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Blog da Ana - 1000 dias

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SHUFFLE Há 1 ano: Há 2 anos:

Remem! Remem!

Brasil, São Paulo, Juréia

Vista do mangue no rio Guaraú, na Juréia - SP

Vista do mangue no rio Guaraú, na Juréia - SP


Quando começamos a navegar de canoa pelo Ribeirão do Guaraú, o Tom já começou a aula sobre as espécies de árvores dos mangues. São três tipos: a árvore de mangue branca, vermelha e a preta, citadas com nomes científicos que eu não tenho a capacidade de memorizar. A branca tem o pecilo vermelho e você pode ver claramente as glandulazinhas excretoras de sal. A preta tem troncos mais retilíneos, altos e pneumatófilos que ajudam a aumentar a sua absorção de oxigênio. A vermelha é a árvore mais estereotipada de mangue, além dos mesmos pneumatólifos, ela também possui caules ou raízes aéreas que vão se prendendo novamente ao solo, dando maior sustentação aos galhos que crescem lateralmente.

Típico habitante dos mangues

Típico habitante dos mangues


Hoje o nosso destino, nas canoas canadenses, foi a Cachoeira do Itú. No caminho já vemos diversas espécies de pássaros e caranguejos. Garças brancas, garças azuis, o martin-pescador, tié- sangue, dentre diversos outros.

Garça no mangue na Juréia - SP

Garça no mangue na Juréia - SP

Garça no mangue na Juréia - SP

Garça no mangue na Juréia - SP


Chegando ao Rio Guaraú começamos os 7km de remada rio acima, um rio largo e caldaloso que vai serpentiando o mangue dentro da Reserva da Juréia. Vimos peixes pulando, duas tartarugas se alimentando e até tucanos voando! Enquanto eu remava o Rodrigo aproveitou para fazer algumas ligações de trabalho, sobre o site. Belo escritório ele escolheu!

Vista do mangue no rio Guaraú, na Juréia - SP

Vista do mangue no rio Guaraú, na Juréia - SP


Rodrigo 'trabalhando' em pleno mangue, na Juréia - SP

Rodrigo "trabalhando" em pleno mangue, na Juréia - SP


7km depois encontramos o canal formado pelas águas da cachoeira e mais uma placa da reserva alertando que só podemos entrar com autorização; Paramos para tirar uma foto da placa, quando logo percebi um baita caranguejo branco, o guaianum! O Tom nos falou que é super difícil de avistar este tipo de caranguejo e nós vimos logo três. Um deles, que na verdade era “ela”, estava com a bolsa cheia de ovas. Muito lindos!

Carangueijo da espécie Guaiamu. Muito grande! Juréia - SP

Carangueijo da espécie Guaiamu. Muito grande! Juréia - SP


Andamos um pouco por uma trilha para a cachoeira, cheia de rastros dos macacos, que adoram comer o talo das bromélias. Por pouco não chegamos para o almoço! A cachoeira gelada não é novidade. Coragem e damos um mergulho nas águas da Itú, com direito a piscina e até massagem natural. Uma delícia! Nos revigoramos já pensando nos outros 7km de remada rio abaixo, mas agora com a maré entrante! Correnteza e vento contra, o Rodrigo teve que fazer força, que muito cavalheiro, não me deixou remar.

Remada de volta para casa - Juréia/SP

Remada de volta para casa - Juréia/SP


É, boa despedida da Juréia. Agora vamos jantar e bebemorar os nossos 2 meses de viagem! 60 dias dos 1000, ainda bem que está só começando!

Ana e Amilton, quase chegando na cachoeira, já no igarapé 'de acesso'

Ana e Amilton, quase chegando na cachoeira, já no igarapé "de acesso"

Brasil, São Paulo, Juréia, cachoeira, Praia, trilha

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Diz aí se você gostou, diz!

El Yúnque e os vagalumes do mar

Porto Rico, Fajardo

Vista do parque El Yunque, em Porto Rico

Vista do parque El Yunque, em Porto Rico


A natureza é algo impressionante mesmo e nós humanos temos a sorte de poder conhecer e desfrutar todas as suas formas. Uma delas que nós brasileiros já estamos muito acostumados é a mata verdejante que cobre boa parte do nosso país. Pois é, esta é uma das maiores atrações de Porto Rico, o Parque Nacional El Yúnque, que guarda uma das maiores florestas tropicais no Caribe.

Torre no monte Britton em El Yunque - Porto Rico

Torre no monte Britton em El Yunque - Porto Rico


Chegamos cedo para conhecer o parque, a própria guarda da entrada já nos avisa que não precisamos passar pelo centro de informação turística, podemos ir direto para as trilhas. Ufa... pelo menos um parque que não tem um filminho e guias cuidando de cada passo que damos. O Rodrigo está a mil e eu a 15km/h... sabem como eu sou de manhã, demorei a dormir ontem, trabalhando e escrevendo, enquanto ele dormia tranqüilo. Um dia no El Yúnque é o suficiente para conhecer suas trilhas já bem exploradas e demarcadas pela administração turística do parque. São mais de 25 km de trilhas entre centenas de espécies de árvores e dezenas de espécies de pássaros. Começamos a trilha pela parte mais alta do parque. Os mirantes do Monte Britton e Los Picachos possuem uma linda vista das praias e montanhas, são super tranquilos e acessíveis. Com a maior parte da trilha asfaltada (???), possuem um caminho facilmente explorável por crianças, idosos e até aqueles turistas não tão esportistas, comumente encontrados aqui por estas bandas. Além das duas trilhas acima citadas, ainda fomos para a trilha da mina, esta com pontes e completamente asfaltada até a cachoeira, única liberada para banho no parque. Depois de enfrentarmos uma fila na trilha da mina para chegarmos nela e outra para sairmos, é uma delícia, refrescante!

Banho na Cachoeira da Mina em El Yunque - Porto Rico

Banho na Cachoeira da Mina em El Yunque - Porto Rico


Eu sempre tento ver o lado bom das coisas e aqui vejo que toda esta infra-turística tem claramente dois grandes benefícios: primeiro o fato de tornar acessível uma beleza natural dessas para todas as pessoas, gordos e magros, velhos e crianças, preguiçosos e esportistas. Outro benefício é ver como a trilha fica bem cuidada e principalmente o quanto um asfalto esdrúxulo desses pode segurar a erosão do morro. Enfim, este acaba sendo o preço que se paga por ter um turismo tão bem estruturado, mas se é pela conservação do meio-ambiente, vale à pena.

Ahhhh, a natureza, praias de águas transparentes, paisagens submarinas, o pôr-do-sol, cavernas, florestas tropicais e vagalumes do mar. Vagalumes do mar? Sim! Hoje à noite fomos conhecer a baia luminescente, outro santuário super protegido em Porto Rico. O país possui três baías com este fenômeno, se é que podemos chamar assim, elas ficam em La Parguera, Vieques e aqui em Fajardo. Estivemos na Parguera, mas não fomos até a baia luminescente, já que lá a poluição dos barcos a diesel já diminuiu muito a quantidade de organismos na água. Em um passeio de caiaque pelo único canal que liga a lagoa ao mar, passamos pelo mangue durante a noite, apenas a luz da lua e os vagalumes iluminavam o nosso caminho para chegarmos a esta lagoa tão especial. Ela possui as condições ideais para o desenvolvimento e multiplicação deste tipo de plâncton bioluminescente: águas rasas, rica em tanino por ser rodeada pelo mangue e com a temperatura em torno de 30°C. É um espetáculo da natureza! O banho foi proibido nas suas águas, pois o óleo natural da nossa pele ou mesmo repelentes e cremes podem matar os bichinhos. Passamos as mãos e os remos do caiaque e voltamos a ser crianças, brincando de super heróis com super poderes, produzindo luz a cada movimento. Foi mágico.

