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Blog da Ana - 1000 dias

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Na estrada de Santos à Bocaina

Brasil, São Paulo, Santos, Guarujá

Tirando fotos na Praia do Tombo, no Guarujá - SP

Tirando fotos na Praia do Tombo, no Guarujá - SP


Depois de uma manhã de trabalhos e arrumações, pegamos estrada rumo a São José do Barreiro, portal de entrada do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Um dia onde a nossa curtição maior é a estrada e o que encontramos no caminho, ainda mais quando se trata do litoral paulista.

Praia do Tombo, no Guarujá - SP

Praia do Tombo, no Guarujá - SP


Eu ouvi muito falar do Guarujá, mas para mim nunca foi uma praia com apetite appeal. Prédios, poluição, praias lotadas, era esta a imagem que eu tinha de lá até conhecer o Rodrigo. O Ro freqüentou por muito tempo Pitangueiras e a Praia do Tombo e por isso estava ansioso para passar por lá novamente. Nostálgico e saudoso como sempre, procurou o prédio onde ficava com a família nas temporadas da sua infância.

Praia das Pitangueiras, no Guarujá - SP

Praia das Pitangueiras, no Guarujá - SP


A cada pedacinho da praia que passávamos relembrava de momentos especiais, histórias e emoções que passou ali. A melhor delas foi que seus avós quando se casaram vieram morar no Guarujá, já imaginaram como era esta praia em 1929? Um pequeno museu do surf nos deu uma idéia de como deveria ser na década de 60, com uma foto do primeiro campeonato de surf em 1967, a praia lotada de pranchões e sungas estilosas.

Almoçamos em um restaurante delicioso à beira da praia, culinária praiana super requintada, peixe com banana ao molho de palmito com raspas de limão. Hummmm, delícia! Seguimos do Guarujá pela orla, passando por Enseada e fomos em direção à balsa para Bertioga.

Serra do Mar ista da balsa Guarujá-Bertioga - SP

Serra do Mar ista da balsa Guarujá-Bertioga - SP


Eu vim dirigindo desta vez, fazia tempo que não pegava uma estrada mais longa, ainda mais durante a noite. Muitas vezes fico meio cegueta com as luzes da pista contrária a noite, mas hoje eu estava super bem! Acho que foi a prova final de que uma balada por semana deve me deixar sempre mais disposta, saudável e com os chákras alinhados!

Visão de Bertioga da balsa vinda do Guarujá - SP

Visão de Bertioga da balsa vinda do Guarujá - SP


Chegamos a São José do Barreiro já eram 22h, uma cidade pequena como esta, achei que não encontraríamos uma pousada aberta. Já estava até preparada para dormir na Fiona, mas encontramos a simpática Pousada do Régis para nos salvar. Uma boa noite de sono e amanhã acordarei só embaixo de uma cachoeira!

Curiosidade

Um dos prédios tortos de Santos - SP

Um dos prédios tortos de Santos - SP


Quando visitarem Santos, percebam os prédios que ficam na orla entre o canal 3 e o canal 5. Vários deles estão em processo de se tornarem monumentos históricos italianos, inspirados na Torre de Pisa. Devido ao terrendo arenoso, a fundação destes prédios está afundando e por isso estão completamente tortos! Mas atenção, este pode ser um momento de investimento. Se você não tem vertigem e nem medo de desabar, pode comprar um apartamento de 2 quartos de frente para o mar pela bagatela de 60mil reais! Hoje o mercado imobiliário está em alta na região, devido ao pré-sal, um apartamento de 1 quarto perto do canal 5 custa em torno de 250mil. Você arriscaria? Negócio de Grego! Hummm, ou seria presente... fiquei meio confusa. Rsrsrs.

Brasil, São Paulo, Santos, Guarujá, Bertioga, Praia

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Terra em Movimento

Brasil, Paraná, Superagui, Barra do Ararapira

Atravessando a Barra da Lagoa, na Praia Deserta - Superagui

Atravessando a Barra da Lagoa, na Praia Deserta - Superagui



Lugar onde aparentemente o tempo parou, Superagui e sua praia deserta de 30km acompanham as mudanças do mundo de outra forma. Quando saímos de bicicleta para o nosso próximo destino, a Barra do Ararapira, todos já nos avisaram "iiihhh, saiam cedo que a Barra mudou muito, vocês não conseguirão passar de bicicleta por lá." E já programaram com o Dico, Presidente da Associação de Moradores, para nos buscar de barco onde o mar já havia avançado.

Viemos pedalando nesta praia deserta e dentre diversos pensamentos eu observava como a praia desta vez estava limpa. Em outra ocasião, em setembro de 2006, provavelmente por conta de outra maré, a praia deserta mais parecia um lixão a céu aberto, com toneladas de lixo, de garrafas pet até sofás, vindos dos navios que estão a caminho de Paranaguá.

Posando para foto na Praia Deserta - Superagui

Posando para foto na Praia Deserta - Superagui


Atravessando as bikes de voadeira, na Barra do Ararapira

Atravessando as bikes de voadeira, na Barra do Ararapira


Na voadeira para a Barra do Ararapira

Na voadeira para a Barra do Ararapira



Na Barra do Ararapira logo nos encontramos com Seu Rubens, um dos líderes da comunidade que ainda hoje briga para manter a vila de pescadores em pé, já que o mar está avançando sobre ela. Barreiras de contenção, dragas, diversos planos já foram traçados e estão aguardando aprovação de verba da diretoria do Parque Nacional ou mesmo da Secretaria do Meio Ambiente. Eu logo pensei no aquecimento global depois de ver todo o aquele lixo, hoje senão na praia, com certeza no mar e a barra sendo engolida. A experiência e sabedoria dos 63 anos de Seu Rubens dizem, "aquecimento global é besteira, isso é o ciclo da própria natureza." Conta ele que a Barra realmente já mudou muito desde que ele nasceu. Uma pequena Ilha que vemos entre Paraná e São Paulo não existia, era um grande banco de areia, idêntico à coroa que vemos hoje na maré seca. "Não demora muito tudo isso aqui vai fechar até o Cardoso e virar uma coisa só", esta é a teoria-prática de Seu Rubens que hoje acompanha o tempo de uma forma diferente da nossa.

