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A Ana se esgueira nas estreitas passagens da caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
Desde que entramos neste universo dos mergulhos em cavernas estamos aprendendo uma nova geografia do mundo. Afinal, onde podemos encontrar cavernas inundas? Elas se espalham no mundo, na Europa estão no Reino Unido, Itália, Alemanha, Áustria, Portugal, Espanha, Suíça, além da Austrália, Nova Zelândia, Tailândia, Timor Oeste e aqui na América estão localizadas na Flórida, na Península do Yucatán no México e inclusive no Brasil, embora estas não estejam liberadas para mergulhadores. Acontece que nas nossas andanças pelo Caribe, assuntamos daqui, perguntamos de lá e descobrimos que também existem algumas ilhas de formação calcária que desenvolveram sistemas de cavernas. Nas glaciações elas secavam e formavam belos espeleotemas e quando o clima aquecia, voltavam a ficar inundadas. A Ilha de Grand Bahama e Andros, nas Bahamas é uma delas e a segunda ilha que já começou a ser explorada é Hispaniola, mais precisamente dentro da República Dominicana!
Formações submersas na bela caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
Não são muitas as operadoras de mergulho que são especializadas em mergulho técnico de cavernas, portanto foi fácil chegarmos ao Denis, um francês que é um dos pioneiros nas explorações dos sistemas inundados do país. A Golden Arrow está baseada em Santo Domingo e além de levar mergulhadores para os parques nacionais marinhos em toda a costa, do sul até Boca Chica, próximo à Punta Cana, ele tem ao seu alcance algumas das mais lindas cavernas do país.
Mergulhando na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
A região mais rica em cavernas decoradas é a distante Pedernales, quase na fronteira com o Haiti. Há tempos eu tinha este nome na cabeça, mas para ir até lá precisaríamos de muito tempo e um planejamento específico, já que a infraestrutura é quase nula. Não tínhamos muito tempo e decidimos explorar, então, uma das cavernas mais conhecidas a apenas 45 minutos do centro de Santo Domingo, a Cueva La Taina!
Início de mergulho, com tanques duplos e stage para descompressão, na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
A La Taina é uma caverna bem completa, com uma linda área de cavern bem decorada e dois túneis principais. O túnel da esquerda é curto, mais raso, porém mais decorado. O túnel à direita segue em uma sucessão de salões e restrições, com algumas partes decoradas no início até os 12m, cruzando haloclinas alucinantes e finalmente despencando em profundidade até os 42m!
O tradicional sinal de aviso no início de todas as cavernas, em La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
As haloclinas são, na minha opinião, a parte mais incrível deste mergulho! Ela está entre os 12 e 16m e como cruzamos esta profundidade pelo menos 4 vezes durante o mergulho, subindo e descendo nos túneis da La Taina, temos uma experiência incrível com este fenômeno natural. Uma haloclina ocorre quando se dá o encontro de água salgada e água doce, assim que descemos abaixo do nível do mar a água salgada passa a ser dominante dentro da caverna e o encontro com a água doce as deixa em um equilíbrio sensível, com linhas bem tênues marcadas nesta profundidade. Uma vez que atravessamos essa camada, as águas tentam se misturar e como água e óleo turvam a água, nos deixando com a visibilidade próxima a zero. Quando chegamos ao ponto da haloclina e a vemos de longe, sem movimentá-la, com a ajuda de nossas lanternas conseguimos ver a água listrada, separada em várias camadas que refletem a luz de um jeito tão mágico, quase comparável com o acender das luzes da aurora boreal no horizonte! Espetacular!!!
A Ana se esgueira nas estreitas passagens da caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
Programamos um mergulho técnico descompressivo, o nosso primeiro deste tipo dentro de uma caverna. Por isso resolvemos ir acompanhados de um instrutor, Ramón, um dominicano apaixonado pelas cavernas subaquáticas. Tanque duplo nas costas e um cilindro de Nitrox 75 mistura rica em oxigênio, para acelerar a nossa parada de descompressão no final do mergulho.
Com o nosso guia, mergulhando na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
A caverna está localizada em uma propriedade particular nos arredores da cidade e possui uma escada de acesso e um assistente para ajudar a descer os equipamentos. O Ramón foi liderando o mergulho e o Rodrigo foi fechando o grupo, enquanto eu filmava com a Go Pro, ele podia contar com a nossa iluminação à frente para tentar tirar algumas fotos com nossa maquininha sub.
Preparando-se para mergulhar na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
O plano inicial seria ir até o final da linha principal e fazer o loop que nos levaria aos 42m, porém no ponto do loop, aos 35m, Ramón alcançou o terço de consumo de ar e como manda o regulamento, chamou o mergulho. Demos meia volta e retornamos, novamente passando pelas haloclinas, paramos aos 12m para recolher nossas garrafas de deco e subimos lentamente até os 8m para descompressão. Terminamos o mergulho com 73 minutos dentro d´água, em um mergulho lindo, tranquilo e muito especial! Só me deixou com mais vontade de explorar as outras cavernas da região! Teremos que voltar com planos para Pedernales e aqui mesmo na La Taina, para fazer o segundo túnel mais decorado. Enquanto isso vamos torcendo para as nossas cavernas abrirem lá no Brasil!
Formações submersas na bela caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
O verdadeiro José Cuervo! (na cidade de Tequila, no México)
Rumo a Mazatlán passamos pela cidade de Tequila, onde nasceu a José Cuervo, primeira fábrica de tequila do mundo. Hoje já existem várias marcas, mas esta continua sendo líder mundial na produção, venda e exportação do produto.
Rótulo da famosa José Cuervo, na cidade de Tequila, no México
Lá finalmente descobrimos qual é a base de onde é produzida a tequila: a Agave Azul. Uma planta cactácea parecida com uma aloe vera, só que umas 10 vezes maior. Das folhas são feitas fibras para tecelagem, cestos, papel, etc. A tequila é produzida do coração do agave azul, que pesa de 10 a 60 kg dependendo do tamanho da planta.
Plantação de agave na região da cidade de Tequila, no México
O miolo do agave é deixado 2 semanas em um pátio aberto, sob o sol, onde já começa a fermentar naturalmente e depois são colocados em fornos imensos e aquecidos por 48 horas. Quando sai dali, o agave “assado” é moído e exprimido, o caldo extraído é quase um mel, produto da fermentação dos seus açúcares naturais. Este líquido vai para os destiladores e daí sai o primeiro “espírito” com 65% de álcool, forte como o diabo!
O Agave, matéria-prima para produção de tequila, durante visita à fabrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México
O primeiro produto da destilação é misturado com outros ingredientes e aí começamos a ter as diferentes qualidades de tequila. A tequila prata que nós conhecemos e estamos acostumados, tipo exportação, é composta por 51,5% de agave azul e outros açúcares fermentados e destilados da cana e do milho, além de água. A ouro tipo exportação possui a mesma composição, porém fica descansando em barricas de carvalho americano.
Degustação de tequila durante visita à fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México
As tequilas especiais, aka a verdadeira tequila, é pura, composta 100% de agave azul, sem cana nem milho. Estas são envelhecidas em barris de carvalho americano e francês com diferentes níveis de torra. Quanto mais tempo descansando em um barril, mais escura a tequila fica e mais deliciosa.
Barris para envelhecimento de tequila na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México
Estas são as reservas da família Cuervo que começaram a ser comercializadas há pouco tempo, os preços giram em torno de 80 a 100 dólares e são encontrados apenas aqui no México. Estas ficam em carvalho francês, barris mais tostados, por 3 anos. São as tequilas mais agradáveis ao paladar, podendo ser degustadas como uísque 18 anos, lentamente e sem gelo.
Garrafas especiais de Tequila, na cidade de Tequila, no México
Admirando coleção de garrafas de tequila, na cidade de Tequila, no México
Tudo isso aprendemos no tour que fizemos dentro da primeira fábrica e destilaria da José Cuervo na cidade de Tequila, um tour super recomendado para entender um pouco mais da história da bebida símbolo do país.
Painel na fábrica da José Cuervo, na cidade de Tequila, no México, mostra como é a colheita do agave
ps: no almoço finalmente provamos a Carne de Birrio, no mercado municipal de Tequila, birrio de vaca, não de bode. Ainda estamos tratando de arranjar a coragem para um bodinho. Rsrs!
Igreja colonial na cidade de Tequila, no México
A linda praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Ontem chegamos à Port-au-Prince, mais especificamente ao distrito de Pétion-Ville. Nosso encontro com Lana e Erick foi muito especial e depois de uma hora conversando sobre a vida e um possível roteiro pelo país, eles nos convidaram a viajar com eles para conhecer uma praia ao norte de Port-au-Prince, no litoral oeste da ilha, a Obama Beach.
A deliciosa e pacata praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
O nosso roteiro pelo Haiti estava desenhado para uma semana, 2 dias em Port-au-Prince, 2 dias em Jacmel, cidade histórica do litoral sul haitiano, e no dia 24 voaríamos para a cidade de Cap-Haitien no norte. A única amarra que tínhamos era este vôo, já que fizemos a compra das passagens assim que chegamos à Rep. Dominicana. Então, por que não ir ao sabor do vento e nos deixar levar pelas oportunidades que surgirem durante a viagem?
Jangada singra os mares perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Vamos todos à Obama Beach! Uma praia de pedras roliças e águas cristalinas na grande baía de Port-au-Prince, pouco mais de 60km do centro da cidade. Transporte público aqui é complicado e bastante desorganizado, nem todos os destinos possuem ônibus de linha. Daqui à Jacmel seria mais fácil, porém até a Obama Beach seria uma aventura! Moto-táxi, 2 ou 3 tap-taps, caminhonetes que servem a comunidade como lotações, e ainda assim não sei se conseguiríamos chegar.
O trânsito sempre complicado de Port-au_Prince, capital do Haiti
Para a nossa grande sorte o convite veio acompanhado de uma carona com a Elsie, amiga haitiana que mora em Vermont - EUA. Ela está de férias aqui no calor do Haiti visitando a família enquanto Vermont está embaixo de neve. Sua filha Maya vive em Port-au-Prince e acaba de abrir uma academia de yoga.
Tarde gostosa com amigos no hotel Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
O carro de Elsie foi lotado, ela e Maya na frente, Jerome (namorado de Maya), Erick e Lana no meio e eu e o Rodrigo lembrando os tempos de infância no chiqueirinho. Foi pouco mais de uma hora de viagem passando pelas ruas tumultuadas do centro da capital, paisagens áridas e devastadas dos arredores da cidade, até ficarmos entre as montanhas e ao mar. Existem várias praias bacanas de grandes hotéis e resorts nesta costa, mas são caros mesmo para quem quer apenas passar o dia. Eles parecem criar um mundo particular para fugir da realidade das ruas. O Obama Beach é diferente, simples e acessível a todos, tem um restaurante aberto ao público e praia liberada para quem quiser. Seu nome vem mesmo de onde você imagina, o dono é fã do Obama e resolveu homenageá-lo no seu empreendimento.
