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1400 dias de estrada e muita história para contar! Por mais que tentemos...
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Boa tarde Ana tudo bem? Estou me programando para uma viagem e quero conh...
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Adi Barbosa (23/03)
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Sol da manhã na Pousada Mirante da Serra, em Brumadinho, próximo à Belo Horizonte - MG
Nos dias em que temos que pegar estrada, o nosso desafio é sempre ter algo interessante para falar, além de “fizemos as malas, arrumamos as coisas e pegamos estrada para “x” lugar”. Bem, hoje além de toda esta função, finalizamos os afazeres “do lar”: buscamos as roupas na lavanderia, levamos a Fiona par um último ajuste no eixo dianteiro e fomos buscar uma encomenda no mercado municipal.
Partida do nosso hotel em BH - MG.
Para quebrar o dia conseguimos marcar de almoçar com amigos em um restaurante oriental-vegeteba delicioso. Encontramos novamente com a Karina e a Sandra e ainda conhecemos a sua mãe, responsável por estes dois filhos jóias que conhecemos, a Ká e o Dudu. Além delas, finalmente consegui reencontrar um amigo que conheci há exatos 5 anos na viagem que fiz para a Bolívia e o Perú, o Zé Elias. Estávamos em um micro-ônibus de La Paz para Copacabana, eu e Luiz Henrique e ouvimos os mineiros falando: Zé, Ronaldo e Mércio. A sintonia foi tanta, que mudamos parte do nosso itinerário de viagem para acompanhá-los até o Cânion Colca e às Linhas de Nazca. O Zé tem uma academia e uma agência de aventura, organiza corridas de aventura, dá consultoria de viagem para mochileiros, muito bacana! (www.brouaventuras.com.br) Foi ótimo reencontrá-lo e de quebra ainda ganhamos um fogareiro para as nossas incursões para montanha, valeu Zé!
Curtindo o visual na Pousada Mirante da Serra, em Brumadinho, próximo à Belo Horizonte - MG
Ainda faltava hoje encontrarmos algo interessante para contar, então pegamos estrada de BH rumo ao Topo do Mundo. Chegamos no final da tarde na cidadezinha chamada Brumadinho na Serra da Moeda. Fica a 30 minutos de BH e foi muito recomendado por várias pessoas que conhecemos durante a viagem aqui em Minas. Subimos bastante, mas quando transpusemos as montanhas foi que conseguimos entender a fama! Um lugar super charmoso, com uma vista maravilhosa! Lá em cima as atrações são duas, o restaurante Topo do Mundo, que só funciona de sexta a domingo, e a pousada Estalagem do Mirante. A pousada é um charme, chalés de montanha, com todo o conforto e vista até onde os olhos conseguirem enxergar. O por do sol estava meio esfumaçado, infelizmente, pois haviam muitas queimadas nas fazendas próximas.
Belo visual da Pousada Mirante da Serra, em Brumadinho, próximo à Belo Horizonte - MG
A noite comemoramos os nossos 150 dias de estrada, tomamos um belo vinho e jantamos à luz de velas no restaurante da pousada. Um destino romântico que vale a pena ser visitado, pelo menos por uma noite, só se preparem pois vocês não vão querer ir embora. Aqui já estamos mais perto do nosso próximo destino, o Museu Inhotim.
Crianças se divertem nas corredeiras do Urubuí, em Presidente Figueiredo - AM
Presidente Figueiredo está a apenas 133km de Manaus pela estrada que segue para Boa Vista. Neste finalzinho de inverno, período chuvoso na região norte, acabamos pegando ainda algumas pancadas de chuva no nosso primeiro dia na cidade. Embora não seja nada parecido com o inverno do sul com o qual estamos acostumados, inverno tem sempre aquela cara de preguiça. Tempo perfeito para tirarmos o nosso domingo de Páscoa off, afinal até nós viajantes merecemos aproveitar o feriadinho para descansar.
Visitando o parque das corredeiras do Urubuí, em Presidente Figueiredo - AM
Depois do domingo preguiçoso e dorminhoco ainda aproveitamos para conhecer uma das principais atrações turísticas da cidade, o Parque Municipal do Urubuí. O parque municipal é a praia da cidade, com uma bela infra-estrutura de bares e restaurantes às margens das corredeiras do rio de mesmo nome.
Balneário nas corredeiras do Urubuí, em Presidente Figueiredo - AM
Nós chegamos já no final da tarde, tiramos algumas fotos e ficamos impressionados com um dos esportes prediletos dos nativos aqui de Figueiredo, descer as corredeiras “no pêlo”, sem bóia, colete salva-vidas, capacete, nem nada! Eles se soltam nas águas do rio, conhecem cada pedra e buraco e sabem por onde devem passar.
As corredeiras do Urubuí, em Presidente Figueiredo - AM
Olhando eles fazerem até parece fácil, mas os caras nasceram aqui, conhecem este rio como a palma da mão! O Rodrigo já ficou todo atiçado, é óbvio, quer descer de “body cross” de todo jeito. Eu fico parecendo a velha chata ao lado dele, dizendo que não, para tomar cuidado, etc. Enfim, hoje nem viemos preparados para banho, mais tempo para pensar e desistir.
