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Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Spiegel Grove

Estados Unidos, Flórida, Key Largo

Voltando do mergulho em Key Largo

Voltando do mergulho em Key Largo


Eu adoro mergulhar em naufrágios. Pode ser só snorkel ou com garrafa mesmo. Mas o naufrágio tem de estar inteiro ou pelo menos ter um ponto de penetração. Já fiz vários naufrágios no Brasil e mesmo em outros países. No Brasil, o que mais me impressiona é a Corveta, em Noronha. Além da visibilidade, acho que é pelo tamanho do naufrágio. Ver aquele barcão deitado no fundo do mar, tão silencioso, sempre mexe comigo.

Pois bem, eu achava a Corveta grande. agora, nem tanto. Grande é o Spiegel Grove, com mais de 150 metros de cumprimento e quilômetros de passagens, corredores e porões para serem explorados. Com certeza, vale uma semana de mergulhos diários. Eu e a Ana, mais descansados que no dia anterior e, principalmente, mais experientes com nossos equipamentos, aproveitamos ao máximo o mergulho. Cautelosamente, exploramos pequenas porções internas do navio, além de vermos e pegarmos o gostinho de corredores escuros e imensos porões, que mais se parecem com cavernas submarinas. Precisamos voltar aqui algum dia para fazer um mergulho tek, com duas garrafas, trimix, nitrox para descompressão e um guia para nos levar naufrágio a dentro. Vamos programar isso para quando a Fiona nos trazer à Flórida!

Depois do segundo mergulho, novamente num recife rasinho e de almoçarmos no simpático café da Ocean Divers, ao lado do canal que serve de rua para barcos em Key Largo, voltamos para Miami para nossa última noite nos EUA, antes de irmos conhecer o Caribe.

Voltando do mergulho em Key Largo

Voltando do mergulho em Key Largo


Bahamas, amanhã. Ainda não caiu a ficha. Esses 12 dias de viagem ainda não foram suficientes para mudar nossas cabeças em direção à realidade que agora vivemos. Ainda não parece realidade, e sim um sonho.

Estados Unidos, Flórida, Key Largo, Mergulho

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Kaiteur Falls

Guiana, Georgetown, Kaiteur Falls

Sobrevoando a magnífica Kaiteur Falls, na Guiana

Sobrevoando a magnífica Kaiteur Falls, na Guiana


Sem dúvida nenhuma, a maior atração natural da Guiana atende pelo nome de Kaiteur Falls. É uma incrível cachoeira bem no meio de uma região montanhosa, em plena amazônia guianesa. Centenas de milhares de litros de água despencando a cada segundo num precipício com cerca de 250 metros de altura são uma visão que merece todo o esforço para se chegar até lá e que poucas pessoas conseguirão esquecer. Muitos, até, acham essa cachoeira ainda mais impressionante que Niagara Falls, nos EUA/Canadá, Vitória, na África e Iguaçu, no Brasil/Argentina.

Sobrevoando Georgetown e seu cinturão verde, na Guiana

Sobrevoando Georgetown e seu cinturão verde, na Guiana


Há duas formas de se chegar à esta maravilha da natureza. A primeira, com mais aventura, é indo por terra e caminhando e subindo rios numa excursão que leva de quatro a cinco dias. A volta, inclusive, é de avião. A outra é pegar um aviaozinho em Georgetown, voar por cerca de uma hora e pousar logo ao lado de Kaiteur Falls, com direito a sobrevôo da cachoeira. As duas maneiras são organizadas por agências, e ficamos sempre à mercê de um grupo. Infelizmente, não se chega lá de forma independente.

No pequeno avião, à caminho de Kaiteur Falls, na Guiana

No pequeno avião, à caminho de Kaiteur Falls, na Guiana


Nós, já tão atrasados na nossa programação, escolhemos a forma mais rápida e prática: de avião. O problema é que ficamos completamente dependentes da agência e da companhia aérea. A primeira tem de conseguir encher o avião, senão ele não sai. A segunda, como todas as companhias aéreas, tem todo o poder na mão. Saem se e quando quiserem. Um inferno!

O avião que nos levou à Kaiteur Falls, na Guiana

O avião que nos levou à Kaiteur Falls, na Guiana


Assim, o nosso vôo que era para ter saído à uma da tarde, foi atrasando, atrasando até que, finalmente, saiu um pouco antes das três. Graças à Deus. Porque se fosse adiado para amanhã, e quase foi, vários dos outros viajantes teriam desistido e aí, duvido que haveria clientes o suficiente. E nós teríamos de deixar a Guiana sem conhecer essa maravilha. Por falar em outros viajantes, os únicos estrangeiros de hoje éramos eu e a Ana. Aliás, nos nossos dois dias em Georgetown, não vimos mais nenhum estrangeiro. Bem diferente do Suriname, cheio de holandeses, e do Caribe, onde se vê mais estrangeiros do que locais...

Maravilhados com o esplendor de Kaiteur Falls, na Guiana

Maravilhados com o esplendor de Kaiteur Falls, na Guiana


Bom, depois de muita reza forte, a companhia aérea arrumou um avião e partimos os treze turistas para a cachoeira. No caminho, um belo sobrevôo de Georgetown e do interior da Guiana. Típica paisagem amazônica, uma mata de se perder de vista e muitos rios, largos e caudalosos. Chegando perto do nosso destino, as montanhas aparecem, majestosas, sobre e infinita planície. Também elas verdes, cobertas pela mata.

Visitando Kaiteur Falls, na Guiana

Visitando Kaiteur Falls, na Guiana


E aí, no meio delas, aparece a incrível cachoeira! Kaiteur Falls, um nome que já andava pela minha cabeça desde que comecei a ler sobre as Guianas, no início da viagem. Finalmente estava ali, na minha frente, poderosa, cinematográfica. O nosso avião ainda fez dois sobrevôos dela, para delírio dos passageiros. Depois, pousou numa pequena pista de pouso quase ao lado dela.

Observando de perto Kaiteur Falls, na Guiana

Observando de perto Kaiteur Falls, na Guiana


Fomos recebidos por um guia local que, sem mais delongas, nos conduziu à três mirantes para se observar a cachoeira. Todos possibilitam visões incríveis e cada vez mais próximas dessa impressionante queda d'água. Infelizmente, pelo atraso do vôo, tivemos de fazer tudo às pressas. Mas deu para tirar muitas fotos e se deixar maravilhar pela cachoeira e a natureza ao seu redor.

O vasto canyon formado pela kaiteur Falls, na Guiana

O vasto canyon formado pela kaiteur Falls, na Guiana


Decolamos de volta para casa no último minuto possível. O avião não pode viajar de noite. Na volta, observando aquela vastidão lá embaixo, não pude deixar de lembrar que, amanhã, estaremos cruzando tudo isso de carro, com nossa querida Fiona. A estrada que liga Georgetown ao Brasil atravessa boa parte do país, em direção sudoeste, cruzando florestas e savanas. A maior parte da estrada é de terra e dizem que são 16 horas de viagem. Nós devemos começar um pouco depois das cinco e nossa idéia é dormir um pouco depois da metade do caminho, perto de uma reserva natural. No dia seguinte, sexta, chegamos à Lethem, onde está haveno um grande rodeio, e cruzamos para o Brasil. Será que vai dar certo nossa programação? Veremos... Internet, no caminho, nem pensar. Combustível, melhor levar todo daqui. Assim com água e comida, para alguma emergência. E vamos que vamos...

Região de kaiteur Falls, na Guiana

Região de kaiteur Falls, na Guiana

Guiana, Georgetown, Kaiteur Falls,

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Macapá!

