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Blog da Ana - 1000 dias

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As Praias da Martinica

Martinica, Fort-de-France, Saint-Anne

A bela praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica

A bela praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica


Martinica, chamada pelos nativos caribs de Ilha Madinina, que significa “ilha das flores”, não nega a origem do nome. Florida, alegre e bem colorida é um dos destinos preferidos dos franceses vindos da metrópole. A população é na sua marioria descendente dos escravos que vieram trabalhar nas plantações de cana no século XVII, já mesclada com os colionizadores franceses. Os caribes que não caíram em batalhas defendendo sua terra, foram expulsos da ilha em 1660, poucos anos depois da capital francesa St. Pierre ser construída no norte da ilha (1636). Os ingleses chegaram a conquistar o território no final do século XVIII e começo do século XIX, pouco mais de 20 anos durante a Revolução Francesa, retornando ao comando francês após as Guerras Napoleônicas.

Chegando em Fort-de-France, capital da Martinica, a mais urbanizada ilha do leste do Caribe

Chegando em Fort-de-France, capital da Martinica, a mais urbanizada ilha do leste do Caribe


Atravessando o parque La Savane, o principal de Fort-de-France, capital da Martinica

Atravessando o parque La Savane, o principal de Fort-de-France, capital da Martinica


Mais francesa que Guadalupe e com a população já acima dos 415 mil habitantes, é uma das ilhas mais urbanizadas do leste do Caribe. Sua capital Fort-de-France possui largas avenidas e estradas duplicadas correm de norte a sul interligando a capital às principais cidades do departamento francês. O centro histórico próximo ao ativo Forte St. Louis, sua igreja e biblioteca nacional se mesclam à construções modernas melhor vistas do ferry. Andando nas ruas, porém, vemos que toda a infra-estrutura e charme francês se mistura às cores e despojamento comum às ilhas caribenhas.

O Fort S. Luis, que deu origem á cidade de Fort-de-France, capital de Martinica

O Fort S. Luis, que deu origem á cidade de Fort-de-France, capital de Martinica


Prédio da biblioteca, marco arquitetônico de Fort-de-France, capital da Martinica

Prédio da biblioteca, marco arquitetônico de Fort-de-France, capital da Martinica


A chegada de ferry em Fort de France proporciona belas vistas da cidade, mas o terminal não possui muita infra-estrutura turística como balcão de informações, locação de automóveis, etc. Mochila nas costas e caminhamos em torno de 10 minutos até La Savane, a praça principal do centro da cidade, em busca de um car rental. No caminho encontramos o casal Douglas e Maria, também com suas mochilas procurando as locadoras de carro.

Atravessando o parque La Savane, o principal de Fort-de-France, capital da Martinica

Atravessando o parque La Savane, o principal de Fort-de-France, capital da Martinica


Douglas é camaronês e Maria é sueca, ambos vivem em Estocolmo e estavam impressionados com a cidade caribenha em que tudo fecha na hora do almoço. “Quando chegar na Suécia vou contar para os meus amigos que as pessoas aqui não gostam de ganhar dinheiro”, dizia ele. Os dois se casaram há 2 meses e depois de uma lua de mel curta na Espanha, decidiram tirar 20 dias nas ilhas caribenhas.

Com nossos amigos suecos, Maria e Douglas, em Fort-de-France, capital da Martinica

Com nossos amigos suecos, Maria e Douglas, em Fort-de-France, capital da Martinica


Douglas, também vindo de uma ex-colônia francesa, nos ajudava a agilizar a comunicação no francês e Rodrigo com seu francês e sua manha de viajante experiente os ajudava a procurar as melhores soluções para os nossos problemas. Nos ajudamos, ficando com as malas enquanto eles saiam procurar as locadoras e depois de duas horas finalmente tínhamos um carro na mão! Eles não conseguiram alugar, pois a maioria das locadoras pede no mínimo 5 anos de carteira de motorista para liberar o carro. Mudamos nossos planos e rumamos ao sul da ilha para dar carona ao casal de recém-casados, que se hospedaram em Anse Mitan. Nos despedimos com uma promessa que tentaríamos nos encontrar novamente, aqui, em Estocolmo ou em algum canto do mundo!

Com nossos amigos suecos, Maria e Douglas, na pousada deles em Anse Mitan, ao sul de Fort-de-France, na Martinica

Com nossos amigos suecos, Maria e Douglas, na pousada deles em Anse Mitan, ao sul de Fort-de-France, na Martinica


Descemos à Grande Anse, uma vila de pescadores com um lindo promenade à beira mar, bares e restaurantes convidativos para uma cervejinha no final de tarde. Foi tudo perfeito, mas o que me marcou nessa praia foi a bela mordida que levei de um cachorro invocado. Foi mais pelo susto que levei do que pelo sangue que tirou, já que nunca tive medo de cachorro.

Praia de Grande Anse, no sudoeste de Martinica

Praia de Grande Anse, no sudoeste de Martinica


Tempo de relaxar e ler sobre o país, na praia de Grande Anse, no sudoeste da Martinica

Tempo de relaxar e ler sobre o país, na praia de Grande Anse, no sudoeste da Martinica


Passamos pela cidadezinha de Anse D´Arlet, um pouco mais urbanizada, que a anterior, com calçadão e uma linda igreja de frente para o mar e dali tivemos uma das melhores vistas para a “Rocher du Diamant”, pequena ilha rochosa que foi ocupada pelos ingleses, que ficavam no pé dos franceses do seu navio “inafundável”, como chamavam a ilha “The Unsinkable”. Os ingleses só foram expulsos dali depois de uma estratégia pirata adotada pelos franceses, que enviaram barris de rum e pegaram os adversários de calças curtas completamente bêbados na hora do ataque.

A famosa 'Diamond Rock', usada como 'navio' pelos ingleses, em suas guerras contra Napoleão (sul da Martinica)

A famosa "Diamond Rock", usada como "navio" pelos ingleses, em suas guerras contra Napoleão (sul da Martinica)


A bela igreja de Anse D'Arlet, no sudoeste da Martinica

A bela igreja de Anse D'Arlet, no sudoeste da Martinica


Escolhemos Sainte Anne como base no sul da ilha. A caminho de lá passamos pela baía e pela cidade de Le Marin, com bastante infraestrutura, hotéis e até um Mac Donald´s com sua baguete francesa.

