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1400 dias de estrada e muita história para contar! Por mais que tentemos...
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Marco ( Marquinho ) (08/06)
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Adi Barbosa (23/03)
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Pinturas rupestres na Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
O oásis de San Ignacio, porta de entrada sul do Deserto de Vizcaíno, é uma ilha verde de alegria e bonança. Porém os que estão ali não querem ver palmeirinhas, água e uma missão jesuíta. A maioria está em busca de aventuras mais áridas, dias quentes, noites frias e uma boa aula de história de quem foi, afinal, o antigo povo califórnio.
O mágnifico cenário da Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
San Ignacio é uma ótima base para explorar a região. O centro da cidade está em torno da Misión de San Ignacio de Kadakaamán, estabelecida pelos jesuítas e construída por dominicanos em 1786.
A missão de San Ignacio, na Baja California - México
Um passeio pela praça e temos uma rápida visão da cidade e do tipo de turismo que acontece por aqui. Tours para avistamento de baleias, trekkings e cavalgadas para as grutas próximas são os principais atrativos. O pequeno museu ao lado da igreja dá uma introdução bacana sobre os estudos já realizados nas grutas e cavernas desta área. Hoje qualquer tour mais longo estaria descartado. Com a ajuda do INA – Institudo Nacional de Antropologia - e usando o melhor celular do campo (o bom e velho rádio!), deixamos contratado um guia para nos levar à Cueva del Palmerito na Sierra de Santa Martha.
Atravessando o deserto na estrada entre Santa Rosalía e San Ignacio, na Baja California - México
Foi pouco mais de uma hora de San Ignacio ao pequeno povoado de Santa Marta. Dirigimos deserto adentro, passando por paisagens espetaculares, o Volcán de las Tres Vírgenes de um lado e um imenso deserto de cactos do outro.
Chegando à Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
No rancho, finalmente conhecemos a personagem que iria nos acompanhar pelas próximas horas, nosso guia Nacho. Don Nacho deve ter em torno de 65 anos, ele não lembra bem... já foi casado e enviuvou, sua esposa era fraca do coração. A segunda esposa (na verdade ele está apenas juntado) foi raptada da casa dos pais do outro lado da serra, já que o sogro disse à Nacho que o casamento a ele não interessava. Ela fugiu no lombo de uma mula com o amor da sua vida. Tiveram três filhos, além dos 3 que ele já tinha do primeiro casamento. Nacho diz que a juventude de hoje casa muito cedo, com 16 anos já casam e o problema é que do mesmo jeito que casam, separam: “muy rápido”.
O Nacho, noso simpático guia na Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
Ele viveu a vida toda aqui, já viajou até San Diego, Los Angeles e San Francisco - USA, uns amigos deles o convidaram e ele foi lá ver como é que era. Na mesma simplicidade que ele nos conta isso, ele nos confirma, adora viver aqui no Deserto de Vizcaíno. Foi aqui que ele nasceu, assim como seus pais e seus avós e foi aqui que se criou, brincando e trabalhando com a terra. Aqui ele não precisa pagar imposto, água (até por que quase não tem!) e nem luz, que é gerada por um painel solar instalado pelo governo.
Flor de cactus na Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
Ele nos levou rumo à Sierra Santa Martha em uma hora de caminhada, matuto e pensativo. Eu não aguentava e o provocava o tempo todo, queria aspirar um pouco de sua sabedoria do deserto. Que plantas se pode comer? Quais tem mais água e qual é remédio? Ele lembra que quando era criança chovia muito mais por aqui. Agora tem 2 anos que não chove, o deserto não era assim tão seco. “E sobre esses homens que pintavam nas cavernas, o que o senhor sabe?” Ele não sabia muito não, mas diz a lenda que esses índios eram gigantes!
Observando as pinturas rupestres na Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
Chegamos à Cueva El Palmerito e logo entendemos o porquê dessa lenda. As pinturas rupestres encontradas aqui nos arredores de Vizcaíno são únicas no mundo! Homens e mulheres pintados estão um pouco maiores do que o tamanho natural! Assim como os veados, borregos, tartarugas e onças. Milhares de pinturas de indígenas usando calças e longas camisas coloridas em vermelho, negro, amarelo e branco.
As incríveis pinturas rupestres na Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
As pinturas mais antigas são datadas de 9.000 anos (ou 7.000 a.C.) e requeriam diversos tipos de mão de obra. A confecção das tintas provenientes de diferentes plantas, ferramentas e andaimes, já que os pesquisadores não acreditam (?!?!) que eles eram mesmo gigantes. Antropólogos acreditam que as pinturas murais eram feitas em momentos de encontros de tribos. Estes ameríndios eram nômades e este seria um momento especial de reunião de indígenas da mesma etnia. As pinturas dão asas à imaginação, ficamos meia hora deitados no chão de onde tínhamos a melhor vista, tentando imaginar e entender o que eles queriam dizer.
As impressionantes pinturas rupestres na Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
Quase todos estão com as mãos ao alto, dizem que seria a posição que eles ficavam ao redor da fogueira. Alguns homens parecem mais fortes, guerreiros, as mulheres são representadas com os seios laterais, “saindo” das axilas e os chefes da tribo com seus adornos e mantos especiais. Uma imagem que nos chama atenção foi a de um homem (ou mulher?) que estaria usando um capuz, deixando o rosto escuro e o corpo todo coberto. Seria este o próprio xamã? Feiticeiro? Pajé?