Brasil, Amapá, Macapá

Fortaleza de São José, em Macapá - AP

Fortaleza de São José, em Macapá - AP


Pois é, chegamos em Macapá! Mais uma capital no currículo. Acho que deve dar para contar nos dedos da mão o número de carros que conhecem tantas capitais brasileiras como a Fiona, hehehe!

Falando na Fiona, cedinho hoje eu já estava num táxi a caminho do porto Igarapé da Fortaleza, um pouco ao sul da cidade, para buscá-la. Nove da manhã eu já estava no volante da nossa companheira a caminho da pousada. Aqui chegando, descarregamos ela e já a levei para a concessionária da Toyota, a Bacaba, para a revisão dos 30 mil km. Muito bem tratado, eles me trouxeram de volta para a Ekinox, já fazendo um tour pela cidade, na orla do rio Amazonas.

Finalmente, o Rio Amazonas! (em Macapá - AP)

Finalmente, o Rio Amazonas! (em Macapá - AP)


As próximas horas foram gastas em pesquisas na internet, principalmente sobre como viajar para as diversas ilhas do Caribe que ainda nos falta conhecer e também sobre relatos de viajantes que estão agora nas Guianas.

Finalmente, no início da tarde, saímos à pé para uma volta. Primeiro, providenciamos a cópia e impressão de vários documentos, como parte dos preparativos para entrar de carro na Guianas. E depois, turismo!

A moderna catedral de Macapá - AP

A moderna catedral de Macapá - AP


A primeira parada foi na novíssima e moderna catedral da cidade, com uma arquitetura bem "arrojada". Só pudemos observar pelo lado de fora, pois ela estava fechada. No gramado, uma estátua do padroeiro de Macapá, São José.

Longo pier sobre o rio Amazonas, em Macapá - AP

Longo pier sobre o rio Amazonas, em Macapá - AP


Em seguida, fomos até a orla do "oceânico" rio Amazonas. Lá no horizonte, bem longe, a gente consegue ver terra firme. Mas não é a outra margem não! São apenas ilhas. A outra margem está muito além do que se pode ver. O que se pode enxergar mesmo, não tão longe assim, são inúmeros navios de grande porte que utilizam essa parte do rio como rota. A orla é muito bem cuidada, cheia de restaurantes, parques, pista de cooper e o principal marco arquitetônico de Macapá, a Fortaleza de São José. Pois é, como tantas outras cidades, foi a construção de um forte que tinha o intuito de defender a boca do Amazonas de incursões francesas da vizinha Guiana que deu origem à cidade.

Estátua e Fortaleza de São José, em Macapá - AP

Estátua e Fortaleza de São José, em Macapá - AP


Mas nesta hora nós não entramos na fortaleza não. Apenas a admiramos de longe, de cima de um longo pier sobre o Amazonas onde tínhamos ido render nossas homenagens ao maior rio do planeta. O horário de pegar a Fiona se aproximava, mas ainda deu tempo de um rápido almoço ali mesmo, na orla, de frente para esse mar de água doce que tem até ondas.

Fiona na concessionária, após a revisão dos 30 mil km. Macapá agora está no nosso mapa!

Fiona na concessionária, após a revisão dos 30 mil km. Macapá agora está no nosso mapa!


Na concessionária, além de nos entregar o carro limpinho, fizeram bastante festa para nós, depois de conhecererm a nossa aventura pelo site. O mapa da Fiona ganhou mais uma "bolinha" e fotos comemorativas foram tiradas.

Bem encima da linha do Equador (em Macapá - AP)

Bem encima da linha do Equador (em Macapá - AP)


Aí, seguimos para uma das principais atrações turísticas daqui, o monumento que marca a linha por onde passa o Equador. Ali nos divertimos por alguns minutos, com fotos, poses e divagações. Um passo para lá, hemisfério norte, um passo para cá, hemisfério sul! Um metro par lá, inverno, um metro para cá, verão! Pois é, para quem não gosta de inverno, pode vir morar aqui. Vai ser muito fácil poder viver, eternamente, longe da estação fria. Basta ter uma casa bem encima da tal linha imaginária. Aí, é só escolher a parte certa da casa para ficar, dependendo do mês, hehehe! Falando nisso, o estádio de futebol foi construído exatamente dessa maneira! A linha do Equador passa bem no meio do campo. Assim, se no 1o tempo defende-se o hemisfério sul, no 2o tempo vai defender o hemisfério norte!

Visitando a Fortaleza de São José, em Macapá - AP

Visitando a Fortaleza de São José, em Macapá - AP


Daí seguimos para a Fortaleza de São José, esta em pleno hemisfério norte! Chegamos já com ela fechando, mas foram muito amáveis conosco e nos deixaram entrar, acompanhados de um guia. Ela está em ótimo estado de conservação, recentemente pintada. Enorme, é o maior forte que já visitamos no Brasil. Local tranquilo e que inspira paz, por incrível que pareça. Talvez por aquele belo e enorme rio, passando placidamente ali na frente. Ou então porque o forte nunca tenha enfrentado, nos seus 300 anos de história, nenhuma batalha.

Fortaleza de São José, vigiando o Rio Amazonas, em Macapá - AP

Fortaleza de São José, vigiando o Rio Amazonas, em Macapá - AP


Voltamos para a pousada para trabalhar. Estamos na torcida para conseguir o meu visto de entrada na Guiana Francesa. O cônsul honorário da França aqui em Macapá está nos ajudando. Mandou até um email para lá. Mas até esta noite, nada de resposta.

Alojamentos na Fortaleza de São José, em Macapá - AP

Alojamentos na Fortaleza de São José, em Macapá - AP


Antes de dormir, ainda saimos para jantar. Um delicioso peixe Filhote recheado com castanha do Pará e banana foi a pedida. Pedida acertadíssima, aliás. O nome do restaurante é Cantinho do Baiano e, para quem passar por estas distantes paragens, recomendamos! E nós, depois de tanta correria, e tanto por ver, fazer e pesquisar na internet, resolvemos ficar por aqui mais um dia. A ida para Oiapoque ficou para depois de amanhã... Amanhã, mais conforto da Ekinox. Oba!

Bem encima da linha do Equador (em Macapá - AP)

Bem encima da linha do Equador (em Macapá - AP)

Brasil, Amapá, Macapá,

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Um Mágico Encontro na Floresta

Estados Unidos, Washington State, Olympic National Park

Um grande Elk macho se alimenta na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Um grande Elk macho se alimenta na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Tempo chuvoso pela manhã, ficamos na dúvida se começávamos o dia pela mata ou pela praia. Depois de pouco pensar, decidimos pela mata, afinal, a floresta mais úmida do continente combina com chuva mesmo. E ainda dávamos uma chance para o tempo melhorar um pouco até chegarmos à praia, todas atrações do Olympic National Park, aqui no extremo noroeste dos Estados Unidos.

Chegando à floresta temperada úmida de Hoh, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Chegando à floresta temperada úmida de Hoh, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


A Hoh Temperate Rainforest, ou floresta temperada (de climas frios) úmida de Hoh é uma das maiores atrações do parque e, durante a temporada, está sempre lotada de turistas, ao menos nas proximidades do centro de visitantes. Não era o caso, hoje, e poucos foram os felizardos que cruzamos por lá.

A magnífica Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

A magnífica Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Como eu já disse, chovia. Nada mais comum para um lugar que recebe, em média, cerca de 4 metros de chuva por ano. Para se ter uma ideia, isso é o dobro da média de uma das cidades mais chuvosas do Brasil, a querida “Ubachuva”. Mas era uma chuva fraca, quase uma garoa. Protegidos pelas árvores e densa folhagem da mata, ela não nos atrapalhava em nada.