Um  delicioso recanto na estrada pouco antes de chegar em Le Marin, no sul de Martinica

Um delicioso recanto na estrada pouco antes de chegar em Le Marin, no sul de Martinica


Na ponta sul da ilha de Martinica, Sainte Anne é uma vila super charmosa, com suas casinhas de madeira, lojinhas de souvenirs e restaurantes à beira mar. Chegamos de noite e tivemos dificuldade em encontrar um hotel, alguns fechados na baixa temporada e outros supostamente abertos, sem ninguém na recepção. Rodamos por todos os hotéis que tínhamos endereço, perguntamos e nada. Até que subindo um morro seguindo uma das placas encontramos uma senhora que não titubeou em pegar seu carro e nos acompanhar até o hotel mais próximo, a caminho de Le Marin. Ele estava em uma estrada, não muito longe de onde havíamos passado, recepção fechada, mas após insistirmos conseguimos encontrar uma pessoa para nos atender! Experiência que se tornaria comum nessas ilhas francesas.

Loja de rede francesa em Sainte Anne, no sul de Martinica

Loja de rede francesa em Sainte Anne, no sul de Martinica


Devidamente instalados fomos a um restaurante de cozinha creole simples na estrutura, mas com um chef maravilhoso! Pela primeira vez na vida provei um purê de fruta-pão, gratinado com queijo, simplesmente divino! A fruta-pão foi trazida para essas ilhas por um capitão inglês, como fonte de alimento barato para os escravos e eles fazem maravilhas culinárias com a fruta que é quase esquecida no Brasil.

Agência de mergulho (Club de Plongee) em Anse D'Arlet, na Martinica

Agência de mergulho (Club de Plongee) em Anse D'Arlet, na Martinica


Após este longo dia de viagens e explorações, tiramos a quinta-feira para descansar nas areias douradas de Les Salines, uma das praias mais bonitas da Martinica. Entre veranistas franceses e alguns viajantes perdidos encontrávamos as senhoras com seu tradicional costume de chita florido vendendo sorvete de coco artesanal.

Vendedora de praia com estilo, em Sainte Anne, no sul de Martinica

Vendedora de praia com estilo, em Sainte Anne, no sul de Martinica


Alguns restaurantes bem rústicos vendem frutos do mar por algumas dezenas de euros, mas os mais descolados já trazem sua própria baguete e frutas para o piquenique na praia. No verão as opções devem ser mais variadas, já que este é um dos destinos preferidos nos feriados para moradores e turistas.

Tarde preguiçosa na praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica

Tarde preguiçosa na praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica


Outras praias populares que não pudemos conhecer estão na costa leste, voltadas para o oceano Atlântico, com mais vento e mar mais agitado. Cap Chevalier, Macabou no sudeste e as praias da Praia Tartane e Anse l´Étang na Península de Caravelle são as que prometem as paisagens mais dramáticas para o nordeste da ilha.

Tarde preguiçosa na praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica

Tarde preguiçosa na praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica

Martinica, Fort-de-France, Saint-Anne, Caribbean, Praia

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Contos Cubanos en La Playa Girón

Cuba, Cienfuegos

Relaxando na tranquila e belíssima Playa Giron, região de Cienfuegos, em Cuba

Relaxando na tranquila e belíssima Playa Giron, região de Cienfuegos, em Cuba


Fundada em 1819 Cienfuegos possui uma história um pouco diferente da maioria das cidades cubanas. Foi colonizada por franceses vindos de Louisiana, estado francês vendido por Napoleão aos americanos em 1803. Cidade jovem e de arquitetura colonial francesa, possui uma praça central charmosa e agradável, alguns museus e um longo Malecón que dá acesso à Ponta Gorda, local de grandes casas e mansões. Seu nome é uma homenagem ao General José Cienfuegos e não a Camilo, herói revolucionário como havia pensado.

Plaza josé Martí, centro de Cienfuegos, em Cuba

Plaza josé Martí, centro de Cienfuegos, em Cuba


Uma passagem rápida pelo mercadão da cidade nos deu um gosto da simpatia e curiosidade dos jovens cubanos que não hesitaram em me abordar e pedir para tirar fotos, trocar gentilezas e palavras de boas vindas. Ganhei de um deles o primeiro peso cubano nacional, uma moeda com a estrela de Che como lembrança de Cuba e sem um real no bolso, lhes agradeci com moedas da Costa Rica e Guatemala, uma lembrança do mundo lá fora.

Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba

Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba


A principal atração de Cienfuegos está a 50km da cidade, na província vizinha de Matanzas, e faz parte de um capítulo importante da história cubana. No ano de 1961 a Baía de los Cochinos, ou Baía dos Porcos, foi palco para um dos principais enfrentamentos entre Cuba e as forças imperialistas americanas desde que se deu a revolução cubana. Agentes da CIA deram suporte e treinamento aos exilados cubanos que estavam nos EUA e com apoio do governo Nicaraguense, armou e colocou os contra-revolucionários anti-Castristas nas areias da Playa Girón. Fidel foi pessoalmente liderar as tropas contra a invasão e massacrou seus paisanos deixando claro que os mandos e desmandos americanos ali não teriam espaço.

Museu que retrata a história da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Playa Giron, próxima à Cienfuegos, em Cuba

Museu que retrata a história da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Playa Giron, próxima à Cienfuegos, em Cuba


A Playa Girón com suas areias grossas e claras é extensa, nós nos instalamos logo no início, em um trecho conhecido como Playa de los Pinos. O mar de águas azul-esverdeadas estava convidativo para um mergulho e um snorkel enquanto o sol queimava a todo vapor.

A bela Playa Giron, na região de Cienfuegos, em Cuba

A bela Playa Giron, na região de Cienfuegos, em Cuba


Já na chegada conhecemos Seu Ruben, uma figura que nasceu nesta região e tinha muita história para contar. Ele e seus filhos têm um negócio “paralelo” aqui na praia, servem mojitos e preparam refeições sob encomenda, tudo de forma bem discreta para que a fiscalização não perceba. “Este país é uma escola de ratones”, nos explica Seu Ruben, “eu lutei pela revolução e a defendo até hoje! Conheci Fidel quando esteve aqui na praia com o presidente argelino na década de 60. Fidel me pediu que contasse a história da batalha da Playa Girón a eles e eu respondi: pois nos conte o senhor! Foi você que esteve aqui lutando, sabe melhor do que ninguém!”. Fidel riu da naturalidade do menino Ruben e seguiu com seu convidado. “O problema é que nós temos que viver, e hoje, depois de ter servido o exército revolucionário por tantos anos, eu recebo o equivalente a 12 CUCs por mês! Eu não vou deixar minha família passar fome, por isso todos nós cubanos vamos encontrando outras formas de sobreviver. As taxas dos negócios legais são muito altas! A casa onde eu vivo está condenada, disseram os engenheiros, então me ofereceram uma casa nova de um cômodo. Como vou viver com minha mulher e dois filhos em um ovo? Prefiro ficar na minha casinha mesmo.”

