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SHUFFLE Há 1 ano: Argentina Há 2 anos: Argentina

No Centro de Port-au-Prince

Haiti, Port-au-Prince

Praça central de Port-au-Prince, capital do Haiti

Praça central de Port-au-Prince, capital do Haiti


Nossa ideia original era ter ficado hospedado no centro de Port-au-Prince, mas quis o destino que ficássemos no Le Perroquet, em Pétion-Ville (ainda bem!); era ter ido para o sul do país, para conhecer Jacmel, mas acabamos indo passar o dia na praia de Obama (ainda bem!); e era irmos passar um dia no centro, para verdadeiramente conhecer a capital do país, mas outra vez tínhamos uma oferta tentadora de mudar de programação.

Nossa moto-taxi furou o pneu no caminho para o centro de Port-au-Prince, capital do Haiti

Nossa moto-taxi furou o pneu no caminho para o centro de Port-au-Prince, capital do Haiti


O Eric e a Lana nos convidaram para ir passar o dia nas montanhas ao redor de Port-au Prince, mas teríamos de voltar à tempo de visitar a base brasileira da ONU no dia de hoje, já que amanhã cedo voaremos para o norte do país. Com isso, não sobraria tempo para vermos de perto o centro da cidade. Pensamos, pensamos e, pelo menos dessa vez, resolvemos manter nossos planos. Deixamos para ver as montanhas lá perto de Cap-Haitien e reservamos a manhã de hoje para uma volta em Port-au-Prince.

Solenemente ignorado, cartaz recomenda o uso de capacetes para motociclistas em Port-au-Prince, capital do Haiti

Solenemente ignorado, cartaz recomenda o uso de capacetes para motociclistas em Port-au-Prince, capital do Haiti


Para chegar até lá, a pé nem pensar. Muito longe! Alugar um carro com motorista, ou simplesmente um carro, fica muito caro. O aluguel de carros aqui no Haiti custa mais de 100 dólares ao dia! Fora que achar os caminhos na cidade não é fácil. Trânsito caótico e sem regras e um verdadeiro labirinto, com metade das ruas em reconstrução, de terra ou interrompidas. Um táxi normal também seria caro e o táxi coletivo, os chamados “taptap”, onde as pessoas se amontoam na carroceria, seria muito demorado. Restava, então, a opção dos mototáxis.

Comida preparada e vendida nas ruas centrais de Port-au-Prince, capital do Haiti

Comida preparada e vendida nas ruas centrais de Port-au-Prince, capital do Haiti


Comida preparada e vendida nas ruas centrais de Port-au-Prince, capital do Haiti

Comida preparada e vendida nas ruas centrais de Port-au-Prince, capital do Haiti


Quase em frente ao Le Perroquet tem um ponto de mototáxis. A cada vez que passávamos por lá, olhavam para nós esperançosos. Hoje, era a chance deles! Cheguei a pensar em pegarmos uma moto cada um. Mas além do preço em dobro, meu maior temor era perder a Ana nas ruas da cidade e nunca mais encontrá-la. Assim, se for para nos “perdermos” por aqui, que seja juntos! Decidido então, os dois na mesma moto! Na verdade, é a cena comum por aqui, duas, três e até quatro pessoas na mesma moto. Capacete, claro!, ninguém usa! Só nos outdoors da campanha de segurança, mas parece que ela não tem tido muito sucesso.

Praça central de Port-au-Prince, capital do Haiti

Praça central de Port-au-Prince, capital do Haiti


E assim foi, lá fomos eu e o motorista fazendo sanduíche da Ana no meio, ninguém de capacete, driblando o trânsito e os buracos nas ruas em direção ao centro da cidade. O negócio é confiar na habilidade e na buzina do motorista e na moto também! Aliás, a nossa logo furou o pneu e passamos um tempo até achar um borracheiro e depois, esperar o conserto. Depois do pit-stop, à toda velocidade até o Champs de Mars, praça central de Port-au-Prince.

Monumento ao heroi da independência na praça central de Port-au-Prince, capital do Haiti

Monumento ao heroi da independência na praça central de Port-au-Prince, capital do Haiti


Aí estão o principal museu da cidade, o monumento a Jean-Jacques Dessalines, herói da independência e o local onde era o Palácio Nacional, a antiga sede de governo que foi completamente destruída pelo terremoto de 2010. Tiramos nossas fotos, observamos o intenso movimento de pessoas e seguimos para a próxima parada: o tradicional Hotel Oloffson, aquele mesmo que tínhamos pensado em nos hospedar.

Estudantes caminham no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti

Estudantes caminham no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti


O hotel teve seus anos de ouro nas décadas de 50 e 60, quando recebeu gente como Jacqueline Kennedy, Mick Jagger e Graham Greene, autor do famoso livro “The Comedians”, que se passa no Oloffson. Desde então, foi testemunha de incontáveis golpes de estado e tragédias naturais, culminando com o grande terremoto de 2010 que destruiu tudo ao redor do Oloffson, mas deixou o hotel em pé. Nessa última década, vive um período de decadência, por estar em uma região considerada insegura por e para estrangeiros. Mas, sem dúvida, é uma decadência com muito charme e elegância!

Monumento no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti

Monumento no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti


Nós fomos lá almoçar, para conhecer e prestar nossas homenagens. Muito interessante, mas sem dúvida, hoje, o Le Perroquet é uma melhor opção.

O tradicional hotel Oloffson, no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti

O tradicional hotel Oloffson, no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti


Depois do almoço, de novo os três encima da moto, rumo à base brasileira da ONU, perto do aeroporto da cidade. Dessa vez, foi um trecho com emoção, já que passamos ao lado da segunda maior e mais perigosa favela da capital. Nosso motorista foi acelerado, sem cansar de nos dizer sobre o perigo da área. As multidões mal-encaradas com quem cruzávamos não tinham tempo de reação: olhavam aquela cena insólita com curiosidade, algo inesperado, o sanduíche de Ana na moto em velocidade. Quando finalmente pensavam, já estávamos longe. Enfim, não seria o melhor lugar para o pneu furar, hehehe. Ao final, entre mortos e feridos, passamos todos incólumes e chegamos à muito mais segura Minustah. Assunto para o próximo post...

Almoçando no hotel Oloffson, no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti

Almoçando no hotel Oloffson, no centro de Port-au-Prince, capital do Haiti

Haiti, Port-au-Prince,

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Da Primeira à Quinta

Brasil, Bahia, Morro de São Paulo

Quarta praia em Morro de São Paulo - BA

Quarta praia em Morro de São Paulo - BA


As praias em Morro de São Paulo são conhecidas pelo seu número: Prmeira, Segunda, Terceira e Quarta. A vila histórica aqui fica encima do morro e se estende pela Primeira e Segunda Praias. Morro já é conhecida dos gringos e turistas há mais de uma década e hoje é o terceiro destino turístico do estado da Bahia, após Salvador e Porto Seguro.

Segunda Praia, em Morro de São Paulo - BA

Segunda Praia, em Morro de São Paulo - BA


Eu e a Ana, diferentes que gostamos de ser, saímos em caminhada hoje em direção à distante Quinta Praia, longe do alcançe da maioria dos turistas. Passamos pela urbana Primeira Praia, pela badalada Segunda Praia, pela em processo de desenvolvimento Terceira Praia e pela longa Quarta Praia, com a mais famosa piscina natural da ilha.

