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Giselle (24/10)
Ola por favor me tire uma duvida... voces viajaram dos EUA para o mexico ...
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Gabi (16/10)
Olá! Eu e meu namorado vamos passar 11 dias em Cuba em Dezembro, e vamos...
Gabi (16/10)
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Placas de rua em Paramaribo, no Suriname
Hoje tiramos o dia para definir a nossa vida nos próximos 30 dias. Logo cedo o Rodrigo foi até o Stinazu, que funciona como uma agência governamental de turismo. Lá já agendamos o nosso tour para O Parque Nacional de Brownsberg e pagamos as taxas de entrada do parque e deixamos reservado o nosso alojamento para a próxima noite. Ontem durante a caminhada havíamos encontrado o Sven, um alemão que conhecemos no consulado do Suriname em Cayenne, sabíamos que ele vinha para cá, mas foi uma bela surpresa trombar com ele na rua em Parbo. Sven é o próprio mochileiro, professor de yoga e instrutor de atividades de aventura durante 6 meses no ano, os outros 6 meses ele viaja com 15 euros por dia. Fiel ao seu budget, não gasta mais de 5 euros para dormir, outros 5 para comer e 5 para transporte. Assim ele tem as histórias mais engraçadas de viagem, já acampou nos lugares mais malucos como no topo e um prédio no centro de Atenas ou ao lado do aerporto JFK em NY. Durante esta viagem ele escreveu seu segundo livro, primeiro que deverá publicar, e eu tenho a sensação que terá muito sucesso, pois é super criativo, imaginativo e consegue expor suas idéias de forma clara. Estamos na torcida para que seja um best seller na Alemanha! Amanhã cedo ele vai pegar uma carona conosco até Brownsberg.
Flores, influência holandesa em Paramaribo, no Suriname
Passamos uma boa parte do nosso dia caminhando pelas ruas de Parbo, segunda-feira, comércio aberto, vários cassinos, ruas movimentadas, trânsito maluco. É até engraçado, onde todo esse povo estava ontem? Nosso objetivo era encontrar uma farmácia, ontem durante a caminhada havíamos procurado, mas não vimos nenhuma nas ruas. Perguntamos no hotel e o cara da recepção já adiantou, aqui as farmácias não são como as que vocês estão acostumados, com aquela cruz. Nos deu o endereço de duas no centro, não muito distantes do hotel. Saímos andando, agora com o signo certo, procurávamos por algo escrito “Apotek”.
Um dos muitos cassinos em Paramaribo, no Suriname
Mais de uma hora de caminhada e nada! Parece que não existem apoteks por aqui. O mapa que estávamos usando estava em uma escala muito menor, então o caminho que havíamos imaginado era pelo menos o dobro. Finalmente encontramos uma, fechada, só abriria as 16h. Seguimos para a segunda indicada e estava aberta, uma botica das antigas! Vários frascos de vidro, tubos de ensaio e todos os instrumentos de manipulação química, além daquele cheiro típico de farmácia antiga, muito legal! Problema é que como todos são manipulados eles só vendem com receita médica. Where the hell eu vou encontrar um médico (particular) agora? Tinha a opção de conseguir uma receita brasileira traduzida para o inglês, mas esta só amanhã. Todo esse empenho para isso? Caraca... Chegamos passados no hotel e enquanto esperávamos uma coca-cola no bar, a solução PULOU em nossa frente. Raul é surinamês, trabalha no bar hotel, reclamávamos de alguma coisa e para a nossa surpresa ele falou em português conosco! Casado com uma brasileira que trabalha levando mercadorias para as vilas mineradoras no sul do país (viagem de 4 horas de carro + 4 horas de barco + outro carro 4x4, longe pra burro!), contou que as farmácias brasileiras aqui são as melhores! Nós não havíamos visto um brasileiro ainda, mas descobrimos que ficava a apenas alguns minutos daqui o bairro brasileiro de Paramaribo. 10% da população do Suriname é brasileira, diz Raul, “esse bairro é um pequeno Pará, lá tudo é brasileiro, farmácia, supermercado, restaurantes, salão de beleza, etc”. Ele mesmo comprou remédio para malária (!!!!!) para sua esposa semana passada lá, não pedem receita e tem tudo o que precisar. Foi a nossa solução! Lá os empreendimentos são uma sociedade entre os chineses, que possuem o capital, e os brasileiros, que conhecem os fornecedores e a clientela final. Realmente o Brasil domina a vizinhança!
Atravessando a Onafhankelijkheidsplein em Paramaribo, no Suriname
Voltamos ao hotel para as definições de viagem. Passamos horas pesquisando os melhores preços de vôos para o Caribe, nas diversas cias aéreas e todas as possíveis combinações. Já tínhamos roteiro e países definidos, mas os custos poderiam alterar o planejamento. Trinidad e Tobago será o nosso primeiro destino e de lá voaremos para St. Maarten, St Martin, hub para ilhas ainda menores, Anguila, St. Barth, St. Kitts and Nevis, Saba e St. Eustatius.
Mapa do Caribe mostrando todos os países e "quase-países" da região
Ufa! São algumas das ilhas mais hypes do Caribe, parte das antilhas holandesas e antigas colônias francesas e britânicas. Não vejo a hora de sair dessa chuva e cair no sol, praia e sombra e água fresca! Rsrsrs! Depois de extensa e exaustiva pesquisa conseguimos definir o itinerário, quinta-feira embarcamos para a cidade de Port of Spain em Trinidad! Mas o Suriname ainda tem muito a nos mostrar, amanhã vamos às florestas equatoriais úmidas de Brownsberg.