Visita ao mercado municipal de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)

Visita ao mercado municipal de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)


Seu Ruben tem 62 anos e seus filho mais velho 34, este nos contava sobre a saúde em Cuba, nos contou que se é detectada na gravidez que um bebê tem problemas de má formação, anomalia ou alguma síndrome, é feito aborto na hora, o filho só irá nascer assim se a mãe quiser muito. Realmente até agora não vimos ninguém com estas condições, é a visão prática e racional do comunismo. Passei horas conversando com Seu Rubens e seus filhos, falamos de política, suas convicções socialistas e comunistas e sobre a vida dentro e fora de Cuba.

A Ana faz amigos no Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba

A Ana faz amigos no Mercado Municipal de Cienfuegos, em Cuba


À sombra dos coqueiros almoçamos uma lagosta deliciosa, bananinhas fritas preparadas por sua esposa, como um piquenique praiano, enquanto Rodrigo foi conferir o Museu Girón, com fotos e fatos da batalha que se travou nesta tranquila praia. O finalzinho de tarde foi na Ponta Gorda, vendo os últimos raios de sol ao som da música cubana e ao sabor de um dos melhores mojitos da cidade.

Assistindo ao pôr-do-sol na Punta Gorda, em Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)

Assistindo ao pôr-do-sol na Punta Gorda, em Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)


A noite foi de mais histórias, como a da Senhora Y que tem 3 filhas, todas vivem na Itália. A primeira casou-se com um italiano, mora e trabalha lá e foi quem a ajudou a sair da casa de um cômodo para uma maior e depois outra maior ainda. “Quem não tem parentes fora de Cuba trabalhando e enviando dinheiro não consegue melhorar de vida, então eu mando as minhas filhas pra fora mesmo, a menor tem 16 anos e já foi também!” Perguntamos como e ela explicou que a casou com um amigo italiano, só para poder sair e voltar do país sem problemas. “Lá na Itália ela terá mais chances e poderá ter uma vida melhor.” Agora ela irá tentar o visto de saída do país para o seu neto de 22 anos pela quarta vez! “Já foi negado três vezes, pois tem o perfil de emigrante, mas ele quer sair! Eu acho que se um jovem tem vontade de ir, tem mais que é ir e ver como o mundo é lá fora! Eu vou e volto, por que a minha vida é aqui em Cuba, eu amo o meu país, mas aqui não tem futuro nenhum para os jovens.”

Café da manhã na Casa de Hóspedes de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)

Café da manhã na Casa de Hóspedes de Cienfuegos - Cuba (foto de Laura Schunemann)


Ela já trabalhou como inspetora para o governo durante anos, foi defensora do atual regime e participou da transformação do país e nem por isso deixa de ter as suas idéias e opiniões. Não tem medo de falar conosco sobre o que pensa, é curiosa e está sempre muito bem informada. Nos contou que existem até umas manhas para ter internet mais barata em casa, ela precisa para se comunicar com as filhas e agilizar o seu negócio. Ela nunca tinha ouvido falar na famosa blogueira cubana, ganhadora de diversos prêmios de jornalismo digital por seu Blog Generacíon Y e nos fez prometer que enviaremos o seu livro, através de sua filha, para que siga atenta as novas ideias, críticas e sentimentos, que sem dúvida só elas, de cubana para cubana, sabem exatamente o que significa.

Cuba, Cienfuegos, Baía de los Cochinos, Baía dos Porcos, Playa Giron, Praia

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Carimbó

Brasil, Pará, Alter do Chão

Banda de Carimbó se apresentando em Alter do Chão - PA

Banda de Carimbó se apresentando em Alter do Chão - PA


Música e dança típica do Pará, o Carimbó é um ritmo que originalmente mistura elementos da cultura indígena e negra. O nome deriva dos tambores utilizados para marcar o ritmo, curimbó, feitos de madeira de árvore.

Nos anos 60 e 70, pela influência do merengue e outros ritmos latinos, receberam notas de instrumentos elétricos (como a guitarra) e daí surgiu a lambada, que virou febre no final da década de 80. Não é facilmente encontrado no sul, mas só em SP já existem mais de 36 festivais de cultura nortista onde o Carimbó tem lugar de destaque.

Nós já estávamos atrás de uma apresentação há tempos, na Ilha do Marajó e em Algodoal, locais mais tradicionais do ritmo e onde deveria ser fácil encontrá-los. Porém em Algodoal só teriam apresentações no final de semana e em Marajó, pelo menos em Soure, nos disseram ser difícil encontrar nos dias de hoje, a cultura está se perdendo e sendo substituída pelo forró.

Banda de Carimbó se apresentando em Alter do Chão - PA

Banda de Carimbó se apresentando em Alter do Chão - PA


Ontem ficamos sabendo que iria acontecer uma apresentação de Carimbó no Espaço Cultural Alter do Chão. O nosso plano inicial era ir dormir hoje em uma comunidade da FLONA, mas eu não perderia por nada este show! Uma banda tradicional formada por senhores e jovens de Santarém e Alter e infelizmente sem a presença do nosso novo amigo, Seu Carmargo, que estava tocando na festa de dia das mães. Muito atencioso ainda deu uma escapada de lá para me entregar os CDs de Sairé que havia me dito ontem, de sua banda Espanta Cão e do Boto Tucuxi.

Bar cheio de jovens, paraenses e outros adotados de todos os lados. Rio, São Paulo, Argentina, Itália, Pernambuco e onde mais imaginar, é um espaço super cosmopolita que reúne pessoas ligadas à cultura indígena e à cultura local. Eu fiquei observando a dança, tentando aprender de longe, quando arrisquei os primeiros passos, logo ganhei a companhia do Kleyton. Um manauara que adotou o Pará como casa. Ele viajou o Brasil inteiro, conhece o norte e o nordeste como ninguém, foi difícil acharmos um lugar que ele não tivesse ido, rsrs!

Banda de Carimbó se apresentando em Alter do Chão - PA

Banda de Carimbó se apresentando em Alter do Chão - PA


Kleyton me tirou para dançar, me ensinou alguns passos e o princípio básico da dança. “Imagine que eu sou o boto e você é o peixe, e eu estou tentando te cercar e você está tentando fugir”, sempre girando em círculos e pisando à frente, ele vai conduzindo a dança sem precisar nem encostar na dama. É uma delícia! O passo à frente e o corpo mais curvado são referências da cultura indígena e as vestes tradicionais mais ligadas à cultura negra. Nas apresentações mais formais, as mulheres usam saias longas e colorida, blusa lisa e colar de contas. O homem com calça e blusas brancas e chapéu de palha.

Um ritmo contagiante e fácil de dançar, o Carimbó é diversão na certa! O cacique e sua esposa estavam lá, misturados aos jovens, crianças e gringos, todos totalmente entrosados. Ao mesmo tempo na cidade ainda estava acontecendo o baile do dia das mães e uma cerimônia de preparo do aiwaska, na comunidade do Santo Daime. Ficamos lá até as duas horas sem nem sentir o tempo passar... Como diz Dona Onete, o Carimbó arrepiou!

