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Sobre o Nosso Site

Bahamas, Eleuthera - Harbour Island

Eu e a Ana somos bem ambiciosos com relação ao conteúdo do nosso site. Imaginamos milhões de coisas e todos os dias temos novas idéias. Temos idéias mais rapidamente do que os nossos desenvolvedores possam implementá-las.

Mas, devagarinho, o site está entrando no ar. Não vai demorar muito e teremos a nossa página de fotos (com muito mais fotos do que temos postado) e, o mais esperado por nós, a nossa Home, com um mapa iterativo da América, seus países e ilhas, nosso roteiro e uma maneira bem inteligente de navegar pelo site.

Hoje, foi implementado uma ferramenta para postarmos nossos posts de maneira online. Antes disso, tínhamos de mandar o texto para o paciente Marcelo e ficar atazanando ele para que fosse postado. Agora, basta escrever o texto, apertar um botão e pronto, maravilha de tecnologia e internet, lá está o nosso post online.

Mas, ainda dependemos do Marcelo para postar as fotos. Isso deve ser resolvido em breve. Porém, por enquanto, os posts podem aparecer sem fotos. É só esperar um pouco e elas aparecerão por aí.

Bahamas, Eleuthera - Harbour Island,

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O Leste do País e a História Moderna da Islândia

Islândia, Breidalsvík, Myvatn

Visitando as fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia

Visitando as fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia


Acordamos meio preguiçosos na pequena Breiðdalsvík, na costa leste da Islândia, entre montanhas e um fiorde de cor azul profunda. O ar, como sempre, é gelado, mas a luz do sol ajuda a esquentar, assim como o café da manhã. O dia está mais ensolarado do que nunca e não podemos nos dar ao luxo de ceder à nossa preguiça. Ainda temos meio país pela frente e poucos dias até nosso voo de volta aos Estados Unidos. Então, de volta ao carro e à estrada!

Nosso hotel em Breidalsvík, no leste da Islândia

Nosso hotel em Breidalsvík, no leste da Islândia


Optamos pela estrada da costa, ao invés da ring road que segue pelo interior, cortando caminho. Queríamos estar, pelo menos durante mais alguns tempo, perto dos fiordes que caracterizam todo esse lado do país. Principalmente num dia lindo como hoje.

Percorrendo os fiordes no leste da Islândia

Percorrendo os fiordes no leste da Islândia


Percorrendo os fiordes no leste da Islândia

Percorrendo os fiordes no leste da Islândia


Assim, pela próxima hora, fomos dirigindo ao lado do mar, passando por cidades pitorescas e tirando nossas fotos. Passamos até por um monumento homenageando um dos primeiros missionários no país, em um local bem fotogênico. O país tem uma história muito interessante, mas vou deixar para contar sobre os primeiros séculos de ocupação humana da Islândia quando voltarmos a Reykjavik, em cujo entorno estão os principais pontos históricos da ilha, como o primeiro parlamento do mundo.

Breidalsvík, no leste da Islândia

Breidalsvík, no leste da Islândia


Dia ensolarado nos fiordes do leste da Islândia

Dia ensolarado nos fiordes do leste da Islândia


Bom, deixo a história antiga para depois, mas adianto a história moderna, fazendo uma inversão cronológica. Dirigir por esses enormes espaços e paisagens sempre nos faz pensar e refletir, e temos lido muito sobre esse país nos últimos dias. A Islândia foi ocupada pelos vikings e nasceu independente. Foi só no seu terceiro século de existência que ela se associou à Noruega, já no séc. XIII. Duzentos anos mais tarde, foi a vez da Noruega se associar à Dinamarca e a Islândia foi de brinde. Essa união de Noruega e Dinamarca durou até 1814, quando o fim das guerras napoleônicas redesenhou as fronteiras da Europa pelos próximos 100 anos. A Noruega ganhou sua independência, mas a Islândia permaneceu ligada à Dinamarca, pelo menos até o fim da 1ª Guerra Mundial, em 1918.

Dia ensolarado nos fiordes do leste da Islândia

Dia ensolarado nos fiordes do leste da Islândia


Deve estar agradecendo a incrível beleza dos fiordes no leste da Islândia

Deve estar agradecendo a incrível beleza dos fiordes no leste da Islândia


Foi quando foi assinado um acordo entre os dois povos. A partir desse ano, e pelos próximos 25 anos, seriam dois países independentes, mas com o rei da Dinamarca reinando sobre ambos e cuidando da política externa dos dois países. Ou seja, a Islândia cuidaria dos assuntos na própria ilha, mas não teria embaixadas espalhadas pelo mundo. Pelo menos até 1944, quando o acordo deveria ser renovado.

Início das highlands islandesas, no nordeste do país

Início das highlands islandesas, no nordeste do país


Pois é, mas antes disso, já na 2ª Guerra, em 1940, Hitler invadiu e conquistou a Dinamarca em apenas um dia, em 9 de Abril de 1940. A Islândia, mais do que rapidamente, não só declarou que era ligada apenas ao Rei Dinamarquês e a ninguém mais do que ele, como se disse neutra naquela guerra. Mas a neutralidade não durou muito. Um mês mais tarde, temendo que os alemães chegassem à ilha, os ingleses se anteciparam e invadiram a Islândia, conquistando-a sem maiores problemas. Afinal, a última vez que o país tinha tido um exército foi quinhentos anos antes! Os ingleses permaneceram por lá apenas até Junho de 41, quando repassaram a ilha à tutela dos Estados Unidos. Isso antes desse país ser atacado pelos japoneses e entrar na guerra. Eram os americanos que estavam no comando quando chegou o ano de 1944, data para rever aquele antigo tratado que ainda ligava a ilha à Dinamarca. Como esse país ainda estava sob ocupação nazista, dá até para imaginar o resultado da consulta popular que foi feita, não é? Mais de 90% da população votou pela instalação da república e pela independência total da Dinamarca.

Início das highlands islandesas, no nordeste do país

Início das highlands islandesas, no nordeste do país


Início das highlands islandesas, no nordeste do país

Início das highlands islandesas, no nordeste do país


E assim continua até hoje. Os americanos se foram logo depois da 2ª Guerra, mas voltaram alguns anos mais tarde, já no contexto da Guerra Fria. Dessa vez, apenas para ocupar algumas bases militares, já que a Islândia era (e é!) membro da OTAN. Ficaram até 2006 e hoje o país vive muito bem sem forças estrangeiras ou exército próprio em seu território. Um exemplo de paz a ser seguido.



E a paz realmente reina por aqui, principalmente desse lado do país onde quase não vive ninguém. Depois de reencontrarmos a Ring Road e seguirmos para o interior, passamos por pequenas estradas que dão acesso às highlands, como é chamado o vasto interior do país, região quase que completamente desabitada. Infelizmente, para nós, é território proibido. Isso porque as companhias de carro não permitem que exploremos essa área, pelo estado das estradas e dificuldade de se conseguir ajuda. Para lá, só com carros tracionados e no verão. Uma pena, pois parece que a paisagem é ainda mais fantástica lá encima. A gente chegou a se aventurar alguns quilômetros em uma estrada de terra, mas só até um mirante. Ali, uma outra placa nos advertia que não deveríamos continuar. Então, de volta ao asfalto...

Fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia

Fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia


Fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia

Fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia


Já bem perto do nosso destino final no dia de hoje, a região de Myvatn, fizemos uma última parada. Dessa vez, em uma região de fontes termais, diversas pequenas lagoas de água tão quente que chegava a borbulhar. Ou então, montes de areia de onde jorravam nuvens espessas de vapor. Uma paisagem realmente pitoresca, no meio do nada, indicativo forte da intensa atividade geológica que ocorre embaixo dessa ilha. Esse é outro assunto que vou tratar quando voltarmos a Reykjavik, mas não podemos nos esquecer que a Islândia se localiza justamente sobre o ponto de encontro entre as placas tectônicas da América e da Europa, que estão se separando. Por isso, tantos vulcões, geisers e lagos de água fervente.

Esquentando a mão no vapor quente que sai de fonte termal em Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia

Esquentando a mão no vapor quente que sai de fonte termal em Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia


Muito vapor e água borbulhante nas fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia

Muito vapor e água borbulhante nas fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia


Falando nisso, encontramos um enorme lago de águas azuis e esfumaçantes um pouco mais adiante. O dia estava bem frio e a tentação de um mergulho era grande. Mas uma placa não deixava dúvidas: a não ser que quiséssemos ser cozinhados, nada de banho naquele lugar. Acho que nunca tinha visto um lago tão grande como esse só de água quente. É.... estamos mesmo na Islândia!