Sarah e Sarah, em North Caico. Esse casal é show!
A programação para Middle Caicos estava apertada, tínhamos muitas coisas para conhecer em apenas um dia. Devido a alta densidade demográfica de pernilongos da ilha acabamos cancelando os passeios pelas cavernas. Sendo assim nos sobrou um tempinho para procurarmos algum lugar para comer e tomar algum refresco. O lugar indicado era o Daniel´s Bar, segundo nosso guia o lugar perfeito para tomar uma cervejinha na beira da praia, conhecer um pouco do artesanato local e nos despedirmos destes Caicos tão especiais. Chegamos lá e estava fechado, fiquei triste, pois mais do que o bar eu queria conhecer a Middle Caicos Co-op que possui a maior coleção de artesanato do país, com mais de 60 artesãos. Quando lemos a reportagem isso parecia normal, assim como a Annual Valentines Day Cup Model Sailboat Race que comentei acima. Mas depois de conhecermos a ilha e vermos que não havia quase nada ali eu realmente fiquei intrigada, de onde isso tudo surgiu? Esse empreendedorismo não parecia parte daquele lugar, que parecia estar parado no tempo.
Bem, já estávamos indo embora quando Sara nos encontrou e nos recebeu calorosamente, abrindo o bar apenas para nós. Sara, uma canadense que se mudou para Middle Caicos há 15 anos, casada com Daniel Forbes, nascido em TCIs em uma das famílias mais antigas do país. Ambos viajaram muito, Sara nos contou sobre uma de suas grandes aventuras quando mais jovem velejou com seus amigos da Jamaica até a Venezuela, lá vendeu o veleiro e comprou uma van, seguindo viagem por terra através da Venezuela, Colômbia e Amazônia. Mudou-se para a Europa e quando seu pai adoeceu resolveu que iria morar no lugar mais próximo possível, mas que não tivesse frio e por uma questão logística escolheu Middle Caicos! Sensacional! Uma alma livre e que procurava viver de forma simples e mais natural possível, junto da natureza. Bem, nestes 15 anos além de conhecer Daniel, se apaixonar e casar, Sara trabalha para construir uma comunidade sustentável nesta ilha. Foi sócia do Blue Horizon, idealizou e com a ajuda de Daniel construiu a cooperativa dos artesãos que promove anualmente a regata de barcos modelos esculpidos pelos senhores de 50 a 80 anos de idade. Realiza um trabalho junto das escolas para tentar mostrar aos jovens a importância de manter os hábitos e a cultura local. Além disso, administram o Daniel´s Bar, que possui um cardápio totalmente auto-sustentável, conta Daniel orgulhoso nos servindo um mamão orgânico cultivado em Middle Caicos. Os peixes, grãos, as conchs, verduras, legumes e frutas são todas cultivadas ali, na comunidade. Um trabalho magnífico e pouco apoiado pelo governo, que está mais preocupado em transformar toda a ilha em mais um resort paradise, vendendo deliberadamente loteamentos à beira mar e propagandeando este como o plano de desenvolvimento do país.
Sara e Daniel são pessoas iluminadas, exemplo para nós todos, seres egoístas por natureza e ainda mais pela cultura capitalista imposta na globalização. Eles poderiam estar ali, cuidando do seu bar e vivendo de amor na beira da praia. Porém eles escolheram pensar comunitariamente e trabalhar para manter viva a história e fomentar a cultura local que está se perdendo.
Tiki Huts, em Middle Caicos
Uma linda foto do Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Bem vindos ao salto horizontal mais longo do mundo! O Salto Yucumã está na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina e possui 1,8 km de extensão! Formado pelo Rio Uruguai em uma fissura de 110 metros de profundidade (!!!), 25m de largura e 8 a 10m de altura, dependendo do nível do rio. Quando o Rio Uruguai está bem seco ele pode chegar a 18m de altura, mas seca em alguns trechos. A melhor época para visitar o salto é entre novembro e dezembro, quando o nível da água já está baixando, mas ainda forma a queda completa, com água por toda a sua extensão. Salto Yucumã ou Grande Salto Moconá, como é chamado do outro lado da fronteira, no idioma guarani moconá significa “aquele que tudo engole”.
Foto aérea do Salto Yucumã, na fronteira entre Rio Grande do Sul e Argentina, no rio Uruguai. É o maior salto do mundo em extensão horizontal, mas hoje, estava completamente tapado pelo rio cheio. (foto retirada da internet)
Nós chegamos logo após um grande período de chuvas e tivemos a sorte de encontra-lo assim!
O rio Uruguai transbordando, com suas águas passando sobre o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Pois é, nadica de queda d´água, nem um metrinho. A única pista de que ali há alguma queda são aquelas marolinhas brancas no meio do rio... Segunda-feira passada o nível da água estava pelo menos 2 metros mais alto! Uma das grandes interferências no nível do salto hoje são as 3 barragens que foram construídas rio acima, Itá, Machadinho e Campos Novos e Barra Grande, que agora estão na sua capacidade máxima e vertendo água para não estourar.
O rio Uruguai transbordando, com suas águas passando sobre o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Mais um pouco pegamos o rio “a ponto de balsa”, como se diz aqui na região! A expressão nasceu da época do ciclo da madeira, quando madeireiros desciam o Rio Uruguai levando as toras retiradas na floresta em balsas. Estas balsas cheias, porém, só passavam pelo Salto Yucumã quando o rio estava bem ainda um pouco mais alto, no ponto de balsa.