Embalados por este momento mágico, depois de retornarmos da baía fluorescente, paramos para comer os pastelillos de carne e frango em um dos barzinhos em frente da marina. Uma banda com três senhores tocam músicas românticas animando os casais mais velhos para uma dança apaixonada. Difícil foi fazer o Rodrigo levantar para dançar uma música comigo, coladinho, como nas festinhas de oitava série! O menino super envergonhado e a menina o puxando para dançar, ele não deve ter sido fácil nessa idade! Hahaha!

Boteco com música ao vivo em Fajardo - Porto Rico

Boteco com música ao vivo em Fajardo - Porto Rico


Amanhã é o nosso último dia em Porto Rico, vamos conhecer as Ilhas Virgens Espanholas, ou pelo menos uma delas, a ilha de Culebra.

Porto Rico, Fajardo, cachoeira, El Yunque, Montanha, Parque, trilha

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A la cima de El Místi!

Peru, Arequipa

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Acordamos a 1h da manhã, a noite estava fria, a temperatura deve ter chego aos -5°C, com sensação térmica de -6 ou 7°C. Na verdade acordou quem conseguiu dormir, pois eu se dormi uma hora completa nessas 7 horas dentro da barraca, foi muito! Descansar em lugares altos já não é fácil, mas o meu caso sem dúvida foi o horário em que deitamos... sou mais ativa durante a noite, meu sono começa a aparecer perto da hora que hoje precisávamos estar em pé. Durante a noite ouvi todos os barulhos, ventos e inclusive um vizinho de barraca que não estava passando muito bem, provavelmente dos males da altitude. As meninas peruanas decidiram nem sair da barraca. Café da manhã e começamos a caminhar. Segui o conselho do José, coloquei todas as camadas que eu havia trazido, 5 ou 6, até perdi as contas. Calças foram 3, não é a toa que estou mais gordinha nas fotos! Rsrsrs!

No topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

No topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


O início do ataque ao cume foi pouco antes das 2am. Subimos em um interminável zigzag, passo a passo em fila indiana, com nossas lanternas de cabeça iluminando o pé do próximo e os olhos mirando a pegada mais batida para cansarmos menos. Antes mesmo de chegar à segunda parada, os 2 canadenses companheiros das peruanas, desistiram. Estavam ficando para trás e já não conseguiam mais. Mat e Max, os dois canadenses mais jovens, estavam impacientes, queriam subir mais rápido. Desta vez, porém, o José quis manter o grupo unido, pelo menos enquanto estava escuro. Logo passou por nós um segundo grupo com 2 alemães e os canadenses se uniram à eles com a permissão do guia, acelerando mais o passo.

Dia raiando, enfrentando o frio rumo ao topo do El Mistí, em Arequipa - Peru

Dia raiando, enfrentando o frio rumo ao topo do El Mistí, em Arequipa - Peru


As paradas foram de hora em hora, partimos dos 4.600m e seguimos aos 5.300, quando o sol começou a iluminar a paisagem. Essa é a melhor e a pior hora da caminhada. Melhor pois começamos a ter luz, enxergar a paisagem e o caminho. Pior, pois inexplicavelmente, a hora que o sol nasce é justamente a hora mais fria do dia! Nessa altitude o vento começou a aumentar e a sensação térmica deveria estar próxima dos -10°C. Respirar com esse frio já é chato, caminhando é pior, com o nariz escorrendo a cada segundo então, é um suplício.

Próximo do cume do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Próximo do cume do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Foi nessa hora também que os meus dedos da mão começaram a congelar, eu nunca havia sentido algo parecido... ou melhor, eu nunca tinha “não sentido” os meus dedos da mão. Eles primeiro ficaram duros e de repente não respondiam mais direito... Sabe Deus, vai que me dá um frostbite ou coisa parecida!? Falava com o Rodrigo e o José e me diziam para movimentá-los o tempo todo, mas parecia não adiantar. Eu só não queria sair dali sem a ponta de um dedo! Respirei, me acalmei, pensei racionalmente... “Deve ser normal, deve estar tudo bem, eu logo vou acostumar.” E enquanto lidava com esses medos, com o nariz, o vento e o frio, eu ia caminhando e chegando cada vez mais perto. A esta altura Etiene, o terceiro jovem canadense, também já não estava mais conseguindo acompanhar. Júlio já havia voltado para cuidar da turma que havia ficado para trás. José o chamava “Let´s go, let´s go!!!” e Etiene só nos olhava lá de baixo, aparentemente sem forças até para responder.

Início da descida do El Mistí, em Arequipa - Peru

Início da descida do El Mistí, em Arequipa - Peru


Estávamos cada vez mais próximos, eu já conseguia ver melhor o cume e o caminho de gelo por onde íamos passar. Sobramos eu, Rodrigo e José. O Ro disparou, com muito frio e energia de sobra, tinha mais é que se mandar para cima e se aquecer mesmo. Sabíamos que eu estava em boas mãos. José foi o meu companheiro inseparável daqui em diante.

Atravessando trecho de gelo na subida do El Mistí, em Arequipa - Peru

Atravessando trecho de gelo na subida do El Mistí, em Arequipa - Peru


Subimos pacientemente, agora próximos de um novo grupo de um casal de franceses. Parávamos apenas nas paradas programadas por José e seguíamos quando ele dizia. Quando chegamos aos 5.500m finalmente consegui avistar os outros, cruzando uma língua de gelo, Rodrigo tinha conseguido alcançá-los! Vê-los lá me deu um novo ânimo, não estávamos longe. O trecho dos 5.500m aos 5.600m foi para mim o mais difícil, finalmente o ar mais rarefeito estava mostrando seus efeitos e a cada dois passos eu precisava respirar. Quase fiquei sem fôlego para assoar o nariz! Hahaha! Este trecho tinha muita cinza e não estava tão compactada, cada passo acima eram 2 para baixo. Aqui novamente tiro meu chapéu para o nosso guia, José não me pressionou, caminhou à frente me esperando pacientemente. Ele sabia que ali não havia maneira alguma de eu desistir.


Cruzamos o gelo, sem grampões, 3 trechos íngremes e em um deles a neve estava meio fofa. Enfiei o bastão e ele afundou uns 40cm no vazio, não queria imaginar onde ia chegar se tivesse sido o meu pé. Durante um minuto meu olhar acompanhou a inclinação da neve para baixo e vi Arequipa, percebi que se parasse para pensar o medo ia bater, mas o objetivo estava claro, não havia o que pensar, muito menos o que temer.

Atravessando trecho de gelo na descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Atravessando trecho de gelo na descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Finalmente chego aos 5.700m, onde o Rodrigo me esperava por quase uma hora! Eu achei que ele já tinha ido ao cume e retornado para me encontrar, mas o meu marido querido preferiu me esperar para subirmos os 130m finais juntos. Essa é sem dúvida a parte mais bonita da caminhada, terminamos a subida por uma crista de onde já podemos enxergar a cruz à frente no ponto mais alto, a cratera de um lado e a vista infinita do horizonte do outro. Foi nessa hora que comecei a me sentir mais “montanhista”, já sentindo o gostinho especial de chegar ao cume de uma montanha acima de 5.000m de altura, com direito à gelo e tudo.

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

A 5.830 metros de altitude, no topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Cheguei ao topo com um nó na garganta, “será que choro ou vou engolir o choro?”. Pensei... “Por que me privar disso? Se é o que estou sentindo, deixa vir! Antes só quero agradecer ao José e depois posso chorar.” Rsrsrs! E assim foi, agradeci, falei para a câmera, pois o Ro estava filmando e aí sim, abracei o meu lindo e deixei a emoção transbordar.

Comemorando a chegada ao topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Comemorando a chegada ao topo do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Aí sim, eu estava pronta para olhar em volta e finalmente ver a vista mais esperada do cume do El Místi, a 5.830m de altura! Visão 360° no sentido anti-horário: ao sul estava Arequipa, sudeste Pichu Pichu e à leste víamos a linda e imensa cratera do El Místi. Ao norte as lagunas de Aguada Blanca e mais à oeste estava o imponente vulcão nevado Chachani, com seus 6.075m.