Mergulhando na piscina natural na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA

Mergulhando na piscina natural na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA


Caminhando na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA

Caminhando na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA


Tudo isso à caminho da pouca conhecida, selvagem e bela Quinta Praia, a quase cinco quilômetros do centro. Na maré baixa, uma enorme planície de areia cortada por um riacho de mangue e aquele marzão verde esmeralda. Incrível que num destino tão turístico ainda seja possível achar um lugar onde se possa esquecer as marcas humanas e imaginar-se num mundo selvagem, só com praias, mar e coqueiros.

Riacho da Quinta Praia, em Morro de São Paulo - BA

Riacho da Quinta Praia, em Morro de São Paulo - BA


Só na imaginação mesmo porque, apesar da vila e do movimento estarem longe, há várias pousadas ali perto. Se não podemos vencê-las, vamos aproveitá-las, e tivemos uma deliciosa água de coco e uma refeição de peixe inesquecível.

Água de coco na Quarta Praia em Morro de São Paulo - BA

Água de coco na Quarta Praia em Morro de São Paulo - BA


De lá voltamos para a vila e para o morro do farol. A intenção original eram fotos da vila e do astro-rei mas a Ana animou de usar a mais alta tirolesa das Américas (é o que diz a propaganda), descendo de 75 metros direto para o mar. Ela desceu e eu fiquei lá encima para fotos do pôr do sol e da igreja, na descida.

A famosa Tirolesa da Primeira Praia em Morro de São Paulo - BA

A famosa Tirolesa da Primeira Praia em Morro de São Paulo - BA


Pôr-do-sol em Morro de São Paulo - BA

Pôr-do-sol em Morro de São Paulo - BA


É duro ser o mais velho, preocupado com nossas parcas economias. Tudo bem, um dia mando isso tudo para os ares... A noite foi jóa, lual com nossos amigos belgas (eles ficaram de nos mandar as fotos) na Segunda Praia. Daqui para Salvador e depois, aquela dúvida: litoral norte baiano ou Chapada Diamantina... Tenho a impressão que, de qualquer maneira, vamos nos dar bem...

Nossos amigos belgas em Morro de São Paulo - BA

Nossos amigos belgas em Morro de São Paulo - BA

Brasil, Bahia, Morro de São Paulo,

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Chegando ao Parque do Zé Colmeia

Estados Unidos, Wyoming, Grand Teton National Park, Yellowstone National Park, Montana, West Yellowstone

Maravilhoso entardecer na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Maravilhoso entardecer na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Saímos hoje, meio sem pressa, do nosso hotel em Jackson, cidade com ares de cawboy ao sul do parque de Grand Teton. Antes de seguir para o norte, nosso eterno rumo, voltamos para o centro da cidade, para fazer algumas fotos. Das carruagens com cara de séc. XIX, do bar que fomos ontem, um autêntico saloon e dos portais na principal praça da cidade. São feitos inteiramente de chifres de elks. Aliás, os “elks” daqui não devem ser confundidos com os “elks” da Europa, que são os nossos alces. Por aqui, os nossos alces são chamados de “moose”. Já os “elks” daqui são um pouco maiores que as nossas renas (aquelas do Papai Noel). Por falar nisso, as “renas” são chamadas de “caribou” por aqui e de “reindeer” na Europa. Que confusão! Porque não chamam todo mundo de veado e pronto? Demorou um tempo para a gente entender, mas com a ajuda do google, resolvemos. Santo google...

Portal em praça na cidade de Jackson, feito apenas com chifres de renas (ao sul do Grand Teton National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos)

Portal em praça na cidade de Jackson, feito apenas com chifres de renas (ao sul do Grand Teton National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos)


Portal em praça na cidade de Jackson, feito apenas com chifres de renas (ao sul do Grand Teton National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos)

Portal em praça na cidade de Jackson, feito apenas com chifres de renas (ao sul do Grand Teton National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos)


Voltando aos portais, eles são feitos de chifres de elks (elks daqui!!!) coletados na natureza por escoteiros, já há várias décadas. Com uma galharia daquele tamanho, não deve ser difícil ficar preso nos galhos das florestas onde vivem e, depois de espernear (a cabeça!) um pouco, deixar os chifres para trás, para serem recolhidos por algum escoteiro mais atento. O resultado disso, podemos ver e admirar nos portais: um verdadeiro emaranhado de chifres que merece ser fotografado!

Nossa última visão da linda cadeia de montanhas Teton, no parque Grand Teton, em Wyoming, nos Estados Unidos

Nossa última visão da linda cadeia de montanhas Teton, no parque Grand Teton, em Wyoming, nos Estados Unidos


Feito isso, rumo ao Polo Norte, passando por Yellowstone! A estrada corta todo o parque Grand Teton, de sul a norte, e nós não resistimos a parar algumas vezes para fotografar e admirar mais uma vez a majestosa cadeia de montanhas que dá nome ao parque. Não tem jeito, um bom mineiro nunca vai deixar de se impressionar com as montanhas. Serão sempre uma referência em nossas vidas. Não é a toa que, quando não há uma no nosso horizonte, ficamos meio incomodados, às vezes até sem entender o porquê.

Chegando ao Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Chegando ao Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos



Grand Teton ficou para trás e, meia hora depois, entrávamos no primeiro Parque Nacional do mundo, o Yellowstone, criado em 1872. Não foi fácil convencer o Congresso americano e o presidente da época, o famoso general Grant, a desistir da ideia de lotear a área do futuro parque. Felizmente, a região não era muito propícia à agricultura. Além disso, uma grande expedição voltou à Washington com fotografias e relatos de uma terra de incríveis belezas. Olhar, hoje em dia, essas fotografias com mais de 140 anos de idade, é até emocionante! Enfim, o bom senso prevaleceu e a área foi declarada Parque Nacional, protegida pelo exército da cobiça de caçadores e grileiros. Estava criado um novo conceito, o da preservação da natureza para o usufruto das pessoas, não só daquela geração, mas também para filhos, netos e daí por diante.

Lewis Falls, nossa primeira cachoeira no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Lewis Falls, nossa primeira cachoeira no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


É difícil imaginar isso hoje, quando esse conceito de preservação está tão bem estabelecido em nossa cultura (embora, muitas vezes, desrespeitado), mas naquela época, quando se matavam milhões de bisões por esporte, ou se derrubavam florestas da noite para o dia para novas plantações e pastos, isso foi uma revolução digna de se tirar o chapéu, até hoje! Parabéns aos americanos, dentre tantas barbaridades cometidas (por eles mesmos) nessa segunda metade de século XIX. Felizmente, a moda pegou e logo outros países estavam criando seus próprios parques, como o Canadá e a Austrália, e o próprio Estados Unidos, criando o parque de Yosemite (ainda chegamos lá...).

Encontro com uma rena no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Encontro com uma rena no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


É claro que, estando na pátria do capitalismo e das oportunidades, eles não ficaram só na preservação e trataram de fazer dinheiro com isso. Como? Turismo, é claro! Rapidamente, criaram a infraestrutura necessária para receber pessoas com conforto e segurança, principalmente aquelas com dinheiro, mais exigentes, que querem sua boa comida e chuveiro quente ao final do dia, mas são as que mais gastam, gerando recursos para o parque. Estradas foram feitas, até o parque e “pelo” parque, facilitando o acesso às maiores atrações, e uma boa propaganda espalhou país afora as notícias desse lugar mágico. Não demorou muito e Yellowstone passou a ser autossustentável economicamente para sorte das gerações vindouras, pois foi isso que ajudou o parque a durar até hoje. Mais sorte ainda teve a variada fauna do local, que pode sobreviver também. Talvez, tenha sido a criação de Yellowstone que salvou, por meios diretos e indiretos, o bisão da extinção. As manadas, que até o final do séc XVII, contavam com dezenas de milhões de bisões, quando da criação do parque, não passavam de míseros milhares. Ainda hoje, é aqui que se encontram os maiores grupos desses magníficos animais.