Brasil, Pará, Alter do Chão, Carimbó, Curimbó, Rio Amazonas, Rio Tapajós

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Caatinga Medicinal

Brasil, Pernambuco, Buique (P.N da Serra do Catimbau)

Mandacaru no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Mandacaru no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


A visão que a maioria de nós “sulistas” temos do sertão nordestino é no mínimo ignorante. Uma cultura riquíssima até então conhecida por mim apenas através das músicas de Luiz Gonzaga e dos filmes brasileiros. A maioria destes filmes é muito caricato, como quase todos os seus semelhantes brasileiros ou “roliudianos”. Eles até mostram parte da cultura e história da região, mas contextualizadas em diferentes épocas e histórias. Por isso mesmo, antes de formarmos uma opinião normalmente vamos nos informar. Recorremos aos jornais impressos ou televisivos e é aí que caímos na grande furada de acreditar que o sertão é um lugar seco, sem vida e miserável, de uma população sem estudo e que vive apenas da bolsa família.

A chuva faz a alegria das crianças na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI

A chuva faz a alegria das crianças na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI


As reportagens geralmente abordam as questões mais críticas do sertão e que não são a maioria, pelo menos não agora. “Tiram uma foto do pedacinho mais seco da caatinga, arrumam um gado morto e pronto, parece que é tudo uma desgraça”, comentou o nosso guia, nascido e criado no Cariri Paraibano.

Lagarto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Lagarto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Quanto mais eu ando pelo sertão, mais me apaixono e ao mesmo tempo mais me envergonho de não saber disso tudo antes. Homens e mulheres fortes, guerreiros e orgulhosos de sua terra e sua cultura. Uma terra seca, sim, mas que se adaptou a isso e possui uma riqueza imensa tanto na sua fauna, quanto na flora. Criação de bode e boi, palma para alimentar o gado, e várias outras culturas, como o milho, feijão, etc. Água em abundância no subsolo, para o inverno, açudes cheios no período de trovoadas, como chamam o período chuvoso entre dezembro e fevereiro. Se a chuva cai antes é a chuva “desgraçada”, pois veio na época errada e pode atrapalhar o ciclo já formado pela natureza. As plantas e sementes secas que alimentam o gado na época de seca irão apodrecer e adoecer os animais. Nós, com a nossa visão míope de que bom é como nós vivemos no sul, não entendemos que no fim, tudo está encaixadinho, como deve ser!

Papagaio no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Papagaio no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


A fauna do sertão abriga espécies como o Tatuí, pequeno tatu, Teiú ou Tejú, grande lagarto (também conhecido como um pequeno jacaré), Lacraias, Camaleão, Lagartixas e cobras diversas, assim como várias espécies de pássaros, dentre elas os jacús, siriemas e emas.

Siriema na caatinga, região de Cabaceiras - PB

Siriema na caatinga, região de Cabaceiras - PB


A caatinga é uma vegetação extremamente adaptada à falta de água, por isso a maioria de suas plantas possui folhas modificadas, os espinhos, que ajudam a reter o máximo de água no caule. Algumas árvores parecem murchas, secas, mas a folha encolhida é uma defesa natural da planta para diminuir a perda de umidade. A barriguda também guarda no seu tronco e raízes toda a água de que irá precisar. Tudo isso nós aprendemos na escola, o que me impressionou mesmo foi a imensa quantidade de plantas medicinais encontradas nesta mata “tão seca e sem vida.”

Caatinga seca na região de Cabaceiras - PB

Caatinga seca na região de Cabaceiras - PB


Na Serra do Catimbau tivemos a sorte de encontrar o Márcio, nosso guia para as trilhas e profundo conhecedor das plantas da caatinga. Cada pedaço de pau, cactos ou flor tem uma serventia e Márcio sabia nos explicar qual é. Primeiro, qualquer cacto que víamos, achávamos que era o famoso “mandacaru”, mas aqui no Catimbau encontramos pelo menos 6 tipos diferentes de cactos: o próprio mandacaru, o faxeiro, quipá, palmatória, coroa de frade e caixacubri.

Pequeno cactus na área de exploração de bentonita na região de Cabaceiras - PB

Pequeno cactus na área de exploração de bentonita na região de Cabaceiras - PB


Mandacaru – cacto com caules mais verdes, em gomos, se cortado tem formato de estrela e espinhos mais separados. Rico em água é uma opção para alimentar os animais.

Facheiro no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Facheiro no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Faxeiro – quem não conhece achará parecido com o mandacaru, mas seu caule não tem os gomos, é arredondado, tom marrom-esverdeado e com maior quantidade de espinhos. O líquido do caule do faxeiro é ótimo cicatrizante e desinfecção de cortes e feridas.

Seiva de Facheiro (cicatrizante) no Raso da Catarina, região de Paulo Afonso - BA

Seiva de Facheiro (cicatrizante) no Raso da Catarina, região de Paulo Afonso - BA


Palma ou Palmatória – cactos mais baixo, arbustivo, possui seu caule mais arredondado e chato. Preferido para a alimentação do gado e de fácil adaptação para o plantio.

Flor da Palmatoria no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Flor da Palmatoria no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Palmatória no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Palmatória no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Coroa de Frade – nosso conhecido da Serra da Capivara e outros sertões, o coroa de frade possui um fruto pequenininho apreciado pelos passarinhos, é rosado e seu gosto é parecido com kiwi. O miolo do coroa de frade era utilizado pelos antigos para fazer um doce para as crianças que funciona como vermífugo.

Coroa de Frade, na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI

Coroa de Frade, na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI


Xique-Xique – Cacto mediano, mais alto que a palmatória, menor que um faxeiro ou mandacaru, possui espinhos grandes e bem pontiagudos. É apreciado como alimento pelos bodes e utilizado pelos beija-flores como base para seu ninho.

Pé de Caixacobri, espécie endêmica da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Pé de Caixacobri, espécie endêmica da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Caixacubri – Cacto endêmico da Serra do Catimbau, é parecido com o xique-xique, se diferenciando pelo miolo preto de onde nascem os espinhos. Bodes e beija-flores também o freqüentam para habitá-lo ou devorá-lo.

Malva no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Malva no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Além dos cactos, encontramos outras plantas como a Baraúna, utilizada como anti-febril, a quixabeira, para dissolver sangue pisado e a Malva, flor utilizada para os males de garganta e mucosa bucal (já devem ter ouvido falar no malvatricin, anti-séptico bucal preferido os dentistas).

