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Típica esquina americana (em Santa Fé, no Novo México)
Santa Fé é um pueblo de colonização espanhola que era parte do território mexicano antes da guerra entre EUA e México. Na Mexican-American War o México perdeu grande parte do seu território para seu vizinho do norte, área correspondente aos atuais estados da Califórnia, Texas, Nevada, Arizona e Novo México.
Pimenta à venda em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Aqui ouvimos muito espanhol pelas ruas, as lojas, restaurantes e hotéis possuem nomes em espanhol. A arquitetura colonial do centro histórico se destaca dentre a arquitetura sem personalidade da maioria das cidades americanas. Aqui as características casas de adobe, com suas paredes sem quina e tons amarelos e terracotas dão cor e charme para a cidade. Tudo isso com a eficiência e organização que é peculiar aos estadunidenses, o melhor dos dois mundos!
Rua de Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
O povo é receptivo e a criatividade faz parte da cultura local. Os indígenas, também conhecidos como “native-americans” estão por todos os lados e são os grandes artesãos que influenciam as artes de cerâmica, tecelagem, pintura e até a culinária. Alguns restaurantes de alta gastronomia oferecem a cozinha fusion indígena-americana-mexicana, não exatamente nesta mesma ordem.
Museu em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Nós caminhamos pela cidade, praça central onde conhecemos esse simpático dog, já com 10 anos e começando a ficar cego. Sua dona muito simpática nos contou que ele reluta, mas usa os doogles todos os dias para proteger dos raios ultravioletas, responsáveis pela cegueira.
Cão usa "doogles" (dog + googles) em rua de Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
A Catedral estava ocupadíssima para um casamento, me chamou atenção a estátua em frente à igreja que homenageia à primeira santa indígena, nos idos de 1600 teria curado enfermidades e salvado vidas com seu dom e suas preces.
Dia de casamento na igreja matriz de Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Caminhamos até Loreto Church, famosa por sua escadaria milagrosa. Um milagre da engenharia, pois a escada em caracol não possui nenhum pilar de suporte a não ser a espiral central.
A famosa e milagrosa escada da Loreto Church, em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos (antes da construção do corremão)
Ela ficava ainda mais bonita sem os corrimãos, que foram colocados a pedido de um dos padres, que já bem velhinho trabalhava aqui.
A famosa e milagrosa escada da Loreto Church, em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Uma cidade deliciosa e super charmosa, com o pouco tempo que tínhamos acabamos optando por um turismo “outdoor”, vendo os artesanatos expostos pelos indígenas nos arcos da praça, a arquitetura e aproveitando o melhor da gastronomia local. Com tempo vale a pena a visita aos museus de arte e diversas galerias.
Venda de artesanato indígena em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Um vendedor de uma loja nos indicou os restaurantes mais bacanas da cidade: para o almoço o Pasquoal, restaurante de comida contemporânea mexicana que só utiliza ingredientes orgânicos. Pratos deliciosos e um ambiente super festivo fazem deste um preferido dos locais, que lotam durante todo o dia.
Decoração no delicioso restaurante Pascual, em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
A noite a indicação foi o restaurante Casa de Santa Fé, próximo à catedral de Santa Fé, escolhido principalmente por sua imensa adega. Apaixonados por vinhos a adega conta com mais de 15 mil garrafas de todo o mundo! A carta de vinhos é quase uma enciclopédia e a curiosidade é a forma como os vinhos são escolhidos. A curadoria é feita pelo tipo de vinícola, em geral pequenas e que aplicam técnicas especiais de plantio e corte. “Gostamos de vinhos feitos por pessoas que plantam a uva”, dizem os curadores que se orgulham de não ter as vinícolas líderes de vendas em sua carta. Assim já é de se imaginar que as opções não sejam muito baratas, mas existe uma ampla faixa de preço e uma variedade quase infinita de uvas e origens. Experiência sensacional!
Venda de artesanato indígena em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Hospedagem
Um dos hotéis mais bacanas da cidade é o Hotel Santa Fé Inn (CONFIRMAR), está bem localizado próximo ao centro e seu restaurante de culinária fusion indígena é bem indicado, mas deve ser reservado com antecedência. Nós chegamos à cidade as 22h e já não conseguimos encontrar nenhum dos hotéis e hostales charmosos com a recepção aberta. Nada mal, acabamos ficando em um Motel 6, que por mais padrão “chain motel” que seja, era confortável, bem localizado e estava com a recepção aberta.
Do it your self!
Aqui aquela cultura do “faça você mesmo” impera, o que faz nós latinos acostumados a termos mão de obra barata para tudo, ficarmos meio “preguiçosos”. Fato é que a Fiona precisava de um banho e eu, em um intervalo de trabalho que fizemos durante a tarde, entrei no clima e fui ao Lava Car Self Service.
A Ana dá merecido banho na Fiona em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Ela estava com uma grossa camada de pó desde o Death Valley, daquela que já parece quase um gesso! Coloquei a Fiona em um box, peguei umas dicas com Ronaldo, “chicano power” orgulhoso americano filho de mexicanos que se mudaram para os EUA, e mãos à obra. Estava um frio da porra, coloquei meu casaco impermeável, mangueira na mão, 2 dólares na máquina e 3 minutos de jato de alta pressão na Fiona.
Enquanto a Fiona toma banho, cai neve em Santa Fé, no Novo México - Estados Unidos
Quando olhei para fora estava caindo a maior neve!!! Acho que foi a primeira vez que vi cair tanta neve de dia, tão lindo! Enquanto eu me molhava, dançava na neve e me divertia a -3°C o Rodrigo estava no hotel quentinho trabalhando. Ok, mais 2 dólares foam soap por tudo, mais 2 enxaguei e a Fiona estava limpa por fora. A segunda parte foi a limpeza por dentro, por que quanto eu encasqueto com alguma coisa vou até o final. 3x de 50 cents para o aspirador, pano nas portas, painéis, tapetes... tudo! Pronto, temos a nossa casa limpa e apresentável! E eu, finalmente uma experiência mais íntima com a neve, em um momento bem corriqueiro e cotidiano, tipo, lavando o carro e vendo a neve cair. Amei!
Praia em Hopkins, no litoral sul de Belize
Se você é daqueles que gosta de viajar para encontrar culturas contrastantes, novos idiomas, sons e sabores, Hopkins é um ótimo lugar em Belize para começar as suas explorações. Oficialmente a única Vila Garifuna do país, Hopkins mantém vivos os costumes, tradições e a história dos “Black Caribs”. Dangriga, Punta Gorda e Placencia também são cidade garifunas, porém maiores, o que dificulta o encontro com o ritmo e a cultura dos seus moradores.