Barco na Barra do Ararapira

Barco na Barra do Ararapira

Praia na Barra do Ararapira

Praia na Barra do Ararapira

Dico,Ana e o Seu Rubens - Barra do Ararapira

Dico,Ana e o Seu Rubens - Barra do Ararapira



Aqui o tempo é medido pelo movimento da terra, pelas mudanças que fazem parte do ciclo normal da natureza, não pelo tempo que deixamos de ter na correria do dia a dia. Não pelo tempo que nos engole e nos faz perder o sono e a conexão com o real fluxo da vida.

Brasil, Paraná, Superagui, Barra do Ararapira, Praia

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Asunción

Paraguai, Asunción

Tenda de artesanato na Praça Uruguaya, em Asunción - Paraguai

Tenda de artesanato na Praça Uruguaya, em Asunción - Paraguai


Asunción é uma cidade de 1,2 milhões de habitantes às margens do Rio Paraguay. O centro histórico se desenvolveu ali e ainda é o centro político da capital, porém a beira rio ficam as favelas, também conhecidas como viviendas temporárias, já que estão sujeitas à alta do rio.

Rio Paraguay, que banha Asunción - Paraguai

Rio Paraguay, que banha Asunción - Paraguai


Próximos da comemoração do Bicentenário da Independência, declarada em 20 de julho de 1811, todos os edifícios públicos estão passando por restaurações e reformas. Lindos por fora, fechados por dentro. Portanto alguns dos prédios abertos a visitação turística, como o Panteón de los Heroes, onde estão os restos mortais de Solano Lopes e outros ilustres da história paraguaia.

O Panteão dos Heróis, em Asunción - Paraguai

O Panteão dos Heróis, em Asunción - Paraguai


A melhor forma de conhecer o centro histórico é caminhando. Conseguimos a melhor vaga para estacionar a Fiona, sem parquímetro e em frente ao quartel policial na Plaza Constitución, onde fica a Catedral Metropolitana. Logo ao lado, o Cabildo, uma marca da passagem dos jesuítas na região, antes Casa do Governo Espanhol, hoje museu do Congresso Nacional.

O 'Cabildo', em Asunción - Paraguai

O "Cabildo", em Asunción - Paraguai


Aqui fica claro o contraste entre a riqueza e a pobreza do povo paraguaio. Avistamos o rio e logo abaixo as favelas, não muito diferentes das que encontramos em Recife, Rio ou Salvador. O policiamento nas ruas é grande, quase ostensivo, ficando clara a preocupação com a segurança na região. Assim sendo, continuamos caminhando, nos sentindo ainda mais seguros, pelo centro limpo e arborizado e chegamos ao imponente Palácio do Governo, também em estágio final de restauração. Logo em frente fica o Centro Cultural Manzana de La Riviera, um conjunto de casas antigas restauradas que deu espaço a um museu sobre a história da cidade de Asunción, salas de exposição e um restaurante com vista para o Palácio. Vale a visita.

Praça Uruguaya, em Asunción - Paraguai

Praça Uruguaya, em Asunción - Paraguai


A esta altura, já com fome, começamos a mesclar o roteiro gastronômico ao histórico. Passamos em frente ao Panteón e ao Lido Bar, um dos bares mais tradicionais que serve a famosa sopa paraguaia, especialidade da cozinha local. Seguimos adiante compramos um pão preto de trocentos cereais na padaria alemã e encontramos a Confiteria Bolsí.

Padaria alemã em Asunción - Paraguai

Padaria alemã em Asunción - Paraguai


Sabem aquela uma confeitaria dos anos 60, com aquele balcão antigo de madeira delicioso para sentar, tomar uma cerveja e ver o movimento passar? Exatamente, vimos colegas de trabalho, dando aquela escapadinha do escritório, casais, senhores com seus jornais e barbas respeitáveis. Ali decidimos almoçar, empanadas quatro queijos, caneloni para o Rodrigo e uma salada verde deliciosa e difícil de encontrar, adoro!

A deliciosa e tradicional confeitaria Bolsi, no centro de Asunción - Paraguai

A deliciosa e tradicional confeitaria Bolsi, no centro de Asunción - Paraguai


Terminamos o passeio na Praça Uruguaya, em frente ao Ferrocarril, primeira estação de trem do continente. O prédio é lindíssimo e alguns vagões ainda estão ali para fotografia, embora não muito conservados. Contudo não pude deixar de prestar atenção na praça. Um grande acampamento de pessoas pobres, sem terra, sem teto, sem comida, sem nada, a estava ocupando. Aparentemente são pessoas que vivem ali, queremos acreditar que seja apenas temporário.

A mais antiga estação de trem do continente, em Asunción - Paraguai

A mais antiga estação de trem do continente, em Asunción - Paraguai


Ainda que nós brasileiros estejamos acostumados a ver pobreza, confesso que esta cena da praça me chocou. Mais que as favelas às margens do rio, mais do que a miséria que já vimos pelo caminho. De qualquer forma eu prefiro assim, sem hipocrisia, pois não adiantaria imaginarmos que passaríamos pelo Paraguai, um dos países mais pobres da América, vendo a miséria apenas à margem das grandes cidades. Sim ela existe, no centro histórico e turístico e em todo lugar, infelizmente faz parte da realidade deste país.