Feiticero retratado em pintura rupestre na Sierra de Santa Marta, região de San Ignacio, no deserto Vizcaino (Baja California - México)
A cena mais famosa deste painel é a briga dos dois veados, grandes e imponentes. O puma perto deles fica parecendo mais um gatinho. Tempos muito longínquos, que nem em uma viagem de chá de cactos nós conseguiríamos realizar como seria seu cotidiano e quais seriam os seus pensamentos sobre o futuro nesta terra. Será que conseguiriam eles imaginar um dia o mundo de hoje?
Ave de rapina voa nos ares de San Ignacio, na Baja California - México
Voltamos caminhando com os nossos pensamentos e ao som de uma moda mexicana cantada pelo Don Nacho, com profundo gosto e alegria. Chegamos a tempo de pegar um final da tarde no platô de San Ignacio, com uma linda vista do oásis verde no deserto. Um dia quem sabe conseguiremos viajar no tempo e bater um papo com esses caras, eles deviam ser no mínimo, bem interessantes.
O oásis na região de San Ignacio, na Baja California - México
Gigantesco monolito em Pedra Azul, região de Domingos Martins - ES
Muitos Muriquis depois, pegamos estrada voltando para o Espírito Santo em direção ao mar. No caminho para o mar passamos pela Serra Capixaba onde se localiza o famoso Parque Estadual da Pedra Azul. Eu já tinha conhecido a Pedra Azul na viagem que fiz com meus pais e retornei em 2001, mas mesmo assim ela sempre impressiona pela sua imponência.
Gigantesco monolito em Pedra Azul, região de Domingos Martins - ES
Uma pedra de 500m de altitude que é símbolo do turismo no Espírito Santo. Ela é chamada assim, pois possui uma coloração mais clara, quase azulada, que a destaca das dezenas de outras grandes rochas, formação comum na geografia capixaba.
Gigantesco monolito em Pedra Azul, região de Domingos Martins - ES
Chegamos ao parque no final da tarde e infelizmente descobrimos que ele está fechado há mais de um mês, as trilhas estão em manutenção e uma das principais atrações, piscinas naturais, praticamente secas.
Casa no pé da Pedra Azul, região de Domingos Martins - ES
A Pedra Azul fica dentro do município de Domingos Martins, onde decidimos dormir hoje, cidade na região montanhosa de clima ameno e colonização alemã. Eu estava esperando encontrar as tais pousadas charmosas de serra, tomar um vinhozinho com o Ro... huuumm. Ledo engano... Chegando a cidade descobrimos que estas pousadas ficam justamente do outro lado do município, aos pés da Pedra Azul. São pousadas muito bonitinhas, lembram muito as pousadas em Gramado, Visconde de Mauá ou Campos do Jordão, e tem nada mais nada menos que a Pedra Azul no quintal. Nós havíamos visto estas pousadas lá, porém a Pedra Azul fica a 60km da cidade, que queríamos conhecer, além de estar mais próxima de Vitória, nosso próximo destino. Dormimos no Hotel Imperador, a noite baixou uma neblina na cidade que nos animou a tomar um vinhozinho ao som do sino e dos cantos da Igreja Luterana.
Ruínas seculares com vista para o mar, em Aruba
Aruba faz parte das Antilhas Holandesas localizadas na costa da Venezuela conhecidas como “ABC”- Aruba, Bonaire e Curaçao. Embora seja ligada politicamente à Holanda, os americanos já dominaram a ilha há tempos. Por isso quando eu pensava em Aruba, logo imaginava grandes hotéis, cassinos, restaurantes e lojas de marca.
Oranjestad, capital de Aruba, cheia de lojas de grife
Uma ilha de 120.000 pessoas que representam mais de 95 nacionalidades, todos em busca de um lugar tranquilo para sua aposentadoria, desde que seja um paraíso com uma boa infra-estrutura. A língua oficial é o papiamento, uma mistura de português, espanhol, holandês, dialetos africanos, etc. Porém nas zonas turísticas o inglês domina completamente.
Palm Beach vista do farol no norte da ilha (Aruba)
É claro que como estamos no Mar do Caribe, deveríamos encontrar também algumas praias paradisíacas. Eu não estava de toda errada, mas um território de 180km2 deve ter muito mais a oferecer que arranha-céus, resorts e jogatina.
Nós não éramos os únicos a fotografar o maravilhoso pôr-do-dol em Palm Beach - Aruba
Tivemos pouco tempo para explorar a ilha, por isso durante o dia aproveitamos para ficar longe do Low e do High Rise na Palm Beach, alugamos um carro e saímos conhecer a ilha. Começamos pela Capela Alto Vista, a primera igreja Católico Romana de Aruba. Um lugar que inspira muita paz e tranquilidade com vista para o mar.
Bela igreja no norte da ilha de Aruba
Foi construída pelos índios e espanholes em 1750 e frequentemente a chamam de la Iglesia de los Peregrinos, já que no caminho encontramos à beira da estrada vária cruzes brancas com frases do calvário nas duas “línguas oficiais” da ilha. Para os arubianos em particular, é um lugar especial de paz e contemplação.
Para quem fala português ou espanhol, não é difícil ler em papiamento, a língua local de Aruba
Com a alma repleta de boas energias, seguimos para um dos principais marcos naturais da Ilha, chamada Ponte Natural. Formada pelas intempéries da maré, a ponte principal já desabou, mas ainda sobrou parte dela em pé para contar a história.
A "Ponte de Pedra", uma das atrações turísticas da ilha de Aruba
Ali perto encontramos as Ruínas de um Gold Mill. A mina de ouro de Bushiribana, localizada na costa norte, processou minério durante toda a corrida pelo ouro no século XIX. Descoberto aqui em 1824, a indústria de ouro de Aruba chegou a produzir cerca de 1.500 toneladas neste período. Foi desta busca incansável pelo ouro em mares caribenhos que nasceu o nome da ilha, derivado da expressão “Oro Ruba” que quer dizer “Ouro Vermelho”.
