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SHUFFLE Há 1 ano: Há 2 anos:

De Santo Antônio ao Pelourinho

Brasil, Bahia, Salvador

Arte nas ruas de Santo Antônio, em Salvador - BA

Arte nas ruas de Santo Antônio, em Salvador - BA


Destino preferencial dos brasileiros, segundo pesquisa do Ministério do Turismo, Salvador oferece opções para todos os gostos. Desde o turismo histórico em suas diversas igrejas e prédios históricos, cultural, não só em museus maravilhosos como o MAM e Jorge Amado, como também musical e com um olhar muito especial para a cultura negra. Além disso ainda possui todas as belezas naturais ao seu redor, a Baía de Todos os Santos, Praia de Itapoã, orla Barra-Ondina e as praias do norte.

O Farol da Barra, em Salvador - BA

O Farol da Barra, em Salvador - BA


Dia de turismo nos pontos mais conhecidos de Salvador: Pelourinho e arredores. Sempre lotados de turistas dos quatro cantos do mundo, pegamos uma dica especial com nossas anfitriãs baianas e procuramos o mais alternativo dentro dos caminhos mais conhecidos de Salvador. Por isso começamos nossa caminhada no Centro Histórico a partir do Forte de Santo Antônio do Além do Carmo, também conhecido como Forte da Capoeira. Um centro de pesquisa e memória da capoeira no Brasil, lá 7 grupos de capoeira oferecem aulas e realizam apresentações no início da noite, com a bela vista para a baía.

O Forte da Capoeira em Salvador - BA

O Forte da Capoeira em Salvador - BA


Caminhamos pela Rua Direita de Santo Antônio, um bairro histórico que ainda não foi dominado pelo turismo e lojinhas como o Pelourinho. Ainda encontramos as senhorinhas na janela, vendo a vida passar como há 50 anos.

Arte nas ruas de Santo Antônio, em Salvador - BA

Arte nas ruas de Santo Antônio, em Salvador - BA


Algumas casas antigas já reformadas se tornaram pousadas com uma bela vista para a baía. Soubemos que ali mesmo o Grupo Iguatemi já comprou mais de 30 casas para reformar e fazer uma galeria de rua com lojas bacanas, visando atrair os turistas mais abonados.

Almoçando em uma das pousadas em Santo Antônio, em Salvador - BA

Almoçando em uma das pousadas em Santo Antônio, em Salvador - BA


Almoçamos em um desses hotéis com a bela vista e fomos em direção ao Pelourinho, passando pela Cruz do Pascoal em direção ao Carmo e os antigos Convento e Igreja Carmelitas, forte da resistência holandesa no século XVII. Hoje o Convento se transformou em um hotel 5 estrelas e em um museu que está sendo restaurado. Descemos pela ladeira do Carmo e conferimos a famosa escadaria onde foi filmado “O Pagador de Promessas” e pela imponente Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, embora esteja em estado de abandono ainda se destaca em meio a tantas construções antigas e históricas.

A famosa Escadaria do Carmo, do filme 'O Pagador de Promessas', em Salvador - BA

A famosa Escadaria do Carmo, do filme "O Pagador de Promessas", em Salvador - BA


Subindo a ladeira para o Largo do Pelourinho sempre bate aquela emoção, o lugar tem uma presença e uma energia muito boa. Logo lembrei das cenas famosas ali filmadas, da vez que estive aqui no carnaval de 1999, das marchinhas de carnaval, do Olodum tocando com o Micheal Jackson... arrepia!

Ladeira do Carmo e subida do Pelourinho, em Salvador - BA

Ladeira do Carmo e subida do Pelourinho, em Salvador - BA


Compramos uma pilha na porta em que Micheal saía no clipe, até ganhei uma foto na sacada de Micheal por ter adquirido um produto na lojinha! Ali estava passando o clipe e confesso que eu fiquei arrepiada, o cara era estranho, pedófilo, mas era um gênio da música pop.

A casa do clipe de Michael Jackson no Pelourinho, em Salvador - BA

A casa do clipe de Michael Jackson no Pelourinho, em Salvador - BA


Continuamos andando e chegamos à Praça Terreiro de Jesus, também famosa por suas construções da Ordem Terceira Franciscana e restaurantes típicos. Não poderíamos deixar de ter a vista panorâmica do Cruzeiro de São Francisco para o Mercado Modelo , o monumento à Bunda da Baiana e o Elevador Lacerda.

Monumento na Cidade Alta, em Salvador - BA

Monumento na Cidade Alta, em Salvador - BA


Elevador Lacerda visto da Cidade Alta, em Salvador - BA

Elevador Lacerda visto da Cidade Alta, em Salvador - BA


Descemos no Elevador Lacerda, elevador hidráulico que une a cidade alta à cidade baixa e percorremos as bancas de renda, instrumentos musicais e temperos da terra no Mercado Modelo.

Mercado Modelo, em Salvador - BA

Mercado Modelo, em Salvador - BA


Retornamos ao Forte da Capoeira no final da tarde para ver o belíssimo pôr-do-sol na baía e tentar ainda ver alguma apresentação de capoeira. Cedo demais, a roda de capoeira da angola começaria só as 19h, por isso decidimos voltar para casa mais cedo. Não sei se foi a melhor escolha, pois ficamos quase 1h30 no trânsito entre Santo Antônio e Pituaçú, é Salvador cresceu e muito! Fechamos o dia em casa, colocando os em dia os assuntos dos 10 últimos com Monica em um delicioso jantar caseiro. Desse jeito não vou querer ir embora dessa terra é nunca!

Admirando o pôr-do-sol em Salvador - BA

Admirando o pôr-do-sol em Salvador - BA

Brasil, Bahia, Salvador, Carmo, Elevador Lacerda, Mercado Modelo, Pelourinho, Santo Antônio do Carmo

Veja todas as fotos do dia!

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As Baleias de BC

Canadá, Port Hardy

Baleia usa nadadeiras para empurrar peixes para a sua boca aberta, durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Baleia usa nadadeiras para empurrar peixes para a sua boca aberta, durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


A costa da British Columbia é uma das principais rotas de passagem de ao menos três espécies de baleias nas suas migrações entre o Pacífico Sul e os mares do Alasca. As principais espécies encontradas são as baleias cinzentas, as orcas e as baleias jubarte.

Primeira baleia avistada no passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Primeira baleia avistada no passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


A baleia cinzenta, ou gray whale, nesta época já passou por aqui a caminho da Baja Califórnia (México). Nós as encontramos na nossa passagem por lá, enquanto amamentavam e cuidavam de seus filhotes nas águas quentes de Puerto Lopez Mateos e Loreto. Desde então elas já vieram percorreram mais de 8 mil quilômetros para se alimentar nos mares de Bering e de Chukchi no norte e agora já estão no caminho de volta.

Movimentação de baleia atrai muitos pássaros durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Movimentação de baleia atrai muitos pássaros durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


A segunda espécie na verdade não é de baleias, mas sim de golfinhos! O maior espécime de golfinho encontrado ao redor de todo o mundo é a orca, também chamada de baleia-assassina oi killer whale, embora de baleia só tenha o tamanho e a fama. A grande rainha dos mares há muito tempo faz parte da vida, das lendas e simbologias das primeiras nações que habitam esta costa. As orcas são rápidas, caçam em grupo e possuem um sistema de comunicação super avançado. Estão no topo da cadeia alimentar marinha, ao lado dos grandes tubarões. O que poucos sabem é que existem vários tipos de orcas e três deles podem ser observados aqui na costa da British Columbia: as residentes, as transientes e as offshore, que vivem no mar aberto.

As magníficas paisagens de Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

As magníficas paisagens de Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


As residentes, como o próprio nome diz, vivem aqui nesta costa, principalmente na região entre a Ilha de Vancouver e o continente. Elas se alimentam quase que exclusivamente de peixes e seu preferido é o salmão. Vivem em clãs relacionados geneticamente, famílias com em torno de 20 indivíduos, reconhecidos também pela linguagem exclusiva que desenvolvem nesta relação.