Cães (incluindo o Chími - o marrom) brincam em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize
A maioria da sua população vive uma vida simples, homens no mar pescando o almoço e o jantar de cada dia, enquanto mulheres cuidam da casa, filhos, cozinham e fazem artesanatos. O seu idioma é uma mistura de arawak, carib e dialetos africanos, onde homens e mulheres possuem vocábulos próprios, nunca usados pelo outro sexo. Dizem que a origem disso estaria ligada à história do surgimento dos Garifunas, quando apenas mulheres Arawaks sobreviveram e se uniram aos Caribs e aos negros fugidos dos navios negreiros, que anos mais tarde foram expulsos da ilha de St Vicent.
Fim de tarde, chegando de volta à Hopkins, no litoral sul de Belize
Depois da nossa passagem pelos cayes, a parte mais turística de Belize, estávamos em busca de um lugar que nos mostrasse um pouco mais o mosaico de culturas que convive no país. A população maya se concentra no sul e os garifunas em algumas cidades e vilas na linha litorânea. Saímos de Corazal, quase na fronteira com o México, passamos por Belize City, ex-capital e principal centro econômico do país e seguimos em direção à Placencia. A nossa primeira ideia era dormir em Placencia, mas algo me dizia que lá não era o lugar, então resolvemos desviar pouco menos de 20km e dar uma olhada na pequena vila de Hopkins.
Longo trecho de estrada de terra no caminho para o sul de Belize
A pacata vila parecia quase deserta, tamanho o calor que fazia no meio daquela tarde ensolarada. Vimos algumas crianças correndo pelas ruas enquanto suas mães, nas portas das casas de madeira com telhado de palma, viam aquele casal de “gringos” chegar em sua espaçonave prateada. Cruzamos toda a vila pela rua de terra paralela à praia de águas tranquilas e repleta de coqueiros, buscando algum lugar para comer. Nossa primeira parada foi no centro de cultura garifuna, onde alugam alguns quartos e oferecem aulas de tambor. Não havia ninguém... Apenas tambores e uma bagunça imensa, pratos sujos, cumbucas, garrafas plásticas e lixo por tudo. A televisão ligada dava aquele ar de que o local fora abandonado em meio a uma invasão bárbara.
Praia de Hopkins, no litoral sul de Belize
Continuamos, agora encasquetados com as placas de um lugar que dizia ter cabanas, café, restaurante vegetariano à beira da praia, Kismet Inn. Quando chegamos demos de cara com Elvis,um negão rasta, garifuna simpático. Elvis desentocou Tricia do quarto, uma new yorker de origem judia que depois de ter um dos restaurantes mais badalados de Nova Iorque resolveu viver no Caribe. Ela viveu anos na Jamaica, onde teve uma gravadora de discos e, sabe Deus como, veio parar aqui.
Frente do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize
Tricia tem as melhores histórias que você pode imaginar! Como bem definido por Gaston, “I love Tricia, there´s always a drama”. O Kismet Inn por si só é uma atração, dormimos em uma cabana de pescador no terreno à beira mar repleto de coqueiros, galos e cachorros. Os jantares familiares feitos por Tricia incluem desde sabores indianos veganos à sopa de tartaruga que o seu homem, Elvis, pescou. Mesmo homem em quem Tricia quase ateou fogo quando ele apareceu, mais uma vez, bêbado. Ela tinha avisado que o mataria se acontecesse de novo! Gargalhava nos contando que enquanto ele estava desmaiado de bêbado jogou álcool ao redor dele e o acordou riscando fósforos em falso, em seu ímpeto torturador para dar-lhe uma lição. A cara de susto do Elvis deve ter sido tão cômica quanto a risada de Tricia contando o causo! Histórias tristes contadas com seu humor ácido que se reunidas dariam um filme perfeito numa mistura meio Tarantino e meio Wood Allen.
A Cher, o galo do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize
Nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize
Durante os dias nós trabalhamos nos blogs e caminhamos pela praia, socializamos com os locais na pizzaria vizinha, onde encontramos a melhor pizza da ponta norte de Hopkins (a única, a propósito). As crianças batem ponto lá vendendo doces de coco, cassava e cacau, além de pedir a colaboração para o festival de pipas que reúne a comunidade no próximo dia 16. Infelizmente perdemos o festival, mas não a chance de socializar com estes lindos garifuninhas. No nosso primeiro pôr do sol em Hopkins, acompanhados de uma boa Belize Stout (como chamam a cerveja local, Belikin), conhecemos Gaston, outro personagem citado acima.
Meninas garifunas vendem artesanato para turistas em Hopkins, no litoral sul de Belize
Um holandês que vive pelos mares do Caribe há 9 anos morando em seu veleiro. Hopkins é um dos seus lugares preferidos, onde encontra pessoas de verdade, sem firulas e falsidades. Gente simples, que vive a vida tranquila, com seus problemas e suas alegrias, a vida como ela é e não como ninguém (ou nenhum sistema) disse que deve ser. Gaston é um homem vivido e de opiniões fortes que já morou em diversos países da África, Europa e América Central.
Nossa primeira foto do Gaston, antes mesmo de conhecê-lo (em Hopkins, no litoral sul de Belize)
Ele nos convidou a fazer um tour em seu barco até a Grande Barreira de Corais e a pequena ilha de Tobacco Caye. Nós estávamos procurando algo parecido nos arredores, tínhamos uma opção de snorkel em uma ilha mais próxima e ainda tínhamos ficado com o camping na Half Moon Caye, que não aconteceu, entalado na garganta. No dia seguinte nadamos até seu barco sendo atucanados por um peixinho branco desgraçado e com alguma chance de cruzar um peixe-boi que às vezes aparece por estas águas. Conhecemos o barco, conversamos novamente para fechar os detalhes e decidimos partir com Gaston para uma velejada de 3 dias pelas águas azuis de Belize. Partiríamos no dia seguinte, depois de mais uma noite de histórias e gargalhadas com Tricia, seus vizinhos, Gaston e Cris, amigo canadense que chegou em veleiro hoje.
Barco ancorado em frente ao nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize. Ainda não conhecíamos o "The Rob"...
Hopkins foi uma das melhores surpresas da viagem, conhecemos personagens memoráveis, pessoas muito especiais! Cada um deles nos relembrou à sua forma meio esquizofrênica que a vida é assim, cheia de altos e baixos, surpresas e loucuras. Foram dois dias que nos ensinaram como é importante seguirmos nossos instintos, deixando a vida fluir e principalmente, aproveitando esta oportunidade única que temos de poder mudar de planos a qualquer momento. Enfim, deixar a vida nos fazer feliz!