Antigas fotos de balseiros no rio uruguai, onde está o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
O Parque Estadual do Turvo possui pouco mais de 17 mil hectares de área e protege uma fauna riquíssima que pode ser vista toda empalhada no museu do sítio. Pois é, odeio animais empalhados, mas já que eles estavam ali, confesso que até que é bacana poder comparar os diferentes tipos de animais, seus tamanhos, pelagens e formas.
Animais empalhados do Parque do Turvo, onde está o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Centro de visitantes do Parque Estadual do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
A onça preta, pintada e parda vivem nesta reserva. Há menos de um mês funcionários do parque tiveram a sorte de cruzar com uma onça preta descendo a estrada parque pela manhã! Nós não vimos a onça, mas pela primeira vez encontramos pistas escatológicas das bichinhas, puro pelo e osso!
Pelos e ossos, tudo o que sobrou da última vítima de uma onça pintada no Parque do Turvo, onde está o Salto Yucumá, na fronteira do rio Grande do Sul com a Argentina
Descemos 15km de estrada bem atentos para ver se encontraríamos algum animal. Vimos no alto de algumas árvores alguns de nossos amigos macacos prego. Mais de 300 tipos de pássaros já foram catalogados na região, que serve como um refúgio para mamíferos que tiveram seus habitats invadidos pelas fazendas e plantações de trigo que rodeiam a área.
A fiona na estrada que corta o parque do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Do outro lado do rio está a Argentina e uma reserva com mais de 250 mil hectares preservados! Só para vocês terem uma ideia, esta reserva dos nossos hermanos se conecta com o Parque Nacional do Iguazu, do lado argentino, é claro. Uma onça que andava caçando bezerros nas fazendas da região, foi capturada por biólogos que usaram um cachorro como isca – mais uma que aprendi, onças adoram cachorros, uma iguaria para elas! Esta onça recebeu um colar com GPS e um mês depois foi localizada lá no Parque Iguazú! Impressionante!
São dezenas de espécies de borboletas na região do Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Chegando lá embaixo caminhamos até as margens do rio, que está transbordado, passando sobre a trilha de acesso à cachoeira e sobre a mata ciliar. Desapontados com a má sorte, viemos andando de volta para a área de churrasqueiras e tivemos a sorte de encontrar o Sérgio, que é um guarda-parque terceirizado que trabalha no parque há 11 meses. Bastaram poucos minutos com ele para percebermos que conhecia muito do parque e mais que isso, é apaixonado pelo seu trabalho. Sérgio nos levou até uma cachoeira menor próxima dali e no caminho nos ensinou sobre a mata, a fauna e as histórias deste parque.
cascata no Parque do Turvo, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Com o Sérgio, nosso guia no Parque do Turvo, onde está o Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Caçadores que foram encontrados e gastaram 15 mil reais com advogado e fiança e a história do antigo gerente que caçava caçadores não por seu amor à natureza, mas para não ter competidores! Dizem que graças à ele hoje as pacas são raramente vistas por aqui, sem falar nas onças que eram seu principal troféu de caça. Depois de tantas demandas contra o delinquente funcionário do governo, ele foi transferido para um parque no Paraná e depois de demitido por suas falcatruas, não demorou muito a ser assassinado, provavelmente por vingança da família de um dos muitos caçadores que ele havia assassinado. Cada uma...
São dezenas de espécies de borboletas na região do Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Uma das muitas espécies de pássaros que vive na região do Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Hoje o novo gerente do parque é um biólogo, novas trilhas já estão sendo abertas e se depender dos funcionários com quem conversamos, este pequeno reduto natural continuará a ser bem preservado. Espero que sim, pois um dia voltaremos e com mais sorte veremos o imenso Salto Yucumã.
São dezenas de espécies de borboletas na região do Salto Yucumã, na fronteira entre Brasil e Argentina, no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul
Ruínas mayas de San Andrés, em El Salvador
Hoje demos os nossos primeiros passos para um novo mundo de cultura e história dentro da civilização pré-colonial americana: o Mundo Maia. Há apenas 33 km de San Salvador encontramos dois parques arqueológicos maias, as Ruinas de San Andres e Joya de Cerén.
Mapa de El Salvador mostrando os principais sitios arqueológicos do país
Ambos com uma boa infra-estrutura, belos museus com informações sobre a sua história e exposição de objetos encontrados durante as pesquisas e escavações. As ruínas de San Andres são um conjunto de edificações datadas de 600 a 900 d.C. que foram soterradas por cinzas vulcânicas quando se deu a erupção de um mega-vulcão.
Crânio encontrado nas ruínas mayas de San Andrés, em El Salvador
Acredita-se que mais de 12 mil pessoas viveram aí, sendo a principal sede Maia no Vale de Zapotitán e também do Vale de Hamacas, onde hoje está San Salvador. Mais de 100 anos depois, a “terra branca” deixou de ser estéril e o local voltou a ser povoado até idos de 1200 d.C., quando, como todas as cidades Maias, se desorganizou e se perdeu no tempo e na história.
Ruínas mayas de San Andrés, em El Salvador
No museu podemos encontrar peças de cerâmicas lindas, peças do cotidiano e até urnas e imagens cerimoniais. Uma das principais ligações que comprova a ligação deste povoado com a cultura Maia foi um altar encontrado com materiais ritualísticos “importados”. Conchas com resquícios de sangue e contas de jade dispostas em formato circular e uma espinha de raia manta, utilizada para rituais de auto-sacrifício, estavam no alto de uma das pirâmides, indicando que seria o local onde se realizavam as cerimônias.
Cerâmica maya encontrada em San Andrés, em El Salvador
As ruínas foram encontradas em 1977 e pode-se perceber ainda hoje que sua aparência era nada diferente de um pequeno monte de terra gramado. No mesmo local existem construções já do período colonial, quando espanhóis utilizaram a mesma terra para uma plantação de índigo, planta nativa de onde se extraía uma tintura azul para exportação à Europa.