'Sopro' de baleia quase acerta pássaro, em passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

"Sopro" de baleia quase acerta pássaro, em passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


As orcas “offshore” são avistadas em grupos de 30 a 60 indivíduos e acredita-se que sua dieta é primariamente composta também por peixes. Já as transientes, ou que vivem em trânsito, não possuem um local fixo ou padrão no seu movimento pelos mares e podem ser avistadas a qualquer momento sozinhas ou em grupos de até 5 ou 6 orcas. Essas são as famigeradas baleias assassinas, que vemos em documentários se alimentando de várias espécies de mamíferos marinhos como focas, leões marinhos, golfinhos, porpoises e até outras espécies de baleias! Em uma orca encontrada morta no Alasca, chegaram a descobrir restos de um alce dentro do seu estômago! Pelo jeito ele causou uma bela indigestão! Rsrs!

Enorme carregamento de madeira passa atrás de baleia durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Enorme carregamento de madeira passa atrás de baleia durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


O terceiro grupo de baleias que pode ser avistado aqui na British Columbia é a nossa velha conhecida baleia jubarte, ou humpback whale. As jubartes cruzam essas águas ainda em busca de alimentos durante a sua longa migração entre o Ártico e a Antártida. Elas são consideradas os mamíferos mais viajados do planeta, com uma migração estimada em mais de 25 mil quilômetros! São imensas, medem entre 12 e 16 metros e podem chegar a mais de 36 toneladas. A sua pesca quase as levou à extinção, porém desde 1966, quando foi proibida a caça de baleias, vem recuperando seu número e hoje a população mundial é estimada em 80 mil indivíduos, sendo em torno de 18 a 20 mil apenas no Pacífico Norte.

Movimentação de baleia atrai muitos pássaros durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Movimentação de baleia atrai muitos pássaros durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


No Alasca as empresas de whale watching garantem que encontrarão as baleias, ou seu dinheiro de volta! Aqui já não é garantido e escutamos de várias pessoas que encontrar as humpbacks é uma sorte grande! Nós aceleramos o nosso passo na saída do ferry em Port Hardy, para conseguir pegar o último grupo de avistamento de baleias no Telegraph Cove. Stubbs é empresa mais antiga e tradicional da Ilha de Vancouver, um grupo bem mesclado de alemães, americanos, holandeses e brasileiros foi acompanhado de especialistas, com um destaque especial para Jackie, a bióloga marinha e pesquisadora de jubartes que vive na região.

Depois do passeio das baleias, voltando à Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Depois do passeio das baleias, voltando à Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Quando nós cruzamos as jubartes na costa atlântica brasileira, normalmente elas já estão acompanhadas de seus filhotes, nadando rumo à Antártida. Os mais sortudos podem vê-las saltando, como vimos de longe na viagem a Abrolhos. Porém aqui a diversão é outra. A melhor época para avistá-las é de maio a outubro e o comportamento especial que esperamos ver é o da alimentação, principalmente o impressionante bubble feeding, quando um grupo de baleias cria uma rede de bolhas para encurralar os cardumes de pequenos peixes e os ataca de baixo para cima, saindo com as bocas imensas para a superfície da água.

Grupo de baleias Humpback nadam em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Grupo de baleias Humpback nadam em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Conhecendo o comportamento de alimentação desses animais é mais fácil nos aproximarmos e observarmos calma e tranquilamente um dos espetáculos mais lindos da natureza! Cruzamos pelo menos 2 baleias no caminho até encontrarmos Conger. Ele se aproximou de um cardume de pequenos peixes e/ou krill, dieta preferida das jubartes e para a surpresa de Jackie e de todos nós, iniciou um estranho ritual de alimentação. Ele deslocou sua mandíbula, para manter a boca o mais aberta possível, e com a ajuda das nadadeiras, ele empurrava os pequenos peixes para dentro da boca!

Baleia se alimenta durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Baleia se alimenta durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


A bióloga estava emocionada e impressionada, pois era apenas a segunda vez que ela via esse comportamento alimentar! Ela acredita que Conger está inovando e inventou esta nova modalidade de alimentação! Com o barco desligado assistimos a esta cena abismados, emocionados e completamente realizados, mesmo mantendo os religiosos e ecologicamente corretos 100m de distância, para não atrapalhar o cardume e a comilança do nosso novo amigo.

Baleia experimenta novas técnicas de pescaria com sua enorme boca aberta, durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Baleia experimenta novas técnicas de pescaria com sua enorme boca aberta, durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Em seguida recebemos a notícia de um barco pesqueiro que outras 3 baleias foram vistas no fundo da baía e para lá seguimos. Não demora muito e logo as encontramos, com seus esguichos de água, correndo indignadas de um grupo de leões marinhos. Esperem, mas não era qualquer leão marinho, um grupo de Sterlings, o maior leão marinho do mundo, estava atormentando a vida das pobres jubartes. Devem fazer isso para demarcar seu território, proteger a sua pesca e porque assim foram ensinados desde pequenos! As três baleias cantantes batiam em retirada dando sinais claros de frustração, soltando sons como quem diz: “HUNF! Me deixem em paz!!!”. Ah! Vale lembrar que as jubartes são as baleias mais conhecidas por suas curiosas e misteriosas melodias submarinas.

Grupo de baleias Humpback nadam em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Grupo de baleias Humpback nadam em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Logo ali ao lado fomos conhecer a casa destes gigantes e fedidos leões marinhos. Preguiçosos sobre suas pedras rugiam uns para os outros deixando claro quem era que mandava no pedaço. Rolando de um lado para outro e se movendo lentamente é quase impossível acreditar na sua agilidade dentro d´água! Que o digam as jubartes!

Steller Sea Lions, a maior espécie de leões-marinhos do mundopasseio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Steller Sea Lions, a maior espécie de leões-marinhos do mundopasseio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Leões-marinhos nadam sob o nosso barco durante passeio em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Leões-marinhos nadam sob o nosso barco durante passeio em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Curioso foi saber que as humpbacks são menos conhecidas pela comunidade científica do que as orcas, pois são estudadas a muito menos tempo. Ao lado da casa dos sterlings, nós passamos em frente ao centro de pesquisas e observação das orcas no Canadá. A principal sede do centro de observação é aqui em uma das ilhas próximas à Telegraph Cove, justamente por ser o melhor lugar para encontrá-las. Uma pena que não foi hoje.

Grupo de baleias Humpback nadam em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Grupo de baleias Humpback nadam em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Base de Centro de Estudos de Orcas, em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Base de Centro de Estudos de Orcas, em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Durante o tour Jackie nos explica como se compõem as populações de cetáceos de BC e aos poucos vai passando todas estas informações que eu estou contado para vocês agora. A sua paixão por estes animais pode ser sentida em cada gesto e cada palavra. O seu trabalho aqui é muito maior do que guiar e acompanhar turistas. Além de catalogar e observar novos comportamentos, seu objetivo é informar, envolver e fazer com que todos estes turistas que passam por aqui conheçam melhor os animais que estão sofrendo com as alterações climáticas, poluição e o descuido do ser humano com o meio ambiente.

Nossa bióloga dá uma pequena palestra ao final do passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Nossa bióloga dá uma pequena palestra ao final do passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Ao final do passeio ela faz uma palestra e mostra seus potinhos vermelhos com a quantidade de químicos encontradas em diferentes concentrações na camada adiposa das populações de orcas e baleias na costa do Canadá. A expectativa de vida das orcas, principalmente dos machos, está diminuindo absurdamente! As fêmeas não são menos afetadas, o segredo é que elas metabolizam e se livram de parte deste veneno no leite materno, passando direto para os seus bebês, afetando as gerações futuras. Nem preciso falar que perto dos portos e das áreas mais populosas, entre Victoria e a megalópole Vancouver, estão os piores resultados e justamente naquele grupo de orcas residentes. Vocês lembram qual é a principal dieta dessas orcas? Pois é, o mesmo salmão que você está comendo no restaurante chique ou no japonês ali da esquina.