A floresta de Hoh é tão úmida que galhos e troncos estão sempre cobertos de musgos, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

A floresta de Hoh é tão úmida que galhos e troncos estão sempre cobertos de musgos, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


A floresta é maravilhosa, como tantas outras que temos visto nessa viagem. Mas aqui, com tanta umidade, a mata tem uma peculiaridade: quase todos os troncos e galhos são cobertos por musgos e líquens, um verdadeiro tapete verde que deixa tudo aveludado. Até parece que as árvores estão vestidas para o frio, hehehe.

A magnífica Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

A magnífica Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Fomos “recebidos” por uma daquelas gigantes, umas das maiores e mais velhas árvores da floresta, uma Sitka Spruce de mais de 70 metros de altura. Ela fica ali, tão silenciosa e tão soberana, vendo os séculos passarem. Quase virou lenha no início do século passado, quando a península começou a ser explorada pelo homem branco. Em pouco tempo, muitas gigantes centenárias foram ao chão, assim como boa parte da fauna quase foi extinta. Felizmente, alguns conservacionistas conseguiram convencer o governo a criar um parque nacional por ali, antes que fosse tarde demais. Hoje, pelas fotos de satélite, nem é preciso desenhar os limites do parque, pois a diferença entre as áreas exploradas e as protegidas é visível a olho nu. É impressionante o poder destrutivo da nossa espécie...

Admirando a gigantesca Sitka Spruce de 600 anos e 70 metros de altura, na Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Admirando a gigantesca Sitka Spruce de 600 anos e 70 metros de altura, na Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Mas nem só de machadadas cai uma gigante. Uma forte ventania pode ter o mesmo efeito. Assim, logo ali do lado outra gigante repousa, deitada. Provavelmente, há muitas décadas. Podemos caminhar por toda a extensão do tronco e, aí sim, podemos confirmar que essas árvores chegam aos 80 metros de altura. Caída, uma verdadeira floresta cresceu sobre o seu tronco. Ela tem nutrientes armazenados capazes de sustentar gerações de árvores menores. É lindo demais!

Orientações para o caso de encontrarmos um puma na Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Orientações para o caso de encontrarmos um puma na Hoh Forest, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Depois dessas boas vindas, fomos fazer alguma trilha pela floresta. Logo no início do caminho, o aviso sobre os pumas e de como proceder se encontrarmos um. São raros aqui por perto, mas estão por aí. Depois de tantos ursos, os pumas não parecem tão ameaçadores, mas é sempre bom saber as dicas desse raro encontro.

Primeira visão da manada de Elks, na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Primeira visão da manada de Elks, na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Puma, talvez não encontrássemos, mas logo dois turistas que terminavam a trilha que estávamos apenas começando nos alertaram. “Há uma grande manada de elks andando por aí”. “Elks” são uma espécie de veado, parecidos com as renas do Papai Noel. Existiam aos milhares na região, mas foram caçados quase até a extinção. A criação do parque e programas de acompanhamento os salvaram e hoje eles já são bem mais comuns na área do parque, Só aqui, pois basta colocarem uma pata para fora dos limites que já se tornam alvos dos caçadores.

Aproximando-se dos Elks na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Aproximando-se dos Elks na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Eles não costumam ficar tão perto do centro de visitantes, onde começam as trilhas. Mas hoje, aparentemente, um grande grupo estava por aqui, talvez por estarmos fora de temporada. Eu e a Ana partimos ansiosos e, pouco à frente, outro grupo de pessoas nos alertou sobre eles. Aceleramos o passo, mais ansiosos ainda. Mas a ansiedade foi sendo substituída pela decepção enquanto percorríamos a trilha circular de um quilômetro e nada encontrávamos. Só vimos um turista percorrendo a trilha em sentido contrário, também procurando pela manada, cara meio desanimada.

Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Completamos a volta e nada! Partimos para uma segunda volta, quem sabe? Fomos até o trecho mais “suspeito” e nada, além da bela floresta, claro. Quem sabe em outra trilha, talvez? Os animais estão sempre se movimentando... Foi aí que, quando já iniciávamos a volta, a Ana viu uns galhos se movendo estranhamente. Fixou os olhos e mandou que eu ficasse quieto. Não eram galhos, mas chifres! Lá estava a manada!

Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


A partir daí, a sorte começou a sorrir para nós! Ficamos um tempo por ali, a tirar fotos e admirar aqueles incríveis animais. Mas eles estavam bem longe e não podíamos sair da trilha. Voltamos ao ponto inicial e pegamos outra trilha, na direção em que os animais caminhavam. Bingo! Não demorou muito e encontramos o mesmo grupo, agora já bem mais perto de nós. Novas fotos, nova contemplação! Até eles sumirem na mata outra vez. Voltamos e resolvemos arriscar pegar uma terceira trilha...

Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Uma das muitas Elks fêmeas na manada que encontramos na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Foi o auge! Agora, cruzamos com eles cara a cara. Mantendo a devida distância, ficamos ali, maravilhados. Que experiência, cruzar esses animais, tão de perto, em meio à floresta. Que bom é ver, com os próprios olhos, que outras espécies dividem o mesmo planeta conosco. Não estamos sós! Eles nos olham nos olhos. Imagino que avaliam o perigo. Algumas fêmeas são mais assustadiças. Ao machos, cheios de pose, certamente sabem que são bem mais forte do que nós. E realmente são. Acidentes acontecem e temos de guardar distância, perceber os sinais de que os bichos estão incomodados. Mas, com minha esposa tão lindaa perto, que animal se assustaria, hehehe!

Cara a cara com um Elk na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Cara a cara com um Elk na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Assim, apenas a floresta foi testemunha desse incrível e pacífico encontro. Saímos de lá leves, felizes e com uma exultação contida, além de muitas fotos na máquina. Um verdadeiro presente do destino Um momento mágico e inesquecível nesses 1000dias de viagem pela América.

Emocionante encontro com Elks na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Emocionante encontro com Elks na Hoh Forest, uma das mais úmidas do mundo, no Olympic National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Estados Unidos, Washington State, Olympic National Park, Bichos, Parque, trilha

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Conhecendo o Centro Histórico

Brasil, Maranhão, São Luís, Alcântara

Rua com sobrados restaurados no centro histórico de São Luís - MA

Rua com sobrados restaurados no centro histórico de São Luís - MA


A chuva hoje começou com a mesma força de ontem. Mas foi minguando. Foi só o tempo de tomarmos o café e terminarmos algumas coisas no computador que ela já estava parando. Ela a janela que estávamos esperando!

Mirante da Lagoa do Jansen, em São Luís - MA

Mirante da Lagoa do Jansen, em São Luís - MA


Já com tudo empacotado na Fiona, saímos do hotel, O primeiro passeio foi na Lagoa do Jansen, uma área cheia de bares no coração da São Luís moderna. Há uma elevação bem próxima à lagoa, transformada em mirante, de onde se tem uma bela vista da própria lagoa, do mar logo ali atrás e da silhueta dos prédios, a skyline da cidade.

Guaraná Jesus, comprado pela Coca-cola, mas ainda típico do Maranhão, em São Luís - MA

Guaraná Jesus, comprado pela Coca-cola, mas ainda típico do Maranhão, em São Luís - MA


De lá seguimos para o escritório da empresa de navegação para garantir nossas passagens e a da Fiona para o outro lado da baía de São Marcos. Com isso, economizamos bem uns 300 km de estradas! Feito isso, finalmente chegou a hora de conhecer o centro histórico, um dos mais bonitos do Brasil.