População indígena em paraça de Asunción - Paraguai

População indígena em paraça de Asunción - Paraguai

Paraguai, Asunción,

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Witti Creek

Suriname, Paramaribo, Brownsberg

Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname

Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname


Hoje decidimos fazer a maior caminhada do Brownsberg Park. Foi difícil para caraca levantar, dormi apenas 4 horas, mas eu já sabia que hoje o dia começaria cedo. O Rodrigo me acordou de bode, indignado com o meu pique de ficar conversando até tarde, o que pode ser tão interessante assim? Bem, quem leu o post acima já entendeu, que não leu ainda, irá entender. Eu adoro fazer caminhadas, mas convenhamos... Não consigo comparar a riqueza entre passar horas conversando com pessoas de cada canto do mundo, com uma trilha, ainda mais se esta é mais uma das várias que fazemos nesta nossa viagem. Conhecer matas e riachos entre a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, ao final das contas é meio parecido.

Atravessando a densa floresta da Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname

Atravessando a densa floresta da Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname


A caminhada era de uns 7 km, em meio a uma linda floresta úmida e descida dramática, pois sabíamos que depois teríamos que subir. Karin ia embora hoje cedo, mas ontem à noite ofereci carona para voltar conosco à Paramaribo, para poder aderir ao grupo do trekking ao Witti Creek. Nós descemos o tempo todo conversando, impressionante como nosso assunto nunca acaba! Falamos das respectivas famílias, namorados/maridos, saúde, relacionamentos, etc. Ainda bem que o Sven estava fazendo companhia ao Rodrigo. Os dois foram na frente, acelerados, falando de escaladas no Aconcágua e campo base do Everest. Ficou a própria Turma do Bolinha e da Luluzinha, engraçado como esta convivência com o mesmo sexo as vezes é necessária.

Com o Sven e a Karen no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname

Com o Sven e a Karen no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname


O Riacho Witti (creek = riacho), mesmo com toda a chuva e lama que temos visto por aqui, é límpido e convidativo. Uma piscina deliciosa com peixinhos esfomeados se forma dentre pedras e árvores gigantes. Os peixinhos nos cutucavam, mordendo a pele, não chega a doer, mas eram um tanto quanto decididos. Karin até perguntou se seriam piranhas! rsrs!

Delicioso banho no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname

Delicioso banho no Witti Creek, na Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname


Sven ficou um pouco mais, sem pressa para voltar já que ficará mais um ou dois dias no parque. Entretanto nós tínhamos que pegar a estrada para Paramaribo. Mesmo sendo uma baita subida conseguimos subir bem, a chuvinha do meio-dia ajudou a refrescar durante a caminhada. Banho e despedidas depois pegamos estrada. O trecho de terra continuou bem escorregadio, mas para baixo é sempre mais fácil.

Despedida da Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname

Despedida da Reserva Natural de Brownsberg, no Suriname


Queríamos muito sair a noite, jantar com Karin e Scott, nosso amigo americano que está em Paramaribo, mas amanhã cedo voaremos para Trinidad logo cedo, então precisamos ficar arrumando nossas coisas, packing and unpacking a Fiona, equipamento de mergulho e modelitos caribenhos. Longa noite pela frente, já que 2:30am seremos acordados para a maratona até o aeroporto e Trinidad.

Suriname, Paramaribo, Brownsberg, Brownsweg, floresta úmida, parque nacional, Witti Creek

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Contos Cubanos

Cuba, Havana

Nossa guia na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba

Nossa guia na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba


Dona Margarita completará esta semana 84 anos, portanto viveu a Cuba de antes e depois da revolução e tem uma memória muito vívida do que passou. Casou-se em plena revolução, no ano de 1959, e passou a fazer parte de uma família de adeptos do novo regime.

Propagandas do socialismo, muito comum nas ruas de Havana - Cuba

Propagandas do socialismo, muito comum nas ruas de Havana - Cuba


Na mesma época sua irmã, casada com o dono de uma grande revista, foi-se de Cuba para o México e depois Estados Unidos. Meses depois, sabendo que sua revista seria tomada pelo estado, seu marido mandou pagar 3 meses de salário a todos os funcionários e fechou a empresa, recomeçando nova vida fora do país. Tempos difíceis em que uma das primeiras medidas do novo governo foi estatizar tudo o que existia na ilha. Aos que se foram não foi dado direito de retirar nada, nem um pertence, nem mesmo um quadro da parede, muito menos o dinheiro que possuíam no banco. Saíram de casa e do país com a roupa do corpo. Suas casas foram tomadas pelo estado e redistribuídas para a população. Grandes casas passaram a ser compartilhadas por duas, três ou mais famílias. O proprietário de um edifício ficou apenas com um apartamento e os outros foram distribuídos.

Moradias no centro de Havana - Cuba

Moradias no centro de Havana - Cuba


Dona Margarita possuía um salão de beleza, ganhou vários prêmios internacionais, tinha muito talento. Mesmo com bons contatos dentro do novo governo, seu salão foi tomado e um cargo de fiscal dos salões lhe foi oferecido. Sua família era muito saudável financeiramente e junto ao seu esposo decidiu não aceitá-lo, não seria preciso. Seu sogro foi médico e um dos conselheiros de Fidel, trabalhando como chefe de medicina em um dos órgãos do governo. Ajudou muita gente, não apenas nos tratamentos médicos, mas também aos que tinham interesse de sair do país, já que acreditava na liberdade acima de tudo. Estiveram aqui nesta casa os cabeças da revolução, como Ernesto Che Guevara e Fidel Castro, sentados nas mesmas cadeiras e na mesma mesa que hoje nos sentamos para o café da manhã. “Fidel é um homem muito amável, bem apessoado e muito inteligente.”, nos conta ela. Pergunto sobre Che, se era mesmo “guapo” como dizem, ela ri e concorda.