A aldeia maya soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador
Há 8 km de San Andrés, estão as ruínas de Joyas de Cerén, conhecidas como a Pompéia da América, esta cidade foi soterrada por uma erupção branda do vulcão Laguna Caldera em 595 d.C. localizado a apenas 1 km da vila. Um misto de cinzas e vapor de água invadiu a cidade que foi evacuada imediatamente, deixando resquícios de sua ocupação e atividades cotidianas gravadas perfeitamente sobre mais de sete metros de cinzas vulcânicas.
Ruínas de aldeia maya soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador
A cidade foi descoberta por acaso, quando o governo terraplanava o local para alguma grande obra. As escavadeiras encontraram uma casa que estava em tão perfeito estado que chegaram a pensar que seria mais recente. Os pesquisadores conseguiram remontar e criar modelos da vila, da aparência das casas, tipo de comida e animais que foram encontrados no depósito de comida e até uma vasilha cerâmica com a marca das digitais do cidadão que estava comendo no mesmo minuto em que a vila foi evacuada.
Cerâmica maya encontrada em joya de Cerén, em El Salvador
As ruínas escavadas estão todas cercadas e bem protegidas por tetos metálicos. Ainda assim podemos avistar de longe uma tenda temascal, uma espécie de sauna onde os Maias costumavam fazer rituais de purificação, além das casas super bem preservadas. É uma jóia Maia em pleno território salvadoreño!
O temascal (sauna) da aldeia maya soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador
Visitando a aldeia maya soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador
Aos poucos vamos começar a entender mais sobre esse povo e esta cultura que até hoje possui raízes e costumes tão fortes na comunidade indígena nessa região da América Central.
Artesanato maya na aldeia soterrada por cinzas vulcânicas de Joya de Cerén, em El Salvador
Praia de Cape Santa Maria, em Long Island - Bahamas
Hoje o dia começou cedo. Acordamos às 7h e resolvemos explorar uma das principais praias do norte da Ilha, Cape Santa Maria. Uma praia paradisíaca! Fica a 15 km de distância de Stella Maris. Ao invés de alugarmos um carro ou irmos de táxi aproveitamos a bicicleta que o hotel nos dava na faixa e resolvemos pedalar até lá. Tínhamos que ser rápidos, pois às 11h da manhã já tínhamos agendado a ida ao Dean´s Blue Hole. A pedalada foi ótima, uma Caloi super confortável e uma estrada tranqüila, sempre em mão inglesa. Fizemos estes 30 km em 2 horas, com um intervalo de 30 minutos para tomar um banho de mar completamente sozinhos naquela praia paradisíaca! A água era azul fosforescente, mesmo sem sol!
Seguimos para o Blue Hole, ansiosos por dois grandes acontecimentos: assistir ao Free Dive Suunto Chalange, um campeonato organizado para desafiar os 16 melhores apneístas do mundo! Eu e o Rodrigo fizemos o curso de apnéia no Brasil, então estávamos empolgadíssimos para assistir a competição. O segundo evento era o mergulho em um buraco de mais de 210m de profundidade. Chegando lá infelizmente a competição já havia acabado, mas por 2 minutos encontramos ninguém menos do que a nossa amiga Carol Sharappe, campeã brasileira e recordista sul-americana (veja mais detalhes no post “mundo pequeno”).
Dean's Blue Hole - Long Island - Bahamas
O cenário desta competição é algo impressionante. Uma praia protegida pelos corais, de areias branquinhas e água turquesa, que ali, há 3 metros de distância tem um buraco de 210 metros de profundidade! Ninguém sabe explicar ao certo como se formou, O Dean´s Blue Hole não é o único aqui na região, que possui em torno de 30 como ele, mas é o mais profundo. Lugarzinho mais ou menos... Nós nos preparamos para mergulhar, ao lado da estrutura montada para a competição e não nos agüentamos, tivemos que brincar ali também. Lembramos das técnicas de respiração que a Carol nos ensinou e praticamos um pouquinho a nossa apnéia. Não tivemos muito tempo para nos concentrar e relaxar, mas ali, naquele azul maravilhoso não foi difícil para o Rodrigo chegar aos 20m e eu aos 16m. Com mais um pouquinho de treino acho que bateríamos nossos recordes da pedreira (Ro, 30m e o meu 23m). Dá até raiva de pensar que com cilindros e toda aquela parafernália nós só vamos poder ir até 30 metros, enquanto hoje o recordista mundial já chegou até os 114m! Mas, fazer o que... Temos que lidar com as nossas limitações.
Se preparando para mergulhar no Dean's Blue Hole - Bahamas
O mergulho no blue hole é diferente dos outros que fizemos até agora para o famoso fishwatching. A paisagem é de uma beleza especial. Uma caverna com águas transparentes e uns 50 metros de diâmetro em formato cônico, que quando mais você desce mais ela se abre e mais escura fica. Levamos lanternas e percebemos que mesmo descendo a 30 metros, não chegaremos nem perto de imaginar o que é que existe lá no fundo. Ali é fácil perceber como a luz é essencial para a vida. Lá no escuro não encontramos nenhum peixe, só alguns musgos, alguns tipos de esponjas e quase um jardim daquele bicho que parece uma flor que se recolhe no seu buraco, o mesmo que o James Cameron se inspirou para o jardim do Avatar, ainda vou descobrir o nome. A partir dos 20 metros começamos a ver alguns tarpons e aos 15 todos os outros peixes, até a praga do Lion Fish chegou lá. Mas a visão mais bonita é quando estamos bem no meio dele e olhamos para cima, aquele círculo azul super iluminado é maravilhoso, vimos até uma cachoeira de areia, que caía aos poucos enquanto alguém andava lá em cima.