Pinhão-Brabo, na Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Pinhão-Brabo, na Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Fiquei impressionada com o Pinhão Brabo, arbusto parecido com um pé de café e florzinhas vermelhas, seu caule é poderoso no combate a picadas de cobra. Os antigos aprenderam isso observando o teiú, lagarto que chega a 1,5m de comprimento e voraz caçador de cobras. Nos embates com jararacas e cascavéis se ele toma uma picada, vai até o pé do pinhão-brabo, abocanha seu caule e volta para a briga.

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB


Foi aí que perceberam que a planta o salvava do veneno da cobra. Certa vez um homem da região foi picado por uma cascavel, sabendo que não chegaria a tempo ao hospital ou unidade de saúde, desandou a comer pinhão-brabo, desesperadamente. Conseguiu ainda caminhar até o asfalto onde foi encontrado desmaiado. O levaram para o hospital e aplicaram o soro anti-ofídico. O médico explicou que a planta não serve como soro, mas retarda o efeito do veneno e se ingerida em grande quantidade também é tóxica.

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB


Entre as plantas utilizada na culinária estão a Baunilha, planta de onde é retirado o extrato de baunilha, ela parece uma trepadeira. Incó, fruto comestível, o Uricuri, palmeira de onde se aproveitam o palmito e o coquinho para cocada e óleo.

Fruto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Fruto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Até o Amargoso, frutinha parecida com a lixia, só que alaranjada por dentro e meio amarga, porém deve ser ingerida com parcimônia, pois suas folhas e, dependendo da quantidade, até as frutas são abortivas. No desespero, sem comida no meio do sertão, pode-se recorrer à macambira, bromélia bem espinhenta que possui um miolo altamente protéico e comestível.

Macambira no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Macambira no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Fechamos com o caruá, como exemplo de planta fibrosa utilizada para a confecção de cestos e até roupas pelos índios da região.

Caule e folhas espinhosas de Urtiga no Lajedo Manoel de Souza, na região de Cabaceiras - PB

Caule e folhas espinhosas de Urtiga no Lajedo Manoel de Souza, na região de Cabaceiras - PB


Depois dessa aula que o Márcio nos deu, citando apenas algumas das centenas de espécies da caatinga, impossível não olhar para este bioma com outros olhos. Olhos curiosos e apaixonados pela adaptabilidade e perfeição da natureza.

Pôr-do-sol na caatinga, região de Cabaceiras - PB

Pôr-do-sol na caatinga, região de Cabaceiras - PB

Brasil, Pernambuco, Buique (P.N da Serra do Catimbau), caatinga, cactos, Cariri, plantas medicinais, sertão

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1000dias, chova ou faça sol!

Brasil, Rio De Janeiro, Rio de Janeiro

Vista a partir de Santa Tereza, no Rio de Janeiro - RJ

Vista a partir de Santa Tereza, no Rio de Janeiro - RJ


O Rio é uma cidade que não se pode dizer que conhece se não visitar também as famosas noites cariocas. São muitas as opções, de barracões das escolas de samba, funk, até boates luxuosas e a alternativa Lapa. Obviamente, pelo nosso perfil, nossa escolha foi conhecermos o lugar mais badalado da Lapa (vide post de ontem) e hoje encontrar amigos em um boteco no no Leblon. Avançamos na noite e assim esticamos o sono pela manhã também. Portanto os nossos dias no sábado e no domingo foram mais curtos. No sábado, para curar a ressaca, tivemos um dia light, delicioso! Tomamos um café da manhã gostoso em casa, saímos caminhar no calçadão entre Leblon e Ipanema, fizemos um lanche no Talho Capixaba e compramos baguetes para o café da tarde. Jogamos na mega-sena, afinal precisamos de algum income durante a viagem, nada mal de for um income de 52 milhões! À noite, já renovados, fomos até o Belmonte, bar que serve uma das melhores empadas do Rio e aquele chopp gelado e cremoso!

Night no Belmonte do Leblon, no Rio de Janeiro - RJ, com o Fabinho e Denise

Night no Belmonte do Leblon, no Rio de Janeiro - RJ, com o Fabinho e Denise


Lá encontramos o Carlos, amigo paraense, mas que já é praticamente carioca. Da última vez que tivemos aqui o Carlos e a Carol, sua esposa, nos apresentaram a Lapa, foi uma noite divertidíssima! Encontramos também um amigo de faculdade do Rodrigo, o Fabinho e a Denise, sua namorada. Uma saidinha despretensiosa para tomar um chopp com os amigos terminou fechando o bar as 3h30 da manhã. A esta altura da noite, além de ainda nos impressionarmos com o ventilador verde de 88 mil reais que estava à venda na loja de design portuguesa da esquina, combinamos também que se não chovesse no dia seguinte subiríamos a Pedra da Urca as 9h da manhã. Aham, vai esperando!

Acordei em torno das 8h20, rezando para estar chovendo... não estava. Perguntei ao Rodrigo se ele ia ligar à Denise e ao Fábio e (aleluia) ele também preferiu esperar o contato do casal. Como ninguém se pronunciou consegui dormir as minhas saudáveis oito horas, até quase uma da tarde! Ai ai... A chuva que tanto vimos na previsão do tempo finalmente chegou, o que para mim também foi um alívio, pois não fomos para Petrópolis fazer a Serra dos Órgãos porque acreditamos na previsão! Infelizmente um programa que ficará para a lista “Tudo o que a gente queria fazer e não fez.” Então vamos aproveitar a cidade maravilhosa, que continua assim mesmo com chuva.

O bonde de  Santa Tereza, no Rio de Janeiro - RJ

O bonde de Santa Tereza, no Rio de Janeiro - RJ


Rumamos ao bairro de Santa Tereza, bairro antigo muito indicado pelos guias de viagem estrangeiros como o local alternativo para se hospedar no Rio. Além de um belo hotel e um casario antigo que aos poucos está sendo comprado e reformado, principalmente por gringos, o bairro possui diversos restaurantes e bares deliciosos. Caminhamos pela rua Aprazível, nos refrescando na garoa, voltamos pela rua do bonde até o restaurante onde almoçamos com a ótima companhia do Fabinho e da Denise. Boa forma de passar o tempo em um dia cinza como este.

Com a Denise em Santa Tereza, no Rio de Janeiro - RJ

Com a Denise em Santa Tereza, no Rio de Janeiro - RJ


De volta à casa da família no Leblon ainda assistimos a um filme chamado “Is anybody there?”, muito bacana. Hora de se despedir do Rio, arrumar as malas e ficar prontos para viajar. Amanhã Búzios! Afinal chova ou faça sol, os 1000dias têm que continuar!