Despedindo-se da simpática e octagenária Margarita, dona da casa onde ficamos em Havana - Cuba

Despedindo-se da simpática e octagenária Margarita, dona da casa onde ficamos em Havana - Cuba


Enquanto conversamos com ela, Margarita, sua ajudante homônima, aproveita um momento em que ela está longe e nos conta que a revolução foi ótima para os pobres. “Eu sou pobre, meu pai era entregador de jornal, e hoje eu tenho uma filha formada em enfermagem e outra filha na universidade. Eu nunca poderia pagar o estudo delas se não fosse por Fidel.”, nos conta Margarita. Ao final fica claro que ambas defendem a revolução, ainda que com memórias, passados e futuros completamente diferentes.

Os simpáticos e divertidos cubanos da capital  Havana

Os simpáticos e divertidos cubanos da capital Havana


As casas particulares foram uma das poucas coisas não desapropriadas, a não serem mansões desproporcionais às necessidades da família ou propriedades daqueles que deixaram o país. Algumas coisas são um pouco cinzentas, até dentro de uma revolução tão radical, privilégios foram dados e são dados àqueles mais próximos do partido. Ninguém consegue ser 100% imparcial, nem mesmo Fidel.

Propagandas do socialismo, muito comum nas ruas de Havana - Cuba

Propagandas do socialismo, muito comum nas ruas de Havana - Cuba


Não é por acaso que quando perguntamos para as pessoas quem é o herói preferido da revolução, muitas nos dizem “Che Guevara, ele sim era o verdadeiro comunista.” Durante sua luta com a coluna revolucionária Che dava exemplos que faziam dele o mais amado e mais temido líder. Uma história contada por seu Rubens, na Playa Girón conta que ele chegava e pedia abrigo e comida para agricultores que recebiam a ele e sua tropa e lhe ofereciam tratamento especial, como um frango na comida e uma cama com colchão. Che perguntava: “Há frango para todos? Há colchão para todos os meus homens? Não. Então eu comerei o mesmo que eles e dormirei em redes ou no chão como todos eles.” Ao mesmo tempo Che era impiedoso e não titubeava em metralhar aqueles que cometiam injustiças e traições. Certa vez Che cruzou um grupo de campesinos da luta clandestina que em nome da revolução estavam roubando comida e bens dos pequenos agricultores e das famílias no seu caminho. Não teve dúvida, matou a todos, sem titubear.

A figura de Che, sempre presente! (em Cienfuegos, em Cuba)

A figura de Che, sempre presente! (em Cienfuegos, em Cuba)


É curioso pensar que dois dos grandes líderes da revolução, Che e Camilo Cienfuegos tenham morrido em situações suspeitas. Che, pego pelo serviço secreto americano na Bolívia, há quem diga que teria sido delatado por seus companheiros comunistas. Camilo em um acidente aéreo em Cuba, voltando de um compromisso como Ministro das Forças Militares. O avião caiu em uma área rasa e de mar azul, transparente, porém ainda assim, o avião nunca foi encontrado. Dizem que Camilo e Raúl disputavam a mesma mulher... Mulheres sempre as culpadas.

Arte com a figura de Che Guevara em galeria de Trinidad, em Cuba

Arte com a figura de Che Guevara em galeria de Trinidad, em Cuba


Fato é que simpatizantes da revolução ou não, todos concordam que Fidel é um homem especial, muito inteligente e que se não fosse a sua liderança, a força revolucionária nunca teria vencido. Correm pelas ruas de Havana e por todos os cantos de Cuba algumas lendas sobre o seu líder (ou ditador?). Dizem que Fidel já possui 2 clones, um mais jovem que não teria dado muito certo, e outro mais velho. Cada um deles é utilizado na televisão, mostrando suas fraquezas ou suas forças, para manipular a opinião pública nacional e internacional. Fidel mesmo, o original, deve viver por muito tempo. Por fora parece velho, mas por dentro está completamente jovem, pois já renovou todas as suas células com tratamento de células tronco e suas veias são tubos plásticos! “Não, não, não! Não são as veias!” Alguém corrige, é o seu intestino! Ele nunca teve câncer, só uma infecção terrível no intestino que já foi substituído por tubos plásticos.

Famosa foto de Fidel, em exposição na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba

Famosa foto de Fidel, em exposição na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba


Sabe Deus! “Nada neste país irá mudar enquanto Los Hermanos Castro estiverem no poder.” Tampouco querem que mude, havendo fortalecimento econômico, mais dinheiro, alimento, e liberdade, o regime poderia ser mantido. “Cuba é o melhor lugar do mundo, mesmo se abrissem, eu não trocaria o meu país por nada.”

Cuba, Havana, cultura, La Havana, Pessoas, Revolução Cubana

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Virada Social

Brasil, Paraná, Curitiba

Vovó Patrícia com a Luiza, Dani e Dudu e a Ana, em Curitiba - PR

Vovó Patrícia com a Luiza, Dani e Dudu e a Ana, em Curitiba - PR


Muitos devem estar se perguntando, por que quando eles chegam em Curitiba o blog pára? Já tentamos manter diariamente, mesmo aqui. Curitiba é uma cidade cheia de surpresas, daria facilmente para mantermos um “1000dias em Curitiba”, tamanha a diversidade gastronômica e cultural que a cidade oferece. Fato é que como esta é a minha cidade natal, o meu principal objetivo aqui (além da parte chata) é reencontrar os amigos e familiares.

Com a prima Vitória, em Curitiba - PR

Com a prima Vitória, em Curitiba - PR


Uma semana antes de chegar à Curitiba comecei a avisar os amigos por email, facebook, twitter, celular e até sinal de fumaça! Um ano se passou e estou morrendo de saudades, “ET... telefona, minha casa!”. Chegamos à cidade no dia 14/06 já emendamos atividades e reuniões, ao fim do dia uma amiga me viu no Banoffi (via facebook) e nem titubeou, “venha para cá agora!” Lá fui eu, sem banho, Rodrigo, nem nada! Cheguei na casa da Tetê como nos velhos tempos: dois vinhos na mão e muitas histórias para contar. Estava morrendo de saudades, super desatualizada sobre sua vida, sua história. Fiz novos amigos, Giana, Tatá, Eros e Edu e saí de lá as 5 horas da manhã! Noite perfeita, comecei a temporada em Curitiba com o pé direito!

Brincando com a sobrinha, em Curitiba - PR

Brincando com a sobrinha, em Curitiba - PR


Nossa rotina basicamente se resumia a resolver as nossas pendências durante o dia e encontrar os amigos, acompanhados de belos vinhos, durante a noite. O dia seguinte foi a vez dos meus ex-colegas e para sempre amigos, Juliana, Aymoré, Vanessa e Fábio, no bar Cana Benta. Todos sempre corridos, virando abóbora cedo, mas ainda assim estendemos a noite o possível e impossível nos atualizando e sobre as nossas vidas e babados do mercado.

Recepção dos amigos da Positivo em Curitiba - PR

Recepção dos amigos da Positivo em Curitiba - PR


A partir deste dia estava decretada a virada social em Curitiba! Dia e noite, entre os médicos e as reuniões lá estava eu, tentando aproveitar cada minuto para rever amigos e fazer o que mais sei socializar! Fui visitar a Márcia Maria e a Nina, minha amiga linda dos tempos de faculdade que acabou de ter o seu segundo bebê. Nina está lindíssima, uma fofura. Tirei algumas horas do meu dia para curtir a minha vózinha de 81 anos e contar as histórias de um mundo já distante para ela.

Quatro gerações das mulheres Biselli, em Curitiba - PR

Quatro gerações das mulheres Biselli, em Curitiba - PR


A noite mais virada foi um encontro da minha turma de segundo grau, hoje em dia se diz ensino médio. Nós fizemos um queijos e vinhos na casa do Gusta e da Paula. A noite foi sensacional, até a Luiza foi, minha sobrinha linda! Foi tudo tão perfeito, que fechamos a noite vendo o sol nascer da sacada, eu e Gustavo, depois de lavar a louça e arrumar a bagunça da festa.

Encontro com os amigos na casa do Gusta, em Curitiba - PR

Encontro com os amigos na casa do Gusta, em Curitiba - PR


Jantar no Don Max, reencontrando Rodrigo Jardim, amigo grude de uma fase que já passou há quase 10 anos! Foi ele que me apresentou Tetê, Gogol e o melhor da música alternativa brasileira. Aquela típica amizade que mesmo depois de tantos anos, continua exatamente igual quando há o reencontro, ainda assim, que saudades!
Pizza e vinhos na casa do Pasini, reunindo os casais amigos ex-Tradener, Karina e Ricardo, Pasini e Fer, Guilherme e Xarise. Encontro com os nossos amigos, padrinhos e companheiros de viagem Laura e Rafael, casal gourmet que vai nos encontrar em Galápagos em setembro!

Encontro de casais no apartamento do Pasini e Fernanda, em Curitiba - PR

Encontro de casais no apartamento do Pasini e Fernanda, em Curitiba - PR


Tuuudo isso sem contar a principal das socializações, a minha família, é claro. Dani, Dudu e Luíza tiveram a prioridade. A tia aqui queria tirar todo o atraso da convivência com a baby. Todas as noites ou tardes que eu pude escapar, me instalava na casa da Dani e ficava brincando com a Luiza, treinando para quando lhe der uma priminha.

Brincando com a sobrinha, em Curitiba - PR

Brincando com a sobrinha, em Curitiba - PR


Luiza com o vô Mário, em Curitiba - PR

Luiza com o vô Mário, em Curitiba - PR


Entre documentos, reuniões, médico, dentista, acumpunturista e todas as “istas” possíveis, aproveitamos ao máximo essa estada em Curitiba para resolver pendências e matar as saudades. Chegou um momento que eu já não agüentava mais, mesmo eu, tão “duracell” tive que pedir pinico e me internar em casa no primeiro dia frio e chuvoso. É chegada a hora de ir, voltar a nossa rotina cigana, andar, correr, viajar, quem sabe assim conseguiremos descansar...

A linda sobrinha Luiza, em Curitiba - PR

A linda sobrinha Luiza, em Curitiba - PR

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Máncora

Peru, Mancora

Belo pôr-do-sol no Oceano Pacífico, em Mancora, no litoral norte do Peru

Belo pôr-do-sol no Oceano Pacífico, em Mancora, no litoral norte do Peru


Máncora é um balneário praiano localizado no estado de Piúra a 1.172km de Lima, no norte do Perú. Às margens da Panamericana, é uma das praias preferidas dos peruanos, sendo comparada por alguns guias e blogueiros como a Búzios peruana.

Praia em Mancora, no litoral norte do Peru

Praia em Mancora, no litoral norte do Peru


O centro da cidade é repleto de restaurantinhos, bares e as baladas são bem conhecidas. Lá podem ser encontrados alguns hostals e pousadas mais simples e baratas, mas o charme mesmo está em um bairro vizinho conhecida como Mancora Chica, onde estão os melhores hotéis e pousadas à beira mar. A maioria deles possui também restaurantes gourmets, spas e um ambiente suuuper relax com piscina, bar e um deck com vista para o Pacífico.

Nosso hotel em Mancora, no litoral norte do Peru

Nosso hotel em Mancora, no litoral norte do Peru


Nós encontramos um hotel chamado Punta del Sol, que não era dos mais charmosos, mas por isso também tinha um preço mais amigável. As tarifa aqui variam de 160 a 300 soles (60 a 110 dólares), podendo custar 800 soles nos hotéis 5 estrelas de alto luxo. Recentemente esta região foi notícia nos jornais de todo o país, vítima de uma grande ressaca (ou até um mini-tsunami), que teria abatido o litoral e destruído casa e hotéis à beira mar. Isso diminuiu muito o movimento e o turismo, nos contou um vendedor ambulante que conhecemos na praia. Mas como pudemos verificar, nada aconteceu, Máncora está lá, linda e formosa como sempre.

Coqueiros na praia em Mancora, no litoral norte do Peru

Coqueiros na praia em Mancora, no litoral norte do Peru


O tempo estava um pouco nublado, o sol deu o ar da graça durante a manhã e depois a nebulosidade tomou conta. Caminhamos na praia, mas o vento frio não me animou a ter um approach mais íntimo com o pacífico. Praia extensa e com pedras é sim muito bonita, mas confesso que, como brasileiros, estamos mal acostumados com a beleza de nossas praias. Assim aproveitamos para tomar um pouco de sol e trabalhar bastante, tentando tirar o atraso aqui nos blogs.

Nosso 'escritório' em Mancora, no litoral norte do Peru

Nosso "escritório" em Mancora, no litoral norte do Peru


À noite demos uma volta para conhecer o centro da cidade, já era quase meia-noite e mesmo sendo sábado quase não achamos um restaurante aberto. Um bar reciclado foi a nossa salvação, com a sua pizza-brusqueta de 3 queijos deliciosa. As baladas na beira mar não nos pareceram muito atrativas, bombando um reggaeton fuerte, disputando som na mesma quadra. Havia também uma festa eletrônica free em um grande hotel à beira-mar, mas eu ainda em recuperação da infecção e com um marido ajuizado até demais, nem fomos lá para dar uma olhada.

Fim de tarde na praia de Mancora, no litoral norte do Peru

Fim de tarde na praia de Mancora, no litoral norte do Peru


Ah! Temos novidades! Conseguimos nos encaixar em um barco de live aboard para Galápagos no dia 25 de setembro! Rafael e Laura que já estavam embarcando para Quito também conseguiram ajustar as agendas. Não teremos as suítes para cada casal, mas os mergulhos e tubarões baleia estarão lá! Infelizmente a data disponível não se encaixava com a agenda do nosso primo Haroldo, que ficou sem Galápagos e nós sem a sua visita neste ano =(

Pelicanos voam tranquilamente em Mancora, no litoral norte do Peru

Pelicanos voam tranquilamente em Mancora, no litoral norte do Peru


Amanhã seguimos viagem rumo ao Equador!

Peru, Mancora, mar, Praia

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Fazenda em Rio Verde

Brasil, Goiás, Rio Verde

Paisagem colorida na área rural em Rio Verde - GO

Paisagem colorida na área rural em Rio Verde - GO


Rio Verde é a capital do agro-negócio do Estado de Goiás. Uma área de solo fértil, que possui vocação para o plantio de soja, milho, feijão e culturas complementares, deixando praticamente de lado a pecuária. Recentemente a região tem passado por uma grande valorização, não apenas no custo das terras e fazendas, como também na cidade, onde os terrenos já triplicaram de valor.

Passeio na fazenda em Rio Verde - GO

Passeio na fazenda em Rio Verde - GO


Nós ficamos hospedados na fazenda onde mora o Chico, primo do Rodrigo. Chico já mora aqui há 9 anos e é formado em agronomia. Casa de fazenda, varadão gostoso com vista para o campo, cachorros, galinhas e aquela vidinha bem difícil e estressante.

Com o Chico, na triste hora da despedida da fazenda e de Rio Verde - GO

Com o Chico, na triste hora da despedida da fazenda e de Rio Verde - GO


Estamos agora na entre-safra da soja onde se produz o sorgo e o milheto, que ajudam a preparar o solo para o próximo plantio, trazendo os nutrientes que estão no solo mais profundo para a superfície e deixando a palha para ajudar a manter o solo mais úmido e protegido. Além de nutrir o solo, estas culturas são utilizadas para a produção de razão animal. Vimos também as lavouras de milho, quase prontas para a colheita, o feijão e o algodão, deixando a paisagem em degrades de palha e verde.

A bela zona rural em Rio Verde - GO

A bela zona rural em Rio Verde - GO


Depois do almoço, demos uma volta pela cidade de Rio Verde, conhecemos a praça central onde fica a Igreja Matriz, com uma arquitetura modernosa, meio esquisita. Vimos o campus das universidade onde o Chico estudou e uma nova área da cidade que está em pelo crescimento e desenvolvimento. Em pouco tempo Rio Verde estará como hoje é Ribeirão Preto em São Paulo, um pólo riquíssimo com toda a infra-estrutura para atender às demandas das famílias dos fazendeiros que vivem e investem na região.

Milharal em Rio Verde - GO

Milharal em Rio Verde - GO


Hoje resolvemos também estrear a nova churrasqueira do Chicão. Eu preparei as saladas, assamos a carne, cerveja gelada e logo os amigos estavam chegando para completar a noite de lua crescente e de estiagem, que se punha sob o milharal.

Churrasco com amigos em Rio Verde - GO

Churrasco com amigos em Rio Verde - GO

Brasil, Goiás, Rio Verde, fazenda

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Contos Cubanos en La Playa Girón

Cuba, Cienfuegos

Relaxando na tranquila e belíssima Playa Giron, região de Cienfuegos, em Cuba

Relaxando na tranquila e belíssima Playa Giron, região de Cienfuegos, em Cuba


Fundada em 1819 Cienfuegos possui uma história um pouco diferente da maioria das cidades cubanas. Foi colonizada por franceses vindos de Louisiana, estado francês vendido por Napoleão aos americanos em 1803. Cidade jovem e de arquitetura colonial francesa, possui uma praça central charmosa e agradável, alguns museus e um longo Malecón que dá acesso à Ponta Gorda, local de grandes casas e mansões. Seu nome é uma homenagem ao General José Cienfuegos e não a Camilo, herói revolucionário como havia pensado.

Plaza josé Martí, centro de Cienfuegos, em Cuba

Plaza josé Martí, centro de Cienfuegos, em Cuba


Uma passagem rápida pelo mercadão da cidade nos deu um gosto da simpatia e curiosidade dos jovens cubanos que não hesitaram em me abordar e pedir para tirar fotos, trocar gentilezas e palavras de boas vindas. Ganhei de um deles o primeiro peso cubano nacional, uma moeda com a estrela de Che como lembrança de Cuba e sem um real no bolso, lhes agradeci com moedas da Costa Rica e Guatemala, uma lembrança do mundo lá fora.

Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba

Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba


A principal atração de Cienfuegos está a 50km da cidade, na província vizinha de Matanzas, e faz parte de um capítulo importante da história cubana. No ano de 1961 a Baía de los Cochinos, ou Baía dos Porcos, foi palco para um dos principais enfrentamentos entre Cuba e as forças imperialistas americanas desde que se deu a revolução cubana. Agentes da CIA deram suporte e treinamento aos exilados cubanos que estavam nos EUA e com apoio do governo Nicaraguense, armou e colocou os contra-revolucionários anti-Castristas nas areias da Playa Girón. Fidel foi pessoalmente liderar as tropas contra a invasão e massacrou seus paisanos deixando claro que os mandos e desmandos americanos ali não teriam espaço.

Museu que retrata a história da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Playa Giron, próxima à Cienfuegos, em Cuba

Museu que retrata a história da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Playa Giron, próxima à Cienfuegos, em Cuba


A Playa Girón com suas areias grossas e claras é extensa, nós nos instalamos logo no início, em um trecho conhecido como Playa de los Pinos. O mar de águas azul-esverdeadas estava convidativo para um mergulho e um snorkel enquanto o sol queimava a todo vapor.

A bela Playa Giron, na região de Cienfuegos, em Cuba

A bela Playa Giron, na região de Cienfuegos, em Cuba


Já na chegada conhecemos Seu Ruben, uma figura que nasceu nesta região e tinha muita história para contar. Ele e seus filhos têm um negócio “paralelo” aqui na praia, servem mojitos e preparam refeições sob encomenda, tudo de forma bem discreta para que a fiscalização não perceba. “Este país é uma escola de ratones”, nos explica Seu Ruben, “eu lutei pela revolução e a defendo até hoje! Conheci Fidel quando esteve aqui na praia com o presidente argelino na década de 60. Fidel me pediu que contasse a história da batalha da Playa Girón a eles e eu respondi: pois nos conte o senhor! Foi você que esteve aqui lutando, sabe melhor do que ninguém!”. Fidel riu da naturalidade do menino Ruben e seguiu com seu convidado. “O problema é que nós temos que viver, e hoje, depois de ter servido o exército revolucionário por tantos anos, eu recebo o equivalente a 12 CUCs por mês! Eu não vou deixar minha família passar fome, por isso todos nós cubanos vamos encontrando outras formas de sobreviver. As taxas dos negócios legais são muito altas! A casa onde eu vivo está condenada, disseram os engenheiros, então me ofereceram uma casa nova de um cômodo. Como vou viver com minha mulher e dois filhos em um ovo? Prefiro ficar na minha casinha mesmo.”

Visita ao mercado municipal de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)

Visita ao mercado municipal de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)


Seu Ruben tem 62 anos e seus filho mais velho 34, este nos contava sobre a saúde em Cuba, nos contou que se é detectada na gravidez que um bebê tem problemas de má formação, anomalia ou alguma síndrome, é feito aborto na hora, o filho só irá nascer assim se a mãe quiser muito. Realmente até agora não vimos ninguém com estas condições, é a visão prática e racional do comunismo. Passei horas conversando com Seu Rubens e seus filhos, falamos de política, suas convicções socialistas e comunistas e sobre a vida dentro e fora de Cuba.

A Ana faz amigos no Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba

A Ana faz amigos no Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba


À sombra dos coqueiros almoçamos uma lagosta deliciosa, bananinhas fritas preparadas por sua esposa, como um piquenique praiano, enquanto Rodrigo foi conferir o Museu Girón, com fotos e fatos da batalha que se travou nesta tranquila praia. O finalzinho de tarde foi na Ponta Gorda, vendo os últimos raios de sol ao som da música cubana e ao sabor de um dos melhores mojitos da cidade.

Assistindo ao pôr-do-sol na Punta Gorda, em Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)

Assistindo ao pôr-do-sol na Punta Gorda, em Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)


A noite foi de mais histórias, como a da Senhora Y que tem 3 filhas, todas vivem na Itália. A primeira casou-se com um italiano, mora e trabalha lá e foi quem a ajudou a sair da casa de um cômodo para uma maior e depois outra maior ainda. “Quem não tem parentes fora de Cuba trabalhando e enviando dinheiro não consegue melhorar de vida, então eu mando as minhas filhas pra fora mesmo, a menor tem 16 anos e já foi também!” Perguntamos como e ela explicou que a casou com um amigo italiano, só para poder sair e voltar do país sem problemas. “Lá na Itália ela terá mais chances e poderá ter uma vida melhor.” Agora ela irá tentar o visto de saída do país para o seu neto de 22 anos pela quarta vez! “Já foi negado três vezes, pois tem o perfil de emigrante, mas ele quer sair! Eu acho que se um jovem tem vontade de ir, tem mais que é ir e ver como o mundo é lá fora! Eu vou e volto, por que a minha vida é aqui em Cuba, eu amo o meu país, mas aqui não tem futuro nenhum para os jovens.”