Explorando ruínas a beira-mar em Aruba
Ainda dentro dos limites do Arikok Nacional Park conhecemos também a piscina natural, um ponto de beleza cênica espetacular, é um dos melhores banhos de mar da ilha. Águas tranqüilas e abrigadas com muitos peixinhos para um snorkel. A maioria dos turistas chega lá de bugue ou carros 4 x 4.
Idílica praia no sul de Aruba
Nós, como alugamos o carro mais barato que existia, aproveitamos para dar uma boa caminhada de uns 40 minutos até a piscina. Tivemos a sorte grande de encontrarmos a pequena piscina em um intervalo entre grupos de turismo e pudemos aproveitá-la sozinhos! Logo chegou um grupo grande, dentre eles muitos brasileiros, com seus equipamentos para snorkel, incluindo botinhas de neoprene e colete salva-vidas. Surreal!
Piscina natural na parte sul da ilha de Aruba
Depois de um dia de muitas explorações, não podíamos deixar de aproveitar um pouco da infra-estrutura da ilha. Morreeeendo de saudades de um bom churrasco brasileiro, não comemos o dia inteiro “guardando espaço” para a noite irmos na Churrascaria Texas Brazil. Por quase duas horas eu me teletransportei ao Brasil, no buffet de saladas intermináveis, com queijos deliciosos e aquela picanha! Ai que delícia. Para lembrarmos que estávamos em Aruba, pedi como drink a especialidade da casa: sangria, vinho com frutas. Não combinou... uma cervejinha, caipirinha ou até uma coca-cola cairiam muuuito melhor.
Tirando a barriga da miséria na churrascaria brasileira "Texas do Brasil", em Palm Beach - Aruba
Todo este roteiro cabe bem em um dia, assim tivemos o nosso primeiro dia de trabalho, contemplação e uma ravezinha básica na praia, em frente ao Mambo Beach. Os DJs não eram lá essas coisas, deviam ser amigos do dono, mas já foi uma boa festa de boas vindas ao Caribe.
Festa na praia de Palm Beach, em Aruba
Ah! E as praias? Pois é, elas existem, ouvi dizer que são artificiais. Tem uma faixa de areia estreita e para alcançá-las é necessário despir-se de qualquer pudor e atravessar os grandes hotéis e resorts como se você fosse um hóspede. Perguntar e pedir passagem aos funcionários também funciona.
Praia no norte de Aruba, cor típica do Caribe
Menino nada solitário no Rio Negro, na Ponta Negra, em Manaus - AM
A Ponta Negra é a principal praia dos manauaras. Às margens do Rio Negro, a praia desaparece neste período de chuvas e volta a aparecer com suas areias claras no período seco. Nem por isso ela deixa de ser frequentada. Vale pular da grade, escadaria ou barranco e encontrar um cantinho para se refrescar no rio. Ela é também ponto de acesso para praias próximas como a Praia da Lua, uma das mais procuradas no verão. O acesso é feito de barco para a travessia do Igarapé Tarumã Açú, a partir da Marina Davi, logo após a Ponta Negra.
A ponte que atravessará o Rio Negro, vista da Ponta Negra, em Manaus - AM
Dezenas de empreendimentos imobiliários prometem modernizar a Ponta Negra e torná-la o bairro de classe média-alta de Manaus. Alguns destes prédios já estão prontos e habitados. Outros condomínios imensos com shopping anexo e uma grande infra-estrutura estão em construção. Tudo isso começa a mudar a paisagem da orla, que também mereceu uma atenção especial da prefeitura que está com o projeto de revitalização em andamento. Boa parte do calçadão à margem do rio próximo ao Hotel Tropical está fechada para esta reforma. O Hotel Tropical é um dos mais bacanas da cidade, possui bom restaurante e até uma boate.
Pequena praia na Ponta Negra, em Manaus - AM
Eu já conhecia a Ponta Negra e a lembrança que tinha não era das melhores. O lugar é bonito, o rio de águas negras sempre impressiona, porém o povaréu amontoado nas barracas dançando vulgarmente sobre as mesas foi o que mais me marcou. Desta vez a impressão já foi um pouco diferente, os investimentos imobiliários, novos prédios já começam a dar uma cara de cidade à região. As quadras poliesportivas ainda estão meio abandonadas e o acesso aos bares continua parecido com o de 10 anos atrás. Encontramos também um povaréu, bares com aquelas músicas que fazem sucesso aqui no norte, porém as cenas que vimos foram mais familiares, muitas crianças brincando, amigos e famílias tomando a cervejinha com peixinho frito de domingo.
Orla sem praia no período de chuvas, na Ponta Negra, em Manaus - AM
Uma caminhada escaldante pelo calçadão e uma água de coco a 5 reais mostram que se não na qualidade, pelo menos no preço o pessoal já está se adaptando ao novo plano para o bairro. Se este for mesmo o plano a reestruturação deverá ser mais profunda e trabalhar também esta área das barracas e bares em frente à nova orla, mas sem perder o tempero e o jeitinho manauara que nos faz termos certeza de que estamos na Ponta Negra.