O público aguarda, ansioso, a erupção do mais famoso geiser do mundo, o Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

O público aguarda, ansioso, a erupção do mais famoso geiser do mundo, o Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


O público aguarda, ansioso, a erupção do mais famoso geiser do mundo, o Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

O público aguarda, ansioso, a erupção do mais famoso geiser do mundo, o Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Mas não foi esse status de último santuário da fauna e nem as paisagens maravilhosas de Yellowstone os responsáveis pelo primeiro desejo de proteger aquela região. Foi outra coisa, que vinhas das entranhas da terra. A enorme quantidade de fontes termais, piscinas coloridas e gêiseres que se espalhavam pela área do parque. Os primeiros relatos sobre esses fenômenos, vindos de caçadores ou exploradores, foram recebidos com ceticismo pela sociedade da época. Puro exagero ou invenção, imaginavam. Foram preciso expedições patrocinadas pelo governo, com pesquisadores e cientistas, para que a as “lendas” fossem aceitas como fato.

Conforme esperado, o Old Faithful faz sua 'apresentação', para a alegria do público, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Conforme esperado, o Old Faithful faz sua "apresentação", para a alegria do público, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Conforme esperado, o Old Faithful faz sua 'apresentação', para a alegria do público, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Conforme esperado, o Old Faithful faz sua "apresentação", para a alegria do público, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Ainda hoje, é essa a primeira imagem que Yellowstone evoca: um gêiser entrando em erupção. O mais famoso do mundo, conhecido como “Old Faithful”, está lá, atraindo milhares de pessoas diariamente, milhões ao ano, todas com suas máquinas fotográficas para captar aquele momento mágico, que se repete a cada 90 minutos, mostrando a todos que algo está bem vivo sob os nossos pés.

A estranha paisagem de fontes termais ao redor do geiser Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

A estranha paisagem de fontes termais ao redor do geiser Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Observando fontes ferventes na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Observando fontes ferventes na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Também era essa a imagem que eu tinha, dentro da minha infinita ignorância. Mas bastaram algumas horas pelo parque, as primeiras de muitas que virão, para perceber que isso é apenas a ponta do iceberg, que Yellowstone tem muito mais a oferecer, muitas vezes até bem mais interessantes que o venerável Old Faithful.

Mais um pequeno geiser entra em erupção na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Mais um pequeno geiser entra em erupção na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Há muitos outros geisers na região do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Há muitos outros geisers na região do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


As estradas no parque formam um grande formam um grade oito e, percorrendo esse oito, chegamos às atrações principais. Nós viemos do sul e, já antes de chegar ao tal “oito”, tivemos a chance de ver algumas das atrações que fazem desse o parque mais famoso do mundo. Belas cachoeiras e grandes animais vagando tranquilamente pelo parque. Aliás, baste ver carros parados na estrada que já sabemos: algum grande bicho anda por ali! Dessa vez, era um bisão caminhando entre a mata e a estrada e, um pouco depois, um elk (ou seria um caribou?), também ao lado da estrada, já acostumado com o acesso dos paparazzi que o cercavam.

Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Nós tiramos nossas fotos também, assim como fizemos a pequena caminhada até a cachoeira. Mas queríamos mesmo era chegar à região do Old Faithful, no “oito” Essa é a área mais concorrida do parque, com hotéis, restaurantes e um centro de informações. Chegamos um pouco antes da erupção das 16:30 e uma verdadeira plateia estava lá, máquinas, celulares e ipads prontos. Juntamo-nos à torcida e vibramos juntos com a erupção. Estava registrado, para o site 1000dias, aquele momento mágico, que só ocorre 16 vezes ao dia, 365 vezes ao ano. Ironias à parte, é mágico mesmo. A primeira vez, ninguém esquece!

Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Admirada com as lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Admirada com as lindas piscinas coloridas, de águas transparentes e ferventes, na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Cumprida a obrigação com diversão, passamos à diversão sem obrigação. Longas passarelas nos levam, com segurança, por entre fontes de água fervente, piscinas com cores mágicas, riachos com líquidos tóxicos e gêiseres imprevisíveis. A sensação é de se estar em outro mundo. Ou então, no nosso mundo, mas em outra época, há alguns bilhões de anos atrás.

Painel explicativo sobre a formação e funcionamento dos geisers, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Painel explicativo sobre a formação e funcionamento dos geisers, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Diversas fontes de água fervente na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Diversas fontes de água fervente na área do Old Faithful, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


As cores das piscinas são, simplesmente, inacreditáveis. Pena que sejam tão quentes, temperaturas próximas da ebulição (que nessa altitude, é de cerca de 94 graus centígrados), pois a vontade que dá é de um bom mergulho. Azul ou verde transparentes, sempre rodeados de vermelho ou amarelo. As cores vem dos microrganismos que ali vivem, cada um com sua cor característica a adaptado para uma certa temperatura. O resultado, só se pode descrever por fotografias que, nesse caso sim, valem por mil palavras.

Noventa minutos mais tarde, o Old Faithful entra novamente em erupção, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Noventa minutos mais tarde, o Old Faithful entra novamente em erupção, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Veículos para transporte de turistas no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Veículos para transporte de turistas no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


A beleza das piscinas se alterna com a excentricidade da lama borbulhante em alguns casos, ou dos gêiseres em outros. Um deles, o Grand Gêiser, é até mais belo que o vizinho Old Faithful, embora menos previsível. Um outro, ali perto, depois de tanto tempo na ativa, até construiu um minivulcão para ele. Muito legal!

Cachoeira de água fervente encontra rio de águas geladas, na área da Prismatic Pool, em Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Cachoeira de água fervente encontra rio de águas geladas, na área da Prismatic Pool, em Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Tão enfeitiçados que ficamos, caminhando por essa passarela, que perdemos a noção do tempo. Quem nos trouxe à realidade foi a nova erupção do “relógio” Old Faithful, ali perto. Era o lembrete de que 90 minutos já haviam se passado desde que tínhamos nos perdido naquele mundo mágico. Tempo de seguir em frente, então.

as incríveis piscinas de água fervente em Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

as incríveis piscinas de água fervente em Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Primeiro, um almoço tardio ali mesmo. Tem o restaurante dos ricos, muito disputado e caro, e o dos pobres, mais tranquilo. Nem preciso dizer onde comemos, certo? O que não nos impediu de entrar e admirar o lodge chique que fizeram, bem em frente ao Old Faithful. Ali, pode-se saborear um bom whisky enquanto se espera a próxima erupção. Coisa de gente bacana!

Terraços de calcita formados ao lado da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Terraços de calcita formados ao lado da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Bem, devidamente alimentados e ainda sem hotel para dormir (quase ficamos no tal lodge. Tinham só para uma noite, por 180 dólares), seguimos para outra atração, que rivaliza em fama com o Old Faithful. É uma enorme piscina colorida conhecida como “Prismatic Pool” ou “Prismatic Spring”. Bem maior do que uma piscina olímpica, constantemente escondida sob o fog que brota dela mesma. As pessoas ficam ali, esperando que o vento leve a neblina embora para poder ter uma rápida visão (e uma rápida fotografia!) daquele espetáculo da natureza.

A colorida e sempre nebulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

A colorida e sempre nebulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Nós tivemos as nossas chances também. Mas amanhã, vamos subir um morro aqui do lado para ver de novo. Lá de cima, conseguimos ver o panorama todo, por cima dos vapores e da fumaça. E com a luz do dia, que começava a faltar hoje. De qualquer maneira, toda a região ao redor da Prismatic Pool é incrível. Enormes terraços de calcita (formados pela água que vaza da piscina) avermelhados formam uma paisagem surreal. Ainda mais quando, logo ali do lado, outras piscinas de águas incrivelmente translúcidas e coloridas atraem, como imã, a nossa atenção.

A colorida e sempre nebulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

A colorida e sempre nebulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Para completar, como se a beleza não fosse o bastante, ainda tivemos um incrível pôr-do-sol, desses de cinema, justo quando caminhávamos entre os as piscinas coloridas e sobre os terraços de calcita (sem sair da passarela, claro!)

caminhando pela área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

caminhando pela área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Já no escuro, extasiados de tantas paisagens extraterrestres, ainda pareceu a lua, majestosa, só pela metade. Realmente, foi um dia de tirar o fôlego... Mesmo tendo conhecido só esse pedacinho de Yellowstone, um quarto da metade de baixo do “oito”, já deu para entender porque aqui foi criado o primeiro parque nacional do mundo. E porque são mais de 3 milhões de visitantes por ano. Principalmente nessa época, verão no hemisfério norte.

Enorme piscina de águas ferventes na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Enorme piscina de águas ferventes na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Isso nos fez lembrar que ainda não tínhamos hotel para ficar. Com os lodges do parque totalmente ocupados ou excessivamente caros e com uma preguiça danada de dormir em barraca ou na Fiona, a solução foi seguir para outro estado, Montana.

Maravilhoso entardecer na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Maravilhoso entardecer na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos


Pode parecer longe, mas nem é. A área de Yellowstone é tão grande que atravessa a fronteira de Wyoming (onde está a maioria do parque) e chega até Montana. Ali, logo depois da entrada oeste do parque, está a cidade de West Yellowstone. Depois de três tentativas, achamos um hotel razoável e nos instalamos. Prontos para voltar para o “oito” amanhã e continuarmos nossas explorações desse lugar especial, sobre a caldeira de um supervulcão (falo disso em outro post) chamado Yellowstone National Park, conhecido mundialmente como a casa do simpático urso Zé Colmeia (e do atrapalhado Catatau também, claro!)

Uma maravilhosa lua crescente nos céus limpos do Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Uma maravilhosa lua crescente nos céus limpos do Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Wyoming, Grand Teton National Park, Yellowstone National Park, Montana, West Yellowstone, Bichos, Geiser, história, Jackson, Parque, trilha

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Icebergs, Fiordes e Geleiras

Geórgia Do Sul, Drygalski Fjord

Um belo iceberg proveniente das gigantescas plataformas de gelo da Antártida cruza nosso caminho na entrada do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Um belo iceberg proveniente das gigantescas plataformas de gelo da Antártida cruza nosso caminho na entrada do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


A tarde de hoje foi a nossa última nas costas da Geórgia do Sul, essa incrível ilha perdida no meio das imensidões geladas do Atlântico meridional. Depois de tantos desembarques ao longo da costa norte da ilha, agora foi a vez de ficarmos admirando a paisagem de dentro do conforto do Sea Spirit, enquanto o barco percorria toda a extensão do Drygalski Fjord, o maior fiorde da Geórgia do Sul.

Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul

Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul


Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Fiordes são formações geológicas deixadas para trás pelas grandes geleiras das épocas glaciais. Esses enormes e poderosos rios de gelo abriram caminho por entre as montanhas, formando vales profundos em forma de “U” na sua rota para o mar. Naquela época, com tanta água na forma de gelo no norte, sul e grandes montanhas do planeta, o nível dos oceanos era bem mais baixo do que é hoje. Com o clima se aquecendo, as geleiras foram derretendo e o nível dos mares subindo, passando a ocupar os enormes vales formados pelos rios de gelo que retrocediam. Essas formações são muito comuns nas costas do Noruega, Groelândia, Islândia e Chile, mas também são encontradas em menor número no Canadá, Dinamarca, Alaska, Nova Zelândia e aqui, na pequena Geórgia do Sul. O Drygalski é o maior deles, um estreito e comprido braço de mar ladeado por altas montanhas, penhascos e inúmeras geleiras reminiscentes daquela antiga e gigantesca geleira que abriu caminho por entre essas montanhas na última era glacial. O cenário é simplesmente grandioso e espetacular.

O primeiro iceberg tabular, vindo diretamente da Antártida, a gente nunca esquece! (pouco antes de entramos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul)

O primeiro iceberg tabular, vindo diretamente da Antártida, a gente nunca esquece! (pouco antes de entramos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul)


Os passageiros do Sea Spirit correm a fotografar os primeiros icebergs da nossa viagem, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Os passageiros do Sea Spirit correm a fotografar os primeiros icebergs da nossa viagem, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Mas antes de entramos nesse fiorde, tivemos um outro encontro não menos emocionante. Pela primeira vez nessa viagem, encontramos os gigantescos icebergs vindos diretamente das grandes plataformas de gelo da Antártida. São os chamados icebergs “tabulares”, em formato de mesa, com centenas de metros de lado formando um grande platô no seu topo. Eles são diferentes (e muito maiores!) do que qualquer outro iceberg que já tenhamos visto, aqui na Geórgia do Sul e mesmo ao redor da Groelândia, por onde também viajamos nesses 1000dias.

Avistando os primeiros grandes icebergs da viagem, pouco antes de entrar no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Avistando os primeiros grandes icebergs da viagem, pouco antes de entrar no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Blocos de gelo provenientes das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Blocos de gelo provenientes das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Blocos de gelo se soltam das geleiras aqui da Geórgia do Sul (e também na Islândia, Groelândia e Alaska) formando pequenos icebergs que já conhecíamos. Claro, alguns deles são bem grandes também e um deles chegou mesmo a afundar o Titanic. Mas tamanho é relativo e o que nos parecia grande antes, agora, comparado a esses colossais icebergs tabulares, viraram pequenos “cubos de gelo”. Aqueles tem um formato mais quebrado, pontiagudo. Esses, vindos diretamente da Antártida, são mais quadrados. Os maiores, formados quando um grande pedaço de plataforma de gelo se rompe, chegam a ter o tamanho de estados como Alagoas e Sergipe. Enfim, são mesmo colossais. Assim que se desprendem do gelo continental, as correntes marinhas os levam lentamente para o norte. Aos poucos, vão derretendo e se partindo em icebergs menores. Existe uma linha imaginária no Atlântico Sul (na verdade, ao redor de todo o continente antártico) que marca o ponto máximo aonde essas enormes massas de gelo chegam antes de derreter completamente. A Geórgia do Sul se encontra dentro dos limites dessa linha imaginária e por isso já começamos a vê-los por aqui enquanto as Falkland situam-se ao norte dessa linha.