Noite em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize
Passeando no Quadrado, em Trancoso - BA
Nos despedimos de Caraíva em um dia chuvoso, o que sempre torna mais fácil a partida. Nossa idéia inicial era passarmos em Trancoso e dormirmos em Arraial da Ajuda. Nós havíamos combinado com as nossas companheiras de viagem que nos encontraríamos na Barraca Pé na Praia, um pouco para frente da praia dos Coqueiros.
Barraca Pé na Praia, em Trancoso - BA
O primeiro choque com a civilização já se dá quando estamos explorando a baixa Trancoso de carro, passamos por um estacionamento perto da praia dos Nativos que tinha em torno de 20 ônibus de turismo. Porto Seguro é famosa pelas suas festas e nesta época a região recebe milhares de estudantes que comemoram a formatura do ensino médio ou até de faculdade. Excursões da CVC e Forma Turismo lotam a cidade e levam para um dia de passeio em Trancoso todos os formandos.
As casa coloridas do Quadrado, em Trancoso - BA
Sorte que a Pé na Praia fica há uns 3km de tudo isso, chegamos lá junto com a chuva e as meninas tinham acabado de ir embora. Voltamos à cidade para conhecer o famoso quadrado de Trancoso. Eu não entendia quando o Rodrigo e a Greci falavam do “quadrado”, mas chegando lá fica fácil entender. É a praça central da cidade, um “quadrado” gramado que tem em seu entorno vários restaurantes muito charmosos, lojas de artesanato e arte. A igreja no alto do platô se destaca por ter a praia ao fundo, um jardim cheio de pitangueiras floridas e ao lado o cemitério com vista para o mar.
A Igreja no Quadrado, em Trancoso - BA
Uma graça a cidade e com o tempo chuvoso nem vale a pena ficar em um lugar com menos infra-estrutura. Acabamos decidindo ficar por aqui mesmo e fazer uma night de despedida das nossas companheiras de viagem. Rodamos vários restaurantes, um mais aconchegante e charmoso que o outro. Provamos entradas deliciosas e os nossos famosos drinks de frutas frescas.
Com a Luciana, Ana e a Gracie no restaurante "El Gordo" em Trancoso - BA
A previsão do tempo é de muita chuva, amanhã vamos até Arraial da Ajuda ver se Nossa Senhora D´Ajuda nos dá uma forcinha para o sol aparecer!
Sombrinha para enfrentar a chuva no Quadrado de Trancoso - BA
Coral negro na ponta do mastro do naufrágio Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
Mergulhar novamente sem meu dupla amado é quase uma missão impossível. Ele está bem, mas ainda não pode abusar da saúde, principalmente dos ouvidos (ou orelhas? Rsrs). Então hoje nos dividimos novamente, e lá fui eu logo cedo para o mergulho.
Corneta do naufrágio Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
Briefing básico na chegada ao dive center e logo já estávamos no caminhão a caminho do porto. Aqui o esquema é um pouco diferente, ao invés de saírem para dois mergulhos pela manhã e estenderem para o dar tarde, são dois horários distintos, um tanque por saída. O mergulho da manhã saiu as 9h para o naufrágio Charlie Brown.
O grande mastro submerso do naufrágio Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
Um navio italiano que foi colocado à venda por um dólar após chegar à Trinidad (se não me engano). Ele foi ofertado justamente para ser afundado em algum local como recife artificial. Statia foi a mais rápida a fechar a proposta! Em 2005 Marieke, sócia-fundadora da Scubaqua e Marco, instrutor, estavam na ilha e participaram de toda a preparação para o afundamento do navio.
As grandes hélices do naufrágio Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
Deve ser muito bacana mesmo participar de um projeto como este, retirar tudo o que não pode ser afundado, limpar qualquer resquício de óleo, combustível ou materiais poluentes e finalmente colocar o navio a pique! E o melhor! Sabendo que ele estará lá apenas e exclusivamente para o seu bel prazer! rsrsrs!
Mergulhando no naufrágio artificial Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
O naufrágio está está deitado lateralmente a 31m de profundidade. Com a estrutura intacta, já possui algumas formações coralíneas, principalmente no mastro e hastes tubulares. As duas hélices são a grande atração, lindas e inteirinhas. A penetração é permitida, porém com o grupo certo de mergulhadores, que infelizmente não era o meu caso, um grupo muito misto de básicos e avançados, eles preferem não abusar.
Parte interna do naufrágio Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
Meu dupla foi um francês, Patrick, também estava fotografando e tinha um consumo de ar bem próximo ao meu, o que facilitou muito a nossa vida, acabamos sendo os últimos a subir. Sua esposa também é mergulhadora, mas menos experiente preferiu ter como dupla o próprio Marco, nosso dive master.
Uma barracuda "cabeçuda" no naufrágio Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
O final do mergulho foi acompanhado por 4 barracudas, duas imensas! Uma delas parecia ser super cabeçuda, dentes imensos, mas super tranquila. Ficou ali posando para fotos um tempão. Quando comentei com o pessoal eles comentaram que suspeitam que ela esteja doente, pois é o corpo que está mais magro que o normal (daí a impressão do cabeção, rsrs). Lindo naufrágio! Valeu muito à pena!
Corais tomam conta da estrutura do naufrágio Charlie Brown, na costa de Statia - Caribe
No nosso intervalo de superfície voltamos à base da operadora, almoçamos e logo me integrei em um grupo de mergulhadores holandeses, vindos da cidade de Den Bosch na Holanda. Eles vieram para encontrar sua amiga mergulhadora e sócia da Scubaqua, Marieke. Todos muito divertidos, já estavam mergulhando há quase 10 dias ali, então me deram umas boas dicas dos melhores pontos, etc. Numa ida ao banheiro olhem só quem eu encontrei? Uma iguana delicatíssima, espécie encontrada apenas em Saba e Statia! Estava passeando por ali, tentando chegar à árvore com uns frutinhos verdes pelo jeito muito apetitosos. Ela tinha mais de um metro, contando a longa cauda e devia ser mais anciã já que conseguiu se manter calma e tranquila com as 4 fotógrafas ao seu redor. Rsrs!
A Iguana Delicatissima, encontrada apenas nas ilhas de Saba e de Statia - Caribe
13h30, voltamos ao caminhão, ao barco e ao mergulho! Agora uma travessia do ponto conhecido como The Ledges para o Hangover Reef. Um mergulho multi-nível variando entre 19 e 12m.
Mini Peixe-vaca, no Hangover Reef, na costa de Statia - Caribe
O primeiro conjunto de corais possui uma pequena parede de uns 2m em formato de ferradura e base de pedras vulcânicas forrada de corais e esponjas. Fica até difícil escolher em que buraco procurar por lagostas ou caranguejos, já que os esconderijos, cores e vida marinha são abundantes.
Peixe-Anjo, no Hangover Reef, na costa de Statia - Caribe
O segundo, como o próprio nome já diz, tem uma formação de uma pequena gruta natural por um longo trecho junto da areia. Muita vida micro coralínea, lagartas, camarões, caranguejos e peixes de todas as espécies, linguado, garoupa, moréias e outros. Na travessia eu achei curioso a intensa troca de termas, 3 ou 4 vezes entrando e saindo de águas quentinhas a águas “gélidas”, entre 25,5° e 28,5°C.
Moréia negra defende o seu espaço no Hangover Reef, na costa de Statia - Caribe
O final de tarde na Scubaqua vira o maior happy hour, todos se reúnem para completar seus logbooks, tomando uma cervejinha. Eu esperava que o Rodrigo aparecesse, pois havíamos deixado essa possibilidade aberta, mas infelizmente ele não foi. Minha carona era uma das última a ir embora, pois precisava organizar as coisas e fechar o dive center. Ingrid, uma das sócias fundadoras, me levou até a nossa pousada.
Fim de mergulho no porto de Oranjestad, em Statia - Caribe
Lá estava o Ro, descansando do dia de caminhadas, pois aproveitou o sol e foi explorar a praia de areias escuras do lado “Atlântico” da ilha, Zeelandia. Foram várias trilhas, picos e uma vista para a Venus Bay. Afinal, mais alguns sinais da melhora do meu lindo.
Costa entrecortada de Sint Statius - Caribe
O grupo de holandeses já vai embora amanhã, então passamos em um restaurante para a grande despedida. Chegamos atrasados, pois estávamos trabalhando, e eles já estavam indo embora. Acabei me unindo a eles para uma cervejinha rápida de despedida em um barzinho na cidade baixa. Dia intenso, novos amigos e lindos pontos de mergulho em Statia nos mostram que esta ilha ainda tem muito a ser explorada!
Porto de Oranjestad, na costa de Statia - Caribe
Fragatas nos acompanham na viagem entre as ilhas de Santa Cruz e Santiago, em Galápagos
O nosso wake up call era tão marcante que hoje eu acordei mais cedo só para ir gravar o Capitán Victor fazendo a saudação final no microfone da sala de comando, afinal hoje é o nosso último dia nestas ilhas paradisíacas!
A sueca Maria no fim de tarde na ilha de Wolf, em Galápagos
Último dia, mas nem por isso com menos novidades. Durante a noite navegamos ao redor da Ilha de Isabela para chegar a um ponto de mergulho conhecido como Cape Marshall. A visibilidade piorou novamente, ficando entre 5 e 10m, mas o show da vida continua! Este local é conhecido por ser ponto de raias mantas e cardumes imensos de salemas e elas não nos deixaram na mão!
Mar infestado de águas-vivas em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos
Caímos na água em cima de um cardume de águas vivas, maravilha! Mas alguns metros abaixo já estávamos em um paredão lindo e cheio de vida. Seguimos por ali vendo muitos peixes, arraias e cardumes de barracudas , até entrarmos no meio de um túnel de salemas.
Lindo cardume de pequenas barracudas em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos
São milhares, milhões, sei lá! São tantas que dentro do túnel formado pelo cardume não conseguimos ver a luz do dia! Estamos ali naquela viagem fantástica quando de repente o túnel se abre e passa um leão marinho caçando! Inacreditável!
Incrível cardume de salemas em mergulho na Isla Isabel, em Galápagos. Chegava a escurecer o mar!
É um drift dive, vamos sendo levados pela correnteza, quando chegamos à cleanning station, onde milhares de peixinhos se alimentam limpando os peixes um pouco maiores e é ali que finalmente encontramos as nossas primeiras raias mantas. Elas tinham entre 2 e 3 m e “voavam” tranquilamente na imensidão verde-azulada.
Magnífica Arraia Manta em mergulho em Isabel, em Galápagos (fotos retiradas de vídeos de Maria Edwards)
O segundo mergulho no mesmo ponto repetiu o feito do primeiro, incluindo ainda lindas Christmas Trees, o Pacific Box Fish e um atum imenso!
Peixe se esconde na areia em mergulho em Isabel, em Galápagos (foto de Maria Edwards)
Fotos de despedidas com uma luz linda do entardecer. Enquanto o Rodrigo dormia, eu queria aproveitar cada segundo do nosso último dia. Coloquei os equipamentos de mergulho no sol para secar, tomei sol no Sun Deck, desci para o Dolphin Deck para tomar uma cervejinha com Eugenio e Henning.
Céu azulo no nosso último dia de barco, com o Rafa, Laura e Maria, próximo à Isla Santiago, em Galápagos
Enquanto o Galápagos Sky navegava e passava ao redor de Isabela e Bartolomé, víamos os cardumes de peixes vermelhos na superfície, um bando de pássaros pescando sobre ele e tivemos a sorte de estar lá na única hora em que a barbatana de uma baleia-orca veio à tona no horizonte, próximo à Isabela. Esta para mim foi o sinal definitivo de que devemos voltar. Galápagos ainda guarda muitas surpresas em suas águas.
Passando na ilha de San Bartolomeu, próximo à Isla Santiago, em Galápagos
Nosso último jantar foi acompanhado de um brinde especial com toda a tripulação do barco e uma despedida calorosa dos nossos novos amigos russos que continuaram no barco. Nosso último “panga ride” foi bem simbólica, durante a noite no Canal de Itabaca. Pouco a pouco nos afastamos do Galápagos Sky, com gritos e saudações de despedida e nos aproximamos da luz do tranquilo porto de acesso à Puerto Ayora. Agora outra aventura começa.
Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Nestas nossas andanças pelos Parques Nacionais, Áreas de Preservação e Reservas Naturais uma das minhas vontades, inclusive já colocada aqui neste blog, é de ser pesquisadora na próxima encarnação. Muitas destas áreas só liberam a entrada para pesquisadores, biólogos, geólogos, etc. Para a nossa felicidade, este não é o caso da RPPN Feliciano Abdala. A Reserva Particular de Patrimônio Natural foi criada pelo Sr. Feliciano Abdala, um visionário fazendeiro da região de Ipanema – MG, que pôde conciliar a atividade agropecuária, cultivo de café e gado, com a preservação da mata que fazia parte da sua fazenda. Segundo Bragança, chefe do parque, a visão de preservação da mata já era anterior, tendo sido um pedido do antigo dono que vendeu a área ao Sr. Feliciano. Quando este se comprometeu a preservar a mata existiam apenas 8 primatas na sua área, hoje são mais de 300 indivíduos, apenas desta espécie.
Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Os Muriqui é, das espécies de primatas, uma das mais dóceis, por isso mesmo está arriscada de extinção. Só na RPPN dos Muriquis são 4 grandes bandos, sendo o maior deles com mais de 130 indivíduos. Eles convivem na reserva com outras 3 espécies de macacos, o Sagui e o Macaco Prego, mais difíceis de serem avistados e o Bugio, fácil de ser localizado pelo seu barulho ensurdecedor.
Os pequenos saguis na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Mirante de observação da RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
A área tem em torno de 1500 hectares, incluindo as matas vizinhas à reserva onde os Muriquis também transitam, por isso o trabalho para encontrá-los não é simples. São 3 biólogos que trabalham seguindo os 4 grupos durante uma semana inteira. Eles acompanham os macacos desde cedo, desde a hora que acordam, marcam o local em que eles param para dormir no final da tarde e tornam a encontrá-los no mesmo ponto para recomeçar o dia de pesquisa. Quando os grupos estão localizados, é muito mais fácil para um turista avistá-lo, seguindo as orientações de um destes 3 biólogos. Porém há um dia na semana em que os biólogos saem do campo para fazer o trabalho administrativo e assim os perdem de vista. O dia seguinte acaba sendo sempre de muita caminhada em busca dos Muriquis. Nós tivemos a grande sorte de chegar neste dia, onde pudemos sentir na pele parte do trabalho que estes pesquisadores têm para encontrar os bichinhos. Chegamos lá as 8h30 da manhã e após assistir a uma reportagem sobre a RPPN começamos a caminhar, perto das 9h.
Caminhando na mata a procura dos Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
O Bragança já tinha uma pista e foi por esta mata que começamos a procurar. Atravessamos a fronteira da reserva por trilhas já demarcadas pelos pesquisadores e chegamos a sentir o cheiro e ver as frutas que eles haviam acabado de comer, mas não tivemos nenhum sinal sonoro do bando. Este é facilmente reconhecido pela sua vocalização, parecida com um relinchar de um cavalo.
Frutas comidas pelos Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Caminhamos pouco mais de duas horas, onde tivemos a sorte de encontrar as outras 3 espécies de primatas que habitam a área, o Bugiu que é o mais fácil de encontrar foi o primeiro ainda ao lado da sede, logo depois o Sagui e o Prego deram o ar da graça. Os Muriquis nos deram uma bela canseira, mas quando conseguimos encontrá-los foi um verdadeiro show da natureza.
Bugio Gritador, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Estava acontecendo um encontro de grupos e por isso eles ficaram muito alvoroçados em uma gritaria absurda, parecia que tinham uns 6 potros pendurados nas árvores. Nunca atravessei um cafezal tão rápido na minha vida, correndo por entre os pés de café chegamos à mata e tivemos em torno de 10 minutos de interação com os muriquis. Lindos! Chegam a quase 1,5m de altura, totalmente pacíficos não possuem um macho dominante, de onde podemos concluir que são dos primeiros primatas democratas da história. As fêmeas do grupo migram para grupos vizinhos quando atingem a idade adulta, para evitarem a consangüinidade, já que esta também pode ser coberta por vários machos no mesmo cio.
Foi apaixonante e nada difícil entender por que a Tati, bióloga que nos ajudou a encontrar o grupo, escolheu esta rotina. Ela sabe o nome de cada um dos Muriquis, que são diferenciados pela sua despigmentação no rosto, a Roberta, Mel, Eric Clapton e assim por diante. A Roberta, senão me engano, foi a macaca que ficou mais intrigada com a nossa presença, pois percebeu que não éramos parte da equipe que já estão acostumados. Ela parou em um galho próximo a nós e nos encarava, observava, fazia movimentos preocupados enquanto o restante do bando passava seguindo o seu caminho. Infelizmente tudo que é bom dura pouco, minha vontade era de me juntar à Tati e continuar seguindo esses lindos animais.
Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Além dos macacos a reserva abriga milhares de espécies de animais comuns à Mata Atlântica e possui também horta orgânica e um grande viveiro de mudas nativas, com mais de 80 espécies e 150 mil mudas que irão ajudar a recuperar áreas dentro e fora da reserva.
Horta orgânica, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Plantio de mudas de árvores nativas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Bando de Anus Negros na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Os Muriquis são considerados os maiores primatas do Continente Americano, por isso mesmo uma viagem de 1000dias pelas Américas não poderia deixar de conhecê-los.
Enorme jequitibá na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Hoje começamos a nossa empreitada rumo ao Alasca! São 2.813km de estrada entre Hinton, em Alberta, até Fairbanks, no Alasca, passando pelos estados canadenses da British Columbia e o distante Yukon e cruzando a fronteira com o 49º estado americano.
Nosso longo caminho até o Alaska
A Alaska Highway, também conhecida como ALCAN (Alasca-Canada Highway), foi construída no ano de 1942 em plena Segunda Guerra Mundial em tempo recorde! Foram 8 meses desde a primavera (08/03/42) até o dia 28 de outubro de 42, no final do outono. Mais de 11 mil trabalhadores foram contratados, 5 mil caminhões, 904 tratores, 374 niveladoras e 174 escavadeiras para colocar a estrada de terra, suas pontes e novas curvas trafegáveis por veículos militares. Sim, esta foi literalmente uma operação de guerra. Até o ano de 1948 a estrada foi utilizada apenas pelo Exército Americano para o transporte de mantimentos militares para a base aérea de onde saiam os aviões exportados e vendidos para a aliada União Soviética. Aumentar a presença americana no Alaska era uma questão de segurança nacional, principalmente na costa, que chegou a ter territórios ocupados nas Ilhas Aleutas. A estrada foi aberta para uso civil após o término da guerra em 1948.
Lendo painéis explicativos ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Cuidado com bisões! (Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá)
1° DIA - Hinton/ Fort Nelson (915 km)
Ponto inicial da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, pequena cidade na British Columbia, no Canadá
Como vocês já devem ter notado, o turismo aqui na América do Norte é muito forte, por isso até na menor cidade por onde passamos encontramos estrutura turística, um centro de informações e um museu com a história da vila que enaltece a sua importância regional, nacional e mundial! Dawson Creek não é diferente e após 462 km chegamos à “Mundialmente Famosa Alaska Highway!”.
Km 0 - Dawson Creek | British Columbia | Canadá
Aqui começa a Alaska Highway. 2.275 km entre montanhas, cruzando rios e riachos que dá acesso a uma das áreas mais selvagens do planeta. Na cidade uma parada para foto na placa de início da rodovia e coleta de informações importantíssimas para os próximos dois dias: onde há hospedagem, comida e combustível ao longo da estrada. Estarão abertos? Fomos bem alertados que nesta época do ano os negócios locais começam a fechar para a estação de inverno e abrem novamente só no ano que vem! O centro de visitantes tem um pequeno museu, vários guias da região e nos forneceu uma lista com todas estas informações e suas respectivas quilometragens. Profissional!
Pensativo, saindo do centro de informações no marco zero da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá. Só faltam 2.400 quilômetros...
