forças imperiais brasileiras, em 1825 (na praça central de Minas, no Uruguai)


Foi exatamente o que ocorreu em 12 de Outubro de 1825. Forças de tamanho similares se enfrentaram nos campos de Sarandi e, talvez pegos de surpresa pelo ataque impetuoso e inesperado, o exército brasileiro foi fragorosamente derrotado. Entre os dois mil combatentes imperiais, houve 400 mortes e outros 400 feitos prisioneiros, enquanto as baixas uruguaias ficaram em apenas 10% dessas cifras. A vitória catapultou a rebelião e, em breve, quase todo o território uruguaio estava em suas mãos. A última região a cair foi o nordeste do país, restando apenas as cidades de Montevideo e Colonia, que permaneceram sob cerco terrestre, mas sob domínio brasileiro, até o final da guerra, três anos mais tarde.

Gravura sobre a batalha de Sarandi, a primeira grande vitória dos uruguaios contra as tropas imperiais brasileiras, em 1825

Gravura sobre a batalha de Sarandi, a primeira grande vitória dos uruguaios contra as tropas imperiais brasileiras, em 1825


As derrotas terrestres eram contrabalançadas pela superioridade naval do Império do Brasil. A ajuda escancarada dos argentinos na guerra fizeram com que o Brasil declarasse guerra àquele país e fizesse um bloqueio naval de sua principal cidade e porto, Buenos Aires. O cerco estrangulou a economia do país e, após três anos de hostilidades, o país vizinho estava pedindo água. Foi nesse impasse que a Inglaterra fez uso de sua poderosa diplomacia e “convenceu” os países beligerantes que a solução seria a criação de um terceiro país, o Uruguai. Nâo era esse o intuito inicial daqueles “33 orientales”, que sonhavam com uma república federalista e não centralizada, mas unida, de todas as províncias de língua espanhola na Bacia do Prata. Por fim, brasileiros ficaram felizes que o Uruguai não pertenceria à Argentina; argentinos ficaram felizes de ter seu porto liberado e que o Uruguai não pertenceria ao Brasil; uruguaios ficaram felizes de ter sua própria nação, livres do Império do Brasil e da Argentina de governo centralizado fortemente em Buenos Aires; e a Inglaterra ficou feliz de criar uma nação livre entre as duas maiores potências do continente e de mostrar ao mundo que ela ainda tinha força de exercitar sua diplomacia dentro do “quintal” da mais nova e emergente potência imperialista do mundo, os Estados Unidos e sua recém-criada doutrina Monroe (América para americanos).

Gravura sobre a batalha de Sarandi, a primeira grande vitória dos uruguaios contra as tropas imperiais brasileiras, em 1825. Eram 2 mil homens de cada lado e as tropas brasileiras sofreram mais de 400 mortes

Gravura sobre a batalha de Sarandi, a primeira grande vitória dos uruguaios contra as tropas imperiais brasileiras, em 1825. Eram 2 mil homens de cada lado e as tropas brasileiras sofreram mais de 400 mortes


Depois da aula de história, seguimos adiante. Minas não era nosso destino final hoje. Queríamos chegar verdadeiramente à região serrana do país e, para isso, precisávamos seguir mais alguns quilômetros. A pequena Villa Serrana e o Parque Salto del Penitente não estavam longe.

Almoçamos na Irisarri, a mais tradicional confeitaria de Minas, no Uruguai, uma verdadeira institução local

Almoçamos na Irisarri, a mais tradicional confeitaria de Minas, no Uruguai, uma verdadeira institução local

Uruguai, Minas, flor, história, Parque

Veja mais posts sobre flor

Veja todas as fotos do dia!

Diz aí se você gostou, diz!

Página 177 de 161
Blog da Ana Blog da Rodrigo Vídeos Esportes Soy Loco A Viagem Parceiros Contato

2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet