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Ollantaytambo

Peru, Ollantaytambo

Terraços agrícolas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Terraços agrícolas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Cidade ancestral vivente, Ollanta é um portal para o antigo mundo inca. Como em um túnel do tempo, quanto mais adentramos a cidade, mais voltamos à época em que a cidade abrigava a nobreza inca e acabava de tornar-se o centro do império governado pelo Inca Pachacuti. Tudo aconteceu em meados do século XV, quando o imperador conquistou Ollantaytambo e a reconstruiu com suntuosas edificações de pedra, centros cerimoniais, fortalezas e terraços irrigados cultivados por seus yanakunas, ou escravos, em quéchua.

A bela vista do alto das ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

A bela vista do alto das ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Ollantaytambo ficou marcada na história como o último reduto da resistência Inca à conquista dos espanhóis. Manco Inca, o último governante de Tahuantinsuyu (nome quéchua do Império Inca), obteve sua maior vitória contra os espanhóis em 1536 e conseguiu resistir por um ano entrincheirado em Ollantaytambo antes de buscar refúgio em Vilcabamba, na Amazônia Peruana.

Antigos armazéns incas na montanha em frente à Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Antigos armazéns incas na montanha em frente à Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Pegamos um grande congestionamento de carros e ônibus de turismo na entrada de Ollantaytambo na noite anterior. A cidade turística é porta de entrada para a principal atração do Valle Sagrado de los Incas, Machu Picchu. Passamos pela cidade nova, onde as ruas são mais largas, as casas simples mas já construídas em alvenaria e arquitetura de certa forma “contemporânea”. Aos poucos as ruas vão se estreitando, o calçamento novo se transforma em pedra batida e polida pelas centenas de anos dando caminho à história de uma das mais antigas cidades incas ainda em funcionamento.

A cidade atual e as antigas ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

A cidade atual e as antigas ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Estacionamos a nossa pequena Fiona na Plaza de Armas, tentando fugir da bagunça. Os policiais organizavam o tráfego para tentar desafogar as vias naquela noite de alta temporada turística. Em busca do hostel que havíamos reservado eu desço e sigo diretamente para a delegacia, sem dúvida os policiais poderiam me indicar sua localização. Simpáticos e atentos como de praxe, me dizem que podemos passar con la camioneta hasta la callecita. Aí havia estacionamento, na porta da pousada. Depois de um dia de explorações por Písac, Maras e Moray, eu, Gustavo e Rodrigo não víamos a hora de um banho quente e um bom jantar!

Trilha para os antigos armazéns incas na montanha em frente à Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Trilha para os antigos armazéns incas na montanha em frente à Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Saímos caminhando pelas ruas estreitas e avançamos mais no túnel do tempo. Aqui as casas também estão diferentes. Choupanas de pedra, telhado de palha e pé direito baixo fazem os lugares mais acolhedores e genuínos. A pizza na pedra acompanhada por uma boa música peruana parece fazer a modernidade encaixar perfeitamente ao mundo pitoresco dos vales andino-peruanos.

Chegando ao parque arqueológico de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Chegando ao parque arqueológico de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Depois de uma boa noite de sono, um café da manhã com pão típico, chá de folhas de coca e manteiga, nossa viagem no tempo segue avançando a passos largos. Assim que cruzamos o Rio Patakancha pela estreita ponte de pedestres, se descortina à nossa frente uma autêntica cidade inca ainda viva! Campesinas transitam em suas vestes tradicionais, trançam os longos cabelos de suas filhas para leva-las ao colégio, tecem à porta de suas casas de pedra e preparam comidas típicas das suas janelas. Enquanto umas produzem, outras carregam seus grandes sacos de produtos até a feira artesanal na porta das Ruínas de Ollantaytambo.

Trajes típicos em Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Trajes típicos em Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Venda de tapeçaria em Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Venda de tapeçaria em Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Entramos nas ruínas logo cedo, tentando evitar as filas e grandes excursões, mas escolas e grupos imensos de pessoas já se alinhavam em filas indianas entre andenes, escadas e construções. Seguimos seu ritmo até conseguirmos inverter a ordem da visita e fugir um pouco da multidão que teimava em nos trazer de volta ao mundo atual. As ruínas, mesmo que abandonadas, nos remetem diretamente às épocas áureas de Ollanta. Dezenas de quartos, salas, armazéns, uma grande fortaleza e um trono de pedra com a melhor vista para toda a vila e as montanhas do Vale Sagrado. Dali o Inca podia acompanhar o trabalho de seus escravos, a vida cotidiana de seus campesinos e ainda desfrutar da beleza de seu reino.

Com o Gustavo, nas ruínas incas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Com o Gustavo, nas ruínas incas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


O Gustavo admira o vale em frente às ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

O Gustavo admira o vale em frente às ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Curiosidades de sua estrutura reúnem o Templo del Água, que coroa um imenso sistema de aquedutos com fontes quase mágicas, que ao passar o dedo na faixa de água diminuem o volume de água, como torneiras. A mais conhecida delas chama-se “o banho da princesa”. Quando estive aqui em 2005 pude ainda ver e eu mesma testar a técnica do dedo na fonte. Hoje podemos apenas vê-la de longe, sem dedinhos, sem mágicas.

A fonte sagrada de água, nas ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

A fonte sagrada de água, nas ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Outras edificações interessantes são os armazéns de grãos, que estão nas encostas de Ollantaytambo a uma maior altitude, garantindo mais ventilação e menor temperatura para sua durabilidade.

Chegando às ruínas dos armazéns, a vista para a cidade de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Chegando às ruínas dos armazéns, a vista para a cidade de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


Algumas horas explorando o parque arqueológico e logo tivemos que voltar para fazer o nosso check-out da pousada. Eu e Gustavo, mais preguiçosos, nos satisfizemos cuidando das malas e fazendo um lanche com vista para as ruínas, enquanto o Rodrigo, agora apelidado pelo Gustavo de cabrito montanhês, resolveu subir a trilha na segunda montanha de Ollanta para conhecer os impontes armazéns que nos chamam a atenção desde as ruínas principais.

Um saudavel café da manhã em Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Um saudavel café da manhã em Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru


O Rodrigo voltou a tempo de tomarmos um chopp antes de nos dirigirmos à estação de trem de Ollantaytambo. Chicha morada, tradicional cerveja inca, seria mais adequada à esta viagem no tempo na mais viva de todas as cidades incas.

Café da manhã com vista para as incríveis ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Café da manhã com vista para as incríveis ruínas de Ollantaytambo, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru

Peru, Ollantaytambo, Andes, arqueologia, Mundo Andino, Vale Sagrado

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Pé na estrada!

Brasil, Bahia, Mangue Seco, Sergipe, Pontal

Cruzando pequena cidade no interior da Bahia

Cruzando pequena cidade no interior da Bahia


Dia de botar o pé na estrada, ou melhor, pé na areia, depois no barco e depois na Fiona para pegar estrada. Embora cansativos, gosto muito destes dias de road trip, principalmente em uma viagem em que o mar vira sertão!

Mapa da nossa viagem entre Mangue Seco e Lençóis (BA)

Mapa da nossa viagem entre Mangue Seco e Lençóis (BA)


A viagem de Mangue Seco até Lençóis é sensacional, para os que curtem uma estrada. São mais de 500km entre mar, rio, coqueiros, pequenos povoados, caatinga, cactos e, de repente, não mais que de repente: Chapada Diamantina!

Primeira visão da Chapada Diamantina, em Lençóis - BA

Primeira visão da Chapada Diamantina, em Lençóis - BA


A paisagem foi mudando e junto com ela a minha alma foi se adaptando, tantos dias de litoral, mar, praia e mergulhos, que agora tenho que virar o botão e ativar o modo montanhas, caminhadas, cachoeiras e trilhas.