Rapaz nos mostra como enfrentar as corredeiras do Urubuí sem bóias ou coletes! (em Presidente Figueiredo - AM)
Almoço agitado na churrascaria, vendo a final carioca Fla-Flu ao lado de torcedores com os nervos à flor da pele! É impressionante a força dos times cariocas no Brasil, culpa da Rádio Globo, única fonte de informação que alcançava essas bandas nas décadas passadas e difundiu o campeonato carioca para o interiorzão do Brasil. Hoje a TV continua este trabalho, tornando a legião de torcedores fanáticos pelos times cariocas ainda maior. Disputa nos pênaltis, Flamengo ganhou e a torcida comemoooora! Rsrsrs!
Explosão de alegria com a vitória do Flamengo! (em Presidente Figueiredo - AM)
Pronto para um mergulho no fim de tarde, em Flores, na Guatemala
Hoje cruzamos a fronteira de Belize com a Guatemala, a única fronteira terrestre entre os dois países fica a meros 13 km de San Ignacio e 80km da Ilha de Flores. O distrito El Petén é o mais distante e menos populado do país, o governo fez um esforço para desenvolver esta região, que hoje possui as melhores estradas, além de uma das mais impressionantes ruínas mayas da Guatemala, a famosa Tikal.
Uma das ladeiras que dá acesso à praça central de Flores, na Guatemala
A mágica Ilha de Flores está localizada dentro do lago El Petén Itzá. Ela foi ocupada pelos espanhóis durante a colonização que, sobre a cidade maya, construíram uma cidade colonial com ruas estreitas, uma igreja no topo e um agradável passeio na beira do lago, onde até hoje locais e turistas se refrescam nos dias mais quentes de verão.
Caminhando na orla do lago Petén, em Flores, na Guatemala
A igreja matriz de Flores, na Guatemala
Mergulhando no lago Petén, em Flores, na Guatemala
O lago El Petén Itzá é uma atração por si só, passeios de barco ao redor da ilha te levam a um pequeno museu em uma ilhota e à vilas próximas. Até mergulho para ver vestígios arqueológicos estão começando a ser operados. Reza a lenda que um grande cavalo esculpido em pedra pelos mayas para Hernán Cortez estaria afundado por aqui! Ao que tudo indica o Cortez não parou nesta região, pelo menos não durante esta vida. Mas quem sabe? Há muitos mistérios no mundo a serem desvendados.
Nadando no delicioso lago Petén, em Flores, na Guatemala
Flores possui toda a infraestrutura turística comum nas cidades da América Central. Agências de turismo especializadas nos sítios arqueológicos da região oferecem diferentes passeios a Tikal (no nascer e no por do sol) e até aos lugares mais distantes como El Mirador. No norte de El Petén, quase na fronteira com o México, El Mirador é uma das maiores cidades mayas do período pré-clássico e está isolada por 60km de trilhas na floresta guatemalteca ou por um caro sobrevoo de helicóptero.
Pequena cidade na orla do lago Petén, em frente à ilha de Flores, na Guatemala
Nós pensamos em ir até lá, mas como sempre apressados acabamos deixando esta aventura para uma próxima vez. Escolhemos relaxar às margens do lago, saímos para correr ao redor da ilha, nadamos e recuperamos energias para seguir viagem. Tiramos um dia para explorar a poderosa Tikal e aproveitamos os restaurantes mais turísticos para colocar as vitaminas, saladas e sucos em dia. Viajando por estes lugares mais distantes às vezes é difícil encontrar opções saudáveis de alimentação.
Correndo na orla do lago Petén, em Flores, na Guatemala
Barco leva passageiros pelo lago Petén, em Flores, na Guatemala
Muitos dos turistas mais alternativos preferem hospedar-se na vila de El Remate, onde há menos infraestrutura, mas os pequenos hostels e restaurantes locais dão ao vilarejo um ar mais autêntico. Além de garantirem ter um lago mais limpo se comparado com o lago ao largo das mais populosas Santa Elena e Flores.
O sol aparece um pouco antes de se pôr, visto da ilha de Flores, na Guatemala
Flores é mais um daqueles lugares especiais no mundo, perfeito para descansar e deixar as preocupações de lado, aproveitando o melhor da cultura e arquitetura maya, lado a lado com a culinária, o conforto e a receptividade do povo guatemalteco.
Uma bela conjunção da lua e Júpiter, em Flores, na Guatemala
Costa do lago Nicarágua em San Jorge. Ao fundo, o vulcão Concepción, na ilha Ometepe
Lago Cocibolca na língua indígena, ou Lago da Nicarágua como está descrito no mapa mundi, é o segundo maior lago da América Latina e está localizado na parte mais estreita deste país, sendo o mais próximo de uma ligação natural entre o Atlântico e o Pacífico.