Placa informativa sobre a Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá
Km 72 - Fort St John | British Columbia | Canadá
A região de Fort St John possui várias atrações, trilhas para caminhadas e pedaladas, lagos e rios para remo e pesca, além de prometer uma rica vida cultural e artística. Ansiosos para chegarmos logo ao Alasca, nós nem paramos, mas se você tiver tempo, é uma boa base para explorar a região nordeste da British Columbia.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Km 453 – Fort Nelson | British Columbia | Canadá
Esta foi a nossa base para primeira noite na Alaska Highway. Depois de 915km nós só queríamos encontrar um lugar para comer e descansar. A rodovia é a rua principal da cidade que começou a voltar seus olhos para o turismo há pouco tempo. Além de todos os esportes ligados à natureza que a rodeia, suas principais atividades são a caça esportiva e a especialidade de pesca conhecida como fly-fishing. Nós jantamos em uma Boston Pizza e soubemos que ontem a noite o pessoal pode ver daqui as luzes da Aurora Boreal. Passamos a noite esperando por ela, mas a lua muito brilhante não foi muito amiga.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
2° DIA - Fort Nelson/ Whitehorse (951 km)
Km 707 – Muncho Lake | British Columbia | Canadá
Saímos de Fort Nelson e antes mesmo de cruzar a fronteira com o Yukon passamos pelo Northern Rockies Lodge procurando um lugar para um pips e encontramos um lago caribenho nas montanhas do Yukon! Um barco e um hidroavião estacionados às margens do lago com um azul inacreditável! Vale a pena parar nem que seja apenas para uma foto!
Hidroavião em um dos mais belos lagos ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Fiona resolve se refrescar na água gelada e aproveita para posar ao lado de um barco e um hidroavião, em lago ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Km 981 - Watson Lake | Yukon | Canadá
Watson Lake está quase na fronteira entre os estados de BC e Yukon. Cercada de lagos, rios, mais de 65 de trilhas, é a porta de entrada para o Nahanni National Park e possui um dos monumentos mais curiosos do caminho, a Sign Post Forest.
A famosa Sign Post Forest, em Watson Lake, pequena cidade na Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Tudo começou quando um soldado americano que trabalhava na construção da rodovia, saudoso de sua casa, resolveu coloca uma placa com a distância daquele ponto para Danville, Illinois. Outros seguiram os seus passos e hoje, mais de 60 anos depois, mais de 10 mil placas formam uma florestas de placas gigantesca! Nós não poderíamos passar por ali e não deixar a nossa marca! Mesmo à revelia de Rodrigo, coloquei a nossa placa americana reserva e um adesivo do 1000dias, marcando a nossa passagem pela Alaska Highway!
A Ana prepara-se para deixar a marca da Fiona na sign POst Forest, em Watson Lake, trecho da Alaska Highway no Yukon Territory, no Canadá
Placa da fiona, junto com milhares de outras, na Sign Post Forest, em Watson Lake, cidade do Yukon Territory, no Canadá, por onde passa a Alaska Highway
Km 1.421 – Whitehorse | Yukon | Canadá
A capital do Yukon abriga 75% da população do estado, em torno de 26 mil habitantes. A história da cidade remonta aos tempos da Corrida pelo Ouro no norte do estado, quando esta serviu de ponto de passagem para os stampeders (mineiros), que cruzavam a região. Chegamos no finalzinho do dia, ou melhor, da noite. Já eram 21h30 e o céu ainda estava claro, mas os estabelecimentos comerciais já estavam todos fechados. Encontramos um lugar para comer, não foi dos mais baratos, mas impressionou! É sensacional chegar em uma cidade tão distante como esta e encontrar um lugar descolado, com cozinha gourmet fusion internacional e Tinglit, nação indígena que habita o estado. Alaskan Style Salmon e uma Yukon Red, cerveja artesanal amber para brindar ao nosso segundo dia de travessia!
Chegando à Whitehorse, no Yukon, no Canadá, ao longo da Alaska Highway. Fairbanks ainda está longe...
No nosso motel um senhor simpático nos recebeu e dando corda, não parou mais de falar! Me contou de suas aventuras fotográficas por Dawson e pela Dempster Highway, explicou como funciona a Aurora Boreal e dos planos para a próxima viagem ao Chile, onde irá encontrar sua namorada virtual pela primeira vez! “Tenho 66 anos, mas não estou morto!” Hahaha! Ele foi o primeiro a nos dar uma dica primordial para enteder a aurora em um primeiro olhar: às vezes ela parece uma nuvem, bem fininha e branca pelo céu, mas com um formato diferente. Outra dica boa foi o site canadense de previsão de aurora boreal. Bingo! Esta noite foi a nossa noite mágica! Estavam uns - 4°C às 3 horas da manhã quando o Rodrigo me acordou aos gritos: “Ana! Vem! Eu acho que estou vendo a aurora!” Me vesti ainda meio tonta de sono, câmera e tripé na mão e lá estava ela, branda, mas esverdeada, fazendo um lindo arco ao norte da cidade. Momentos mágicos que eu nunca irei esquecer!
Absolutamente maravilhados com a nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway
Nota: Em tempo, entre Waston Lake e Whitehorse existem alguns detours que dizem valer muito a pena. As cidades de Teslin, Atlin e Carcross, com muita história, cultura dos povos indígenas, aqui chamados de First Nations, ou as primeiras nações e até um pequeno deserto! Se tiver tempo se informe, confira e depois nos conte como é!
A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
3° DIA – Whitehorse/ Fairbanks (947 km)
Km 1.869 – Beaver Creek | Yukon | Canadá
Saímos de Whitehorse com um único objetivo, chegar ao Alaska! Para ser mais precisa, queríamos mesmo era chegar na cidade de Fairbanks, mais pra lá do final da Alaska Highway! No caminho paramos em um posto de gasolina onde conhecemos Rubens e Ísis, os nossos companheiros de estrada que nos acompanhavam desde Whitehorse. O casal alemão de aproximados 70 anos comprou uma trailler aqui no Canadá e está rumando para o Alasca. Ele é fotógrafo e está começando uma viagem de 3 meses para fotografar a sua paixão: ursos. Rubens já lançou um livro com suas melhores fotos dos últimos 10 anos de viagens ao Alasca, Alberta, British Columbia e Hudson Bay, com fotos maravilhosas de grizzlies, spirits, ursos pretos e até ursos polares! Perguntei à sua esposa se ela não sente medo e ela toda querida me respondeu: “Ele me protege.” Que amor, que exemplo! Agora seu objetivo é fotografar os Ursos Kodiak, um tipo de ursos marrons que só existem na ilha de Kodiak no Alasca. Eles são maiores que os grizzlies e só perdem em tamanho para os ursos polares, mas a briga é boa! São estes viajantes que encontramos pelo caminho e nos ensinam e enriquecem a viagem e a nossa história.