Busto do francês Touche, o fundador de São Luís - MA

Busto do francês Touche, o fundador de São Luís - MA


São Luís foi fundada por franceses no início do séc XVII. Seu fundador, Daniel de la Touche, batizou a cidade em homenagem ao rei francês da época, Luís XIV (acho!). Mas o domínio francês durou pouco e logo os portugueses estavam por aqui. Alguns anos mais tarde, foram os holandeses de Nassau que tomaram a cidade, em violenta batalha. Por pouco tempo também! Os portugueses retornaram em definitivo em meados do séc. XVII.

Os famosos azulejos do centro histórico de São Luís - MA

Os famosos azulejos do centro histórico de São Luís - MA


Foi a influência lusa que deu a cidade sua principal característica: os azulejos. Enormes casarões e sobrados foram construídos nos dois séculos seguintes pela aristocracia local, com as paredes externas sempre revestidas de azulejos. Era o melhor material para se lidar com a enorme umidade e calor da região. O resultado é um conjunto gracioso e charmoso de construções, ruas e ruas "azulejadas" com diferentes cores e motivos.

Suntuoso sobrado restaurado de 4 andares, sede do IPHAN, no centro histórico de São Luís - MA

Suntuoso sobrado restaurado de 4 andares, sede do IPHAN, no centro histórico de São Luís - MA


O conjunto passou por um longo período de deterioração nos útimos 150 anos, mas aos poucos vem sendo restaurado, já tendo sido transformado em patrimônio da humanidade. Ainda há muito por fazer e é triste ver enormes casarões caindo aos pedaços, literalmente. Mas há outros em reforma, e muitos completamente restaurados. Um colírio para os olhos! Outra coisa ótima é que toda a fiação foi levada para baixo da terra, tirando essa horrível poluição visual dos nossos olhos.

Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão, no centro histórico de São Luís - MA

Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão, no centro histórico de São Luís - MA


Em poucas horas pode-se percorrer o centro à pé. Foi o que fizemos, com algumas paradas estratégicas. A primeira no Palácio dos Leões, sede do governo. A gente pode visitar uma parte e o prédio é muito bonito por dentro, todo decorado com obras de arte e peças européias do séc XIX. Muito legal!

Para visitar o Palácio dos Leões, é preciso usar protetor para os sapatos! (no centro histórico de São Luís - MA)

Para visitar o Palácio dos Leões, é preciso usar protetor para os sapatos! (no centro histórico de São Luís - MA)


Outra parada interessante é o Solar dos Vasconcelos. Além do prédio restaurado, há muita informação sobre a cidade, sua história e seus prédios, além de mostrar todo o trabalho de restauração que vem sendo feito no centro histórico.

Bar Antigamente, no centro histórico de São Luís - MA

Bar Antigamente, no centro histórico de São Luís - MA


Por fim, o tradicional restaurante-bar AntigaMente. Ótima comida, num ambiente que nos remonta à história. Uma delícia tomar uma cerveja gelada e observar, de suas grandes janelas, a vida passando lá fora. De noite, ainda tem música ao vivo. A chuva de ontem nos impediu de acompanhar uma sessão de chorinho... É, ontem, choro só o nosso...

Bar Antigamente, no centro histórico de São Luís - MA

Bar Antigamente, no centro histórico de São Luís - MA


Outra coisa interessante de acompanhar nesse dia em São Luís foi a enorme variação da maré. Cruzamos o rio Anil em direção ao centro histórico com a maré seca. O porto de onde saem os barcos para Alcântara estava na areia, literalmente! Agora de tarde, era aquele marzão só. Pareciam dois lugares diferentes!

Maré baixa 'seca' o mar em São Luís - MA

Maré baixa "seca" o mar em São Luís - MA


Fim de tarde, maré cheia em São Luís - MA

Fim de tarde, maré cheia em São Luís - MA


O final de tarde também nos trouxe mais chuva. Mas era também a hora de seguir viagem. Seguimos para o porto do ferry-boat, um pouco mais ao sul. Um pouco mais de uma hora de barco nos deixou do outro lado, onde enfrentamos mais 50 km de estrada para chegar em Alcântara. No caminho, de noite e chovendo, passamos por vários animais silvestres. O mais incrível foi um pequeno jacaré tomando banho de chuva no meio do asfalto. Demorou para a gente acreditar no que tinha visto...

Trabalhando no ferry entre São Luís e Alcântara - MA

Trabalhando no ferry entre São Luís e Alcântara - MA


A gente se instalou numa pousada que é um antigo sobrado, no centro. Já bem de noite, fomos dar uma caminhada na cidade. Foi absolutamente mágico! A cidade, suas ruas e praças, deserta. Mas muito bem iluminada. As construções tem todas de duzentos à trezentos anos. Parecia que estávamos numa cidade fantasma, em outro século. Foi mesmo incrível. Amanhã vamos ver a cidade com a luz do dia. Mas já posso afirmar uma coisa: o maior erro dos turistas é vir para cá de São Luís e voltar no mesmo dia. Uma noite aqui vale muito! A vista para as luzes de São Luís é maravilhosa e um passeio pela cidade iluminada e deserta de noite vale mais do que muitas e muitas horas de passeios diurnos por aqui.

A Catedral da Sé, no centro histórico de São Luís - MA

A Catedral da Sé, no centro histórico de São Luís - MA

Brasil, Maranhão, São Luís, Alcântara,

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Viajando!

Brasil, Paraná, Curitiba

Caminho de terra entre Barra do Turvo e Iporanga

Caminho de terra entre Barra do Turvo e Iporanga


Hoje foi o dia! Mesmo com quase tudo arrumado, dia lindo com céu azul, ainda ficamos nos enrolando. Deu até para passear com a Diana uma última vez. Carregamos os eletrônicos no carro, tiramos fotos de despedida e partimos, GPSs prontos para registrar tudo. Depois de tanto tempo parado, mal cabia na minha felicidade e alívio de estar partindo. Até esqueci o problema do visto canadense, tanta coisa para acontecer e ver antes disso.

Fiona pronta para partir

Fiona pronta para partir


Pois bem, passando do lado do Marcelo, do nosso site, cogitei ligar para ele. Foi quando a Ana se ligou que o celular tinha ficado para trás. Que beleza! Imaginem o meu ânimo. Achei que nunca mais sairia de Curitiba. Ela, sentindo-se meio responsável, deu a brilhante idéia de me deixar no Marcelo enquanto ela buscava o celular. Topei na hora! Assim, mais uns acertos sobre o site e, meia hora depois ela estava lá, já com o celular. Finalmente partimos. Desta vez, para valer. Aleluia, irmãos!!!

Marcelo, responsável pelo site 1000dias

Marcelo, responsável pelo site 1000dias


O dia de céu azul fez a estrada ainda mais bonita. Cinquenta quilômetros mais tarde, ultrapassamos uma Defender toda adesivada, do Equador, em viagem pela América do Sul. Interpretamos como um sinal de boa sorte. Nunca tinha visto um carro do Equador no Brasil. Muito legal! Buzinamos, fizemos festa e logo retribuíram. Adorei tê-los visto, mas gostei também de ter escolhido viajar de Hilux. Mais rápida e confortável. Pelo menos,por enquanto!