Visualizar Obama Beach Hotel em um mapa maior
Chegamos ao Obama Beach Hotel ainda pela manhã e demos de cara com um grupo de brasileiros! Eram mais de 15 homens de todos os cantos do país, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e por aí vai. O grupo de oficiais está aqui pela missão de paz brasileira no Haiti. Eu confesso que nunca acompanhei muito as atividades do nosso Exército, mas sempre fiquei de olho no trabalho deste pessoal, afinal a Missão de Paz da ONU do Haiti, comandada pelo Exército Brasileiro, é um case de sucesso e sempre foi motivo de orgulho para o nosso país.
Brasão do batalhão de engenharia brasileira no MINUSTAH, as forças de paz da ONU no país (perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti)
Confraternização com militares brasileiros da força de paz da ONU, na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Durante a missão eles ficam 6 meses no Haiti e não podem se movimentar pelo país se não estiverem em grupo, mesmo quando estão de folga. O pessoal do batalhão de engenharia da missão estava aproveitando o dia de folga para relaxar na praia, fazendo um churrasquinho, tomando uma cervejinha e nos receberam de braços abertos! Nem preciso dizer que em dois minutos já estávamos em casa! Ouvir todos eles contando suas experiências aqui no Haiti, com os diferentes sotaques de norte a sul do país, mas em bom e claro português, enquanto comia uma carninha preparada por churrasqueiros que entendem do negócio, arrozinho e farofa brasileiros!?! Foi como chegar ao paraíso!
Confraternização com militares brasileiros da força de paz da ONU, na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Conversamos sobre o cotidiano deles durante a missão, as obras que estão realizando e inclusive que já realizaram no Brasil. Esse pessoal da engenharia do exército trabalha duro, abre mata e prepara a parte mais difícil do terreno para depois as construtoras licitadas chegarem com estrada pronta e florestas arrancadas para começar a construção. Alguns deles trabalharam na implementação de uma das obras mais polêmicas no Brasil, a “transposição” do Rio São Francisco. “Eu sou contra”, logo disse, mas com paciência eles me explicaram que logo de início o termo utilizado está errado, não é uma transposição e sim uma obra de canalização de 1% do fluxo do rio, seguida pela obra de desassoriamento do rio, esta sim criada pela falta de práticas ambientais corretas dos proprietários e agricultores que vivem ao longo do rio. Enfim, uma troca de experiências sensacional!
Confraternização com militares brasileiros da força de paz da ONU, na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Eles também adoraram saber do nosso projeto, os dois malucos que saíram dirigindo e passando por cada um dos seus estados, até chegar ao Alasca e agora retornar ao Brasil, mas não sem antes vir conhecer o Haiti. De todas estas conversas nasceu um convite para visitarmos o BRAENGCOY, a sede do batalhão no Campo Charlie, local onde estão baseadas a maior parte das tropas brasileiras. Mais uma grande oportunidade: conhecer o trabalho dos brasileiros que ajudam a reconstruir o Haiti!
Um verdadeiro churrasco brasileiro na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Tentei, mas confesso que foi bem difícil, dividir a atenção entre os nossos novos amigos haitianos e os novos amigos brasileiros! Rs! Eles logo tiveram que regressar à base, assim como Elsie, Maya e Jerome tinham que voltar à Port-au-Prince. Logo Lana e Erick, eu e Rodrigo estávamos praticamente sozinhos no hotel, dividindo o telhado seco com mais meia dúzia de locais quando um grande temporal despencou dos céus. Depois que o pior passou, eu, Lana e Erick nos mandamos para a praia, tomar um banho de mar na chuva! Maravilhoso! Nadamos nas águas quentes, sentindo a chuva fria nos refrescar. O alarido do temporal silenciava nossa mente, enquanto o prateado chuviscado das nuvens e das águas se mesclavam com a imensa mancha marrom de toda a terra que erodia para o mar. Que momento!
Fim de tarde na praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
A noite continuou intensa, um jantar maravilhoso acompanhado de várias Prestiges e de longas conversas com Lana e Sara, uma jovem americana que está trabalhando em um start-up aqui no país. Sara se foi e eu e Lana continuamos, noite adentro, falando de nossos medos, nossas alegrias e nossas inseguranças. Essas conexões mais profundas as vezes acontecem com algumas pessoas que cruzamos na viagem. Pessoas que como nós estão longe de seus amigos e familiares e que também precisam conversar. Alguma energia especial nos uniu e nos deu aquela amizade instantânea e profunda para falarmos por uma noite inteira sobre assuntos que as vezes outros não poderiam compreender.
Fim de tarde na praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
O dia seguinte foi de paz, uma praia vazia, um mar azul tranquilo após a tormenta, seguido de um omelete de café da manhã dos mais deliciosos que já comi na minha vida! E olhem que eu não sou muito de ovo, muito menos de manhã.
A Ana tem todo o mar para si na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
As 10h30 o carro que nos levaria de volta à cidade já estava lá nos esperando. Na volta paramos no mercado de rua de Cabaret, uma loucura sem tamanho de gente vendendo todos os 130 tipos de manga produzidos no país, além de melancias, abacaxis e toda a sorte de frutas e verduras que você imaginar.
O movimentado mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
O movimentado mercado de Cabaret, cidade ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Detalhes de haitianos no mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
À tarde Lana e Erick foram para as montanhas e nos convidaram novamente a acompanhá-los, mas desta vez achamos que seria melhor deixá-los descansar e aproveitar o seu momento sozinhos, enquanto nós sairíamos para explorar Pétion-Ville e descansávamos no conforto do Le Perroquet.
Com o Eric, numa tarde gostosa com os amigos no hotel Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Quem diria que Obama Beach nos reservaria tantas surpresas e tantas emoções? Difícil adivinhar, mas cada vez mais confio no fluxo da vida, mesmo que não pareça claro, de que estamos seguindo pelo caminho certo.
Com um dos simpáticos funcionários do Hotel Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Os Dois Irmãos, no Leblon, Rio de Janeiro - RJ
O Rio nos inspira a ter uma vida saudável! Eu estava louca para dormir até tarde, tirar o atraso do sono, no entanto acordei sozinha pouco antes da Íris nos convidar para ir à praia, tomar um banho de mar logo cedo. É claro que levantamos e lá fomos nós, acordar e curar qualquer resquício do chopp do Jobi nas águas geladas do Leblon. É uma delícia pegar praia logo cedo, praia vazia, aquele ar fresco da manhã, sol na temperatura ideal. Curtimos a praia em família, Pedro, Íris, Bebel, eu, Ro e até a Mel, cãzinha figura.
Bebel entrando no mar do Leblon, Rio de Janeiro - RJ
Durante a tarde fomos à Prainha, uma das praias preferidas dos surfistas e artistas globais, onde os papparazzis fazem a festa nos finais de semana. Chegamos lá já eram quase 15h, mas pudemos aproveitar um pouco do sol mais saudável do dia, lendo e descansando.
Lendo um pouquinho na Prainha, final de tarde (Rio de Janeiro - RJ)
Uma hora mais tarde seguimos em direção à Grumari, procurando o restaurante do Bira, famoso por seus deliciosos pratos e vista belíssima que tem para a Restinga de Marambaia. A estrada que sai da prainha para Grumari está em reforma, pois teve diversos deslizamentos de terra, mas encontramos um caminho que seguia por dentro até Guaratiba, atravessando a montanha. A região é conhecida pelos diversos restaurantes de frutos do mar. Depois da Barra, seguindo em direção à Grumari não será difícil encontrar, é só seguir as placas que indicam “restaurantes”. Começamos a ter a vista maravilhosa com o sol se pondo e nós ansiosos por encontrar o tal do Bira, infelizmente foi só chegando lá que descobrimos que ele só abre de 5ª a domingo. Já tínhamos uma segunda indicação, caso isso acontecesse, o restaurante da Tia Palmira, mãe do Bira. Novamente demos com os burros n´água... estava fechado. Procurando por lá e assuntando com os moradores foi que descobrimos o Quintal da Praia, pouco antes do morro de Grumari. Aproveitamos nosso final de tarde, comendo um delicioso risoto de camarão, nossa “almojanta” do dia. Acabei tendo que relaxar e deixar o salto de asa delta para outro dia, mas desta vez não sairei do Rio sem saltar!
Final de tarde na Marambaia, no Rio Janeiro - RJ
Retornamos apostando quanto tempo levaríamos. O GPS disse 40 minutos, o Rodrigo 1 hora e eu calculei que levaríamos 1h30. Fizemos todo o caminho no contra-fluxo dos moradores da Barra que vinham do centro e zona sul, mas quando chegamos ao túnel Zuzu Angel o trânsito parou e quem acertou? Euzinha, infelizmente... Sendo assim, o cansaço bateu, resolvemos ficar mais quietinhos em casa. Compartilhamos com Pedro e Íris um jantar delicioso que ela nos preparou e fomos dormir, afinal essa vida saudável não é fácil!
Área do primeiro acampamento, já se aproximando da neve, na região da Cordillera Blanca, próximo à Huaraz - Peru
No primeiro dia de caminhada saímos do vilarejo de Cashapampa em direção ao Acampamento em Llamacorral. É um dia mais puxado de caminhada, pois subimos dos 2.900m aos 3.800m nos primeiros quilômetros. Acompanhamos um rio límpido, sempre com muito verde nos arredores.
Início do trekking na região da Cordillera Blanca, próximo à Huaraz - Peru
Confesso que eu achava que por estar adentrando a Cordillera Blanca, terímos mais pedras, muita neve e pouco verde. Estava completamente enganada, estes vales possuem um micro-clima, perfeito para produção de hortaliças e grãos. Quase todo o vale é plantado e não foi à toa que depois de viajar meio mundo, Oscar escolheu viver aqui. engenheiro agrônomo, comprou uma terrinha e trabalha com plantio de alcachofra e outras culturas e quando sente falta de viajar e encontrar outras culturas, faz uns bicos como guia e encontra pessoas do mundo inteiro que vem conhecer a sua terra. Sensacional!
Muita água no 1o dia do trekking de Santa Cruz, na região da Cordillera Blanca, próximo à Huaraz - Peru
Durante a caminhada já não conseguimos quase ver o Nevado Santa Cruz (6.250m) que fica no início da quebrada. Subimos e aos poucos a inclinação vai diminuindo e vamos chegando à parte plana do vale, onde podemos avistar ao fundo o Pico Quitaraju, com 6.036m.
Região da Cordillera Blanca, próximo à Huaraz - Peru
A segunda parte da caminhada é toda plana, seguindo o leito do rio e muitos currais de pedra, muitos construídos ainda na época dos incas. Chegamos em torno das 16h no acampamento e Tibúrcio já havia preparado um chá e pipocas para nos recepcionar. Ainda aproveitando a luz do dia, eu, Rodrigo e Jacob, o austríaco, fomos aos nossos vizinhos tomar uma cervejinha. Este é o único acampamento que possui uma venda à disposição. Júlia e sua família vivem ali, há 13km em trilha da primeira casinha em Cashapampa... por que será que resolveram morar lá, tão isolados!? Não sei como depois de tanto ver isso nessa viagem eu ainda me espanto!
Cervejinha no final da tarde com o austíaco Jacob, área do acampamento do 1o dia no trekking na região da Cordillera Blanca, próximo à Huaraz - Peru
Nossos novos amigos europeus também são ótimos! Elisa, de Luxemburgo, veio fazer um estágio de um mês em um hospital em Lima e aproveitou para conhecer e viajar um pouco antes de voltar para casa. Jacob acabou de se formar em geografia e tirou 3 meses de férias antes de começar a trabalhar.
Conversa no nosso acampamento (com a Elise, de Luxemburgo, e Jacob, da Áustria) na região da Cordillera Blanca, próximo à Huaraz - Peru
Ele é casado com uma Nicaraguense e nos deu boas dicas sobre a América Central. Vânia, húngara e Andreas, alemão, estão casados há 2 meses e saíram para uma lua de mel prolongada em 6 meses sabáticos de viagem pela América Espanhola. Trabalham em uma empresa de transportes e logística e quando voltarem à Alemanha terão seus empregos garantidos. Imaginem se um grupo desses não tinha muito para conversar e contar durante o jantar! Tibúrcio nos preparou uma sopa de verduras como entrada e trutas com batatas e arroz como prato principal. Não sei como pudemos pensar em vir sozinhos para esse trekking!
Hora do lanche na nossa barraca-restaurante na região da Cordillera Blanca, próximo à Huaraz - Peru
O glorioso entardecer no Castillo San Pedro del Morro, ao sul de Santiago de Cuba
Não que Santiago seja uma cidade que deva ser conhecida em apenas um dia, mas se o acaso te levar a esta situação, aqui vai a minha sugestão.
Comprando ervas e verduras em Santiago de Cuba, no leste do país.
O nosso roteiro começou pelo bairro bacana de Santiago, sim, até em um país socialista existem diferenças sociais. O bairro de Vista Alegre é onde estão localizadas galerias de arte contemporânea e o Museu da Imagem de Cuba, com exposições de fotografias antigas e recentes do país. Começando o dia cedo se pode passar pelo por um dos agradáveis cafés do bairro, normalmente há pouca variedade no menu (como em toda Cuba), mas o bairro é bem arborizado e aprazível.
Táxi em Santiago de Cuba, no leste do país.
Saímos dali e pegamos um táxi para a Plaza Céspedes, no coração de Santiago, para encontrar o Rodrigo. Ele havia saído mais cedo para a estação rodoviária confirmar nossas passagens e aproveitou para passar no Museu Frank País, que conta a vida deste personagem importante na história da Revolução Cubana. Frank País foi o maior organizador da luta clandestina e do suporte à guerrilha liderada por Fidel, Che, Camilo e Raul. O museu estava fechado, mas Rodrigo conseguiu uma “exclusiva” com a diretora do museu, que lhe contou a história, respondendo a todas as suas perguntas por mais de meia hora.
Vista do Balcón de Velázquez em Santiago de Cuba, no leste do país.
Na Plaza Céspedes estão alguns dos edifícios históricos mais importantes da cidade, como a Catedral, o Museu de Ambiente Histórico Cubano, antiga casa de Diego Velásquez (1522) e o tradicional Hotel Casa Granda, onde comemos ontem à noite. Inclusive desconfio seriamente que foi o frango que comi aí ontem que me fez mal e me deixou todo o dia com dores e um mal estar terrível. Bem, encontramos Rodrigo e seguimos para o Balcón Velásquez, um dos lugares com melhor vista para o porto de Santiago, de onde pudemos ver também a escola onde Fidel Castro estudou e ao lado o Museu da Luta Clandestina, com fotos e memórias dos principais líderes da luta clandestina ao lado de Frank País.
Visitando o museu de La Lucha Clandestina, em Santiago de Cuba, no leste do país.
Enquanto víamos a exposição, Rafa e Laura conheceram uma figura sentada à porta do museu. Um senhor com aparência de mendigo, meio borracho e que começou a contar uma história:
“Se hoje estou assim é por três motivos: o primeiro é o álcool, o segundo é falar sempre a verdade e o terceiro foi ter me apaixonado pela mulher errada.” O senhor X estudou medicina em Cuba e especializou-se em medicina nuclear na Rússia. Lá se apaixonou pela filha do Erich Honnecker, líder da Alemanha Oriental, tentou, mas foi impedido de viver este amor impossível. Voltando contra a sua vontade a Cuba casou-se com uma cubana, teve filhos e fez-se chefe de medicina nuclear, setor de quimioterapia no início da revolução. Um dia em um encontro com Fidel, este o perguntou por que, mesmo com tantos investimentos, tantas pessoas continuavam morrendo de câncer em seu país. Ele sem titubear o respondeu: “porque todo o dinheiro doado pelos ricos apoiadores da revolução vai para as suas clínicas particulares e não chegam aos hospitais públicos.” Em pouco tempo ele teve o seu direito de exercer a medicina caçado e desiludido começou a beber. Daí para frente vocês já imaginam... a bebida lhe afastou de sua família, perdeu sua esposa, filhos, profissão e sua saúde. “Sou um alcoólatra, vocês podem estar pensando que é tudo invenção minha, aguardem um minuto que eu já volto” E voltou com fotos de toda a sua vida, viagens à Rússia, fotos como médico, sua família, etc. Impressionante! Eu o conheci, mas a história completa nos foi reproduzida depois por Laura e Rafael, que tiveram o prazer e a sorte de sentar e escutar essa história de vida que mais parece um filme!