A enorme calda de uma baleia Humpback durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

A enorme calda de uma baleia Humpback durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá


Agora a temporada de whale watching acabou, não por que as baleias não estejam mais no mar, mas porque o inverno se aproxima, tempestades e o mau tempo se tornam mais frequentes e os turistas trocam o litoral pelas montanhas nevadas. Nós também seguimos viagem, em busca do sol e de novas aventuras aqui na Ilha de Vancouver. Dentro de nós, porém, algo mudou. Uma experiência como esta, tão próxima de um dos seres mais fantásticos dos nossos mares, ficará para sempre marcada nosso coração e na nossa memória.

Enorme 'sopro' de baleia quase acerta pássaro, em passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Enorme "sopro" de baleia quase acerta pássaro, em passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá

Canadá, Port Hardy, baleias, jubarte, Telegraph Cove, Vancouver Island

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Alô Brasil!

Brasil, Roraima, Boa Vista

Na orla do rio Branco, em Boa Vista - RR

Na orla do rio Branco, em Boa Vista - RR


Ai que delícia voltar para casa! Hoje cedo pegamos nossas coisas e rumamos para o Brasil! A fronteira já tem uma peculiaridade, a estrada não segue normal, por algum motivo que não havíamos realizado as pistas se dividiam, uma passava por baixo de um túnel e a pista que vem passa por cima, quando cruzamos esse nó, tchanááán! A mão inglesa é automaticamente extinta e voltamos a dirigir do lago direito da estrada! Hahaha! Sensacional. A partir daqui as placas dizem “guianeses, respeitem a mão direita”. É, finalmente estamos em casa.

Chegando na fronteira Guiana-Brasil, em Lethem (Guiana)

Chegando na fronteira Guiana-Brasil, em Lethem (Guiana)


Paramos na imigração e já batemos o maior papo com os policiais. Precisávamos de informações sobre a Perimetral Norte para o Pará, eles ficaram curiosos sobre a expedição, aquela simpatia do povo brasileiro, uma maravilha! Eu também estava receosa do que aconteceria na entrada com o meu passaporte brasileiro vencido, eles não puderam carimbar, mas como a saída também não havia sido carimbada não havia problema. Registraram no sistema e orientaram a renovar o quanto antes, perfeito!

Dirigindo em Roraima, entre Bonfim, na fronteira com a Guiana, e Boa Vista

Dirigindo em Roraima, entre Bonfim, na fronteira com a Guiana, e Boa Vista


Seguimos para Boa Vista, nossa antiga conhecida. Estivemos aqui em abril de 2007, quando fizemos nossa excursão independente para o Monte Roraima. Daqui pegamos um ônibus para a fronteira com a Venezuela onde contratamos um guia local, obrigatório, para nos levar à montanha. Como sempre, é ótimo chegar a um lugar que já conhecemos, dá sempre aquela sensação de estarmos chegando em casa. Hospedamos-nos no mesmo hotel de 2007, Barrudada, central e com um dos melhores preços da cidade.

Igreja em Boa Vista - RR

Igreja em Boa Vista - RR


Feriado, cidade vazia. Almoçamos um peixe na brasa delicioso no Ver o Rio, restaurante na orla do Rio Branco e demos um passeio pelas principais praças de Boa Vista. A chuva acabou não sendo muito animadora, mas conseguimos pelo menos rever a cara da cidade. Aproveitamos o dia para descansar o corpo da viagem de ontem e planejar os próximos dias, principalmente pesquisando sobre o trecho da Transamazônica que vem por aí.

Belo 'arco retangular', em Boa Vista - RR

Belo "arco retangular", em Boa Vista - RR


À noite voltamos à Orla Tucumã, agora um pouco mais animada, restaurantes abertos e algumas mesas animadas. Jantamos o prato preferido do Rodrigo, pizza, tipo da “moda” brasileira que não me faz falta alguma, por sinal. Amanhã seguimos viagem para Presidente Figueiredo, sem medo de deixar Roraima e suas belezas para trás, pois ainda voltaremos quando estivermos cruzando da América central pela Venezuela. Vamos que vamos!

Orla do Rio Branco, em Boa Vista - RR

Orla do Rio Branco, em Boa Vista - RR

Brasil, Roraima, Boa Vista, Guyana, Lethem

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Songs of Freedom

Jamaica, Port Antonio, Kingston

Beija-Flor de rabo comprido no alto das Blue Mountains, na Jamaica

Beija-Flor de rabo comprido no alto das Blue Mountains, na Jamaica


O dia hoje começou com a viagem de Port Antonio para Kingston cruzando as magníficas Blue Mountains. Uma cordilheira no leste da Jamaica que chega a 2.200m de altitude no seu ponto mais alto. Inclusive escalar este pico, é um dos trekkings feitos na região, mas não animamos para esta empreitada, muitas nuvens no topo e tínhamos apenas mais dois dias na ilha. Deixamos o trekking de lado e aproveitamos o nosso penúltimo dia na fantástica Winnifred Beach e o outro seria para cruzar as famosas Blue Mountains, a tempo de conhecer um pouquinho da capital.

Distância para Kingston, capital da Jamaica

Distância para Kingston, capital da Jamaica


A estrada é bem sinuosa, sai do nível do mar e sobe, entre vales e montanhas, vilas interioranas, algumas com apenas 10 casas ou uma casa, sem vila. No início da estrada vamos margeando um rio e cruzando belíssimas cachoeiras no caminho e aos poucos subimos, encontrando um clima mais ameno e temos uma bela vista da costa e do mar. A viagem dura em torno de 2 horas até o ponto mais alto, quando cruzamos para o outro lado da serra e finalmente podemos ver Kingston.

Atravessando as Blue Mountains entre Buff Bay e Kingston, na Jamaica

Atravessando as Blue Mountains entre Buff Bay e Kingston, na Jamaica


Neste ponto topamos com o Gap´s Café and Restaurant, estrategicamente colocado no alto das Blue Mountains, com uma vista magnífica e uma varanda super convidativa para desfrutarmos o silencio da montanha acompanhado de um belo rum punch.

Pit-stop em restaurante no alto das Blue Mountains, com magnífica vista para Kingston, capital da Jamaica

Pit-stop em restaurante no alto das Blue Mountains, com magnífica vista para Kingston, capital da Jamaica


Ao lado do bebedouro dos beija-flores estava Joseph, sua esposa e filho, uma família super viajada e simpática de Kingston que já nos deram algumas dicas do que ver e conhecer na cidade.

Vista de Kingston, na costa sul da ilha desde o alto das Blue Mountains, na Jamaica

Vista de Kingston, na costa sul da ilha desde o alto das Blue Mountains, na Jamaica


Descemos em mais uma hora de estrada e fomos direto para o Bob Marley Museum. O museu está fechado aos domingos, mas tínhamos esperança que por ser véspera do aniversário de Bob, hoje ele estivesse funcionando. Chegando lá conversei com o segurança, expliquei a situação e ele nos deixou entrar. O Legend´s Café na entrada e a parte interna do museu infelizmente estavam fechados, mas pudemos conhecer os arredores, ver as fotos e os murais, da antiga casa do Bob Marley e sua gravadora de discos. Nos jardins da casa conhecemos o Mickey Mystic, cantor jamaicano que freqüentava a família, jogava futebol e era amigo de Bob Marley.

Antiga residência e gravadora, hojje retransformada no Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica

Antiga residência e gravadora, hojje retransformada no Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica


Além de nos contar algumas histórias rápidas, Mickey fez a nossa passagem por ali ficar ainda mais especial, nos mostrando um pouco da sua música, ao vivo e a cores. Reggae puro e raiz! Vou ver se consigo dar um upload do CD do Mickey para vocês conhecerem. Sucesso ao Mickey Mystic!