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São Tomé das Letras

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Chegando em São Thomé das Letras - MG, As manchas brancas são o efeito das pedreiras

Chegando em São Thomé das Letras - MG, As manchas brancas são o efeito das pedreiras


São Tomé das Letras é uma cidade conhecida pelo seu misticismo. Alternativa acabou se tornando um refúgio famoso para músicos, pintores, hippies, índios xamãs, terapeutas alternativos e malucos de carteirinha. Rodeada por cachoeiras lindíssimas a cidade foi construída sobre um agrupamento de montanhas de formação rochosa diferenciada. A economia da cidade é baseada na extração desta rocha, a famosa pedra São Tomé. Muito usada para calçamento de piscinas, aqui é empregada no calçamento de ruas e construção das casas mais antigas, de pedras empilhadas.

Rua em São Thomé das Letras - MG

Rua em São Thomé das Letras - MG


Uma cidade pequena e pacata do interior de Minas, São Tomé está crescendo desordenadamente para os padrões da região. As pedreiras dominam a economia local e com isso alteraram toda a característica regional. O misticismo, antes uma das grandes atrações turísticas da cidade, já se diluiu meio à população de pedreiros que trabalham nas mineradoras. Algumas casas mais novas ainda fizeram o revestimento externo de pedra, o que ajuda a manter o conjunto arquitetônico da cidade mais harmonioso. Porém no seu entorno novas casas mais simples se empilham, construídas aos pés das principais atrações turísticas da cidade, a Pirâmide e o Cruzeiro, no topo da montanha.

O Cruzeiro de São Thomé - MG

O Cruzeiro de São Thomé - MG


A montanha está completamente exposta, vista de longe quase parece nevada, devido à coloração da rocha. A extração acaba com a mata nativa, deixando-a totalmente esburacada e formando novos montes de dejetos. O pó da pedra possui uma sílica nociva à saúde, o índice de problemas de visão e insuficiência renal aumentaram muito e são tópico de discussão nas reuniões comunitárias do município. Além de todos estes danos, a população local não é prioridade no quadro de funcionários das mineradoras, que buscam a maioria de sua mão de obra nos pequenos municípios vizinhos, para diminuição de custos.

A famosa 'Pirâmide' de São Thomé das Letras - MG

A famosa "Pirâmide" de São Thomé das Letras - MG


A primeira vez que estive em São Tomé, há três anos, todas estas questões já estavam em discussão e já existia um movimento liderado pelo Governo do Estado para que a extração da pedra fosse proibida. Foram feitas avaliações pelo Ibama e entidades competentes e ao que consta a maioria está regularizada. Muito já foi feito pela comunidade para tentar frear, porém o dinheiro sempre fala mais alto. A esperança fica depositada nas novas gerações, que além de não terem interesse algum nesta atividade para seu futuro ganha pão, também devem lutar para preservar o meio-ambiente. Antes que a cidade seja afundada em meio ao pó e às pedras que a batizaram.

Chegando em São Thomé das Letras - MG, As manchas brancas são o efeito das pedreiras

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Anse de Colombier

Saint Martin, Marigot, Saint Barth, Gustavia, Anse Columbier

Anse de Colombier, em St. Bath - Caribe

Anse de Colombier, em St. Bath - Caribe


Dia de explorer o litoral norte da ilha. As vilas no caminho são uma gracinha, todas com belíssimas casas, escolas, academia de tênis, praticamente todas as placas da prefeitura são em azulejo pintado, enfim... Coisa fina da melhor qualidade. O que mais os franceses poderiam querer? Unir o charme das casas nas montanhas com a vista do mar do Caribe e uma temperatura média de 28°C?

Placa em azulejos, típico de St. Bath - Caribe

Placa em azulejos, típico de St. Bath - Caribe


Aqui as cidades não têm pobreza alguma, se o crack chegou aqui só se foram os ricos que trouxeram, portanto a ilha é segura. Você pode deixar o carro aberto, alguns deixam até a casa sem trancas, não há problema algum. Você pode até esquecer o seu par de hawaianas na praia que depois irá encontrá-lo! Experiência própria! Isso é realmente o que dá mais ainda a sensação de paraíso, mais do que as praias maravilhosas... É difícil imaginar um mundo perfeito sem montanhas ou praias, mas impossível imaginar o mundo perfeito com pessoas passando fome ou mendigando nas ruas.

O Grand Cul-de-Sac, em St. Barth - Caribe

O Grand Cul-de-Sac, em St. Barth - Caribe


Além disso, a consciência ecológica da população é sensacional. Carros elétricos já são numerosos, é feita a coleta seletiva de lixo e aqui foi testado pela primeira vez no mundo um incinerador de lixo que queima o lixo, cria energia e produz água potável e ainda menos poluente que outros incineradores! É gente, tudo isso se materializa aqui.

Carro elétrico, muito comum em St. Bath - Caribe

Carro elétrico, muito comum em St. Bath - Caribe


Passadinha rápida pela brasserie, (hummm, pães e sanduíches deliciosos!) e logo estávamos no Mirante de Colombier. Dia limpo, do mirante conseguimos visualizar até Anguila (a ilha paraíso do Keanu Reves).

Mirante da Anse de Colombier, em St. Bath - Caribe

Mirante da Anse de Colombier, em St. Bath - Caribe


Colombier é uma praia freqüentada principalmente pelas velas e iates, pessoal que chega de barco, ancora e usa esta baía como base para pernoitar e a praia para passar o dia. São vários veleiros ancorados e alguns barcos que chegam durante o dia para conhecer esta piscina.

Anse de Colombier, praia de areias brancas e águas azuis, em St. Bath - Caribe

Anse de Colombier, praia de areias brancas e águas azuis, em St. Bath - Caribe


Nós, os “terráqueos”, temos que vir por uma trilha que nem todos encaram. Uma descidona tranquila, mas na volta lembrem-se, tudo que desce, tem que subir! A praia é dentro de uma reserva natural, portanto não possui nenhuma infra-estrutura de bar, restaurante, etc. Nós levamos nossa baguete e o litro de água e não queríamos mais nada! As pessoas foram e voltaram e nós estávamos lá. Chegamos a ficar com a praia vazia, só para nós! Lembrando que os barcos estão estacionados à frente, é claro.

Anse de Colombier, praia de areias brancas e águas azuis, em St. Bath - Caribe

Anse de Colombier, praia de areias brancas e águas azuis, em St. Bath - Caribe


Fizemos uma incursão submarina pela piscina de Colombier, completamente transparente, completamente maravilhoso. Não deu nem vontade de ir até as pedras para ver os peixinhos, a própria visão da água, areia, barcos e do azul já bastava para a nossa diversão. Esta nadada rendeu até um papo com Bruno, um algeriano radicado em NY que deu um mergulho do seu barco só para socializar com a gente. Acho que ficou curioso que tanto fazíamos ali, nadando, nadando, nadando. Hahaha!