Balcón de Velázquez, em Santiago de Cuba, no leste do país.
A esta altura o mal estar me pegou forte e me fez baixar o ritmo de caminhadas. Eu e o Ro pegamos um táxi para a pousada e ali ficamos por umas duas horas, enquanto Laura e Rafa foram visitar uma fábrica de charutos. Esse é o roteiro para vocês, que não seguirão o meu exemplo e não ficarão doentes. Chazinho de menta, muita água e descanso me ajudaram a melhorar um pouco e assim que eles chegaram saímos para o Castillo San Pedro del Morro, uma fortaleza há uns 10 km do centro da cidade.
A baía de Santiago de Cuba vista do alto do Castillo San Pedro del Morro, ao sul da cidade
O castillo é belíssimo e está bem localizado no alto de um morro (60 m.s.n.m.) com uma bela vista para a Baía de Santiago de Cuba, o porto e toda a sua costa. Projetado em 1587, foi construído apenas entre 1633 e 1693 para defender a cidade de piratas do Caribe. Tornou-se um Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco em 1997, sendo considerada uma das fortalezas mais bem preservadas no caribe-hispânico.
A bela vista do Castillo San Pedro del Morro, ao sul de Santiago de Cuba
O fim de tarde em uma de suas varandas é espetacular! Coincidência ou não, foi justamente aí que encontramos dois grupos de brasileiros, Juliana e Gabriel, um casal de gaúchos estudantes de psicologia que estão em uma viagem de um mês por Cuba e Rodrigo e Rafael, dois amigos estudantes de medicina que vieram para um estágio de um mês e deram uma esticadinha para conhecer o país. Encontrar toda essa brazucada foi muito bacana, cada um contado suas impressões, experiências e aventuras pelo país e eu só escutando, estava passando tão mal que nem consegui acompanhá-los em uma cervejinha.
Reunião de brasileiros em Santiago de Cuba, no leste do país.
Na volta inventamos de dar carona para todos eles até o centro da cidade, imaginem como ficou o carro com 8 pessoas dentro!?! Acreditem ou não foram 6 na frente e 2 no porta-malas! Nem eu que estava lá e vi tudo, podia acreditar na situação, então aí vai a foto do crime! Rsrsrs!
Acomodando-se no porta-malas do nosso carro em Santiago de Cuba, no leste do país.
Se o seu dia acaba como o meu, não sobrou muito tempo, se prepare para ir à rodoviária e espero que tenham gostado! Senão, a noite ainda pode ser longa começando na Casa de La Trova e seguindo os passos dos cubanos mais antenados que você encontrar por lá!
Lua nova sobre o Castillo San Pedro del Morro, ao sul de Santiago de Cuba
Nós seguimos para a rodoviária, demos um até logo aos nossos amigos e nos preparamos psicologicamente para as próximas 15 horas dentro de um ônibus. Ele saía às 22h, chegamos lá uma hora antes e descobrimos que a agência de turismo que nos vendeu a passagem em Trinidad não passou os dados, a reserva e a compra para o escritório central da Via Azul. Quase ficamos sem vagas! Ainda bem que nosso santo é forte, sobraram duas poltroninhas e deu tempo de embarcarmos.
Embarco neste ônibus com aquela tristeza que bate quando a viagem já está acabando. Engraçado, fazia tempo que eu não sentia isso, acho que a última vez que tive esta sensação foi em Galápagos. Também, viajando 1000dias é impossível ficarmos tristes, isso só nos dá a certeza de que um dia voltaremos para Cuba.
Pousada Mandala no Vale do Matutu - MG
Quando saímos de São Tomé das Letras e pegamos a estrada em direção à Caxambu, avistei ao longe uma cadeia de montanhas. Ela me chamou atenção pelo formato da sua montanha mais alta, um cocuruto de pedra imenso e bem redondinho. Apontei e perguntei ao Rodrigo se lá não seria o Matutu, onde queríamos chegar, e ele com todo o seu conhecimento geográfico falou que não. Pois teríamos que andar ainda 30km para a direita e depois mais 30km para a esquerda e que pelas noções de distância dele não chegaríamos ali. Concordo que ele tem, geralmente, uma boa noção geográfica, mas de alguma forma o que me puxou para esta montanha foi a sua energia. De longe o Vale do Matutu e seu lindo Pico do Papagaio me chamavam. Enfim, depois de passarmos em Caxambu e seguirmos em direção à Aiuruoca eu vi novamente a pedra e disse... “Olha Ro! Não era aquela que eu havia te falado? Estamos chegando exatamente embaixo dela!” e ele, depois de relutar muito e admitir que estava errado, teve que concordar comigo . Que bela noção de distância que ele tem!
Em Caxambu eu já havia lido no nosso guia como era o Trekking para o Pico do Papagaio: “Trilha de 4h e nível médio de dificuldade, com alguns trechos mais duros. Há pelo menos 3 subidas íngremes, que levam respectivamente 40’, 30’ e 25’ para serem percorridas.” Quando li isso no guia tinha certeza que eu não ia escapar, é claro que o Ro ia querer subir este pico. Eu adoro montanhas também, mas estava meio insegura quanto ao meu preparo físico e principalmente em relação aos meus joelhos, que de 2 semanas para cá começaram a doer e estalar. A caminhada de ontem para a Cachoeira do Fundo já serviu de aquecimento, vamos tentar, o caminho já parecia lindo, lá em cima então com certeza seria recompensador! Saímos cedo da pousada em direção ao trutário de onde começa a trilha. Partimos dos 1300m de altura caminhando em meio a um pasto. Esta primeira subida é a prova de fogo! Todos dizem que se passarmos por ela, passamos por toda a trilha sem problemas. O Miguel, nosso guia, e a Aracelli, nossa nova companheira de trilha, tinham um ritmo gostoso, mais parecido com o meu. Fomos subindo devagar e sempre, me sentia a Fiona com a marcha reduzida engatada, subindo lentamente, mas sem parar. Encontrei um ritmo que eu poderia subir durante horas sem cansar.