Nosso amigo Mickey Mystic tocando um reggae no Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica

Nosso amigo Mickey Mystic tocando um reggae no Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica


Comentei com ele como estava triste de ir embora justo no dia do Bob Marley Celebration, pois haveria uma grande festa em Nine Mille, lugar onde nasceu e foi enterrado o Bob Marley. E mais uma vez Mickey fez a diferença na nossa história, nos convidando para o show que aconteceria em homenagem ao rei do reggae, no Emancipation Park, na noite de hoje.

Visitando o Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica

Visitando o Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica


Nós deixamos o nosso carro no hotel em West Kings, Uptown e saímos caminhando para sentir melhor a cidade. Kingston é uma cidade engraçada, bem espalhada e com sua arquitetura bem horizontal, alguns poucos prédios em Downtown, ruas largas e poucas calçadas, nada agradáveis para pedestres. Fomos à primeira dica de Joseph, o Truck´s Stop para provar o tradicional Jerk Pork jamaicano. Dali, decidimos ir direto para o Emancipation Park, caminhando por loooongos quarteirões sem nenhum charme ou atrativo.

Nos jardins do Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica

Nos jardins do Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica


A fama de Kingston não é nada boa no quesito segurança, mas chegando ao parque tivemos uma ótima surpresa! Um imenso show aberto ao público, gratuito, lotado de famílias, homens, mulheres, crianças e idosos literalmente celebrando o aniversário de nascimento de um dos maiores heróis deste país. Bob Marley não só fez a música jamaicana quebrar fronteiras, mas lutou por suas crenças e seus ideais.

Placa informativa no Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica

Placa informativa no Bob Marley Museum em Kingston, capital da Jamaica


O Bob Marley Celebration Day comemorou o aniversário de 67 anos do cantor e foi simplesmente espetacular! O show contou com artistas como Kymani Marley, Freddy McGregor, Judy Mowatt, Protégé, Alaine, Coco-Tea, Romaine Virg, I-Octane and Jermaine Edwards. Milhares de pessoas cantando todas as músicas, em uma só voz... Dançando e celebrando a vida de um dos maiores cantores da história, que com a sua música espalhou a mensagem de amor, paz e justiça, seja ela política, racial ou social.



Chorei, emocionada, quando a multidão cantou Redemption Song... fantástico! Era esta a imagem que eu tinha da Jamaica, pessoas felizes, cantando em paz e harmonia e é esta a imagem que levarei comigo. Amanhã partimos para as Ilhas Cayman, um paraíso dos mergulhadores.

Vejam também o post do Rodrigo com histórias sobre os Rastafáris.

Jamaica, Port Antonio, Kingston, Blue Mountains, Bob Marley, Bob Marley Celebration

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Trinidad é Cultura!

Cuba, Trinidad de Cuba

Interior de galeria de arte em Trinidad - Cuba

Interior de galeria de arte em Trinidad - Cuba


Se você gosta de galerias de arte popular e contemporânea, artesanato, música, bons bares, restaurantes e cafés, Trinidad é o lugar! Eu achei que não encontraríamos um lugar como este em Cuba, pois aqui a quantidade de pequenos e atrativos negócios nos faz praticamente esquecer que estamos em um país comunista.

Vida tranquila na cidade histórica de Trinidad, em Cuba

Vida tranquila na cidade histórica de Trinidad, em Cuba


Trinidad foi considerada Patrimônio Histórico pela Unesco em 1988 e não é difícil entender o porque. Ruas de paralelepípedo, casas coloniais ao redor das suas diversas praças e passeios que lembram muito a atmosfera criativa que encontramos em Tiradentes, Minas Gerais. Porém é só caminharmos nos arredores da Plaza Mayor que as maracas e os güiros, a guitarra tres e a conga dos grupos de son e salsa te trazem rapidinho à boa e velha Cuba.

A charmosa cidade vista do alto do Museu Nacional de La lucha Contra Bandidos, em Trinidad - Cuba

A charmosa cidade vista do alto do Museu Nacional de La lucha Contra Bandidos, em Trinidad - Cuba


Apenas caminhar por entre as casas, saboreando a riquíssima arte popular cubana e ouvindo a trilha sonora das ruas de Trinidad já satisfaz a nossa curiosidade. A batida afro-cubana, os vendedores ambulantes, crianças brincando, jovens jogando baseball e os senhores sentados na calçada, jogando dominó ou apenas vendo a vida passar.

Vida tranquila na cidade histórica de Trinidad, em Cuba

Vida tranquila na cidade histórica de Trinidad, em Cuba


Além do museu a céu aberto, a cidade ainda oferece uma penca de museus de história, arqueologia, arquitetura, de mártires, o museu romântico ou da luta contra os bandidos, são museus para todos os gostos.

Jogo de dominó nas ruas de Trinidad, em Cuba

Jogo de dominó nas ruas de Trinidad, em Cuba


Até poeta trabalhando como carregador nós encontramos na praça, em seu caderno de poesias nos deu uma aula de geografia. Perguntou de onde éramos e respondemos Brasil. Aonde no Brasil? “Uma cidade no sul, menos conhecida, Curitiba”, respondemos. Pasmem, lá foi ele encontrar o seu poema feito para a cidade de Curitiba! Leu também o poema à Belo Horizonte, em homenagem ao mineiro do grupo.

O simpático e culto poeta de rua em Trinidad,- Cuba

O simpático e culto poeta de rua em Trinidad,- Cuba


“Eu viajo com os meus poemas, não preciso sair de Cuba, sou feliz aqui.” Depois dessa é claro que ele se tornou o nosso personagem do “Soy loco por ti América – Cuba”.

Morador de Trinidad, em Cuba

Morador de Trinidad, em Cuba


Enquanto Rafa e Laura continuaram caminhando pelas ruas da cidade, aproveitando aquele horário mágico para os fotógrafos, eu e Rodrigo aproveitamos para subir o Cerro de La Vigía, o ponto mais alto a apenas 30 minutos de caminhada do centro da cidade. Lá do alto avistamos o mar, o rio e toda Trinidad, enquanto o sol dourava o horizonte e romanticamente se despedia de mais um dos nossos 1000dias.

A charmosa cidade vista do alto do Museu Nacional de La lucha Contra Bandidos, em Trinidad - Cuba

A charmosa cidade vista do alto do Museu Nacional de La lucha Contra Bandidos, em Trinidad - Cuba


Trinidad vista do alto do Cerro de La Vigia (Cuba)

Trinidad vista do alto do Cerro de La Vigia (Cuba)


No caminho de volta passamos pela Casa de La Trova para uma água e um mojito, enquanto assistíamos ao ensaio dos trovadores e músicos que se preparavam para tocar. Todas as maiores cidades cubanas possuem uma Casa de La Trova, que reúne artistas que mantém a tradição da trova e de músicas como o son, salsa e as clássicas baladas do Buena Vista Social Club, Compay Segundo, entre outros.

Ensaio de música cubana para o show da noite na Casa de La Trova em Trinidad - Cuba

Ensaio de música cubana para o show da noite na Casa de La Trova em Trinidad - Cuba


A noite ficou ainda mais animada na balada jovem no Bar Las Cuevas, uma discoteca construída dentro de uma caverna aos pés do Cerro de La Vigía. Um cenário de filme de vampiros, uma festa absurda com música eletrônica bem eclética que ia dos sucessos de tecno-pop à salsa e o reggaeton. Só para vocês terem uma ideia, quando entramos estava tocando o atual sucesso mundial “Ai se eu te pego” do Michel Teló! Nem aqui em Cuba conseguimos escapar! Está aí a prova viva de que Cuba não está alienada das atualidades do mundo capitalista.