Nossa primeira fronteira com a Fiona

Nossa primeira fronteira com a Fiona


Mais uns 80 quilômetros e deixamos a Régis para trás. Resolvemos chegar no Petar pelo caminho mais curto, via Barra do Turvo. Para isso, deveríamos enfrentar 30 km de estrada de terra. Mas a Fiona foi feita para isso, certo? A estrada, após período de chuvas, não seria fácil para carros mais baixos. Mas para a Fiona foi brincadeira de criança. Nada como carro alto!

Fiona enfrenta sua primeira estrada de terra

Fiona enfrenta sua primeira estrada de terra


Chegamos ao Petar pouco depois das três da tarde. Se fosse em outros tempos, poderíamos ainda pegar uma caverninha. Dentro de caverna, tanto faz se é dia ou noite. Mas, isso são outros e saudosos tempos... Agora é tudo controlado, "civilizado". O parque fecha às cinco e não tem conversa. Visitas, apenas devidamente acompanhados de monitores. Das trocentas cavernas existentes, apenas uma dezena delas abertas à visitação. E, mesmo estas, apenas trechos mais seguros. Continua um espetáculo mas, para quem viu antes, dá uma dor no coração. Tudo em prol da conservação, já que bandos de vândalos frequentavam o local em feriados, não deixando pedra sobre pedra.

Já marcamos nossos programas para os próximos dois dias. Serão intensos, mas sempre com monitores. Precisamos dançar conforme a música. Mesmo assim, tenho certeza que vai ser legal. O Petar está bem vazio, o tempo está ótimo e vamos até uma caverna que eu ainda não conheço, no Núcleo Caboclos. As outras que vamos, já conheço todas, mas elas valem mais visitas. E ainda temos um bóia-cross pela frente.

Merecida cerveja após a viagem de 3 horas entre Curitiba e Iporanga, onde está o Petar

Merecida cerveja após a viagem de 3 horas entre Curitiba e Iporanga, onde está o Petar


É a nossa viagem que começa a entrar no ritmo novamente...

Brasil, Paraná, Curitiba, Parque

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O Incrível Cerro Negro

Nicarágua, León

1000dias no Cerro Negro próximo, à León, na Nicarágua.

1000dias no Cerro Negro próximo, à León, na Nicarágua.


O dia começou com uma visita a um museu bem peculiar. Um museu sobre as lendas e tradições da cidade de León e do país, com representações em painéis, desenhos e grandes bonecos de figuras folclóricas como a "gigantona", uma enorme mulher que percorre as ruas da cidade em busca de um marido. Até aí, tudo bem, já vimos outros muses parecidos. O que faz esse ser difente é que ele ocupa o mesmo espaço onde, durante cinquenta anos, funcionou uma terrível prisão do regime somozista, local em que presos políticos eram barbaramente torturados para delatarem seus companheiros.

Personagens legendárias em museu de León, na Nicarágua.

Personagens legendárias em museu de León, na Nicarágua.


Logo cedo encontramos na entrada desse museu o casal Ardengo (italiano) e Amparo (espanhola) que tínhamos reencontrado ontem de noite. A Ana tinha socializado com eles no Olho de Agua, em Ometepe, e a coincidência nos uniu novamente. A gente combinou de passar o dia de hoje juntos, no museu e depois, no Cerro Negro. No museu, a visita se alterna entre as exposições sobre as personagens folclóricas e os relatos sobre como funcionava a prisão, os métodos de tortura e a dura vida dos presos. Essa mistura de dois assuntos tão distintos deixa nossa mente meio confusa. Não sei se funciona bem...

Visita à antiga prisão somozista em León, na Nicarágua.

Visita à antiga prisão somozista em León, na Nicarágua.


Chegando ao vulcão Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.

Chegando ao vulcão Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.


Daí então seguimos para o Cerro Negro, localizado a 25 km de distância da cidade por estradas rurais. São poucos os que seguem para lá sem guia, mas quem tem boca chega à Roma e nós chegamos! O Cerro Negro é um vulcão em formação, o segundo mais novo do continente, com apenas 150 anos de idade (o que significa um recém nascido, em termos geológicos!). Desde que nasceu, vem tendo erupções regulares, com intervalos de 10 a 15 anos. Algumas bem fortes, cobrindo a cidade de León de cinzas. A última foi no final do milênio passado e já estamos em tempo de uma nova, a qualquer momento.

Pronto para subir o Cerro Negro com a prancha de skibunda (próximo à León, na Nicarágua)

Pronto para subir o Cerro Negro com a prancha de skibunda (próximo à León, na Nicarágua)


Subindo o vulcão Cerro Negro e admirando a bela paisagem das redondezas, próximo à León, na Nicarágua.

Subindo o vulcão Cerro Negro e admirando a bela paisagem das redondezas, próximo à León, na Nicarágua.


Enquanto ela não chega, o vulcão foi transformado numa das maiores atrações turísticas da cidade e do país. Uma trilha batida nos leva através da paisagem desoladora, uma montanha de entulho sem uma única planta, e através de suas encostas até chegarmos dentro de sua cratera. Entramos por um lado que desabou na última erupção, portanto ainda bem abaixo do cume. Ali dentro, fumaça e vapor saem de vários pontos e a rocha é toda pintada de amarelo e branco, ação dos sulfatos e enxofre que saem continuamente da boca do monstro. Por falar em monstro, numa das paredes internas da cratera se destaca a imagem de um enorme gigante, cabeça e mãos despontando, parecendo que tenta se desenterrar. Pelo menos até a próxima erupção, é a mais forte imagem de dentro da cratera.

Observando a emissão de gases dentros da cratera do vulcão Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.

Observando a emissão de gases dentros da cratera do vulcão Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.


Explorando a cratera do vulcão Cerro Negro e os pontos de emissão de gases (próximo à León, na Nicarágua)

Explorando a cratera do vulcão Cerro Negro e os pontos de emissão de gases (próximo à León, na Nicarágua)


Na entrada do parque a gente paga as nossas entradas e aluga uma prancha para poder descer o vulcão depois. Para quem tem a coragem e a habilidade, pode descer de pé, uma espécie de snow board nas pedras do vulcão. Para os simples mortais, descemos sentados mesmo, uma versão nicaraguense do nosso skibunda nas dunas de Jeri ou Canoa Quebrada. Subimos o vulcão carregando nossas pranchas, numa trilha de 40 minutos. A deliciosa e rápida descida, essa só dura pouco mais de um minuto, infelizmente.

Dentro da cratera do vulcão Cerro Negro, com a imagem do monstro enterrado, ao fundo (próximo à León, na Nicarágua)

Dentro da cratera do vulcão Cerro Negro, com a imagem do monstro enterrado, ao fundo (próximo à León, na Nicarágua)


A Amparo não quis subir o vulcão, ficando a observar aquele incrível cenário lá de baixo, mesmo. Eu, a Ana e o Ardengo seguimos encosta acima, nossas pranchas a tiracolo. No meio do caminho, uma parada para visitar a cratera, seus vapores e cores e o monstro que nela habita. Depois, para cima e avante novamente.

Filmando a cratera do vulcão Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.

Filmando a cratera do vulcão Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.


O cenário a nossa volta fica cada vez mais lindo. Para um lado, os destroços da última erupção, um leito de pedras e entulho se extendendo por vários quilômetros. Para outro lado, uma extensa cadeia de vulcões, um atrás do outro, em fila indiana. Paisagem fantástica, prova aos nossos olhos de que a Terra está viva, bem viva!

A bela paisagem ao redor do vulcão Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.

A bela paisagem ao redor do vulcão Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.


Subida final até o cume do Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.

Subida final até o cume do Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.