Encoberta pelo vapor gerado nas fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia

Encoberta pelo vapor gerado nas fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia


Encoberta pelo vapor gerado nas fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia

Encoberta pelo vapor gerado nas fontes termais de Hverir, região de Myvatn, no nordeste da Islândia


De tão quente, está proibido nadar nesse lago em Myvatn, no nordeste da Islândia

De tão quente, está proibido nadar nesse lago em Myvatn, no nordeste da Islândia


Por fim, chegamos a Myvatn. Achamos logo um hotelzinho e fomos procurar um lugar para comer. Acabamos encontrando uma fazenda que tinha seu próprio e delicioso restaurante. Aí, nos esbaldamos em carneiro defumado cru, saladas e tortas deliciosas de sobremesa. Tudo isso com vista para o lago que dá nome à região. Espetacular! E quem diz isso não sou apenas eu, mas o meu estômago, hehehe!

Fazenda e restaurante em Myvatn, no nordeste da Islândia

Fazenda e restaurante em Myvatn, no nordeste da Islândia


O lago termal de Myvatn, no nordeste da Islândia

O lago termal de Myvatn, no nordeste da Islândia

Islândia, Breidalsvík, Myvatn, Geiser, história

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Chuva e Cores pelas Ruas de Olinda

Brasil, Pernambuco, Olinda

Casas coloridas em Olinda - PE

Casas coloridas em Olinda - PE


Dia bem gostoso e tranquilo, tivemos hoje. Finalmente, temos acesso a uma internet rápida, o que é um prazer incomensurável. Incrível como ficamos dependentes dessas coisas hoje em dia. Como é que as pessosa viviam há dez anos?

Tomando nossa pinga baiana para entrar na piscina da pousada São Pedro, em Olinda - PE

Tomando nossa pinga baiana para entrar na piscina da pousada São Pedro, em Olinda - PE


Nossa pousada é tranquila, muito bem localizada no centro histórico de Olinda. Tem um terreno arborizado com uma piscina "apetitosa" nos fundos. Passamos a manhã trabalhando e, apesar do tempo chuvoso, ainda deu para aproveitar a piscina, com o estímulo de uns goles na deliciosa pinga que compramos na Chapada Diamantina.

Observando ruínas em Olinda - PE

Observando ruínas em Olinda - PE


Depois, enfrentando a chuva que vinha e voltava, fomos passear pelas ruas coloridas da cidade. É uma delícia caminhar por aqui, para quem não liga para ladeiras. São diversas pousadas, restaurantes, ateliês, mercados, igrejas, bares, quase todos muito bem cuidados e charmosos, um convite para maiores explorações.

Cidade alta em Olinda - PE, em dia chuvoso

Cidade alta em Olinda - PE, em dia chuvoso


A cidade é de 1535 e foi fundade por Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco. Ao ver as colinas onde seria fundada a vila teria dito: "Oh... linda localização!", origem do nome da cidade. Ela foi a capital do estado até ser incendiada pelos holandeses em 1631, por acharem que era um lugar muito difícil de ser defendido. Quando os portugueses retornaram, 20 anos mais tarde, Olinda voltou a ser a capital do estado pelos próximos 200 anos, embora os governadores residissem em Recife. Foi na cidade que foram instalados os primeiros cursos jurídicos do país, tornando-a um foco estudantil. Com um público assim, não é surpresa a proliferação de bares e festas e a transforamção da cidade num dos principais centros para festejo do carnaval.

Experimentando chapéus típicos em mercado de Olinda - PE

Experimentando chapéus típicos em mercado de Olinda - PE


Aliás, ficamos imaginando como ficam essas ruas tranquilas durante essa festa. Muitas casas exibem cartazes oferecendo-se para serem alugadas. Deve ser uma "experiência" estar aqui nesses dias de fevereiro/março! No domingo, vamos ter uma pequena amostra, com blocos pré-carnavalescos circulando pelas ruas de paralelepípedo.

Delicioso jantar de jerimum com camarões ao leite de coco com molho de pitanga, no restaurante Oficina do Sabor, em Olinda - PE

Delicioso jantar de jerimum com camarões ao leite de coco com molho de pitanga, no restaurante Oficina do Sabor, em Olinda - PE


De noite, fomos até um dos famosos restaurantes de Olinda, o Oficina do Sabor e saboreamos um delicioso jerimum recheado de camarões ao creme de leite e suco de pitanga. Tudo isso com vista para as luzes da cidade lá embaixo.

Recife vista de Olinda - PE, em dia chuvoso

Recife vista de Olinda - PE, em dia chuvoso

Brasil, Pernambuco, Olinda,

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Quebradas

Argentina, Tilcara, Humahuaca

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina


As "quebradas" aqui no norte da Argentina são os vales e caminhos formados por antigas geleiras por entre as montanhas da região. O gelo se foi, perdido no tempo, mas os enormes leitos de pedra ficaram e hoje são o caminho de pequenos rios e também de estradas que fazem a ligação entre as planícies e a "puna", as terras altas argentinas, continuação do altiplano boliviano.

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina

Montanhas coloridas em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina


Caminhar ou dirigir por elas dá uma idéia da enormidade das geleiras que aqui existiam. Hoje, são fontes inesgotáveis de pedras, areia e material de construção e é muito comum ver caminhões e tratores se "abastecerem" nos seus leitos de pedra.

Linda paisagem em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina

Linda paisagem em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina


A mais conhecida desses antigos caminhos do gelo é a "Quebrada de Humahuaca", que desde tempos coloniais é o principal caminho entre as terras férteis do norte argentino e o altiplano boliviano. Há trezentos anos atrás, quando Potosí era a cidade mais rica das Américas, era por aqui que transitavam os alimentos e outros víveres para sustentar a população de quase 200 mil pessoas da cidade boliviana situada a 4 mil metros de altitude, onde quase nehuma planta consegue crescer.

Linda paisagem em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina

Linda paisagem em estrada que atravessa a Quebrada de Humahuaca - Argentina


Nesta verdadeira "avenida" por onde transitavam enormes comboios de mulas carregando alimentos, tecidos e metais, muitos povoados se desenvolveram, muitas vezes ocupando o lugar de aldeias muito mais antigas, de povos que precederam os incas. Esse caminho estratégico foi um dos principais campos de batalha na luta pela independência da América Espanhola e muito sofreu com a guerra. As pacatas tropas de mulas foram substituídas por exércitos de gaúchos, na sua versão hermana, em sua luta contra as tropas realistas, fiéis à antiga metrópole.

Vista da pequena vila de Humahuaca - Argentina

Vista da pequena vila de Humahuaca - Argentina


Hoje, ao invés de mulas ou gaúchos, são turistas que percorrem a região, atraídos pela sua história e, principalmente, pela sua incrível beleza natural. As quebradas são sempre cercadas de enormes montanhas ricas em minérios. Dependendo do minério, o contato com o ar ou a água gera uma cor diferente. O incrível resultado são montanhas, encostas e paredes coloridas, com vários tons de vermelho, amarelo e cinza. Adicione a vegetação e temos vários tons de verde também. Soma-se a isso o azul do céu e o branco da neve, gelo e nuvens e estamos num verdadeiro labirinto de cores.

O vistoso monumento ao povo indígena, em Humahuaca - Argentina

O vistoso monumento ao povo indígena, em Humahuaca - Argentina


Alguns dos povoados que se desenvolveram na Quebrada de Humahuaca acabaram se tornando centros turísticos, com pousadas charmosas, restaurantes apetitosos e museus interessantes. Um desses povoados é a pequena Tilcara, que escolhemos como nossa base para explorar a região. Deixamos as suas próprias atrações para o dia de amanhã e hoje rumamos para as cidades vizinhas.

Visita à Humahuaca - Argentina

Visita à Humahuaca - Argentina


Nosso primeiro destino foi a cidade de Humahuaca, mesmo nome da Quebrada. A primeira atração é o próprio caminho até lá, sempre as incríveis montanhas coloridas a nos cercar. Como ontem chegamos de noite, hoje foi a primeira vez que tivemos a chance de admirar essa paisagem magnífica que irá nos acompanhar pelos próximos dias. Chegando à cidade, a atração é o pequeno centro antigo, que gira em torno de uma praça. Ao redor dela, uma antiga igreja, o cabildo com sua famosa torre do relógio e a escadaria que leva a um gigantesco monumento que homenageia o povo indígena da região.

Cerimônia e homenagem à Pachamama, em Humahuaca - Argentina

Cerimônia e homenagem à Pachamama, em Humahuaca - Argentina


Tiramos fotos desses prédios antigos e também do alto do monumento, de onde se pode vislumbrar toda a vila e a incrível paisagem que a cerca. Mas, sem dúvida nenhuma, o grande evento para nós foi a cerimônia que se realizava entre a igreja e o cabildo em homenagem a Pachamama, a mãe-terra dos povos andinos. Ontem foi a virada do ano para eles e hoje, início do ano novo, é o dia de homenagem à deusa maior, à mãe terra. Turistas e passantes eram convidados a participar da homenagem e a Ana logo se voluntariou, ligada e interessada que é nessas questões. Eu fiquei de fotógrafo do ritual e a Ana fez uma bela descrição de todo o processo e assunto em um post em seu blog. Não percam!

Visitando a 'La Posta de Hornillos', na Quebrada de Humahuaca - Argentina

Visitando a "La Posta de Hornillos", na Quebrada de Humahuaca - Argentina


Depois do passeio na cidade e da homenagem à Pachamama, continuamos nosso tour pela quebrada de Humahuaca. Voltamos na direção de Tilcara e seguimos até a Posta de Hornillos, uma antigo pouso transformado em museu. Situada em ponto estratégico da Quebrada, foi disputada arduamente entre os realistas e as tropas que lutavam pela independência, tendo trocado de mãos diversas vezes na guerra que se extendeu de 1810 à 1820. É um lugar muito gostoso de se visitar, principalmente pelo local onde está, entre as montanhas coloridas e o vento gostoso que nunca cessa, o único som naquele enorme silêncio, uma espécie de símbolo do tempo e da história que também nunca param, nunca cessam. O que para nós, hoje, é o concreto, o eterno, para algum visitante do fututo será apenas história, assim como as batalhas de outrora são para nós uma página virada, uma curiosidade do passado.

Bandeira argentina tremulha em 'La Posta de Hornillos', na Quebrada de Humahuaca - Argentina

Bandeira argentina tremulha em "La Posta de Hornillos", na Quebrada de Humahuaca - Argentina


Silenciosos e contemplativos (a beleza da paisagem ajuda bastante!), voltamos para Tilcara, ainda em tempo de um lanche num restaurante da rua principal com mesas na calçada, aproveitando a luz do fim de tarde. De noite, agora já bastante frio, achamos outro restaurante, quentinho, para nossa refeição regada à vinho regional. Aqui, estamos aprendendo que o universo vinícola argentino é bem maior do que a conhecida Mendoza. Amanhã, deixamos nosso delicioso hotel em Tilcara, rumo à metrópole local de Salta. Mas antes, ainda temos de visitar as ruínas de Pucara e a Garganta del Diablo, as duas grandes atrações na nossa charmosa base de esplorações na Quebrada de Humahuaca.

Cerveja escura produzida na região de Salta (em Tilcara - Argentina)

Cerveja escura produzida na região de Salta (em Tilcara - Argentina)

Argentina, Tilcara, Humahuaca,

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A Beleza das ilhas

Galápagos, Santa Cruz, Isla Isabel, Isla Darwin, Isla Wolf, San Bartolomeu

A paisagem vulcânica da Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago), em Galápagos

A paisagem vulcânica da Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago), em Galápagos


Nesses oito dias em Galápagos, do nosso barco, nos nossos passeios em Santa Cruz ou no nosso day tour à Ilha de San Bartolomeu, pudemos admirar um pouco da incrível beleza cênica das ilhas do arquipélago.

Fim de tarde na Isla Wolf, em Galápagos

Fim de tarde na Isla Wolf, em Galápagos


A origem vulcânica ou tectônica de todas essas ilhas são uma de suas características mais marcantes. Vê-se vulcões ou antigos vulcões por todas as partes. A vegetação tenta, aos poucos, apagar essas marcas, mas elas estão lá, mesmo para os olhos mais desavisados.

De panga dentro da caverna em Rocca Redonda, na Isla Isabel, em Galápagos

De panga dentro da caverna em Rocca Redonda, na Isla Isabel, em Galápagos


A beleza selvagem da ilha de Wolf, em Galápagos

A beleza selvagem da ilha de Wolf, em Galápagos


Com exceção de Santa Cruz e San Bartolomeu, só pudemos admirá-las de longe (ou de perto também, mas sempre do barco). As distantes e isoladas Darwin e Wolf são grandes rochedos que se erguem do mar, tem uma beleza selvagem, intocada. Isabel e Fernandina são as mais novas (em termos geológicos!) e seus vulcões são mais aparentes. É ali que a terra está mais viva do que nunca.

Túnel feito pela lava na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos

Túnel feito pela lava na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos


Santa Cruz pudemos conhecer melhor. No nosso passeio por lá, logo no segundo dia no arquipélago, visitamos os incríveis túneis formados por antigos rios de lava, que "abriam" seu caminho desde o vulcão até o mar, não importa o que estivesse na frente. São verdadeiras avenidas subterrâneas, dez metros de largura e outros quinze de altura. Impossível, ao caminhar por ali, não tentar imaginar como era quando um rio de fogo passava por ali. Esses túneis de lava existem em outras ilhas também, mas parece que são os de Santa cruz os mais impressionantes de se ver. Pode-se caminhar por mais de um quilômetro pelos túneis, observar as diversas camadas geológicas assim como os vestígios dos diferentes tipos de lava que passaram por ali.

Os 'Gemelos', antigas caldeiras de lava na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos

Os "Gemelos", antigas caldeiras de lava na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos


Outra atração perto dos túneis são os "Gemelos", crateras gêmeas formadas quando o teto de enormes caldeiras de lava desabaram sobre seu próprio peso. A aparência é de uma cratera formada por um impacto, mas tem mesmo origem vulcânica. Eram gigantescas piscinas de lava fervente. Hoje, quem as preenche é uma densa vegetação que se alimenta da umidade sempre constante daquela parte da ilha.

A belíssima praia de Tortuga Bay, na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos

A belíssima praia de Tortuga Bay, na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos


No nosso último dia inteiro em Galápagos, após o live aboard, fomos conhecer outra das maravilhas de Santa Cruz: uma praia maravilhosa chamada Tortuga Bay. Uma caminhada de 40 minutos nos leva até lá (não há acesso por carro!), atravessando a vegetação nativa da ilha por uma trilha calçada. Quando chegamos, os olhos custam a acreditar na beleza que vêem, uma enorme praia de areias brancas e águas azuis. Praia com ondas, muito procurada por surfistas, e de areia firme, muito procurada por corredores. Esses dois só precisam tomar cuidado com as iguanas, que também correm pelas areias e nadam nas ondas!

Uma iguana caminha tranquilamente pela praia em Tortuga Bay, na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos

Uma iguana caminha tranquilamente pela praia em Tortuga Bay, na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos


Subindo ao farol da  Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago), em Galápagos

Subindo ao farol da Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago), em Galápagos


Por fim, impossível não mencionar a incrível beleza da ilha de San Bartolomeu. Passamos ao largo dela, ainda à bordo do Galápagos Sky e voltamos para lá num day tour vindos de Santa Cruz. Ali, fizemos uma caminhada até o ponto mais alto da ilha, onde há um farol e podemos admirar toda a paisagem que nos cerca. A cor da água das pequenas baías ao nosso redor, algo entre o verde e o azul, realmente impressiona. O visual vulcânico também é marcante, não só la de cima, mas também durante toda a caminhada. no caminho de volta, passamos por duas pequenas praias onde podemos nadar e fazer snorkel. O acidente geográfico mais marcante dali é uma enorme torre de pedra que muito nos lembrou Fernado de Noronha. Qual não foi minha indignação ao saber que os americanos, durante sua estadia em Baltra na Segunda Guerra Mundial, usavam essa torre como alvo nos seus treinamentos de batalhas aéreas. Hoje, ao fazer snorkel no local, ainda é possível achar munição e também pedaços de pedra que caíram com os bombardeios...

Visitando um dos cartões postais de Galápagos, a Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago)

Visitando um dos cartões postais de Galápagos, a Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago)


Praia na Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago), em Galápagos

Praia na Ilha de San Bartolomeu (próxima a Isla de Santiago), em Galápagos


Vale também uma lembrança para a simpática Puerto Ayora, a maior cidade de Santa Cruz, onde ficamos dois dias. Bons restaurantes e um agitado pier onde se reúnem as pessoas quando a noite cai. Talvez, o único lugar em Galápagos onde nos sentimos mais perto da civilização do que da natureza.

Pier iluminado de Puerto Ayora, principal cidade da Ilha de Santa Cruz, em Galápagos

Pier iluminado de Puerto Ayora, principal cidade da Ilha de Santa Cruz, em Galápagos

Galápagos, Santa Cruz, Isla Isabel, Isla Darwin, Isla Wolf, San Bartolomeu, Equador

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De San Marcos Para Xela

Guatemala, San Marcos La Laguna, Quetzaltenango

O incrível visual da Laguna Atitlán e seus três vulcões! (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)

O incrível visual da Laguna Atitlán e seus três vulcões! (em San Marcos La Laguna, na Guatemala)


Por uma estranha coincidência ou pela infalível Lei de Murphy, sempre o último dia da temporada na praia, aquele em que precisamos ir embora cedinho (pelo menos para quem mora longe, como Belo Horizonte, e tem uma longa viagem pela frente), é sempre o mais bonito, céu azul e sol radiante. Por que será? De criança, sempre tentava imaginar alguma maneira de “enganar” essa sina que São Pedro nos impõe. Pois é, para quem tem 1000dias, não é tão difícil!

Checando a cor da água do lago Atitlán San Marcos La Laguna, na Guatemala

Checando a cor da água do lago Atitlán San Marcos La Laguna, na Guatemala


Dia de sol na espetacular laguna Atitlán em San Marcos La Laguna, na Guatemala

Dia de sol na espetacular laguna Atitlán em San Marcos La Laguna, na Guatemala


Hoje, dia de ir embora da maravilhosa Laguna de Atitlán, o dia amanheceu mais bonito do que nunca. Então, “vamos atrasar a partida!”, foi nossa justa reação. Ao invés das malas, fomos atrás da sunga e do biquini e corremos para a nossa “praia” no lago, a plataforma de saltos. Como frequentadores habituais, ganhamos até um desconto na entrada (a plataforma fica dentro de um parque municipal). A próxima hora foi gasta tirando as fotos mais bonitas de Atitlán e dos deliciosos saltos no lago. Uma inesquecível maneira de nos despedirmos desse lugar incrível que deveria fazer parte do roteiro de todos os que visitam este país.

Admirando a beleza da laguna Atitlán e de seus vulcões, em San Marcos La Laguna, na Guatemala

Admirando a beleza da laguna Atitlán e de seus vulcões, em San Marcos La Laguna, na Guatemala


'Caminhada aérea' sobre uma ensolarada laguna Atitlán, em San Marcos La Laguna, na Guatemala

"Caminhada aérea" sobre uma ensolarada laguna Atitlán, em San Marcos La Laguna, na Guatemala


Depois da diversão, a obrigação. Afinal, nossa diária já vencia no hotel. Empacotamos tudo e partimos de Fiona para nossa última etapa dessa primeira passagem pela Guatemala (na volta da América do Norte tem mais!). Mas antes disso, Atitlán ainda reservava uma última surpresa para nós. Quando chegamos aqui há três dias já estava escuro e não pudemos aproveitar a vista que se tem do alto das encostas da imensa cratera que é, na verdade a região da laguna. Dessa vez, início da tarde, após vencer o interminável ziguezague que a estrada faz para chegar lá no alto da encosta, chegamos a um ponto que oferecia vistas sublimes de toda aquela natureza exuberante: o lago lá embaixo com suas águas azuis-esverdeadas, os três vulcôes do outro lado de Atitlán, o verde das florestas que cercam a laguna e o céu azul a cercar tudo isso. Nova pausa para fotos, para nós e para um simpático grupo de turistas guatemaltecas, argentinos e suiço que viajavam juntos no carro de uma delas.

Despedida da fantástica região da laguna Atitlán (saindo de San Marcos La Laguna, na Guatemala)

Despedida da fantástica região da laguna Atitlán (saindo de San Marcos La Laguna, na Guatemala)


Encontro com argentinos, guatemaltecos e um suiço no mirante de Atitlán, saindo de San Marcos La Laguna, na Guatemala

Encontro com argentinos, guatemaltecos e um suiço no mirante de Atitlán, saindo de San Marcos La Laguna, na Guatemala


Depois, a curta viagem até Quetzaltenango, a maior cidade dessa parte do país, mas ainda sim com uma simpática cara de cidade pequena. “Xela”, como é conhecida pelos locais, quase chegou a ser a capital de um país que não chegou a existir e hoje atrai muitos estudantes estrangeiros que querem aprender espanhol, o que deu à cidade um ar mais cosmopolita, com ótimos restaurantes e pequenos hotéis boutique. A cena cultural também é agitada, assim como a vida noturna. A arquitetura no centro também é diferenciada no país, influenciada que foi pela forte presença germânica no início do século passado.

Arquitetura pomposa em Quetzaltenago, mais conhecida como Xela, na Guatemala

Arquitetura pomposa em Quetzaltenago, mais conhecida como Xela, na Guatemala


Muita vida cultural em Quetzaltenago, mais conhecida como Xela, na Guatemala

Muita vida cultural em Quetzaltenago, mais conhecida como Xela, na Guatemala


Xela está localizada em região bem montanhosa, cercada de vulcões. Com uma altitude superior a 2.300 metros, o fim do dia sempre traz um friozinho gostoso, e todas as camas pedem um bom cobertor. Que delícia! Pena que amanhã não poderemos dormir até tarde. Na verdade, é justamente o contrário! Já temos compromisso marcado com um guia que vir[a ao nosso hotel às 04:30 da madrugada. Vamos todos de Fiona ao vulcão Tajumulco que, com seus 4.220 metros de altura, é o ponto mais alto da Guatemala e de toda a América Central. A Fiona nos leva até os 3.200 metros e os últimos mil são por nossa conta. Depois de tanto tempo relaxando no lago, já era mesmo hora de um pouco de exercício...

Um dia inspirador para remar no Lago Atitlán, em San Marcos La Laguna, na Guatemala

Um dia inspirador para remar no Lago Atitlán, em San Marcos La Laguna, na Guatemala

Guatemala, San Marcos La Laguna, Quetzaltenango, Atitlán, Lago, vulcão, Xela

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O Taim e a Praia Mais Longa do Mundo

Brasil, Rio Grande Do Sul, Chuí, Rio Grande

Dirigindo na Praia do Cassino que, com mais de 250 km de extensão, é a mais longa do mundo. Fica entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Dirigindo na Praia do Cassino que, com mais de 250 km de extensão, é a mais longa do mundo. Fica entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Desde quando descobri que a praia mais longa do mundo ficava no Brasil que ansiava conhecê-la e percorrê-la. Enquanto crescia, minha família sempre viajava para praias no Sudeste do país e era uma questão de honra, pelo menos uma vez na temporada, caminhar naquela praia de ponta a ponta. Ao menos nos lugares que frequentávamos, as praias não passavam dos 10 km de tamanho e nunca encontramos alguma que nos “vencesse”.

A Fiona pronta para enfrentar os mais de 200 km da Praia do Cassino, a mais longa do mundo, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

A Fiona pronta para enfrentar os mais de 200 km da Praia do Cassino, a mais longa do mundo, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Dirigindo na Praia do Cassino que, com mais de 250 km de extensão, é a mais longa do mundo. Fica entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Dirigindo na Praia do Cassino que, com mais de 250 km de extensão, é a mais longa do mundo. Fica entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Curioso sobre as maiores praias, perguntava ao meu pai qual era a maior que ele conhecia e a resposta era “Praia Grande”. No litoral de São Paulo, ela tem algumas dezenas de quilômetros de extensão, mas nunca fomos até lá, pelo menos não naquela época. Já mais velho e iniciando minhas viagens ao Nordeste, comecei a me deparar com praias bem maiores. O desafio da infância continuava e, uma vez, caminhei pela praia de Prado ao Arraial d’Ajuda, no sul da Bahia, sempre pela costa. É um percurso de quase 100 km e demorei alguns dias, acampando no caminho. Mas não é uma praia única e sim uma coleção delas. Enfim, aquela longa caminhada me fez querer descobrir qual a praia mais longa no Brasil. Em um mundo sem internet ou google, não foi fácil descobrir, mas enfim veio a resposta: a Praia do Cassino, no sul do Rio Grande do Sul. E, para minha surpresa, ela não era apenas a mais longa do Brasil, mas do mundo, com seus 250 km de extensão. Nascia então a promessa de, um dia, conhecer essa verdadeira campeã.