Vendedor ambulante em praia de San jorge, no Lago Nicarágua
Durante muitos anos ele foi utilizado pelos norte-americanos para acesso à costa do Pacífico, nos idos de 1850 na corrida pelo ouro da costa oeste. Nesta época o território americano, além de muito extenso e acidentado, era ocupado por milhares de peles-vermelhas (vulgos indígenas norte-americanos), “querendo matar” todos os cara-pálidas que vissem pela frente. Assim os americanos tiveram que encontrar outros caminhos, um deles era a travessia via território nicaragüense. Eles navegavam da foz do Rio San Juan do Atlântico até o Lago da Nicarágua e cruzavam por terra os poucos 20 a 30 km que sobravam até a Costa do Pacífico. No final do século XIX estudou-se fazer o famoso canal inter-oceânico aqui, já que as condições geográficas eram muito favoráveis.
Praia no lago Nicarágua, em San Jorge
A obra aqui seria muito mais barata e mais fácil, já que os 30 km de terra que separam o lago do oceano são na sua maioria planos, diferente das montanhas rochosas do Panamá. Porém a politicagem e um golpe de sorte da bancada que dava suporte ao Canal do Panamá, acabou por sepultar esse plano. O motivo final da desistência foi um selo comemorativo expedido pelo governo da Nicarágua com a imagem de um dos seus vulcões em erupção. Os senadores norte-americanos usaram esta imagem como argumento, afinal, como aplicar tamanha fortuna e mão-de-obra em um território instável e repleto de vulcões em erupção?
Os vulcões Concepción e Maderas, na ilha lacustre de Ometepe, na Nicarágua
Assim o Lago da Nicarágua teve a sorte de escapar dos planos norte-americanos, ficando livre de uma obra de engenharia de grande impacto ambiental e deixando este paraíso intocado para os anos vindouros.
Garça enfrenta as ondas do Lago Nicarágua, em San Jorge
Hoje saímos da costa e cruzamos o pequeno estreito de terra no estado de Rivas até a cidade de San Jorge, às margens do lago. Existem barcos de passageiros e ferries para travessia de veículos, porém a alta procura exige agendamento prévio. Conseguimos uma vaga para a Fiona no ferry das 16h, o que nos deu bastante tempo para almoçar e buscar informações sobre a ilha. Se você já está no porto de San Jorge, a dica é o restaurante italiano El Navegante às margens do lago, além de uma bela vista da ilha e seus vulcões, tem uma pasta com molho delicioso feito pelo Darío Rucco, italiano radicado na Nicarágua.
Brindando suco de laranja com a Ilha Ometepe ao fundo, com seus dois vulcões (Nicarágua)
Dario veio nos contar sobre sua viagem realizada em 2003 da Terra do Fogo ao Alasca de ônibus em 8 meses! Ele escreveu um livro “Da Capo a Capo” pela editora Greco & Greco, muito bacana! Está vivendo na Nicarágua há 3 anos, pois ficou curiosíssimo em aprender como o povo nicaragüense faz para viver o dia inteiro sem fazer nada! Rsrsrs!
Com o italiano Dario, que viajou da Patagônia ao Alaska em 2003 (no seu restaurante em San Jorge, a caminho da Ilha Ometepe, no Lago Nicarágua)
Livro e rota do italiano Dario pelas américas (ele tem um restaurante em San jorge, no Lago Nicaragua)
Ainda conhecemos o Hector, da associação de guias, que nos deu várias informações sobre a ilha, onde ficar e o que fazer, além do um contato com guia de Ometepe para levar o Rodrigo ao Vulcão Concepción ou ao Maderas. Hector nos apresentou o Ernesto, dono do hotel Costa Azul na Playa Santo Domingo. Ernesto estava em Manágua embarcando para Chicago e se deu conta que esqueceu seus papéis de entrada nos EUA. Teve que retornar à ilha para esperar o próximo vôo no sábado. Assim, conversamos bastante e ele acabou nos fazendo um desconto especial para ficarmos lá! É a Ilha de Ometepe nos dando as boas vindas.
Na Nicarágua sandinista, o ferry que nos levou à Isla Ometepe, em pleno lago Nicarágua
Chegando ao Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
O Mount Rainier é uma das montanhas mais famosas dos Estados Unidos. O vulcão de 4.392m foi formado há apenas 550 mil anos, é ativo e pode entrar em erupção a qualquer momento. Hoje o imenso nevado reúne o maior número de glaciares em uma única montanha em toda a América do Norte. Encontrá-la em um dia ensolarado é uma sorte para poucos, já que ela serve como barreira para as nuvens carregadas do Pacífico e recebe por ano até 3,2 m de neve por ano, todos os anos. A umidade e a neve definem o rico ecossistema do parque, com lindas florestas de Douglas Firs e os mais de 126 glaciares localizados nas porções mais elevadas da montanha.
Entre nuvens, lá está o gigante Mount Rainier, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
A base desta montanha foi habitada por populações indígenas e a região já é visitada por curiosos e turistas desde o final do século XIX. Na época o Hotel de Águas Medicinais da família Longmire era uma das principais atrações, entre os anos de 1888 e 1889. O Parque Nacional foi estabelecido em 1899 e hoje recebe mais de 2 milhões de visitantes por ano. Escalar a montanha requer experiência, o caminho inclui escalada técnica em gelo e equipamento apropriado. Existem várias empresas e guias autorizados pelo parque nacional que podem ser contratados.