Balada em uma disco dentro de uma caverna em Trinidad, - Cuba

Balada em uma disco dentro de uma caverna em Trinidad, - Cuba

Cuba, Trinidad de Cuba, cidade histórica, cultura, Sancti Spiritus

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Ottawa em 01 Dia

Canadá, Ottawa

Concorrida sessão de Ioga, em frente ao prédio do Parlamento, em Ottawa, capital do Canadá

Concorrida sessão de Ioga, em frente ao prédio do Parlamento, em Ottawa, capital do Canadá


Ottawa foi uma capital planejada, antes habitada pelos índios Algoquins, está localizada em posição estratégica entre as duas principais cidades do país que disputavam a liderança econômica e política, Montreal e Toronto. Se você é como nós, um sem vergonha de ter planejado apenas um dia para a capital do Canadá, aí vai o roteiro que fizemos para aproveitar ao máximo a sua sem-vergonhisse.

Caminhando por Ottawa, capital do Canadá

Caminhando por Ottawa, capital do Canadá



História e Yoga na Downtown Area

A melhor forma de explorar o centro de Ottawa é a pé e o melhor dia durante o verão, é na quarta-feia. Como assim? Bom, não é todo o dia que você vê mais de 500 pessoas reunidas praticando yoga em frente ao prédio do Parliament Hill. Isso mesmo, você leu direito, um catatau de gente com suas roupas de ginástica e tapetinhos de yoga, seguindo as orientações de professores contratados pela prefeitura da cidade, repetindo os mesmos movimentos, com ritmo e respirações perfeitos, vibrando em uma mesma frequência.

A Ana participa de aula de Ioga em frente ao prédio do Parlamento, em Ottawa, capital do Canadá

A Ana participa de aula de Ioga em frente ao prédio do Parlamento, em Ottawa, capital do Canadá


Nós estávamos caminhando pela Sparks Street, rua comercial com restaurantes e cafés cheios na hora do intervalo, descemos para a Wellington Avenue na esquina com o Parliament Hill e começamos a ver várias pessoas correndo com suas yoga mats para um mesmo lugar. Algo está acontecendo, pensei. Acelerei o passo junto com eles e no caminho perguntei o que estava acontecendo, e Patrick me respondeu: "is the Parliament Hill Yoga!" Bah, foi inacreditável! É claro que mesmo sem tapete e roupa adequada eu tive que me juntar para pelo menos uns 20 minutos de aula e alongamento naquela energia tão especial. Ottawa nos dava as boas vindas!

A Ana participa de aula de Ioga em frente ao prédio do Parlamento, em Ottawa, capital do Canadá

A Ana participa de aula de Ioga em frente ao prédio do Parlamento, em Ottawa, capital do Canadá


Caminhamos pelas ruas vibrantes e cheias de vida, atravessando o Rideau Canal, que no inverno é o mais longo ringue de patinação no gelo. 7,8 dos seus 200km são fechados e viram uma avenida de patins com centenas de pessoas indo e vindo. O canal foi projetado pelo visionário engenheiro Colonel John By em 1826, seus 200 km de extensão interligaram através do Ottawa River os dois principais centros militares do país, Ottawa e Kingston, a então capital do Canadá Colonial. Depois de 175 anos de intenso uso comercial, o canal hoje é um patrimônio histórico e turístico da cidade.

Arquitetura grandiosa em Ottawa, capital do Canadá

Arquitetura grandiosa em Ottawa, capital do Canadá



As delícias gastronômicas do Byward Market

Cruzamos o canal, observando um dos seus mais de 47 diques e chegamos à região do Byward Market. O mercado em si é pequeno e este é o quinto prédio depois de incêndios e reconstruções, que não o fizeram perder em caráter e importância comercial. A área foi tomada por comerciantes e vendedores de todos os tipos desde os tempos áureos que o engenheiro Colonel John By, o mesmo do canal, resolveu construí-lo.

Apetitosas berries no ByWard Market, em Ottawa, capital do Canadá

Apetitosas berries no ByWard Market, em Ottawa, capital do Canadá


Muitas cores no ByWard Market, em Ottawa, capital do Canadá

Muitas cores no ByWard Market, em Ottawa, capital do Canadá


No verão as ruas são tomadas por feirantes vendendo produtos frescos deliciosos, frutas, verduras e legumes, além de uma imensa variedade de queijos! Os prédios antigos foram reformados e se tornaram deliciosas mercearias ou charmosos restaurantes, bares e bistrôs.

Loja de queijos no ByWard Market, em Ottawa, capital do Canadá

Loja de queijos no ByWard Market, em Ottawa, capital do Canadá


Esta é a região ideal para um almoço gostoso no meio das suas, ou nossas, andanças. Dentre tantas opções de cardápios nós escolhemos o Play, restaurante de tapas pra lá de criativas e com uma ótima seleção de queijos canadenses, acompanhada de um bom vinho.

Queijos e vinho no restaurante Play, em Ottawa, capital do Canadá

Queijos e vinho no restaurante Play, em Ottawa, capital do Canadá


À noite a região também é uma das mais movimentadas da capital, só não espere muito de uma terça-feira chuvosa... Relaxados e bem alimentados fomos à próxima atividade, uma tarde cultural.

Queijos e vinho no restaurante Play, em Ottawa, capital do Canadá

Queijos e vinho no restaurante Play, em Ottawa, capital do Canadá



Desafio: escolha apenas um dos 8 incríveis museus.

São pelo menos 8 museus imperdíveis em Ottawa: (1) Canadian Museum of Civilization, (2) National Galley of Canada, (3) Canadian Museum of Nature, (4) Canada Science & Technology Museum, (5) Canadian War Museum, (6) Canada Aviation and Space Museum, (7) Ottawa Locks & Bytown, (8) Royal Canadian Mint. Eu sei disso por que li no meu guia de viagens, não por que pude conhecer todos eles. A escolha é difícil, eu sei, mas vai da linha que você gosta de fazer.

A National Galery, em Ottawa, capital do Canadá

A National Galery, em Ottawa, capital do Canadá


A nossa eleita foi a National Gallery of Canada. Eu estava saudosa de exposições de arte e louca para ver a galeria de Arte Inuit. Queria entender um pouco mais sobre a psique do povo canadense e a arte é sempre uma boa forma de entrar na cultura e na história de um povo. A Inuit Gallery no subsolo reúne gravuras e esculturas deste povo ártico que conhecemos durante a viagem para Groelândia. Esculturas de animais árticos e lendas Inuits em ossos de baleia ou chifres de renas e gravuras com cenas cotidianas de pesca, caça e imagens do imaginário Inuit. Muito bacana ver a arte desse povo sendo selecionada e reconhecida como arte nacional em um país de culturas tão distintas.

Aranha gigante no pátio da National Galery, em Ottawa, capital do Canadá

Aranha gigante no pátio da National Galery, em Ottawa, capital do Canadá


Dentre galerias de arte grega, romana, europeia e até arte-sacra, eu optei por uma passagem rápida pelas obras dos meus pintores preferidos como Monet, Manet e Picasso, só para matar as saudades, e entrei de cabeça na galeria de arte nacional. As obras dos pintores modernistas do Group of Seven se destacam, pois pintando paisagens canadenses eles criaram o primeiro grande movimento artístico nacional no Canadá. Porém a minha maior descoberta, foi a pintora e escritora Emily Carr (1871-1945), uma mulher forte, independente e que já naqueles tempos viajava para as distantes Queen Charllote Islands, Alasca e outros lugares insólitos para retratar a cultura e a arte dos povos indígenas. Foi uma grande surpresa quando vi os imensos totens de madeira dos Haidas impressos com os traços intensos desta pintora modernista e pós-impressionista.

Exposição Virtual: Já que não podemos fotografar nenhuma das obras dentro do museu, aqui vai o link com a exposição virtual de Emily Carr na Vancouver Art Gallery.