Finalmente, lá no alto, podemos ter uma visão completa da cratera abaixo de nós. Na verdade, das duas crateras. Isso porque, na última erupção uma cratera secundária se criou, hoje ainda mais viva que sua irmã mais velha. Essa, só vemos por cima,sem nos arriscar a virar churrasquinho lá dentro.

No cume do Cerro Negro, pronto para a descida de prancha! (próximo à León, na Nicarágua)

No cume do Cerro Negro, pronto para a descida de prancha! (próximo à León, na Nicarágua)


Enfim, a hora da descida. Sentados, um de cada vez, seguimos os trilhos de quem desceu antes de nós, pelas partes mais íngrimes da encosta. No início meio receosos, depois vamos ganhando confiança e deixando que a prancha se acelere. Chegamos a pouco mais de 30 km/h, sensação de liberdade total mas, ao mesmo tempo, percebendo aquela nossa árdua subida de 40 minutos se esvair em poucos segundos de efêmero prazer.

Vários vulcões vistos do alto do Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.

Vários vulcões vistos do alto do Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.


Com o italiano Ardengo no alto do Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.

Com o italiano Ardengo no alto do Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.


Lá embaixo nos esperava a Amparo. Fizemos algumas fotos clássicas com a Fiona em território vulcânico, o Cerro Negro ao fundo e voltamos para a portaria onde nos aguardava uma cerveja estupidamente gelada. De lá pudemos observar, de camarote, vários turistas que vieram num tour deslizar à toda velocidade pelas encostas do vulcão. Eles tem pranchas melhores que as nossas e suas velocidades chegam a mais de 60 km/h! É incrível ver aquela fumacinha descendo à toda pelo vulcão. Não faz muito tempo, um francês, de bicicleta, atingiu a velocidade de 170 km/h! Já perto do fim da descida, a bicicleta quebrou e ele teve algumas costelas quebradas...

Vista do alto do vulcão Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.

Vista do alto do vulcão Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.


Na borda da cratera do vulcão Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.

Na borda da cratera do vulcão Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.


Nós voltamos para a cidade e nos despedimos. Já na pousada, logo estávamos fazendo novos amigos: um inglês e um escocês que estão viajando de moto do Alaska à Patagônia. Acabavam de chegar da fronteira hondurenha onde tinham passado por um belo chá de cadeira. O bom humor só voltou depois do banho e, juntos, fomos jantar no delicioso Mesón Real, quase em frente ao nosso hotel. O dono, o Gustavo, ficou super interessado em nossas viagens e nos tratou muito bem. A começar pela comida, que estava maravilhosa, cozinha espanhola. E assim, enquanto tratávamos muito bem de nossos estômagos, trocamos experiências e informações sobre lugares que cada uma das duplas já tinha passado ou pretendia passar. Muito jóia!

A Ana deslizando à toda as encostas do Cerro Negro,  próximo à León, na Nicarágua.

A Ana deslizando à toda as encostas do Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.


A Ana deslizando à toda as encostas do Cerro Negro,  próximo à León, na Nicarágua.

A Ana deslizando à toda as encostas do Cerro Negro, próximo à León, na Nicarágua.


Amanhã cedo partimos para Somoto, nossa última parada na Nicarágua. Um magnífico canyon nos espera por lá. Depóis, o tão "esperado" dia do duplo cruze de fronteiras, daqui para Honduras e de lá para El Salvador. Vamos ver com é...

A Fiona visita o mais ativo vulcão do país, o Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.

A Fiona visita o mais ativo vulcão do país, o Cerro Negro próximo à León, na Nicarágua.

Nicarágua, León, Parque, trilha, vulcão

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Speyside

Trinidad e Tobago, Speyside

A bela praia do Blue Waters Inn, em Speyside - Tobago

A bela praia do Blue Waters Inn, em Speyside - Tobago


Meia hora antes do combinado o Brian já estava no nosso hotel, o Golden Thristle, para nos levar à Speyside. Brian é o motorista de táxi que nos trouxe do terminal de ferries em Scarborough, anteontem. Um legítimo "tobagonian". Confesso que ficamos meio surpresos com esse adianto todo. Afinal, os habitantes de Tobago são os baianos daqui, bem tranquilos, easy going, outra noção de tempo. Até no modo de falar.

Caminhando para a praia do Blue Waters Inn, em Speyside - Tobago

Caminhando para a praia do Blue Waters Inn, em Speyside - Tobago


Enfim, pacientemente, ele nos esperou tomar o café da manhã e iniciamos a nossa pequena viagem, mais de uma hora para cruzar uns 60 km de curvas ao longo do litoral sul da ilha, passando por pequenas vilas ao longo da costa, o chamado "countryside" daqui. Como o próprio Brian nos explicou, antigas sedes das plantations dos séculos passados que se desenvolveram tornando-se vilas.

Vista do mar em Speyside - Tobago

Vista do mar em Speyside - Tobago


No meio da viagem, um pneu furado que o Brian, do jeito cool dele, sempre com um tom de voz aveludado e manso, trocou eficientemente. Para minha surpresa, o pneu reserva mais parecia um pneu de motocicleta, de tão estreito. Ele me explicou que isso é o normal daqui. Pneu bom o suficiente para nos levar até a próxima borracharia. E assim foi. Pneu consertado e recolocado no lugar, seguimos até Speyside.

Placa com informação importante! (em Speyside - Tobago)

Placa com informação importante! (em Speyside - Tobago)


Aqui nos instalamos no Speyside Inn, hotel voltado para a clientela mergulhadora alemã. Tudo escrito primeiramente no idioma germânico, com a devida tradução inglesa logo abaixo. E com um centro de mergulho dentro do próprio hotel, que fica em frente à uma estreita praia de areias escuras. A operação de mergulho do dia já tinha saído e a próxima, só amanhã.

Típico Fruit Punch caribenho, em Speyside - Tobago

Típico Fruit Punch caribenho, em Speyside - Tobago


Então, aproveitamos para caminhar um pouco, hoje. Fomos até a praia vizinha, privativa do hotel Blue Waters Inn. Pra isso, temos de subir um morro e descer do lado de lá. Do alto do morro, uma vista fenomenal da praia de águas azul-esverdeadas, aquela cor que prende os nossos olhos que parecem não acreditar no que veem.. Passamos a tarde nesta praia, onde almoçamos, nadamos, caminhamos e descansamos.

O barco sabe pescar sozinho! (em Speyside - Tobago)

O barco sabe pescar sozinho! (em Speyside - Tobago)


Depois, de volta ao nosso hotel. Nosso quarto é uma delícia e vamos dormir com o barulho das ondas, algo que há muito tempo não ocorria. E amanhã cedo, mergulho. Estamos ansiosos!

Refresco no mar do Caribe (em Speyside - Tobago)

Refresco no mar do Caribe (em Speyside - Tobago)

Trinidad e Tobago, Speyside, Tobago

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San Francisco

Estados Unidos, Califórnia, San Francisco

Visitando parque sob a Golden gate de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Visitando parque sob a Golden gate de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Ontem, depois de dormirmos na cidade de Merced, ainda aos pés da Sierra Nevada e uma das cidades que nasceram na Gold Rush de 1849, viemos para San Francisco. Chegamos à cidade no meio da tarde, cruzando a baía pela Bay Bridge e vindo nos instalar no tradicional e turístico bairro de Fisherman’s Wharf, quase na orla do mar. Cortesia do PriceLine.