Trilha do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Passamos por pastos, uma pequena área de mata, uma área imensa de samambaias e uma floresta de candeias maravilhosa até chegar no Poço Azul, na metade do caminho.
Cachoeira na descida do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Candeia, na descida do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
O poço era fantástico, um lugar perfeito para saltar direto na água, com uns 3 ou 4 metros de altura. O Rodrigo logo se preparou e saltou, tudo registrado por foto e vídeo. Eu adoro estas coisas e não poderia ficar para trás, mas alguma coisa me prendia, estava com um certo medo e não sabia se era da altura ou da água gelada. 20 minutos depois eu descobri, era da água gelada mesmo! É uma das águas mais geladas que já pegamos por aqui, devia estar uns 10°C! O choque foi tão grande que eu pulei e saí nadando sem aproveitar um segundo da água, eu só queria sair dali!
Lago Azul, no caminho para o Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Bem acordada seguimos para mais 2 horas de subida. A floresta lá em cima é uma mata primária, engraçado que é conhecida como a Floresta do Harry Potter e é idêntica mesmo!
Bosque na descida do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Passada a Floresta do Harry Potter finalmente começamos a encontrar pedras no caminho, o que indica que estamos chegando próximos ao pico, mais um pouco e finalmente encontramos o Bico do Papagaio! Isso mesmo, o pico é conhecido assim porque a pedra gigantesca de longe tem o mesmo formato. Tivemos uma sorte imensa, chegamos lá em cima com o melhor tempo possível, sem dúvida um dia perfeito!
No alto do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
No alto do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Do alto do pico pudemos ver a cadeia de montanha do Itatiaia, todo o Vale do Matutu e o vale depois dele, Vale das Cangaças se não me engano. Bem que o nosso livro não mentia: “Lá de cima dá para contemplar o relevo montanhoso do sul de Minas e da divisa com o estado do Rio de Janeiro, como o Pico das Agulhas Negras (ponto culminante do RJ) e a Pedra da Mina (segundo pico mais alto de MG).” Depois de quatro horas de subida tivemos a nossa recompensa!
Relaxando no Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Descendo do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Um lanchinho gostoso, alongamento e colheita de poejo da serra, planta expectorante, começamos a descida. O joelho reclamou um pouco, mas em 3h conseguimos chegar lá embaixo.
Flora na descida do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Ah! Esqueci de uma informação muito importante! Sabem quem subiu toda a montanha conosco e sem pegar carona até a base? O Simba! Ele realmente nos esperou aqui na pousada, acho que entendeu quando avisei ele que iríamos subir o Pico do Papagaio. Ele foi bravo e valente até o pico e voltou sem cansar um minuto! Estou apaixonada por esse cachorro...
com o fiel Simbad no alto do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Um dia na praia...
A cor da areia é rosa, um rosa bebê bem clarinho. Isso devido às conchas que se esmigalham e viram grãos cor-de-rosas, ajudando a formar esta areia colorida. O mar é azul transparente, isso por que estamos no Caribe e toda a formação da ilha é calcária, o que ajuda a filtrar a água nos seus arrecifes e praias. Em toda a praia encontramos uma alga, verdinha que parece couve refogada, beeeem fininha. São tantas algas que varrê-las já faz parte da rotina diária dos hotéis na beira da praia, todas as manhãs. Enquanto andamos observando esta cena, percebo que a praia está repleta de águas-vivas, ou “portugueses” como aprendemos por aqui e continuo rindo sozinha do nome que resolveram dar a este bicho, afinal, por que esse nome engraçado? Depois de olhar com cuidado as “portugueses” na beira da praia foi que me dei conta, não sei como isso não me ocorreu antes! Essas águas-vivas, cheias de fios daqueles bem doloridos, são conhecidas no Brasil como caravelas! Caravelas = Portugueses! Viu só, tudo tem um por que! Hahahaha! Filosofias de uma brasileira nas Bahamas... Quem agüenta?
Felizes na praia - Harbour Island - Bahamas
Depois de andar na praia, estudar o nosso computador de mergulho da Fun Dive e cansar de me esconder do vento enrolada na toalha, resolvemos voltar à pousada e sair para uma corridinha. Uma bela forma de conhecer a Ilha. Corremos pelas novas vizinhanças, ainda não exploradas e percebi que realmente eu não estava tão “out” quando falei dos podres de ricos. Corremos pela Bay Street até chegarmos a uma praia formada na maré baixa, uma espécie de mangue seco. Digo uma espécie, pois não consigo ter certeza se é mangue ou não, já que aqui mangue não faz lama, mesmo se fizesse a lama seria rosa, e também não tem cheiro ruim. Seguindo por esta praia passamos por várias casas onde só se pode chegar de barco. Todas elas com seus barcos e iates nos seus piers privados, mesmo que vazias. É... realmente é mais fácil viver se olhamos para baixo na pirâmide, por que se olhamos para cima vemos como ainda somos pobres!