Reservamos duas horas para o gigantesco museu, que reúne obras dos maiores artistas de todo o mundo e até uma exposição temporária de Van Gogh! Infelizmente tivemos que deixar esta para outra viagem (à Europa, é claro). Bacana que na entrada você pode escolher pagar para ver apenas as exposições permanentes e se tiver tempo, adicionar ao pacote a temporária. Mas vai por mim, em apenas um dia na cidade, não vai dar tempo.

Igreja em Ottawa, capital do Canadá

Igreja em Ottawa, capital do Canadá

Canadá, Ottawa, Byward Market, Capital, museu, National Gallery of Canada, Ontario, Parliament Hill Yoga

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Valle del Elqui

Chile, Valle del Elqui

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile


Até agora no Chile havíamos encontrado apenas dois tipos de ambiente: desertos andinos e o litoral pacífico. O vento salgado que sopra do oceano não deixa as plantas se desenvolverem nas terras do lado de cá da Cordilheira e as propriedades do seu terreno são propícias principalmente para atividades de mineração. Cobre e carvão são as mais famosas delas, mas outra infinidade de elementos são encontrados nestas montanhas de origem vulcânica.

Represa no Valle del Elqui, no Chile

Represa no Valle del Elqui, no Chile


Os desertos andinos são maravilhosos, desertos como o Atacama despertam em nós um novo sentido observador, onde pensamos que a vida poderia não existir encontramos salinas repletas de flamingos, colônias de bactérias que colorem lagunas inteiras, gêiseres e fontes de águas termais incríveis. No pacífico as praias recortadas pelo maior oceano do mundo parece nos cobrar mais respeito, não apenas pelas frias correntes vindas da Antártida, mas por sua imponência e grandiosidade.

Produção de energia eólica na estrada entre La Serena e Valparaiso, no Chile

Produção de energia eólica na estrada entre La Serena e Valparaiso, no Chile


Quando chegamos em La Serena, porém, descobrimos que aqui existia uma terra verde e produtiva, o celeiro de frutas na região central do Chile, um jardim do éden em meio à tanto cinza. Lá se produz uma quantidade imensa de frutas, mas a principal delas é a uva, elemento essencial para a produção da tradicional bebida chilena, o pisco.

Um dos muitos parreirais no Valle del Elqui, no Chile

Um dos muitos parreirais no Valle del Elqui, no Chile


A cidade de Vicuña é a base para explorar o vale e está a apenas uma hora de La Serena, na zona da pré-cordilheira. Seguimos viagem hoje acompanhados de um amigo viajante que conhece essa região, Maxi é argentino e vive na província de San Juan. Desde pequeno ele vem com a sua família para as praias de La Serena cruzando o passo de Águas Negras, um dos muitos passos da Cordilheira dos Andes. Para eles o Pacífico está muito mais próximo que o Atlântico e nos bons tempos da economia argentina as casas de veraneio do lado chileno eram uma barganha. A viagem de 14 horas era um pouco cansativa, então Maxi, seu pai, mãe e 3 irmãos cruzavam rasgando a região do vale e ele nunca havia parado por aqui para visitar.

Com o Maxi, vistando a represa no Valle del Elqui, no Chile

Com o Maxi, vistando a represa no Valle del Elqui, no Chile


Subimos o vale e fizemos a nossa primeira parada no mirante do novo embalse, represa de água construída há uns 7 anos. O lago de águas verdes, no caminho do vento andino, é um dos melhores lugares na região para wind e o kite surf. O vento é tanto que na inauguração da represa foi instalado também um monumento que é, na realidade, um instrumento musical que assovia com o vento! Ali perto há também um observatório astronômico que pode ser visitado, nós pulamos e fomos direto ao que interessava, a pisqueria.

Visitando a destilaria capel, no Valle del Elqui, no Chile

Visitando a destilaria capel, no Valle del Elqui, no Chile


O Valle del Elqui é uma das principais regiões pisqueiras do Chile, casa para duas das maiores produtoras de pisco nacionais, a Mistral e a Capel. A Mistral é uma das maiores do país, uma holding que comprou diversas pisquerias artesanais, vinícolas, além de produzir a principal cerveja chilena, a Cristal. A origem da empresa foi em uma família proprietária de grandes minas de cobre e o seu dono é um dos homens mais ricos do Chile. A CAPEL, por outro lado, é uma cooperativa, a sigla responde à Cooperativa Agrícola Pisquera Elqui Ltda. Estes pequenos produtores se recusaram a entrar para o império da Mistral e se uniram para manter a tradição e a qualidade do seu produto. Quase quebrada no começo dos anos 2000 recebeu uma injeção de capital do governo, conseguiu se reerguer e desde 1953 é líder no mercado nacional e a maior concorrente da Mistral com uma gama de sucos, cervejas, vinhos e é claro, piscos.

Venda de Pisco na destilaria Capel, no Valle del Elqui, no Chile

Venda de Pisco na destilaria Capel, no Valle del Elqui, no Chile


A sua marca premium é o Alto del Carmen que provamos na degustação depois de uma visita guiada pela fábrica. O pisco é uma bebida destilada do vinho, traduzindo, para se obter o pisco é preciso primeiro produzir vinho e depois destilá-lo. As uvas preferidas para a produção de pisco são as brancas doces, a principal delas é a moscatel. Com maior quantidade de açúcar elas tem um alto teor alcoólico, resultando em piscos que, por regulamentação nacional, devem ter entre 40 e 50% de graduação álcoolica.

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile


Muitos de vocês devem estar pensando, mas e o pisco não era peruano?! Sim e não! Esta é uma grande disputa entre os dois países, mas afinal o pisco é peruano ou chileno? Nossa simpática guia chilena não poderia ter sido mais política na sua resposta, esperta com a quantidade de turistas do vizinho do norte que já passaram por aqui. O nome pisco é peruano e isso é sabido e comprovado até pela existência da cidade de Pisco, que foi quem emprestou o nome à bebida que era produzida, envasada em barris e enviada aos diferentes portos registrada com o nome do seu porto de origem. Porém temos que lembrar que o norte do Chile um dia pertenceu ao Perú, mais um detalhe na história e na geografia que podem nos deixar confusos na determinação de onde se originou afinal, tal bebida.

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile


Depois de uns shots de pisco e a aula sobre mais um dos ícones gastronômicos e culturais do Chile, fomos provar a tradicional culinária local no melhor estilo sustentável moderno. O restaurante de cozinhas solares aproveita os mais de 320 dias de sol por ano na região para cozinhar batatas, pães e empanas de chivos (bode), além de preparar duas opções de pratos: ensopados de frango ou de cabrito.

Chegando à restaurante com cozinhas solares, no Valle del Elqui, no Chile

Chegando à restaurante com cozinhas solares, no Valle del Elqui, no Chile


Uso do sol para cozinhae, no Valle del Elqui, no Chile

Uso do sol para cozinhae, no Valle del Elqui, no Chile


Nós não tivemos dúvida e provamos a especialidade local. O ensopado estava delicioso, mas confesso que a empanada me deixou com uma pulga atrás da orelha, um pouco forte para estômagos novatos nessa modalidade.

Empanada de chivo (bode) em restaurante no Valle del Elqui, no Chile

Empanada de chivo (bode) em restaurante no Valle del Elqui, no Chile


Com o Maxi, almoçando em restaurante de cozinha solar no Valle del Elqui, no Chile

Com o Maxi, almoçando em restaurante de cozinha solar no Valle del Elqui, no Chile


Fechamos aqui a nossa rápida visita ao Valle del Elqui que além de pisquerias e fazendas de frutas, no verão também tem balneários de rios como alternativa à fria água do Pacífico. Faltou também visitarmos a cervejaria artesanal, que produz cervejas adocicadas com leite de avelãs e também é muito bem recomendada. Mas ainda tínhamos mais 400km de estrada pela frente até o nosso próximo destino no litoral chileno, Valparaíso e Viña del Mar. A despedida do Maxi foi um breve até logo, já que em duas semanas o encontraremos novamente em San Juan com sua esposa viajante Mari. Tomamos um bom chimarrão, fazendo a digestão do chivo caminhando à beira mar, enquanto o Rodrigo se recuperava com uma siesta antes de pegarmos a estrada. É bom ele descansar mesmo, afinal a cidade das artes e da boemia nos espera!

