0
arqueologia cachoeira Caribe cidade histórica Estrada mar Mergulho Montanha parque nacional Praia Rio roteiro Trekking trilha
Alaska Anguila Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Galápagos Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Venezuela
EVANDRO (23/01)
Parabéns mais uma vez pela viagem Rodrigo e Ana. Uma aventura e tanto. V...
José Jordão da Silva (Zeh Jordão (22/01)
Olá Ana, Achei ótima sua reportagem e suas fotos na Pedra do Baú e co...
Lurdes (22/01)
Hugo Costa (22/01)
I guys, Check mola mola (the ocean sunfish) page at http://skaphandrus....
raquel (21/01)
beleza, já vou linkar lá agora :) o meu é www.meiodatravessia.wordpres...
Monumento representando a bandeira do estado, em Rio Branco, no Acre
Antigo território boliviano, o Acre foi conquistado para o Brasil pela luta dos seringueiros brasileiros que já ocupavam informalmente aquela área. Lá pelos idos de 1902 a Bolívia resolveu retomar as suas terras e assegurar a sua soberania sobre a região, porém não esperava que iria encontrar resistência destes guerreiros seringueiros. A Revolução Acreana chegou a proclamar o Estado Independente do Acre, que posteriormente foi ocupado militarmente pelo Brasil e mais tarde adquirido da Bolívia pelo governo brasileiro por 2 milhões de libras esterlinas e a garantia da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Essa luta liderada pelo gaúcho Plácido de Castro colocou o primeiro Território Federal no mapa brasileiro.
Orgulho do passado histórico! (em Rio Branco, no Acre)
Mas alguém aí se perguntou por que aquele lugar esquecido por todos logo passava a ser o foco das tensões a atenções de ambos países? A resposta é simples, o Ciclo da Borracha. No início do século XX o Acre era uma potência econômica e representava 1/3 do PIB brasileiro!
Museu da Borracha, um dos mais famosos de Rio Branco, no Acre
Aí percebemos que o sangue quente da luta pelos seus direitos, suas terras e seus seringais já vinha de longe! Foi essa cultura e história que forjou o mártir da luta pela preservação das florestas nativas e direitos dos seringueiros, o memorável Chico Mendes.
A ecologia tem muita força no estado (em Rio Branco, no Acre)
Os 500 km de estrada entre Porto Velho e Rio Branco são relativamente tranquilos. Todo o trecho de Rondônia tem um asfalto praticamente novo e curiosamente faz parte ainda de um dos mais extensos municípios que já vimos. Sim, a área urbana de Porto Velho é pequena, mas o município se estende praticamente até a fronteira com o Acre! Vários distritos distantes da capital estão lutando por uma maior autonomia e até a emancipação, já que obviamente os planos e verbas municipais tardam em chegar até lá. Assim que cruzamos a fronteira do estado o asfalto fica completamente esburacado, deixando a viagem mais lenta e demorada.
Entrando no estado do Acre
Nossa passagem por lá incluiu uma visita à capital Rio Branco e à cidade onde nasceu o mestre Chico Mendes, a cidade de Xapuri. Rio Branco foi fundada em 1882 pelos seringueiros às margens do Rio Acre. Uma capital tranquila e bem organizada, Rio Branco pode ser bem explorada em um dia de caminhadas pelo centro e uma esticada de carro, ônibus ou táxi até o Parque Chico Mendes.
O simpático passeio em frente ao rio, em Rio Branco, no Acre
Domingo quente e ensolarado nos levou pelas ruas da Cidade-Natureza, passando pelo Palácio Rio Branco e a Praça Eurico Dutra, que oferece cursos e oficinas ambientais no coreto central. O Palácio estava fechado para visitação, mas em dias de semana as exposições sobre a história do estado dos tempos pré-colombianos até os dias de hoje, com artefatos das comunidades indígenas e informações sobre a Revolução Acreana e Chico Mendes.
O Palácio do Governo em Rio Branco, no Acre
Logo ao lado está a Catedral da cidade e nos arredores a Praça Plácido de Castro e a Praça da Bandeira, onde está localizado o Mercado Velho. O mercado tem lojinhas de artesanato, lanchonetes e alguns bares no casario colonial às margens do Rio Acre, no passeio conhecido como a Gameleira. Ali o povo se reúne para aquela cervejinha de final de tarde com bolinhos e pastéis. Até encontramos ali um grupo de jovens universitários americanos e europeus que está morando em Rio Branco desenvolvendo pesquisas na área ambiental. Muito bacana!
Antigo mercado em Rio Branco, no Acre
Venda de vários tipos de cipós em Rio Branco, no Acre
Pelas praças, parques e placas comemorativas espalhadas pela cidade logo percebemos o orgulho do povo acreano pela luta em defesa do meio ambiente, legado do seu filho Chico Mendes. “Lá no Brasil”, como dizem aqui, nós não temos tanta preocupação em lembrar dessa história tão recente que forjou a luta pelo Meio Ambiente no país.
Adendo, "Lá no Brasil" são duas horas de diferença aqui do Acre, 2 horas a menos do horário de Brasília, 1 hora a menos que o horário de Porto Velho. "Lá no Brasil" o povo acha que o Acre não existe, afinal "lá no Brasil" o povo nem faz questão de lembrar que o Acre existe. Mas vocês imaginam como e porquê esse povo se sente, além das razões geográficas óbvias, tão distantes de nós? Como você se sentiria?
