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SHUFFLE Há 1 ano: Ceará Há 2 anos: Ceará

Corcovado: Trilhas, Rios, Praias e a Rotina no Parque

Costa Rica, Osa

A neblina dá ares de mistério ao Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

A neblina dá ares de mistério ao Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


O Parque Nacional Corcovado tem uma área grande demais para ser explorada a pé, a não ser para pesquisadores que têm meses a sua disposição. Para visitantes mais “comuns”, como nós, é preciso escolher uma área do parque, para nela se concentrar nos exíguos dias de permanência na região. A área do parque é dividida em alguns “núcleos” que podem receber turistas e, felizmente para nós, um deles, o núcleo Sirena, tem em sua pequena área tudo aquilo que o visitante está procurando: trilhas na mata, acomodação, rios, praias e, acima de tudo, a rica fauna que todos procuram quando vêm para cá.

Em praia de Bahía Drake, pronta para viajar para o  Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Em praia de Bahía Drake, pronta para viajar para o Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Em Bahía Drake, esperando o barco para o Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Em Bahía Drake, esperando o barco para o Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Como expliquei no post anterior, pode-se chegar ao núcleo Sirena através de uma árdua caminhada de dia inteiro vindo de Carate, na área de Puerto Jimenez, ou diretamente de barco, a partir de Bahía Drake. Na verdade, há um terceiro caminho, outra caminhada de dia inteiro, cruzando a península pelo seu interior. Alguns viajantes mais intrépidos chegam por aí e se vão pela trilha de Carate. Para quem tem tempo, parece uma boa alternativa, conhecendo as várias facetas do parque. De qualquer maneira, seriam dois dias inteiros só de caminhadas e nós não tínhamos esse tempo. Optamos pelo acesso de barco para poder passar pouco mais de um dia apenas ao redor do núcleo Sirena, fazendo nossas explorações. Para quem tem um pouco mais de dinheiro no bolso, pode-se voar para lá também! Sirena tem um rústico aeroporto de pista de grama que acomoda pequenos aviões. Vimos e ouvimos dois deles pousando e decolando no meio da selva, numa exótica cena que nos lembra filmes de Indiana Jones...

Em Bahía Drake, embarcando para o Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Em Bahía Drake, embarcando para o Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


De barco, a caminho do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

De barco, a caminho do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Para nós, que optamos pelo barco, o dia começa cedo. Pouco depois das cinco da manhã já estamos de pé, ainda em Bahía Drake. Uma curta caminhada nos leva até a praia, ainda vendo o sol nascer. Na pequena cidade, os poucos hotéis mais chiques e também algumas agências de viagem organizam tours ou excursões de um dia até Sirena. Os barcos partem um pouco depois das seis, chegam ao parque 07:30 e, no início da tarde, dependendo do horário da maré, trazem os turistas de volta. Levam seus guias e comida para o lanche, caminham por algumas das trilhas e dão aos visitantes um gostinho do parque. No nosso barco, éramos os únicos que íamos para ficar, levando roupas, barraca, sacos de dormir e comida para as refeições. Estávamos indo com um grupo de hoje e voltaríamos com um grupo de amanhã. Sempre seguindo as valiosas dicas do nosso amigo guia que encontramos em Puerto Jimenez.

Desembarcando rm praia do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Desembarcando rm praia do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Chegando ao Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Chegando ao Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Quinze minutos depois de termos deixado Bahía Drake para trás e após passarmos pelo último dos hotéis mais chiques, começamos a bordear a área do parque. A densa mata ainda estava envolta na neblina da manhã, um ar de mistério no ar, uma terra virgem a ser explorada. No trecho final, o piloto da lancha tem de ser habilidoso para driblas as fortes ondas do mar, a última “defesa” do parque para que possamos, enfim, desembarcar.

Caminhando na mata para o lodge Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Caminhando na mata para o lodge Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Mapa de trilhas da área de Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Mapa de trilhas da área de Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Não há sinais de civilização na praia, exceto por umas poucas pegadas. Bem no ponto que descemos, uma falha na mata mostra ser a entrada de uma trilha. Por ali chegam os caminhantes que vieram de Carate. A trilha se embrenha para o interior, quase dois quilômetros no meio da mata para chegar até as casas e abrigos que formam o núcleo de Sirena. Já nesse caminho, para quebrar logo o gelo, tivemos um emocionante encontro com a fauna local. Mas isso é assunto para o próximo post, dedicado inteiramente ao maior atrativo do Corcovado: a possibilidade de ver de perto a vida animal em seu próprio habitat.

Caminhando na pista do aeroporto da estação Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Caminhando na pista do aeroporto da estação Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Caminhando em trilha do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Caminhando em trilha do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Chegando à sede do núcleo Sirena, somos recebidos por um guarda-parque que nos mostra o local, o mapa de trilhas e as regras a serem seguidas durante nossa estadia. Por exemplo, nada de caminhar de noite! Depois das seis, todo mundo ali, ao redor do lodge! Nada de dar sorte ao azar!

AS várias barracas no lodge Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica. A nossa é a primeira da direita, em primeiro plano

AS várias barracas no lodge Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica. A nossa é a primeira da direita, em primeiro plano


Cozinhando um delicioso jantar na cozinha do lodge Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Cozinhando um delicioso jantar na cozinha do lodge Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Sirena tem um número limitado de camas em dormitórios para receber visitantes. Mas, como já havia nos avisado o guia em Pueto Jimenez, é muito melhor ficar na barraca mesmo. A razão: o intenso calor que faz por ali! Os quartos são muito quentes e as barracas, armadas em um cômodo sem paredes, mas com teto para nos proteger da chuva, ficam bem mais arejadas. Principalmente porque podemos montá-las sem a parte de cima, já que estamos sob um teto. Fica só a parte de tela para nos proteger dos insetos. É engraçado ver, dez ou doze barracas montadas pela metade, apertadas nessa pequena varanda, o interior de cada uma completamente a vista para quem passar ali do lado.

Comendo um saboroso frango xadrez no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Comendo um saboroso frango xadrez no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Temos acesso a banheiros com água corrente e a uma grande cozinha comunitária, melhor local para socializar com os outros visitantes, principalmente na hora do jantar, quando estão todos ali. A Ana resolveu inovar dessa vez e preparou para o nosso jantar um delicioso frango xadrez. Tínhamos também arroz e suco, uma verdadeiro banquete para aquelas condições. Depois do dia inteiro de caminhadas, não poderia ter sido melhor. As outras refeições (café da manhã e lanches) foram todos feitos à base dos tradicionais sanduíches. Saíamos para percorrer as trilhas com duas pequenas mochilas, uma para a máquina fotográfica e outra para o lanche e comíamos no meio da mata mesmo, ou ao lado do rio, ou na extensa praia, sempre com o cuidado de trazer o lixo de volta.

Flores vermelhas se destacam em meio ao verde da floresta do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Flores vermelhas se destacam em meio ao verde da floresta do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Árvore multi-centenária no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Árvore multi-centenária no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Uma vez instalados, estudamos bem o mapa de trilhas. São diversas delas, para todas as direções, com extensão de poucos quilômetros. Com um pouco de planejamento, é possível combiná-las em loops de forma a quase não repetir caminhos. Algumas trilhas seguem ainda mais para o interior, outras nos levam até a praia e algumas vão em direção aos dois rios que marcam os limites do núcleo Sirena.

Rio Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica. O aviso é por causa dos tubarões e dos crocodilos!

Rio Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica. O aviso é por causa dos tubarões e dos crocodilos!


O rio Sirena, frequentado por crocodilos e tubarões, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

O rio Sirena, frequentado por crocodilos e tubarões, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Um dos rio é o que deu nome a essa área: Sirena. É o mais caudaloso e nadar ali é proibido, além de não ser mesmo muito recomendável. A razão é simples: suas águas são frequentadas por crocodilos e tubarões. Isso mesmo, tubarões! Quando a maré está enchendo, os tubarões-touro entram rio adentro procurando alimento; Não é muito sábio estar em seu caminho. Normalmente, apenas as grandes marés lhe dão espaço para cruzar pela foz, mas nunca é bom arriscar. Além disso, mesmo que eles não estejam por lá, tem sempre o risco dos crocodilos. Assim, o melhor é apenas caminhar pela sua orla, olhos atentos para ver se observamos algo mais “interessante”.

Procurando tubarões-touro na foz do rio Sirena, Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Procurando tubarões-touro na foz do rio Sirena, Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Garças na foz do rio Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Garças na foz do rio Sirena, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


O outro rio é o Claro. Com menos água, é por ele que cruzam os caminhantes que vem de Carate. Na maré baixa, claro!. Um pouco mais acima, no leito, pedras e corredeiras afastam tubarões e crocodilos e formam belas piscinas naturais, convite irrecusável para um bom mergulho. Aí relaxamos no final da tarde do nosso primeiro dia no parque, depois de muitos quilômetros de trilhas percorridas. Tanto gostamos que arrumamos tempo para voltar no dia seguinte, antes da nossa volta, para um novo e refrescante mergulho.

O rio Claro, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

O rio Claro, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Nadando no belo e seguro rio Claro, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Nadando no belo e seguro rio Claro, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Aliás, além do rio Claro, a única outra opção para se refrescar são os chuveiros do lodge. A extensa praia de mar também é tentadora, mas nadar aí não é aconselhável Tanto pelas pedras como pelos tubarões-touro que, dizem, estão sempre por ali. Percorrendo as várias trilhas, passamos algumas vezes pela praia e aí observamos um inesquecível pôr-do-sol. Desses de cinema, o sol entrando devagarinho na água, a densa mata atrás de nós, natureza pura de todos os lados. Tudo isso a sós, eu, a Ana e aquele pedaço maravilhoso de mundo chamado Corcovado. A trilha sonora era de pássaros e macacos, cantando e gritando. Um espetáculo!

Caminhando na praia do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Caminhando na praia do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Trilha nos leva até o mar, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Trilha nos leva até o mar, no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Do alto de um 'mirante', observando a longa praia do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Do alto de um "mirante", observando a longa praia do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Nesses nossos dois dias em Sirena, creio que haviam umas outras cinquenta pessoas por lá. De noite, no lodge, fica movimentado. Mas quando saímos às trilhas, ficamos completamente sós (estou me referindo a seres humanos!), cruzando pessoas apenas a cada 30 ou 40 minutos, todos envoltos em suas próprias explorações. Pelo histórico e pelo que observamos, a área é bem segura, tanto com relação aos animais como a outros “perigos” também. Por exemplo, nesses dois dias, lá estavam dois grupos de mulheres, estudantes em San Jose. Vieram caminhando sem guias, cada grupo com cinco meninas, e por aqui perambulavam para lá e para cá, sem que ninguém as molestasse. Era até meio surreal caminhar no meio da mata por uma hora sem ver ninguém (exceto os bichos) e, de repente, cruzar com elas em sentido contrário, cinco moças de biquíni voltando do rio. “Será que estamos no meio de uma mata primária nos confins da Costa Rica, ou estamos em um resort?”, era a dúvida que vinha na minha cabeça, diante daquela situação inusitada.

Curtindo o entardecer no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Curtindo o entardecer no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Um belíssimo pôr-do-sol na costa do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Um belíssimo pôr-do-sol na costa do Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica


Enfim, essas cerca de 30 horas no parque foram suficientes para percorrermos quase todas as trilhas, algumas mais de uma vez, e observarmos uma incrível quantidade de animais selvagens. Essa é, sem dúvida, a parte mais emocionante da viagem! Do momento em que pusemos os pés na praia até a hora de retornar, esperando junto com os barqueiros até que a maré enchesse e pudéssemos partir, a vida selvagem sempre esteve ao nosso redor, no alto das árvores, no solo da floresta, voando, caminhando ou nadando, Assunto para o próximo post!

Admirando o mágico pôr-do-sol e o céu colorido de 50 tons de laranja no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Admirando o mágico pôr-do-sol e o céu colorido de 50 tons de laranja no Parque Nacional Corcovado, na Península de Osa, no sul da Costa Rica

Costa Rica, Osa, Corcovado, Parque, Sirena, trilha

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North Caicos

Turks e Caicos, Providenciale - Provo, North Caicos - Whitby

Vista do nosso quarto na pousada Pelicane,em North Caicos

Vista do nosso quarto na pousada Pelicane,em North Caicos


Após o habitual stress de todas as manhãs com compromisso, embarcamos no moderno e veloz ferry boat que nos leva de Provo a North Caicos em meia hora. Se fosse numa das barcas da Ilha do Mel, acho que seriam umas 2 horas, no mínimo!

Nesta manhã, o stress acho que foi um pouco maior. Além de deixarmos para arrumar tudo na própria manhã (mochilas que vão, mochilas que ficam, checkout do hotel, achar um táxi, etc), chegamos ao porto com muito pouco dinheiro em cash para os próximos dois dias. Ocorre que em North e Middle Caicos, não se aceita cartão. O banco qua havia por lá quebrou e deixou todo mundo na mão. Agora, só em dinheiro vivo, da verdinha! E nós no porto, o barco para zarpar, com vários cartões de crédito inúteis. Bom, depois de alguns telefonemas lá da administração, conseguimos achar uma santa que alugaria um carro (imprescindível, por lá) no cartão. Faltava só o hotel. Para a comida, tínhamos dinheiro! Embarcamos. Qualquer coisa, dormiríamos no carro ou na praia mesmo!

Barco que faz a ligação entre Provo e North Caico

Barco que faz a ligação entre Provo e North Caico


Voamos sobre o mar esmeralda (um show!) e logo chegamos em Sandy Point, em North Caicos, onde encontramos a senhora do Pelican, que aluga carros. Para nossa felicidade, ela também tem um hotel. Dois coelhos numa cajadada só!

Havia mais de 10 anos que eu não dirigia na mão inglesa. Nas movimentadas estradas de North e Middle Caicos, onde em dois dias cruzamos uns 3 carros, rapidamente me acostumei. Nosso primeiro carro alugado da viagem! Agora, falta a moto (ou scooter), depois de tanto trabalho e correria para se conseguir a carteira de habilitação!

Pequeno lago com 80 m de profundidade em North Caicos - Turks e Caicos

Pequeno lago com 80 m de profundidade em North Caicos - Turks e Caicos


Popularmente conhecida como 'Senzala'

Popularmente conhecida como "Senzala"


Antes de seguir para o hotel já passamos em duas das atrações turísticas da ilha. A primeira, uma pequena lagoa de água meio turva, cheia de pássaros e com mais de 80 metros de profundidade. Mal acostumados que estávamos com o Dean's Blue Hole, achamos o barrento Cottage Pond meio sem graça. Depois, seguimos para as ruínas do Wade's Plantation. É o equivalente inglês de latifúndio. Bom, latifúndio, dependendo da escala. Pode ser grande por aqui, mas se fosse no Brasil, deste tamanho, não chegava nem a sítio. Chácara, talvez. De qualquer maneira, tinha o Slave's Quarter (a popular "senzala", no Brasil. Em inglês, fica mais chique), a Casa Grande, etc... Enfim, as ruínas são meio mais ou menos. Legal é a história por trás. O pessoal que lutou a favor do rei, na independência americana, foi recompensado com terras nas Bahamas e por aqui. Se deram bem por um lado (clima, mar) mas não durou muito não. Em uma geração, uma combinação de solo pobre, furacões e a guerra de 1812 ente EUA e Inglaterra acabou com as plantations daqui. Só sobraram as ruínas e os nomes das famílias, que continuam nos sobrenomes de todos por aqui.

Mar em frente à pousada em North Caicos

Mar em frente à pousada em North Caicos


Por fim, fomos ao hotel e à maior atração turística da ilha: suas praias maravilhosas e semi-desertas. O hotel, Pelican Beach Hotel, fica bem em frente à praia, assim como o nosso quarto. A vista que tínhamos era de chorar! O clima era bem parecido com o da Ilha do Mel, tranquilo, relaxado. A diferença era esse mar, sem igual. Até covardia comparar...

Passamos o resto do dia andando e relaxando na praia e socializando com o Cliff, dono do hotel e ex-piloto de avião e com a Maqui, que trabalha para ele, imigrante dominicana. Muito simpáticos, os dois. E eu e a Ana mandando ver no inglês e no castelhano.

No início da noite, um bônus para esse dia incrível: um lançamento de foguete, lá na Flórida, a centenas de quilômetros de distância, se transformou num show para nós, iluminando a noite com uma luz estranha que demoramos para decifrar. OVNI? Avião? Satélite? Que nada! Foguete americano! Muito legal mesmo! Deu para ver o primeiro estágio se separar do segundo e seguir sua viagem enquanto o primeiro despencava pelos céus.

Que incrível! Nós, perdidos na periferia da periferia de uma ilha, no meio do oceano e, para nos lembrar que estamos no séc XXI, um foguete passa sobre as nossas cabeças!

Boteco da Pousada Pelicane, em North Caicos

Boteco da Pousada Pelicane, em North Caicos


Bom, e para nos lembrar que não estávamos no paraíso, a partir do início da noite milhões de mosquitos nos atacaram. Tivemos de abandonar o tão agradável quiosque à beira mar e nos refugiar atrás das santas telas protetoras, primeiro no restaurante e depois no nosso quarto.

O resultado final do dia foi descobrir que Turks e Caicos tem alma e que ela é parecida com a alma da Ilha do Mel. Que legal!

Turks e Caicos, Providenciale - Provo, North Caicos - Whitby, Praia

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Maringá e Londrina

Brasil, Paraná, Maringá, Londrina

Uma das muitas cores da iluminação da Catedral de Maringá, no norte do Paraná

Uma das muitas cores da iluminação da Catedral de Maringá, no norte do Paraná


Ontem de manhã, depois da nossa visita à Gruta Azul em Bonito, o nosso destino passou a ser Curitiba, no Paraná. Finalmente, depois de dois anos e dois meses, era a hora de voltarmos ao estado onde um dia, vivemos e trabalhamos. Nossa última vez por lá já foi durante a expedição 1000dias. Após a longa viagem que nos levou até as Guianas e de volta para acompanhar o aniversário de um ano da nossa querida sobrinha, deixamos o Paraná definitivamente em Julho de 2011, rumo ao Paraguai. Desde então, Paraná, só pelo Skype! Chegou a hora de retornarmos mais uma vez!


Nosso roteiro de Bonito (1), no MS à Curitiba (4), capital paranaense, passando por Maringá (2), onde dormimos, e Londrina (3), onde almoçamos

Mas a viagem de Bonito à Curitiba é bem longa, cerca de 1.300 km, e teríamos de parar em algum lugar. Isso, na verdade, não foi nenhum problema. Aliás, na verdade, foi solução! Afinal, no caminho do nosso rumo estavam Maringá e Londrina, duas cidades que há muito eu queria conhecer. Decidimos dormir em alguma delas, dependendo do quanto rendesse a viagem e do nosso cansaço na estrada. A outra conheceríamos ou no final da tarde de ontem ou durante o almoço de hoje. Dois coelhos com uma só cajadada! E assim foi, despedimo-nos do Chico, que tinha sua própria longa viagem até São Paulo e fomos atravessando todo o leste do Mato Grosso do Sul até entrarmos em São Paulo em Presidente Epitácio. Mais uns bons quilômetros pela Raposo Tavares e viramos para o sul, rumo ao Paraná e à Maringá. As sempre belas árvores de araucária foram o sinal claro e de boas vindas que havíamos, enfim, chegado ao estado natal.

A bela Catedral de Maringá, no norte do Paraná

A bela Catedral de Maringá, no norte do Paraná


A vistosa Catedral de Maringá, no norte do Paraná

A vistosa Catedral de Maringá, no norte do Paraná


Na verdade, Paraná é o estado natal da Ana. Eu sou mineiro, com muito orgulho! Mas cheguei ao Paraná de mala e cuia em 2002 e, aos poucos fui ficando meio paranaense também. Ainda tenho muito o que aprender, mas já me sinto em casa quando vejo uma araucária pela frente. Enfim, viajante que sou, assim que cheguei ao estado há 12 anos, tratei de dedicar quase todos meus finais de semana durante meu primeiro ano de casa nova para conhecer Curitiba e o Paraná. Na capital, seguia a pé para todos os bairros, em longas caminhadas. No estado, fiz uma lista de cidades na praia e no interior e tratei de conhecer cada uma delas. Ao final, entre praias e cachoeiras, montanhas e cidades históricas, foram quase todas, da Ilha do Mel e Morretes à Lapa e Foz do Iguaçu, passando por Prudentópolis e Tibagi. Mas, da minha lista original, sobraram duas, lá no norte do estado, cidades grandes, sem atrativos naturais, mas com intensa vida urbana: Maringá e Londrina.

Uma das muitas cores da iluminação da Catedral de Maringá, no norte do Paraná

Uma das muitas cores da iluminação da Catedral de Maringá, no norte do Paraná


As duas cidades tem histórias parecidas. Na década de 20, um grupo de capitalistas ingleses, liderados por Lord Voat (um lorde inglês no Brasil... que chique!) se interessou pelo grande potencial econômico de uma extensa faixa de terras no norte do estado, ainda bem pouco ocupada. Fundam a empresa Companhia de Melhoramentos do Norte do Paraná e conseguem que o governo do estado lhe ceda o direito de explorar a área, em troca da construção de uma ferrovia. Ao longo de toda a nova linha férrea são fundadas cidades e a região é dividida em inúmeros loteamentos urbanos e rurais que são, aos poucos comercializados pela companhia. Boa parte das novas cidades são batizadas com nomes indígenas da região, como Arapongas, Apucarana ou Umuarama. Mas algumas poucas ganham outros nomes, como é o caso de Maringá e Londrina. O nome dessa última vem do fato que, ao perceber os constantes nevoeiros nas florestas onde hoje se encontram a cidade, os ingleses resolveram fazer uma homenagem à capital de seu país, Londres, conhecida também pela constância das neblinas, o famoso “fog londrino”. Nascia a Londres brasileira, a nossa Londrina.

Pronta para passeio no Parque do Ingá, em Maringá, no norte do Paraná

Pronta para passeio no Parque do Ingá, em Maringá, no norte do Paraná


Caminhando no Parque do Ingá, em Maringá, no norte do Paraná

Caminhando no Parque do Ingá, em Maringá, no norte do Paraná


As duas cidades se desenvolveram rapidamente, atraindo imigrantes de diversas partes do Brasil e do mundo, todos atrás das terras férteis da região. A cultura do café logo se desenvolveu por aqui e, no início da década de 60, Londrina chegou a ser responsável por quase metade de toda a produção mundial dessa planta. Mas uma geada devastadora em 1975 destruiu todas as plantações e o café nunca mais recuperou o vigor de outrora. Mas a essa altura as duas cidades já estavam com suas economias desenvolvidas e diversificadas, tendo se tornado também centros culturais e polos estudantis. Uma história bem interessante, ainda mais porque um dos ingleses que veio trabalhar na tal Companhia de Melhoramentos é, por tabela, um parente meio distante. Por isso, já estava mais do que na hora de conhecer as duas cidades que tanto se parecem com as ricas cidades do interior de São Paulo (onde também vivi tanto tempo), vizinhas tão ou mais próximas que a própria capital paranaense.

O lago do Parque do Ingá, em Maringá, no norte do Paraná

O lago do Parque do Ingá, em Maringá, no norte do Paraná


A boa e velha garapa, vendida no Parque do ingá, em Maringá, no norte do Paraná

A boa e velha garapa, vendida no Parque do ingá, em Maringá, no norte do Paraná


Enfim, já no meio da tarde de ontem, após algumas centenas de quilômetros na estrada, já decidimos por dormir mesmo em Maringá, a primeira cidade em nosso roteiro. Afinal, só até lá já foram quase 800 km de distância. Chegamos à cidade de noite e cansados, encontramos um hotel no centro a ainda arrumamos forças para ir visitar o principal marco arquitetônico de Maringá: sua peculiar Catedral!

Desfile de 7 de Setembro, em Maringá, no norte do Paraná

Desfile de 7 de Setembro, em Maringá, no norte do Paraná


Desfile de carros antigos no Sete de Setembro, em Maringá, no norte do Paraná

Desfile de carros antigos no Sete de Setembro, em Maringá, no norte do Paraná


Trata-se de um dos mais altos monumentos da América do Sul, com mais de 120 metros de altura. Uma espécie de cone de concreto, com um amplo interior e cuja fachada fica mais bela de noite do que de dia, por causa da iluminação que muda de cores. Por alguns segundos a catedral parece verde, depois fica roxa e mais tarde, esbranquiçada. Chegamos ali bem na hora da celebração de um casamento, mas foi mesmo a parte de fora da Catedral que nos impressionou mais.

A Catedral de Maringá, no norte do Paraná

A Catedral de Maringá, no norte do Paraná


Encontro com o André Iki, que acompanha nossa viagem lá de Maringá, no norte do Paraná

Encontro com o André Iki, que acompanha nossa viagem lá de Maringá, no norte do Paraná


Hoje cedo, fomos passear e correr no Parque do Ingá, bem em frente ao nosso hotel e uma das principais áreas verdes da cidade. O engraçado é que o simpático parque é super movimentado em sua parte perimetral, do lado de fora das grades, onde todos fazem seus exercícios, enquanto as trilhas arborizadas do seu interior ficam praticamente vazias. Nós conhecemos os dois lados, uma corrida de 3 km por seus limites e um passeio tranquilo pela mata e lago da parte interna. Ao final, para se refrescar e recuperar as energias, o tradicional caldo de cana nos portões do parque.

O André Iki nos mostra o Jardim Japonês de Maringá, no norte do Paraná

O André Iki nos mostra o Jardim Japonês de Maringá, no norte do Paraná


O Jardim Japonês, em Maringá, no norte do Paraná

O Jardim Japonês, em Maringá, no norte do Paraná


Depois, um passeio rápido pelas ruas centrais, onde ocorriam os desfiles de 7 de Setembro, movimentando desde escolares até clubes de carros antigos. Por fim, já de carro, voltamos mais uma vez à catedral, para conhecê-la de dia. Muito imponente, mas é mesmo mais bela de noite! Foi quando tirávamos fotos que conhecemos o simpático André Iki, mais um representante da numerosa colônia de imigrantes japoneses da cidade. Ele, na verdade, já nos conhecia, pois acompanha nossos blogs e nossa viagem há bastante tempo, Ficou bem feliz de ver a Fiona em sua cidade, onde jamais tinha imaginado que passaríamos. Fez muita festa para nós e até nos fez sentir importantes, hehehe!

O Jardim Japonês, em Maringá, no norte do Paraná

O Jardim Japonês, em Maringá, no norte do Paraná


Com o André no Jardim Japonês de Maringá, no norte do Paraná

Com o André no Jardim Japonês de Maringá, no norte do Paraná


Antes de seguirmos viagem, ainda nos levou para conhecer um parque novo na cidade, o Jardim Japonês. Aí tiramos mais fotos, despedimo-nos do novo amigo e seguimos viagem para a vizinha Londrina, onde chegamos a tempo de almoçar.

Praça na cidade de Londrina, no norte do Paraná

Praça na cidade de Londrina, no norte do Paraná


A CAtedral de Londrina, no norte do Paraná

A CAtedral de Londrina, no norte do Paraná


O centro da cidade estava bem deserto, todos aproveitando o feriado para viajar ou descansar em casa. Além de um delicioso almoço em um restaurante famoso que também existe em Curitiba, ainda passeamos um pouco pelas avenidas, ruas e praças centrais. Visitamos a catedral da cidade e um dos teatros onde se realiza o FILO, um dos maiis movimentados festivais de arte do Brasil. Por fim, não poderia faltar uma foto em uma das cabinas telefônicas vermelhas que são a cara de Londres e que, me parece, começam a ser instaladas aqui em Londrina. Será que aqueles charmosos ônibus vermelhos de dois andares também vão aparecer por aqui?

Um dos teatros de Londrina, no norte do Paraná

Um dos teatros de Londrina, no norte do Paraná


Cartaz do Festival de Londrina, no norte do Paraná, um dos mais importantes do país

Cartaz do Festival de Londrina, no norte do Paraná, um dos mais importantes do país


Gostaríamos muito de ter ficado até mais tarde e conhecido a movimentada noite da cidade, mas a saudade batia forte e a vontade de chegar em Curitiba e rever parentes e amigos era cada vez mais forte. Assim, mais algumas horas de asfalto e muitas curvas e pedágios (outra marca paranaense!), já no escuro da noite de 7 de Setembro, finalmente, regressávamos à Curitiba para uma temporada de pouco mais de uma semana. No cardápio, muitos reencontros e também, muita burocracia. Assuntos para os próximos posts...

Londres? Quase! É  Londrina, no norte do Paraná

Londres? Quase! É Londrina, no norte do Paraná

Brasil, Paraná, Maringá, Londrina, história

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Parc de La Mauricie

Canadá, Quebec, Parc National de La Mauricie

Um dos muitos lagos no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Um dos muitos lagos no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Depois de duas grandes cidades, agora queríamos conhecer um pouco da exuberante natureza do Canadá. O país é famoso pela beleza de seus Parques Nacionais e somente na província de Quebec são dezenas deles. Ficamos até tontos com tantas possibilidades, principalmente com o pouco tempo que temos por aqui. Era preciso fazer nossas escolhas...

Algumas folhas se adiantam e já tem a cor do Outono, no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Algumas folhas se adiantam e já tem a cor do Outono, no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Foi fácil eliminar de cara aqueles que só são acessíveis de avião e de barco. Apesar das belezas selvagens ali existentes, não estão ao nosso alcance, pelo menos não dessa vez. Pela grande distância, eliminamos vários outros. Como já disse algumas vezes, Quebec é do tamanho do estado do Amazonas e, para chegar ao outro lado da província, seriam necessários alguns dias de estrada.

Lendo informações sobre o processo de formação da maravilhosa paisagem no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Lendo informações sobre o processo de formação da maravilhosa paisagem no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


A Ana começou a ler a descrição dos outros parques, alguns interessantíssimos, em ilhas, na beira do mar, com grandes canyons, com vida selvagem e por aí vai. A vontade e a dúvida só iam aumentando, até que ela chegou no Parc de La Mauricie. Esse tinha de tudo: montanhas, cachoeiras, rios, muitos lagos, vida selvagem e, melhor de tudo, estava na direção e distância corretas. É para lá que fomos hoje!

Fiona em frente ao nosso hotel em Quebec, no Canadá

Fiona em frente ao nosso hotel em Quebec, no Canadá


Saímos já saudosos de Quebec, na direção oeste (que será o nosso sentido ao longo do próximo mês!), ligeiramente para o norte. Aliás, hoje foi o recorde de latitude norte da Fiona. Só será batido novamente depois de termos atravessado os Estados Unidos e entramos novamente no Canadá, em Alberta, aí sim na direção do Alaska. O recorde da viagem, mas sem a Fiona (ela não se conforma!), foi em Ilulissat, na Groelândia. Fomos acima do Círculo Polar Ártico. Recorde imbatível, pois nem no Alaska chegaremos tão “alto”...

Início de trilha no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Início de trilha no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Não demorou muito e atravessamos a zona rural da província, fazendas de trigo e milho espalhadas por uma grande área de planície e chegamos à região montanhosa, prenúncio de que o parque estava próximo. Outro sinal foi a quantidade de lagos, a marca registrada desse parque nacional.

Paisagem do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá, durante a trilha até o Lac Solitaire

Paisagem do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá, durante a trilha até o Lac Solitaire


Pois é, alguns minutos depois e chegamos à entrada do Parc National de La Mauricie. A primeira bela surpresa foi no centro de visitantes, onde uma atenciosa guarda-parque nos recebeu com todas as informações. Dissemos a ela o tempo que tínhamos e do que gostávamos e rapidamente ela já nos deu um mapa e nos sugeriu trilhas e caminhos pelo parque. Muito eficiente, sem nenhuma enrolação. Muito legal!

A Nikon se esgueira para tirar boas fotos no Parc National de La Mauricie, na província de Quebec, no Canadá

A Nikon se esgueira para tirar boas fotos no Parc National de La Mauricie, na província de Quebec, no Canadá


Chegando ao belíssimo Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Chegando ao belíssimo Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


A segunda surpresa foi a estrutura do parque. Dezenas de trilhas muito bem marcadas, uma estrada asfaltada que atravessa toda a parte sul do parque, abrigos bem construídos ao longo das trilhas mais longas, mapas detalhados e painéis explicativos com informações relevantes sobre fauna, flora, geologia e outros assuntos, espalhados pelo parque. Coisa de primeiro mundo.

O maravilhoso Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, na província de Quebec, no Canadá

O maravilhoso Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, na província de Quebec, no Canadá


O maravilhoso Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, na província de Quebec, no Canadá

O maravilhoso Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, na província de Quebec, no Canadá


O Parc de La Mauricie é frequentado no verão por amantes do trekking, ciclistas ou famílias em busca de um bom banho de lago. No inverno, são os esquiadores que procuram o parque para a prática do cross-country. Assim, para os amantes da natureza, há programas o ano todo!

Delicioso banho no Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Delicioso banho no Lac Solitaire, no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Nós, seguindo o roteiro traçado pela simpática guarda-parque, passamos por alguns mirantes, ainda de carro, para observar o rio e alguns lagos e chegamos ao início de uma trilha que nos levaria ao Lac Solitaire, no meio de montanhas. Uma agradável caminhada de poucos quilômetros e pouca inclinação, sempre na sombra agradável das matas nos levou até lá. Paisagem magnífica, bem a cara do Canadá do verão que vemos em filmes: um lago de águas cinematográfico de águas bem calmas cercado por uma mata verdejante que cresce sobre as montanhas (imagino que no inverno a paisagem mude completamente!).

Trilha no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Trilha no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Trilha no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Trilha no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


No alto de uma pedra, bem no primeiro ponto de onde pudemos ver o lago lá embaixo pela primeira vez, aí paramos para a primeira metade do nosso piquenique, com aquele maravilhoso cenário na nossa frente. Os sanduíches ficaram até mais gostosos, hehehe!

Praia em um dos lagos do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Praia em um dos lagos do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Depois, foi descer até o lago para um mergulho inesquecível em suas águas quase virgens. O incrível é que, entre todas as pessoas que encontramos no caminho (umas dez), fomos os únicos a entrar no lago. Incrível mesmo, pois a água nem estava fria e a beleza era indescritível. Um pecado, não nadar ali. Vai entender esses canadenses...

Painel informativo sobre o processo de formação das paisagens do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá, durante a última era glacial

Painel informativo sobre o processo de formação das paisagens do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá, durante a última era glacial


Depois do banho, outro pedaço de caminhada, mais mata e muitos mirantes para outros lagos no caminho. Poderíamos ter optado por trilhas mais longas, que nos levariam até a beira de outros lagos, quiçá para mais mergulhos. Mas ainda tínhamos muitas outras atrações pela frente, além de ainda ter de pegar estrada. Ficamos na trilha mais curta mesmo.

Os lagos e magníficas paisagens do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Os lagos e magníficas paisagens do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Novamente no carro, fomos percorrendo a estrada que atravessa o parque, parando aqui e ali nos diversos mirantes e atrações. Entre elas, uma praia de lago muito frequentada por famílias. Mas, depois do nosso banho privado no maravilhoso “Lago Solitário”, não animamos muito naquela praia cheia de gente. Seguimos em frente até o ponto mais alto da estrada, de onde se observa vários lagos e com diversos painéis explicativos de como as enormes geleiras da última era glacial moldaram o relevo da região, transformando rios em lagos e antigas passagens em vales fechados. Cada vez ais vamos nos impressionando com o “poder de ação” dessas geleiras. Nenhum lugar do Canadá e do norte dos Estados Unidos escapou de sua ação há 20 mil anos. Também, eram quilômetros de gelo passando sobre a mais alta das montanhas. Que força tem a natureza!

Cachoeira no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Cachoeira no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


No meio do caminho, tinha uma cobra! (no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá)

No meio do caminho, tinha uma cobra! (no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá)


Seguimos pela estrada e, muitos lagos depois, chegamos a um ponto para fazer nova trilha. O objetivo agora era chegar a uma cachoeira. Ela nem se mostrou muito bonita, mas o caminho até lá, esses sim valeu a pena. Lagos espelhados, pequenos riachos pelo meio da mata e até uma cobra no nosso caminho. Achamos um recanto bem agradável para a segunda parte do nosso piquenique, ao lado de um simpático riacho e, quem apareceu para nos acompanhar foi um pato desavergonhado, Vinha pedir comida como se fosse cachorro. Com tanta insistência, ganhou fotos e algumas migalhas...

Admirando paisagem do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Admirando paisagem do Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


O pato interesseiro que tentou ficar nosso 'amigo' durante um piquenique no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

O pato interesseiro que tentou ficar nosso "amigo" durante um piquenique no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Enfim, dia delicioso no parque. Se eu viesse morar em Quebec (o que não é má ideia!), seriam vários verões para conhecer cada trilha desse e dos outros parques da província. Programas de aventura não faltariam! Só iria precisar aprender a esquiar, para poder aproveitar no inverno também, hehehe

Fim de tarde e de caminhada no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá

Fim de tarde e de caminhada no Parc National de La Mauricie, província de Quebec, no Canadá


Saímos do parque já nas últimas luzes do dia. Resolvemos seguir viagem até onde desse, o mais perto possível de outro parque nacional, já bem mais a oeste, o Mont-Tremblant. Famosíssimo pelas pistas de esqui, no inverno, o parque é o mais bem estruturado e frequentado do leste do Canadá também no verão. Conseguimos chegar até Rawdon, perto das 11 da noite. Vamos dormir felizes, não só pelo dia que tivemos, mas porque estamos bem mais perto do nosso destino de amanhã!


Nosso caminho no dia de hoje

Canadá, Quebec, Parc National de La Mauricie, Parque, Rawdon, trilha

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O Vale dos Dinossauros

Brasil, Paraíba, Sousa (Vale dos Dinossauros)

Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


O Brasil tem um tesouro paleontológico escondido em pleno sertão da Paraíba. Na verdade, não está escondido não, pois sabe-se muito bem onde é. O problema é outro. Como um bom país de mentalidade quartomundista, esse patrimônio brasileiro e da humanidade está jogado às traças. Não fosse pelo esforço apaixonado e pessoal de algumas pessoas, certamente o tesouro já estaria destruído.

Visitando o Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Visitando o Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


Nas vizinhanças de Sousa, no extremo oeste paraibano, foram descobertas pegadas em ótimo estado de conservação de dinossauros. Pegadas que variam de 90 a 120 milhões de anos atrás. Fossilizadas na antiga lama do atual Rio do Peixe que na época era bem mais caudaloso do que é hoje.

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


As pegadas foram deixadas por vários tipos de dinossauros, entre eles o herbívoro iguanodonte, de quatro toneladas e o carnívoro velociraptor, imortalizado nos filmes da série Jurassic Park. Esses dinossauros percorreram e deixaram suas marcas na lama de um rio que secava. Durante períodos secos em que a água do rio ficava longe por alguns anos, essa lama endurecia e era coberta por sedimentos. Quando o rio voltava, anos mais tarde, as pegadas já estavam "seguras" abaixo dos sedimentos. Nova lama se formava, o rio se afastava novamente e dava chance para que novas pegadas aparecessem. Deste modo, várias camadas de lama petrificada com pegadas surgiram. Registro mais do que palpável da história destes seres que dominaram a Terra por 150 milhões de anos.

Pegada de dinossauro, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Pegada de dinossauro, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


O agricultor que as descobriu pensou que fossem pegadas de boi e de ema, e assim as batizou. Seus vizinhos logo perceberam que bois e emas não deixam pegadas em pedra e disseram ser pegadas de lobisomem. Apenas 30 anos mais tarde, na década de 20, é que um estudioso as reconheceu como sendo de dinossauros.

Leitos fossilizados de rio no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Leitos fossilizados de rio no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


Hoje, quem toma conta do lugar é o neto do descobridor das pegadas. Uma figuraça, conhecida como o "Velho do Rio". Basta vê-lo para se saber o porquê do apelido. Há diversos rastros de pegadas, alguns entre os mais compridos do mundo! E ainda precisam ser escavados, mas o Ibama quer proteger a mata ciliar?!?

Réplicas de dinossauros no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Réplicas de dinossauros no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


O abandono da área é flagrante. Dizem que agora a Petrobrás vai patrocinar algum parque no local. Só podemos ficar na torcida para que isso ocorra. Se estivéssemos na Europa ou EUA, redomas de vidro protegeriam as pegadas, centenas de pessoas visitariam o local diariamente e audiovisuais bem projetados enriqueceriam em muito a visita. Quem sabe num futuro próximo?

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB

Pegadas de dinossauros, no Vale dos Dinossauros, em Sousa - PB


Aqui, mais uma vez, fica claro a pequeneza da nossa supersônica passagem pela Terra. Quando falo em "nossa", não estou me referindo aos ridículos 70-80 anos de nossas vidas. Falo dos igualmente ridículos 200 mil anos que a raça humana circula por aí. Para mim, que vim da Capivara onde falávamos de 20, 30 mil anos, é de se perder o fôlego ao imaginar 100 milhões de anos... Tudo aqui, no nosso quintal!

Brasil, Paraíba, Sousa (Vale dos Dinossauros), Paleontologia, Vale dos Dinossauros

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Chegando à Região dos Lagos

Chile, Puerto Montt, Puerto Varas

O magnífico vulcão Osorno e o lago Llanquihue iluminados pela luz de fim de tarde, em Puerto Varas, no sul do Chile

O magnífico vulcão Osorno e o lago Llanquihue iluminados pela luz de fim de tarde, em Puerto Varas, no sul do Chile


Nossa balsa vinda da Ilha de Chiloé nos deixou no porto de Pargua de onde seguimos diretamente para Puerto Montt. Com 180 mil habitantes, Puerto Montt é disparado o maior centro urbano dessa região do Chile e quem visita Chiloé ou a Região dos Lagos certamente passará algum tempo por aqui. Mas não muito, já que ela é apenas um grande porto e hub de transportes locais. Para nós que viemos com nosso próprio meio de locomoção, a Fiona, essa passagem pôde ser bem rápida. Uns vintes minutos para atravessar a cidade quando chegamos da Carretera Austral e outros 15 minutos hoje, quando seguimos diretamente para a muito mais interessante Puerto Varas.



Apenas 20 quilômetros separam as duas cidades, mas há um mundo de diferenças entre elas. A começar pelo tamanho, já que a população de Puerto Varas não chega aos 40 mil habitantes. A cidade está às margens do segundo maior lago do Chile, o Llanquihue e é difícil imaginar um cenário mais bonito para uma cidade estar. Isso porque, quase do outro lado do lago está o majestoso vulcão Osorno, com sua forma cônica quase perfeita, cume eternamente coberto de neve e imagem refletida nas águas do lago. Parece um cenário de cinema, um grande outdoor. Nossos olhos não querem acreditar naquela beleza toda, mas sim, é tudo de verdade!

O lago Llanquihue e o vulcão Osorno ao fundo, em Puerto Varas, no sul do Chile

O lago Llanquihue e o vulcão Osorno ao fundo, em Puerto Varas, no sul do Chile


Não por menos, o turismo vem se desenvolvendo muito em todo o entorno do lago, em cidades como Frutillar, Puerto Octay e na própria Puerto Varas. Mas ao contrário de Pucón, tomada pelo turismo de pacote de grandes grupos, Puerto Varas conseguiu se manter mais verdadeira e tranquila, destino predileto de viajantes independentes no sul do país.

O magnífico vulcão Osorno e o lago Llanquihue, em Puerto Varas, no sul do Chile

O magnífico vulcão Osorno e o lago Llanquihue, em Puerto Varas, no sul do Chile


Nós encontramos lugar em um hostel bem descolado, o Casa Azul, e logo fomos para a orla do lago acompanhar o espetáculo que se desenrolava. O Llanquihue tem 860 km2, mais de 350 metros de profundidade e formato de leque. É mais uma herança das eras glaciais e o estudo de seu contorno e seu leito mostrou que os glaciares chegavam até aqui, permanecendo a área a leste do lago coberta por florestas. Tanta importância teve no estudo sobre o avanço e retrocesso do gelo nessa região que seu nome foi dado à última era glacial na América do Sul, há cerca de 15 mil anos.

A cidade de Puerto Varas, no sul do Chile, às margens do lago Llanquihue

A cidade de Puerto Varas, no sul do Chile, às margens do lago Llanquihue


Praia do lago Llanquihue, em Puerto Varas, no sul do Chile

Praia do lago Llanquihue, em Puerto Varas, no sul do Chile


Pois bem, de frente às águas excepcionalmente azuis desse lago, assistimos às últimas luzes do dia iluminar o vulcão Osorno, à nossa frente. Com mais de 2.600 metros de altitude, ele domina completamente o horizonte. Parece saído de um desenho animado, tamanha a perfeição de sua forma e desenho. Ainda mais iluminado pela sol que se punha. Quando finalmente a noite caiu, outro espetáculo: agora era a lua, quase cheia, que iluminava aquela paisagem dos sonhos.

O lago Llanquihue e o vulcão Osorno ao fundo, em Puerto Varas, no sul do Chile

O lago Llanquihue e o vulcão Osorno ao fundo, em Puerto Varas, no sul do Chile


Não poderíamos ter começado melhor nossa exploração dessa que é considerada uma das mais belas regiões do país, a “Região dos Lagos”. Amanhã daremos a volta no Llanquihue, visitando as principais atrações do seu entorno, como Frutillar, Petrohué e o próprio vulcão Osorno. No final da tarde, já seguimos para Pucón, onde vamos encontrar meu primo Haroldo. Infelizmente, vamos perder sua prova de triatlo, a ser disputada durante o dia de amanhã, mas será por um bom motivo. Mas no dia seguinte já estamos combinados de subir juntos outro vulcão, tão famoso como o Osorno, o Villarrica. O mesmo que subimos juntos há 22 anos! Vai ser bem interessante!

Lua quase cheia nos céus de Puerto Varas, no sul do Chile

Lua quase cheia nos céus de Puerto Varas, no sul do Chile


Bom, para celebrar esse espetáculo que assistimos no final da tarde e desejar boa sorte ao Haroldo na prova de amanhã, encontramos uma deliciosa churrascaria aqui em Puerto Varas. Foi um banquete, como há muito não comíamos. Agora, só falta uma longa e merecida noite de sono e estaremos prontos para os dias intensos que nos esperam aqui na Região dos Lagos!

O céu se pinta de violeta sobre o vulcão Osorno, na incrível imagem de fim de tarde em Puerto Varas, no sul do Chile

O céu se pinta de violeta sobre o vulcão Osorno, na incrível imagem de fim de tarde em Puerto Varas, no sul do Chile

Chile, Puerto Montt, Puerto Varas, Lago, Llanquihue, Osorno, vulcão

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A Trilha do Rio do Boi

Brasil, Santa Catarina, Praia Grande

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Uma das regiões mais belas do Brasil se encontra na fronteira entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a poucos quilômetros do Oceano Atlântico. Aí estão os maiores cânions do país, escarpas rochosas com centenas de metros de altura que fazem a transição entre o planalto gaúcho e a Serra Geral e a planície litorânea. Nomes como “Itaimbezinho”, “Malakara” e “Fortaleza”, alguns dos cânions mais conhecidos dessa região, enchem os olhos de turistas e visitantes e frequentam o imaginário de aventureiros já há dezenas de anos.