O vulcão Chachani, com mais de 6 mil metros, visto do topo do El Mistí, em Arequipa - Peru

O vulcão Chachani, com mais de 6 mil metros, visto do topo do El Mistí, em Arequipa - Peru


José logo nos colocou pilha, vamos à cratera?!? Claro!!! Descemos uma canaleta de cinzas, já aprendendo um pouco a técnica de “esqui nas cinzas vulcânicas”, que seria muito necessária para o restante da descida. A cratera linda estava fumegando, sinal de que El Místi ainda vive, só está em um profundo sono. Ali, às margens da cratera foram encontradas seis múmias, uma senhora com dois meninos e um senhor com duas meninas. Eles foram sacrificados pelos Incas, ofertados ao El Místi para que acalmasse sua fúria. O pior é que parece que funcionou! Rsrsrs!

Grupo se aproxima da gigantesca boca do El Mistí, em Arequipa - Peru

Grupo se aproxima da gigantesca boca do El Mistí, em Arequipa - Peru


Na boca do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Na boca do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Começamos o nosso caminho de volta. Desceremos agora em 3 horas tudo o que subimos em 2 dias ou 13/14h de caminhada. Afinal, para baixo todo santo ajuda! Pegamos uma canaleta de cinzas e aos poucos fomos aprimorando a técnica de esqui, acelerando o passo e ignorando os quilos de areia (ou cinza) que entravam nas nossas botas. No retorno eu tinha duas preocupações: uma era não sobrecarregar o meu joelho defeituoso de fábrica, para que agüentasse chegar em Arequipa sã e salva. A segunda, ainda mais importante, e compartilhada com o José, era se o Etiene tinha conseguido encontrar o caminho de volta. Meio-dia em ponto estávamos de volta ao acampamento base para organizar as coisas e partir. E sim! Etiene estava no acampamento, triste por não ter subido, mas bem, que é o que importa.

Quase esquiando pelas rampas de descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Quase esquiando pelas rampas de descida do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru


Retornamos em mais 1h30 de esqui e caminhada. Estava feliz e faceira, com a sensação de dever cumprido. No hotel um banho demorado e um sono merecido para recuperar a noite não dormida. Ainda encontramos forças para sair comemorar! Fomos ao El Paladar, nosso restaurante preferido em Arequipa, tomar um belo vinho e comer tudo o que não comemos o dia inteiro! Tudo isso e mais um pouco você também pode conferir no vídeo editado para contar essa história.

foto do grupo na base do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

foto do grupo na base do vulcão El Mistí, em Arequipa - Peru

Peru, Arequipa, El Mistí, Escalada, Montanha, Trekking

Veja mais posts sobre El Mistí

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Haines: entre Tinglíts, Ursos e Águias

Alaska, Haines

Um grande urso nada nas águas do rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Um grande urso nada nas águas do rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


Haines é uma pacata vila de pescadores no sudeste do Alasca, com um rico movimento cultural em torno do resgate da arte e das tradições das primeiras nações que ocupavam a região. Os Tinglíts na época dominavam todas as rotas comerciais entre o interior e o litoral e sem nunca relevar suas trilhas e passos, eram eles que ditavam as regras da troca de mercadorias com os povos que viviam atrás desta cordilheira nevada. Óleo de baleia, salmão, pele de foca ou leão marinho eram trocados por carne de caça, pele de caribou e outros itens só encontrados no interior.

Totem indígena na região do lago Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska

Totem indígena na região do lago Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska


Eles tiveram seu primeiro contato com o homem branco quando um navio russo aportou na região, em 1741 em busca de pele de animais. Também passaram por aqui padres missionários e mineradores que buscavam rotas alternativas para cruzar as montanhas rumo a Dawson City, no Canadá. Foi apenas em 1902, durante a disputa do território entre os EUA e o Canadá, que o exército americano construiu o Fort William H. Seward, primeira vila ocidental nas cercanias.

A pequena e simpática Haines, no sudeste do Alaska

A pequena e simpática Haines, no sudeste do Alaska


Grande painel com motivos indígenas em Haines, no sudeste do Alaska

Grande painel com motivos indígenas em Haines, no sudeste do Alaska


O Fort Seward hoje é parte do centro histórico da cidade de apenas 2.400 habitantes. Galerias e centros culturais de arte Tinglít, seus totens, esculturas, pinturas e música tentam resgatar a cultura que foi perdida, criando uma interessante comunidade artística, que luta para preservar este ambiente longe das hordas de turistas que desembarcam dos cruzeiros neste litoral.

Cão enfrenta as águas geladas de praia no fiorde de Haines, no sudeste do Alaska

Cão enfrenta as águas geladas de praia no fiorde de Haines, no sudeste do Alaska


Centro Cultural em Haines, no sudeste do Alaska

Centro Cultural em Haines, no sudeste do Alaska


Não apenas de arte vive a cidade, que tem ao seu redor mais de 20 milhões de acres protegidos entre baías, fiordes e montanhas nevadas. Um cenário espetacular com ótimas oportunidades para atividades ao ar livre, se a chuva permitir. A chuva vem nos acompanhando durante este final de temporada no Alasca, mas aos poucos começamos a perceber que ela faz parte do dia a dia deste povo.

Ferramentas para trabalhar em madeira, em Centro Cultural em Haines, no sudeste do Alaska

Ferramentas para trabalhar em madeira, em Centro Cultural em Haines, no sudeste do Alaska


Atravessamos as montanhas de Haines Juntion e chegamos a Haines, cruzando a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos. No caminho passamos pelo Santuário das Bald Eagles, a águia símbolo americano que só pode ser encontrada aqui na América do Norte.

Encontro com as incríveis Bald Eagles,pássaro-símbolo dos EUA,  em Haines, no sudeste do Alaska

Encontro com as incríveis Bald Eagles,pássaro-símbolo dos EUA, em Haines, no sudeste do Alaska


Rara, ela pode avistada às centenas nessa época, quando se reúne em imensos grupos às margens dos rios aguardando os cardumes que sobem os cursos d água. As águias são imponentes e majestosas, é um espetáculo sentar à beira do rio e ficar apenas observando elas caçarem! A toda hora somos surpreendidos com duas, três, cinco bald eagles voando sobre as nossas cabeças. Apenas no inverno Haines chega a receber mais de 4 mil bald eagles!

Uma Bald Eagle voa sobre nossas cabeças, em Haines, no sudeste do Alaska

Uma Bald Eagle voa sobre nossas cabeças, em Haines, no sudeste do Alaska


Nosso primeiro encontro com as majestosas 'Bald Eagles', em rio próximo à Haines, no sudeste do Alaska

Nosso primeiro encontro com as majestosas "Bald Eagles", em rio próximo à Haines, no sudeste do Alaska


A temporada de salmão começa em abril, quando a primeira das 5 diferentes espécies (king, sockeye, coho, pink e silver salmon) sobem as correntezas geladas dos rios para procriar na água doce. Cada espécie tem um período e o final da corrida acontece entre os meses de setembro e outubro, quando o outono chega, as folhas caem e os animais ainda aproveitam para aumentar suas reservas energéticas para o duro inverno que se aproxima.

Cartaz informativo sobre as diferentes espécies de salmão que frequenatm a área de Haines, no sudeste do Alaska

Cartaz informativo sobre as diferentes espécies de salmão que frequenatm a área de Haines, no sudeste do Alaska


Uma Bald Eagle voa sobre nossas cabeças, em Haines, no sudeste do Alaska

Uma Bald Eagle voa sobre nossas cabeças, em Haines, no sudeste do Alaska


Além de águias e gaivotas, onde há salmão há ursos! Os grizzlies que vivem no litoral tem uma dieta especial, baseada principalmente nos pobres coitados dos salmões que além de lutar contra a correnteza gelada, pássaros e predadores marinhos, passam agora pelas patas ágeis destes exímios pescadores. No comecinho do dia e no final da tarde os ursos se reúnem em torno do Chilkat River Valley e do Chilkat Lake para se refestelar nos salmões saltitantes.

Observando salmões no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Observando salmões no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


Nadando tranquilamente no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Nadando tranquilamente no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


Às margens dos rios centenas de salmões mortos, um fedor horrível! Estes nem conseguiram chegar ao lago e viraram comida de gaivota, corvo e águia. Os que sobrevivem passam pelos ursos e pescadores e ainda tem uma longa jornada pela frente. Alguns chegam a nadar mais de 1.400km rio acima e ganham mais de 2.100m de altitude! A maioria destes salmões irá morrer após procriar, cada um deles deixando em torno de 5 mil ovos para trás, dos quais apenas 2 ou 3% sobreviverão e regressarão ao mar.

Totem indígena na região do lago Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska

Totem indígena na região do lago Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska


O tempo chuvoso não nos permitiu muitas atividades mais aventurescas, então de carro aproveitamos para conhecer os arredores, ao longo da Mud Bay Road, chegando ao mirante de glaciares de gelos azuis e cristalinos, logo ali, do outro lado da baía! Um passeio de barco ou caiaque nos levaria ainda mais próximos a eles, mas com este tempo, nada feito.

Enorme geleira na região de Haines, no sudeste do Alaska

Enorme geleira na região de Haines, no sudeste do Alaska


Com tanta vida selvagem tão perto de nós, chuva ou sol, o nosso roteiro não seria muito diferente. Caiaques, bicicletas ou trekking seriam a opção ao invés do carro nas estradas costeiras, avistando as majestosas Bald Eagles. No final da tarde nos uníamos aos pescadores esperando a hora do jantar dos nossos amigos grizzlies. Quando o primeiro urso entrava na água, todos os pescadores sabiam que a pescaria tinha acabado! Afinal, eles não querem roubar um peixe de um grizzlie. Nem são necessárias muitas regras de segurança para a pesca do salmão, apenas o bom senso! Hehehe!

Pescadores aproveitam o rio Chilkat ainda sem ursos, em Haines, no sudeste do Alaska

Pescadores aproveitam o rio Chilkat ainda sem ursos, em Haines, no sudeste do Alaska


Passeio turístico ao lago Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Passeio turístico ao lago Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


No primeiro dia vimos do outro lado do rio duas mães e quatro filhotes pescando do outro lado do rio, um urso grande cruzando a rua, além de um jovem urso pescando há apenas 5m de distância! Essa hora é bem difícil para fotografar, pois eles aparecem quando quase não há luz, não sei como eles conseguem enxergar o peixe!

Um urso a procura de salmões no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Um urso a procura de salmões no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


No segundo dia chegamos mais cedo para tentar encontrar os ursos mais apressadinhos e eles apareceram! O primeiro estava bem no começo do rio que liga o lago ao mar. Lindo e entretido com a sua pescaria nem se importou conosco, que chegamos a meros 5 m de distância. Dentro do carro ficamos ainda mais “corajosos” e paramos a 3 metros para tirar mais algumas fotos, ele nos encarou e continuou mastigando seu salmão traquilamente. Lindo! A agilidade destes animais na água é incrível! Realmente é difícil imaginar alguma forma de escapar de um urso, eles correm e nadam super bem! Por isso respeitar o seu espaço e ficar parado, no caso de uma aproximação, é a melhor chance que temos de passar ilesos.

Um urso limpa os olhos com a pata dianteira no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Um urso limpa os olhos com a pata dianteira no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


Coçando o rosto com a pata trazeira no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Coçando o rosto com a pata trazeira no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


Perseguindo salmões no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Perseguindo salmões no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


Continuamos indo e vindo na estrada ao longo do Chilkat River e ainda encontramos um deles subindo toda a margem esquerda do rio. Nós o víamos da ponte quando ele resolveu subir o morro e atravessá-la! Imenso ele dominava totalmente o território, cruzou a estrada olhando para nós nos carros, e chegou ao outro lado do rio por sua trilha “alternativa”. Mal nos despedimos deste, já encontramos outro na margem direita, este mais preguiçoso parecia procurar pelos salmões cansados na beira do rio.

Um grande e obeso urso atravessa a estrada bem em frente à Fiona, em Haines, no sudeste do Alaska

Um grande e obeso urso atravessa a estrada bem em frente à Fiona, em Haines, no sudeste do Alaska


O urso não parece se importar muito com a placa em Haines, no sudeste do Alaska

O urso não parece se importar muito com a placa em Haines, no sudeste do Alaska


Urso adolescente abocanha um salmão no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Urso adolescente abocanha um salmão no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska


Haines é o nosso porto de entrada para a Alaska Marine Highway, daqui seguiremos a Juneau e outras cidades do sudeste do Alasca. O próximo post vai dar umas dicas e mais informações sobre este roteiro. Nossa despedida de Haines, minutos antes de entrarmos no ferry, ainda foi um belo grizzlie pescando no entre o rio e o lago, provavelmente o mesmo que vimos ontem. Difícil se cansar de encontrar com esses animais, tão lindos, apaixonantes e tão imprevisíveis!

Urso dscansa no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Urso dscansa no rio Chilkat, em Haines, no sudeste do Alaska

Alaska, Haines, Bald Eagle, história, Tinglits, urso

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Cusco em um Dia

Peru, Cusco

Hábeis artesãs praticam o tear em pátio interno de museu em Cusco, no Peru

Hábeis artesãs praticam o tear em pátio interno de museu em Cusco, no Peru


Antiga capital do Império Inca (século XIII a 1532), Cusco é hoje a mais cosmopolita das cidades turísticas da América do Sul. Apenas em 2013 recebeu mais de 2 milhões de turistas nacionais e internacionais em busca de cultura, história e aventura, 300 mil deles a caminho de Machu Picchu. Arqueologia, história, cultura tradicional, gastronomia, esportes radicais e de aventura; pode parecer exagero, mas Cusco oferece atividades para todos os gostos, idades e bolsos.

Plaza de Armas em Cusco, no Peru

Plaza de Armas em Cusco, no Peru


Uma cidade viva que consegue reunir o velho e o novo, a aventura e o conforto, o tradicional e o inusitado em uma grande salada cultural temperada por sotaques quéchuas, aymarás, latinos, europeus, anglo-saxões e asiáticos, todos convivendo em perfeita harmonia.

Plaza de Armas em Cusco, no Peru

Plaza de Armas em Cusco, no Peru


A primeira vez que estive aqui em 2005, Cusco foi o grand finale de uma viagem de 15 dias de La Paz, na Bolívia, até aqui, passando pelo Titicaca e me aventurando em uma descida alucinante de bike por uma das estradas mais perigosas do mundo a caminho de Machu Picchu. Eu havia planejado toda a viagem sozinha, com trilha para Machu Picchu e tudo, quando um contratempo do meu trabalho me fez atrasar uma semana, perder o passaporte de entrada na trilha Inca oficial, mas em contrapartida ganhei a companhia do Luis, que revelou uma grande amizade e uma das melhores viagens que já fizemos na vida! O Perú tem esse efeito nas pessoas, o choque cultural e as experiências que vivemos aqui nunca são esquecidas.

Porta de igreja em Cusco, no Peru

Porta de igreja em Cusco, no Peru


Hoje, 8 anos mais tarde a Plaza de Armas foi reformada, ganhou novo paisagismo e a cidade saltou de 375 mil para 435 mil habitantes. O turismo se estruturou ainda mais, o setor hoteleiro cresceu a oferta de hostels, hotéis boutiques e hotéis de luxo, o transporte foi organizado, o sistema de controle de entrada nas principais atrações foi ajustado para garantir manutenção e preservação dos sítios arqueológicos e o que estava subutilizado foi potencializado para garantir o melhor funcionamento da indústria turística peruana, que já representa 3,75% do PIB nacional. É, nossos hermanos peruanos estão fazendo tudo direitinho.