No centro de visitantes, mapa do Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
O parque está próximo a Seattle e a Nisqually Entrance, sua entrada principal, tem acesso pela rodovia 706, que sai da I-5. Nós, como sempre, escolhemos as rotas mais alternativas. Saímos tarde de Seattle, pegamos a estrada e dormimos em Enumclaw uma cidade insossa pouco antes da fronteira noroeste do parque. O dia amanheceu mais seco e promissor e nós seguimos viagem pela Mather Memorial Parkway, uma estrada cênica que acompanha o White River com mirantes lindos para a montanha.
A bela estrada que atravessa o Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Lago congelado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Antes de continuar a contornar o parque, fizemos um detour para a Sunrise Ridge, brincamos na neve e até construímos um boneco de neve para dar boa sorte neste início de temporada fria.
Nosso mais novo amigo e entusiasta da viagem dos 1000dias, no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Tomado pela neve, um dos mirantes na estrada que atravessa o Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Retornamos à estrada principal e logo depois do Cayuse Pass (1.431m), confirmamos o que temíamos, a Paradise Meadows Road estava fechada para a temporada. Causa: muita neve. Cruzamos o Ohanapecosh River ao lado das imensas Douglas Firs e seguimos agora por uma estrada fora do parque. Demos toda a volta e chegamos finalmente à entrada principal, que daria acesso ao centro de visitantes, com sorte, uma bela vista para o Mt Rainier e a outra ponta da Paradise Meadows Road. O lugar deve ser mesmo lindo, mas com este tempo, frio, chuvoso e nebuloso, deve ser o paraíso mesmo apenas para ursos polares.
Lago congelado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Trilha tomada pela neve no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
O Henry M. Jackson Memorial Visitor Center estava no meio das nuvens em meros 1.647m de altitude. É, o inverno já chegou! Estava tudo branco, as trilhas cobertas de neve e o dia nada convidativo para explorações. Conseguimos dar uma olhada rápida no museu antes de ele fechar (às 17h) e na descida da estrada resolvemos enfrentar o frio e descemos a molhada trilha da Naramata Falls.
A bela Narada Falls, no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Atravessando rio encachoeirado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Eu fiquei com vontade voltar ao parque não apenas para ver este poderoso e dormente vulcão em um dia de céu azul, mas também para fazer as diversas trilhas ao seu redor. Uma delas me chamou especial atenção: a Wonderland Trail, que circunda todo o vulcão em 150km de caminhada. Entrou para a nossa lista do “fomos até lá e não fizemos.”
Um dos antigos caminhos de lava provenientes do Mount Rainier, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Quando já não tínhamos muita esperança em ver a montanha, ela resolveu se abrir para nós, por alguns segundos, dizendo “Hey, viram só? Eu existo! Voltem no verão!”.
No final da tarde, o colossal Mount Rainier dá o ar de sua graça, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Na trilha de Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Prince Rupert entrou no nosso roteiro pela costa do Pacífico enquanto pesquisávamos sobre as Ilhas Gwaii Hannas, antigas Quenn Charlotte Islands. Nestas ilhas vive a comunidade indígena da etnia Haida, um dos 3 principais grupos indígenas desta região. Conhecidos por sua valentia, força e habilidade com o mar, os Haidas vivem neste arquipélago a aproximadamente 70km da costa do Canadá. O meu primeiro contato com a história deles foi em um dos museus em Ottawa, através das pinturas da reconhecia artista canadense Emily Carr. Seus totens e a sua cultura foram tema de vários quadros da artista plástica, que viajava para estas distantes ilhas desde o final do século XIX para retratar uma cultura que estava aos poucos sendo apagada do mapa.
Caminhada em rio próximo à Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Os Haidas andam na moda e um dos principais motivos é a discussão atual sobre a construção de um oleoduto que passaria no entorno de suas reservas. Ainda que várias das comunidades indígenas por todo o Canadá tenham sido obrigadas a absorver a cultura do colonizador, poucas etnias conseguiram passar quase imunes ao período da reforma e os Haidas estão entre elas. Justamente por sua localização geográfica retirada eles conseguiram manter muito de sua cultura e sua arte quase intocadas. Outro grande atrativo deste arquipélago é o Parque Nacional Haida Gwaii, que além de sítios históricos, também preserva milhares de quilômetros de praias, ilhas e florestas intocadas.
Máscara Haida no Northern BC Museum, em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
Nosso primeiro plano era utilizar Prince Rupert como base para explorarmos as Haida Gwaiis, porém os preços e os horários dos ferries, mais esporádicos nesta época do ano, acabaram nos desanimando. As ilhas são um dos destinos mais caros do Canadá, que além de serem o destino da moda, precisam importar quase tudo da mainland. Além do ferry, vôos diários ligam a ilha ao continente, porém estes são ainda mais caros. O tempo para conseguir explorar bem a região e o parque nacional, ainda mais distante e isolado, seria de pelo menos uma semana, que somados aos intervalos dos ferries nos resultariam em quase 10 dias a mais no nosso cronograma.