Mergulhando nas águas claras e azuis da praia de Columbier, em St. Barth - Caribe

Mergulhando nas águas claras e azuis da praia de Columbier, em St. Barth - Caribe


Tudo muito bom, tudo muito bem, mas já era hora de partirmos. Nossas malas estavam prontas nos aguardando no nosso mini-carro para irmos à Gustavia, encher o tanque, devolver o carro e pegar o ferry para St. Martin. Ainda demos um passeio na cidade, aproveitamos para comprar insumos franceses baratos, queijos e um vinho (mais baratos aqui que em St. Martin) para o nosso jantar de hoje.

O aeroporto de St. Jean, em St. Bath, termina numa bela baía de águas azuis

O aeroporto de St. Jean, em St. Bath, termina numa bela baía de águas azuis


O ferry atrasou uma hora, ótimo, pois pudemos aproveitar o wi-fi gratuito na “praçinha de embarque” do terminal hidroviário. A viagem de volta foi tranquilíssima, o mar estava mais calmo, vento a favor e o principal, remédio para enjôo tomado. O pôr-do-sol foi aquele clássico, difícil de ver nos dias de hoje. O sol se foi direto ao mar, cheguei a ouvir aquele barulhinho, tssss!

Pôr-do-sol perfeito em St. Bath. Não é à tôa que é considerado um dos mais bonitos do Caribe!

Pôr-do-sol perfeito em St. Bath. Não é à tôa que é considerado um dos mais bonitos do Caribe!


St Martin, dessa vez será só um pit stop, pois amanhã voaremos as 7h30 para St Kitts e Nevis, nosso próximo pico vulcânico na cadeia montanhosa do Caribe.

Mapa de St. Barth

Mapa de St. Barth

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Mariposa Grove

Estados Unidos, Califórnia, Yosemite National Park

Admirada com a gigantesca árvore sobre sua cabeça! (Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos)

Admirada com a gigantesca árvore sobre sua cabeça! (Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos)


Dia de ir embora nunca é um dia muito legal. Quando o tempo está chuvoso facilita um pouco, mas não diminui a vontade de explorar e conhecer. Saímos cedo no Yosemite Lodge em busca dos ursos pretos, tão comuns por aqui e que ainda não havíamos encontrado. Vimos até as caixas de segurança para as comidas nas áreas de camping, mas parece que os ursos não gostam muito de chuva. Passamos na entrada da trilha do El Capitán e da Yosemite Falls, mas a chuva e as dores no corpo que ficaram da caminhada de ontem me fizeram preferir continuarmos de Fiona.

Caixas lacradas, a prova de ursos negros, para estocar comida no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

Caixas lacradas, a prova de ursos negros, para estocar comida no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos


A Bridalveil Falls, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

A Bridalveil Falls, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos


Pegamos a Southside Drive em direção à Bridelveil Fall, uma das únicas cachoeiras que não seca durante todo o ano. A pequena caminhada até o mirante ajudou a alongar e a perceber que o estrago no joelho foi pior do que eu imaginava! Rsrs! Ainda embaixo de chuva paramos no Tunnel View para a vista clássica do Yosemite Valley, normalmente a porta de entrada para a maioria dos viajantes que vem do sul da Califórnia.

Muita névoa no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

Muita névoa no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos


Imaginem se eu não queria morrer por não ter vindo até aqui no nosso primeiro dia, com o restinho de luz, para ver o vale limpo e com o sol dourando as encostas. Enfim, a natureza tem diversas faces, a névoa e a chuva sem dúvida lhe confere um certo ar de mistério que não pode ser menosprezado.

Meio desanimado com as nuvens sobre a grandiosa paisagem do Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

Meio desanimado com as nuvens sobre a grandiosa paisagem do Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos


Com planos de viajar e chegar perto de San Francisco ainda hoje, tivemos que acelerar e passar algumas atrações históricas do parque na área de Wawona como o Pioneer Yosemite History Center e o próprio Wawona Visitor Center. Lá está também o hotel mais caro dentro do parque nacional, se não estamos dispostos a pagar os altos preços de hospedagem, talvez uma parada para um almoço ou um jantar possa ser uma ideia para conhecer a atmosfera deste hotel em estilo vitoriano que é um National Historical Landmark.

As milenares sequoias do Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

As milenares sequoias do Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos


Há poucos quilômetros dali, já pertinho da entrada sul do parque está uma das paradas obrigatórias do parque nacional: a Mariposa Grove. O bosque é a casa de mais de 500 sequoias gigantes em idade madura, as maiores árvores do planeta. Algumas delas chegam a 3 mil anos de idade, perdendo apenas para o bristelcone pine que pode chegar a quase 5 mil anos e também é encontrado aqui no leste do Yosemite e no Great Basin National Park, dentro dos Estados Unidos.

Um flerte milenar: o  'Solteiro e as Três Graças', na Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

Um flerte milenar: o "Solteiro e as Três Graças", na Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos


Já do estacionamento vemos várias sequoias, guardiãs do tempo e da história neste nosso planetinha. Porém há mais vida além do estacionamento, dezenas de sequoias gigantes nos esperavam, abaixo da chuva, para uma despedida mais pessoal, já que serão as últimas que veremos durante os 1000dias. Então tive que tomar coragem, me haver com as minhas dores e sair caminhando pelo bosque. Foram em torno de 3 km entre o Bachelor & Three Graces, a Grizzly Giant, atravessamos o California Tunnel Tree e subimos até o belíssimo Faithfulll Couple. Mesmo em um bosque de gigantes é difícil não reconhecê-las, os nomes da sequoias são sempre bem sugestivos!

Minúsculo quando comparado à gigantesca sequoia, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

Minúsculo quando comparado à gigantesca sequoia, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos


Assim fechamos nosso tour por um dos parques nacionais mais famosos e visitados dos Estados Unidos. Despedir-se de um lugar como o Yosemite só fica mais possível quando temos, dentro de nós, a certeza de que voltaremos.

Túnel sob uma sequoia viva, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

Túnel sob uma sequoia viva, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos

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Tequila, Arriba!!!

México, Tequila

O verdadeiro José Cuervo! (na cidade de Tequila, no México)

O verdadeiro José Cuervo! (na cidade de Tequila, no México)


Rumo a Mazatlán passamos pela cidade de Tequila, onde nasceu a José Cuervo, primeira fábrica de tequila do mundo. Hoje já existem várias marcas, mas esta continua sendo líder mundial na produção, venda e exportação do produto.

Rótulo da famosa José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

Rótulo da famosa José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


Lá finalmente descobrimos qual é a base de onde é produzida a tequila: a Agave Azul. Uma planta cactácea parecida com uma aloe vera, só que umas 10 vezes maior. Das folhas são feitas fibras para tecelagem, cestos, papel, etc. A tequila é produzida do coração do agave azul, que pesa de 10 a 60 kg dependendo do tamanho da planta.