Torre de igreja em Cusco, no Peru

Torre de igreja em Cusco, no Peru


Super tourist friendly Cusco possui operadoras turísticas para todas as rotas que você imaginar: do Titicaca ao Vale Sagrado e Machu Picchu, da Cordilheira Blanca ao norte à Amazonia Peruana. A maioria dos guias são professores formados que viram que ganhariam melhor com os gringos. Bem treinados falam, além do espanhol, inglês, alemão, francês, japonês, italiano. português e por que não, russo! Se você estava procurando, acabou de encontrar o ponto ideal para começar suas explorações no país.

Plaza de Armas em Cusco, no Peru

Plaza de Armas em Cusco, no Peru


Nosso roteiro foi pensado com base na agenda do nosso mais novo tripulante, Gustavo Filus, que desembarcou ontem no aeroporto de Cusco e terá 10 dias para explorar toda a região. Nestes período passaremos por Cusco, Vale Sagrado, Águas Calientes e Machu Picchu e fecharemos com chave de ouro com um trekking de 3 dias nas ruínas de Choquequirao, retornando para Cusco na noite anterior do embarque do Gustavo. Vai ser pauleira, mas sem dúvida vai valer a correria!

Com o Gustavo, caminhando em rua do centro de Cusco, no Peru

Com o Gustavo, caminhando em rua do centro de Cusco, no Peru


Ontem depois do aeroporto já adiantamos o tour pelas Ruínas de Saksawaman e fizemos uma visita ao camping onde está o pessoal da Landcruising Adventure, demos uma volta na Plaza de Armas e aproveitamos para o Gustavo aclimatar. Lembre-se! Cusco está a 3.400m de altitude, andar com calma, descansar bastante e tomar muita água vai te poupar do cansaço e dor de cabeça que são normais nestes primeiros dias.

Roteiro em Cusco


Tínhamos um dia de explorações pela cidade, selecionamos então as principais atrações do Boleto turístico de Cusco, além do Museu de Arte Contemporânea, para ver algo mais moderninho, além de um passeio gostoso pelo Bairro San Blás.

Caminhando pelo Qorikancha, ou Templo Mayor Inca, em Cusco, no Peru

Caminhando pelo Qorikancha, ou Templo Mayor Inca, em Cusco, no Peru


Começamos as explorações pelo Museu de Cusco, ou Museu Histórico Regional, localizado na antiga mansão colonial do escritor Garcilaso de La Vega, que viveu aí até 1560, quando aos 20 anos partiu para estudar na Espanha. Garcilaso era filho de um nobre conquistador espanhol com uma Princesa Inca, filha de Túpac Huallpa. Tendo convivido nas duas culturas, falava espanhol e quéchua e foi testemunha ocular de todo período colonizatório de um ângulo muito privilegiado, tornando-se depois o principal cronista da vida dos Incas, a história e a conquista espanhola sobre este Império.

Pátio interno de museu em Cusco, no Peru

Pátio interno de museu em Cusco, no Peru


Mais tarde ele lançou o famoso livro “Comentarios Reales de los Incas”, porém nunca retornou à sua terra natal, morrendo na Espanha em 1616. A sua antiga mansão além da arquitetura colonial espanhola (que eu amo de paixão!), com aqueles pátios internos imensos e paredes de pedra espessas, podemos conhecer melhor a sua história e passagens marcantes da história da conquista espanhola sobre os Incas. Uma das passagens mais fortes é o da captura e morte de Tupac Amaru II, mestiço descendente direto do último imperador Inca que liderou uma revolta contra os espanhóis em 1572. Esta batalha foi a maior enfrentada pelos espanhóis em toda a América Latina, mas mesmo com milhares de soldados indígenas e mestiços e centenas de soldados espanhóis mortos, Tupac Amaru não venceu a batalha. Seu triste fim, após assistir a morte de sua família em praça pública, foi o esquartejamento “a cavalo”. Tempos terríveis, estes.

Representação bastante clara da morte por esquartejamento  do líder revolucionário Tupac Amaru, em museu de Cusco, no Peru

Representação bastante clara da morte por esquartejamento do líder revolucionário Tupac Amaru, em museu de Cusco, no Peru


Dali passamos pelo Museu de Arte Contemporânea do Peru, mais leve e cheio de graça. Situado também em uma antiga casa colonial, seu pátio interno é repleto de artesãos vendendo todo tipo de tecelagens e bugigangas imagináveis. Eu sempre gosto de dar uma olhada no que o país ou a região está produzindo atualmente, as releituras das origens indígenas somadas às cores e aos traços mais modernos sempre trazem um belo resultado. Pena não podermos tirar fotos, mas quem quiser conferir este museu também está no Boleto Turístico de Cusco, na Plaza Regozijo, a mais simpática das redondezas do centro histórico, na minha humilde opinião.

Foto tradicional nas ruas de Cusco, no Peru, com uma lhama e algumas cholas

Foto tradicional nas ruas de Cusco, no Peru, com uma lhama e algumas cholas


Seguimos caminhando pelas estreitas ruas de paralelepípedos no centro de Cusco, entre cholas e llamas artistas, subimos uma ladeira na quina direita da Plaza de Armas, próximo ao escritório da Peru Rail, e chegamos finalmente ao Museu del Inca. Uma das casas mais imponentes transformadas em Museu, a mansao do então tenente Francisco Aldrete Maldonado foi reconstruída e restaurada duas vezes por ocasião dos terremotos de 1650 e 1950. Lá além da grande coleção de arte pré-colonial em ouro, prata, têxteis, cerâmicas e tesouros arqueológicos pertencentes à Universidad Nacional de Cusco, o que mais me chamou atenção é o trabalho desenvolvido pelas mulheres tecelãs que ficam trabalhando no pátio interno. Elas têm uma habilidade e uma rapidez nos movimentos invejável e nos fazem viajar no tempo em que suas tátara-tátara-tátara-tátaravós faziam exatamente o mesmo que elas fazem hoje: teciam belas tramas andinas com lã de llama e alpaca, sentadas sobre suas saias nas mesmas calçadas de pedras por onde andamos hoje.

Hábeis artesãs praticam o tear em pátio interno de museu em Cusco, no Peru

Hábeis artesãs praticam o tear em pátio interno de museu em Cusco, no Peru


Artesãs trabalham em pátio interno de museu em Cusco, no Peru

Artesãs trabalham em pátio interno de museu em Cusco, no Peru


Outro destaque são os Keros, estes vasos cerimoniais feitos em madeira de cabaças (ou porongos), frutos arredondados que secos ficam com esta cara da foto abaixo. O trabalho minuscioso é tão detalhado que precisamos de uma lupa para tentar ler a história contada nos relevos esculpidos à mão por estas exímias artesãs.

A incrível arte da micropintura em cabaças, em museu de Cusco, no Peru

A incrível arte da micropintura em cabaças, em museu de Cusco, no Peru


Uau! Manhã cheia de cultura e museus, hora de uma parada gastronômica especial. Fomos a um dos mais antigos e tradicionais restaurantes de comida peruana em Cusco. Lá a parrilla corre solta e os pratos variam entre cuy (porquinho da índia), cabrito, llama e leitão, todos acompanhados de batatas variadas e arroz. Comida típica deliciosa, só poderia ser acompanhada de uma cerveja típica daqui, não... não estou falando da chicha, fermentado de milho adocicado que é a cerveja dos locais, estou falando dela, a cusqueña!