Trecho de areia fofa e lombadas naturais na Praia do Cassino, entre o Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Trecho de areia fofa e lombadas naturais na Praia do Cassino, entre o Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Praia do Cassino, a mais longa do mundo, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Praia do Cassino, a mais longa do mundo, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


O conceito de “praia” não é muito preciso e isso sempre gera dúvidas sobre sua verdadeira extensão. Onde ela começa e onde ela acaba? No conceito mais simples, uma praia é uma faixa de areia ao longo de um corpo d’água (mar, rio ou lago) delimitada por acidentes geográficos. Assim, o que determina onde começa e acaba uma praia seria um rio ou costão de pedras ou simplesmente o fim da faixa de areia. Mas que tamanho deve ter esse rio para que seja considerado o fim da praia? Qualquer riacho serve? Sabemos intuitivamente que não, mas como definir? Por exemplo, por que Ipanema e Leblon não são uma única praia? Aquele pequeno canal já é o bastante? E a tal Praia Grande, referência da minha infância? Diversos riachos dividem a enorme praia em várias praias menores, com nomes e tudo. Mas não seria uma praia só? Não só os rios são confusos, mas uma grande rocha que nos impede o caminho também pode ser. Por exemplo, muitas vezes podemos caminhar durante a maré baixa, apenas pela faixa de areia, de uma praia à outra. Depois, com a maré cheia, temos de subir nas pedras. São duas praias ou uma só?

Nosso caminho entre o Chuí e Rio Grande, longe da estrada e através dos 250 km de areia da praia mais longa do mundo. A mesma praia muda de nome ao longo do percurso, quando mudamos de município, de Chuí para Sta Vitoria do Palmar para Rio Grande

Nosso caminho entre o Chuí e Rio Grande, longe da estrada e através dos 250 km de areia da praia mais longa do mundo. A mesma praia muda de nome ao longo do percurso, quando mudamos de município, de Chuí para Sta Vitoria do Palmar para Rio Grande


Além dessas dúvidas causadas por acidentes geográficos de definição imprecisa, ainda há um outro tipo. Ao longo do tempo, foram sendo construídos balneários ao longo de várias praias brasileiras. Muitos deles, na mesma faixa de areia, mas separados por alguns quilômetros de distância. Cada qual batizava a praia em frente (a mesma praia!) com um nome diferente. E aí, com o tempo, viraram praias “diferentes”. Mas para a mãe natureza, sempre foram e continuarão a ser uma única praia. O litoral do Paraná e o litoral sul de São Paulo são exemplos clássicos disso. Onde havia duas ou três praias, hoje são umas trinta.

O longo caminho através da Praia do Cassino, a mais extensa do mundo, entre o Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

O longo caminho através da Praia do Cassino, a mais extensa do mundo, entre o Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Dirigindo na Praia do Cassino que, com mais de 250 km de extensão, é a mais longa do mundo. Fica entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Dirigindo na Praia do Cassino que, com mais de 250 km de extensão, é a mais longa do mundo. Fica entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Toda essa conversa para dizer que nosso “orgulho nacional”, a maior praia do mundo, aqui no extremo sul do país, também “nasceu” única, mas virou várias. Para complicar a situação, não é que há vários balneários nela. Não! De tão longa, são vários municípios! Cada um puxando a sardinha para seu lado e querendo que ela seja conhecida com o nome dado em seu município. Isso porque a praia ficou conhecida internacionalmente desde que saiu no Guinness Book como a maior praia do mundo. Estão todos disputando a fama e as benesses econômicas advindas disso. Mas uma coisa é certa e posso atestar, já que percorri toda a sua extensão: é uma única faixa de areia, portanto, é UMA praia. E tem algo próximo de 250 quilômetros! Então, não importa o nome, ou os nomes, é mesmo uma praia só e merecidamente está lá no livro dos recordes.

Encontrando tráfego na Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Encontrando tráfego na Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Quase não há pessoas, mas há muitos pássaros na praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Quase não há pessoas, mas há muitos pássaros na praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


O nome que devemos dar a essa gigante, eis aí a questão! Tradicionalmente, ela é conhecida como Praia do Cassino. Começa lá na barra do rio Chuí, na fronteira do Brasil com o Uruguai, e vai até Rio Grande, na boca da Lagoa dos Patos. O nome vem do início do século passado. O balneário da Praia do Cassino foi o primeiro do Brasil, criado em 1890. O maior e mais tradicional hotel do balneário era o Atlântico e nele funcionava uma grande sala de jogos, pelo menos até que essa atividade fosse proibida no país, na década de 40. Quase um cassino. Sua fama na região deu nome a longa praia. Acontece que, muitos anos depois e muitos quilômetros ao sul, um outro balneário apareceu na mesma praia, mas em outro município, Santa Vitoria do Palmar. Era o balneário do Hermenegildo (que nome!). A praia ganhou o mesmo nome, pelo menos na sua extensão contida nesse município. Por fim, a pequena cidade de Chuí também ganhou sua autonomia, bem recentemente. Aquele trecho da praia gigante em seu território também foi rebatizado. Os habitantes de Santa Vitoria argumentam que o maior trecho da praia está em seu município, então, se for para ter um nome só, deve ser o seu, apelidado de “Hermena”. `Ou então, que seja considerado três praias, pois mesmo assim, dividida, a Hermena vai figurar entre as maiores do mundo, embora perderá o título...

Mais um encontro com um grupo de centenas de pássaros na Praia do Cassino, ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Mais um encontro com um grupo de centenas de pássaros na Praia do Cassino, ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Mais um encontro com um grupo de centenas de pássaros na Praia do Cassino, ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Mais um encontro com um grupo de centenas de pássaros na Praia do Cassino, ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Bom, deixe que eles briguem entre si que nem a praia, nem nós dos 1000dias damos muita bola para isso. O importante mesmo é percorrer a praia, a maior do mundo e do nosso continente querido, esse que temos explorado nesses 1000 dias de jornada americana. Para quem quer conhecer todo o continente, era uma obrigação passar por aqui também, certo? Faltava decidir como! De carro ou a pé? Resposta fácil, essa...

Cruzando com uma garça na Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Cruzando com uma garça na Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Passando ao largo da Estação Ecológica do Taim, na Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Passando ao largo da Estação Ecológica do Taim, na Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Ao contrário da minha longa caminhada pelas praias do sul do Bahia, onde cada curva era um cartão postal, a água do mar era quente e o vento agradável, aqui nada disso é verdade. A praia é enorme e tem sua beleza, mas é uma grande reta sem fim. Caminhar esses 250 km, além de demorar uns 10 dias, seria um teste de paciência. Alguns aventureiros o fazem, mas nós, definitivamente, não estávamos com esse pique. Ainda mais, acompanhados dos meus pais. Então, resolvido, de Fiona, uma verdadeiro camarote. Nada de vento ou de frio. A questão, então, passou a ser: dá para dirigir por toda a praia?

Localização da Estação Ecológica do Taim, entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, ao longo da Praia do Cassino, no sul do Rio Grande do Sul

Localização da Estação Ecológica do Taim, entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, ao longo da Praia do Cassino, no sul do Rio Grande do Sul


A Estação Ecológica do Taim é um grande banhado (planície alagada) entre a Lagoa Mirim e o oceano, ao norte da Lagoa da Mangueira, no Rio Grande do Sul, lar de milhares de pássaros, capivaras e outros animais (fotomontagem da Internet)

A Estação Ecológica do Taim é um grande banhado (planície alagada) entre a Lagoa Mirim e o oceano, ao norte da Lagoa da Mangueira, no Rio Grande do Sul, lar de milhares de pássaros, capivaras e outros animais (fotomontagem da Internet)


Uma rápida pesquisa pela internet e uma preciosa confirmação boca a boca com gente que vive por aqui nos deixou seguros que sim, que era possível. Ainda mais num carrão como a Fiona. O único ponto era estar ligado na maré. Quanto mais baixo o mar, mais dura e firme a areia. A maré alta nos empurra para a areia fofa, principalmente em certos trechos. Mas a não ser que estivéssemos falando de uma maré alta de lua, a Fiona conseguiria se virar bem.

Um dos faróis na Praia do Cassino, entre o Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Um dos faróis na Praia do Cassino, entre o Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Um belíssimo arco-íris nos acompanha na travessia da Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Um belíssimo arco-íris nos acompanha na travessia da Praia do Cassino, entre Chuí e Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Então, sem mais delongas, bem pertinho da barra do Chuí, onde estivemos no final da manhã, deixamos a estrada para trás e entramos na areia. Ali estava nossa nova rodovia pelos próximos 250 quilômetros. Dia de sol e vento, mas não dentro da Fiona. Alguns minutos dirigindo e já tínhamos deixado para trás os últimos sinais de civilização do balneário da Barra do Chuí e estávamos sós, nós, a praia, o mar e o vento. Uma natureza vasta, quase infinita. Praia do Cassino ou Praia do Hermenegildo, para nós era, simplesmente, “a praia”.