Café da manhã na Casa de Hóspedes de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)

Café da manhã na Casa de Hóspedes de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)


Ela já trabalhou como inspetora para o governo durante anos, foi defensora do atual regime e participou da transformação do país e nem por isso deixa de ter as suas idéias e opiniões. Não tem medo de falar conosco sobre o que pensa, é curiosa e está sempre muito bem informada. Nos contou que existem até umas manhas para ter internet mais barata em casa, ela precisa para se comunicar com as filhas e agilizar o seu negócio. Ela nunca tinha ouvido falar na famosa blogueira cubana, ganhadora de diversos prêmios de jornalismo digital por seu Blog Generacíon Y e nos fez prometer que enviaremos o seu livro, através de sua filha, para que siga atenta as novas ideias, críticas e sentimentos, que sem dúvida só elas, de cubana para cubana, sabem exatamente o que significa.

Cuba, Cienfuegos, Baía de los Cochinos, Baía dos Porcos, Playa Giron, Praia

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Revisitando a cidade natal

Brasil, Paraná, Curitiba

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR


Quase 29 anos de idade, 27 destes vividos em Curitiba. Sempre fui orgulhosa da minha cidade natal, desde que me lembro por gente! A gestão de Jaime Lerner, seguida de toda a sua equipe foi transformando Curitiba, que mesmo sendo a capital do Estado sempre teve ares interioranos. Uma cidade que não tinha muitos atrativos e de repente tornou-se referência em urbanismo, transporte público, pioneira na reciclagem do lixo que não é lixo, como foi apelidado o lixo reciclável aqui. Esta campanha educativa foi a primeira campanha publicitária de que me lembro, um case de sucesso! Era a Família Folha cantando o jingle “lixo que não é lixo, não vai pro lixo, SE-PA-RE.”

Poste de iluminação que funciona com energia solar, no Parque Barigui, em Curitiba - PR

Poste de iluminação que funciona com energia solar, no Parque Barigui, em Curitiba - PR


Cidade modelo, planejada não possui apenas parques, possui receptores de águas pluviais. Os parques de Curitiba, Tanguá, Tingui, Barigui, Bosque do Alemão, Bosque do Papa, e muitos outros foram planejados com esta função, após diversos alagamentos sofridos pela cidade. Todos eles hoje são parte dos atrativos turísticos de uma cidade que cada vez mais está nos roteiros turísticos de muitos brasileiros. Percebi isso hoje, quando revisitei a cidade com outros olhos, não mais os olhos de uma moradora, mas sim os olhos de uma turista.

A antiga Torre da Telepar, em Curitiba - PR

A antiga Torre da Telepar, em Curitiba - PR


Começamos o nosso tour pela Torre da Telepar, hoje patrocinada pela Oi. Lembro quando eu era pequenininha e fui com a turma da escola, mas minha visão foi completamente diferente. Hoje ver a cidade lá de cima foi o máximo, localizar bairros, os parques, ver como o Bigorrilho se transformou em “Champagnat” e como o meu querido bairro da faculdade, o Mossunguê, se tornou “Ecoville”. Essas curitibanisses que só sabe e pode falar quem é daqui mesmo! Até a faculdade Tuiuti pude ver lá de cima, ou melhor não pude ver... o prédio que era antiqüíssimo pegou fogo há alguns anos e finalmente foi demolido, estava “na chon” como dizia Dona Armênia.

Pertinho da capivara preguiçosa, no Parque Barigui, em Curitiba - PR

Pertinho da capivara preguiçosa, no Parque Barigui, em Curitiba - PR


Nossa segunda parada foi o Parque Barigui, belíssimo e democrático como sempre. Corredores e esportistas, dentre pagodeiros e botequeiros, madames passeando com seus poodles cor-de-rosas ao lago das preguiçosas capivaras. A vista do outro lado do lago é sempre uma afronta, casas maravilhosas destacam ainda mais a arquitetura kitsch(1) da casa de um famoso político local.

Defile de cães no Parque Barigui, em Curitiba - PR

Defile de cães no Parque Barigui, em Curitiba - PR


Continuamos para o Jardim Botânico e seu palácio de cristal. Hoje mantido por uma parceria público-privada entre a Prefeitura e O Boticário, os jardins estão belíssimos e sua área de exercícios muito bem estruturada. Outro lugar que lembro bem quando foi inaugurado e que não havia mais voltado. Eu e minhas irmãs adorávamos rolar montanha abaixo nos gramados do Botânico. Engraçado, tudo parecida tão maior...

O Palácio de Cristal, no Jardim Botânico, em Curitiba - PR

O Palácio de Cristal, no Jardim Botânico, em Curitiba - PR


Dos Jardins, vamos ao mais moderno e contemporâneo que a cidade hoje guarda, um monumento de Niemeyer, o MON – Museu Oscar Niemeyer - também conhecido como “O Olho”.

O famoso 'Olho', no museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

O famoso "Olho", no museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR


Um espaço delicioso para explorar as diversas manifestações artísticas, exposições e até levar o seu cãozinho passear nos gramados dos fundos. Assim que foi aprovada a lei que multava em R$ 500,00 quem não recolhesse o cocô do seu cachorrinho da calçada ou não usasse coleira e fucinheira (cães acima de 30kg), os amantes de cão adotaram o gramado como área sem lei. Lá no PARCÃO tudo pode, é o paraíso dos cachorros!

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR


É gentein, Curitiba é uma cidade muito especial. Não sei se a vejo assim por que foi onde nasci ou se cada vez mais ela foi se tornando interessante. Bons restaurantes, teatros, cafés, cinemas, parques e museus... Um final de semana será pouco mas já dará um gostinho do que esta cidade tão conhecida por seu provincianismo tem a oferecer.

Entre as árvores do Parque Barigui, em Curitiba - PR

Entre as árvores do Parque Barigui, em Curitiba - PR



(1) Kitsch é um termo de origem alemã (verkitschen) que é usado para categorizar objetos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores à sua cópia existente. São freqüentemente associados à predileção do gosto mediano e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões que não são autênticos, tomar para si valores de uma tradição cultural privilegiada. (Fonte: wikipedia).

Brasil, Paraná, Curitiba, Barigui, jardim Botânico, Museu Oscar Niemeyer

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