A deliciosa e tradicional cerveja local, em Cusco, no Peru

A deliciosa e tradicional cerveja local, em Cusco, no Peru


Bem alimentados continuamos a nossa caminhada agora pelas ladeiras do bairro mais charmoso de Cusco, o artístico e super cool San Blás. Dica, se você está mochilando e não tem um carro para estacionar (como a nossa Fiona), fique hospedado aqui. San Blás é o novo point latino hipster de Cusco, têm vários hostels, posadas e hostels boutiques super bacaninhas, além de restaurantes e barzinhos descolados. Aqui vale deixar a preguiça de lado e subir, subir, subir, até encontrar o mirante de San Blás com uma bela vista da cidade. Detalhe... acabou a bateria da minha câmera, então fiquei sem fotos lá do alto. =(

Praça de San Blas, em Cusco, no Peru

Praça de San Blas, em Cusco, no Peru


Os simpáticos caminhos do bairro de San Blas, em Cusco, no Peru

Os simpáticos caminhos do bairro de San Blas, em Cusco, no Peru


Imagino que até vocês já devam estar ficando cansados por aqui, mas a nossa visita ainda não acabou. Ainda nos falta nada mais nada menos que o Qorikancha, Templo Mayor Inca! Toda a cidade de Cusco foi construída sobre a antiga capital do Império Tahuantinsuyo, o Império Inca. A Catedral de Santo Domingo, por exemplo, foi construída sobre o Palácio de Viracocha, outros templos e terraços deram não apenas o seu espaço, mas a sua estrutura e cada uma de suas pedras para os espanhóis construírem ali, em cima, a sua história e sua nova capital. Não à toa os descendentes e defensores mais aguerridos da cultura inca tem uma certa ressalva com europeus.

Nem todos concordam com todo esse turismo em Cusco, no Peru

Nem todos concordam com todo esse turismo em Cusco, no Peru


Com o Qoricancha não foi diferente, o Convento de Santo Domingo foi construído sobre o Templo Mayor dos Incas, Templo do Deus Sol. Segundo relatos de Garcilaso o templo mayor tinha o piso e as paredes cobertos de placas de ouro, um jardim repleto de estátuas de ouro e um imenso disco dourado incrustado de pedras precisosas que representava o Inti, Deus Sol.

Relíquia Inca no Qorikancha, ou Templo Mayor, em Cusco, no Peru

Relíquia Inca no Qorikancha, ou Templo Mayor, em Cusco, no Peru


Tudo isso foi derretido, transformado em barras de ouro e levado pelos espanhóis. O que restou foi utilizado na decoração da Catedral Santo Domingo. Riqueza pouca é bobagem. Dizem que os Incas não davam valor ao ouro como os espanhóis e este talvez tenha sido mais um erro dos nativos americanos, ao não perceberem a ganância do povo conquistador que chegava para tomar não apenas suas riquezas, mas a sua moral e o seu império.

Jardins do palácio Qorikancha, em Cusco, no Peru

Jardins do palácio Qorikancha, em Cusco, no Peru


Foto em parede do Templo Mayor, no mesmo lugar de 23 anos atrás, em Cusco, no Peru

Foto em parede do Templo Mayor, no mesmo lugar de 23 anos atrás, em Cusco, no Peru


Por último, mas não menos importante, fechamos o nosso intensivo de Cusco com uma visita ao show de danças típicas com apresentações de grupos tradicionais das mais diferentes vilas e regiões peruanas. Jovens meninas e meninos com suas roupas tradicionais revelam as raízes andinas e a influência espanhola na dança e na música peruana.

Apresentação de dança típica em Cusco, no Peru

Apresentação de dança típica em Cusco, no Peru


Apresentação de dança típica em Cusco, no Peru

Apresentação de dança típica em Cusco, no Peru


O jantar, podres e acabados, foi em um restaurante em frente à Plaza San Francisco, já um pouco fora do eixo mais turístico da plaza de armas. Um restaurante simples mas bem simpático e cheio de locais. Carne de Alpaca com risoto de quinoa, hummm, meu prato predileto! Ainda mais depois de 8 dias a pão, água, pedialite e canja de galinha. Daqui seguimos rumo ao Vale Sagrado para mais explorações dos Andes Peruanos.

Visita ao Qorikancha, ou Templo Mayor, em Cusco, no Peru

Visita ao Qorikancha, ou Templo Mayor, em Cusco, no Peru



Curiosidade 1 – Vejam a segunda foto do post, algo lhes chama atenção? Sim! Uma bandeira linda com um arco-íris, ao lado da bandeira do Perú! Pois é meu povo, essa bandeira espalhada por toda cidade não é uma ode ao movimento gay, como eu pensava. Achei que tinha chego aqui na Cusco Gay Week ou algo assim, mas embora eu tenha simpatizado ainda mais com a cidade ao vê-la por aí, logo descobri que é a própria bandeira da cidade de Cusco, que representa a pluralidade dos povos andinos. =)

Curiosidade 2 – Tá vendo essa foto aí abaixo? Pois é, bem legal, adoro provar chapéus, mas em Cusco alguns vendedores não verão com bons olhos se você chegar na loja e provar o chapéu dele sem pedir permissão antes... acredite, eu levei uma bronca por provar um chapéu regional, não este aí do Cats!

Experimentando chapeu em lojinha de Cusco, no Peru

Experimentando chapeu em lojinha de Cusco, no Peru

Peru, Cusco, museu, Museu Inca, Qorikancha, roteiro, San Blás

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Ballenas Gris!

México, Puerto López Mateos, Loreto

Mamãe baleia leva filhote para passear na Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Mamãe baleia leva filhote para passear na Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México


Elas levam três meses para viajar do Ártico até aqui, conhecem seu parceiro no caminho e vem parear aqui, na laguna de Puerto Adolfo Lopez Mateos.

Barco leva turistas para ver baleias em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Barco leva turistas para ver baleias em Puerto López Mateos, na Baja California - México


As Baleias Cinzentas ou Ballenas Gris são avistadas nesta região entre os meses de novembro a março, quando muitas delas dão à luz e acompanham o crescimento dos seus bebês nas águas mornas e protegidas da Baía Magdalena. 16°C? Mornas para elas, é claro!

Baleia Cinzenta faz exibição nas águas da Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Baleia Cinzenta faz exibição nas águas da Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México


Os filhotes são curiosos e querem saber quem é esse povo que está no barco, loucos para tocá-los e fazer carinho. Eles chegam ao lado do barco e cuidadosamente manobram para ficar beeem pertinho, nadando paralelo ao barco para conseguirmos tocá-los.

Tocando baleia cinzenta durante passeio em canal da Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Tocando baleia cinzenta durante passeio em canal da Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México


São dezenas, nós avistamos em uma hora e meia de passeio, pelo menos umas 15 baleias diferentes! É uma sensação indescritível e simplesmente maravilhosa! Avistamos de longe e os barqueiros lentamente começam a aproximar-se, quando percebem que a baleia, normalmente com o seu filhote, acelera o ritmo, não a segue, para respeitar o seu espaço. Eles sabem quando elas querem acercar-se e interagir. Os momentos que antecedem a aproximação são de pura adrenalina, todos no barco ficam agitados e esperando a sua vez!

Enorme baleia ao lado do nosso barco na Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Enorme baleia ao lado do nosso barco na Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México


A baleia respira, afunda e depois de uns 3 a 5 minutos reaparece, majestosa ao lado do barco! Elas se levantam devagar e nadam ao nosso lado, querendo ser tocadas! Sensacional! Eu voltei a ser criança, levando assopradas de baleia na cara e dando risada enquanto o Rodrigo me filmava e dizia “tira foto!”. Como vou tirar foto numa hora dessas? Só tenho duas mãos e “agora” elas estão NA BALEIA!

Acariciando baleia Cinzenta na Baía Magdalena, região de Puerto López Mateos, na Baja California - México

Acariciando baleia Cinzenta na Baía Magdalena, região de Puerto López Mateos, na Baja California - México


Pergunto ao nosso barqueiro e guia, Don José, se o número de baleias diminuiu pelo turismo em torno disso e ele nos conta que o número é variável. “O ano passado foi um dos recordistas e só nesta temporada foram vistas em torno de 250 baleias!”. Desde 1970 são feitos passeios de avistamento de baleias na lagoa de Puerto López, aos poucos as baleias cinzentas foram se acostumando e é a única espécie que se aproximou do ser humano a este ponto.