Mapa do Parque Nacional Aparados da Serra, cercado por trechos do Parque Nacional da Serra Geral, nos dois lados da fronteira entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os principais canyons dos dois parques estão apontados no mapa

Mapa do Parque Nacional Aparados da Serra, cercado por trechos do Parque Nacional da Serra Geral, nos dois lados da fronteira entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os principais canyons dos dois parques estão apontados no mapa


Região dos parques Aparados da Serra e Serra Geral. A parte alta fica no Rio Grande do Sul e a parte baixa, onde está Praia Grande, em Santa Catarina. A trilha do Rio do Boi percorre o interior do canion Itaimbezinho

Região dos parques Aparados da Serra e Serra Geral. A parte alta fica no Rio Grande do Sul e a parte baixa, onde está Praia Grande, em Santa Catarina. A trilha do Rio do Boi percorre o interior do canion Itaimbezinho


Para proteger esse incrível patrimônio natural do país foi criado, já no final da década de 50, o Parque Nacional Aparados da Serra, hoje com cerca de 13 mil hectares. Em 1992, foi a vez do Parque Nacional da Serra Geral, com porções separadas ao norte e ao sul do Parque Aparados da Serra. Tomado em conjunto os dois parques, a área protegida chega aos 30 mil hectares, ou 300 km2 de campos, matas, florestas, rios, planaltos, planícies e claro, as grandes estrelas dos parques, cânions majestosos resguardados da exploração humana (exceto pelo turismo!).


Nosso guia dá as últimas instruções antes de iniciarmos a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Nosso guia dá as últimas instruções antes de iniciarmos a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Ambos os parques se estendem pelos dois estados, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. De modo geral, podemos dizer que a parte alta, de planalto, se encontra em terras gaúchas, enquanto que a parte baixa, o fundo dos cânions, se encontra em terras catarinenses. Para visitar o trecho de planalto e se embasbacar com a vista lá de cima, a melhor cidade de apoio é Cambará do Sul, norte do rio Grande do Sul. Para quem quer se aventurar por dentro dos cânions, a cidade base é Praia Grande, sul de Santa Catarina. Apesar do nome, nada de praias por aqui. O mar está a cerca de 30 quilômetros de distância.

Colocando as caneleiras para se proteger de picadas de cobra, no início da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Colocando as caneleiras para se proteger de picadas de cobra, no início da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Entrada do canyon do Itaimbezinho, trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Entrada do canyon do Itaimbezinho, trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Para quem acompanha os 1000dias faz tempo, sabe que nós já visitamos os cânions na sua parte gaúcha, lá no alto. Foi em Julho de 2011, em pleno inverno. Temperatura gelada e paisagens deslumbrantes. Para quem quiser rever a história e as fotos, o post está aqui. Tem até uma foto em que aparece a cidade de Torres, ao fundo, bem distante. Naquela oportunidade, nós concentramos nossa visita no cânion Fortaleza, que fica dentro dos limites do parque da Serra Geral. Apesar de ser uma escolha difícil, esse é provavelmente o mais bonito dos cânions, quando vistos de cima. O Itaimbezinho, o mais famoso e turístico de todos eles, estava fechado naquele dia. Nós nos prometemos naquela época que, ainda durante os 1000dias, nós voltaríamos à região, agora para ver e caminhar pela base dos cânions.

A primeira de muitas travessias de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

A primeira de muitas travessias de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Pode ter demorado, mas promessa feita é promessa cumprida! Agora, com a companhia do sobrinho João Pedro e sua namorada Bruna, finalmente voltamos para cá, do outro lado da fronteira, muitas centenas de metros abaixo de onde havíamos estado quase três anos antes. Já havíamos reservado, três dias atrás, um passeio para entrar no parque, pois para fazer a trilha mais famosa da região, a chamada Trilha do Rio do Boi, que entra dentro do cânion Itaimbezinho, é obrigatório a companhia de um guia credenciado. Saímos pela manhã de Torres, no litoral gaúcho, e menos de quarenta quilômetros de estradas já nos trouxeram para o município de Praia Grande, em Santa Catarina.

Divertindo-se no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Divertindo-se no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A Bruna se refresca no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

A Bruna se refresca no rio durante a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


Aqui chegando, fomos diretamente à agência que havíamos contratado para encontrar nossos guias e companheiros de caminhada. Ainda estamos no verão e esta é uma época concorrida por aqui. São várias agências na cidade e mais de cem turistas por dia dispostos a percorrer os quase 15 quilômetros da trilha. Ainda em pleno carnaval, fizemos muito bem em fazer a reserva com antecedência. Os grupos não podem ser muito grandes e, conforme o número de pessoas, seguem um ou dois guias conosco. Nosso grupo tinha cerca de 10 pessoas e por isso seguimos com dois guias, os simpáticos Fred e Aline, todos levando seu lanche, prontos para seis ou sete horas de caminhada.

Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Subindo a trilha ao longo do Rio do Boi, na parte baixa do canyon do Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Com o sobrinho João Pedro e a Bruna na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Com o sobrinho João Pedro e a Bruna na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


São 12 quilômetros de estrada de terra da cidade até a entrada do parque, já bem próxima da boca do cânion Itaimbezinho. Aí os guias nos dão as últimas orientações e todos vestimos nossas polainas, ou caneleiras. É uma medida de segurança para nos proteger de picadas de cobra. Até onde soube, é uma ocorrência extremamente rara por aqui, mas vale o ditado: muito melhor prevenir do que remediar. Outro ponto importante é estar usando calçados resistentes e que possam se molhar. Boa parte da trilha é sobre pedras e o tempo todo cruzamos o rio que corre no fundo do cânion (o “Rio do Boi”!), para lá e para cá. Totalmente impensável tirar e recolocar o tênis (ou botas) a cada travessia. O rio não é fundo, mas em algumas travessias, chega à altura da cintura. Ou seja, calças e bermudas também vão se molhar!

Todo cuidado é pouco em mais uma travessia do rio na Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, na Praia Grande, em Santa Catarina

Todo cuidado é pouco em mais uma travessia do rio na Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, na Praia Grande, em Santa Catarina


Uma das cachoeiras ao longo da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Uma das cachoeiras ao longo da trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


O início da trilha é em uma mata fechada. Um pouco de barro aqui e ali, mas nada difícil de ser vencido. Caminhamos todos juntos, fila indiana, uma guia na frente e outra atrás. Por enquanto, só estamos esquentando. Até que, pouco mais de um quilômetro adiante, chegamos à primeira travessia. É onde começa toda a graça e beleza da caminhada. A mata se abre, passamos a caminhar sempre ao lado ou dentro do rio e as paredes cada vez mais altas do cânion Itaimbezinho se tornam visíveis. Um cenário para nenhum filme tipo “O Senhor dos Anéis” botar defeito!

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina


Banho de cachoeira na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Banho de cachoeira na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A cada travessia do rio, nova diversão. O leito do rio é cheio de pedras e a corrente é forte. Para não cairmos, a melhor tática é nos darmos a mão formando uma grande corrente humana. Mas nada impede que sigamos solitários, em busca de mais emoção. Já molhados, cair na água não é mais um problema. Talvez a melhor solução, apenas para variar, seja intercalar travessias de mãos dadas com outras solitárias.

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina

O belo cenário da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em ]Praia Grande, em Santa Catarina


Todos de mãos dadas, travessia de rio na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Todos de mãos dadas, travessia de rio na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


O banho no rio é sempre uma opção, mas o guia sabe onde estão os melhores lugares ao longo da caminhada. Nessa época do ano, a água não é fria, mas imagino que no inverno seja dureza. O melhor lugar para o banho é num trecho onde a correnteza nos leva através de uma rampa até uma piscina um pouco mais funda. Uma delícia!

Mais uma travessia de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Mais uma travessia de rio na trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A Ana, o João e a Bruna na trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

A Ana, o João e a Bruna na trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Outros bons trechos, tanto para se refrescar como para admirara, são os pontos onde há cachoeiras. São várias delas, escorrendo pelas paredes do cânion. Quando chove, estão por toda parte. Nas épocas secas, restam apenas algumas. São os pontos de referência que temos, quanto já andamos e o quanto nos resta.

Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


O belíssimo visual da trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

O belíssimo visual da trilha do Rio do Boi, dentro do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


A partir da metade do caminho, começamos a cruzar com grupos que partiram mais cedo e já estão retornando. Mas, de maneira geral, estamos sós dentro daquela paisagem deslumbrante. O único “congestionamento” foi já perto do final da trilha, onde muitos grupos param para descansar, lanchar ou simplesmente admirar a paisagem.

O João e a Bruna em um dos trechos mais belos da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

O João e a Bruna em um dos trechos mais belos da trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Caminhando entre os gigantescos paredões, aguns com centenas de metros de altura, na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Caminhando entre os gigantescos paredões, aguns com centenas de metros de altura, na trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Na verdade, o caminho continua cânion adentro, mas os turistas desses passeios “normais” não são levados até lá. O cânion fica cada vez mais estreito e grandioso, seus paredões ultrapassando incríveis 700 metros de altura. Em tese, é possível ir até quase o fim e seguir a trilha parede acima, até a parte alta do cânion, já dentro do Rio Grande do Sul. Mas pouca gente faz isso. Na verdade, um pouco mais normal seria descer lá de cima, sentindo inverso. Mas é necessária uma autorização especial do parque, algo que precisa ser organizado com antecedência. Ainda não foi dessa vez, mas quem sabe na próxima vez que voltarmos aqui...