Queijos e vinho na última noite em Curitiba
Mais um dia em Curitiba... Acho que as saudades dos amigos e a vontade que, lá no fundo, a família tem de ficarmos aqui, está agindo de alguma forma estranha. Chegamos a Curitiba faz uma semana, nosso plano era irmos embora dia 16/05, mas é impressionante como sempre aparece alguma coisa para resolvermos. Ficamos trabalhando de ontem para hoje até as 3 horas da manhã, a Fiona já está toda carregada. Estávamos prontos para ir embora cedo, mas além da internet 3G da TIM parar de funcionar, me ligaram de lá com uma conta absurdamente cara, avisando que são cobranças acumuladas de 3 meses. Isso tudo unido ao tempo ruim, frio e chuvoso que tira o ânimo de qualquer um de ir para cavernas, praias e montanhas... Somos aventureiros, mas não temos nada especial e diferente dos outros seres humanos para combater o frio.
Sendo assim, resolvemos ficar e resolver as últimas pendengas. Fomos visitar o Alcides e a Cida, nossos anjos da guarda no Summerville, prédio em que morávamos. O Alcides nos ajudou a perfurar mais uma tampa para a caixa de mergulho e a Cida nos entregou a maldita conta da TIM e uma boa notícia: minha nova carteira de motorista AB! Agora sou motociclista de verdade! Rsrsrs!
Como não somos de ferro, resolvemos aproveitar a nossa última noite para curtir esse friozinho bom para tomar um vinho e comer uns queijos, meu vício. Só nós dois, o casal que vive 24h grudado, mas que nem por isso está aproveitando para namorar e curtir um ao outro. Amanhã vamos para o PETAR logo cedo, não deixaremos essa força estranha que nos prende a Curitiba ganhar novamente!
Praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB
O que é natural? Frutas, plantas, flores, animais, alimentos, tecidos, água, suco, dar a luz, chorar, sofrer, rir, até maquiagem quer ter este rótulo “bem natural”. Usar roupas já se tornou natural também, mas há um grupo de pessoas que é mais purista, ou melhor, naturista. Eles acreditam no desenvolvimento e evolução do indivíduo através da prática do naturismo, mas qual é a relação entre nudez coletiva e desenvolvimento do indivíduo?
“A resposta dos naturistas está no conceito de "aceitação do corpo", ou seja, na descoberta de que o corpo humano é um todo não havendo partes honrosas e partes indecorosas. Os naturistas, ao conviverem com a nudez do próximo não são chocados nem agredidos pelo corpo e sentem que o respeito é possível mesmo sem artifícios. Entrando em contato com a própria essência e deixando para trás o que é acessório. Para os naturistas somos todos iguais, apesar das diferenças.”*
Nudismo na praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB
Além da prática do nudismo, os naturalistas possuem como princípios a prática de exercícios ao ar livre, contato com a natureza e uma alimentação mais saudável, sendo preferivelmente vegetarianos.
“Um modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do nudismo em grupo, que tem por intenção favorecer o auto-respeito, o respeito pelo outro e o cuidado com o ambiente.”*
Placa na praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB
O naturismo foi criado na década de 20 na Alemanha pelo professor de Educação Física Adolf Koch, que inicialmente propôs aos seus alunos que praticassem esportes sem roupas. Os jovens ficaram mais corados, saudáveis, alegres e bem humorados e a partir daí suas famílias aderiram também à esta prática, até então chamada de nudismo. Após a Segunda Grande Guerra o naturismo começou a se difundir e hoje são poucos os países que não possuem adeptos.
O Brasil possui várias praias de nudismo ou naturismo e uma das mais famosas é a Praia de Tambaba, no litoral sul paraibano. Eu confesso que até simpatizo com toda a teoria do naturismo, mas aí a me tornar uma adepta são outros 500. A princípio nós não pensávamos em visitá-la, mas quanto mais perguntávamos aos paraibanos qual era a praia mais bonita aqui a resposta era apenas uma: Tambaba.
O trecho "vestido" da praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB
A curiosidade foi crescendo, nos informamos e vimos que o código de ética e as regras como não permitirem a entrada de homens sozinhos/solteiros e a proibição de fotos, entre outras, mantinham um ambiente mais seguro e saudável. Além disso, lembrei que meus pais vieram a Tambaba em alguma de suas viagens há muitos anos atrás... Se até meus pais foram, eu também vou! Rsrsrs! Só depois é que me dei conta que na época o naturismo não devia ser obrigatório ainda... Será que eles também entraram no clima? Enfim, eu e Rodrigo tomamos coragem e resolvemos conhecer a tal praia, afinal tudo tem uma primeira vez! Estacionamento cheio e os 200m de praia antes da escada lotada, ainda fora da área de naturismo. Na escada que dá acesso uma moça dá as últimas instruções “passando para “o lado de lá” só é permitida a passagem de quem realmente for tirar a roupa!”
De volta à parte "vestida" da praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB
Entramos. A praia estava praticamente vazia, muito diferente da sua vizinha. Lá fica claro que a maldade está nos olhos e mente de quem fica no lado “vestido” da praia. Lá do outro lado a maioria dos freqüentadores são senhores e senhoras acima dos 60 anos, que aderiram ao movimento no seu auge e até hoje mantém a prática. Alguns casais mais jovens se arriscam, claramente curiosos e corajosos de plantão, como nós. Os primeiros 20 minutos foram estranhos, afinal não estamos acostumados, eu fingi para mim mesma “que não era comigo”, como se eu estivesse ainda vestida.
Visão do mirante da praia de Tambaba em Jacumã, distrito de Conde - PB
Encontramos um cantinho próximo às pedras e árvores onde nos sentíamos mais protegidos. Estendemos nossa canga, lemos nossos livros, “pegamos uma prainha”, normal. O único momento mais estranho foi quando fomos ao bar comprar uma cerveja, os garçons vestidos e totalmente acostumados, nós é que não.