Relaxando na praias de areias rosa
Mais tarde vamos para a pousada do John, figuraça, (vocês acreditam que até no enterro do Bob Marley ele foi?) ver o sol se por na baía, escrevendo os nossos posts. Jantar na Marina Valentines onde vamos deixar uma camiseta do 1000dias fazendo parte da decoração do bar, amanhã colocarei uma foto para vocês verem. Vamos ver qual será a programação do dia. Tínhamos mergulhos agendados, mas a droga do vento nordeste (eu achei que era noroeste) estragou todos os pontos de mergulho de Eleuthera... Acho que teremos que nos contentar com os corais e a praia cor-de-rosa.
Pôr-do-sol na pousada em Harbour Island - Eleuthera - Bahamas
Dani e a Luiza, que está chegando!
Ana Carolina, euzinha, Juliane e Daniella, estas são as três irmãs que compõe o trio parada dura da família Biselli Silveira. Como todas as irmãs tínhamos nossas brigas quando éramos crianças e nos divertimos muito juntas também. Hoje estamos todas realizando os nossos sonhos, A Ju estudando dança, trabalhando e namorando entre NY e Londres, tipo, um jet set suuuper básico. Eu viajando, viajando e viajando, tudo o que sempre quis fazer e ainda com o amor da minha vida ao meu lado. E a Dani, minha irmã caçula, casando, formando uma família e grávida da sua primeira filha. Primeira dos seis que ela sempre sonhou. A Dani era aquela que quando perguntavam o que queria ser quando crescer, ela respondia: MÃE.
Dani e Dudu, no apartamento novo em Curitiba
Tento estar próxima, mas como eu ia descobrir que a Dani ia engravidar da primeira neta dos meus pais, primeira bisneta da minha avó e minha primeira sobrinha justo durante os nossos 1000dias? Bem, nem eu nem ela mesma imaginava... Mas que maravilha da natureza, gerar um filho é algo realmente mágico! O pai, Luiz Eduardo, vulgo Dudu, é meu amigo da época de segundo grau, garoto sério de família! hahaha! Segundo grau nos deda realmente, pois hoje em dia é Ensino Médio!
A linda Luiza, que deve chegar em Julho
A Luiza já está com 37cm e o nariz é igualzinho ao do pai. A Dani está super barriguda e volta e meia me fala como gostaria que estivéssemos (eu e Ju) perto dela nesse momento... Infelizmente a vida nos afastou fisicamente Dani, mas saiba que eu estou mais perto do que você imagina, com você sempre nos meus pensamentos, nas minhas orações e no meu coração. Só falta agora você instalar o skype aí em casa e ficar online todos os dias! E daqui 6 semanas estaremos de volta para acompanhar os primeiros dias dessa princesinha que está para chegar, afinal a Luiza passou a fazer parte do cronograma e roteiro de viagem dos 1000dias! Bom, ainda bem que as crianças hoje em dia já nascem com vários chips, por que a Luiza vai ter que acompanhar a titia maluca e viajante pela internet e vai aprender a usar skype antes mesmo de falar.
Com a Laura em Maresias, São Sebastião - SP
O sol hoje pela manhã estava tímido, pouco convidativo para pegar uma praia. Mas em Maresias este não era o principal chamariz, estávamos todos muito curiosos para ver as tão faladas meninas do futevôlei! Esperamos o Rafa e a Laura chegarem de São Paulo enquanto assistíamos ao jogo Alemanha x Argentina, uma lavaaada, diga-se de passagem.
Depois da corrida nas areias de Maresias, com o Haroldo em São Sebastião - SP
Desde que combinamos de vir para Maresias com o Haroldo ele comentou conosco que a parte sul da praia era a maior seleção de beldades femininas. A forma mais fácil de nos explicar como eram tão bonitas era assim: “Gente, elas ficam ali jogando futevôlei e não balança nada!”. Isso realmente é impressionante, difícil para eu, como mulher, acreditar que isso ainda exista! Nas revistas o photoshop domina e as campanhas pela beleza natural são cada vez mais parte da nossa vida. É até mais bacana hoje você ser uma mulher real desencanada e feliz com o seu corpo, a La Dove, Real Beauty Campaign (http://www.youtube.com/watch?v=iYhCn0jf46U), do que uma saradona viciada em academia e mega preocupada com a sua imagem e o seu corpo. Já dizia uma marca de refrigerante: “Imagem não é nada! Sede é tudo!”
Tudo isso é muito legal, agradecemos às marcas que tentam influenciar de alguma forma a mídia e tirar um pouco deste peso e cobrança de nós mulheres. Porém o fato é que isso tudo pode até nos ajudar a ficar mais desencanadas com os outros, mas não consigo mesmas. Pelo menos falo por mim... Queremos nos sentir bem e bonitas quando nos olhamos no espelho. Quando chegamos à praia algumas destas beldades deram o ar da graça e conseguiram me deixar até encabulada. A sorte foi que o time de futevôlei feminino pelo jeito estava de folga hoje, ou tinha mudado do sul para o surf. O Super Surf estava rolando na praia do meio, afinal, cada qual com seu cada qual. Ainda assim ali é, sem dúvida, um lugar de pessoas bonitas e saudáveis, uma ótima influência sempre! Basta manter a auto-confiança, erguer a cabeça e não desistir! Disciplina, dieta de baixas calorias e muita academia, um dia chegaremos lá! Só nos damos uma trégua quando estamos de férias, por que aí você também merece viver, tomar uma cervejinha e comer aquele brownie de chocolate de vez em quando, né?
Eu? Bem, como as minhas férias estão apenas no início, ainda tenho 901 para começar a me preocupar!
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