Os cactus aparecem com frequência na vegetação de caatinga (Bahia)

Os cactus aparecem com frequência na vegetação de caatinga (Bahia)


Minha expectativa foi crescendo a cada quilômetro rodado. Estive na Chapada Diamantina há 10 anos, será que lembro? Será que está igual? Bem, a pracinha central, com as tapiocarias e mesinhas na calçada sim!

Casario da principal praça de Lençóis (BA)

Casario da principal praça de Lençóis (BA)


Ainda chegamos à tempo de dar uma volta na cidade, nos localizarmos e escolhermos um restaurante para a refeição do dia. Escolhemos o Maria Bonita, restaurante italiano que homenageia a mulher forte do sertão, esposa do cangaceiro Lampião.

Balcão de bar em Lençóis - BA

Balcão de bar em Lençóis - BA


Jantarzinho delicioso, ambiente agradabilíssimo. Até aproveitamos esse clima de serra mais ameno (24°C + ou - ), para tomar um vinhozinho e ver a vida de Lençóis passar.

Rua em Lençóis - BA

Rua em Lençóis - BA


Depois uma roda de capoeira para alegrar a alma e uma caminhadinha às margens do rio até a nossa pousada. Bom início de temporada na Chapada. Amanhã começa a nossa Chapada Diamantina Adventure, 10 dias explorando os rincões da chapada!

Ilumnação noturna em Lençóis - BA

Ilumnação noturna em Lençóis - BA

Brasil, Bahia, Mangue Seco, Sergipe, Pontal, cidade histórica

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Macapá à Oiapoque

Brasil, Amapá, Macapá, Oiapoque

Além do asfalto, são 160 km de terra e barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Além do asfalto, são 160 km de terra e barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


A distância de Macapá à Oiapoque é em torno de 560km, sendo 160 destes em estrada de terra esburacada e enlameada, neste período chuvoso. Todos nos assustaram bastante que alguns trechos seriam praticamente intrafegáveis e que mesmo com a tração 4x4 teríamos que pagar um trator para nos rebocar, serviço já oferecido na estrada. Pegamos chuva praticamente a viagem inteira, a estrada não possui postos de combustíveis, apenas um restaurante em uma bifurcação da estrada há 120km de Oiapoque.

Muito barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Muito barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


Passaram por nós umas 20 Toyotas Hilux, a maioria há uns 70km/h, nem aí para os buracos. Nós queremos que a Fiona agüente firme os mais de 100mil km por toda a América, então nossa média foi de 40 ou 50km/h, quase 8 horas de viagem. A única coisa que realmente precisamos foi de muita paciência. A estrada está em construção, já foi feita uma terraplanagem, vimos o pessoal fazendo a topografia mesmo embaixo de chuva, mas ainda assim tem muitos buracos. O tempo para fazer os 160km no final vai depender da sua pressa e cuidado que quer ter com o carro.

Fazendo topografia para asfaltamento da estrada entre Macapá e Oiapoque - AP

Fazendo topografia para asfaltamento da estrada entre Macapá e Oiapoque - AP


O interior do Amapá possui diversas reservas indígenas e alguns parques nacionais para preservação da Floresta Equatorial. Passamos por um longo trecho de Reservas Indígenas Açuá e diversas aldeias à beira da estrada. Os índios estavam jogando futebol, pescando, criando gado, cortando lenha, crianças brincando na chuva, enfim, seguindo suas vidas já muito adaptadas a cultura do homem branco, como a maioria dos índios que vemos no sudeste e nordeste do Brasil. Este é o trecho de mata mais preservada, embora em alguns lotes ainda vejamos vestígios de queimadas e de desmatamento. Vai saber se são permitidos ou não.

Paisagem na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Paisagem na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


No entanto, no primeiro trecho da estrada, ainda no asfalto, passamos por muitas fazendas. Trechos desmatados para pasto ainda sem nenhuma cabeça de gado e alguns com plantação dos malditos eucaliptos. Eu fiquei me perguntando, será que é desmatamento recente e ainda estão formando o pasto? Ou será que todos os bois foram vendidos? Tanta mata, tanta riqueza natural reduzida à capim! Impossível não ficar indignada, mas se estão seguindo a lei, será que devo ficar indignada? Duvido que esse desflorestamento à margem de uma BR seja criminoso, então será que devo também achar normal?

Mata queimada na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Mata queimada na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


Entre tantas dúvidas e desconforto foi que me surgiu uma ideia, pode parecer esdrúxula, mas em longo prazo ela poderia funcionar. É um tema a ser discutido por antropólogos, teólogos e líderes religiosos: meio ambiente e religião. Os mandamentos e regras de cada religião surgiram por demandas naturais do ambiente de cada povo, são regras de convívio em sociedade, alimentação, higiene, etc. Não cabe a mim entrar em detalhes técnicos, até por que não sou especialista no tema, mas a fé move montanhas! Os 10 mandamentos e as principais regras de cada religião deveriam ser revisados para a inclusão de preceitos básicos para a preservação do meio ambiente e por conseqüência do ser humano. Duvido que Deus, ou os seus representantes mais próximos (Jesus, Maomé, Moisés, entre outros), não estejam preocupados com a situação atual do nosso mundo, vendo que seus filhos estão se encaminhando para um holocausto natural, e não pensem em fazer nada. Na prática o que ganharíamos com isso? Milhares de padres, pastores, rabinos, monges, pessoas do mais alto gabarito, com credibilidade na sua comunidade, ensinando e pregando para que as pessoas não cometessem mais este tipo de pecado ou delito contra a natureza. Ao longo dos tempos a religião funcionou muito bem para educar a sociedade, tirá-la das trevas e fazê-la muito mais digna, por que não aproveitar de sua experiência para este novo impasse? Enfim, pode ser uma grande viagem, mas eu ainda acho que poderia funcionar.

Plantação de Eucaliptos na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Plantação de Eucaliptos na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


Final da tarde chegamos à Oiapoque, ainda com chuva, nos instalamos em um hotel às margens do Rio Oiapoque. A Guiana Francesa ali à nossa frente, do outro lado do rio. Amanhã será o grande dia, quando finalmente saberemos se o nosso plano A, de cruzar as Guianas, será possível ou não.

Chegando perto da fronteira! (na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP)

Chegando perto da fronteira! (na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP)

Brasil, Amapá, Macapá, Oiapoque,

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Santiago em um dia

Chile, Santiago

Arte nas ruas de Santiago, capital do Chile

Arte nas ruas de Santiago, capital do Chile


Uma cidade circundada por montanhas e no meio dela prédios, rios, história, poluição, cultura, pobreza, música e injustiças, todos os contrastes de uma típica capital latino americana. A leste está a Cordilheira dos Andes, na divisa com a Argentina, à oeste a Cordilheira Costanera, ambas fazem de Santiago um caldeirão de asfalto estampado no coração do Chile.

Santiago, capital do Chile, em frente ao Museu de Bellas Artes

Santiago, capital do Chile, em frente ao Museu de Bellas Artes


Vista de Santiago, capital do Chile, na subida do Cerro San Cristobal

Vista de Santiago, capital do Chile, na subida do Cerro San Cristobal


São 5,5 milhões de habitantes divididos basicamente em dois “Chiles”, “o Chile dos que vivem pra lá da Plaza Itália e o dos que vivem para cá”. Isso me disse uma amiga que nasceu, cresceu e ainda vive em Santiago. Ao norte estão os bairros mais ricos, edifícios comerciais modernos, grandes shoppings, restaurantes bacanas e boutiques. Ao sul os bairros de classe média com toda a infraestrutura, problemas e o dia a dia normal de uma grande cidade.