Saltando no Blue Hole - Bahamas
Pra fechar o passeio com chave-de-ouro, ainda descobrimos uma escada que ia até as pedras que circundam o blue hole, com uns 7m de altura. Quem viu e nos convidou foi o Doug, um americano super bacana que veio pilotando seu próprio avião de New Jersey até Long Island. Primeiro fomos nós, eu e Doug saltar lá de cima, depois o Rodrigo não agüentou e acabou se rendendo. Eu subi as duas vezes, estava tão empolgada que parecia uma criança! Voltando pela estrada ainda paramos no Max, bar de beira de estrada, mas com uma super personalidade. Tomamos uma Guinnes de garrafa, produzida nas Bahamas e brindamos com o grupo ao Robert, ao Blue Hole, às Bahamas!
Saltando no Blue Hole - Bahamas
De volta ao hotel, nós e o Doug fomos direto conhecer uma caverna próxima muito usada para festas no inverno, tem até uma infra lá com mesinhas de pedra e uma churrasqueira improvisada. A atração acaba sendo os seus habitantes, dezenas de morcegos! É, esse dia não acaba mesmo... Voltamos para o hotel, tomamos um ótimo banho de piscina de frente para o mar e fomos ver o pôr-do-sol no mirante, enquanto Doug nos contava mais como foi a sua aventura de fazer sozinho o primeiro vôo internacional. Ele até nos ofereceu uma carona para o Deadsman Cay, para assistirmos a Carol amanhã cedo, mas isso ia depender se conseguiríamos mudar o nosso vôo.
Jantar delicioso, boas conversas e uns drinks de despedida no bar do hotel, conversando com o Robert, nosso amigo, dive master e filósofo e Doug, ótima companhia para os mergulhos e longas conversas sempre interessantes. É, um longo dia em Long Island, mais um dia que vai deixar saudades!
Bar na estrada em Long Island - Bahamas
Comemoração em família do Dia das Bruxas em shopping de Bogotá, na Colômbia
O Dia das Bruxas é comemorado principalmente nos países de origem anglo-saxônica como os Estados Unidos, Canadá e a Inglaterra. Existe mais de uma teoria sobre a sua procedência. A mais bacana faz referência a uma festa pagã de origem Celta, chamada Samhain, que celebraria o ano novo deste povo entre o equinócio de verão e o solstício de inverno. Era uma celebração aos mortos, onde os sacerdotes druidas atuavam como médiuns e faziam o contato entre as pessoas e seus antepassados. Isso explica as fantasias sempre relacionadas a mortos vivos, bruxas, caveiras e outros seres fantásticos como duendes, fadas, etc.
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Sem dúvida nenhuma era um dia muito feliz, já que todos podiam matar as saudades e falar com aqueles entes queridos que já não estavam mais neste plano. Depois dessa acho até que nós espíritas devíamos adotar essa data e promover uma festa como faziam os antigos druidas!
Família fantasiada para o Dia das Bruxas num shopping de Bogotá, na Colômbia
Curioso foi que desde a década de 70 esta festividade também começou a fazer parte do calendário colombiano, provavelmente já como fruto da colonização cultural norte-americana nestes países latinos. Douglas e Clara nos contam que desde que eram crianças seus pais os fantasiavam e saiam às ruas para pedir doces.
Douglas, a princesinha Amelie e a Clara em shopping de Bogotá, na Colômbia
Aqui em Bogotá as ruas ficaram lotadas, todos fantasiados, crianças e adultos, lojas enfeitadas e preparadas para receber as centenas de crianças com a famosa frase “Gostosuras ou Travessuras”. Aqui o pedido pode ser feito de várias formas, a mais comum é “Trick Trick Halloween, quiero dulces para mi, y si no me dá, vá crecer su nariz!”. Aí tem aqueles que já querem ser mais bonzinhos e evoluíram o dito para mensagens de paz e amor.
Com a Amelie e o Dpuglas na celebração do Dia das Bruxas em shopping de Bogotá, na Colômbia
Saímos com toda a família para o shopping mais próximo que estava completamente lotado de famílias no seu ritual anual de Halloween. Fantasias de todos os tipos, das mais divertidas às mais feias. Amelie escolheu se fantasiar de Princesa, a coisa mais fofa! Jaimito já está com 13 anos e levou uma máscara de monstro, mas não pôde usá-la tamanho o berreiro que Amelie armava quando ele vestia. Ela realmente se assustava! Hahaha!
Com a Amelie e o Jaime na celebração do Dia das Bruxas em shopping de Bogotá, na Colômbia
Não adiantou explicarmos, e como ela já está mais acostumada com astros do rock, Jaimito decidiu então fazer uma maquiagem igual à banda de rock Kiss! Duas horas na fila da maquiagem depois, ele saiu um perfeito rock star!!! Até encontrou um outro membro da banda no caminho, encontro de gigantes! Rsrs!
Encontro de roqueiros em shopping ede Bogotá, na Colômbia, no Dia das Bruxas
O ponto alto da festa para Amelie, foi quando ela conseguiu avistar os Pitufos que visitavam o shopping. Ela viu de longe a Smurfete e começou a gritar loucamente: “PITUFINAAAAA!!!” e quando ela foi embora logo encontrou o Papai Smurf, indo quase ao delírio! “PITUFOOOOO” hahaha! Foi emocionante! Até tirou foto com o vaqueiro do Toy Story. E eu com ela no colo, me enfiando na multidão para podermos conversar com eles e tirar fotos! É já que estou longe da Luiza e ainda não comecei a produção, pelo menos já vou treinando!