Placas de distância em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
Ainda em Prince Rupert, conversamos com alguns agentes turísticos, que “entre nós” assumiram que o que veríamos lá não seria assim tão diferente do que conseguimos ver por aqui. É claro, cada cultura é única, mas infelizmente não somos especialistas para conseguir interpretar e absorver as grandes diferenças entre os Tinglíts, os Tsimshians e os Haidas, que aos leigos possuem mais semelhanças do que particularidades. Ainda assim, quanto mais viajamos por estas terras, maior é a minha curiosidade sobre estas primeiras nações americanas. As Haida Gwaii ainda não foram riscadas da minha lista de viagens, quem sabe apenas postergadas.
Monumento aos navegadores, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Assim, decidimos ficar e aproveitar os quase 3 dias de espera entre um ferry e outro aqui mesmo na região. Os nossos primeiros dias de sol nesta costa nos revelaram paisagens e uma beleza ainda desconhecida, mesmo depois de uma semana na Inside Passage. Chegamos a Prince Rupert e fomos direto para a Cow Bay, o centro histórico assim chamado por ser o local de uma antiga fazenda de gado.
A histórica Cow Bay, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
A charmosa cidade portuária logo nos chamou a atenção: como aqui, em um lugar tão distante dos grandes centros, no litoral isolado da British Columbia, viemos encontrar uma cidade tão viva e interessante? A variedade hotéis, inns e B&B mostram que não somos apenas nós que pensamos isso. A cidade é bem espalhada entre os dois principais portos, ao longo da faixa litorânea da Kaien Island. Restaurantes, bistrôs, cafés e pubs estão concentrados na Cow Bay, além de uma agência de turismo especializada em Whale e Bear Watching Tours. Eles já haviam fechado o calendário de trabalhos desta temporada, mas foram excepcionais em nos dar informações e orientar em outras atividades locais. Ficamos hospedados no Eagle Bluff, um bed and breakfast na beira da baía, vizinho à marina da Cow Bay.
Nosso charmoso B&B em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
O simpát?ico e tradicional pub no cais de Cow Bay, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Ficamos apaixonados pelo Cowppucinos Café, café onde batemos ponto todos os dias para um café da manhã tardio com sanduíches em bagels fresquinhos, preparados na hora, sobremesas caseiras de comer ajoelhados, além de um ambiente super despretensioso frequentado por todos os tipos de locais que imaginar, do policial à vovó, dos jovens descolados aos engravatados na sua hora do café. As paredes do café são forradas de fotos de vacas de todos os cantos do mundo, até uma vaca brasileira encontramos por lá!
O Cowpuccino's, nosso café preferido em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
Caminhar pelas ruas da Cow Bay com uma linda vista da baía já está entre os meus programas prediletos na área, mas ainda incluímos como principais atrações o Museu de Northern BC, a Butze Rapids Trail e a imperdível Metlakatla Wilderness Trail.
Visita ao Northern BC Museum, em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
O grande casa de madeira onde está localizado o Museum of Northern British Columbia já é uma atração por si só. Construído no mesmo estilo das antigas casas das comunidades indígenas da costa pacífica, ele possui artefatos arqueológicos, peças de arte regional, vários painéis explicativos sobre a história da região e a cultura Tsimshian, além de máscaras, totens e artefatos tradicionais desta comunidade. A vista da última sala para a baía é linda e até a gift shop do museu é de tirar o chapéu, com peças de artes e souvenirs com traçados indígenas feitos pelas mulheres das comunidades vizinhas, até eu tive que me render.
Arte Haida no Northern BC Museum, em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
A Butze Rapids é uma trilha de 5km localizada a poucos quilômetros do centro da cidade, em uma paisagem maravilhosa em meio à floresta úmida. A maior curiosidade deste caminho está nas corredeiras que ligam o Skeena River ao mar. A região sofre uma das maiores marés do mundo, variando mais de um metro por hora! Em determinado momento do dia, o fluxo de água naturalmente do rio para o mar, inverte e nós chegamos lá na hora certa para ver o rio “parar” e inverter o sentido, tamanha a força da maré! O lugar é lindo, a trilha é tranquila e é a opção para os esportistas da cidade para uma caminhada, corrida ou um passeio casual em nos raros dias ensolarados.
Na trilha de Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Os famosos Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá. O sentido das corredeiras varia com a maré
Além destas atividades, uma que não tive tempo de fazer, mas que recomendo muito é um caiaque com o pessoal da Skeena Kayak Tours. Foi difícil arrancar o Rodrigo das trilhas e do conforto do nossa pousada para remar pelas águas da baía. Porém estas águas são repletas de alimentos, no porto já podemos ver dezenas de pássaros, leões marinhos e focas e algumas pessoas me disseram que com sorte, alguns encontros fortuitos com baleias e até orcas podem acontecer! Não custa tentar!
Na trilha de Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
O nosso maior destaque fica para a Metlakatla Wilderness Trail, que de tão bacana mereceu um capitulo a parte, é só clicar no link ou ver o próximo post.
Obsservando praia do Rio São Francisco em Januária - MG
Quem diria que em plena Januária, norte de Minas Gerais, teríamos uma tarde com um flashback dos anos 80. Atravessamos de barco de uma margem para outra e chegamos à barraca do Primo. Chegando lá o CD de brega que estava tocando logo foi substituído por uma coletânea de anos 80. Dire Straits, Guns and Roses, Queen, entre outros.