Praia de Tambaba, em Jacumã, distrito de Conde - PB
O banho de mar é ótimo, a praia é realmente a mais bonita! Ver dois caras surfando foi algo inusitado, bem “natural”! Se sentir a vontade e em total comunhão com a natureza também é uma sensação diferente de liberdade que todos vocês já devem ter sentido um dia, só que com uma diferença, quando e onde fizeram era proibido e geralmente o que é proibido é mais gostoso, não é? Bem, aqui não é proibido, aqui quem se tolhe (ou não), se permite (ou não), se sente livre (ou não) é você. Você decide, e sem aquela sensação de estar fazendo algo errado, é só esquecer que tem mais gente em volta!
*Fonte: Wikipedia.
Totem Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska
O primeiro porto dos Alasca para os navios vindos dos Lower 48, Ketchikan tem sua história não muito diferente de suas vizinhas regionais. A busca pelo ouro na costa do Alasca e mais tarde a explosão do Gold Rush do Klondike, a utilizaram como ponto de passagem para muitos garimpeiros e sonhadores que buscavam uma oportunidade nas novas terras americanas.
Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska
O centro histórico de Ketchikan é um dos mais preservados e as antigas casas de meretrizes da mal afamada Creek Street viraram museus, restaurantes e lojas de souvenir que atendem aos milhares de turistas que chegam à cidade nos cruzeiros. As casas construídas praticamente sobre o riacho e em frente ao principal porto marcavam o início da zona onde podiam viver os habitantes de segunda classe na cidade.
Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska
Naquela época, os “civilizados homens brancos” tinham o norte da cidade reservado aos seus bons costumes, enquanto os indígenas e imigrantes japoneses, filipinos e afins, ficariam segregados ao sul. Entretanto Dolly, a mais famosa meretriz da Creek Street, não tinha problema algum de avisar às gentis madames onde estariam os seus maridos, caso não o encontrassem em casa ou no bar. “Ele está aqui dentro”, dizia um anúncio na janela da sua antiga casa, hoje um museu.
Dolly, uma das personagens mais conhecidas da histórica Creek Street, em Ketchikan, no sudeste do Alaska
No centro histórico está localizado um dos hotéis mais antigos da cidade, o New York Hotel & Café. Vizinho da Creek Street, seus proprietários eram uma segregada família japonesa. Seu filho mais velho, que nasceu nos EUA e lutou no exército americano durante a 2ª Guerra Mundial, teve que assistir os seus pais e irmãos serem levados para um campo de confinamento no meio oeste americano. Anos se passaram, a guerra acabou e esta família retornou à Ketchikan. Lá encontraram o seu hotel impecável e todo o lucro dos últimos anos guardados, os esperando, um presente especial dos seus vizinhos.
Entrada da Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska
Foi lá que nós ficamos hospedados, o antigo edifício foi reformado há pouco tempo com todos os confortos de um boutique hotel, mas teve a sua arquitetura, decoração e história preservada pelo novo proprietário. Fomos recebidos calorosamente por José, amigo porto-riquenho que gerencia o hotel e se mudou há 5 anos para o Alasca. Um lugar super aconchegante e caloroso para o dia chuvoso, depois de 18 horas de viagem no ferry-boat entre Sitka e Ketchikan.
O tradicional e aconchegante New York Hotel, em Ketchikan, no sudeste do Alaska
No dia seguinte o sol finalmente resolveu aparecer e tivemos um dia lindo para conhecer os principais parques nos arredores da cidade. O destaque fica com o Toten Bight State Historical Park, onde pudemos aprender mais sobre a origem e o significado dos totens na cultura dos povos desta costa do Pacífico, como os Tinglíts, Haidas e Tsimshians.
Painel informativo sobre os antigos moradores da área de Ketchikan, no sudeste do Alaska
As árvores são escolhidas conforme suas características para diferentes finalidades. A sitka spruce é forte e leve, o hemlock tem a madeira muito rígida e já era menos utilizado, por ser mais difícil de trabalhar com ferramentas rústicas. O alder é usado para utensílios domésticos como cumbucas e travessas, por não deixar sabor na comida. Porém ela, quando queimada, é a que dá o melhor sabor na defumação do salmão.
Praia de pedras e água gelada em Ketchikan, no sudeste do Alaska
O cedro vermelho é a árvore mais cara e valorosa, sua madeira é maleável e duradoura, por isso ela é a preferida para a construção de casas, canoas e totens. As canoas são feitas de um único tronco, depois ganham forma com o vapor e água e são finalizadas com rochas quentes. Grandes lascas de árvore são transformadas em tábuas para a construção de casas, e mantendo a árvore viva no solo.
Répilca de antiga moradia de clã Tinglit, em Ketchikan, no sudeste do Alaska
Os totens são feitos com cedros retirados do meio da floresta, que crescem bem verticais e retos em busca da luz do sol. É feita uma cerimônia de retirada do cedro para um totem, com rezas e orações para que o tronco caia no lugar certo e sua madeira fique intacta, sem perder a força e durabilidade.
Exposição de totens Tinglits e Haidas, em parque de Ketchikan, no sudeste do Alaska
Os totens contam histórias, representam lendas, casamentos, conquistas, ajudam na proteção e homenageiam grandes chefes ou entes queridos que se foram. Cada animal tem um significado e está no totem representando uma pessoa, o clã ou uma energia. O corvo, por exemplo, é a imagem do grande criador, mensageiro do Grande Espírito, além de ser um dos dois principais clãs da cultura dos povos da costa noroeste do Pacífico.
Exposição de totens Tinglits e Haidas, em parque de Ketchikan, no sudeste do Alaska
A orca, indestrutível senhor dos mares, simboliza a força motora na crença espiritual. Os Haidas acreditavam que as orcas eram pessoas que haviam morrido afogadas e retornavam para visitá-los.