Até o Papai-Smurf apareceu no shopping ede Bogotá, na Colômbia, na celebração do Dia das Bruxas
Willemstad, em Curaçao
Curaçao é a maior das ilhas do ABC e embora ainda faça parte do Reino dos Países Baixos, é um país autônomo desde 10 de Outubro de 2010. Com aproximadamente 200 mil habitantes, é a ilha com maior densidade demográfica com 391hab/km2. Sua capital, Willemstad, foi fundada pelos holandeses em 1634 onde hoje está o bairro de Punda (punt em holandês = ponta).
A ponte flutuante para pedestres, Rainha Emma, ligando Punda a Otrobanda, em Willemstad - Curaçao
Do outro lado da Saint Annabaai está o bairro de Otrabanda (“do outro lado” em papiamento), ligada pela Queen Emma Bridge para pedestres e a ponte Rainha Juliana para carros. Esta mais parece uma montanha russa! Subimos em espiral e passamos sua parte mais alta com uma linda vista de Punda. Ela foi construída dessa forma para que os navios possam transitar pelo canal para o porto que está na baia.
A ponte Rainha Juliana, em Willemstad - Curaçao
A história de Curaçao é muito parecida com a história de Bonaire já contada aqui em post anterior. Uma ilha que recebeu milhares de escravos e diversas influências pelo período colonial espanhol, português, holandês e até inglês. Aqui, porém, a arquitetura colonial holandesa é claramente percebida e nos faz lembrar Amsterdam, com suas casinhas coloridas à beira dos canais, lojinhas e ruas organizadas na parte histórica e no mercado flutuante de Punda.
Punda vista de Otrabanda, bairros de Willemstad, em Curaçao
A cidade tem diversos atrativos, museus, restaurantes e até hotéis que valem a pena ser visitados. Como só tínhamos dois dias, selecionamos o Museu do Kura Hullanda, que está em Otrabanda.
Exposição sobre a escravidão no museu Kura Hulanda, em Otrabanda, bairro de Willemstad, em Curaçao
Ele possui uma larga coleção de artefatos africanos que contam a história dos antigos navegadores que chegaram até aqui e das tribos que formaram a atual população negra nas Américas e no Caribe. A parte mais interessante do museu é a exposição sobre a escravidão, que reúne histórias e fatos deste imenso mercado que perdurou por mais de três séculos.
Exposição sobre a escravidão no museu Kura Hulanda, em Otrabanda, bairro de Willemstad, em Curaçao
Se você não é muito a fim de museus, a visita só a visita ao hotel já vale a pena. A área estava abandonada e foi comprada por um holandês apaixonado pela história da ilha e suas raízes africanas. Ele restaurou e revitalizou toda a área que hoje é um dos hotéis mais caros da ilha. Kura Hullanda significa “varanda holandesa” um ótimo lugar para um almoço ou drink no final da tarde na sua praça sombreada ao lado do museu.
Escultura com a forma da África, no museu Kura Hulanda, em Otrabanda, bairro de Willemstad, em Curaçao
Na noite em que chegamos conhecemos os brasileiros André e Wendy de Brasília já no aeroporoto. Eles também estavam mergulhando em Bonaire e vieram passar seu último dia aqui para nadar com golfinhos. Andrickson e Angelica, nos receberam na pousada, ele nascido aqui em Curaçao e ela nascida aqui, porém sua família é das Ilhas Madeira, falava um bom “purtugueix di Purtugal.” Fechei o hotel pela internet, não tinha idéia que ia cair no meio da maior balada da ilha! Rsrsrs! Andrick não titubeou, nos ofereceu tampões de ouvido ou ingressos para a festa. O que vocês acham que nós escolhemos? FESTA, é claro! Eles nos acompanharam em um fast food árabe delicioso no único lugar que encontramos aberto a esta hora e depois fomos todos para a festa de Halloween ao lado da nossa pousada.
Observando o mar em parque no norte de Curaçao
Embora esta ilha seja reconhecida por sua cidade histórica de arquitetura colonial, os arredores de Curaçao também têm muitas belezas naturais. No Westpunt, no noroeste da Ilha encontramos o Parque Nacional Boka Shette, com lindas paisagens e grutas coralíneas.
A incrível cor do mar na praia de Groot Knit, no norte de Curaçao
Já que era o nosso último dia no Caribe achei que merecia conhecer e aproveitar ao menos uma praia dentro do ABC. Escolhemos as praias de Knit Klein, uma das mais bonitas e tranqüilas da ilha, mesmo em um domingão!
Saltando no mar azul de Groot Knit, no norte de Curaçao
Sua vizinha Knit Grotte possui mais infra e por isso já estava mais lotada. Passamos lá para conhecer e nos divertimos vendo os locais dando saltos malucos na ponta da praia. É claro que não agüentamos e saltamos também!
Refrescando-se nas águas transparentes do mar de Curaçao, em Groot Knit
Nossa última parada foi na praia Cas Abao, uma praia particular que pagamos uns 7 dólares de estacionamento e temos acesso a infra estrutura de banheiros, restaurante, etc. Era a mais lotada disparado, só passamos lá rapidamente para comer, tomar uma ducha rápida e ir para o aeroporto.
A movimentada praia de Cas Abao, em Curaçao
Acaba aqui a nossa rápida escapada para o Caribe. Dos arranha céus do americanizado High Rise de Aruba, ao tranquilo Rincon de Bonaire e à histórica Punda. Nestes dias aprendemos um pouco de papiamento, encontramos muito sol, festas, ótimos mergulhos e eu nunca fui tão confundida com uma holandesa, nem quando estive na Holanda! 10 dias intensos, 3 países, diferentes culturas e muita história pra contar.