A vistosa parede de gelo de um iceberg que flutua a frente do Sea Spirit, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

A vistosa parede de gelo de um iceberg que flutua a frente do Sea Spirit, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


A paisagem geleda e montanhosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

A paisagem geleda e montanhosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


O que vimos hoje foi o mesmo que viram os primeiros navegadores e exploradores dessa região há poucos séculos atrás. Ao se depararem com esses enormes icebergs, logo concluíram que só poderiam vir de alguma enorme massa de terra mais ao sul. Muito provavelmente, um novo continente! Por isso, muito antes de qualquer pessoa ver a Antártida com seus próprios olhos, a existência do continente já era conhecida (ou deduzida...). Com pistas desse tamanho, não é de se admirar! E olha que passaram-se mais de dois séculos entre os primeiros encontros com os icebergs tabulares e o momento em que, finalmente, alguém encontrou a verdadeira “terra firme” do último continente.

Uma das muitas geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Uma das muitas geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Mais uma das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Mais uma das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Geleiras e montanhas do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Geleiras e montanhas do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Enfim, muitos icebergs tabulares e a história da exploração da Antártida nos esperam nos próximos dias. Hoje foi só para abrir o apetite! A atração principal dessa tarde foi mesmo a navegação pelo Drygalki Fjord. Logo na entrada do fiorde, um zodiac levou para terra firme dois dos nossos guias enquanto nós continuávamos nossa navegação. Os guias foram fazer um trabalho científico de observação de animais em uma baía mais isolada. É uma espécie de favor que fazem aos pesquisadores dessa ilha, algo muito comum entre cientistas e as companhias de turismo, unindo o útil ao agradável. Na volta, após irmos até o fim do fiorde e voltarmos, recolhemos eles de volta, já com seus preciosos dados para serem enviados às bases científicas aqui da Geórgia do Sul.

Uma imponente geleira do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Uma imponente geleira do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Blocos de gelo se desprendem de geleira no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Blocos de gelo se desprendem de geleira no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Uma das inúmeras geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Uma das inúmeras geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Quanto a nós, navegamos tranquilamente por esse fotogênico braço de mar. A quantidade de pequenas geleiras no seu entorno realmente impressiona. Digo “pequenas” só porque estou comparando-as com a geleira inicial, aquela que deu origem ao fiorde por onde hoje navegamos. Porque, se esquecermos do tamanho colossal desta, essas outras que vimos hoje também são enormes. Descem das altíssimas montanhas ao fundo trazendo consigo milhões de toneladas de gelo e rocha arrancada das montanhas. Isso mesmo, ainda hoje essas geleiras continuam a abrir caminho e formar novos vales, moldando a geologia do local.

Observando o final do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Observando o final do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Admirando a beleza grandiosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Admirando a beleza grandiosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


O fiorde não é largo e o Sea Spirit está sempre próximo dos penhascos e geleiras, ora de um lado do antigo vale, ora do outro. Cada geleira, cada visão, cada cenário mais impressionante que o anterior. Por fim, chegamos ao fim do fiorde, o ponto para onde retrocedeu a antiga geleira formadora de toda essa maravilha. Ainda hoje, ela continua bem maior do que as geleiras laterais, suas antigas “afluentes”. Aí o Sea Spirit para, faz meia volta, nos dá um tempo para nossas fotos e momentos de admiração e veneração e inicia o longo caminho de retorno.

Com a Kim na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Com a Kim na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Com a Kin e o Brian na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando para trás a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Com a Kin e o Brian na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando para trás a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul


No caminho de volta, aproveitamos para admirar a paisagem de “outro ângulo”: de dentro da nossa piscina de água quente! A situação era quase surreal: circundados por montanhas geladas e cachoeiras de gelo que despencavam de dezenas de metros sobre uma mar com águas de 2 graus de temperatura, lá estávamos nós em nossos trajes de banho e ao ar livre, mais felizes do que nunca, uma lata de cerveja em uma mão e uma máquina fotográfica em outra. A tática era ficarmos até o pescoço dentro da água quente e alternar corridas ao convés gelado para tirarmos fotos, com mergulhos de cabeça para reaquecermos nossas faces geladas. Foi uma delícia, assistida pelos incrédulos velhinhos que formam a maioria dos nossos colegas de viagem. Enfim, quem está na chuva é para se molhar e lá estávamos nós, mais molhados do que nunca. Uma despedida à altura dos dias inesquecíveis que passamos nessa fantástica ilha chamada Geórgia do Sul!

Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Geórgia Do Sul, Drygalski Fjord, Fiorde, geleira, Iceberg, Sea Spirit

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Da Transamazônica ao Tocantins

Brasil, Pará, Transamazônica, Tocantins, Araguaína, Tucuruí

Caminhão em atoleiro da Transamazônica, na região de Novo Repartimento - PA

Caminhão em atoleiro da Transamazônica, na região de Novo Repartimento - PA


Sempre buscando informações sobre a estrada à frente, hoje descobrimos que o caminho de 70 km de Novo Repartimeto ao asfalto de Tucuruí esteve fechado durante todo o dia de segunda-feira (anteontem), por causa de atoleiros. A alternativa era pegar os 160 km de terra até Marabá. Mas, aparentemente, a estrada havia sido reaberta na terça, o que combinava com o enorme tráfego de caminhões no final da tarde de ontem, quando chegávamos à cidade. Para adicionar mais uma informação na equação, durante a noite caiu um senhor pé d'água. Acabou com a poeira, mas deu nova força aos atoleiros.

Trator tura caminhão de atoleiro da Transamazônica, na região de Novo Repartimento - PA

Trator tura caminhão de atoleiro da Transamazônica, na região de Novo Repartimento - PA


Pois bem, decisão tomada, seguims para Tucuruí. Bastou andarmos aguns quilômetros para já encontrarmos uma fila para atravessar um atoleiro. O maior problema são os caminhões, que ficam presos no barro e valetas e acabam fechando a estrada. Foi o que aconteceu nesse primeiro ponto, mas havia ali um trator para puxar o bendito caminhão. A Fiona passou facinho. Mais alguns quilômetros e outa vez, a mesma coisa: caminhão encalacrado, trator ajudando e a Fiona tirando de letra. Por fim, mais um pequeno atoleiro e aí a estrada ficou boa de vez e não demorou muito, acelerados, para chegarmos à Tucuruí. A Transamazônica, no seu temido trecho de terra e barro tinha ficado para trás! Viva!!!

Chegando em Tucuruí - PA. 'Breu Branco' é muito bom!

Chegando em Tucuruí - PA. "Breu Branco" é muito bom!


Tucuruí é a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil, perdendo em potência instalada apenas para Itaipu. A energia gerada aqui varia muito entre a cheia e a seca. E agora, estamos no auge da cheia! Os vertedouros estão abertos e a gigantesca cachoeira formada é uma visão grandiosa. É incrível como o homem, tão pequenininho, consegue fazer obras tão gigantescas, domando a força da natureza à seu favor. É de tirar o chapéu!

A enorme barragem de Tucuruí - PA, a segunda maior do Brasil

A enorme barragem de Tucuruí - PA, a segunda maior do Brasil


Antes dessa viagem de 1000 dias pelas Américas, eu trabalhava no setor de energia. Na minha sala, havia um grande mapa do Brasil e da América do Sul mostrando todo o sistema elétrico do país e suas ligações com os países vizinhos. Nos meses que antecederam o início da nossa viagem, ficava admirando aqueles mapas e imaginando nossa viagem pelo continente. Tucuruí era um ponto de referência neste mapa, a usina e a enorme linha de transmissão que carregava a energia ali produzida. Na época, um ponto no mapa bem distante da minha realidade, algo perdido no meio da amazônia. Não mais! Agora, aquele ponto tem cara, cheiro e barulho para mim. Fantástico!

Com o lago cheio, a Usina de Tucuruí - PA está vertendo. Um espetáculo!