Passeio no centro financeiro de Santiago, capital do Chile

Passeio no centro financeiro de Santiago, capital do Chile


Com a dica do nosso amigo viajante e local, Pablo, elegemos a região de Lastarria como base. Ao lado do Parque Forestal, Lastarria é um bairro super central localizado entre o Bellas Artes, o centro, arredores da Plaza de Armas e Bella Vista. Ficamos hospedados no Hostal Forestal onde encontramos o primeiro brazuca dos muitos que ainda estavam por vir. Impressionante como vemos turistas brasileiros em Santiago! E a temporada de esqui nem está aberta. Naquela tarde caminhamos descompromissadamente até a Plaza de Armas vendo o agito dos ambulantes, evangélicos fervorosos pregando para alguns curiosos, casais de namorados sentados no banco da praça e uma senhora simpática, que nos olhou encantada num momento romântico do casal aqui.

Caminhando pelo Parque Forestal, em Santiago, capital do Chile

Caminhando pelo Parque Forestal, em Santiago, capital do Chile


É claro que essa primeira andadinha ajudou a nos familiarizarmos com a cidade, mas o roteiro de visita mesmo, teve um pique um pouquinho diferente. Decidimos andar por Santiago e conhecer os pontos mais importantes da cidade em um dia! A cidade é bem plana e super fácil de andar, bicicletas podem ser uma opção, embora dificulte a entrada em alguns lugares. Nosso tour em Santiago foi todo pensado por um casal de amigos, Pablo que nasceu e viveu quase toda a sua vida na capital, e Andrea, que nasceu em Rengo, mas fez a faculdade em Santiago. Começamos o dia perto das 10h da manhã (por que também ninguém é de ferro), cruzando o bairro de Bellas Artes, região repleta de restaurantes e museus, alamedas e passeios, duas Faculdades de Direito e uma vida noturna bem agitada.

Prédio do Museu de Bellas Artes, em Santiago, capital do Chile

Prédio do Museu de Bellas Artes, em Santiago, capital do Chile


O Pablo e a Andrea no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile

O Pablo e a Andrea no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile


Nosso destino, La Chascona, nada mais nada menos do que a casa do mais famoso escritor e poeta chileno, Prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda. A casa em que Neruda viveu de 1955 até 1973, o ano de sua morte.

La Chascona, a casa de Neruda no bairro de Bella Vista, em Santiago, capital do Chile

La Chascona, a casa de Neruda no bairro de Bella Vista, em Santiago, capital do Chile


La Chascona foi uma das três casas de Neruda e está localizada aos pés do Cerro San Cristóbal, no Barrio Bellavista. Em 1953 o poeta comprou o terreno e iniciou a construção da casa com projeto de um arquiteto catalão Germán Rodriguez Ariaz. O nome La Chascona foi dado em homenagem à sua então amante Matilde Urrutia, uma bela mulher de cabelos rebeldes e avermelhados. Matilde era estudante de música, ela e Pablo se conheceram em 1946, mas o romance começou apenas 3 anos mais tarde em terras mexicanas. A casa foi o esconderijo amoroso do casal e em 1955 se tornou a vivenda oficial do poeta, após a separação de sua então esposa Delia del Carril. Lá Neruda viveu até a sua morte, 12 dias depois do Golpe Militar Chileno.

La Chascona, a charmosa casa de Pablo Neruda em Santiago, capital do Chile

La Chascona, a charmosa casa de Pablo Neruda em Santiago, capital do Chile


A versão oficial da sua morte foi um câncer com o qual ele lutava há alguns anos. Porém existem fortes evidências de que sua morte foi acelerada, o motivo seria a sua ligação ao Partido Comunista. Às vésperas de sua morte a La Chascona foi invadida pelos militares e destruída, moveis, vidros e tudo o que viram pela frente. Matilde decidiu então, fazer o seu velório ali mesmo em meio ao vandalismo militar, como primeiro ato de protesto ao governo golpista.

La Chascona, a charmosa casa de Pablo Neruda em Santiago, capital do Chile

La Chascona, a charmosa casa de Pablo Neruda em Santiago, capital do Chile


Agora, anos mais tarde e longe das garras de Pinochet e seus comparsas, este assunto já poderia ter sido esclarecido, porém a família preferia não revolver esta história. Entretanto soubemos recentemente que independente disso o povo e a história devem saber a verdade e então será feita a exumação do corpo para estudo e fechamento do caso.

Visitando La Chascona, a casa de Neruda em Santiago, capital do Chile

Visitando La Chascona, a casa de Neruda em Santiago, capital do Chile


A casa é uma obra de arte, um museu com coleções de peças de arte de todos os cantos do mundo por onde viajou o diplomata e poeta. A sala em forma de barco demonstra a paixão de Neruda pelo mar e pelo bar, com um balcão de cobre vindo de um antigo barco francês. As peças coloridas demonstram a alegria e a visão positiva da vida que Neruda compartilhava com amigos e mulheres. Bem humorado ele inventou uma porta falsa de acesso direto do seu quarto para a sala para poder surpreender seus convidados, que se serviam de sal e pimenta em saleiros que diziam “marijuana” e “morfina”. Sua sala com pinturas de amigos modernistas como Diego Rivera tem uma linda vista para o bairro, enquanto o bar, na parte alta do terreno presta homenagem aos seus poetas preferidos. No seu escritório de trabalho e sala de leitura vemos parte da sua coleção de livros, prêmios e fotos com alguns dos seus amigos como Vinícius de Morais e Jorge Amado. É, ele soube viver.

Descansando na estação Mapocho, antiga estação de trens de Santiago, hoje transformada em grande espaço de eventos, no Chile

Descansando na estação Mapocho, antiga estação de trens de Santiago, hoje transformada em grande espaço de eventos, no Chile


A visita dura em torno de 40 minutos e é feita com um áudio-guia que conta tudo sobre a casa, a vida e a história de Neruda. Detalhe, não é permitido tirar fotos dentro da casa... então vocês terão que ir até lá para conferir.

A bela fachada do Museu de Bellas Artes, em Santiago, capital do Chile

A bela fachada do Museu de Bellas Artes, em Santiago, capital do Chile


Próxima parada: Cerro San Cristóbal! A maior montanha no centro de Santiago é também um dos seus principais parques, com zoológico e tudo. Do alto, uma bela vista de toda a região e a Virgen de la Inmaculada Concepción, um símbolo da cidade. Subimos o cerro em um funicular e atravessamos o foggy espesso que paira pela cidade.

Em dia de muito fog e poluição, quase não se vê as montanhas andinas que circundam Santiago, capital do Chile, do topo do Cerro San Cristobal

Em dia de muito fog e poluição, quase não se vê as montanhas andinas que circundam Santiago, capital do Chile, do topo do Cerro San Cristobal


Essa mistura de poeira e poluição fica presa pelos ares frios trazidos pelos Andes. Lá do alto podemos ver a zona central e uma sombra dos Andes detrás da cortina de fumaça. Os ventos são importantíssimos para a cidade de Santiago, ainda mais em um dia como hoje, quem está lá embaixo mal pode se dar conta da qualidade do ar que está respirando. A tarde, porém, a camada de ar mais próxima ao chão se aqueceu, subiu e a inversão térmica limpou o céu da cidade, liberando vistas maravilhosas das montanhas ao nosso redor.

A famosa estátua de Nossa senhora no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile

A famosa estátua de Nossa senhora no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile


Descemos o Cerro San Cristóbal a pé em uma deliciosa caminhada, com novos ângulos e novas vistas da cidade a cada curva. Demoramos quase uma hora na descida e, com ajuda de Pablo e Andrea, aos poucos fomos entendendo melhor sobre a cidade e suas peculiaridades.

Com os amigos chilenos Pablo e Andrea no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile

Com os amigos chilenos Pablo e Andrea no topo do Cerro San Cristobal, em Santiago, capital do Chile


O almoço foi em um restaurante tradicional a duas quadras do funicular, o Venezia. Este restaurante de comida típica chilena tem pratos como la Cazuela de Pollo e o Charquicán, uma sopa de lentilhas com charqui ou algum tipo de linguiça, muito saboroso! Eu ainda provei um clássico encontrado em vários países latinos, a Palta a la Reina, abacate recheado com frango temperado. O Venezia é tão antigo e tradicional, que era frequentado pelo mais ilustre morador do bairro, que tem seu lugar preferido marcado em uma placa de honra.

Visita ao tradicional restaurante Venezia, em Santiago, capital do Chile

Visita ao tradicional restaurante Venezia, em Santiago, capital do Chile


A mesa preferida de Pablo Neruda no restaurante Venezia, em Santiago, capital do Chile

A mesa preferida de Pablo Neruda no restaurante Venezia, em Santiago, capital do Chile


Para fazer a digestão continuamos a caminhada, agora ao longo do Parque Forestal, com uma parada rápida no Museu de Belas Artes e seguindo até o antigo Mercado Central. Um dos melhores lugares da cidade para comer marisco fresco em um ambiente descontraído e muito charmoso.

Venda de patas de caranguejo no Mercado Central de Santiago, capital do Chile

Venda de patas de caranguejo no Mercado Central de Santiago, capital do Chile


O imponente saguão do Mercado Central, em Santiago, capital do Chile

O imponente saguão do Mercado Central, em Santiago, capital do Chile


Despedida da Andrea, em Santiago, capital do Chile

Despedida da Andrea, em Santiago, capital do Chile


Lá nos despedimos de Andrea, que seguia para uma consulta médica, e nós continuamos para o mais autêntico e real La Vega Central, um mercadão com centenas de bancas de frutas, verduras e legumes, cereais, queijos e artesanatos. Chama a atenção a quantidade e variedade de azeitonas, além das lindas alcachofras e das frutas secas como o huesillo (pêssego seco), que é parte integrante de uma das sobremesas mais queridas por aqui, o mote com huesillo. Mote é a versão cozida de diversos grãos, neste caso o grão de trigo. Eu não gosto desse tipo de fruta em calda, mas o Rodrigo provou e adorou.

Passeio no mercado La Vega, em Santiago, capital do Chile

Passeio no mercado La Vega, em Santiago, capital do Chile


Passeio no mercado La Vega, em Santiago, capital do Chile

Passeio no mercado La Vega, em Santiago, capital do Chile


Passeio no mercado La Vega, em Santiago, capital do Chile

Passeio no mercado La Vega, em Santiago, capital do Chile


Voltamos pelo mercado das flores, visitamos a Estación Mapocho, uma antiga estação ferroviária super fotogênica que foi fechada após danos feitos por terremotos e o abandono da linha férrea. Hoje ela é um espaço de eventos bacaníssimo.

caminhando na estação Mapocho, antiga estação de trens de Santiago, hoje transformada em grande espaço de eventos, no Chile

caminhando na estação Mapocho, antiga estação de trens de Santiago, hoje transformada em grande espaço de eventos, no Chile


Dali ao La Piojera, um dos bares mais tradicionais da cidade, em funcionamento há mais de 70 anos! Um beco que acaba em um galpão de cadeiras simples, paredes desenhadas e balcão de madeira é popular por seu drink super alcoólico, o terremoto. Assim batizado após o terremoto que abalou a cidade em 1985, o coquetel leva vinho pipeño (ou vinho branco), sorvete de abacaxi, Fernet, Granadina, Rum e Conhac! A terra tremeu, mas nem tanto, pois dividimos um copão desses para nós três! Kkk!

O tradicional bar La Piojera, em Santiago, capital do Chile

O tradicional bar La Piojera, em Santiago, capital do Chile


Produção em série de 'Terremotos', no balcão do La Piojera, bar tradicional de Santiago, capital do Chile

Produção em série de "Terremotos", no balcão do La Piojera, bar tradicional de Santiago, capital do Chile


Servindo o famoso 'Terremoto', drinque típico do La Piojera, bar tradicional de Santiago, capital do Chile

Servindo o famoso "Terremoto", drinque típico do La Piojera, bar tradicional de Santiago, capital do Chile


Achando que a tarde acabava em um bar, é? Ainda não! Continuamos a nossa caminhada até a Plaza de Armas, visitamos rapidinho a Catedral e descemos pelo Paseo Ahumada, um calçadão comercial cheio de lojas e vendedores, festas, artistas de rua e muita gente.

Caminhando pela Calle Ahumada, no centro de Santiago, capital do Chile

Caminhando pela Calle Ahumada, no centro de Santiago, capital do Chile


Demos a sorte de encontrar ali duas das principais expressões culturais populares desta região no Chile: la cueca, a dança nacional que imita o cortejo de um galo à uma galinha, e os chinchineros que são praticamente uma orquestra de tambores ambulante! Além de tocar o tambor com pés e mãos, eles dançam e giram enlouquecidamente no meio da gente impressionada com as suas peripécias. Um show à parte.

Show de cueca, dança típica, na calle Ahumada, no centro de Santiago, capital do Chile

Show de cueca, dança típica, na calle Ahumada, no centro de Santiago, capital do Chile


Os famosos músicos que cantam e dançam ao mesmo tempo, típicos de Santiago, capital do Chile

Os famosos músicos que cantam e dançam ao mesmo tempo, típicos de Santiago, capital do Chile


Aqui para estes lados do continente o sol se põe mais tarde, já eram mais de 19h e o sol estava se pondo naquele dia perfeito em terras santiaguinas. Do alto do Cerro Santa Lucia vimos o pôr do sol sobre os arranha-céus da capital chilena, luz linda, ao fundo o cerro San Cristóbal e agora totalmente visíveis, a incrível e nevada Cordilheira dos Andes.

Subindo o Cerro Santa Lucia, em Santiago, capital do Chile

Subindo o Cerro Santa Lucia, em Santiago, capital do Chile


Vista de Santiago, capital do Chile, do alto do Cerro Santa Lucia

Vista de Santiago, capital do Chile, do alto do Cerro Santa Lucia


Depois de um banho rápido e uma descansadinha no hotel, se você ainda tiver pique a noite pode continuar nos bares de Bellas Artes, que mesmo em uma quarta-feira estavam bem movimentados e cheio de jovens descolados! Nós fomos direto ao Galindo, um dos clássicos santiaguinos. Provamos a chorrillana, prato local de batata frita com carne desfiada, cebola e ovos, para acompanhar uma cerveja stout encorpada e cheia de personalidade.

Muito romantismo no alto do Cerro Santa Lucia, em Santiago, capital do Chile

Muito romantismo no alto do Cerro Santa Lucia, em Santiago, capital do Chile


Uau! Achou que Santiago não teria nada para conhecer?! Aí está a sugestão de um dia explorando a cidade de Santiago. Tudo isso ainda sem contar com a infinidade de museus que você pode visitar, restaurantes para descobrir e wine tastings para se embebedar. Mas se você é dos nossos e gosta de caminhar, anota esse roteiro aí que não irá se arrepender!

Vista de Santiago, capital do Chile, do alto do Cerro Santa Lucia

Vista de Santiago, capital do Chile, do alto do Cerro Santa Lucia

Chile, Santiago, Capital, Cerro San Cristobal, Cerro Santa Lucia, La Chascona, La Vega Central, Metropole, Pablo Neruda

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Ruínas, Fronteiras e Guatemala!