Encontro com o fotógrafo de ursos alemão e sua esposa na Alaska Highway, no Yukon, no Canadá
Km 1.962 – Fronteira Canadá – EUA | Chegamos ao Alaska!
Uma placa antes mesmo de chegar aos oficiais de fronteira anunciava, chegamos ao Alasca! Depois de 840 dias na estrada e 100 mil quilômetros rodados, finalmente entramos ao território mais boreal da América! Boreal não só por suas auroras, mas por suas latitudes e fronteiras: ao norte o Oceano Ártico, a oeste o Mar de Bering e ao sul o Golfo do Alasca e à leste os Northwestern Tterritories e Yukon, no Canadá! Só lugar frio pra caraca! Aqui rola aquela parada obrigatória para a foto clássica, que todos os viajantes, overlanders, roadtrippers, motociclistas ou easy riders devem fazer! Click!
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Km 2.102 – Tok | Alasca | Estados Unidos da América
Tok é uma pequena vila que marca a divisão da Alaska Highway. Daqui você deve escolher qual será o seu destino dentro do Alasca: à esquerda, Anchorage, rumo ao litoral sul e maior cidade do estado. À direita, ao norte, rumo às terras selvagens, distantes e frias para os lados de Fairbanks. Uma dica é parar no centro de visitantes, onde a simpática senhora nos ajudou com informações sobre todo o Alaska, dados sobre as estradas, datas de fechamentos dos parques nacionais e dicas para o norte gelado.
Nosso prineiro fim de tarde no Alaska, trecho final da Alaska Highway
Km 2.275 - Delta Junction | Alasca | Estados Unidos da América
Chegamos ao fim da Alasca Highway. Nada muito interessante por aqui a não ser que a quilometragem zera! Ah! Quilometragem não, não esqueça que cruzando a fronteira as placas passam a ser em milhas! (1 milha = 1,6km).
Fairbanks está cada vez mais próxima, na Alaska Highway. Mas agora, as distâncias voltam a ser em milhas!
MP 95 / Km 152 – Fairbanks | Alasca | Estados Unidos da América
Dirigimos mais 152 quilômetros e chegamos à Fairbanks. No caminho paramos na cidade do Papai Noel, North Pole (Polo Norte), para garantir uma junky food no Pizza Hut, já que a nossa geladeirinha estava vazia. Levamos quase uma hora procurando uma pousada em Fairbanks, ruas escuras, metade da cidade em obras e todas as pousadinhas fechadas. Acabamos caindo em um motel de rede perto do aeroporto, não foi dos mais baratos, mas nos garantiu uma noite de sono para seguirmos viagem.
Antes de chegar à Faibanks, no Alaska, passamos pelo Polo Norte! (na Alaska Highway)
Total: 2.813km. Missão cumprida!
O rio Colorado cruza e esculpe o deserto no norte do Arizona, nos Estados Unidos (Marble Canyon)
Nos despedidos do Grand Canyon percorrendo o deserto dentro das fronteiras da Nação Navajo, uma das mais tradicionais e bem conservadas culturas indígenas dos Estados Unidos. Suas principais atividades econômicas são a pecuária, a confecção de produtos têxteis (fios, cobertores e tapetes) e a produção de alta qualidade de jóias semipreciosas com prata sterling e turquesas.
As incríveis cores e formas do deserto do norte do Arizona, quase fronteira com Utah, nos Estados Unidos
A maior reserva indígena americana cobre porções do Arizona, Utah e New México e cerca a Hopi Indian Reservation, outra área semiautônoma disputada pelas duas nações. A região é rica em minérios e na segunda metade do Século XX a mineração de carvão e urânio foi uma das suas principais atividades econômicas. A falta de informação e regulação fez com que grande parte dos trabalhadores indígenas fosse contaminada pela radiação e a mineração foi proibida no começo do Século XXI.
A primeira ponte rodoviária sobre o rio Colorado a leste do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos
Conhecida também como a população Diné ou Naabeehoó é a maior nação indígena reconhecida pelo governo americano, com 300.048 membros. Eles mantêm viva a língua navajo, derivada do Athabascan, língua falada pelas primeiras nações no oeste canadense e leste do Alaska. Acredita-se que eles migraram para a região em torno do ano 1.400, quando os Pueblanos já habitavam a área hoje conhecida como New México.
Montanhas esculpidas pelo tempo no dserto entre o Arizona e Utah, nos Estados Unidos (Cliff Dwellers)
Em 1864 o governo americano resolveu expulsar os dinés da sua terra, obrigando-os a andar por 480km até Bosque Redondo, próximo à Fort Sumner no Novo México. A Long Walk levou mais de 9 mil indígenas entre homens, mulheres e crianças às piores condições de sobrevivência, sem o suprimento correto de água e comida, em meio à epidemias e conflitos com outras nações inimigas. Quatro anos mais tarde (1868) os líderes Navajo negociaram com o governo americano para retornarem a um local próximo à sua terra natal, e mesmo “sem permissão” voltaram a ocupar a terra ancestral próxima ao San Juan Valley.
Moradia indígena no deserto ao norte do Arizona, nos Estados Unidos (Cliff Dwellers)
O Marble Canyon é a fronteira oeste do território Navajo, cruzamos a Navajo Bridge sobre o Rio Colorado e seguimos ao norte pela I-89, passando por paisagens fantásticas, rochas esculpidas pelo vento e que são utilizadas pelos indígenas como curiosas cabanas de pedra (rock dwellings).
O rio Colorado cruza e esculpe o deserto no norte do Arizona, nos Estados Unidos (Marble Canyon)
Nós ficamos hospedados no hotel do histórico Cameron Trading Post, estabelecido 1916 para receber comerciantes, exploradores viajantes de todo o mundo. Um punhado de casas, um hotel e um pequeno centro comercial onde cada família vende seu artesanato e peças de prata. Os traços geométricos característicos e o trabalho delicado na prata e nas pedras são realmente impecáveis! Pena que eles não curtem muito fotos, nem deles e nem dos trabalhos à venda... Temos que respeitar.
As magníficas vastidões entre a fronteira de Arizona e Utah, na Kaibab National Forest, nos Estados Unidos
O Monument Valley, um dos mais impressionantes monumentos naturais do país, está dentro desta reserva, no caminho para a fronteira quádrupla entre os estados de Utah, Arizona, Colorado e New México, conhecida como Four Corners. Mas este será assunto para outro post.