Com o lago cheio, a Usina de Tucuruí - PA está vertendo. Um espetáculo!


De Tucuruí, já no asfalto, seguimos na direção sul, para a metrópole de Marabá. Aqui no Pará, estão falando muito em dividir o estado em três partes, três novos estados. Foi até aprovada uma verba para um plebiscito a ser realizado. Uma vez aprovado, acho que e descisão final é do congresso. Parece-me que aqui passa. No congresso, com a pressão da mídia nacional, tenho minhas dúvidas. Muitas das pessoas que aqui defendem essa separação são bem intencionadas. Acreditam que terão mais recursos para suas regiões. Mas, na prática, isso significa mais seis senadores, algumas dezenas de deputados federais e estaduais,centenas de assessores e cargos de confiança e muitos milhões de reais. Fora o novo balanço de forças políticas no congresso. Enfim, se essa idéia passar, criar-se-ão os estados de Tapajós, capital Santarém e Carajás, capital Marabá. E ainda sobrará um diminuído Pará, capital Belém. Felizmente, a expedição 1000dias já está preparada para esse novo cenário e poderrmos continuar a dizer que visitamos todos os estados brasileiros (até os novos!) e suas respectivas capitais, hehehe!

O 'linhão', que traz a energia gerada em Tucuruí - PA

O "linhão", que traz a energia gerada em Tucuruí - PA


A chegada em Marabá é gloriosa, passando numa enorme ponte rodoferroviária sobre o rio Tucuruí, mais um dos gigantescos cursos d'água amazônicos. Mais um! Só para não perder o costume... Parados na ponte por causa de um caminhão quebrado, fomos abordados pelos garotos do carro de trás, interessados nos adesivos do 1000dias. A Fiona realmente faz sucesso, hehehe! Muito simpáticos, ao final da conversa até nos deram um cupuaçu fresquinho que tinham no carro, lembrança típica do Pará. Muito legal!

O rio Araguaia, em Marabá - PA

O rio Araguaia, em Marabá - PA


Passamos um tempo na grande cidade, indo atrás de bancos para repor nossas reservas e de comida, para repor nossas energias. Os bancos deram algum trabalho, caixas eletrônicos quebrados. Mas o sanduíche e a vitamina na lanchonete estavam uma delícia!

Trem atravessa a ponte sobre o Rio Tocantins, em Marabá - PA

Trem atravessa a ponte sobre o Rio Tocantins, em Marabá - PA


Mais de quatro e meia da tarde, partimos em direção à Carolina, no Maranhão, sem esperanças de lá chegar. Mas nossa idéia era chegar ao Tocantins, no meio do caminho entre Pará e Maranhão, e nosso 21o estado nessa jornada. O início da viagem foi na nossa conhecida Transamazônica, agora asfaltada e com muitos buracos. Entre as várias alternativas de estradas, decidimos logo pela primeira que nos tirasse daquela buraqueira, após perguntarmos num posto de gasolina se a balsa mais à frente estava funcionando. E assim chegamos à São Geraldo do Araguaia, ainda no Pará e atravessamos o rio de balsa, entrando no Tocantins, já há algum tempo no escuro. No barco, para variar, a Fiona fez sucesso e nós fizemos vários novos amigos. Eles nos aconselharam a seguir até Araguaína por uma estrada um pouco mais longa, mas em muito melhor estado.

Ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá - PA

Ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá - PA


E assim fizemos e chegamos à punjante segunda maior cidade do estado, com uns 150 mil habitantes! Aqui nos instalamos no moderno e eficiente Hotel Executivo, felizes do longo dia cheio de novidades que acabava de terminar. Amanhã, é dia de dar uma rápida olhada na paisagem de Tocantins e chegar à Carolina, na Chapada das Mesas, de volta ao Maranhão e ao Nordeste. Mas logo depois, voltaremos ao Tocantins, aí sim para uma visita mais "detalhada".

Chegando ao rio Araguaia e à Marabá - PA

Chegando ao rio Araguaia e à Marabá - PA

Brasil, Pará, Transamazônica, Tocantins, Araguaína, Tucuruí, Rio Araguaia

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A Gloriosa Tikal

Guatemala, Tikal

Em frente ao Templo I, o mais famoso de Tikal, na Guatemala

Em frente ao Templo I, o mais famoso de Tikal, na Guatemala


A civilização maya se estendeu de El Salvador e Honduras ao sul do México, passando por Guatemala e Belize. Deixou ruínas de grandes cidades em todos esses países, algumas mais conhecidas e outras menos. A mais famosa de todas elas é, sem dúvida, Tikal, na Guatemala. Perto dela, até Copán, em Honduras, e Palenque e Chichen-Itzá, no México, ficam secundárias. O magnífico Templo I, em Tikal, não apenas é o cartão postal dessa antiga cidade, mas também a imagem mais conhecida de toda essa antiga civilização, uma espécie de símbolo máximo dos mayas, assim como a pirâmide de Queóps o é para a civilização egípcia.

Chegando às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Chegando às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Na entrada do parque, a maquete das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Na entrada do parque, a maquete das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Nós, que desde Dezembro de 2011 temos viajado pelos países que conformavam esse mundo maya, finalmente chegamos à Tikal. Chegamos com uma certa experiência no assunto, depois de termos passado por boa parte das ruínas mais conhecidas (ainda falta Copán!). Tivemos contato com os diversos dialetos, com os variados estilos arquitetônicos, com as diversas fases históricas, estivemos em museus, cavernas e até cenotes que eram reverenciados por esse antigo povo. Mas faltava a cereja do bolo, aquele local onde essa civilização atingiu o seu ápice, o coração do mundo maya. E este lugar é Tikal.

Nosso guia nos ensina a ler o hieroglifo de Tikal, na Guatemala

Nosso guia nos ensina a ler o hieroglifo de Tikal, na Guatemala


Com o nosso guia, caminhando pelas trilhas de Tikal, na Guatemala

Com o nosso guia, caminhando pelas trilhas de Tikal, na Guatemala


A região do Petén, a maior província da Guatemala, possui centenas de sítios arqueológicos. Tikal é “apenas” o mais conhecido deles. Estaria no nosso roteiro de qualquer maneira, mas ficamos tentados a fazer outros programas também. Principalmente, ir conhecer as ruínas de El Mirador. Essa teria sido a maior cidade maya do período pré-clássico e a descoberta de suas ruínas é relativamente recente. Na verdade, muita pesquisa arqueológica ainda está sendo feita por lá, além de alguns trabalhos de restauração. O maior charme é que nenhuma estrada chega até lá e o próprio caminho para se atingi-la já é uma aventura e atração em si só. São dois dias de caminhada na selva até as ruínas, um dia inteiro por lá e outros dois retornando. Obviamente que só se pode ir em um tour, com guia e estrutura de acampamento, inclusive uma mula para levar a equipagem. Não é um passeio barato. Depois de muito pensarmos, resolvemos não fazer, mas fica a dica para quem quiser algo fora do circuito tradicional. Para nós, mais do que acostumados a andar na mata (que é o grande atrativo para os gringos), com tantas outras ruínas na bagagem e correndo contra o tempo para retornar ao Brasil, foi a decisão lógica a ser tomada, apesar da dor no coração. Mesmo o charme de se estar em uma ruína isolada, já tínhamos tido em Caracol, em Belize. Enfim, optamos pelo tradicional e pelo prático e resolvemos nos concentrar mesmo na gloriosa Tikal.