Chegando à San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos. Não é ainda a Golden Gate, mas a Bay Bridge

Chegando à San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos. Não é ainda a Golden Gate, mas a Bay Bridge


Desde que saímos de Curitiba, há mais de 900 dias, essa gloriosa cidade estava nos nossos planos e sonhos. Ao longo da viagem, mais de uma vez refizemos e replanejamos nosso roteiro. O tempo de estadia nos Estados Unidos diminuía e aumentava, dependendo da nossa pressa ou necessidade, ou dos sabores dos ventos e das estações. Mas jamais, em momento algum, cogitamos de não passar na cidade da famosa Golden Gate. Na minha modesta opinião, junto com Nova Iorque e New Orleans, San Francisco é uma das cidades mais especiais desse país e, enquanto as outras estão na costa leste e, até por isso, pensamos em não passar por elas, San Francisco, a meio caminho do Alaska, tinha estar na nossa rota!

Fisherman's Wharf, o movimentado bairro em que ficamos hospedados em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Fisherman's Wharf, o movimentado bairro em que ficamos hospedados em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Quando entramos nos Estados Unidos com a Fiona, há pouco mais de sete meses, estivemos muito perto de vir para cá. Mas quis o destino e um compromisso em Las Vegas que nossa passagem pela cidade se adiasse por um semestre. Ao invés de chegarmos juntos com as flores de Primavera, viemos com as folhas vermelhas do Outono, mesma cor da ponte mais famosa e bela do mundo.

O movimentado Pier 39, na orla de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

O movimentado Pier 39, na orla de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Eu já tinha estado aqui uma vez, há quase infinitos 19 anos. Misteriosamente para alguém com tão boa memória, apaguei quase todas as minhas lembranças concretas da cidade. Sumiram as lembranças, ficaram os sentimentos e impressões, mais abstratos por natureza. Todos muito positivos, por sinal. Mas, objetivo que sou, precisava preencher esses sentimentos vagos com imagens, olfatos e sons. E nada melhor que fazer isso junto com minha amada cara-metade.

Igreja de São Pedro e São Paulo, em frente à washington Square. em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Igreja de São Pedro e São Paulo, em frente à washington Square. em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


A cidade nasceu como uma missão religiosa espanhola, exatamente no ano em que era proclamada a independência dos Estados Unidos, em 1776. Localizada na única baía protegida em mais de 1.000 quilômetros de litoral, é até estranho que sua ocupação tenha vindo tão tarde. A missão só começou a virar cidade sessenta anos mais tarde, quando o México já havia conseguido a sua independência da Espanha, herdando todo o território da atual Califórnia. O nome da pequena vila era Yerba Buena e, assim como toda a parte norte da nova nação mexicana, era praticamente despopulada. Pouco mais de 800 pessoas nela habitavam.

Grupo passeia de segway pelas ruas de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Grupo passeia de segway pelas ruas de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Boa parte desses habitantes já eram imigrantes americanos. Esses, não perderam tempo e, assim que estourou a guerra entre México e Estados Unidos em 1846, por causa da soberania do Texas, declararam a incorporação da área ao Tio Sam também. Obviamente que os mexicanos não gostaram, mas com dois terços de seu país ocupados pelas forças americanas, incluindo a própria capital, eles não tiveram muita força nas mesas de negociação e acabaram cedendo quase metade de seu território ao poderoso vizinho do norte. Aí incluído a Califórnia e a pacata Yerba Buena.

Treinando o equilíbrio na Washington Square, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Treinando o equilíbrio na Washington Square, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Talvez tivessem resistido mais se soubessem que, apenas três anos depois, em 1849, seria descoberto ouro aos pés da Sierra Nevada. A corrida que se seguiu mudou para sempre a história da ocupação da Califórnia. Yerba Buena, rebatizada San Francisco, aumentou sua população para 30 mil pessoas em menos de cinco anos e, uma década mais tarde, já contava com 100 mil habitantes. A cidade cresceu ao redor do seu porto, que recebia as dezenas de milhares de imigrantes, dos incontáveis bordeis e dos bairros criados para acomodar pessoas de todas as partes do mundo. Entre eles, os milhares de chineses, que vieram para trabalhar nas minas e nas ferrovias que estavam sendo construídas para ligar a Califórnia ao resto do país. Em San Francisco, fundaram a primeira e mais famosa Chinatown do novo continente, bairro em que, até hoje, o inglês é a segunda língua (atualmente, caindo para o terceiro lugar, atrás do espanhol também!).

Chegando à Chinatown de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Chegando à Chinatown de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Enquanto havia riqueza e trabalho para todos, tudo correu bem. Mas assim que o ouro começou a escassear e os postos de trabalho sumiram, o bode expiatório foi escolhido: aquele estranho povo amarelo, com uma língua incompreensível e com a mania de trabalhar 16 horas por dia sem reclamar. Por sete décadas, a partir de 1870, os chineses sofreram forte discriminação, inclusive através de leis que restringiam sua vida e trabalho ao espaço da Chinatown. Aliás, por mais de uma vez, políticos da cidade tentaram desalojá-los dali, empurrar o bairro chinês para longe do coração de San Francisco. Com muito sofrimento e sua paciência milenar, os chineses a tudo resistiram.

Visitando a bela e movimentada Chinatown de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Visitando a bela e movimentada Chinatown de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Depois da Gold Rush, o evento mais importante na história da cidade sem dúvida foi o grande terremoto de 1906. Mais do que o próprio terremoto, foi o terrível incêndio que se seguiu que destruiu quase três quartos da cidade, matando 3 mil pessoas e deixando metade da população de 400 mil habitantes sem casas para morar, aí incluído toda a classe alta, que também perdeu suas mansões no evento. Mas a cidade renasceu rapidamente das cinzas e essa é a San Francisco que vemos hoje. Ela foi uma das cidades que melhor resistiu à Grande Depressão dos anos 30 e absolutamente nenhum de seus bancos quebrou no período. Ao contrário, foi justamente nessa época que foram construídas duas de suas marcas arquitetônicas mais famosas: a Bay Bridge, que a liga à Oakland, e a adorável Golden Gate, que atravessa a entrada da baía, ligando a cidade ao norte do estado.

Pyramid Tower, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Pyramid Tower, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Nos anos 60, a cidade virou uma meca hippie, ganhando fama de a mais liberal das cidades americanas. Também aqui se desenvolveu uma cultura mais aberta ao homossexualismo e ao consumo de drogas, como a marijuana e o LSD. Por fim, para completar essa grande salada misturada com caleidoscópio, nos anos 90 várias empresas ponto.com se instalaram na cidade, pela proximidade de centros de excelência como Stanford e Berkeley. E assim chegamos à maravilhosa San Francisco de hoje, onde uma caminhada por seus bairros tão próximos nos levam entre turistas, executivos, chineses, hippies, homossexuais, hackers e aquele cheiro doce de maconha pelo ar... Soma-se a isso uma arquitetura super charmosa, ruas e praças com alma e dezenas de restaurantes das mais diversas etnias de todo o planeta e podemos entender porque a cidade é uma das mais queridas, não só do país, mas de todo o mundo.

Com o Sidney, que cuidou da gente em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Com o Sidney, que cuidou da gente em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Para conhecer uma cidade assim em tão poucos dias, nada melhor do que ter um amigo que mora aqui e que se disponha a nos levar para lá e para cá. Pois é, essa foi a nossa sorte. A Ana conhecia de longa data o Sidney, que se mudou de Curitiba para San Francisco há exatos 10 anos e nunca mais voltou para a terrinha. Simplesmente adora a cidade, nos recebeu de braços abertos e nos pajeou por todo o tempo!