Praia de Klein Knit, no norte de Curaçao
Arte nos jardins do museu Ricardo Brennand, em Recife - PE
Olinda e Recife são cidades vizinhas, ambas muito históricas e culturais, mas é fácil sentir a diferença. A primeira é a capital do estado e por isso possui uma infra-estrutura mais completa. Hoje a nossa manhã foi dedicada a resolver algumas coisas de ordem prática, como fazer o alinhamento e balanceamento na Fiona e uma pequena revisão no meu visual. Tantos dias ao sol, vento, chuva, rio, mar, praia deixam os nossos cabelos mais quebrados, opacos e sem vida, é aí que entra a necessidade de um corte básico. Eu gosto de aventura, mas sou menina e as vezes preciso de um salão de beleza. Enquanto o Ro procurava o lugar para levar a Fiona eu fui cortar o cabelo e fazer as unhas. Até nisso vemos as diferenças culturais, espero que o corte tenha ficado bom, pois saí do salão com o cabelo meio duro e sem um bife do meu dedão do pé. O pior foi que doeu, eu perguntei a pedicure se estava sangrando e ela disse que não, foi um passo que a unha se encheu de sangue... cara de pau! Além de arrancar o bife ainda mentiu! Ok, passou.
Corredor no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE
Depois dessa vamos voltar às atividades que dominamos. Hoje, sábado, a Oficina do Francisco Brennand está fechada, então decidimos prestigiar o Instituto de seu primo Ricardo Brennand. Ricardo é um industrial que desde cedo desenvolveu o hábito de colecionar. Quando tinha 5 ou 6 anos ganhou do seu pai um canivete, o que deveria ser apenas um briquedo virou a sua paixão. Hoje o Instituto Ricardo Brennand possui a maior exposição de armarias do Brasil, dentre espadas, adagas, canivetes, facas e até armaduras! Todas elas tiveram participação nas guerras e na história do Oriente e do Ocidente. A coleção é exposta em uma réplica de um castelo em estilo medieval-gótico, dentro do Instituto em Recife.
Salão das armaduras no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE
Na pinacoteca do instituto pudemos observar também uma coleção de obras de arte do período em que o Brasil foi dominado pelos holandeses, no século XVII. Maurício Nassau foi um dos homens mais visionários de sua época e em 30 anos de comando no Nordeste ele construiu pontes, desenvolveu estudos cartográficos e catalogou grande parte da fauna e flora brasileiras.
"Juke Box" no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE
Tudo isso esta exposto neste museu em obras de literatura, tapeçarias e peças raras encontradas em algumas escavações no Recife antigo. Outra sala curiosa é a sala de bonecos de cera, que remonta o julgamento do ministro das finanças do Rei Sol, Luis XIV. Os personagens parecem estar vivos, tamanha a perfeição. É um espaço de primeiro mundo, vale a visita.
Personagens em cera no museu Ricardo Brennand, em Recife - PE
Conhecido também como “A Veneza Brasileira”, Recife já foi considerado um dos principais portos do Novo Mundo, sendo a principal ligação entre Europa no período da 2ª Guerra Mundial. Curioso é saber que a palavra Arrecife tem origem árabe, veja abaixo o texto de Deonísio da Silva:
“Recife: de arrecife, seu registro primitivo, feito no Manuscrito Valentim Fernandes, oferecido à Academia Portuguesa de História por Joaquim Bensaúde (1859-1952), com leitura e revisão de António Baião, quando é descrito o mar nas proximidades de localidade chamada Arzila, a 7 léguas de Tanger: "E tem um arrecife onde se pode meter navios e é costa brava do mar." Por tal registro se nota que, no século XIII, arrecife tinha o significado de dique, paredão, molhe, cais. Depois o sentido se transformou em problema sério, já que as águas encobrem as pedras que, ocultas, são a desgraça dos navios. O árabe arrasif, de onde procede a palavra, tinha o significado de estrada pavimentada. A capital de Pernambuco recebeu o nome de Recife pelas formações rochosas na costa, com as quais o navegador deveria ter cuidado, atendendo a antiga recomendação, primeiro dos lavradores romanos, "aperire oculo", abrir os olhos, expressão reduzida para abr'olhos, depois mais ainda para uma palavra só: abrolho.(...)”
Fonte: http://www.caras.com.br/edicoes/649/textos/a-palavra-recife-que-da-nome-a-bela-capital-pernambucana-derivou/
Passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE
Sendo assim, agendamos um passeio de catamarã, para conhecer o Recife antigo de outra perspectiva. Os canais formados pelo rios Capibaribe e Pina. O passeio é lindíssimo, ainda mais agora que a cidade está toda iluminada para as festividades natalinas. As pontes e prédios ganham iluminação especial, assim como a coloridíssima Assembléia Legislativa. A Prefeitura saúda o natal solidário e deseja Boas Festas e Feliz 2011 no seu painel gigante.
Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE
Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE
Dali vemos também o parque de esculturas de Francisco Brennand, artista revolucionário da cidade, pena que ele estava com suas luzes apagadas, são esculturas belíssimas colocadas em um pátio construído sobre o muro de arrecifes que deram nome à cidade. Para os mais ecologistas como eu, é indignante sim, mas este muro foi construído sob os arrecifes há décadas, mito antes de se discutir estas questões, mas ainda bem que os tempos mudaram.