No alto de um dos templos de Tikal, na Guatemala

No alto de um dos templos de Tikal, na Guatemala


Templo e várias estelas em Tikal, na Guatemala

Templo e várias estelas em Tikal, na Guatemala


Assim, hoje cedo, fomos de Fiona até as ruínas, pouco mais de 60 quilômetros ao norte de Flores. Logo na entrada, quase que como homenagem e reverência às ruínas, contratamos um guia para caminhar conosco pelo sítio. Quem me conhece, sabe que não é do meu feitio. A Ana até sofre com isso. Mas eu realmente prefiro caminhar em silêncio entre essas antigas pirâmides e templos, sentir mais do que escutar, imaginar mais do que ouvir, ter o impacto da descoberta com meus próprios olhos, seguir meu próprio caminho, ter meu próprio ritmo. Temos sempre um livro-guia e as informações lá escritas e mais algum conhecimento prévio e o de placas espalhadas pelo sítio são, normalmente, mais do que o suficiente para mim. Mas hoje, estávamos em Tikal! Se tivesse de escolher uma das antigas cidades mayas para ter o máximo de informações possíveis, nada mais justo que fosse na maior de todas. Então, que assim seja!

A Ceiba, a bela e sagrada árvore dos mayas, em Tikal, na Guatemala

A Ceiba, a bela e sagrada árvore dos mayas, em Tikal, na Guatemala


A Ceiba, a bela e sagrada árvore dos mayas, em Tikal, na Guatemala

A Ceiba, a bela e sagrada árvore dos mayas, em Tikal, na Guatemala


Para nossa agradável surpresa, Tikal estava muito mais vazia que Palenque ou Chichen-Itzá. Talvez pela enorme área em que os palácios, templos e pirâmides se encontram, talvez pela época do ano, o fato é que estivemos quase sós com o nosso guia em boa parte do percurso. A exceção, claro!, foi na praça principal. Mas mesmo lá, arem apenas meia dúzia de gatos pingados. Segundo o nosso guia, bem diferente do dia 21/12 do ano passado (aquela famosa data do fim do mundo...), em que mais de 10 mil pessoas estiveram em Tikal! Deve ter sido o fim do mundo, hehehe!

O magnífico Templo I, construção símbolo de Tikal, na Guatemala

O magnífico Templo I, construção símbolo de Tikal, na Guatemala


O magnífico Templo I, construção símbolo de Tikal, na Guatemala

O magnífico Templo I, construção símbolo de Tikal, na Guatemala


As ruínas se espalham por uma vasta área, quase toda ela coberta por florestas. Caminhos e trilhas na mata ligam as diversas construções e é essencial ter um mapa nas mãos (ou um guia como companhia!). Para conhecer os prédios mais importantes, são cerca de cinco quilômetros de caminhada, quase sempre na sombra agradável. Nós mal vimos o tempo (e a distância!) passar, pois nosso guia foi se encarregando de dar informações, contar histórias e responder nossas intermináveis perguntas enquanto caminhávamos.

O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

O Templo I, o mais famoso das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


A ocupação de Tikal já é antiga, mas ela só se tornou importante no período Clássico, entre 300 e 900 da nossa era. Aparentemente, a ascensão de Tikal coincidiu com o declínio daquela que era a maior cidade nos séculos anteriores, a El Mirador que não fomos conhecer. Essa mudança de hegemonia deve ter sido consequência de alguma guerra entre as duas cidades. Nosso guia disse que os habitantes de El Mirador abandonaram a velha cidade e formaram outra, Calakmul. Aliás, essa foi a outra cidade que planejávamos visitar e acabamos deixando para trás. Fica no sul do Yucatán, no México, a cerca de 80 km de Tikal, em linha reta. Calakmul seria a grande rival de Tikal no mundo maya, disputando com ela a supremacia ao longo de todo o período Clássico.

Caminhando pelos túneis e passagens de um dos palácios em Tikal, na Guatemala

Caminhando pelos túneis e passagens de um dos palácios em Tikal, na Guatemala


Caminhando pelos túneis e passagens de um dos palácios em Tikal, na Guatemala

Caminhando pelos túneis e passagens de um dos palácios em Tikal, na Guatemala


As cidades-estado mayas formavam alianças e federações, para disputar o poder. Tikal, por exemplo, era aliada de Copán, enquanto Calakmul era aliada de Caracol, em Belize. Tikal manteve-se como a mais importante cidade maya até o ano de 562 quando foi derrotada pelas forças combinadas de seus adversários. Pior do que isso, seu rei foi capturado, humilhado, torturado e sacrificado. Pelo próximo século, a cidade tornou-se secundária e nenhuma nova construção foi feita. Mas o tempo de vingança chegaria quando, em 695, foi a vez Tikal vencer a rival Calakmul e capturar seu rei, cujo destino foi o mesmo do antigo monarca. Os tempos de glória voltaram e mais templos foram erigidos, homenageando novos soberanos.

As ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

As ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Como todos os outros grandes centros mayas do período Clássico, Tikal foi abandonada em meados do século X. Dificuldades de produção de alimentos numa época de grandes secas e superpopulação aumentou sobremaneira a quantidade de guerras entre as cidades-estado, ao mesmo tempo em que a população deixou de crer em seus governantes e na sua suposta divindade. Preferiram abandonar as cidades e voltar para o campo, cuidar da própria vida do que sustentar e defender uma classe nobre e seus monarcas. Dadas as dificuldades da época, fazia muito mais sentido...

Uma das muitas estelas expostas em Tikal, na Guatemala

Uma das muitas estelas expostas em Tikal, na Guatemala


Uma vista à Tikal de hoje significa perambular entre diversos edifícios construídos ao longo de quase um milênio. É interessante acompanhar a evolução arquitetônica e organizacional do espaço público, dos templos e pirâmides. Aliás, é a arquitetura a maior “marca” de Tikal. Os templos são altos, quase verticais. Se elevam a mais de 40 metros de altura, de forma graciosa e efeito visual impactante. O famoso Templo I não tem sua fama por acaso: é uma pintura! Estar ali, à sua frente, é emocionante!

No alto do Templo IV, observando o mapa das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

No alto do Templo IV, observando o mapa das ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Admirando Tikal do seu ponto mais alto, o topo do Templo IV (na Guatemala)

Admirando Tikal do seu ponto mais alto, o topo do Templo IV (na Guatemala)


Estimulado por nossas perguntas, o guia foi nos dando várias informações interessantes, aspectos que eu pouco havia pensado anteriormente. Por exemplo, calculando o volume e peso do material necessário para construir esses grandes templos, considerando que não havia animais de carga ou que o uso da roda era quase inexistente, e sabendo o tempo que levaram para ser construídos, os estudiosos podem calcular a quantidade de escravos que foram necessários para tais empreendimentos. Uma enormidade! É por isso que as guerras também eram tão necessárias naquela sociedade...

Admirando Tikal do seu ponto mais alto, o topo do Templo IV (na Guatemala)

Admirando Tikal do seu ponto mais alto, o topo do Templo IV (na Guatemala)


Apenas os templos mais altos se erguem acima da mata que cobre Tikal, na Guatemala

Apenas os templos mais altos se erguem acima da mata que cobre Tikal, na Guatemala


Bom, guerras e escravos passaram e caminhar por Tikal, hoje, só nos inspira paz e contemplação. Seja sob a copa de frondosas árvores, como a sagrada e gigantesca ceiba, seja no topo do mais alto dos templos, o Templo IV, de onde se pode descortinar todo o horizonte e a mata que nos cerca, com apenas algumas torres mais altas se elevando acima da copa da floresta. Foi aí que encontramos dois simpáticos brasileiros, entusiastas da cultura e civilização maya, viajando pela Guatemala em um circuito focado nos resquícios dessa antiga civilização.