Despedida do Maxi em La Serena, no Chile

Despedida do Maxi em La Serena, no Chile

Chile, Valle del Elqui, Enoturismo, Pisco, Vale, Vale Central

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Vida Garifuna

Belize, Hopkins

Praia em Hopkins, no litoral sul de Belize

Praia em Hopkins, no litoral sul de Belize


Se você é daqueles que gosta de viajar para encontrar culturas contrastantes, novos idiomas, sons e sabores, Hopkins é um ótimo lugar em Belize para começar as suas explorações. Oficialmente a única Vila Garifuna do país, Hopkins mantém vivos os costumes, tradições e a história dos “Black Caribs”. Dangriga, Punta Gorda e Placencia também são cidade garifunas, porém maiores, o que dificulta o encontro com o ritmo e a cultura dos seus moradores.

Cães (incluindo o Chími - o marrom) brincam em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Cães (incluindo o Chími - o marrom) brincam em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize


A maioria da sua população vive uma vida simples, homens no mar pescando o almoço e o jantar de cada dia, enquanto mulheres cuidam da casa, filhos, cozinham e fazem artesanatos. O seu idioma é uma mistura de arawak, carib e dialetos africanos, onde homens e mulheres possuem vocábulos próprios, nunca usados pelo outro sexo. Dizem que a origem disso estaria ligada à história do surgimento dos Garifunas, quando apenas mulheres Arawaks sobreviveram e se uniram aos Caribs e aos negros fugidos dos navios negreiros, que anos mais tarde foram expulsos da ilha de St Vicent.

Fim de tarde, chegando de volta à Hopkins, no litoral sul de Belize

Fim de tarde, chegando de volta à Hopkins, no litoral sul de Belize


Depois da nossa passagem pelos cayes, a parte mais turística de Belize, estávamos em busca de um lugar que nos mostrasse um pouco mais o mosaico de culturas que convive no país. A população maya se concentra no sul e os garifunas em algumas cidades e vilas na linha litorânea. Saímos de Corazal, quase na fronteira com o México, passamos por Belize City, ex-capital e principal centro econômico do país e seguimos em direção à Placencia. A nossa primeira ideia era dormir em Placencia, mas algo me dizia que lá não era o lugar, então resolvemos desviar pouco menos de 20km e dar uma olhada na pequena vila de Hopkins.

Longo trecho de estrada de terra no caminho para o sul de Belize

Longo trecho de estrada de terra no caminho para o sul de Belize


A pacata vila parecia quase deserta, tamanho o calor que fazia no meio daquela tarde ensolarada. Vimos algumas crianças correndo pelas ruas enquanto suas mães, nas portas das casas de madeira com telhado de palma, viam aquele casal de “gringos” chegar em sua espaçonave prateada. Cruzamos toda a vila pela rua de terra paralela à praia de águas tranquilas e repleta de coqueiros, buscando algum lugar para comer. Nossa primeira parada foi no centro de cultura garifuna, onde alugam alguns quartos e oferecem aulas de tambor. Não havia ninguém... Apenas tambores e uma bagunça imensa, pratos sujos, cumbucas, garrafas plásticas e lixo por tudo. A televisão ligada dava aquele ar de que o local fora abandonado em meio a uma invasão bárbara.

Praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Praia de Hopkins, no litoral sul de Belize


Continuamos, agora encasquetados com as placas de um lugar que dizia ter cabanas, café, restaurante vegetariano à beira da praia, Kismet Inn. Quando chegamos demos de cara com Elvis,um negão rasta, garifuna simpático. Elvis desentocou Tricia do quarto, uma new yorker de origem judia que depois de ter um dos restaurantes mais badalados de Nova Iorque resolveu viver no Caribe. Ela viveu anos na Jamaica, onde teve uma gravadora de discos e, sabe Deus como, veio parar aqui.

Frente do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize

Frente do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize


Tricia tem as melhores histórias que você pode imaginar! Como bem definido por Gaston, “I love Tricia, there´s always a drama”. O Kismet Inn por si só é uma atração, dormimos em uma cabana de pescador no terreno à beira mar repleto de coqueiros, galos e cachorros. Os jantares familiares feitos por Tricia incluem desde sabores indianos veganos à sopa de tartaruga que o seu homem, Elvis, pescou. Mesmo homem em quem Tricia quase ateou fogo quando ele apareceu, mais uma vez, bêbado. Ela tinha avisado que o mataria se acontecesse de novo! Gargalhava nos contando que enquanto ele estava desmaiado de bêbado jogou álcool ao redor dele e o acordou riscando fósforos em falso, em seu ímpeto torturador para dar-lhe uma lição. A cara de susto do Elvis deve ter sido tão cômica quanto a risada de Tricia contando o causo! Histórias tristes contadas com seu humor ácido que se reunidas dariam um filme perfeito numa mistura meio Tarantino e meio Wood Allen.

A Cher, o galo do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize

A Cher, o galo do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize


Nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize

Nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize


Durante os dias nós trabalhamos nos blogs e caminhamos pela praia, socializamos com os locais na pizzaria vizinha, onde encontramos a melhor pizza da ponta norte de Hopkins (a única, a propósito). As crianças batem ponto lá vendendo doces de coco, cassava e cacau, além de pedir a colaboração para o festival de pipas que reúne a comunidade no próximo dia 16. Infelizmente perdemos o festival, mas não a chance de socializar com estes lindos garifuninhas. No nosso primeiro pôr do sol em Hopkins, acompanhados de uma boa Belize Stout (como chamam a cerveja local, Belikin), conhecemos Gaston, outro personagem citado acima.

Meninas garifunas vendem artesanato para turistas em Hopkins, no litoral sul de Belize

Meninas garifunas vendem artesanato para turistas em Hopkins, no litoral sul de Belize


Um holandês que vive pelos mares do Caribe há 9 anos morando em seu veleiro. Hopkins é um dos seus lugares preferidos, onde encontra pessoas de verdade, sem firulas e falsidades. Gente simples, que vive a vida tranquila, com seus problemas e suas alegrias, a vida como ela é e não como ninguém (ou nenhum sistema) disse que deve ser. Gaston é um homem vivido e de opiniões fortes que já morou em diversos países da África, Europa e América Central.

Nossa primeira foto do Gaston, antes mesmo de conhecê-lo (em Hopkins, no litoral sul de Belize)

Nossa primeira foto do Gaston, antes mesmo de conhecê-lo (em Hopkins, no litoral sul de Belize)


Ele nos convidou a fazer um tour em seu barco até a Grande Barreira de Corais e a pequena ilha de Tobacco Caye. Nós estávamos procurando algo parecido nos arredores, tínhamos uma opção de snorkel em uma ilha mais próxima e ainda tínhamos ficado com o camping na Half Moon Caye, que não aconteceu, entalado na garganta. No dia seguinte nadamos até seu barco sendo atucanados por um peixinho branco desgraçado e com alguma chance de cruzar um peixe-boi que às vezes aparece por estas águas. Conhecemos o barco, conversamos novamente para fechar os detalhes e decidimos partir com Gaston para uma velejada de 3 dias pelas águas azuis de Belize. Partiríamos no dia seguinte, depois de mais uma noite de histórias e gargalhadas com Tricia, seus vizinhos, Gaston e Cris, amigo canadense que chegou em veleiro hoje.

Barco ancorado em frente ao nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize. Ainda não conhecíamos o 'The Rob'...