Painel explicativo sobre a significação dos totens na cultura indígena na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska
A cultura deste povo foi se perdendo aos poucos, sendo sufocada pelos colonizadores, porém hoje há um grande trabalho de resgate, através da arte, da língua e dos conhecimentos ancestrais desta terra.
Admirando árvore em mata na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska
Aproveitamos ainda o dia frio, mas ensolarado, para conhecer as trilhas da Tongass National Forest na região de Ketchikan, caminhando entre cedros, sitka spruces, arbustos de frutas vermelhas, praias e corredeiras e ficando cada vez mais íntimos dessa floresta.
Muitas berries em mata na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska
Visitamos também o local que abrigou mais de 200 aleuts durante a 2° Guerra Mundial. Duas das mais distantes das Ilhas Aleutas foram invadidas pelos japoneses durante a guerra e o governo americano resolveu evacuar as outras ilhas para proteger a população e dificultar a vida dos japoneses. A remoção foi feita da forma mais dolorosa e atrapalhada possível, as famílias só puderam trazer uma mala de roupas e todos os outros bens foram queimados junto com suas casas. Um acampamento foi montado ao redor deste lago, aqui em Ketchikan e vários aleuts não suportaram as péssimas condições e o confinamento na floresta, ambiente tão diferente das suas ilhas vulcânicas de paisagens amplas e desérticas.
Fiona entre as grandes árvores de mata na região de Ketchikan, no sudeste do Alaska
Lagoa em área rural de Ketchikan, no sudeste do Alaska
O dia foi intenso, muita história, cultura e novos conhecimentos para digerirmos em um almoço tardio no New York Hotel & Café. Uma vista linda do porto acompanhados de uma boa guiness, enquanto os rapazes do bar seguiam atentos a Monday Football Night, noite de jogo de futebol americano. A melhor surpresa ainda estava por vir. Nós passaríamos a madrugada acordados esperando pelo nosso ferry em algum bar ou na rua dentro da Fiona, quando José estendeu a nossa estadia, liberando o quarto para descansarmos até o horário do ferry! Salvou nossa noite de sono! Assim nos despedimos do Alasca, nessa passagem riquíssima pela cultura de Ketchikan, o último porto americano na Inside Passage.
Memorial Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska
Escalando a torre em frente ao Mosteiro da Penha, em Vila Velha - ES
Hoje exploramos o centro histórico de Vitória, depois de ter encontrado na sorte a assistência técnica da Nokia para arrumar o nosso celular, botão quebrado R$ 120,00! Pelo menos o cara arrumou em 20 minutos. Seguimos para o centro, lugar impossível de estacionar. Não existe estacionamento particular e os públicos rotativos estão lotados desde cedo. A dica é tentar uma praça ao lado ao Palácio Anchieta, sede do governo do estado, que tem vários cuidadores de carro que ficam com a sua chave e manobram nas vagas proibidas, em frente à garagens de prédio, etc.
O Palácio Anchieta, sede do governo, em Vitória - ES
O Palácio Anchieta é lindo, um prédio do Século XVI que era um colégio jesuíta e foi reformado diversas vezes até chegar à estrutura atual, majestosa, que pode ser visitada com horários agendados previamente, mesmo com os escritórios em funcionamento.
Igreja de São Gonçalo, em Vitória - ES
Ao lado fica a Igreja de São Gonçalo e a Catedral, inspirada na Catedral de Colônia. As três construções formavam o complexo arquitetônico mais importante da cidade no início do século XVII, fico imaginando como deveria ser linda a vista e a vila, à beira mar e com os terrenos menos ocupados.
A ponte que liga Vila Velha à Vitória- ES
Dali, saímos correndo buscar nossos sobrinhos que vieram de Ribeirão Preto nos visitar no feriado. O Léo e a Karen chegaram ao aeroporto as 13h e vão de Fiona conosco para Itaúnas, onde iremos comemorar o aniversário de 41 anos do Rodrigo. Com eles fomos conhecer o famoso Convento Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha, com uma vista lindíssima da cidade de Vitória, e onde podemos observar a terceira ponte, entre Vila Velha e Vitória e o porto de Tubarão. Passamos pela Praia da Costa petiscar e seguimos para o hotel labutar.
O Mosteiro da Penha, em Vila Velha - ES
A Praia da Costa, em Vila Velha - ES
Mais tarde fomos apresentar ao Léo e à Karen o Triângulo das Bermudas, bebericamos enquanto esperávamos a chegada da Laura e Rafael, casal de amigos e padrinhos de casamento, que seriam buscados pela Ana no aeroporto. Jantamos no Pirão, eleito o restaurante com a melhor Moqueca Capixaba do Espírito Santo!
Devorando a moqueca do restaurante Pirão, em Vitória - ES
Realmente é uma delícia e vale muito à pena. Animados, esticamos para o Bar da Devassa e aos poucos o pessoal foi se entregando. O Léo e a Karen nem entraram, foram logo para o hotel meia hora depois o Rodrigo e mais 10 minutos o Rafa também nos abandonaram. Pra que? Juntou a fome com a vontade de comer, três amigas loucas para conversar, desabafar, tipo papo de mulher. Eu a Ana e a Laura fomos para o Quintalzinho, bar 24 horas e só saímos de lá as 5 horas da manhã, com o dia amanhecendo! Que delícia, eu estava morrendo de saudades delas e das conversas.
Conserto do celular quebrado – R$ 120,00
Manobrista para estacionar o carro no centro, na confiança – R$ 5,00
Moqueca Capixaba – 150,00
Encontrar os amigos em Vitória, não tem preço!