El Salvador, Tazumal, Guatemala, Cidade da Guatemala

As imponentes ruínas mayas de Tazumal, em El Salvador

As imponentes ruínas mayas de Tazumal, em El Salvador


Colocarmos o pé na estrada novamente. Seguimos viagem agora rumo à Guatemala! Nossa primeira ideia era seguir direto, sabíamos que no caminho ficariam para trás mais dois sítios arqueológicos, Tazumal e Casa Blanca, mas não tínhamos muito tempo e precisávamos chegar a Antigua.

Subindo as escadas de antigo templo maya em Tazumal, em El Salvador

Subindo as escadas de antigo templo maya em Tazumal, em El Salvador


Foi em uma parada no posto logo após a cidade de Santa Ana, um frentista jovem e muito simpático ficou curioso sobre a viagem e logo quis nos falar sobre as belezas e os pontos turísticos da sua região. Mostrou-nos fotos de Tazumal e Casa Blanca, insistindo para passarmos por ali, “ficam a apenas 5 minutos daqui” dizia ele, empolgado. No caminho passamos na beira da estrada encontramos a entrada das Ruínas de Casa Blanca, que estavam fechadas para restauração. Já no clima, perguntamos e decidimos desviar mais 5 minutos para a cidadezinha de Tazumal, construída praticamente sobre as antigas ruínas Maias do mesmo nome.

As ruínas de antigo templo maya em Tazumal, em El Salvador

As ruínas de antigo templo maya em Tazumal, em El Salvador


Tazumal em K´iche´ significa “pirâmide onde as vítimas eram queimadas”, nem gosto de imaginar! Está localizada no meio do povoado de Tazumal, vizinha do cemitério municipal, arqueólogos estimam que os primeiros moradores desta região datam de 5.000 a.C. As primeiras expedições arqueológicas escavaram parte do sítio já na década de 40, anos mais tarde arqueólogos começaram um trabalho de manutenção e reconstrução das ruínas que já estavam descobertas, alterando sua construção original, incluindo cimento na estrutura para aumentar sua durabilidade. Em 1954 foi visitada por Che Guevara nas suas andanças pela América Latina, antes mesmo de se rebelar e começar a guerrilha armada.

Visitando o sítio arqueológico maya de Tazumal, em El Salvador

Visitando o sítio arqueológico maya de Tazumal, em El Salvador


As últimas reformas feitas em 2006, já em uma nova linha de trabalho, começou a desconstrução da camada de cimento, tentando devolver a originalidade às ruínas. Segundo pesquisas, sua primeira camada teria sido feita em blocos de adobe e só depois, já sob domínio Maia, foi que recebera blocos de pedra e ornamentos do período clássico (250 A 900 d.C). Foram mais de 13 fases de construção, o que faz os arqueólogos estimarem que 70% da estrutura ainda não foi desenterrada e hoje está abaixo da vila de Tazumal. Depois de 900 d.C foram construídas pirâmides Toltecas, assim como um campo de “jogo de bola”, sendo abandonado definitivamente em 1200 d.C.

Momento de carinho nas ruínas mayas de Tazumal, em El Salvador

Momento de carinho nas ruínas mayas de Tazumal, em El Salvador


As ruínas são as maiores que vimos aqui nessa nossa iniciação do mundo Maia, lindas e impressionantes! O museu fornece bastante informação, assim como os guias que podem ser contratados no local. Nós, como estávamos naquela correria básica, fizemos algumas fotos, demos uma olhada rápida no museu e saímos dali com milhares de perguntas sem respostas, apenas imaginando como seria aquela cidade na época em que os maias ou os toltecas viviam por ali... milhares de pessoas assistindo os rituais aos seus deuses e divindades, vivendo sua vida e aprendendo sobre sua história. História essa que hoje tentamos remontar, baseados apenas em pistas que nos foram deixadas através do tempo e destas ruínas.

Divindade pré-colombiana no museu em Tazumal, em El Salvador

Divindade pré-colombiana no museu em Tazumal, em El Salvador


Continuamos o nosso dia em direção à Las Chimanas, fronteira de El Salvador com Guatemala. Os trâmites foram rápidos e os oficiais da aduana guatemalteca foram eleitos os mais simpáticos de toda a viagem! Eles até fizeram fotocópias e montaram com durex um mapa da Guatemala que tinham na parede para nos dar de presente.

Chegando à Guatemala, indos de El Salvador

Chegando à Guatemala, indos de El Salvador


A primeira impressão assim que cruzamos a fronteira já é de um país mais organizado, a estrada e a cidade fronteiriça todas sinalizadas e pintadinhas, apesar das dezenas que túmulos (lombadas) que encontrávamos pelo caminho. Menos de duas horas depois chegamos à capital, Cidade da Guatemala, que nos impressionou positivamente. Chegamos pela parte alta da cidade, avenidas largas e arborizadas, sem passar pela periferia costumeira das cidades grandes na América Latina.

Tumulo? É o nome dos quebra-molas na Guatemala e em El Salvador

Tumulo? É o nome dos quebra-molas na Guatemala e em El Salvador


Prédios modernos, restaurantes e uma infra-estrutura completa, cruzando as zonas 15, 14, até chegar a Zona 10, onde ficaríamos hospedados. Conhecida como Zona Viva a Zona 10 é a mais turística, ao lado da Zona 1, centro histórico da capital e à Zona 13, onde estão a maioria dos museus. Aproveitamos a nossa única noite na capital para jantar em um restaurante de comida típica guatemalteca, vizinho do nosso hostal, o Kacao. As principais comidas típicas são sopas que levam diversas verduras, batata, milho, coentro e alguma carne, principalmente frango. Tomamos um caldinho e o prato especial foi um churrasco guatemalteco, acompanhando de uma espécie de tutu de feijão e guacamole, delícia!

Restaurante Kacao, de comida típica, na Cidade da Guatemala, capital do país

Restaurante Kacao, de comida típica, na Cidade da Guatemala, capital do país


Fechamos nossa noite no Bar Esperanto, indicado por Pablo, um viajante e blogueiro, nosso amigo virtual guatemalteco que amanhã mesmo iremos conhecer. Um bar boêmio, tocando uma cumbia gostosa, galera animada e bem receptiva. A energia da cidade já nos cativou, ficou decidido: vamos ficar um dia mais para conhecer e curtir a vibrante Cidade da Guatemala!

Balada no bar Esperanto, na Cidade da Guatemala, capital do país

Balada no bar Esperanto, na Cidade da Guatemala, capital do país

El Salvador, Tazumal, Guatemala, Cidade da Guatemala, fronteira, Maia, maya, Ruínas

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Para o alto e avante!

Brasil, Paraná, Pico Paraná, São Paulo, Santos

Auto foto no ponto mais alto da região sul do Brasil, no Pico Paraná - PR

Auto foto no ponto mais alto da região sul do Brasil, no Pico Paraná - PR


Acordei hoje com um pouco de luz na barraca, mas logo fechei os olhos pedindo para que não fose hora de acordar. Voltei a dormir profundamente, estava até sonhando, mas logo o Ro me chamou, todo feliz pois nossas preces tinham sido atendidas, a chuva havia parado! Ainda estava frio e havia muita neblina, não conseguíamos avistar o pico, mas sabíamos que não estava distante dali. Nosso plano era chegar ao cume e depois retornar para desmontar acampamento. Duro foi colocarmos as meias molhadas e a bota encharcada para começar a caminhada.