Visita ao Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre
No nosso caminho à Biblioteca da Floresta conhecemos o centro comercial da cidade, próximo à Estação Central. Na volta tentamos, sem muitas esperanças, o Museu da Borracha que estava fechado para reforma. Um simpático morador viu os dois sulistas andando pela rua e puxou conversa para nos dar dicas do que conhecer na cidade, dentre elas o Parque Chico Mendes.
Uma linda onça no pequeno zoológico no Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre
Lá fomos nós para o programa dominical preferido dos rio-branquenses. O parque estava lotado, uma espécie de zoológico que expõe animais da fauna nativa como onças-pintadas, cobras, porco do mato, antas e pacas entre trilhas ecológicas em um bosque bem bacana. Na entrada está o memorial com informações sobre a vida e a trajetória do ambientalista.
Onça parda no pequeno zoológico do Parque Chico Mendes, em Rio Branco, no Acre
Pois é minha gente, o Acre existe e tem muito mais personalidade do que muitos brasileiros por aí. Esse estado que lutou para fazer parte do Brasil e conquistar o seu lugar é também uma terra cheia de belezas e história.
POR VALÉRIA ALBACH.
Pirâmides do Sol e da Lua vistas da Ciudadela, nas ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Eu me chamo Valéria e adoro as viagens, até por isso que resolvi estudá-las como profissão, sou uma turismóloga, professoro e faço projetos tentando contribuir para o desenvolvimento do Turismo no Brasil. Também sou Amiga (com A bem maiúsculo) da Ana desde quando ela nasceu, madrinha desse casamento e fã dos Mil dias Por Toda América.
Val e as pirâmides do Sol e da Lua. Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Quase mil dias depois da saída da Fiona de Curitiba eu consigo embarcar por essa América, e com muita sorte em um país incrível: o México.
Roubei a Ana do Rodrigo por uns dias, já que ele foi subir a montanha mais alta do país e eu não tinha condições de acompanhar. Pude me aventurar um pouco na altitude e foi super legal, mas a Cidade do México estava a nossa espera.
Pirâmide do Sol e seus vendedores incansáveis. Ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Sem carro, achamos melhor entrar em um grupo para irmos a Teotihuacán. O lugar é tão especial, que a Ana topou revê-lo comigo, um dos poucos reprises desses mil dias. E eu achei interessante avaliar o serviço de receptivo da Cidade do México. Nosso grupo era formado apenas por pessoas que estavam hospedadas em hostels, o que na minha opinião, torna tudo mais divertido. O “alberguista” não busca apenas pagar pouco na hospedagem, ele busca integração, diversão e aprendizado. Em duas vans com australianos, franceses, suecos, obviamente encontramos brasileiros. Sim, estamos por toda a parte!
Grupo do tour no alto das ruínas da Ciudadela. Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Nosso guia Ivan é recém formado em História e há quatro meses conduz grupos por diferentes roteiros. Aliás, fiquei positivamente surpreendida com a qualidade dos guias no país. Até mesmo os que não possuem curso superior, passam por cursos especializados e chancelados por universidades, com áreas específicas, como os guias de zonas arqueológicas. E a cada quatro anos, suas carteirinhas são revalidadas por meio de novos cursos. Essas zonas são muitas e há ligação entre elas, o que torna esse estudo interessante bem como o trabalho desse pessoal.
Tecido feito com fibra de maguey. Próximo às ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Mas voltando ao nosso roteiro, a primeira parada deste dia foi em uma zona arqueológica ao norte da enorme Cidade do México, Tlatelolco, exprimido em meio a urbanização este pequeno sítio de entrada gratuita é uma opção para os que viajam com pouca grana e desejam conhecer a história dos astecas no México. Há tantos atrativos na cidade e arredores, que é possível conhecer muita coisa sem gastar quase nada. Essa área funcionou na maior parte do tempo como mercado e recebeu até 40.000 pessoas. Ao fundo do sítio há a Igreja de Santiago que foi erguida com pedras de Tlateloco. Também em anexo há a Praça das Três Culturas que foi palco em 1968 de um massacre de aproximadamente 300 estudantes que dias antes dos Jogos Olímpicos quiseram chamar a atenção do mundo para os problemas políticos do país. Interessante encontrar história de tantas épocas distintas em um pequeno espaço.
Tlatelolco, com a Igreja de Santiago ao fundo. Cidade do México
Los Amantes de Tlatelolco, vítimas de sacrifício após uma guerra. Tlatelolco, Cidade do México
Monumento ao nascimento de um novo povo. Tlatelolco, na Cidade do México
Monumento aos estudantes que lutaram contra a ditadura e foram assassinados na praça de Tlatelolco, na Cidade do México
Depois seguimos para o Santuário da Virgem de Guadalupe, a “Virgencita” é a padroeira do país e da América Latina e ali ocorrem as maiores peregrinações do mundo. Considerando templos católicos, depois do Vaticano é o santuário que mais recebe visitantes, uma média de 20 milhões por ano. A Basílica é lindíssima e se situa aos pés do Monte Tepeyac e a construção sofre danos devido ao afundamento do terreno (já que a cidade do México está acima de um lago aterrado). Por essa razão e para abrigar mais fiéis há uma Nova Basílica onde se encontra se a imagem da Virgem de Guadalupe. Ao contrário da maioria das imagens que são esculturas, esta é uma pintura que se acredita foi concebida milagrosamente e encontrada por um índio da tribo nahua, Juan Diego Cuauhtlatoatzin, que hoje é considerado santo. O sincretismo é evidente na cultura religiosa mexicana desde sempre.
Novo Santuário da Virgencita de Guadalupe, na Cidade do México
Imagem da Virgem de Guadalupe, na Cidade do México
Ana, Valéria e a antiga Basílica do Santuário de Guadalupe, na Cidade do México
A estrutura e organização do santuário impressiona, as lojinhas com o comércio de souvenirs estão na parte subterrânea, há um local externo para bênçãos e missas programadas o dia todo, e para observar a imagem da padroeira há passarelas rolantes que garantem um bom trânsito para os fiéis.
Esteiras rolantes para descongestionar o corredor onde está exposta a imagem da Virgem de Guadalupe, na Cidade do México
Fiéis chegam ajoelhados ao Santuário da Virgem de Guadalupe, na Cidade do México
Após essa passagem pelo Santuário já na área de Teotihuacán fomos conhecer a área de uma cooperativa de moradores que há muitos anos atendem os turistas oferecendo explicações de seus ícones culturais como o mezcal, bebida mais tradicional que a tequila feita também do agave, seus tecidos coloridos naturalmente, seu artesanato, principalmente de obisidiana, e sua comida típica. Mesmo sendo um local totalmente destinado ao turista, a organização dessa comunidade e o interesse em se envolver com os visitantes tornaram a experiência única. E pudemos almoçar com várias pessoas do grupo rindo das comidas picantes e conversando sobre tudo.
Maguey, planta com uma infinidade de utilidades. Próximo às ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Maguey, o papiro dos antigos mexicas e teotihuacanos, próximo às ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Colorindo as fibras naturais do maguey com pétalas de flores. Próximo às ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Ferramenta de corte feita com obsidiana, a pedra vulcânica. Próximo às ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Tequila e Pulque, bebidas feita de diferentes tipos de maguey. Próximo às ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Enfim, chegamos a zona arqueológica de Teotihuacán que a Ana tão bem definiu: A Cidade dos Deuses. Realmente, lá é possível um encontro com os Deuses, pura energia, puro maíz como se diz pelo México. A possibilidade de subir nas pirâmides torna a experiência impressionante e para mim, começar a compreender os povos pré-colombianos foi um banho contra a minha ignorância.
Calzada de los Muertos, nas ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Vendedores e seus chapéus, nas ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Val energizando na Pirâmide do Sol. Ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Caminhando pela Calzada de los Muertos com a Pirâmide de la Luna ao fundo. Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
O roteiro foi bem pensado, mas Teotihuacán merece um dia bem inteiro, já que fecha às 17h. A melhor parte foi poder dividir tudo o que vi com a minha grande amiga!
Amigas e a paisagem das ruínas de Teotihuacán, ao norte da Cidade do México
Atravessando a Ponte das Américas, sobre o Canal do Panamá, na chegada à Cidade do Panamá, a capital do país
Chegamos novamente à Cidade do Panamá! Um momento chave da viagem e que nos exige tempo, paciência e um certo planejamento para que as coisas funcionem bem. Daqui vamos enviar a Fiona para Cartagena, na Colômbia e finalmente retornar à nossa querida América do Sul. Mas antes disso temos uma pendência importantíssima para resolver no nosso roteiro, a nossa visita aos dois últimos países que faltam para completarmos todo o Caribe: República Dominicana e Haiti!
Vista da Cidade do Panamá, a capital do país, do alto do nosso hotel na cidade
A Ilha de Hispaniola é um destino que nos escapou várias vezes durante a viagem, seja por cronograma ou por budget ou ainda detalhes como surtos de cólera no Haiti pós terremoto. Este foi um dos poucos momentos no planejamento da viagem em pensávamos em pegar pacotes CVC desde o Brasil, para baratear custo de passagem e hotéis, mas aí teríamos que voar do Brasil. Então pensamos em voar desde o Suriname, México, Miami, Nova Iorque e até do Canadá! Sim, as vezes é mais barato comprar um pacotão em um destes lugares do que organizar a sua própria viagem, mas está no nosso sangue e foi difícil se render. Assim decidimos voar da Cidade do Panamá, um ótimo hub para o Caribe, próximo, fácil e barato. Passagens compradas, teremos 20 dias para explorar a ilha, passando pelos dois países! Estou ansiosíssima como se estivéssemos saindo de férias, muito curiosa com o que iremos encontrar no Haiti!
Vista da Cidade do Panamá, a capital do país, do alto do nosso hotel na cidade
Paralelo a isso seguimos com os trâmites da travessia do carro a Cartagena. Há mais de um mês estamos em contato com Tea, a agente aduaneira panamenha que tem orientado viajantes nestes trâmites há anos. E você sabe como é, um indica para outro, que indica para outro e no buzz a Tea acaba tendo quase um monopólio deste interessante mercado. Estamos agendando o envio para o dia 12 de Maio e até lá temos que encontrar alguém para dividir o container conosco, cruzem os dedos!
Preparando a bagagem para deixar a Fiona na Cidade do Panamá, a capital do país
Tudo lindo e resolvido para viajarmos, deixando a Fiona em algum estacionamento barato da cidade e eis que recebemos um e-mail da Tea. Ela nos alertava das leis panamenhas que proíbem que você saia do país sem o seu veículo, isso por que se o carro fica no Panamá teríamos que pagar impostos sobre ele. Mas nós vamos sair e voltar, não devemos pagar impostos e não queremos correr o risco de sermos barrados na aduana de saída, como fazemos?
Vista da Cidade do Panamá, a capital do país, do alto do nosso hotel na cidade
Quando entramos vindos da Costa Rica o passaporte do Rodrigo foi carimbado pela aduana. Segundo eles nós não poderíamos sair sem dar baixa deste carimbo, agora, como se faz isso se o carro ficará aqui? É claro que não somos os primeiros a ter este problema e para isso já foi criada uma solução burocrática, mas relativamente fácil, o Bond ou porto seco. A Kinte é um bond localizado no centro da Cidade do Panamá e possui, dentro de seu depósito de cargas, agentes aduaneiros que fazem a inspeção do carro ou carga para armazenagem pelo período necessário. Pagamos US$ 7,50 por dia (o que não é mal, quase o preço de um estacionamento), mais uma taxa de serviço e emissão de documentos. Aí é mais a chatice das burocracias, documentações, idas e vindas à aduana central, etc.
Rua da Cidade do Panamá, a capital do país
Neste dia descobrimos uma coisa que não sabíamos, aqui na zona central da Cidade do Panamá é comum todos compartirem táxis, são como táxis coletivos e também não existem centrais de táxi para que você possa ligar e chamar um. Tem que ser na sorte! Agora imaginem, nós quase perdendo o horário da aduana e tendo que achar um táxi coletivo que vai para o mesmo lado? Surreal! Fomos e voltamos às voltas desta burocracia com os nervos à flor da pele, mas logo estávamos com tudo resolvido, em um hotelzinho no centro, perto de Santa Fé, dentro da piscina e com uma cerveja na mão! Tudo pronto para a nossa última grande aventura em terras caribenhas, Hispaniola, aí vamos nós!
Chegando à Santo Domingo, capital da República Dominicana
O "encontro das águas", ponto de encontro entre o Rio Negro e o Rio Solimões, formando o Rio Amazonas
O embarque no caótico porto de passageiros nos prepara para o que pode vir a ser a viagem. Milhares de pessoas carregando e descarregando os barcos, vendendo todos os tipos de bugigangas, relógios, celulares, óculos, redes, guarda-chuvas e outras quinquilharias made in China. As barracas no píer flutuante por sua vez vendem o lanche ou o almoço dos passageiros, dos corajosos, obviamente.
Ana filmando o movimento de embarque no porto de Manaus - AM
Encontramos a Fiona, descarregamos nossas mochilas e voltamos à feira para comprar víveres para as próximas 30 horas de viagem. A saída do barco atrasou, uma hora e meia depois do previsto estávamos partindo em direção à Santarém.
Navegando no "encontro das águas", ponto de encontro entre o Rio Negro e o Rio Solimões, formando o Rio Amazonas
Maior rodovia do estado, o Rio Amazonas tem um papel fundamental na vida da região. Milhares de embarcações sobem e descem o rio transportando suprimentos, mercadorias e passageiros de comunidade em comunidade. Em uma área em que a construção de estradas é uma tarefa praticamente impossível, senão pelas florestas e condições climáticas, pela liberação da licença ambiental.
Barco deixa o porto de Manaus - AM carregado de passageiros
O Rio Amazonas se forma do encontro das águas brancas do Rio Solimões e escuras, do Rio Negro. A sua diferença de cor se deve à sua origem. As águas do Solimões têm origem na Cordilheira dos Andes, águas de degelo em solo de formação geológica mais recente e que por isso desce mais barrenta, cor de café com leite. Já as águas do Rio Negro correm por uma região de solo mais antigo, as florestas dominam a área e em contato com a água liberam nutrientes, participando desta coloração escura, parecida com chá mate. Suas águas não se misturam imediatamente, a diferença de temperatura e densidade faz com que elas corram paralelas por algum tempo, sendo fácil de distingui-las pela cor.
Encontro das águas escuras do Rio Negro com as águas claras do Rio Solimões
O Encontro das Águas é uma das principais atrações em Manaus, não apenas pela beleza do cenário, mas por estarem formando o maior rio do mundo, são mais de 300 milhões de litros de água despejadas no Oceano Atlântico por segundo.
Navegando pelo rio Amazonas
Outra curiosidade é que o Rio Amazonas nem sempre correu em direção ao Atlântico. Há aproximadamente, 150 milhões de anos, quando os continentes ainda estavam se separando e a cordilheira dos Andes ainda nem havia se formado, o rio corria em direção ao Oceano Pacífico. Prova disso é a similaridade de algumas espécies de arraias encontradas no rio, aparentadas com as encontradas naqueles mares. O solo encontrado na bacia amazônica também contém propriedades que comprovam esta teoria. Mais tarde a cordilheira começou a subir e aos poucos o rio começou a mudar o seu curso. Durante um longo período ele se tornou um imenso mar de água doce, dentro do continente, uma vez que uma cadeia de montanhas próxima a Parintins bloqueava o seu curso. Com o passar dos anos a força da água cavou a sua passagem e abriu caminho até o Oceano Atlântico, como conhecemos hoje.
Nosso barco, Luiz Afonso, no porto de Manaus - AM, antes da viagem à Santarém
A viagem no Luis Afonso é super tranquila, diferente do que estávamos esperando. A imagem que eu tinha era daquele povaréu bebendo e dançando aquelas músicas bregas em altíssimo volume. Nada disso. Nosso barco foi perfeito. O primeiro andar é o piso de carga e mercadorias. Como não estava cheio então algumas poucas pessoas amarraram suas redes ao lado da Fiona. No segundo andar, além de banheiros, centenas de redes amontoadas formam uma comunidade colorida e preguiçosa. A maioria das pessoas ali se instala e só levanta para ir ao banheiro, se revezando entre os amigos e conhecidos para cuidar de seus pertences.
Redes ocupam o convés superior do nosso barco de Manaus à Santarém
O terceiro e último andar tem uma área aberta, com um somzinho comedido, uma área de redes e o bar com uma televisão 50 polegadas. Tem até uma tecnologia avançadíssima para movimentar a antena em busca de sinal, como o barco está em movimento, uma engenhoca parecida com um periscópio de submarinos faz o trabalho.
O canto mais interessante do nosso barco para Santarém
Hoje saímos de Manaus, avistamos as comunidades que seguem até Itacoatiara, última cidade que possui acesso pela estrada. Foi a única parada para carga e descarga e seguimos viagem rio afora. O pôr-do-sol rosado sob as nuvens de chuva foi sensacional!
Fim de tarde em dia nublado no Rio Amazonas, à caminho do Pará
Mais tarde a chuva venceu e a noite foi agitada para os tripulantes, prendendo as lonas de proteção que haviam soltado com o vento. Nós dormimos dentro da Fiona mesmo, uma noite apenas, preferimos não comprar redes. Noite mal dormida, muito quente, mesmo com as janelas abertas. Daqui a pouco o sol irá nascer, boa noite.
Fiona no convés inferior do barco Luiz Afonso, à caminho de Santarém - PA
Cachoeira da Velha, no Rio Novo, no Jalapão - TO
Adoooro acampar, mas eita coisa difícil de convencer o Rodrigo a fazer. Para a minha surpresa, desta vez quem surgiu com a proposta foi ele! Uma praia deserta às margens do Rio Novo no Jalapão, cenário perfeito para um acampamento. Lá fomos nós, já no final da tarde de ontem, torcendo para conseguir chegar ainda com um pouco de luz.
Noite de acampamento na Prainha do Rio Novo, no Jalapão - TO
Além de ser um lugar mágico a Prainha do Rio Novo também está em uma localização estratégica, ao lado da Cachoeira da Velha. Este trecho entre Mateiros e Ponte Alta que começamos ontem tem muitas atrações e tínhamos duas opções, ou rodamos 40 km até as Dunas e voltamos dormir em Mateiros, ou seguimos mais 65 km adiante e dormimos na Prainha, já curtimos os arredores, conhecemos a Cachoeira da Velha cedo e continuamos viagem para Palmas. Esta foi mais uma das super dicas do Luis, leitor e aventureiro que esteve no Jalapão alguns meses antes de nós.
Flores no cerrado, no Jalapão - TO
Estava anoitecendo quando montamos o acampamento e não tivemos um segundo para explorar o rio e ver qual era a sua natureza: pedras, pura areia, galhos? Teremos que descobrir. O Luis comentou que ficou tomando banho até tarde da noite por lá, quer dizer, perigoso não devia ser. Nós estávamos completamente sozinhos e numa escuridão total. Acampamento montado, inclusive com uma varandinha gostosa, fui logo preparar o nosso jantar.
Cozinhando na Prainha do Rio Novo, no Jalapão - TO
Não tínhamos muita opção nos mercados de Mateiros, nos restou um macarrão ao molho tomate, sem queijo ralado. Sobremesa, uvas e chocolate, mas estava tão gostoso! Só o fato de estarmos ali, longe de tudo e todos, com uma comida quentinha, às margens do rio, céu estrelado, esperando a lua nascer, já deixava tudo muito mágico.
Acampamento em noite de lua cheia, na Prainha do Rio Novo, no Jalapão - TO
A lua cheia só nasceu as perto das onze horas. Depois de um breve cochilo, o casal teve que se encorajar para sair da barraca e tomar banho de rio. Como eu já disse aqui no blog, to ficando velha e medrosa. Sei que na região tem alguns macacos, mas os barulhos que eu ouvia eram de bichos pisando nas folhagens. Sei também que um cerradão desses tem muita onça, vai que ela resolve ir ali para beber água? E as cobras com seus hábitos noturnos? Teria alguma sucuri à espreita no rio? Sabe lá, como dizem, é aí que a onça bebe água! É claro que nada aconteceu, tomamos um delicioso banho de rio à luz da lua! Será que alguém pode apagar a luz?
Noite clara de lua cheia, na Prainha do Rio Novo, no Jalapão - TO
Vocês sabem aquele momento mais frio da noite? Minutos antes do sol nascer, aquele frio gelado inexplicável nos fez entrar dentro dos sacos de dormir. Este é um dos momentos do dia e do mundo que só sabemos que existe se viramos uma noite a céu aberto ou se acampamos, pois nota-se a diferença claramente! Minutos antes do sol nascer, o ar gela. Quando você acorda cedo em casa, mesmo madrugando, não sabe exatamente qual era a temperatura antes. Enfim, amanhecemos e começamos o dia com aquele solzinho gostoso entrando na barraca.
De manhã bem cedo, em acampamento na Prainha do Rio Novo, no Jalapão - TO
Fomos acordar e tirar a preguiça no rio, sem nem pestanejar! Rio Novo maravilhoso, que ainda guardava duas outras praias lindas rio abaixo. Após nadarmos e explorarmos bem cada praia, levantamos acampamento e seguimos viagem para a nossa vizinha, a Cachoeira da Velha.
Nadando na prainha do Rio Novo, no Jalapão - TO
Saímos na hora certa, quando vinha chegando um pessoal de excursão para lotar a nossa prainha particular. Menos de um quilômetro depois está a entrada para a Cachoeira da Velha.
No mirante da Cachoeira da Velha, no Rio Novo, no Jalapão - TO
Uma grande queda d´água, belíssima, com o Espírito Santo ao fundo. Foi construída uma passarela suspensa sobre o capim dourado e as sempre vivas, estrutura que certamente facilitou o acesso. O mirante para a ainda tem uma escada que nos leva a outros pontos de vista, mais próximos ao rio. A cachoeira é tão forte que não se pode banhar, para quem quer caminhar, dali mesmo parte uma trilha para a Prainha, beirando o leito do rio.
Árvore cresce no meio da Cachoeira da Velha, no Rio Novo, no Jalapão - TO
E essa foi a nossa despedida do Jalapão, com direito a camping selvagem às margens do rio, praias e até uma cachoeira velha no Rio Novo. Momentos especiais para a coleção do nossos 1000dias.
Rio Novo, um pouco acima da Cachoeira da Velha, no Jalapão - TO
Um longo dia de transfer de Turks and Caicos para Miami e de Miami para Porto Rico. Trabalhando no nosso segundo vídeo, no aeroporto, no avião e lendo sobre a cidade de San Juan o tempo passou rapidinho. No caminho já surgiu a dúvida... Porto Rico afinal é um estado Americano ou não? Pelo nosso guia de viagens apenas diz que é conhecido como o 51° estado americano. Chegando à imigração americana o oficial me perguntou se estávamos em trânsito, e dissemos que sim, mas não para os EUA, para Porto Rico. Ele me olhou com uma cara de “Dã! sua burra” e disse: “então você está indo para os EUA!”. Na hora pensei que não teria melhor jeito de descobrir... Enfim, fomos à Porto Rico.
Pichação em San Juan - Porto Rico
Chegando a San Juan já nos sentimos em casa, o lugar tem a maior cara de Brasilzão! Clima mais latino, pessoas mais amistosas, calorosas e mais espalhafatosas também. A taxista era uma figura, Lili, gritava para as pessoas na rua no caminho para o nosso hotel. Aqui todos falam as duas línguas, inglês e espanhol, e o mais engraçado é que falam as duas ao mesmo tempo! Na mesma conversa eles mesclam frases em inglês e espanhol, todas as placas de rua estão nas duas línguas, os cardápios também são o maior “espanglish”, uma doidera.
Rua do centro antigo de San Juan, em Porto Rico
A cidade de San Juan é uma mescla de Ouro Preto com Salvador e Rio de Janeiro. Ladeiras com casas do século XVII ou XVIII todas coloridas, revitalizadas, ruas de paralelepípedo. Subindo a ladeira, logo ali em direção à baía você tem a impressão de que vai chegar ao Elevador Lacerda, e chega em um grande forte espanhol, construído de 1539 a 1700. No caminho do hotel passamos por uma lagoa, árvores praianas e ruas quentes, como o Rio de Janeiro... Amanhã vamos até conhecer a praia que dizem ser a Copacabana de Porto Rico. Enfim, estamos muito mais próximos de casa do que imaginávamos, ou como eles diriam aqui: My home, su casa!
Detalhe de rua do centro antigo de San Juan, em Porto Rico
Fortaleza "El Morro" em San Juan - Porto Rico
Vista do alto da serra de Mauá - RJ
Pé na estrada logo cedo, subindo dos vales de Visconde de Mauá para as Montanhas de Itatiaia. Os vales vistos lá de cima são maravilhosos! Como o Ro gosta de espalhar por aí, eu adoro dormir no carro, aquele sacolejo para mim é quase como um ninar. Como era uma das primeiras estradas de asfalto que pegamos, estava com saudades desse soninho... rsrsrs! Fui meio dormindo até chegarmos à estrada que sobe para o Parque Nacional de Agulhas Negras, estrada de terra em péssimo estado. Não tem sono que resista a esses buracos.
Paisagem no alto da serra em Mauá - RJ
Subimos até o parque ainda com esperanças de subir o Agulhas hoje mesmo. O Rodrigo tinha na memória que era uma subida rápida, 1h de trilha mais 1h30 de rocha. Chegamos ao parque perto das 12h30 e logo conhecemos o Denilson, guarda do parque que logo barrou a nossa entrada. Hahaha! Vocês precisavam ver a cara do Rodrigo... coitado. Já subiu umas 5 vezes essa montanha e agora o guarda dizia que ele não poderia entrar? Ficou passado... até o Denilson mostrar para ele que em 2008 foram implementadas novas regras no parque, ele não relaxou.
Hoje, para subir o Agulhas Negras, você é obrigado a possuir equipamento de escalada (corda de 30m, mosquetão, freio 8 e cadeirinha) ou contratar o serviço de um guia que leve o equipamento. Além disso, a estimativa de tempo para ascensão do Agulhas Negras, por pessoas normais, é de 5 a 6 horas, 3 para ir e 2 para voltar. Bem, nos rendemos e ligamos para o cunhado do Denilson, o Tadeu, que irá nosso guiar amanhã.
Descendo do parque encontramos o único ponto em que pegava uma internet 1G, ponto de onde ligamos para o Tadeu. Demos uma parada ali para mandar os posts de Mauá que estavam prontos, quer escritório mais bonito?
Tentando acessar a internet a 2.500 m de altitude em Itatiaia - RJ
Descemos a estrada em busca de uma pousada. A que o Ro queria ficar era a Alsene, a pousada mais alta do Brasil a 2400m e que está embargada. O ICMBio alega que eles estão despejando esgoto irregular nos rios. Tem uma conversa de que alguém grande está envolvido em um projeto para um centro de treinamento e que ela será toda reformada. Aí, quem sabe, o Ibama libere!
8km montanha abaixo encontramos a Pousada dos Lobos. Chegando na pousada eu logo desconfiei: bandeira hasteada, a logo uma flor de lis e o nome sugestivo, o dono é um escoteiro! Bingo! Infelizmente o Marcelo não estava lá, mas encontrei várias coisas que me lembraram muito meu período no escotismo, muito gostoso.
Pousada dos Lobos em Itatiaia - RJ
Na pousada recortes de jornal lembram a neve que caiu no Agulhas Negras em 1985 por 9 horas ininterruptas! Bonecos de neve e a paisagem branquinha a -13°C! Brrrr! No mural ao lado, impressos de emails trocados entre o Marcelo e montanhistas e clientes esclarecendo o embargo que ocorreu na Pousada. Ficaram 6 meses fechados pelo mesmo motivo alegado contra a Alsene, com uma diferença, o Marcelo apresentou pelo menos dois laudos técnicos que provavam o contrário, sugerindo que o Ibama teria utilizado amostras duvidosas no laudo emitido contra a Pousada dos Lobos. É indignante ver o abuso de poder desses caras...
Chegando lá conhecemos os dois casais que vão subir o Agulhas conosco amanhã. Isabela e o Alex moram no Guarujá, ela gaúcha e ele, que também já foi escoteiro, é de Santa Catarina. O outro casal, Irecê e a Miriam acabaram de chegar do Caribe e vieram direto para este frio! E olha que coincidência, eles são de Curitiba! Mais bacana foi que eles nos reconheceram da matéria da Gazeta do Povo! “É nóis na fita!”
Pôr-do-sol na Pousada dos Lobos em Itatiaia - RJ
Depois de um jantar movimentado, sobre montanhas e trilhas, nos aquecemos na lareira do quarto nos preparando para a trilha de amanhã.
E que venha o Agulhas Negras!
Lareira no quarto da Pousada dos Lobos na região de Itatiaia - RJ
Já estamos na Venezuela!
Chegamos à Venezuela! Um país de tantas paisagens e tantas agruras, onde os Andes quase tocam o Mar do Caribe, subindo abruptamente entre amazônias e pantanais e se derramam no Delta do Orinoco. Onde encontramos um povo dividido entre suas riquezas e suas maiores fraquezas, onde o orgulho de se sentir no poder ao lado do Eterno Comandante cega o discernimento do que é certo e errado e os leva à miséria e ao caos econômico. Um país que está no rumo socialista e que metade de sua população apoia e pensa estar no caminho correto, mesmo quando tem que brigar por uma pasta de dente, implorar por um rolo de papel higiênico e matar por um saco de farinha. Enquanto a outra metade da população assiste à toda esta desgraça ciente de tudo que está acontecendo, também sofre indignada, mas mantém a fé de que tudo irá melhorar.
Muita propaganda do socialismo bolivariano nas ruas da Venezuela
Preparando carne, plátano e queijo na chapa quente, na fronteira da Venezuela
Entramos no país ansiosos não apenas para ver, com nossos próprios olhos o que está acontecendo, mas para sentir na própria pele as idiossincrasias deste sistema. Queríamos ver o que não vimos em 2007 e saber se aqueles mesmos amigos que antes apoiavam o Chavez, continuariam apoiando hoje. Queríamos também poder mostrar aos vizinhos brasileiros as belezas naturais que estão ao nosso alcance e poder dizer-lhes que sim, é possível viajar na Venezuela nos dias de hoje. A crise cambial que sofre o país é terrivelmente prejudicial para a economia venezuelana, mas é incrivelmente atrativa para nós turistas brasileiros. Ao irmos para lá não estaremos apenas aproveitando uma oportunidade, estaremos ajudando também a manter a economia girando, injetando nossos ricos reaizinhos em troca de momentos inesquecíveis em algumas das praias, montanhas e rios mais lindos da América do Sul.
Bolívar, herói máximo da Venezuela
Quando estivemos aqui em 2007 viajamos de Boa Vista por terra até a fronteira com a Venezuela, subimos o Monte Roraima, voamos para o Salto Angel, caminhamos pelas ruas de Caracas e descobrimos o significado da expressão “Paraíso Caribenho” no Arquipélago de Los Roques. Fomos colocados à todas as provas, cansaço e hipotermia no Roraima, teimosas caminhadas por autoestradas de Caracas e até fomos roubados, ficando sem dinheiro e cartões de crédito, ilhados em Los Roques. Mas a parceria, paciência, tolerância e criatividade do casal se mostraram melhores e nos provaram que juntos éramos melhores! Foi a nossa primeira viagem internacional juntos, viagem que cunhou profundamente o nosso companheirismo, nos revelou os medos, fraquezas e fortalezas de cada um e, sem grandes pretensões nos mostrou que seríamos capazes de um dia realizar uma grande viagem como a que estamos fazendo hoje.
O preço quase gratuito do combustível permite que as antigas banheiras ainda ocupem as ruas e estradas da Venezuela
Chegamos à Venezuela vindos da pequena cidade fronteiriça de Maicao, no lado colombiano. Almoçamos platanos assados na brasa com queijo branco, enquanto esperávamos mais de uma hora a abertura da Aduana Boliviariana del Pueblo de Venezuela! para tirarmos a documentação da Fiona.
Entrando na Venezuela, recião de Maracaibo, vindos da Colômbia
Banheiras velhas caindo aos pedaços lotavam as estradas, fazendo pensarmos que estávamos em Cuba, na década de 70. Uma reta interminável com escolas Simón Bolívar em cada povoado, acompanhadas de placas de propaganda do Governo Socialista da República Boliviariana de Venezuela.
Cartaz da última eleição que Chavez participou
Prédios caindo aos pedaços, lixo espalhado pela estrada e pelas ruas, comércios irregulares e quase nenhuma marca do dito capitalismo imperialista. Cruzando o lago Maracaibo, a galinha dos ovos de ouro, ainda encontram-se alguns resquícios, avenidas largas, algumas redes de fast foods e supermercados. Dirigimos por mais de 6 horas entre a fronteira e Coro, uma das mais conservadas cidades coloniais do país. O retrocesso econômico é claro, veremos o social nestas próximas semanas.
Lago de Maracibo, o maior do continente, importante região produtora de petróleo na Venezuela
Os lugares são feitos pelos detalhes, por coisas que parecem tão pequenas, mas que ajudam a formar o nosso conceito sobre eles e por onde passamos. Geralmente esses detalhes são difíceis de descrever, mas facilmente percebidos.
A arquitetura da cidade...
Pousada Bahama House Inn
A música, a forma como as pessoas falam, o sol...
Músico tocando goombay
As conchas, o maluco da pousada, o vento...
Concha típica das Bahamas
A arte, as ruas, a comida, as cores, o clima, o mar...
Pintura típica bahamense
As portugueses, a vibe...
Portuguese ou Caravela
Um conjunto de adjetivos, bons ou ruins, que fazem com que possamos formar a nossa opinião sobre estes lugares por onde passamos. Harbour Island é um lugar que vai ficar marcado por isso, pelos detalhes, tão pequenos, que como diz o REI, são coisas muito grandes pra esquecer... e que certamente vou lembrar... lembrar você...
Viiiixi, baixou o Rei agora! Hahaha! É pessoal, esse lugar faz dessas coisas... e olha que eu nem bebi! Estou mesmo é meio melancólica... Estamos indo embora daqui a poucas horas, para Long Island, o que tenho certeza também não será nada mal.
Deixo aqui um abraço para Katarina e David, casal bacana que conhecemos hoje no bar em que fomos ver o pôr-do-sol na baía, maravilhoso! Eles me abordaram perguntando se eu era fotógrafa, pois vão se casar amanhã aqui e precisam de alguém para registrar o casório. Vocês acreditam? Dois malucos de Michigan, chegam aqui e sem mais nem menos resolvem casar. Estavam decidindo hoje mesmo local, foto, etc... Até que me identifiquei com eles. Também casamos em uma ilha... ué, lá só não tinha essa cor de água!
Casal de Michigan, noivos em Elethera
Felicidades aos que ficam nessa Ilha maravilhosa e sucesso para todos nós que continuamos a nossa viagem nos nossos restantes 982 dias pela América!
Ana em Harbour Island
Andando de carro na praia da Juréia
No norte da Ilha Comprida pegamos a ponte para Iguape, outra cidade colonial, apenas sete anos mais nova que Cananéia, possui características muito parecidas. Vamos em direção à Barra do Ribeira, agora por dentro, já que não existe acesso pela praia. Um detalhe, vocês perceberam o nome, “Barra do Ribeira”? Isso mesmo! É o mesmo rio que dá nome ao PETAR, “Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira”! Nosso roteiro está acompanhando ele lá de cima até a sua barra, aqui no litoral. Dali parte a balsa para a Juréia Sul, durante a semana de hora em hora e final de semana de 30 em 30 minutos.
Ponte que liga Iguape à Ilha Comprida
A Juréia é outra praia maravilhosa e que abriga uma Estação Ecológica. Chegamos na vila, nos instalamos na Pousada Dalu, mantendo o nosso objetivo de baixar a média de gastos, para equilibrar o dólares a mais do Caribe. A pousadinha é simples, mas muito jóia. A Lu a comprou faz pouco tempo e está reformando, até setembro terá novos quartos e piscina, a temporada promete.
Entrada da Juréia na parte sul do parque
O sol resolveu se esconder novamente e aquele dia lindo deu lugar a nuvens e em vez de duas horas da tarde pareciam seis. Mesmo assim não desanimamos e seguimos mais 18km pela praia até a entrada da Estação Ecológica da Juréia. Uma cachoeirinha gelada, como sempre, mas muito gostosa! Acima dela existem mais duas cachoeiras maiores fechadas para meros mortais, apenas pesquisadores com autorização podem seguir na trilha. Já decidi que na próxima encarnação serei pesquisadora! Quantas coisas deixamos de ver? Ok, tudo em prol da natureza.
Cachoeira na parte sul da Juréia
Cachoeira na parte sul da Juréia
Nota de falecimento
Voltando da cachoeira encontramos um cortejo fúnebre vindo pela praia. O cemitério fica a uns 7km da vila. Deve ser alguém importante, pensamos, eram mais de 20 carros acompanhando a falecida esposa de um homem muito querido aqui na vila. É, infelizmente essas coisas acontecem, que Deus a tenha.
Cemitério na praia da Juréia
Cortejo fúnebre na praia da Juréia
Blog da Ana
Blog da Rodrigo
Vídeos
Esportes
Soy Loco
A Viagem
Parceiros
Contato
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)










.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)