Pescadores aproveitam a calma da Praia do Cassino ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Pescadores aproveitam a calma da Praia do Cassino ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Pescadores aproveitam a calma da Praia do Cassino ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Pescadores aproveitam a calma da Praia do Cassino ao sul de Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Foram dezenas de quilômetros sem encontrar absolutamente ninguém. Aqui e ali, rastros de carros, único sinal que havia mais gente além de nós no mundo. Mundo sem gente, mas com muita vida, principalmente de pássaros. Além deles, uma manada de vacas. Pastando areia? Bebendo água do mar? Vai saber... Mas são mesmo os pássaros os senhores da praia. Pássaros pequenos e grandes. Pássaros voando sós ou em grandes grupos. Pássaros descansando e pescando. Era só a Fiona se aproximar que logo vinha o espetáculo da revoada.

Ao sul de Rio Grande, na Praia do Cassino, encontro com o navio encalhado há quase 40 anos, o Altair, no litoral do Rio Grande do Sul

Ao sul de Rio Grande, na Praia do Cassino, encontro com o navio encalhado há quase 40 anos, o Altair, no litoral do Rio Grande do Sul


Junto ao navio encalhado Altair, na Praia do Cassino, ao sul de Rio Grande, a Ixa mostra nossa posição no mapa da Fiona (litoral do Rio Grande do Sul)

Junto ao navio encalhado Altair, na Praia do Cassino, ao sul de Rio Grande, a Ixa mostra nossa posição no mapa da Fiona (litoral do Rio Grande do Sul)


Um pouco antes da metade do caminho, a grande estrela da região: a Estação Ecológica do Taim. É uma reserva de proteção de uma vasta área que fica entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, ao norte de uma bela lagoa de água bem limpa e doce, a Lagoa Mangueira. Aqui pelo lado da praia a gente vê as placas de sinalização da reserva, mas a entrada principal está do lado da rodovia, então não pudemos entrar. Eu sei que os jipeiros da região costumam atravessar a reserva uma vez por ano, em trilhas no meio do mato e do banhado. Mas tem de saber os caminhos e fazer na época certa, o que não era o caso.

Ao sul de Rio Grande, na Praia do Cassino, encontro com o navio encalhado há quase 40 anos, o Altair, no litoral do Rio Grande do Sul

Ao sul de Rio Grande, na Praia do Cassino, encontro com o navio encalhado há quase 40 anos, o Altair, no litoral do Rio Grande do Sul


Ao sul de Rio Grande, na Praia do Cassino, encontro com o navio encalhado há quase 40 anos, o Altair, no litoral do Rio Grande do Sul

Ao sul de Rio Grande, na Praia do Cassino, encontro com o navio encalhado há quase 40 anos, o Altair, no litoral do Rio Grande do Sul


É uma área de banhado, o nome que se dá aqui no sul para as planícies alagadas. O lugar fervilha de vida animal, principalmente de pássaros. São dúzias de espécies e dezenas de milhares deles. Mas têm muito mamífero também, como capivaras, cachorros-do-mato, ratão-do-banhado e até lontras. Para quem gosta de répteis, numa área com tanta água, não poderiam faltar tartarugas, cobras e, claro, jacarés!

Explorando os escombros do Altair, barco encalhado desde 1976 na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul

Explorando os escombros do Altair, barco encalhado desde 1976 na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul


Cada vez mais próximos de Rio Grande, primeiro encontro com tráfego na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul

Cada vez mais próximos de Rio Grande, primeiro encontro com tráfego na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul


Foi apenas quando passamos pela estação ecológica que mudamos de município e entramos, oficialmente, na Praia do Cassino. Tem até um farol (são dois ou três, ao longo de todo o percurso) nesse ponto, o que torna mais fácil a identificação de tão controversa “fronteira”, fim de uma praia e início da outra. Começa a aparecer um carro ou outro, quase todos de pescadores em busca de um bom ponto na praia. Não deve ser difícil encontrar... Coincidentemente, foi também nesse ponto que um gigantesco e nítido arco-íris apareceu no céu. Era para nos dar as boas vindas à maior praia do mundo?

Cada vez mais próximos de Rio Grande, cada vez mais movimento de pescadores e banhistas na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul

Cada vez mais próximos de Rio Grande, cada vez mais movimento de pescadores e banhistas na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul


Cada vez mais próximos de Rio Grande, cada vez mais movimento de pescadores e banhistas na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul

Cada vez mais próximos de Rio Grande, cada vez mais movimento de pescadores e banhistas na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul


Finalmente, já a menos de 20 quilômetros do final, chegamos a um dos principais pontos de referência dessa praia inacabável: o naufrágio do navio Altair. Desde Julho de 1976 ele está lá, apodrecendo e enferrujando sob a ação das ondas e da maresia inclemente. Foi uma ótima oportunidade para esticarmos as pernas e respirarmos ar puro. Sessão de fotos e exploração da carcaça do barco, bem no limite da água e da areia. Depois, de volta para a Fiona para os quilômetros finais.

Monumento no trecho inicial da Praia do Cassino, já bem próximos de Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Monumento no trecho inicial da Praia do Cassino, já bem próximos de Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Monumento no trecho inicial da Praia do Cassino, já bem próximos de Rio Grande, no Rio Grande do Sul

Monumento no trecho inicial da Praia do Cassino, já bem próximos de Rio Grande, no Rio Grande do Sul


Pois é, quanto mais perto do balneário do Cassino, maior o movimento. Muito carro na praia. Aqui, começo a aprender com os próprios olhos algo que a Ana já conhecia e me ensinava: o conceito de “praia de gaúcho”. Nesse estado, leva-se o carro para dentro da praia. Como as faixas de areia são largas e firmes, tudo é transformado em um enorme estacionamento. As pessoas armam suas barracas e cadeiras do lado de seus veículos. A quantidade de pescadores também é enorme. Também...com o vento e o frio, o mar é muito mais para peixe do que para gente!

Ao chegar em rio Grande, fim de viagem na Praia do Cassino, a mais longa do mundo, com mais de 250 km de extensão, no Rio Grande do Sul

Ao chegar em rio Grande, fim de viagem na Praia do Cassino, a mais longa do mundo, com mais de 250 km de extensão, no Rio Grande do Sul


Enfim, chegamos ao final do trecho permitido para carros. Já se vê os gigantescos moles que marcam o fim da praia e o canal de água que liga a Lagoa dos Patos ao mar. Deixamos a areia para trás e entramos no avô de todos os balneários brasileiros. Hoje, virou um grande bairro, com mais de 20 mil habitantes. Daí para o centro da cidade são poucos quilômetros. É para lá que seguimos, depois de percorrer a praia mais extensa do mundo, um sonho antigo que, enfim, se realizou!

Chegando à cidade de Rio Grande, importante porto no litoral do Rio Grande do Sul

Chegando à cidade de Rio Grande, importante porto no litoral do Rio Grande do Sul

Brasil, Rio Grande Do Sul, Chuí, Rio Grande, Estação Ecológica do Taim, Estrada, Parque, Praia, Praia do Cassino, Praia do Hermenegildo, Santa Vitória do Palmar

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Hacia Sur

Argentina, Bariloche, El Bolsón

A Ruta 40, na região de El Bolsón, na patagônia argentina

A Ruta 40, na região de El Bolsón, na patagônia argentina


Ontem, dia 9, voamos de Curitiba para Bariloche com uma rápida parada em Buenos Aires. Nem saímos do aeroporto. Em Bariloche, no estacionamento do próprio aeroporto nos esperava a Fiona. Com carro próprio e já na nossa terceira chegada à cidade em menos de 10 dias, foi como chegar em casa. Já sabemos os caminhos, já conhecemos os hotéis e restaurantes, até já conhecemos algumas pessoas.