Árvore de natal da cidade vista durante passeio de catamarã no rio Capibaribe, em Recife - PE
Nós geralmente fugimos destes tours mais turísticos, mas este valeu a pena, o guia vai apresentando os locais por onde passamos com informações curiosas e relevantes sobre a cidade. Fechamos a noite em um bar próximo à Praça 13 de Maio, Bar Central, local de vida noturna fervilhante, próximo à Assembléia Legislativa e à Faculdade de Direito. O sanduíche de falafel é uma boa pedida. Amanhã, carnaval de rua em Olinda!
Monumento a Chico Science, em Recife - PE
Vista do mangue no rio Guaraú, na Juréia - SP
Quando começamos a navegar de canoa pelo Ribeirão do Guaraú, o Tom já começou a aula sobre as espécies de árvores dos mangues. São três tipos: a árvore de mangue branca, vermelha e a preta, citadas com nomes científicos que eu não tenho a capacidade de memorizar. A branca tem o pecilo vermelho e você pode ver claramente as glandulazinhas excretoras de sal. A preta tem troncos mais retilíneos, altos e pneumatófilos que ajudam a aumentar a sua absorção de oxigênio. A vermelha é a árvore mais estereotipada de mangue, além dos mesmos pneumatólifos, ela também possui caules ou raízes aéreas que vão se prendendo novamente ao solo, dando maior sustentação aos galhos que crescem lateralmente.
Típico habitante dos mangues
Hoje o nosso destino, nas canoas canadenses, foi a Cachoeira do Itú. No caminho já vemos diversas espécies de pássaros e caranguejos. Garças brancas, garças azuis, o martin-pescador, tié- sangue, dentre diversos outros.
Garça no mangue na Juréia - SP
Garça no mangue na Juréia - SP
Chegando ao Rio Guaraú começamos os 7km de remada rio acima, um rio largo e caldaloso que vai serpentiando o mangue dentro da Reserva da Juréia. Vimos peixes pulando, duas tartarugas se alimentando e até tucanos voando! Enquanto eu remava o Rodrigo aproveitou para fazer algumas ligações de trabalho, sobre o site. Belo escritório ele escolheu!
Vista do mangue no rio Guaraú, na Juréia - SP
Rodrigo "trabalhando" em pleno mangue, na Juréia - SP
7km depois encontramos o canal formado pelas águas da cachoeira e mais uma placa da reserva alertando que só podemos entrar com autorização; Paramos para tirar uma foto da placa, quando logo percebi um baita caranguejo branco, o guaianum! O Tom nos falou que é super difícil de avistar este tipo de caranguejo e nós vimos logo três. Um deles, que na verdade era “ela”, estava com a bolsa cheia de ovas. Muito lindos!
Carangueijo da espécie Guaiamu. Muito grande! Juréia - SP
Andamos um pouco por uma trilha para a cachoeira, cheia de rastros dos macacos, que adoram comer o talo das bromélias. Por pouco não chegamos para o almoço! A cachoeira gelada não é novidade. Coragem e damos um mergulho nas águas da Itú, com direito a piscina e até massagem natural. Uma delícia! Nos revigoramos já pensando nos outros 7km de remada rio abaixo, mas agora com a maré entrante! Correnteza e vento contra, o Rodrigo teve que fazer força, que muito cavalheiro, não me deixou remar.
Remada de volta para casa - Juréia/SP
É, boa despedida da Juréia. Agora vamos jantar e bebemorar os nossos 2 meses de viagem! 60 dias dos 1000, ainda bem que está só começando!
Ana e Amilton, quase chegando na cachoeira, já no igarapé "de acesso"
O deserto do Atacama no Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Formada há 23 milhões de ano, a Cordilheira de Sal é composta de rochas sedimentárias de diversos minerais, dentre eles o sal, o gesso e a argila. Estas camadas de pedra afloraram na elevação dos Andes e ficaram escarpados, na posição vertical, e foram esculpidos pelo vento em diferentes formas, cores e brilhos, compondo uma paisagem distinta e digna de Hollywood.
Um dos mirantes no Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Pegamos o início do pôr-do-sol no mirante, onde podemos ver parte do Valle de La Luna, um dos rincões mais secos do planeta e seguimos para o vizinho, Vale da Morte, também localizado na Cordilheira de Sal a 4km de São Pedro. O vento estava absurdo e frio, mas não alterava em nada o espetáculo.
O canyon que dá acesso ao Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Do alto víamos pequenos seres se aventurando nas pranchas de sandboard nas dunas de 120m de altura do outro lado do vale. Para os experts em surf, snow ou mesmo o sandboard deve ser mesmo emocionante! Um belo exercício, pois descer já não é fácil, imaginem subir! É uma forma diferente e mais radical de conhecer o vale para aqueles que tem prática e disposição.
Fim de tarde no Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Para dar um pouco mais de emoção, nós resolvemos descer o vale pela encosta das dunas, um caminho pouco utilizado pelos carros de turismo. Só fomos por que vimos alguns rastros de carros, mas ali se a duna resolve descer, ou a Fiona atolar, estaríamos em maus lençóis.
A paisagem desértica do Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Visto do alto o vale inóspito e escarpado já é maravilhoso, quando adentramos no corredor de pedras é que podemos sentir ainda mais a sua grandiosidade, ou a nossa pequeneza. Ao fundo vemos a cordilheira, Licancabur, Juriques e o nosso pequeno grande amigo, o Cerro Toco. Aqui tudo é imenso, todo o cenário tem proporções andinas! Montanhas imensas e vales profundos enganam nossos olhos e fazem desse cenário real, um filme de ficção no mundo das maravilhas.
Fotografando a própria sombra, em mirante no Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
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