Na nossa primeira noite em San Francisco, uma animada 'Festa da Peruca' (na Califórnia, nos Estados Unidos)

Na nossa primeira noite em San Francisco, uma animada "Festa da Peruca" (na Califórnia, nos Estados Unidos)


Ontem mesmo, depois de uma rápido passeio pela orla do Fisherman’s Wharf, ligamos para ele. Estava animado com uma festa que ocorreria de noite e foi logo nos convidando. Uma “festa da peruca”! Obviamente, não trazemos perucas na Fiona, mas não tem problema, ele conseguiu umas para nós. Assim, poucas horas depois de chegarmos à cidade, já estávamos em um bar muito louco, todo mundo com suas perucas. Corujisse à parte, a mais bela de todas era a minha linda. Com uma peruca azul, assim como a capa que veio para complementar, estava totalmente combinada com os seus olhos. Ficou espetacular, hehehe! Espetacular também foi a festa e a sensação de realmente estar viajando: um dia na neve do Lake Tahoe, no outro entre as sequoias do Yosemite e no outro, numa festa da peruca num bar de San Francisco. Que demais!

A Ana toda de azul, capa, olhos e cabelo, em festa em um movimentado bar de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

A Ana toda de azul, capa, olhos e cabelo, em festa em um movimentado bar de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Coçando a orelha no Pier 39, na orla de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Coçando a orelha no Pier 39, na orla de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Hoje, começamos explorando a pé o Fisherman’s Wharf, local do movimentado Pier 39, antigo atracadouro de barcos remodelado para receber turistas. Turistas e leões-marinhos, que adoram tomar um sol por ali, aproveitando a bela visão que se tem da prisão de Alcatraz e da Golden Gate ao fundo. Foi nossa primeira visão desse monumento que ainda vai merecer um post só para ela...

A famosa prisão de Alcatraz, na baía de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

A famosa prisão de Alcatraz, na baía de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Dali, seguimos a pé pela North Beach, o bairro de raízes italianas, repleto de restaurantes. Subimos as peculiares ladeiras da cidade, que tanto me fazem lembrar da minha cidade natal, Belo Horizonte. Tudo bem, lá não tem mar e nem a Golden Gate, mas ladeiras, isso tem de monte! Subimos até a Coit Tower, um dos mais populares pontos de observação da cidade. A torre, em si, nem é tão alta. Mas como está no topo de uma colina, a altura somada é bem grande e a visão lá de cima, maravilhosa. De novo, lá estava a Golden Gate, de um lado, e a Bay bridge, do outro. Bem mais perto, a Lombard Street, a rua mais torta do mundo, com uma infindável fila de carros de turistas descendo por entre seus jardins. Ontem, de madrugada, descemos com o carro do Sidney. Ela estava completamente deserta e foi muito legal, embora não desse para tirar fotos, Antes de irmos embora da cidade, é claro que vamos lá de Fiona! Pode até ser “turístico”, mas não saímos do Brasil até aqui, de carro, para não fazer esse programa, né?

Lombard Street, a rua mais torta do mundo, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Lombard Street, a rua mais torta do mundo, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


A Golden Gate e a entrada da baía de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

A Golden Gate e a entrada da baía de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Descemos da torre e continuamos nossa caminhada, agora rumo à Chinatown, passando pela refrescante Washington Square. No bairro chinês, não resistimos a um Dim Sum e nem a passar nos pequenos becos onde tantas cenas de filmes retratando Chinatown já foram filmados. A quantidade de coisas para se explorar por ali chega a ser desesperadora. Difícil é entender os sinais, já que a maioria dos cartazes está escrito em mandarim.

Detalhes da famosa Chinatown de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Detalhes da famosa Chinatown de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


O Sidney nos levou de jipe para passear em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

O Sidney nos levou de jipe para passear em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos


Ao final da Chinatown, bem ao lado do portão chinês que marca o início do bairro (nós o percorremos no sentido contrário!), lá estava o Sidney para nos pegar com o seu jipe. Dali seguimos para a área da Golden Gate. Primeiro para um parque que fica embaixo da ponte, ainda do lado de San Francisco, e depois para o lado de lá. Ou seja, cruzamos a baía, rumo a charmosíssima Sausalito. De lá, já no fim de tarde, belíssimas visões da ponte e da cidade. Mas, como já disse, a Golden Gate vai merecer um post só para ela...

Atravessando a Golden Gate de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Atravessando a Golden Gate de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Califórnia, San Francisco, história

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Triângulo das Bemudas

Bahamas, Long Island - Stella Maris

Pensando na vida...

Pensando na vida...


Um dos aspectos que mais me atraem nessa viagem que ainda está só no começo (3 semanas hoje!) é a chance de passar em lugares que marcaram meu imaginário infantil e de adolescente. Um bom exemplo disso é a Groelândia. Para quem jogou War (esse jogo marcou minha geração!) essa enorme ilha, que em muitos mapas parece ter o tamanho da América do Sul, sempre foi um ponto estratégico para se invadir a Europa, através da Islândia. Que jogo legal! E que noção de geografia ele passava para nós. Nomes como Dudinka, Omsk, Labrador, etc, entraram e não saíram mais da minha cabeça. E entre esses nomes, a Groelândia. Pois é, não é que vou conhecer!!!

Outro nome são as Ilhas Malvinas, ou Falkland. Foi a primeira guerra que lembro de ter acompanhado, pelos jornas e pela TV. Pobres argentinos... que sova! Enfim, lembro-me como se fosse hoje dos porta-aviões ingleses Hermes e Invincible, ou da fragata Sheffield, afundada por um míssel Exocett, dos argentinos. Com isso, se vingaram do afundamento do General Belgrano. Bem, os portenhos voltaram para casa mas os nomes ficaram na minha memória. E nós vamos para lá!

Há também outros nomes mágicos, quase sempre ilhas. Se fosse discorrer sobre cada um, escreveria um livro: Hawaii, nome que minha mãe usava para nos fazer comer comidas que não gostávamos ("se você não comer, não vamos mais te levar para o Hawaii". Eu comia mas não fui. Vou agora!); Galápagos, estrela maior das aulas de biologia que nos ensinavam sobre Darwin e a evolução; Ilha de Páscoa, local de míticas esculturas, que teriam sido feitas com a ajuda de extraterrestes... E por aí vai!

Mas, há um nome que se sobressai entre todos: Triângulo das Bermudas! Devorei livros e artigos no início da minha adolescência sobre isso. Nem conseguia dormir direito com esse misterioso lugar me assombrando a mente. Para onde foram os aviões e navios perdidos? Um portal do tempo-espaço? Extraterrestres? Atlântida? Que medo que dava!

Pois bem, lembrei disso tudo agora porque tivemos nosso primeiro contato com esse famoso lugar. Os vértices do triângulo são as ilhas que lhe emprestam o nome (vamos para lá também!), a Flórida e as Bahamas. Quando criança, imaginava que essa era uma área proibida para aviões e navios, que desapareceriam do mapa assim que passassem por lá. Doce ilusão! É uma das regiões do mundo com maior tráfego de barcos! Daí, nada mais normal que sumir um ou dois. Pois bem, finalmente cheguei ao meu ponto: na viagem de Nassau para Long Island, atravessamos uma neblina grossa. Não se via nada! Imagina o que é que veio na minha cabeça? Não como medo, mas como um tremendo flash back da infância-adolescência! Foi muito legal! A minha viagem durou horas e horas. Tudo num espaço de um minuto em que nada víamos. Eu via! Todos aqueles aviões desaparecidos... estavam ali, quase ao meu alcançe.

Momentos como esse são os que vou me lembrar daqui a 40 anos...

Bahamas, Long Island - Stella Maris,

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