Nosso guia e companheiros no passeio para ver as baleias cinzentas em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Nosso guia e companheiros no passeio para ver as baleias cinzentas em Puerto López Mateos, na Baja California - México


Voltamos na nossa voadeira, cabelos ao vento e sorriso na cara, dando um até logo a todas as baleias que estavam nadando na direção oposta. Encontramos ainda um grupo de golfinhos, provavelmente caçando umas pobres sardinhas. O sol baixando fez a paisagem das dunas de areia que rodeiam a laguna ainda mais lindo e parecido com os nossos Lençóis Maranhenses ou a praia de Galinhos no Rio Grande do Norte.

Dunas cercam o 'canal das baleias', ligando o Oceano Pacífico à Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Dunas cercam o "canal das baleias", ligando o Oceano Pacífico à Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México


O sol estava quase posto, mas ainda aproveitamos o restinho de luz para adiantar um trecho de estrada e fomos direto para a cidade de Loreto. Um Super Burro para o jantar (delicioso, diga-se de passagem) e uma boa noite de sono para continuar as explorações. Boa noite, sonhem com as baleias!



Também quer? Aí vão algumas dicas!

Barcos que levam turistas para ver as baleias acizentadas na Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Barcos que levam turistas para ver as baleias acizentadas na Baía Magdalena, em Puerto López Mateos, na Baja California - México


Este passeio é vendido nas agências de turismo de Loreto e La Paz. As de La Paz geralmente trazem seus turistas para a Baía Magdalena pelo porto de San Carlos, mais ao sul. A dica é buscar uma agência que venha a Puerto Lopez, que tem avistamento mais frequente. Como vocês sabem, na natureza não se pode garantir nada, mas mas nesta época eles garantem sem medo! Se você está de carro ou mochilando para o norte da Baja Califórnia, procure o píer de Puerto Lopez Mateos.

Turistas observam baleia em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Turistas observam baleia em Puerto López Mateos, na Baja California - México


Durante a temporada este porto está sempre cheio de turistas que poderão compartilhar a embarcação, que sai 800 pesos por hora (67 dólares aproximadamente). Nós encontramos Armando e sua família que nos propuseram fazer uma saída de 1h30, tabelada em 1.200 pesos (100 dólares), ficando 50 dólares por casal. Puerto Mateos não possui muita infra-estrutura turística, uma das únicas pousadas está pertinho do embarcadeiro.

Filmando baleia cinzenta em Puerto López Mateos, na Baja California - México

Filmando baleia cinzenta em Puerto López Mateos, na Baja California - México

México, Puerto López Mateos, Loreto, Baja California, Baleia, Baleia Cinzenta, Ballena Gris

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E no fim, pó.

Brasil, Minas Gerais, Perdões, Carrancas

Fiona tomada pelo pó e poeira em Perdões - MG

Fiona tomada pelo pó e poeira em Perdões - MG


Hoje é o dia de seguirmos viagem, a próxima parada: Carrancas! Fomos dormir super tarde, embalados pela boa prosa e vinhozinho. Acordamos num pulo quase 10h e já começamos a organizar as coisas para sair. O Ro tinha que escrever um post para a Gazeta e eu aproveitei o sol para lavar algumas peças de roupa e colocar no varal. Comecei a organizar o carro com as malas, quando vi tudo marrom! Alguma coisa acontece na nossa capota que não veda bem, na estrada de terra nossa bagagem ficou puro pó!

Fiona tomada pelo pó e poeira em Perdões - MG

Fiona tomada pelo pó e poeira em Perdões - MG


Pior que as nossas malas só a tralha da mula que fez a cavalgada com o Aroldo aqui para Carrancas. Sorte que foto não tem cheiro! Né, Ana?

Tralha (equipamento para vestir mulas) do Aroldo em Perdões - MG

Tralha (equipamento para vestir mulas) do Aroldo em Perdões - MG


Seguimos para a cidade com algumas atividades para resolver: fazer os updates do site na internet, comprar uma lona para proteger a bagagem na caçamba e tirar fotos da cidade de Perdões.

Casa na cidade de Perdões - MG

Casa na cidade de Perdões - MG


Igreja Matriz de Perdões - MG

Igreja Matriz de Perdões - MG


Loja em Perdões - MG

Loja em Perdões - MG


Loja em Perdões - MG

Loja em Perdões - MG


Terminadas as atividades ainda tínhamos uma última visita para fazer à Tia Marlúcia.

Tia Marlúcia e Ana Elisa em Perdões - MG

Tia Marlúcia e Ana Elisa em Perdões - MG


Que delícia de conversa, se dependesse de mim ficaríamos mais a tarde toda conversando, mas o Ro já teve que me puxar, afinal já eram 16h e ainda tínhamos 1h de estrada pela frente. É difícil mesmo nos despedirmos de lugares onde encontramos familiares e amigos, parece que alguma energia nos prende ali!

Em frente à casa de festas do Aroldo e Ana Elisa em Perdões - MG

Em frente à casa de festas do Aroldo e Ana Elisa em Perdões - MG


Chegando a Carrancas encontramos logo a Pousada Senna. Pertinho da praça, fomos super bem recebidos pelo dono da pousada que ainda tem internet wireless e uma sala de estar super reservada ao lado do quarto, local perfeito para trabalharmos! Jantamos uma panqueca saborosa no Massaroca Bistrô e seguimos trabalhando até altas horas...

Agora mesmo? 2h da manhã. Boa noite para vocês!

Brasil, Minas Gerais, Perdões, Carrancas,

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Projeto Peixe-Boi

Brasil, Pernambuco, Itamaracá, Paraíba, Jacumã (Tambaba)

Visitando o Projeto Peixe-Boi, na ilha de Itamaracá - PE

Visitando o Projeto Peixe-Boi, na ilha de Itamaracá - PE


O Projeto Peixe-boi no ICM Bio luta para preservá-lo e retirá-lo da lista de animais em extinção. São 3 espécies de Peixe-Boi encontradas no mundo, o marinho, o amazônico e o africano. Eles variam de 2 a 5m de comprimento e podem pesar até 700kg! Mesmo tão grandes e gordos, são animais herbívoros, se alimentam de frutos e plantas ás margens dos manguezais, comendo até o equivalente a 10% do seu peso por dia. Gostam de águas quentes e por isso são encontrados na costa brasileira entre os estados de Sergipe e Amapá, já tendo desaparecido do litoral do Espírito Santo e Bahia.

Peixe_Boi submerso em seu tanque, na ilha de Itamaracá - PE

Peixe_Boi submerso em seu tanque, na ilha de Itamaracá - PE


O peixe-boi não possui predadores e por isso é um ser completamente pacífico, se aproxima das embarcações e costas sem medo algum. Assim o animal mais perverso deste planeta, o ser humano, utiliza como método de caça a asfixia do animal. São colocados tampões nas imensas narinas do peixe-boi e ele acaba morrendo com falta de ar. Desta forma são melhor aproveitados o couro para bolsas e outros utensílios e sua carne, que faz parte do cardápio de caiçaras e famílias ribeirinhas da Amazônia.

Ossada de baleia no Projeto Peixe-Boi, na ilha de Itamaracá - PE

Ossada de baleia no Projeto Peixe-Boi, na ilha de Itamaracá - PE


O projeto vem obtendo sucesso, já reintroduziu ao meio ambiente diversos filhotes capturados acidentalmente em redes de pesca. Há também um trabalho de conscientização ambiental realizado com pescadores e populações que ainda possuem a cultura do abate e consumo do Peixe-Boi.

As muralhas da enorme Fortaleza de Orange, na ilha de Itamaracá - PE

As muralhas da enorme Fortaleza de Orange, na ilha de Itamaracá - PE


Conhecer o projeto já é bacana, ainda mais com o tempo nublado e meio chuvoso que amanheceu hoje. Fomos caminhando até o Projeto Peixe-Boi e de lá seguimos para o Forte Orange, grande fortaleza do exército que está fechada há 3 meses para escavações e restaurações. Infelizmente a impressão que fiquei da Ilha de Itamaracá não foi das melhores, muito lixo e sujeira nas ruas, falta de organização. Para não irmos embora com essa má impressão resolvemos explorar um pouco mais a ilha e dar um pulinho nas praias do norte. Fomos até o pontal, mar verdinho e céu bem azul, parece ser melhor opção que o sul da ilha.