Nossa barraca no acampamento 2, no Pico Paraná - PR

Nossa barraca no acampamento 2, no Pico Paraná - PR


A trilha segue pela estreita crista da cadeia de montanhas, alguns trechos beirando precipícios imensos. O Ro já conhecia, mas eu tinha que ficar só imaginando que paisagens eu estava perdendo para as nuvens. Fomos vencendo pequenas montanhas tentando descobrir qual delas seria a derradeira até alcançarmos o cume. A cada cocoruto eu pensava, “agora vai” e assim foram uns quatro. A vegetação estava totalmente molhada e lá estávamos nós novamente encharcados. A informação é que subiríamos em 40 minutos, porém com a trilha completamente inundada e escorregadia acabamos levando em torno de uma hora.

A visão (só branco!) do topo do Pico Paraná - PR

A visão (só branco!) do topo do Pico Paraná - PR


Finalmente chegamos ao cume! São os 1870m mais custosos que encontramos até agora, mas a sensação de ter vencido este desafio é maravilhosa, conseguimos! A melhor parte foi quando sentei para descansar e ler algumas páginas do caderno de registros. Quantas pessoas passaram por ali e deixaram suas impressões, mensagens e emoções gravadas para outros, como eu, lerem. Até me emocionei quando encontrei uma mensagem que dizia: “Após 21 anos estou novamente no Pico Paraná! Uma vez escoteiro, sempre escoteiro!”. Enquanto eu a lia para o Rodrigo meus olhos encheram de lágrimas, pois desde os meus tempos de escoteira eu queria ter escalado esta montanha, foi uma forma de me sentir ali, 14 anos mais nova. Sei exatamente o que o cara sentiu enquanto escrevia esta mensagem.

O livro de registros, no topo do Pico Paraná - PR

O livro de registros, no topo do Pico Paraná - PR


O PP dificultou ao máximo a nossa subida, valorizou o passe e quis deixar marcada a sua passagem por estes nossos 1000dias! A caminhada de volta agora era mais tranqüila, sem chuva e com os trechos bem gravados na memória ficava mais fácil. Eu estava super concentrada para o momento da descida das escadas, queria que tudo desse certo, já pensaram ter que chamar o socorro? Nem pensar!

Trecho com corda na trilha do Pico Paraná - PR

Trecho com corda na trilha do Pico Paraná - PR


No final, descer é sempre mais fácil que subir, como dizem, para baixo todo santo ajuda! Principalmente o santo marido, que desceu com a minha mochila nos lances de escada mais difíceis. Cada obstáculo vencido era um passo a mais para a nossa próxima aventura. Até o sol começou a aparecer quando nos aproximamos do Caratuva, é sempre assim, quando estamos indo embora ele aparece.

Bifurcação sinalizada na trilha do Pico Paraná - PR

Bifurcação sinalizada na trilha do Pico Paraná - PR


Esgotados depois da trilha, noite mal dormida na barraca e ainda 4 horas de estrada depois, chegamos a Santos. Estávamos com os contatos para o mergulho na laje todos a postos, mas o celular não estava ajudando. A Laura entrou em ação e conseguiu falar com o pessoal da Nautilus. Assim que o celular voltou à ativa descobrimos que havia entrado um vento “x” que não permitiria a saída de barco para a laje. Um alívio por um lado, pois poderíamos descansar um pouco, nos recompor, cuidar dos equipamentos de camping que estavam enlameados e ainda explorar a região. Por pouco ficamos sem hotel em Santos. Chegando em uma quinta-feira achamos que não haveria problema, mas a cidade estava sediando 2 grandes eventos e todos os hotéis estavam lotados. Fomos salvos pelo Metralha, amigo de Unicamp do Ro que mora lá e conhece tudo! Nos arrumou um flat bem localizado e tinha tudo o que precisávamos depois desta escalada: um banho quente e uma cama confortável... boa noite!

Tempo enevoado descendo o Pico Paraná - PR

Tempo enevoado descendo o Pico Paraná - PR

Brasil, Paraná, Pico Paraná, São Paulo, Santos, Escalada, Montanha, Trekking

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Civilização Lima

Peru, Lima

Visita às ruínas da Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru

Visita às ruínas da Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru


Lima é uma cidade moderna, com 7 milhões de habitantes, que poderia estar localizada em qualquer parte da Europa ou EUA. Shoppings, largas avenidas, arranha-céus, trânsito, poluição.... Enfim, tudo de bom e ruim que acompanham qualquer grande cidade no mundo.

Deliciosa casa de sucos e sanduíches em Miraflores, em Lima - Peru

Deliciosa casa de sucos e sanduíches em Miraflores, em Lima - Peru


O que encontramos aqui hoje que, este não, não pode ser encontrado em qualquer lugar, é uma jóia arqueológica desconhecida inclusive pelos próprios limeños, as Ruínas de Huaca Pucllana. Localizada no coração da municipalidade de Miraflores, a Huaca Pucllana começou a ser escavada há apenas 30 anos. Com o crescimento do turismo e a definição de Miraflores deste como um bairro turístico, as autoridades acharam por bem finalmente descortinar todos os mistérios e a história escondida embaixo deste cerro de areia em pleno centro comercial e residencial.

As ruínas da Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru

As ruínas da Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru


Há muito tempo já se sabe da existência destas ruínas, Incas, Huaris e outras civilizações marcaram sua presença ali, seja com respeito e temor ou profanando suas tumbas em busca de ouro ou até mesmo para demonstração de poder e dominação. Os Limas, assim como todos os outros povos pré-incaicos, possuem este nome devido à localização, dentro da cidade de Lima. Não existe nenhum resquício de linguagem escrita que possa dar pistas sobre sua origem, nome ou língua que era utilizada.

Antigo vaso Lima remontado na Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru

Antigo vaso Lima remontado na Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru


Existe, porém, uma imensa construção feira em tijolos de adobe e conchas marinhas, com uma tecnologia tão avançada para aqueles tempos, que resistiu à mais de 1500 anos de terremotos e intempéries. Os tijolos de adobe eram colocados verticalmente e com espaço entre eles, para que pudessem absorver as ondas sísmicas, formando várias camadas dentro de um mesmo muro.

As ruínas da Huaca Pucllana antes de serem escavadas pelos arqueologistas (em Miraflores, bairro de Lima - Peru)

As ruínas da Huaca Pucllana antes de serem escavadas pelos arqueologistas (em Miraflores, bairro de Lima - Peru)


Até agora foram encontrados 2 templos da Civilização Lima, sendo Huaca Pucllana o mais pesquisado e provavelmente o mais importante de todos. Ele seria dedicado à um Deusa, a qual eram oferecidos sacrifícios de mulheres, notadamente importantes por seu papel na fertilidade e como fonte da vida. Os Limas acreditavam que deveriam dar aos deuses sempre o que possuíam de melhor e por isso a maioria das mulheres oferecidas era mais velhas (em torno de 25 anos) e não eram virgens, comprovando mais uma vez a sua fertilidade.

Representação de como seria a vida na Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru

Representação de como seria a vida na Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru


Nesta huaca foram encontradas muitas tumbas, pois eles acreditavam que sua alma continuava vivendo em um plano espiritual e por isso eram enterrados com comidas, roupas, ferramentas de trabalho e inclusive com a companhia de algum ente querido, como uma criança, por exemplo. Uma das tumbas era de uma tecelã, que possuía então além de comidas, lãs de llama, algodão e um bebê, provavelmente sacrificado para que a acompanhasse em sua outra vida. Curioso é que eles acreditavam que a alma apenas existiria se seu corpo fosse mantido intacto e por isso os Huaris (700d.C a 1300d.C) não pensaram duas vezes em chegar ali e queimar as múmias e ocuparem suas tumbas.

Representação de ritual do Povo Lima na Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru

Representação de ritual do Povo Lima na Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru


Pescadores e caçadores, os Limas possuíam diferentes castas e os pescadores, fatia mas pobre da população, pagava seus tributos oferecendo seu trabalho à Deusa. Foram encontradas pegadas em argila do local onde seriam produzidos os adobes para a construção do templo. Eles se alimentavam de mariscos e peixes e suas cerâmicas indicam que conheciam e inclusive caçavam grandes animais marinhos, como o tubarão branco! Foram encontrados dentes deste tubarão nas escavações. Incrível!!! Deviam ser muito bravos e destemidos, como será que o pescaram em suas pequenas embarcações?

As ruínas da Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru

As ruínas da Huaca Pucllana, em Miraflores, bairro de Lima - Peru


A visita à Huaca Pucllana foi impressionante! Uma infinidade de informações e cultura ali, no meio da cidade! Essa proximidade inclusive fez com que um sítio arqueológico de aproximados 200 hectares tenha se reduzido a apenas 6 hectares, o restante hoje faz parte das fundações das casas e edifícios dos seus arredores.

A Praça do Amor, em frente ao mar, em Lima - Peru

A Praça do Amor, em frente ao mar, em Lima - Peru


Enquanto ainda digeríamos tanta cultura e informação, fizemos uma longa caminhada até a Praça dos Amores, já bem próximos ao bairro de San Isidro, onde mora a elite de Lima. Clubes de tênis imensos não deixavam dúvida. Aproveitamos o tempo nublado, comum aqui durante quase 6 meses de inverno, para caminhar até o Shopping Larcomar, com uma bela vista do Bairro de Barranco e do mar. Assistimos no cinema o filme Planeta dos Macacos - A Origem (ou Planeta los Símios, em español). Bom filme para descontrair o fim de tarde e um belo jantar em San Isidro. Esta foi infelizmente a nossa despedida de Lima, onde poderíamos ficar tranquilamente por um mês, explorando, aprendendo espanhol e mais sobre a cultura peruana. Amanhã seguimos para Huaráz, de volta aos esportes de montanha e paisagens andinas.

Noite no shopping Larcomar, em Miraflores, Lima - Peru

Noite no shopping Larcomar, em Miraflores, Lima - Peru



Dica Gastronômica

Fogo na crosta de sal que cobre o nosso peixe em restaurante de comida peruano-japonesa em  Lima, capital do Peru

Fogo na crosta de sal que cobre o nosso peixe em restaurante de comida peruano-japonesa em Lima, capital do Peru


À noite fomos ao restaurante Costanera 700, para conhecer a famosa cozinha de fusão peruana-japonesa. Um ceviche maravilhoso e um peixe assado com uma crosta de sal e pisco, sensacional! Ele nos foi indicado por um amigo somelier chileno que hoje vive em Arequipa. Vale a pena conferir!

Bom vinho e saborosa comida em jantar chique em Lima, capital do Peru

Bom vinho e saborosa comida em jantar chique em Lima, capital do Peru

Peru, Lima, Civilização Lima, Gastronomia, gatos, Larcomar

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Revisitando a cidade natal

Brasil, Paraná, Curitiba

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR


Quase 29 anos de idade, 27 destes vividos em Curitiba. Sempre fui orgulhosa da minha cidade natal, desde que me lembro por gente! A gestão de Jaime Lerner, seguida de toda a sua equipe foi transformando Curitiba, que mesmo sendo a capital do Estado sempre teve ares interioranos. Uma cidade que não tinha muitos atrativos e de repente tornou-se referência em urbanismo, transporte público, pioneira na reciclagem do lixo que não é lixo, como foi apelidado o lixo reciclável aqui. Esta campanha educativa foi a primeira campanha publicitária de que me lembro, um case de sucesso! Era a Família Folha cantando o jingle “lixo que não é lixo, não vai pro lixo, SE-PA-RE.”

Poste de iluminação que funciona com energia solar, no Parque Barigui, em Curitiba - PR

Poste de iluminação que funciona com energia solar, no Parque Barigui, em Curitiba - PR


Cidade modelo, planejada não possui apenas parques, possui receptores de águas pluviais. Os parques de Curitiba, Tanguá, Tingui, Barigui, Bosque do Alemão, Bosque do Papa, e muitos outros foram planejados com esta função, após diversos alagamentos sofridos pela cidade. Todos eles hoje são parte dos atrativos turísticos de uma cidade que cada vez mais está nos roteiros turísticos de muitos brasileiros. Percebi isso hoje, quando revisitei a cidade com outros olhos, não mais os olhos de uma moradora, mas sim os olhos de uma turista.

A antiga Torre da Telepar, em Curitiba - PR

A antiga Torre da Telepar, em Curitiba - PR


Começamos o nosso tour pela Torre da Telepar, hoje patrocinada pela Oi. Lembro quando eu era pequenininha e fui com a turma da escola, mas minha visão foi completamente diferente. Hoje ver a cidade lá de cima foi o máximo, localizar bairros, os parques, ver como o Bigorrilho se transformou em “Champagnat” e como o meu querido bairro da faculdade, o Mossunguê, se tornou “Ecoville”. Essas curitibanisses que só sabe e pode falar quem é daqui mesmo! Até a faculdade Tuiuti pude ver lá de cima, ou melhor não pude ver... o prédio que era antiqüíssimo pegou fogo há alguns anos e finalmente foi demolido, estava “na chon” como dizia Dona Armênia.

Pertinho da capivara preguiçosa, no Parque Barigui, em Curitiba - PR

Pertinho da capivara preguiçosa, no Parque Barigui, em Curitiba - PR


Nossa segunda parada foi o Parque Barigui, belíssimo e democrático como sempre. Corredores e esportistas, dentre pagodeiros e botequeiros, madames passeando com seus poodles cor-de-rosas ao lago das preguiçosas capivaras. A vista do outro lado do lago é sempre uma afronta, casas maravilhosas destacam ainda mais a arquitetura kitsch(1) da casa de um famoso político local.

Defile de cães no Parque Barigui, em Curitiba - PR

Defile de cães no Parque Barigui, em Curitiba - PR


Continuamos para o Jardim Botânico e seu palácio de cristal. Hoje mantido por uma parceria público-privada entre a Prefeitura e O Boticário, os jardins estão belíssimos e sua área de exercícios muito bem estruturada. Outro lugar que lembro bem quando foi inaugurado e que não havia mais voltado. Eu e minhas irmãs adorávamos rolar montanha abaixo nos gramados do Botânico. Engraçado, tudo parecida tão maior...

O Palácio de Cristal, no Jardim Botânico, em Curitiba - PR

O Palácio de Cristal, no Jardim Botânico, em Curitiba - PR


Dos Jardins, vamos ao mais moderno e contemporâneo que a cidade hoje guarda, um monumento de Niemeyer, o MON – Museu Oscar Niemeyer - também conhecido como “O Olho”.

O famoso 'Olho', no museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

O famoso "Olho", no museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR


Um espaço delicioso para explorar as diversas manifestações artísticas, exposições e até levar o seu cãozinho passear nos gramados dos fundos. Assim que foi aprovada a lei que multava em R$ 500,00 quem não recolhesse o cocô do seu cachorrinho da calçada ou não usasse coleira e fucinheira (cães acima de 30kg), os amantes de cão adotaram o gramado como área sem lei. Lá no PARCÃO tudo pode, é o paraíso dos cachorros!

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR


É gentein, Curitiba é uma cidade muito especial. Não sei se a vejo assim por que foi onde nasci ou se cada vez mais ela foi se tornando interessante. Bons restaurantes, teatros, cafés, cinemas, parques e museus... Um final de semana será pouco mas já dará um gostinho do que esta cidade tão conhecida por seu provincianismo tem a oferecer.

Entre as árvores do Parque Barigui, em Curitiba - PR

Entre as árvores do Parque Barigui, em Curitiba - PR



(1) Kitsch é um termo de origem alemã (verkitschen) que é usado para categorizar objetos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores à sua cópia existente. São freqüentemente associados à predileção do gosto mediano e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões que não são autênticos, tomar para si valores de uma tradição cultural privilegiada. (Fonte: wikipedia).

Brasil, Paraná, Curitiba, Barigui, jardim Botânico, Museu Oscar Niemeyer

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San Salvador

El Salvador, San Salvador

Pintura na parede externa da Catedral de San Salvador, capital de El Salvador

Pintura na parede externa da Catedral de San Salvador, capital de El Salvador


San Salvador, capital de El Salvador, é uma cidade grande com mais de 3 milhões de pessoas somando sua região metropolitana, aproximadamente metade da população de todo o país. Vemos ao fundo o vulcão San Salvador com 1.960m, que quase destruiu a cidade na grande erupção de 1.917.

Vista do alto do nosso hotel em San Salvador, capital de El Salvador

Vista do alto do nosso hotel em San Salvador, capital de El Salvador


Uma forma de conhecer bem a cidade, sua história e diferentes faces é ir direto para o centro. A Igreja do Rosário é o ponto de partida deste tour. Por fora tem uma estrutura feia de cimento, escura, suja e nada convincente. Por dentro, porém, seus vitrais coloridos fazem um reflexo sobre as paredes escuras, formando um prisma colorido, uma espécie de arco-íris, que colore e dá um ar de magia ao lugar.

O belo interior da moderna Igreja do Rosário, no centro de San Salvador, capital de El Salvador

O belo interior da moderna Igreja do Rosário, no centro de San Salvador, capital de El Salvador


Caminhamos um pouco pelas ruas caóticas, sujas e lotadas, onde quase fui “atacada” por uma senhora, que deve ter visto em mim um diabo ou a mulher do seu ex-marido, por que veio correndo em minha direção, ensaiou um tapa no meu rosto e saiu sem tocar um dedo em mim, mas deixando clara sua indignação. Eu não tinha nada ou fiz nada que a pudesse ter despertado esse sentimento nesta senhora. Claro ficou que ela era meio maluca, coitada. Seguimos pelas ruas do centro histórico e comercial, passando pelas praças La Libertad e Plaza Barrios.

O Palacio Nacional, sede do governo no centro de San Salvador, capital de El Salvador

O Palacio Nacional, sede do governo no centro de San Salvador, capital de El Salvador


Na praça batemos um papo com um mendigo viajante, ele já tinha ido ao Brasil, passado por diversas cidades na América Latina e agora, estava ali, perdido na praça pedindo 5 centavos para poder comer. São cenas como esta que nos fazem pensar e querer entender quais foram os absurdos que aconteceram neste país. Um histórico de uma ditadura porca e uma guerra civil, somados à maior densidade populacional da América Central e uma pobreza absurda, só poderia dar nisso.

Trãnsito pesado na volta à San Salvador, capital de El Salvador

Trãnsito pesado na volta à San Salvador, capital de El Salvador


Milhares de camelôs trabalhando com o comércio informal, inundando as ruas de produtos e ofertas que provavelmente não tenham a mesma demanda. Eles precisam tentar ganhar a vida de alguma forma. Caminhamos mais algumas quadras, enquanto Rodrigo me conta a história de Oscar Romero, Arcebispo de El Salvador que em 1980 foi assassinado em plena missa por de manifestar contra as políticas do governo da época.

A Catedral de San Salvador, capital de El Salvador

A Catedral de San Salvador, capital de El Salvador


Chegamos à Catedral Metropolitana, os murais de sua fachada foram criados pelo famoso pintor Fernando Llort. Ele retornou ao país em 1972, depois de uma temporada estudando arquitetura e teologia na França. Suas pinturas sempre representam o cotidiano das vilas, dos campesinos e tem como um dos principais ícones a arte-religiosa. Ele criou a Naïve Art, uma marca que representa a arte moderna salvadoreña em todo o mundo e possui peças expostas no MoMA, Casa Branca e no Vaticano.

A imponente Catedral de San Salvador, capital de El Salvador

A imponente Catedral de San Salvador, capital de El Salvador


À tarde voltamos à paz e calmaria da Zona Rosa, uma grande região da cidade onde vive a maioria da população de classe média-alta e alta. Lá estão os principais shoppings, lojas, serviços, escolas e restaurantes. Um passeio pelo shopping Multiplaza nos mostra que o mundo está cada vez mais pasteurizado, ops, globalizado. Todos aqueles contrastes e aquela vida que vemos no centro, dão a vez para a cultura capitalista regida pelas mesmas marcas, mesmos sonhos e mesmos modelos da vida neste lado do planeta.

Ringue de patinação do gelo no shopping Multiplaza, em San salvador, capital de El Salvador

Ringue de patinação do gelo no shopping Multiplaza, em San salvador, capital de El Salvador

El Salvador, San Salvador,

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Crossing Puerto Rico

Porto Rico, La Parguera

Vista do hotel em La Parguera - Litoral Sudoeste de Porto Rico

Vista do hotel em La Parguera - Litoral Sudoeste de Porto Rico


Acordamos hoje com o maior pique para um programa diferente: explorar as imensas Cavernas do Rio Camuy e conhecer o maior rádio-transmissor do mundo no Observatório de Arecibo! O que é isso? Pois é, eu também não teria idéia se não fosse o James Bond! Lembram aquela antena parabólica gigante dentro de um buraco que o 007 cai rolando para impedir o Golden Eye? Então, é lá mesmo, mas infelizmente não tivemos sucesso na empreitada, os dois parques fecham segundas e terças-feiras e precisamos mudar os planos.

Próxima parada, Cerro Punta! O pico mais alto de Porto Rico que possui em torno de 1.400m. Havíamos nos informado com a Bernice (vejam mais detalhes sobre ela no blog do Rodrigo), e ela nos disse que poderíamos ver toda a ilha lá de cima se o dia estivesse aberto. Mudamos de estrada e seguimos para La Carretera Panorâmica! Urgh, eu já embrulho só de pensar, essas rotas panorâmicas são lindas, mas tem tantas curvas que me dão o maior enjôo. Bem, lá fomos nós, de novo parecia que estávamos no Brasil, montanhas e mais montanhas com muito verde, mata, rios e bambuzais. Lindo demais! Passamos por uma das entradas do parque, que no mapa claramente estava muito distante do Cerro Punta, então seguimos adiante em busca da outra entrada. Quando vimos já estávamos lejos, muy lejos e não tinha entrada coisa nenhuma. A esta altura acho que o Ro já estava meio cansado e eu, verde, não tinha condições de interagir.

Depois de cruzarmos quase metade do país, decidimos ir para o nosso próximo destino previsto para a semana, a cidade de Parguera, um dos melhores pontos de mergulho da ilha! Juro, nossa intenção era de fazer programas diferentes, mas em uma ilha de 130 x 40km depois de 4h no volante, não tínhamos mais onde chegar senão no litoral. Amanhã já está agendado mais um mergulho em uma parede com uns 30 metros de visibilidade e à tarde, praia! Peço desculpas aos não mergulhadores, mas estamos no Caribe e temos que aproveitar. Os próximos dias atravessando Porto Rico prometem muitas trilhas, cachoeiras, observatórios e cavernas!

Placa de aviso de Tsunami em La Parguera - Litoral Sudoeste de Porto Rico

Placa de aviso de Tsunami em La Parguera - Litoral Sudoeste de Porto Rico

Porto Rico, La Parguera,

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