Entre os altos paredões do canyon Itaimbezinho, a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina

Entre os altos paredões do canyon Itaimbezinho, a trilha do Rio do Boi, em Praia Grande, em Santa Catarina


A majestosa paisagem do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

A majestosa paisagem do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Temos, então, o longo caminho de volta, pouco mais de 7 quilômetros. Passamos a reconhecer as cachoeiras e curvas de rio que havíamos passado. Mas a vista é bem diferente da vinda. Ao invés do fundo do cânion, agora caminhamos olhando para a sua boca. As imensas paredes e escarpas e a mata que se agarra a elas se tornam ainda mais impressionantes.

Momento de descanso ao longo da maravilhosa trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Momento de descanso ao longo da maravilhosa trilha do Rio do Boi, no canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina


Seis horas depois de começarmos a caminhar, estamos de volta ao nosso carro deixado na portaria do parque. Trilha fantástica, diversão garantida! Nem uma cobra no caminho, mas muitas cachoeiras e piscinas para nos banhar. Depois de tanto esforço e de um lanche pequeno, estamos com fome. Voltamos para a cidade e, antes de seguirmos viagem de volta ao litoral, encontramos uma boa lanchonete para recobramos a energia. Fome saciada, a Fiona nos leva novamente para a praia. Praia de verdade e não “Praia Grande”. Vamos iniciar nossas explorações do tão famoso e belo litoral de Santa Catarina. Primeira parada: Farol de Santa Marta!

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

1000dias na trilha do Rio do Boi, ao longo do canyon Itaimbezinho, em Praia Grande, em Santa Catarina

Brasil, Santa Catarina, Praia Grande, cachoeira, cânion, Itaimbezinho, Parque, Rio, trilha

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Virgin Gorda

Ilhas Virgens Britânicas, Tortola - Road Town, Virgin Gorda - Spanish Town

Devil's Bay, ao lado de The Baths, em Virgin Gorda - BVI

Devil's Bay, ao lado de The Baths, em Virgin Gorda - BVI


Virgin Gorda é a segunda ilha mais importante das BVI, mas é onde se encontra a principal atração turística do país: The Baths

Chegada do ferry em Virgin Gorda - BVI

Chegada do ferry em Virgin Gorda - BVI


São pouco menos de 40 minutos num rápido ferry para passageiros, 30 dólares a passagem de ida e volta no mesmo dia. Após a tradicional corrida nossa contra o relógio, conseguimos devolver o carro alugado e pegar o ferry da 10 horas. Pouco tempo depois estávamos desembarcando em Spanish Town, principal cidade da ilha. Apesar do nome, os espanhóis nunca estiveram lá. A água é tão limpa e cristalina que o pier do ferry fica numa praia maravilhosa, ótima para nadar. Nada daquelas águas nojentas de portos.

Táxi em Virgin Gorda - BVI

Táxi em Virgin Gorda - BVI


Mas nós não ficamos por lá. Pegamos um daqueles tradicionais táxis das Ilhas Virgens que são camionetes com uma espécie de gaiola na carroceria onde cabem uns dez passageiros. Seguimos para The Baths. Esse é o nome de uma praia onde há enormes rochas (boulders, em inglês) de origem vulcânica na praia. Essas rochas, dezenas delas, se amontoam formando cavernas acima e abaixo d'água. O ponto mais famoso é um lugar há uma caverna bem no nível da água. A luz do sol entra pelas frestas entre as rochas e a água do mar também entra, no lado de baixo. Por incrível que pareça, a água lá dentro é super limpa e clara, aquela cor meio azul-piscina tão difícil de descrever. Uma piscina se forma, com cerca de um metro de profundidade. É uma visão absolutamente mágica.

Caverna formada por grandes rochas em Virgin Gorda - BVI

Caverna formada por grandes rochas em Virgin Gorda - BVI


Quando os Cruise Ships estão por aqui, este lugar fica entupido de turistas. Mas tivemos a sorte de não haver nenhum por perto. Assim, o movimento não era grande, quando chegamos. E, como fomos embora mais tarde, ao final, só estávamos nós nesse lugar maravilhoso. Foi incrível!

The Baths, principal atração de Virgin Gorda e de BVI

The Baths, principal atração de Virgin Gorda e de BVI


Além de se divertir abaixo das pedras, também resolvemos explorá-las por cima. Foi uma diversão, pular de pedra em pedra, procurar o melhor caminho, colocar em prática o que aprendemos nas aulas de escalada. E, lá emcima, a visão é de cair o queixo. É possível ver The Baths e as duas praias de areias finas e brancas que a cercam e aquele mar com sua cor que só as fotos podem mostrar.

The Baths, principal atração de Virgin Gorda e de BVI

The Baths, principal atração de Virgin Gorda e de BVI


Por fim, depois de ver as pedras no nível da areia e por cima delas, fomos conhecê-as por baixo também. Foi um dos snorkels mais incríveis que já fizemos. A água com uma visibilidade de 30 metros (parecia que não estava lá), peixes e corais por toda parte. Mas, o mais incrível eram as formações rochosas, formando canyons, túneis e cavernas. Por cerca de duas horas exploramos toda a região e todos os buracos que encontramos. Foi como se estivéssemos no cenário do filme "A Lagoa Azul", com a Brooke Shields novinha e em plena forma. É claro que a "minha Brooke Shields" é ainda mais bonita! Eu e a Ana descíamos uns 7 ou 8 metros, atravessávamos um túnel com uns 10 metros de cumprimento e saíamos do lado de lá. Por dentro, os túneis se abriam em cavernas mais amplas, sempre com alguma luz do sol iluminando os cardumes de peixes que buscam refúgio lá dentro. Eu seguia antes da Ana, parava dentro da caverna, observava minha Brooke Shields passar voando por entre os peixes naquela água transparente, ficava lá embasbacado por alguns segundos diante da beleza plástica daquela cena e aí, lembrava que eu precisava respirar e seguia finalmente o meu caminho. Tentei filmar, mas as imagens ficam infinitamente aquém da realidade, infelizmente. Mas, com certeza, são cenas que vão ficar muito bem guardadas na minha memória. Pelo menos até a caduquice chegar...

Devil's Bay, ao lado de The Baths, em Virgin Gorda - BVI

Devil's Bay, ao lado de The Baths, em Virgin Gorda - BVI


Fomos embora extasiados daquele lugar. Ainda deu tempo de tomar uma cerveja e uns rum punchs num bar muito legal, o Bamboo, todo estilizado e depois pegar o último ferry de volta à Tortola. De noite, conseguimos achar um restaurante/pub com um certo movimento, para nos despedirmos de BVI. Foram 3 dias intensos, muito intensos. Para variar, o tempo foi bem curto, mas tiramos o máximo deles. O país é incrível, tem personalidade e personagens marcantes e uma natureza abençoada. Salve, BVI!

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Mission Acomplished

Guiana, Georgetown, Iwokrama

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana


Hoje era o dia de uma grande jornada: atravessar a Guiana de norte a sul, saindo da capital Georgetown e indo em direção à fronteira com o Brasil. Quanto mais perto chegássemos, melhor. A distância nem é tão grande, um pouco menos de 600 km. Mas boa parte do trajeto é em estrada de terra e não sabíamos as condições em que ela se encontrava.

A ponte que liga Linden ao sul da  Guiana

A ponte que liga Linden ao sul da Guiana


Saímos ainda no escuro, um pouco depois das cinco da manhã. Depois de conversar com várias pessoas no dia anterior, já tínhamos pego todas as dicas sobre como sair da cidade e aonde encontraríamos postos de combustível. Assim, não foi difícil vencer os primeiros 50 km, chegando perto do aeroporto internacional do país e, de lá, pegar a estrada para Linden, a segunda maior da Guiana. Aproveitamos também para encontrar os primeiros postos abertos e encher não só o tanque da Fiona, mas também o galão extra de 30 litros que temos.

O único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana

O único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana


Outra coisa que tivemos de fazer foi tirar a água do filtro de combustível. Desde que saímos de Curitiba, em maio do ano passado, ainda não tínhamos tido problema com a qualidade do combustível. Não é que hoje, de madrugada, saindo de Georgetown, o carro começou a reclamar? Lei de Murphy total! Justo no escuro, atravessando a sombria periferia de Georgetown! Justiça seja feita, o combustível no tanque ainda era do Suriname... Bom, "sangramos" o filtro (tem uma tornerinha para isso) lá no posto e seguimos viagem.

Encontro fortuito com o casal brasileiro do projeito 'Bordas do Brasil' no único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana

Encontro fortuito com o casal brasileiro do projeito "Bordas do Brasil" no único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana


Seguimos na boa estrada até Linden, pouco mais de 100 km ao sul de Georgetown. Aí, entramos na cidade, compramos um lanche e seguimos em frente, prontos para enfrentar a estrada de terra que começava logo depois da cidade. Cerca de 450 km até a fronteira com o Brasil. O único posto no caminho daí a 80 km. A famosa estrada que já foi conhecida como a "pior da América do Sul", ou a "grande aventura sulamericana", dependendo do ponto de vista, bem ali, à nossa frente.

A deserta estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana

A deserta estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana


Dizem que a estrada já foi bem pior do que é hoje. E na época chuvosa, ainda fica muito ruim. Aqui na Guiana, assim como no Suriname e Guiana Francesa, o mês de Abril é conhecido como veranico, dividindo duas estações muito chuvosas. É um mês de refresco. Deste modo, acabamos enfrentando muito mais poeira do que barro. Buracos também, claro. Dá para manter uma velocidade média de uns 40 km/h. Em alguns trechos melhores, quase o dobro disso. Mas, quando a gente empolga, aparece um buracão e é aquela cacetada...

Propaganda dos festejos na cidade de Lethem, na fronteira de Guiana e Brasil. Muita poeira e barro pela frente...

Propaganda dos festejos na cidade de Lethem, na fronteira de Guiana e Brasil. Muita poeira e barro pela frente...


Ainda antes de chegar no posto, a Fiona voltou a reclamar do combustível. Dessa vez, fizemos um "sangramento" mais minucioso do filtro, tirando muita água lá de dentro. Depois dessa limpeza, ela não reclamou mais. E assim, seguimos até o posto, região onde a estrada era um pouco melhor. No posto, compramos mais um lanche e estávamos tirando umas fotos quando, para nossa surpresa, apareceu mais um carro brasileiro!

Depois de mais de 200 km de terra, chegamos à travessia de balsa do rio Essequibo, no caminho para Lethem, na Guiana

Depois de mais de 200 km de terra, chegamos à travessia de balsa do rio Essequibo, no caminho para Lethem, na Guiana


Era também uma expedição com um casal, o pessoal do www.bordasdobrasil.com.br. Como o próprio nome indica, eles estão dando a volta no Brasil. Saíram no início do ano e já fizeram uma boa parte do trajeto. Só falta descer do Amapá até o Espírito Santo e, de lá, voltar para Minas, de onde eles são. Aliás, que sotaque gostoso, hehehe! O site deles é muito legal e recomendo uma visita! Já deu para pegar várias dicas lá! Por falar em dicas, nós também demos várias para eles. Afinal, eles não tinham encontrado ninguém na internet que tivesse feito esse trajeto que acabávamos de fazer. Enfim, foi um encontro muito jóia, muita troca de informações e fotos. E que coincidência! A gente se encontrar justo naquele posto, o único da longa estrada. As únicas expedições brasileiras a cruzar esses países em tanto tempo, sem combinar nada, sem se conhecer, acabar se encontrando ali. É... o que tem de acontecer, acontece!

Socializando na travessia do rio Essequibo, à caminho de Lethem, na Guiana

Socializando na travessia do rio Essequibo, à caminho de Lethem, na Guiana


Eles nos recomendaram muito que a gente dormisse no meio do caminho, que a estrada para frente estava muito ruim. O próximo ponto de referência era uma passagem por balsa do maior rio do país, o Essequibo. A gente decidiu que, pelo menos até lá, iríamos. Há uma balsa de hora em hora e conseguimos pegar a balsa das duas. Juntos conosco, mais uns cinco carros, todos indo até Lethem onde, nesse feriado de páscoa, acontece um grande rodeio, festa que movimenta todo o país. Tanto que todo mundo que conversávamos, desde que entramos no país, nos perguntava se estávamos na Guiana por causa do rodeio. Também em Georgetown, quando fomos procurar agências para nos levar à Kaiteur, ficamos sabendo que não haveria passeios durante o feriado porque todos os aviões estavam fretados para irem até Lethem. E os mais corajosos indo de carro. Assim, a estrada estava "movimentada". Para os seus padrões, claro! Ao invés de um carro a cada meia hora, tinha um carro a cada 10 minutos!

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana

A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana


Enfim, passamos a balsa e resolvemos seguir até a reserva de Iwokrama. Na verdade, ela já começa logo depois da balsa onde há, inclusive, um posto policial onde devemos mostrar nossos papéis. Mas, uns 80 km mais à frante, tem uns lodges onde se pode dormir. Além do lodge, tem o que eles chamam de "canopy walk-way", um longa passarela construída sobre a copa das árvores. Não resistimos e resolvemos visitá-la.

Caminhando na mata na reserva de Iwokrama, na Guiana

Caminhando na mata na reserva de Iwokrama, na Guiana


Um espetáculo! Muito bem construída, andamos a mais de 30 metros de altura, observando as árvores lá de cima, as montanhas ao longe e muitos pássaros. Estes, a gente mais ouvia do que via. O local é um paraíso para os bird-watchers, que ficam horas e horas sobre as plataformas no alto das árvores, com suas lentes telescópicas, observando as dezenas de espécies que habitam a região. São os principais clientes do lodge.

Caminhando sobre a copa das árvores, na reserva de Iwokrama, na Guiana

Caminhando sobre a copa das árvores, na reserva de Iwokrama, na Guiana


Nós já ficamos muito satisfeitos só com a caminhada sobre as árvores. O canto dos pássaros foi o bônus. E, depois da caminhada, tivemos um outro bônus: um banho de chuveiro maravilhoso, num banheiro sem teto ou, melhor, cujo teto era o céu e aquela mata linda que tínhamos acabado de visitar. Muito legal!

Reabastecendo a Fiona na reserva de Iwokrama, na Guiana

Reabastecendo a Fiona na reserva de Iwokrama, na Guiana


Aí, renovados pelo chuveiro, resolvemos seguir até Lethem, mais umas três horas à frente. Reabastecemos a Fiona com nosso galão e partimos para aproveitar a última hora de luz do dia. Depois, foi uma longa e paciente viagem até Lethem. De noite, sem a visão dos buracos, a velocidade média caiu bastante. Mas, devagarinho, devagarinho, chegamos! O Brasil já estava ali, do outro lado! Mas, àquela hora, a fronteira já estava fechada. Felizmente, a grande maioria das pessoas que vem para a festa chegarão amanhã e assim não foi difícil achar um quarto de hotel para nós. Depois de 15 horas na estrada, nós merecíamos! Dormimos o sonho dos justos, bem pertinho do nosso país. Como diria um impopular presidente americano: "Mission acomplished!"

Em uma plataforma sobre a copa das árvores, a 30 metros de altura, na reserva de Iwokrama, na Guiana

Em uma plataforma sobre a copa das árvores, a 30 metros de altura, na reserva de Iwokrama, na Guiana

Guiana, Georgetown, Iwokrama, Lethem, Linden

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Para o Mar e Avante!

Brasil, Espírito Santo, Itaúnas, Bahia, Caravelas

Praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia

Praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia


Hoje, foi só o tempo de nos despedirmos da Tuquinha e do Klayvan, tirarmos algumas fotos de Itaúnas e já estávamos na estrada rumo à Bahia! Finalmente, o Sudeste ficou para trás e entramos na região Nordeste. Exatamente no dia 200 da nossa jornada.

O enorme tronco na praça central de Itaúnas - ES

O enorme tronco na praça central de Itaúnas - ES


Primeira parada: a praia de Costa Dourada, uma das primeiras do estado. Mesmo num dia como hoje, totalmente nublado, a praia é linda. Enormes falésias coloridas, mas aonde predomina o tom alaranjado, dão nome à esta praia. Uma verdadeira muralha que chega aos 10 metros em alguns pontos, vista do mar quando o sol ainda está baixo e incidindo quase que frontalmente parece dourada aos olhos dos marinheiros distantes. Na maré alta, o mar chega até as falésias, mas na maré baixa uma faixa de areia aparece, cor amarelada. O visual é mesmo lindo.

Falésias coloridas na praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia

Falésias coloridas na praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia


Havia muito tempo que não vinha aqui. Antes, era uma praia bem isolada. Hoje, são mais de dez pousadas e muitas casas em volta. Uma vila, praticamente. Ouço que, no verão, são centenas de pessoas na praia. Difícil imaginar... Hoje, além de mim e da Ana, apenas três meninas se banhavam no mar.

No alto das falésias na praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia

No alto das falésias na praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia


De lá para o asfalto da BR-101. No caminho, uma parada nas plantações de eucaliptos. Algumas em fase de colheita, outras ainda inteiras, emprestando um certo clima da Bruxa de Blair ao sul da Bahia. É incrível como a monocultura do eucalipto está cada vez mais dominante por aqui. Quando vemos um coqueiral, é até emocionante! Também seria injusto em não reconhecer que há trechos de mata nativa protegidos, aqui e ali. Fazem um bem danado aos olhos e aos pulmões...

Clima de Bruxa de Blair em plantação de Eucaliptos próximo à Costa Dourada, extremo sul da Bahia

Clima de Bruxa de Blair em plantação de Eucaliptos próximo à Costa Dourada, extremo sul da Bahia


Chegando ao asfalto, empinamos o nariz rumo ao norte. Próxima parada: a cidade de Caravelas, principal ponto de partida para o arquipélago de Abrolhos. É para lá que nós vamos, amanhã, em busca de baleias, naufrágios e muitos peixes e corais. Esta época do ano não é a de melhor visibilidade embaixo d'água, mas é a melhor em cima, para se avistar nossos amigos cetáceos. Nossa ansiedade é enorme!

Colheita de eucaliptos, próximo à Costa Dourada - BA

Colheita de eucaliptos, próximo à Costa Dourada - BA


O tempo parece que vai ser bom. Pelo menos, melhor do que tem sido. Vamos num barco grande, que acomoda umas 15 pessoas. Saímos amanhã bem cedo com retorno previsto para domingo de tarde. Aparentemente, sem muita chance de nos comunicar pela internet. Portanto, não estranhem um silêncio dos blogs nos próximos dias. Certamente, voltaremos com muitas histórias e fotos, de cima e de baixo da água (serão 11 mergulhos!). Todos ao mar!

Praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia

Praia de Costa Dourada, extremo sul da Bahia

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