Barraca na praia do Rio São Francisco, em Januária - MG
O Rodrigo começou uma viagem pelo tempo, lembrando da sua adolescência e tempos de faculdade. Digo que ele tem sorte de ter se casado com uma meninona que gosta de música e tem boa memória, pois enquanto ele estava nas pistas de dança curtindo estes lançamentos eu estava no primário. Engraçado foi que essa viagem musical o levou para um flashback por entre os filmes do Rocky. Eu nunca assisti nenhum deles por completo, portanto ele passou a me contar cada um, do Rocky 1 ao Rocky 4. A história emocionante do duelo entre o Apolo e o Rocky, boxeador de terceira categoria que se tornou um vencedor. Porém ele não poderia deixar de citar o lendádio “The Champ”, filme clássico dos anos 70. Foi quando comecei a perceber uma voz mais trêmula, emocionada. “Esse pessoal que produz filmes de boxe, conta a história de um jeito para nos fazer chorar”, disse o Rodrigo. É a história de um pai, lutador decadente, que consegue vencer uma luta dificílima de olho no dinheiro para criar seu filho de 9 anos e morre minutos depois da luta. É aí que acontece a cena mais forte do filme, quando o filho chega à maca onde está o pai desfalecido e chorando diz “wake up Champion, wake up!”. Muito emocionado e com lágrimas nos olhos meu lindo finaliza a história: “Ninguém conseguia sair do cinema sem chorar, eu mesmo havia prometido e não consegui.” Como diz a minha amiga Ju, “quem gueeenta?”, enquanto ele chorava de emoção eu chorava de tanto rir! Nunca vi uma coisa dessas!
Barraca na praia do Rio São Francisco, em Januária - MG
Bela paisagem na Dalton Highway, no norte do Alaska
Ontem cruzamos a linha do Círculo Polar Ártico e aí poderíamos fazer aquela linha, “Chegamos ao objetivo norte da expedição”. O problema é que chegando lá descobrimos que existia um mundo inteiro pela frente! Primeiro este mundo continuava até Coldfoot, o melhor lugar para ver a aurora boreal e único lugar para pernoitarmos. Lá em Coldfoot, conversando com os Caminhoneiros do Gelo descobrimos que as paisagens mais ao norte eram ainda mais bonitas e que a Brooks Range, o Atigun Pass e a “real tundra” estava a apenas 200km ao norte dali!
Antigo posto de correios da simpática Wiseman, cidade 100 milhas ao norte do Círculo Polar Ártico, no Alaska
Como viremos tão longe e não iremos até lá? Pois é, assim é que você entende como os caras dão a volta ao mundo! Daqui estamos também a apenas alguns passos da Ásia e da Rússia! Por que não colocar o barco em um navio e ir ao Japão, Rússia, Mongólia e adiante? Já viemos tão longe!!! Pois é, meus amigos, familiares, irmãs, pai e mãe... Confesso a vocês que tive esta vontade! Mas, sabem como é, dinheiro não cresce em árvore e filhos também não... Então seguiremos nossos planos, com uma esticadinha até o Galbraith Lake e lá daremos a tão esperada meia volta.
Chegamos pertinho da Ásia e da Rússia na Dalton Highway, no norte do Alaska. Que vontade de continuar...
Depois de tanto tempo, de volta às montanhas nevadas, dessa vez na Brooks Range, no norte do Alaska
Ouvimos falar que aqui para o norte encontraríamos a tundra, que logo as árvores sumiriam e tudo o que veríamos seria uma terra imensa, montanhas ao fundo, alguns lagos e o oleoduto acompanhando a Dalton Highway. Subimos, subimos, subimos e subimos mais um pouquinho e ainda víamos árvores... Como assim? A tal da “spruce” um tipo de conífera das florestas boreais que tem entre 20 e 60m e vive em condições extremas de até - 60°C, vento e pouca água. Poucos quilômetros antes
Maravilhosa foto vencedora do prêmio Pullitzer de Fotografia, no Museu da Imprensa em Washington DC, capital dos Estados Unidos
A cidade de Washington DC abriga mais de 70 museus sobre todas as áreas e temas que você possa imaginar! Dentre estes setenta e tantos museus se destacam os 18 museus gratuitos do Instituto Smithsonian, criado pelo inglês James Smithson “para o aumento e difusão do conhecimento”. A maioria destes museus estão no National Mall, entre o Capitólio e o Washington Monument e sem dúvida merecem uma visita.
Smithsonian Castle, em Washington DC, capital dos Estados Unidos
Os destaques são o National Air and Space Museum e o Natural History Museum que já visitamos em 2007. Outros museus imperdíveis aqui em DC são a National Gallery of Art, com coleções maravilhosas de artistas de todo o mundo, e o Museu do Holocausto, este mais pesado, triste, mas na minha opinião a visita é obrigatória. Não teríamos tempo para explorar a lista completa dos museus. Foi conversando com os amigos MauOscar, e sua longa lista de museus visitados na cidade, que definimos qual seria o o nosso eleito: o Newseum.