Coma amiga Ana, os padrinhos Rafa e Laura e os sobrinhos Leo e Karen, no restaurante Pirão, em Vitória - ES
Biscoito com receita centenária na Lapa, no Paraná
A Lapa sempre foi para mim sinônimo de cultura. Engraçado, não sei exatamente de onde veio isso, certamente foi uma imagem criada ao longo do tempo com os comentários que escutava de amigos, professores e pessoas à minha volta.
Um dos muitos prédios históricos da Lapa, no Paraná
Seu conjunto arquitetônico colonial bem preservado é patrimônio histórico e já serviu como cenário para diversas produções regionais de cinema e televisão. A praça central reúne alguns dos prédios históricos da cidade, como o Teatro São João e a Igreja Matriz de Santo Antônio, que tem missas especiais de longa duração todas as quartas-feiras, das 8 da manhã às 9 da noite.
Venda de algodão doce em frente a igreja da Lapa, no Paraná
Chegamos justamente em uma quarta-feira, a praça estava movimentada e a igreja incrivelmente lotada, cena rara nos dias de hoje. A feira na pracinha foi o nosso almoço, empadas, pastéis e sucos, ao lado de uma ação ambiental do Rotary, que distribuía mudas de árvores para os moradores.
Praça central da Lapa, no Paraná
Fui acusada pelo marido de “paranaense de meia-pataca”, pois eu nunca havia estado lá... pelo menos não que alcance a minha memória. Mas uma vez que adentrei o teatro São João passei a entender melhor aquela visão que eu havia formado da cidade.
Entrada do Teatro São João, na Lapa, no Paraná
O teatro foi construído pelo Associação Literária Lapeana, formado em 29 de julho de 1873 e que em 1880 já contava com a coleção de 1.500 livros seletos que foram doados por seus sócios. Uma joia de 10 mil réis era cobrada para associar-se ao clube, imaginem o significado desta soma na época! E ainda assim o clube era um sucesso na pequena cidade. Hoje no acervo do Teatro São João restaram pouco mais de 500 exemplares destes livros, que viram passar por ali grandes artistas como a espanhola Perla Ruiz e o grande Paulo Autran, governantes como Don Pedro II e sua esposa Dona Leopoldina e até uma grande batalha!
O charmoso Teatro São João, na Lapa, no Paraná
O Teatro São João serviu como enfermaria em um dos episódios mais heroicos da história do Paraná. No ano de 1894, aqui na Lapa, 639 pica-paus, como eram chamados os oficiais republicanos e civis que se aliaram às tropas, lutaram contra 3.000 maragatos, os federalistas. O cerco durou 26 dias e, embora uma batalha perdida, ele foi essencial para que as tropas republicanas pudessem ser reunidas em Curitiba para defender a capital do estado.
Panteão em honra aos herois do "Cerco da Lapa", no Paraná
Ali, próximo ao teatro, está o Panteón dos Heróis do Cerco da Lapa, com restos do General Carneiro e dos combatentes que morreram defendendo a união e soberania do Estado Brasileiro. Terá sido a Lapa uma das responsáveis por nós sulistas ainda sermos brasileiros?
Pequeno parque na Lapa, no Paraná
Uma cidade com tanta história e apreço pela cultura é cenário ideal para festivais de cinema e música, como o Festival da Lapa, que premia Filmes de Época e o Festival Lapa em Canto, lançado em julho deste ano. Estes festivais de música e artes são um grande espaço para novas bandas paranaenses se apresentarem e foi em um destes festivais que uma tragédia aconteceu, no início de 2004. Um acidente envolvendo a van da banda que voltava da Lapa e um outro carro, já na cidade de Curitiba, levou a vida de um grande amigo e colega de faculdade Bira, vocalista da Banda Extromodos. Bira era uma pessoa especial, querido por todos ao seu redor, sonhador e batalhador finalmente havia gravado o primeiro CD da banda que estava decolando para uma carreira nacional. Alma evoluída, ele já havia cumprido seu aprendizado aqui na terra e deixou para os que ficaram exemplos, suas músicas (essas serão imortais) e muitas saudades!
A Lapa é uma cidade com um potencial turístico, artístico e histórico subutilizado por nós paranaenses, já era hora de conhecer essa pequena joia, tão próxima e as vezes tão esquecida.
A pacata cidade da Lapa, no Paraná
Água absolutamente cristalina, com visibilidadde de 60 metros durante mergulho na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Mergulhos na Costa do Pacífico Sul-Americana são certa raridade, as águas frias são pouco convidativas e são poucos os lugares que se especializaram neste esporte. Na Colombia o Litoral Pacífico não é muito desenvolvido turisticamente, no Equador Montañita é um dos principais pólos para o esporte, mas passamos por lá na pior época, frio e pouca visibilidade. Pouco mais ao sul já no Perú, Mâncora também está se desenvolvendo para o mergulho. Agora quando falamos de pontos imperdíveis para qualquer mergulhador que se preze, Galápagos é hors concours! Um mergulho de nível mundial com uma das maiores biodiversidades marinhas de todos os mares do planeta.
Mergulhando nas águas claríssimas da Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico
Mas, e um pouco mais ao sul? Bem, aos mais viciados e destemidos a costa chilena oferece algumas chances de explorar este incrível ecossistema. O que muitos esquecem é que temos, aqui pertinho, uma das ilhas mais isoladas do planeta, com águas mornas, animais endêmicos e uma das maiores visibilidades do planeta: a ilha de Páscoa!