Passeando nas praias de Itamaracá - PE durante a maré baixa

Passeando nas praias de Itamaracá - PE durante a maré baixa


Seguimos viagem para o litoral sul paraibano. O exército trabalha na duplicação da BR101 e quando entramos para a estrada de Conde sentimos que estamos mais perto de casa. Um cenário muito parecido com o interior de SP e do PR, dentre plantações de cana de açúcar, eucalipto e até bambu! Essa foi nova, nunca tinha visto, acabei descobrindo que o bambu é utilizado para a fabricação de papelão.

Praia na ilha de Itamaracá - PE

Praia na ilha de Itamaracá - PE


Conde é uma cidade sem praias, mas incluem-se nos limites do seu município as praias de Jacumã, Tabatinga, Coqueiro e Tambaba, famosa por ser uma praia naturista defendida por lei. Fomos direto ao mirante da Praia de Tambaba, uma vista belíssima das praias e falésias.

Mirante da praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB

Mirante da praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB


Almoçamos no Restaurante Arca do Bilú, personagem da região, mas infelizmente não o encontramos, provavelmente estava surfando. Logo nos instalamos na Pousada dos Mundos em Tabatinga, à margem de um rio é próxima ao mar. Já com o sol se pondo tomamos um belo banho triplo, mar, rio e piscina! Vida boa sim, mas muito trabalho também! Aproveitamos a noite para colocar fotos, blogs e posts da Gazeta do Povo em dia. Amanhã teremos um dia cheio, Tambaba (?!), Coqueiro e caiaque no fim de tarde.

Brasil, Pernambuco, Itamaracá, Paraíba, Jacumã (Tambaba), Conde, Ilha de Itamaracá, Praia, Tabatinga

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Quebrada de Humahuaca

Argentina, Tilcara, Humahuaca

Vista da pequena vila de Humahuaca - Argentina

Vista da pequena vila de Humahuaca - Argentina


O início da ocupação Espanhola nas Américas se deu através de uma lógica bem simples: ouro e prata. A região sul da Bolívia foi a região mais populada da América Espanhola no início do século XVI, devido as minas de prata de Potosí.

O vistoso monumento ao povo indígena, em Humahuaca - Argentina

O vistoso monumento ao povo indígena, em Humahuaca - Argentina


Foi nesta época que começou a colonização do norte da Argentina, por muito tempo a região mais importante deste território. Ali viviam populações indígenas pré-colombianas que já utilizavam técnicas de irrigação agrícola, herdadas da civilização pré inca, os Tiahanaco. As temperaturas mais amenas e a geografia fizeram com que esta região se tornasse a fornecedora de alimentos, algodão e outros bens de consumo necessários na região do Alto Perú, hoje Bolívia.

Venda de artesanato em Humahuaca - Argentina

Venda de artesanato em Humahuaca - Argentina


Descendo do altiplano boliviano, encontramos as “quebradas”, vales imensos formados pelo degelo de antigos glaciares. Hoje, estas quebradas formam paisagens mais áridas, com montanhas multicoloridas e uma vegetação espinhosa, predominando o cactos Cardón, já utilizado pelos nativos há milhares de anos para a construção de casas e móveis. A Quebrada de Humahuaca abrange grande parte da extensão do vale do Rio Grande, desde o vilarejo de Humahuaca até a cidade de Pumamarca, passando por Tilcara e Maimará.

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina


Humahuaca é um daqueles vilarejos que parecem ter parado no tempo. Ruas de terra ou paralelepípedo, casas de adobe e a praça central formam o pequeno povoado. Um monumento em homenagem à Guerra da Independência nos lembra que a cidade foi cenário de várias de suas batalhas. As tropas reais desciam da Bolívia para a Argentina pela quebrada e utilizavam como pouso uma paragem conhecida como La Posta de Hornillos, alguns quilômetros ao sul. Hoje este pouso se tornou um museu, que conta a história dos que ali ficaram hospedados.

Visitando a 'La Posta de Hornillos', na Quebrada de Humahuaca - Argentina

Visitando a "La Posta de Hornillos", na Quebrada de Humahuaca - Argentina


As cidades de Tilcara e Purmamarca possuem a maior infra-estrutura turística, restaurantes, cafés e várias pousadas charmosas cercadas por montanhas que variam nos tons terracota, de do amarelo ao vermelho, destacando-se a montanha de Maimará conhecida como “La Paleta del Pintor”.

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina


Esta região também atrai muitos turistas e curiosos sobre a cultura e as crenças dos Povos Andinos. A beleza cênica e sensação de integração com a natureza faz com que a Quebrada de Humamuaca possua uma vibração energética especial. Tivemos a sorte de ver e participar da Cerimônia à Pachamama, que até mereceu um post à parte. O norte argentino ainda nos reserva muitas surpresas.

Bandeira argentina tremulha em 'La Posta de Hornillos', na Quebrada de Humahuaca - Argentina

Bandeira argentina tremulha em "La Posta de Hornillos", na Quebrada de Humahuaca - Argentina

Argentina, Tilcara, Humahuaca,

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Diz aí se você gostou, diz!

Miami at night!

Estados Unidos, Flórida, Miami

Muito trabalho, pouco stress! Adoro esta frase-título de um blog que acompanho de um amigo e antigo diretor. Este é o nosso ideal e é o que estamos buscando com esse projeto. Muitos acreditam que não vamos trabalhar, que é só uma bela viagem... Mas o que estes primeiros dias de viagem aqui em Miami estão nos mostrando é que sim, vamos trabalhar muito e espero termos retorno em médio prazo... Mas com certeza estamos bem menos estressados.

Hoje, domingão, todos vêm aos clubes de golf e tênis, além da praia que estava convidativa! O acesso à Key Biscayne é uma ponte com duas pistas, portanto com o agito do final de semana, unido ao spring break, a final do Open de Tênis e ao Seaquarium lotado, ficamos simplesmente presos aqui por umas 2 horas de trânsito para qualquer lugar. Nossa programação foi trabalhar durante o dia para aproveitar Miami at night! Esperamos o Roddick ganhar o jogo, receber a premiação e mais um pouco para depois sair de casa encontrar a Juliane e o David no Nikki Beach. Saímos de casa as 5.30pm e ainda assim pegamos 1h30 de engarrafamento, no mesmo percurso que levaria normalmente 20 minutos no máximo.

Nikki Beach Club! Lá vemos de tudo! É um club ao ar livre, na beira da praia. Uma delícia! DJ tocando aquele line up mais pop possível para agradar a gregos e troianos... Ou melhor, à brasucas, colombianos, hondurenhos e ao David, único inglês que deveria estar ali. Americano mesmo acho que não tinha um. Até a nossa garçonete era brasileira, super simpática, mas que acabou confessando... Também não agüenta mais tantos brasileiros juntos. ”Hoje está demais!” disse Andressa e emendou “Eu nunca diria que vocês são brasileiros!”, também pudera... O comportamento de alguns brasileiros fora do Brasil é no mínimo embaraçoso.

Dançamos muito, aproveitamos as últimas horas com a Ju e o David que amanhã cedo já vão voar de volta para Nova Iorque. Espero poder encontrá-los logo novamente, mas agora acho que será só quando chegarmos de carro novamente nos EUA, o que deve levar pelo menos 500 dias da nossa viagem. Mais tarde, resolvemos entrar no club e aproveitar a balada noturna no Nikki. Final de noite no Fridays comendo a famosa junk food americana.

Balada no Nikki - South Beach

Balada no Nikki - South Beach

Estados Unidos, Flórida, Miami,

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