Examinando jornais do mundo inteiro no Museu da Imprensa em Washington DC, capital dos Estados Unidos
Como o próprio nome já sugere, o Newseum é um museu da história da imprensa mundial e como a imprensa conta a história diariamente, o Newseum é um museu de história contada pelas capas dos mais importantes jornais de todo o mundo há mais de 500 anos!
Primeira Página de jornal histórica, no Museu da Imprensa em Washington DC, capital dos Estados Unidos
São 35 mil capas de jornais, 8.861 artefatos e 3.800 imagens que remontam mais de 500 anos de história mundial. A nova sede do museu, que começou na cidade de Rosslyn – Virgínia em 1997 e seu mudou para DC em 2006, expõem todo este material em 7 andares e diferentes exposições fixas e temporárias.
Primeira Página de jornal histórica, no Museu da Imprensa em Washington DC, capital dos Estados Unidos
A minha preferida foi a Galeria Pulitzer de Fotografias, com mais de 1.000 imagens organizadas cronologicamente e com as respectivas hitórias, do fotógrafo, da foto e do personagem ou cena fotografada. Imagens maravilhosas, fortes e, obviamente, sempre muito significativas. A galeria também expões entrevistas com 74 fotógrafos ganhadores do Pulitzer.
Museu da Imprensa em Washington DC, capital dos Estados Unidos
A Galeria do 9/11 (11 de Setembro 2011) apresenta cenas, relatos e histórias dos jornalistas que cobriram os fatos ao vivo, suas experiências traumáticas e cenas dos bastidores. A notícia e a realidade nua e crua. Na entrada da sala de vídeo tem uma caixinha de lenço, eu entrei e a princípio não entendi bem aquela caixa aparentemente fora de lugar. Compreendi apenas quando saí da sala com os olhos inchados e o nó na garganta.
Parte da torre que estava sobre o WTC, derrubado no 11/09, no Museu da Imprensa, em Washington, nos EUA
Outra sessão interessantíssima é a Galeria do Muro de Berlim – “Uma barreira que não podia conter a informação”. A exposição mostra como a informação chegava na Alemanha Oriental, apesar da repressão exercida pelo governo comunista. As cenas emocionantes da queda do muro em 1989 ficam ainda mais fortes e emocionantes ao lado do concreto real exposto na sala. São mais de 3 toneladas de muro original, com seus pixados coloridos, imagens e palavras de protesto e indignação. Só no lado da Alemanha Ocidental, é claro.
Em frente {a pedaços do Muro de Berlin, no Museu da Imprensa, em Washington, nos EUA
Salas interativas, dois estúdios de televisão que transmitem ao vivo para todo o país e um mundo de informações e fatos contados pelos melhores jornalistas de todos os tempos. A visita ao Newseum é deliciosa, cativante e envolvente. Quando você menos esperar terá passado horas dentro do museu sem nem notar, mas algo dentro de você terá mudado. Uma coisa que muitos até sabem, mas poucos dão importância: a noção de que hoje e a todo momento estamos vendo, vivendo e fazendo parte desta história.
Caminhando em Washington DC, capital dos Estados Unidos
Trem atravessa a ponte sobre o Rio Tocantins, em Marabá - PA
Terceiro dia de viagem, finalmente estamos nos aproximando de um dos marcos do caminho, a cidade de Marabá. Saímos de Novo Repartimento logo cedo, eu a base de resfenol para agüentar a constipação. A noite choveu durante umas duas horas, chuva forte, então logo nos primeiros quilômetros enfrentamos alguns atoleiros mais brabos.
Caminhão em atoleiro da Transamazônica, na região de Novo Repartimento - PA
A Fiona tirou de letra, mas teve que esperar a vez de alguns caminhões. É até bacana ver estas cenas, a máquina vindo e dominando a terra para conseguir salvar o caminhão. Ainda assim vários carros normais, kombis e caminhonetes, conseguiram passar sem problemas. Foram uns 3 atoleiros seguidos, todos já tinham máquinas trabalhando na estrada e como guincho.
Trator tura caminhão de atoleiro da Transamazônica, na região de Novo Repartimento - PA
Tínhamos duas opções de rota de Novo Repartimento até Marabá, ou continuávamos pela Transamazônica que logo vira PA-268, ou subindo e passando respectivamente pela PA-156, PA-263 e PA-150. Decidimos pela segunda opção, 100 km mais longo, mas apenas 80 km de terra, enquanto o segundo andaríamos 180 km por um dos piores trechos de terra.
A enorme barragem de Tucuruí - PA, a segunda maior do Brasil
Não demorou muito chegamos à cidade de Tucuruí, onde fica a segunda maior usina hidrelétrica do país em potência, nos períodos de cheia. Se por um lado rodar a Transamazônica nesta época pode ser complicado, chegar a esta barragem e vê-la vertendo água aos borbotões, não tem preço.
Com o lago cheio, a Usina de Tucuruí - PA está vertendo. Um espetáculo!