As paisagens maravilhosas da patagônia andina argentina, na Ruta 40, região de El Bolsón

As paisagens maravilhosas da patagônia andina argentina, na Ruta 40, região de El Bolsón


Voltamos para o mesmo hotel da primeira vez e o jantar, para celebrar o início da nossa longa jornada rumo ao sul do continente, foi um delicioso fondue. São especialistas nisso por aqui. Hoje de manhã, antes de pegarmos estrada, foi a vez de ir fazer câmbio nas ruas. Também já estou ficando craque nessa atividade. Em todas as cidades grandes ou turísticas do país a gente encontra no centro os “arbolitos”, nome carinhoso dado aos cambistas. Ficam parados em frente às casas de câmbio ou bancos e não são incomodados pela polícia, desde que não falem alto nas ruas. Quando demonstramos interesse, eles nos levam para dentro de uma loja e fazemos o câmbio. A taxa atual chega perto dos 14 pesos por dólar, praticamente o dobro da taxa oficial. Aqui em Bariloche, eles já estão acostumados em fazer câmbio para brasileiros e já falam até em português conosco. Eu troquei a quantidade que imagino que vamos usar até chegarmos à próxima cidade grande e pronto, não faltava mais nada para pegarmos estrada.

As paisagens maravilhosas da patagônia andina argentina, na Ruta 40, região de El Bolsón

As paisagens maravilhosas da patagônia andina argentina, na Ruta 40, região de El Bolsón


Nosso rumo agora é o sul. Vamos descer a famosa ruta 40, a estrada que vai de norte ao sul do país sempre ao lado dos Andes, sendo considerada uma das mais cênicas do continente. Daqui para o norte, ela é toda asfaltada. Mas para o sul, com muito menos movimento, ainda há longos trechos de rípio. Aos poucos, está sendo tudo asfaltado e não duvido que em poucos anos seja possível cruzar toda a patagônia andina sem poeira.



Serão mais de 2.500 km até Ushuaia, no sul da Terra do Fogo. Mas não vamos diretamente. A primeira parada, onde dormiremos por uns dias, será El Bolsón, uma espécie de prima alternativa de Bariloche. De lá para a belíssima El Chaltén, passando no caminho por mais cidades de colonização galesa e também pela inacreditável Cueva de Las Manos. Em El Chaltén deveremos passar alguns dias explorando o parque que há por lá, muitas caminhadas no cardápio. Depois, El Calafate, onde está o mais famoso glaciar das Américas, o Perito Moreno.

As paisagens maravilhosas da patagônia andina argentina, na Ruta 40, região de El Bolsón

As paisagens maravilhosas da patagônia andina argentina, na Ruta 40, região de El Bolsón


Para seguir ainda mais ao sul ao lado dos Andes, só do lado chileno. E é para lá que seguiremos, justo naquele que é considerado o mais belo Parque Nacional desse lado do mundo, o Torres del Paine. Finalmente, ainda do lado chileno, vamos até Punta Arenas de onde, de balsa, poderemos cruzar para a Terra do Fogo. Daí para Ushuaia será um pulinho e aí sim teremos levado a Fiona até a ponta sul do continente. Desde que saímos do Alaska, lá na outra ponta, terão sido 15 meses muito bem vividos!

A Ruta 40, na região de El Bolsón, na patagônia argentina

A Ruta 40, na região de El Bolsón, na patagônia argentina


Bom, é isso então, belos planos para o próximo mês! É mais uma corrida se iniciando, pois temos de estar em Santiago no final de Janeiro, de onde voaremos outra vez para o Brasil, agora para o aniversário da minha mãe. Temos, então, cerca de 50 dias para chegarmos à Ushuaia e retornarmos à Santiago, subindo todo o Chile pela famosa Carretera Austral, forte concorrente da ruta 40 na competição de estrada mais bela da América do Sul. Daqui a dois meses poderemos dar o nosso veredicto!

Chegando em El Bolsón, na Argentina

Chegando em El Bolsón, na Argentina


Enfim, toda grande jornada começa com o primeiro passo. E o nosso foi dirigir de Bariloche a El Bolsón. Esse pequeno trecho já é mais do que o suficiente para entender a fama que a ruta 40 tem. A Carretera Austral vai ter de se esforçar!

Argentina, Bariloche, El Bolsón, Estrada

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Ao Redor de Atitlán

Guatemala, San Marcos La Laguna, San Pedro La Laguna

Bela vista do lago Atitlán em San Pedro la Laguna, na Guatemala

Bela vista do lago Atitlán em San Pedro la Laguna, na Guatemala


A região da Laguna de Atitlán já é povoada há milênios de anos. Os mayas construíram várias cidades ao redor do lago e algumas, inclusive, foram engolidas pelas águas e estão sendo redescobertas na atualidade por mergulhadores. Hoje, são os descendentes desse povo pré-hispânico que formam a maioria da população das vilas e cidades que cercam o lago. Aliás, são poucos os lugares em que passamos em que a língua e a cultura indígena são tão fortes. Em San Marcos, percebe-se facilmente, entre a população local (e não os imigrados), que o espanhol é a segunda língua, muitas vezes falada com certa dificuldade.

Embarcando para cruzar a Laguna Atitlán de San Marcos para San Pedro, na Guatemala

Embarcando para cruzar a Laguna Atitlán de San Marcos para San Pedro, na Guatemala


A serenidade do lago esconde os apuros que esse povo já passou. Não bastasse as intempéries da natureza, sob a forma de erupções, terremotos e furacões, os descendentes dos mayas também sofreram uma violenta perseguição do governo nos anos da guerra suja, especialmente na década de 80. Os indígenas eram vistos como aliados das guerrilhas de esquerda e sofreram diversos massacres, compondo boa parte dos mais de 100 mil mortos das décadas de 50 à 80. E aqui em Atitlán, onde sua cultura é tão forte e presente, foi um dos lugares mais afetados.

Chegando à San Pedro La Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala

Chegando à San Pedro La Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala


Hoje, observando o cenário magnífico que compõem o lago e seus vulcões, é quase impossível imaginar outra coisa que não paz, amor e sentimentos congêneres. É esta beleza que atraiu o segundo contingente da população que aqui vive ou transita: a dos estrangeiros. Muitos vieram e resolveram ficar. Tem pousadas, restaurantes, agências ou oferecem serviços variados, dos mais místicos aos mais concretos. Hippies descobriram Panajachel há mais de 30 anos e a transformaram na maior cidade do lago. Conhecida pelo apelido de “Pana”, a cidade é uma meca turística e é a que oferece melhor estrutura. Por isso mesmo, perdeu bastante do seu caráter maya ou guatemalteco e virou cidade internacional.

Venda de artesanato em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala

Venda de artesanato em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala


Isso fez que os viajantes procurassem alternativas e a escolhida foi San Pedro La Laguna, aos pés do vulcão San Pedro e bem em frente aonde ficamos, em San Marcos. A consequência foi que também ela inchou, deixando de ser um “pueblo” e virando uma cidade. Atualmente, é a preferida dos turistas mais jovens, principalmente pela vida noturna que oferece, além de soar mais alternativa que Pana.

Rua movimentada do centro de San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala

Rua movimentada do centro de San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala


Foi para lá que fomos hoje. As cidades e vilas do lago são ligadas constantemente por pequenas lanchas que vivem a singrar a laguna Atitlán. Entre San Marcos e San Pedro, por exemplo, a cada vinte minutos sai uma lancha. São dez minutos para cruzar o lago, um programa obrigatório para quem vem à Atitlán. Os mais energéticos podem fazer o mesmo caminho de caiaque, mas aí será mais de uma hora, certamente.

A cheia do lago Atitlán faz estragos em San Pedro la Laguna, na Guatemala

A cheia do lago Atitlán faz estragos em San Pedro la Laguna, na Guatemala


A cidade está dividida na sua área comercial, muito movimentada e cheia de locais, e na área turística, pequenas e estreitas vielas cheias de pousadas e restaurantes. A gente chegou no cais semi-alagado pela cheia do lago e seguimos logo para o alto da cidade, onde está a área comercial, com suas feiras, trânsito complicado e população indígena. Depois, voltamos para a orla do lago para admirar os hotéis alagados e abandonados e também as ruazinhas simpáticas cheias de restaurantes de comida natural e saborosa.

Venda de máscaras típicas em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala

Venda de máscaras típicas em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala


Ao contrário da nossa pequena San Marcos, em San Pedro vão vários os restaurantes com decks virados para o lago. Difícil é escolher em qual comer. De noite, imaginamos, deve bombar. Hoje de tarde, estava bem tranquilo. Comemos e tomamos uma deliciosa Brahva Extra, mesmo logo da nossa Brahma Extra. Aqui, por algum motivo mercadológico, mudaram um pouco o nome da cerveja.