Barco ancorado em frente ao nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize. Ainda não conhecíamos o "The Rob"...


Hopkins foi uma das melhores surpresas da viagem, conhecemos personagens memoráveis, pessoas muito especiais! Cada um deles nos relembrou à sua forma meio esquizofrênica que a vida é assim, cheia de altos e baixos, surpresas e loucuras. Foram dois dias que nos ensinaram como é importante seguirmos nossos instintos, deixando a vida fluir e principalmente, aproveitando esta oportunidade única que temos de poder mudar de planos a qualquer momento. Enfim, deixar a vida nos fazer feliz!

Noite em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Noite em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize

Belize, Hopkins, Garifunas, Kismet Inn

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A transposição

Brasil, Alagoas, Piaçabuçu (Foz do São Francisco)

Margem do São Francisco pouco antes da sua foz, na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe (município de Piaçabuçu - AL)

Margem do São Francisco pouco antes da sua foz, na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe (município de Piaçabuçu - AL)


Tudo parece perfeito, porém não devemos acreditar em tudo que vemos. O guia turístico do barco vai nos passando informações durante o tour e conscientizando os turistas de que toda esta paisagem está em constante mutação. Os motivos são os mesmos já descritos acima, represas e desmatamento da mata ciliar que vão provocando o assoreamento do rio e provocando o aparecimento de novos bancos de areia, novas ilhas e aos poucos a diminuição do rio. Aqui este fenômeno é ainda mais intenso e facilmente percebido, pois quanto mais o rio perde sua força, mais espaço ele deixa para o avanço do mar.

Grupo se aperta na sombra de coqueiros para ouvir o guia, na Foz do Rio São Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe (município de Piaçabuçu - AL)

Grupo se aperta na sombra de coqueiros para ouvir o guia, na Foz do Rio São Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe (município de Piaçabuçu - AL)


Triste é ouvir que tudo isso pode realmente acabar. O guia faz uma parada estratégia no alto da duna, à sombra de um coqueiro para explicar a todos o que é o projeto de Transposição do Rio São Francisco. Uma obra idealizada para ajudar a população do sertão nordestino, porém que está localizada 80% dentro das terras de latifundiários. Canais de 300km de extensão, 25m de largura e 6m de profundidade serão construídos.

Sinal de celular na Foz do Rio São Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe! (município de Piaçabuçu - AL)

Sinal de celular na Foz do Rio São Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe! (município de Piaçabuçu - AL)


No entanto o projeto não irá atingir quem realmente precisa. Os principais estados beneficiados seriam Pernambuco e Ceará e os estados de Alagoas e Sergipe sairiam totalmente prejudicados, pois além de não estarem dentro do alcance dos canais, terão um grande volume de água do rio desviado. O rio de onde tiram o seu sustento irá diminuir e sucumbir às forças do mar, portanto tudo o que vemos aqui hoje pode, em alguns anos, estar embaixo d´água. A população ribeirinha não terá onde viver e ficará ao Deus dará.

Rio São Francisco em Piaçabuçu - AL

Rio São Francisco em Piaçabuçu - AL


É difícil saber exatamente quais serão as conseqüências e o impacto ambiental e social deste projeto. É difícil saber exatamente em quem acreditar. Recebemos informações de todos os lados, dos que acreditam na transposição aos que a abominam. Fato é que com um investimento muito menor poderiam ser cavados milhares de poços artesianos no sertão, região rica em lençóis freáticos, e sem dúvida o problema de fornecimento de água seria sanado. Afinal, em quem devemos acreditar? O encontro do bom senso e da responsabilidade ambiental e social em torno desta questão é primordial para que não tenhamos apenas a mudança de endereço da pobreza e miséria.

Carranca do barco que nos levou à Foz do Rio São Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe (município de Piaçabuçu - AL)

Carranca do barco que nos levou à Foz do Rio São Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe (município de Piaçabuçu - AL)

Brasil, Alagoas, Piaçabuçu (Foz do São Francisco), foz, Praia, Rio, Rio São Francisco, São Chico

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Máncora

Peru, Mancora

Belo pôr-do-sol no Oceano Pacífico, em Mancora, no litoral norte do Peru

Belo pôr-do-sol no Oceano Pacífico, em Mancora, no litoral norte do Peru


Máncora é um balneário praiano localizado no estado de Piúra a 1.172km de Lima, no norte do Perú. Às margens da Panamericana, é uma das praias preferidas dos peruanos, sendo comparada por alguns guias e blogueiros como a Búzios peruana.

Praia em Mancora, no litoral norte do Peru

Praia em Mancora, no litoral norte do Peru


O centro da cidade é repleto de restaurantinhos, bares e as baladas são bem conhecidas. Lá podem ser encontrados alguns hostals e pousadas mais simples e baratas, mas o charme mesmo está em um bairro vizinho conhecida como Mancora Chica, onde estão os melhores hotéis e pousadas à beira mar. A maioria deles possui também restaurantes gourmets, spas e um ambiente suuuper relax com piscina, bar e um deck com vista para o Pacífico.

Nosso hotel em Mancora, no litoral norte do Peru

Nosso hotel em Mancora, no litoral norte do Peru


Nós encontramos um hotel chamado Punta del Sol, que não era dos mais charmosos, mas por isso também tinha um preço mais amigável. As tarifa aqui variam de 160 a 300 soles (60 a 110 dólares), podendo custar 800 soles nos hotéis 5 estrelas de alto luxo. Recentemente esta região foi notícia nos jornais de todo o país, vítima de uma grande ressaca (ou até um mini-tsunami), que teria abatido o litoral e destruído casa e hotéis à beira mar. Isso diminuiu muito o movimento e o turismo, nos contou um vendedor ambulante que conhecemos na praia. Mas como pudemos verificar, nada aconteceu, Máncora está lá, linda e formosa como sempre.

Coqueiros na praia em Mancora, no litoral norte do Peru

Coqueiros na praia em Mancora, no litoral norte do Peru


O tempo estava um pouco nublado, o sol deu o ar da graça durante a manhã e depois a nebulosidade tomou conta. Caminhamos na praia, mas o vento frio não me animou a ter um approach mais íntimo com o pacífico. Praia extensa e com pedras é sim muito bonita, mas confesso que, como brasileiros, estamos mal acostumados com a beleza de nossas praias. Assim aproveitamos para tomar um pouco de sol e trabalhar bastante, tentando tirar o atraso aqui nos blogs.

Nosso 'escritório' em Mancora, no litoral norte do Peru

Nosso "escritório" em Mancora, no litoral norte do Peru


À noite demos uma volta para conhecer o centro da cidade, já era quase meia-noite e mesmo sendo sábado quase não achamos um restaurante aberto. Um bar reciclado foi a nossa salvação, com a sua pizza-brusqueta de 3 queijos deliciosa. As baladas na beira mar não nos pareceram muito atrativas, bombando um reggaeton fuerte, disputando som na mesma quadra. Havia também uma festa eletrônica free em um grande hotel à beira-mar, mas eu ainda em recuperação da infecção e com um marido ajuizado até demais, nem fomos lá para dar uma olhada.

Fim de tarde na praia de Mancora, no litoral norte do Peru

Fim de tarde na praia de Mancora, no litoral norte do Peru


Ah! Temos novidades! Conseguimos nos encaixar em um barco de live aboard para Galápagos no dia 25 de setembro! Rafael e Laura que já estavam embarcando para Quito também conseguiram ajustar as agendas. Não teremos as suítes para cada casal, mas os mergulhos e tubarões baleia estarão lá! Infelizmente a data disponível não se encaixava com a agenda do nosso primo Haroldo, que ficou sem Galápagos e nós sem a sua visita neste ano =(

Pelicanos voam tranquilamente em Mancora, no litoral norte do Peru

Pelicanos voam tranquilamente em Mancora, no litoral norte do Peru


Amanhã seguimos viagem rumo ao Equador!

Peru, Mancora, mar, Praia

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