Seguimos em direção à Marabá e o que ia ser apenas uma passagem rápida acabou se tornando um capítulo à parte. Marabá está crescendo muito e muito rápido. Vê-se pela divisão da cidade, existe a Marabá Pioneira, a Nova Marabá e a Cidade Nova. Precisávamos passar no banco e tivemos que entrar na cidade. Quando cruzávamos o Rio Tocantins um caminhão quebrou em cima da ponte.
O Rio Tocantins, em Marabá - PA
No meio da confusão, carros reclamando, nós dois fotografando o rio e um trem que apareceu de repente sobre a ponte, fomos abordados por um jovem que ficou curioso com a viagem. Alex perguntou o que eram os 1000dias, como poderia saber mais sobre, o site e etc. Engraçado, várias pessoas que olham o nosso logo acham que somos uma ONG. Quem sabe não criamos uma? Não seria má ideia. O trem passou, conversamos com ele e seu amigo e o trânsito andou. É quando vemos um carro emparelhando, abrindo a janela e nos passando em uma manobra rápida e arriscada um CUPUAÇÚ! “É o Cupuaçu do Pará”, disse Alex e sua mãe.
O cupuaçu que ganhamos de presente na ponte rodoferroviária em Marabá - PA
Que delícia! Que recepção mais calorosa! A-DO-REI! Um presente da terra, para nos lembrarmos sempre de Marabá.
Trem atravessa a ponte sobre o Rio Tocantins, em Marabá - PA
Achou que seria só isso? Ainda não acabou. Entramos, encontramos logo o HSBC, meu banco e saímos à procura de Itaús ou Reais, bancos do Rodrigo. Um parto! Lanchonetes abertas nessa big avenida também parecia relíquia. Deixei o Rodrigo em uma quadra, achei uma lanchonete e resolvi voltar à pé atrás dele. Andava eu, tranquila procurando pelo Rodrigo, quando fui atacada por uma doida de rua. A mulher, daquelas loucas mesmo que ficam perambulando sem dizer nada com nada, estava do outro lado da rua com um pau imenso e pesado na mão. Eu no canteiro central da avenida. Ela não pensou duas vezes, atirou o pau na gata! Hahaha! Na boa, o que eu fiz para ela? Que violência gratuita! O pior é que a maluca tinha boa mira, a sorte foi que eu vi e desviei, mas ainda levei um arranhão. Ninguém em volta entendeu, alguns caras ainda comentaram, “pô, quase que a doida te acerta!” Eu é que fiquei me segurando, pois por uns 3 segundos me veio aquela vontade de correr lá e dar uma lição na véia. Mas... respirei fundo, a chamei de louca e segui procurando o Rodrigo. Mais uma memória de Marabá que será difícil esquecer! Rsrs!
Ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá - PA
Passamos por Marabá, abastecemos o carro e encontramos novamente a PA-268, vulga Transamazônica. Não sei se já comentei por aqui, mas o nosso objetivo não era cruzar a Transamazônica, ela é apenas o meio, para um fim muito mais divertido. Mais um dos lugares muito especiais que esse Brasilzão esconde, lá no sul do Maranhão, a Chapada das Mesas.
Represa de Tucuruí - PA
Aqui asfaltada ela nos leva até a BR-153, estrada que une os municípios de São Domingos do Araguaia e São Geraldo do Araguaia. Os nomes dão uma pista do rio que vamos cruzar. A balsa em São Geraldo faz uma divisão muito justa, carros primeiro e caminhões que esperem! A fila devia ter uns 30 caminhões, coitados. Ali eu lembrei de todos os fretes que já mandei fazer na vida! Foram poucos e mais simples, mas as vezes não pensamos que eles tem que passar por este tipo de coisa. A balsa colocou todos os carros e ainda couberam umas 4 carretas monstras! Fizemos amizade com os motoristas dos carros vizinhos perguntando sobre o melhor caminho, etc, e eles ficaram super empolgados com a nossa viagem. Alguns vieram de longe, 1400 km ou mais, mas quando ouviram a nossa história não acreditaram. Também, não é sempre que cruzam dois doidos viajando 1000dias por aí!
Com o lago cheio, a Usina de Tucuruí - PA está vertendo. Um espetáculo!
Já era noite, rodamos mais uns 120 km, cortando por Piraquê, pois o asfalto está mais novo. Que beleza que é voltar para um asfalto descente. Chegamos à nossa cidade dormitório, Araguaína. Já perceberam que quase todas as cidades aqui perto têm nomes parecidos? Araguaína, Araguanã, Araguatins, São Raimundo, São Geraldo, São Domingos, Santa Fé, Santa Isabel, de quem? Do Araguaia! É impressionante, assim fica até difícil decorar.
Chegando ao rio Araguaia e à Marabá - PA
Araguaína é uma cidade grande, em torno de 180 mil habitantes, a segunda maior cidade do Estado do Tocantins. Demos uma volta pela cidade de carro mesmo, procurando por hotel, os dois primeiros lotados, quem diria. Chegamos ao hotel e tudo o que queríamos era comer alguma coisa e dormir, afinal amanhã ainda temos mais estrada pela frente rumo ao Maranhão. Boa noite!
Errata: nas legendas das fotos em que vocês lêem “Rio Araguaia”, favor substituir por “Rio Tocantins.” Estamos providenciando a correção, são tantas emoções.
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