A bela paisagem no caminho entre o Grand Canyon, no Arizona, e o Zion Canyon, em Utah, nos Estados Unidos
Rio Preguiças, em Barreirinhas - MA
Hoje, logo cedo na pousada, conhecemos o Seu Nazareno que fez questão de nos apresentar Paulino Neves, suas belezas e projetos. Além do projeto junto do ICM-Bio e Petrobrás para de educação ambiental e preservação de mamíferos marinhos e das tartarugas juritis, Seu Nazareno é sócio da Dona Mazé na pousada e já foi Secretário de Turismo do município. Um homem apaixonado por sua terra e exemplo de como alguém nascido e criado neste meio pode ser um agente ambiental fervoroso e consciente. Foi uma recepção realmente calorosa, com muita cultura e história para contar. Pena que foi justo quando estávamos indo embora.
Nossa "guia" na viagem entre Paulino Neves e Barreirinhas - MA
Seguimos dos Pequenos Lençóis em direção a Barreirinhas, finalmente vamos adentrar os Lençóis Maranhenses. Uma longa trilha off-road só utilizada por toyotas bandeirantes une as duas cidades. No período das chuvas parte do caminho fica alagado e algumas novas lagoas começam a surgir, por isso a melhor dica foi seguir a toyota de linha.
Atravessando dunas na viagem entre Paulino Neves e Barreirinhas - MA
Tivemos que pagar vintão para o cara, pois alguns destes motoristas ficam enraivecidos dos turistas que chegam aqui e querem segui-los sem pagar nada e acabam dificultando ainda mais o caminho. Ali realmente algumas bifurcações são confusas e qualquer quebrada errada podemos acabar atolados na areia ou pior, em uma lagoa enlameada.
Atravessando ponte na viagem entre Paulino Neves e Barreirinhas - MA
Uma hora de trilha, chuva, sol, chuva, sol, muita areia, um triciclo atolado e alguns atoleiros depois nós chegamos à Barreirinhas. Uma cidade que está crescendo em torno do turismo para o parque nacional. Ela é a cidade base para os principais passeios aos Lençóis Maranhenses. Perto dela ficam as lagoas Bonita, do Peixe e Azul, porém apenas a segunda está mais cheia. A facilidade de acesso à estas lagoas acabaram tornando-as praticamente um piscinão de ramos. Na alta temporada estas lagoas chegam a receber mais de 100 toyotas com dezenas de turistas, além de ser o ponto mais próximo para a própria comunidade. Outra grande atração de Barreirinhas é o Rio Preguiças, ponto de acesso para outras comunidades menores na fronteira leste do parque.
Povoado entre Paulino Neves e Barreirinhas - MA
Nós chegamos com a intenção de fazer um sobrevôo dos Lençóis, mas logo encontramos a agência fechada para hora do almoço. Aproveitamos para nos instalar e usar a boa internet da pousada para colocar as coisas em dia. Estava tão insuportavelmente quente e abafado que tudo o que eu queria era que chovesse, pedido feito, pedido atendido. Choveu a tarde toda e acabamos ficando sem vôo, sem passeio e com muito trabalho. Quando deu uma trégua fomos passear as margens do rio e tentar uma segunda investida na agencia do sobrevôo e passamos o passeio às lagoas próximas.
Orla do rio Preguiças, em Barreirinhas - MA
Mais tarde resolvemos comemorar os nossos 21 meses de casados em um restaurante indicado pelo primo Haroldo. Com as poucas referências dadas, como “um hotel que tem uma grande piscina” demoramos um pouco para encontrá-lo, mas valeu à pena! Era apenas um dos resorts mais bacanas do Brasil, o Porto Preguiças Resort.
Hotel Porto Preguiças, em Barreirinhas - MA
Comemos um risoto de camarão delicioso embalados por um belo vinho chileno, comemoramos em alto estilo! Um dia light de estrada e trabalho para nos dar ainda mais sede para o que virá amanhã, descer o rio Preguiças no barco de linha até Atins, nossa base para explorarmos os Lençóis Maranhenses. Lá ficaremos sem acesso à internet, mas aguardem! Voltaremos com muitas histórias boas para contar!
Jantar de comemoração em Barreirinhas - MA
Uma das estrelas do Museu das Múmias, em Guanajuato - México
Guanajuato não é apenas conhecida por sua arquitetura colonial, emaranhado de ruas subterrâneas, baladas estudantis ou pelo rally. Uma das principais atrações da cidade são as famosas Múmias de Guanajuato.
Museu das Múmias, em Guanajuato - México
Elas foram desenterradas a partir de 1865 para liberar espaço no cemitério e foi aí que descobriram que o solo da região possui propriedades “mumificadoras naturais”! Assim todos os defuntos ali enterrados tornaram-se objeto de estudo científico e depois peça de museu! São mais de 100 múmias expostas, com placas explicativas sobre a causa de sua morte e um pouco da história daquela pessoa. Um tom bem humorado, talvez até meio irônico, permeia as explicações de cada múmia, assustadoramente bem conservadas.
Todas as múmias tem menos de 100 anos de idade no Museu das Múmias, em Guanajuato - México
Um médico francês, uma imigrante com traços chineses, uma mulher que morreu enterrada viva ou outro que morreu a facadas. Provavelmente todos eles iriam odiar saber que hoje têm seu corpo exposto em um museu. Se destaca a múmia de uma mulher grávida e seu bebê de 6 meses de gestação que também ficou mumificado, mesmo dentro de sua barriga! A múmia do bebê, também em exposição, é considerada a menor múmia do mundo.
Muitas caveiras no Museu das Múmias, em Guanajuato - México
Nesta época havia um índice muito grande de mortalidade infantil, por isso uma das primeiras coisas que uma família fazia ao nascer o bebê era batizá-lo. Assim se o filho morresse, garantiriam que ele seria enviado direto para o céu, um ser totalmente puro. A estes bebês os mexicanos chamavam de “anjos”. Um corredor com alguns bebês anjos foi a parte mais impressionante para mim. A tradição também mandava que a família fizesse uma foto com a criança, depois de morta, para manter uma lembrança “viva” do seu filho e ajudar aos pais a passarem pelo luto.
Visita ao macabro Museu das Múmias, em Guanajuato - México
Essa atração dos mexicanos pela morte é algo curioso, para não dizer estranho. Acho bacana a tradição da comemoração do Dia de los Muertos, que conhecemos como Dia dos Finados. Cada morto que se foi ganha uma caveira, sua catrina, para ser decorada e festejada, uma forma de lembrar com carinho dos seus entes queridos que partiram.
Venda de catrinas no famoso Mercado de Doces e Artesanatos de Morelia, no México
Agora, realmente, colocar em um museu corpos tão recentes, sem nem um motivo histórico de pesquisa? É algo no mínimo bizarro. Desculpem-me as senhoras múmias, mas esse museu é horrendo! Bem, tem gente que gosta. E viva a diversidade!
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