Centenas de mergulhadores visitam a Ilha de Páscoa todos os anos em busca de suas águas roxas com visibilidades que alcançam mais de 60 metros. A temperatura varia de 18°C a 24°C, ótimo para águas “pacíficas”, deixando os mergulhadores confortáveis para explorar o relevo vulcânico nos arredores da ilha, com formações de grandes paredes, pináculos, arcos e cavernas submarinos.
Explorando corais e cavernas durante mergulho na Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico
A ilha oferece algumas operadoras, a mais famosa delas é a Mike Rapu, com bons preços, equipe simpática e sempre lotada. Eu e o Ro sempre queremos a turma alternex, menos movimentada e também muito profissional, onde podemos fechar uma programação mais customizada para conhecer os pontos de mergulho mais avançados da ilha, por isso escolhemos a Atariki Rapa Nui.
A caminho de mais um mergulho na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Os chilenos, antes mesmo de poder se certificar pela mundialmente aceita PADI, devem passar por cursos ministrados pela Armada Chilena. A marinha é responsável pela emissão de certificados de mergulho recreacional tanto para alunos, quanto para instrutores e estes devem renovar o seu permiso regularmente. Quanto a nós, turistas, qualquer curso será bem recebido, afinal o que as operadoras querem é trabalhar e cair na água.
Uma das águas mais limpas e claras de todo o continente, na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Conversando com o pessoal da Atariki sobre nossa experiência como mergulhadores tek e os mergulhos que gostamos de fazer (todos basicamente), dois pontos foram escolhidos: o Alcantillado e os Motus.
Explorando corais e cavernas durante mergulho na Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico
O Alcantillado é um paredão de pedra que cai a 36m de profundidade desde uma plataforma a 13m. Seguimos um jardim de corais até a beira da parede onde despencamos ao lado de um imenso jardim de corais maravilhoso, com formas delicadas e muitos corais brancos.
Mergulhando nas águas claríssimas da Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico
Aos 33 metros cruzamos um arco e entramos em uma caverna com uma saída vertical em tubo passando por prateleiras de corais repletas de crustáceos, carangueijos, lagostas e camarões. Mergulho lindo!
Explorando corais e cavernas durante mergulho na Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico
No segundo mergulho voltamos ao Alcantillado, mas nos damos mais tempo para explorar o topo da parede e os detalhes dos corais em um mergulho mais raso. Este é o ponto preferido da maioria dos mergulhadores aqui da ilha!
Mergulhando nas águas claríssimas da Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico
O segundo mergulho foi dois dias depois em um ponto conhecido como Motus. Motu significa “ilha” no idioma Rapa Nui, Moto Nui é a maior das ilhas ao sul da Ilha de Páscoa, o lugar mais ocidental do Chile. O cume de uma montanha submarina que se eleva a 2.000m desde o fundo do mar, Moto Nui é um lugar sagrado na cultura ancestral Rapa Nui. É o local onde se dava o culto Tangata Manu (Cerimônia do Homem Pássaro), parte da religião que era praticada pelos habitantes da ilha entre a fase dos Moais e 1860, quando a população se converteu ao cristianismo.
Ilhas onde chocavam os manutaras e para onde nadavam os participantes do festival do homem-pássaro, em frente ao vulcão Rano Kau (em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico)
Água absolutamente cristalina, com visibilidadde de 60 metros durante mergulho na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Próximo ao Motu Nui está o Motu Kao Kao, uma ponta de pedra com 20m de altura que desce aos 70m de profundidade. Chegando aos Motus, mesmo em um dia nublado e com chuva, não acreditávamos no que estávamos vendo sob o nosso pequeno barco de madeira: Água ROXA! Não precisamos nem do sol para ter a noção de que estávamos prestes a cair em uma das águas mais limpas que já mergulhamos nos mares da América.
Uma das águas mais limpas e claras de todo o continente, na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Nos preparamos para um mergulho profundo onde chegamos a 47m de profundidade e um total de 41 minutos de mergulho, com um pouco de narcose. Este pináculo está recoberto de corais brancos onde se escondem várias espécies marinhas, muitas moréias, camarões e pequenos peixes. Ao longe ainda tivemos a sorte de cruzarmos com um cardume de atuns amarelos, que nos seguiram curiosos por alguns minutos.
Um atum nos acompanha durante mergulho na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Estes mesmos corais brancos, tão lindos e delicados, são extraídos de áreas mais rasas da ilha há décadas pelos artesãos para a confecção de artesanatos vendidos aos turistas. Esta extração e comercialização desenfreada está afetando o ecossistema marinho da ilha, que já sofre com menor quantidade de peixes.
Mergulhando em banco de corais na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
O espetáculo garantido por este mergulho portanto não está na na fauna marinha, mas sim na incrível paisagem. Com mais de 60 metros de visibilidade enxergamos em meio à imensidão azul aquela coluna rochosa adornada pela natureza. É uma visão inesquecível!
Explorando uma enorme parede com mais de 40 metros de altura durante mergulho na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
O segundo mergulho já foi próximo ao Motu Iti, um pináculo menor e quase totalmente submerso próximo de Motu Nui. Mergulho mais raso, porém muito bonito por entre paredes, pedras e jardins de corais. Saímos da água com lábios roxos de frio, mas esticados de orelha a orelha, tamanha a felicidade! Roberto, instrutor, e o jovem Joaquim, primeiro dive master rapa nui, não podiam esconder a alegria de nos proporcionar essa experiência.
Nossos companheiros de mergulho ao lado da ilha do homem-pássaro na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
Tudo bem que escolhemos logo os dois melhores pontos de merguho da ilha, mas deixamos vários outros pontos para trás. Nem preciso dizer que mesmo sem ter ido embora, já queremos voltar à Ilha Rapa Nui.
A caminho de mais um mergulho na Ilha da Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico
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