O Templo V, nas ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

O Templo V, nas ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Como em Caracol, também tivemos interessantes encontros com a rica fauna que vive na região. Dois lindos pica-paus dividiam uma mesma árvore, guaxinins e iguanas perambulavam pelos cantos, o som de bugio-gritadores e montezumas podia ser ouvido de longe e, sobre nossas cabeças, macacos-aranha faziam suas peripécias. Prato cheio para quem gosta da vida selvagem.

Encontro com o macaco-aranha, durante visita às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Encontro com o macaco-aranha, durante visita às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Um belo piaca-pau à procura de seu almoço, durante passeio às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Um belo piaca-pau à procura de seu almoço, durante passeio às ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Foram quase quatro horas de caminhadas e aulas com o nosso simpático guia, uma infinidade de informações que foram desde a história dessa cidade até sobre noções de como ler um hieróglifo maya. Foi muito bom tê-lo como companhia, assim como teria sido se tivéssemos feito o programa a sós. Em Tikal, tem espaço para as duas opções, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Para nós, depois de tantas ruínas sem guias, foi especial ter feito a mais bela delas com um “professor” como o que tivemos. Foi muito legal!

Encontros com brasileiros nas ruínas mayas de Tikal, na Guatemala

Encontros com brasileiros nas ruínas mayas de Tikal, na Guatemala


Com a visita à Tikal, quase fechamos nossa visita ao mundo maya. Digo “quase” porque ainda há um epílogo. Falta Copán, em Honduras, onde estaremos em poucos dias. Estamos mesmo virando especialistas. Só falta ficar fluente nos diversos dialetos, hehehe

A 'pirâmide', um dos maiores edifícios de Tikal, na Guatemala

A "pirâmide", um dos maiores edifícios de Tikal, na Guatemala

Guatemala, Tikal, Calakmul, El Mirador, história, mayas

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São Cristóvão

Brasil, Sergipe, São Cristóvão

Caminhando em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe

Caminhando em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe


Bem próximo de Aracaju estão duas pequenas belas cidades históricas, cheia de construções do período colonial. São Laranjeiras e São Cristóvão. São passeios agradáveis, de poucas horas, a partir da capital sergipana.

Restaurante em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe

Restaurante em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe


Por falar em capital, São Cristóvão tinha este posto até a metade do séc XIX. Foi para lá que fomos, em busca de conhecimento e de comida. O primeiro objetivo foi o almoço, antes de fechar o restaurante. O Sobrado funciona num prédio bem antigo e conservado. Um charme! Ao nosso lado um grupo de senhoras comemorava alguma data. Para isso, tinham até contratado um seresteiro das antigas. Foi bem legal vê-lo tocar naquele ambiente, aquelas letras de canções antigas, aquela platéia... tudo se encaixava como uma luva!

Restaurante tradicional  'O Sobrado' em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe

Restaurante tradicional "O Sobrado" em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe


Depois, fizemos um tour pelas igrejas da cidade, como a do Carmo, a Matriz e a do Amparo. Por fora, lembram muito as mineiras. Mas por dentro, não tem aquela riqueza, Afinal, o ouro e os diamantes estavam um pouco mais ao sul...

Igreja em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe

Igreja em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe


Ao ver todas essas igrejas em pé hoje é difícil imaginar que algumas delas levaram dezenas, as vezes mais de uma centena de anos para serem construídas. Trabalho de gerações! Já pensou... seu avô iniciou uma obra que só vai ser completada pelo seu neto... Bom, o que nós aqui do séc XXI vemos é o resultado. Que vem sendo restaurado ao longo do tempo. Se não, o tempo (nos dois sentidos) seria inclemente. Isso fica claro quando vemos alguma construção que ainda não foi restaurada.

Igreja em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe

Igreja em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe


Fim de passeio, voltamos para Aracaju. Laranjeiras ficou para amanhã cedo, antes de viajarmos para Piranhas, no rio São Francisco, perto da Usina de Xingó e do local onde morreram Lampião e Maria Bonita.

Igreja Matriz em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe

Igreja Matriz em São Cristóvão, cidade histórica e antiga capital de Sergipe

Brasil, Sergipe, São Cristóvão,

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Terra Ronca e São Bernardo: Monumentais

Brasil, Goiás, São Domingos (P.E Terra Ronca)

A incrível caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

A incrível caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Depois de um bucólico amanhecer em São Domingos, pequena cidade ao lado de um lago formado por uma represa, empacotamos nossas coisas na Fiona, atravessamos o centro histórico e pegamos a estrada de terra que nos leva ao Parque Estadual de Terra Ronca.

Lago da represa, em São Domingos - GO

Lago da represa, em São Domingos - GO


Casario antigo em São Domingos - GO

Casario antigo em São Domingos - GO


Esse parque foi criado no final da década de 80 para proteger uma rica área de cerrado, repleta de nascentes de água que vão alimentar vários dos rios importantes da região. Mas, a grande estrela do parque é a sua formação de calcário que, junto com a água em abundância, acabou por formar o mais extenso sistema de cavernas do Brasil. Aqui estão mais de 60 cavernas "molhadas" (atravessadas por um rio) de grande porte, além de outras 200 cavernas "secas". Cinco entre as dez maiores cavernas do Brasil estão em Terra Ronca. Mais, mais do que grandes, elas são belíssimas, com formações de espeleotemas dos mais frágeis aos mais robustos, de gigantescos estalactites à incríveis e perfeitas "flores" de calcita e aragonita. Em suma, para quem gosta de cavernas, é o paraíso. Para quem não gosta, impossível não mudar de opinião!

Na casa do famoso guia Ramiro, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Na casa do famoso guia Ramiro, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Por uma conjunção de fatores, esse verdadeiro patrimônio mundial continua meio esquecido dos brasileiros. Enquanto regiões que foram "descobertas" mais ou menos ao mesmo tempo, como Bonito, no Mato Grosso do Sul, ou a vizinha Chapada dos Veadeiros acabaram estourando para o turismo, atraindo cada vez mais gente, Terra Ronca continua um segredo desconhecido para a grande maioria das pessoas. A falta de divulgação, a complicação do acesso pelas longas estradas de terra, o mistérios (e às vezes medo) que as cavernas exercem nas pessoas e a dificuldade de se caminhar dentro de cavernas, tudo isso junto acabou por preservar esse lugar maravilhoso de um maior desenvolvimento.

A gigantesca boca da Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

A gigantesca boca da Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Bom para os turistas mais aventureiros, complicado para a população local, que ainda encontra grandes dificuldades na área de saúde, transporte, educação e desenvolvimento econômico. De São Domingos são pouco mais de 20 km de estrada precária de terra até a entrada do parque, onde está a Caverna Angélica e mais uns 30 km até uma pequena vila chamada São João, bem próxima de várias das cavernas mais importantes, inclusive aquela que dá o nome ao parque, a Terra Ronca. A estrutura do parque é mínima, apenas algumas placas indicativas e uma pequena sede em São João.

Foguetes??? Sem comentários... (no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO)

Foguetes??? Sem comentários... (no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO)


Para quem dirige nessas estradas, tudo o que se pode ver é um cerrado viçoso e um rio aqui e ali, quando atravessamos as pequenas pontes de madeira. Impossível imaginar a riqueza do subsolo. