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Maurício Furlan (13/08)
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Xalaco (03/07)
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Marco ( Marquinho ) (08/06)
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Henrique Faria (30/03)
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Adi Barbosa (23/03)
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As maravilhosas cores de Outono em parque de Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Uma cidade nascida no rompante do Klondike Gold Rush, Dawson é uma agradável surpresa no roteiro entre o Yukon e o Alasca.
Era uma vez...
Dois homens que desceram de um navio vindo do estreito de Bering, na cidade de Seattle. Eles carregavam quilos e mais quilos de ouro e confirmavam um burburinho que há muito corria pelas ruas americanas: rios de ouro no Ártico! Jornalistas afoitos estamparam as capas dos jornais e em menos de um mês todos os barcos para o norte já estavam lotados!
Arquitetura típica de faroeste em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Homens de todos os cantos se aventuraram pelas águas da Inside Passage e do Golfo do Alasca, começando a épica jornada ao Klondike. A viagem era longa e levava em torno de 20 dias de barco entre Seattle e Skagway, de onde partiam as trilhas do Chilkoot ou do White Pass, as duas principais rotas dos mineiros “pobres”.
Garimpeiros da época da Corrida do Ouro, em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Sobre estas montanhas eles teriam que carregar uma tonelada de suprimentos, o mínimo exigido pela aduana canadense para permitir que os mineiros cruzassem a fronteira. Eles sabiam que uma vez naquelas terras, os homens não encontrariam nada e precisavam carregar o mínimo para garantir sua sobrevivência por um ano. Bacon, feijão, sacos de farinha, leite em pó, barraca, ferramentas, um fogão e tudo mais o que fosse necessário. Não existiam lojas para comprar qualquer mantimento.
Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
A travessia das montanhas era feita por uma das duas trilhas, a pé e em várias viagens, mais de 40 para conseguir carregar todo o material. A “dead horse trail” deixou mais de 3 mil cavalos morrerem de fome e fadiga, só mais tarde eles aderiram ao dog-sledge. Já não bastasse o frio e o cansaço quase aniquilador, ainda tinham que lidar com gangues que se especializaram em roubar os recém-chegados. E isso era só o começo.
Foto centenária mostrando o movimento de Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá, no início do séc XX
Durante a corrida alguns postos avançados foram se criando, pessoas que vendiam carne fresca, peixe ou caça, madeira para fogueira e aos barcos a vapor. Algumas bravas mulheres também se aventuraram por essas trilhas, entre elas meretrizes valentes que chegariam para alegrar e colocar alguma ordem na cidade. Todos queriam sobreviver, fazer dinheiro, quem sabe fortuna! Era a promessa de uma vida melhor e de muita riqueza lá no gelo do Ártico.
Bicicleta estacionada em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Depois das montanhas, mais 800 km os esperavam, agora não por terra, mas pela água. Águas frias e geladas dos lagos Lindemann, Bennett e Tagish e finalmente o Rio Yukon. Foram 7.124 barcos construídos por estes homens, que experiência alguma tinham neste ofício. Jangadas, canoas, qualquer coisa que flutuasse e levasse seus mantimentos pelas curvas do Rio Yukon.
Admirando a magnífica paisagem do rio Yukon e Dawson City, no Yukon Territory, no Canadá
Chegaram a Dawson, enfim! E quando chegaram se depararam todos os rios da região repartidos em lotes, completamente dominados pelos que haviam chegado antes. Alguns nem montaram acampamento ou usaram a sua pá e peneira nos rios de ouro. Deram a meia volta e, como se não tivessem acabado de passar pelo inferno, para lá retornaram.
Geringonça centenária para esquentar os pés e enfrentar o frio do inverno em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Dizem que 100 mil homens teriam iniciado a corrida pelo ouro no Klondike. 40 mil chegaram a Dawson City, 4 mil encontraram ouro e provavelmente apenas 40 ficaram ricos, se ficaram!
Delicioso show de música em bar-saloon em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Por estas mesmas trilhas e rios chegaram pianos, pratarias e outras peças luxuosas que enfeitavam seus salões, suas meninas das casas da luz vermelha e tabacarias, ou damas respeitosas. Dawson City viveu três anos no auge, chegou a ser a mais populosa e rica cidade acima de São Francisco, lá nos idos de 1899. O ouro se foi, a população caiu drasticamente e o que ficou foi uma cidade que chegou a ser considerada a Paris do Ártico.
jogando bilhar em bar-saloon em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Decoração em bar-saloon em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
As casas, os salões, os hotéis estão todos lá. O rio e o ouro também. O ouro fácil, que brilhava sobre os rios, este já se foi no primeiro ano de garimpo. Porém até hoje grandes mineradoras extraem o rico metal das terras do Klondike. A cidade foi construída sobre o permafrost e hoje se preocupa com o aquecimento global, que poderá afundar as estruturas e a sua história. Os nativos, que haviam sido praticamente expulsos da região, retornaram aos poucos e fazem parte da biografia e da vida da cidade.
Igreja em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
A escolha para comemorar o meu aniversário no sol e na aurora de Dawson foi a mais acertada possível! Uma viagem muito mais fácil que a dos stampeders, pela Top of the World Highway, um fim de tarde no Yukon e uma cerveja no pub ao lado dos caribous.
Bar em Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
No dia seguinte a agradável caminhada ao longo do Yukon River, nas ruas de Dawson e a visita ao museu nos fizeram passear pela história que a fez vila e a tornou cidade. Cidade cinematográfica e muito fotogênica, diga-se de passagem.
Caminhando em parque de Dawson City, no Yukon Territory, noroeste do Canadá
Aos poucos já sentíamos as brisas do Gold Rush em cada bar que percorremos neste final de temporada. Nos despedimos daqui sem uma pepita de ouro no bolso, mas com um último facho de luz esmeralda nos céus, nossa última aurora boreal.
As cores da Aurora reflerem no Yukon River, em Dawson City, no noroeste do Canadá
The End
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