Plantação de agave na região da cidade de Tequila, no México

Plantação de agave na região da cidade de Tequila, no México


O miolo do agave é deixado 2 semanas em um pátio aberto, sob o sol, onde já começa a fermentar naturalmente e depois são colocados em fornos imensos e aquecidos por 48 horas. Quando sai dali, o agave “assado” é moído e exprimido, o caldo extraído é quase um mel, produto da fermentação dos seus açúcares naturais. Este líquido vai para os destiladores e daí sai o primeiro “espírito” com 65% de álcool, forte como o diabo!

O Agave, matéria-prima para produção de tequila, durante visita à fabrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

O Agave, matéria-prima para produção de tequila, durante visita à fabrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


O primeiro produto da destilação é misturado com outros ingredientes e aí começamos a ter as diferentes qualidades de tequila. A tequila prata que nós conhecemos e estamos acostumados, tipo exportação, é composta por 51,5% de agave azul e outros açúcares fermentados e destilados da cana e do milho, além de água. A ouro tipo exportação possui a mesma composição, porém fica descansando em barricas de carvalho americano.

Degustação de tequila durante visita à fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

Degustação de tequila durante visita à fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


As tequilas especiais, aka a verdadeira tequila, é pura, composta 100% de agave azul, sem cana nem milho. Estas são envelhecidas em barris de carvalho americano e francês com diferentes níveis de torra. Quanto mais tempo descansando em um barril, mais escura a tequila fica e mais deliciosa.

Barris para envelhecimento de tequila na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México

Barris para envelhecimento de tequila na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México


Estas são as reservas da família Cuervo que começaram a ser comercializadas há pouco tempo, os preços giram em torno de 80 a 100 dólares e são encontrados apenas aqui no México. Estas ficam em carvalho francês, barris mais tostados, por 3 anos. São as tequilas mais agradáveis ao paladar, podendo ser degustadas como uísque 18 anos, lentamente e sem gelo.

Garrafas especiais de Tequila, na cidade de Tequila, no México

Garrafas especiais de Tequila, na cidade de Tequila, no México


Admirando coleção de garrafas de tequila, na cidade de Tequila, no México

Admirando coleção de garrafas de tequila, na cidade de Tequila, no México


Tudo isso aprendemos no tour que fizemos dentro da primeira fábrica e destilaria da José Cuervo na cidade de Tequila, um tour super recomendado para entender um pouco mais da história da bebida símbolo do país.

Painel na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México, mostra como é a colheita do agave

Painel na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México, mostra como é a colheita do agave


ps: no almoço finalmente provamos a Carne de Birrio, no mercado municipal de Tequila, birrio de vaca, não de bode. Ainda estamos tratando de arranjar a coragem para um bodinho. Rsrs!

Igreja colonial na cidade de Tequila, no México

Igreja colonial na cidade de Tequila, no México

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Recôncavo Baiano

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Senhora observa, de sua janela, a festa que passa pela rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

Senhora observa, de sua janela, a festa que passa pela rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA


Cachoeira é considerada a jóia do Recôncavo Baiano. Uma cidadezinha histórica fundada no século XVI pelos filhos de Diego Álvares e Catarina do Paraguaçú, que iniciaram a produção de cana de açúcar e tabaco na região. O tabaco do Recôncavo Baiano já foi considerado o melhor do mundo nos idos do século XVIII por especialistas chineses e africanos e até hoje vemos resquícios desta cultura nas fábricas de charuto abertas à visitação.

Fotografando em São Félix, no Recôncavo Baiano - BA

Fotografando em São Félix, no Recôncavo Baiano - BA


Infelizmente chegamos em uma segunda-feira de feriado e a maioria das atrações da cidade estavam fechadas, inclusive a máquina da Dannemann, charutaria na cidade de São Félix, sua irmã gêmea que fica do outro lado do rio. Lívia já conhecia bem Cachoeira e fez questão de nos apresentar a especialidade culinária da cidade, a maniçoba. Rodamos bem até encontrar o que descobrimos depois ser o melhor restaurante para experimentar esta iguaria, o restaurante da Pousada Convento.

Átrio do Convento em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

Átrio do Convento em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA


A maniçoba é um prato parecido com a feijoada, com carne de porco, onde o feijão é substituído pelas folhas da mandioca, com um porém, estas são venenosas. Por este motivo a maniçoba tem um ritual de preparo lento, com 7 lavagens e não sei quantos dias para que perca o veneno e possa ser servido. Para nós leigos, ela parece um molho pesto com carne de porco, lingüiça, paio e carne de porco desfiada, delicioso!

O antigo Convento, hoje pousada, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

O antigo Convento, hoje pousada, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA


A companhia de Wil e Lívia foi especial, um casal antenado que trabalha com teatro, música e produção cultural só pode ser muito interessante. Nos divertimos explorando a cidade de Cachoeira, tranqüila, até meio abandonada, mas com um ar cult para turistas alternativos de Salvador.

Na orla do rio Maragoji, em São Félix, no Recôncavo Baiano - BA

Na orla do rio Maragoji, em São Félix, no Recôncavo Baiano - BA


Entramos na Casa de Damário, espaço cultural em homenagem ao conhecido poeta de Cachoeira e já meio sem esperanças estávamos dando aquela última olhada na cidade para irmos embora. Foi quando cruzamos um animado cortejo pra Nossa Senhora D´Ajuda, padroeira da cidade que está em festa durante toda esta semana.

AS Baianas, em festa de rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

AS Baianas, em festa de rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA


Baianas carregando tabuleiros de doces, homens, mulheres e crianças dançavam atrás da bandinha que circulava animando as tranqüilas ruas de Cachoeira. Bela surpresa a nossa, fechamos nossa estada na região com companhias agradabilíssimas e um carnaval de rua com marchinhas de época. Sensacional!

Vestidos em movimento, durante festa de rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

Vestidos em movimento, durante festa de rua em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA


Na volta pegamos um trânsito meio pesado do retorno do feriado, pouco mais de uma hora de engarrafamento, mas valeu muito à pena a visita por este lado histórico baiano. A cidade e a região têm um grande potencial para se tornar um circuito histórico como o de Minas Gerais, alguns movimentos já começaram incentivar o turismo, como o Festival de Cinema que deve acontecer lá no ano que vem, já que o curso de cinema da UFBA tem seu campus em Cachoeira. Acredito que em alguns anos teremos um novo Recôncavo, mais movimentado e infelizmente mais preparado para o turismo. Eu ainda prefiro a original, com sua cultura, seu povo e sua simplicidade.

Posando para foto durante festa em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

Posando para foto durante festa em Cachoeira, no Recôncavo Baiano - BA

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