Brahva Extra: qualquer semelhança NÃO é coincidência! (San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala)

Brahva Extra: qualquer semelhança NÃO é coincidência! (San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala)


Voltamos para a nossa San Marcos no fim da tarde, cruzando mais uma vez aquele lago maravilhoso. Voltamos duplamente felizes: primeiro por termos conhecido San Pedro e termos passado uma tarde bem gostosa por lá. Segundo porque agora estávamos mais certos do que nunca de que tínhamos feito a escolha correta quando decidimos ficar em San Marcos. Muito mais a nossa cara. Aliás, para quem gosta da Ilha do mel, no Paraná, San marcos é o lugar para se ficar em Atitlán!

No deck de um dos muitos restaurantes na beirada do lago Atitlán em San Pedro la Laguna, na Guatemala

No deck de um dos muitos restaurantes na beirada do lago Atitlán em San Pedro la Laguna, na Guatemala

Guatemala, San Marcos La Laguna, San Pedro La Laguna, Atitlán

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Incas, Pukaos, Moais, Cavernas e a Praia

Chile, Ilha de Pascoa, Ilha De Pascoa, Hanga Roa

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Um dos maiores mistérios sobre a história da Ilha de Pascoa é se seus antigos habitantes tiveram algum contato com os povos da América do Sul. O fato de a batata-doce ser um dos principais itens de seu cardápio e dessa planta ser originária da América parece ser uma boa pista que sim, mas sempre haverá aqueles que defendem que a planta pode ter chegado à ilha com a ajuda de pássaros ou pegando carona em um tronco que veio boiando pelo mar.

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?


Mas existe uma outra “pista” na ilha que dificilmente pode ter vindo trazida por pássaros ou boiando pelo mar. Foi para aí que seguimos depois da visita ao vulcão Rano Kao (ver post anterior), ver de perto as ruínas de Vinapu. É um grande ahu (plataformas ou altares de pedra), como dezenas de outros espalhados por Rapa Nui, mas com uma “pequena” peculiaridade: a arquitetura é claramente incaica!

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?

Ruínas de traços incas em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico. Terá havido algum contato?


Os incas formaram a mais desenvolvida civilização pré-colombiana da América do Sul e se encontravam no seu auge na época da chegada dos espanhóis. Para quem já visitou as ruínas de Saqsaywamán (veja o post e as fotos aqui!), em Cusco, não terá dúvidas: a similaridade das duas ruínas, Vinapu aqui em Rapa Nui, e a fortaleza Inca em Cusco, não pode ser mera coincidência! E como terá sido esse contato? Sinceramente, essa é uma dedução minha, não acho que os incas tenham vindo até aqui. Para mim, parece lógico que se eles tivessem navegado até Ilha de Pascoa, também teriam chegado ao México, que é muito mais perto! E um contato entre as poderosas civilizações inca e asteca certamente teria deixado marcas mais claras. Nunca houve esse contato (pelo menos de forma direta), o que me faz concluir que também não chegaram aqui. Resta, então, a outra alternativa: foram os rapa nuis que chegaram ao Perú. Muito provavelmente, com alguma frequência. Não só trouxeram a batata-doce de lá como tiveram umas aulas de arquitetura e técnicas de encaixe perfeito de rochas gigantes com os incas. Vinapu está aqui para provar isso.

Nosso roteiro de carro por várias das atrações da Ilha de Páscoa, entre moais, pukaos, cavernas, um vulcão e uma praia

Nosso roteiro de carro por várias das atrações da Ilha de Páscoa, entre moais, pukaos, cavernas, um vulcão e uma praia


Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Bom, deixamos as teorias para trás e seguimos nosso passeio, agora em direção à fábrica de pukaos, os chapéus avermelhados dos moais. O lugar, uma antiga boca de vulcão, se chama Puna Pau. A rocha formada pela erupção desse vulcão é completamente distinta da rocha formada lá na fábrica de moais, tanto na cor como na estrutura. E os antigos rapa nuis souberam combinar muito bem as duas, nos seus Moais sagrados.

Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Puna Pau, onde eram fabricados dos Pukaos, ou cabelos dos Moais de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Um Pukao, ou o cabelo de um Moai (em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico)

Um Pukao, ou o cabelo de um Moai (em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico)


Puna Pau é bem menos visitada que Ranu Haraku, a fábrica de Moais. Estivemos ali meia hora, caminhando entre antigos pukaos sem ver mais ninguém. Aqui, como na fábrica de Moais, percebe-se uma linha de produção e vários pukaos prontos para a venda. E aqui também, tudo parece que parou de repente, como se os operários tivessem saído para o almoço e nunca mais voltado. Imensos blocos de pedra avermelhada com formato de chapéu (ou cabelo!) esperando, silenciosamente, há séculos, para serem transportados.

Com nosso carro alugado, dirigindo pelas estradas de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Com nosso carro alugado, dirigindo pelas estradas de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Entrando em área de parque nacional em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Entrando em área de parque nacional em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Bom, tiramos nossas fotos, fizemos nossas divagações e seguimos em frente. Agora para o Ahu Akivi, os sete Moais que olham para o mar, ao invés de olharem para a ilha. Aparentemente, são uma homenagem aos primeiros habitantes de Rapa Nui, aqueles que cruzaram o mar vindos do oeste, para colonizar a Ilha de Pascoa. É exatamente para oeste que miram os Moais. E exatamente como ocorre em tantas outras civilizações antigas, a precisão astronômica da construção chama a atenção! Os moais estão na exata direção do ponto onde o sol se põe no equinócio de primavera, enquanto suas costas apontam para o ponto onde o sol nasce no dia do equinócio de outono. Ninguém vai achar que isso é coincidência...

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Ahu Akivi, o único local onde os Moais estão voltados para o mar em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Outra razão que diferencia esse conjunto de Moais é o fato dele estar no interior da ilha, numa parte mais elevada. Isso propicia vistas magníficas do seu entorno e nos inspiram ainda mais à reflexão. Também é daqui que parte a trilha para subir o vulcão Terevaka que, com seus 500 metros de altura, é o mais alto da ilha.

Entrada principal de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Entrada principal de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


caminhando por Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

caminhando por Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Mas nosso pique, hoje, era outro! Seguimos para antigas cavernas, ou “anas”, ai perto. Eram antigos tuneis de lava, formando um verdadeiro labirinto embaixo da terra. A última atividade vulcânica da ilha já tem algumas dezenas de milhares de anos, assim que, quando os primeiros habitantes de Rapa Nui chegaram, os antigos tuneis já eram cavernas seguras. Nelas moraram gerações e mais gerações de rapa nuis, buscando proteção dos elementos e também de clãs rivais.

Observando uma das saídas de Ana Te Panu, caverna que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Observando uma das saídas de Ana Te Panu, caverna que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Saída de difícil acesso de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Saída de difícil acesso de Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Passamos uma boa hora explorando alguns desses tuneis, sempre nos guiando pela luz que entra pelas diversas claraboias. Como estávamos sem lanternas, não pudemos ir nos tuneis mais escuros, mas caminhar pelos mais claros já foi o suficiente para termos uma ideia de como seria morar ali. Nas claraboias maiores, ainda hoje se cultivam bananeiras e outros vegetais, exatamente como faziam séculos atrás. Mais um link direto com esse passado não tão distante.

Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Ana Te Panu, uma das cavernas que servia de moradia e refúgio para os antigos habitantes de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Por fim, seguimos com nosso carro para a praia de Anakena, nossa velha conhecida. Dessa vez, chegamos mais cedo, para ter mais tempo por lá, inclusive para entrarmos no mar, coisa que ainda não havíamos feito.

Correndo para saltar no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Correndo para saltar no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Pulando no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Pulando no mar na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Dia de domingo, dia de praia cheia, como em qualquer lugar do mundo. E também, como em qualquer lugar do mundo, lá estavam crianças e adolescentes brincando com bola, fazendo o seu sagrado futebol. Nós passamos um bom tempo admirando e fotografando essas pessoas que são como todos nós, exceto pelo fato de terem nascido na Ilha de Pascoa. Trabalham e estudam nos dias de semana e se divertem no domingo, brincando com os amigos.

Praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


A Ana nada na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

A Ana nada na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico


Nós também, entramos no clima e nos entregamos à praia, ao sol, ao final de tarde. Nadar em Anakena pode ser normal para eles, mas para nós, é especial sim. Ainda mais num final de tarde tão magnífico. Tendo nossas próprias rodas, não precisávamos nos preocupar com a volta. Falando em rodas e em entardecer, amanhã de madrugada, antes de devolvermos o carro, temos um compromisso: assistir ao nascer-do-sol em Ahu Tongariki, um dos programas obrigatórios para quem viaja a Rapa Nui.

Criança se diverte com bola na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

Criança se diverte com bola na praia de Anakena, em Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), ilha chilena no meio do Oceano Pacífico

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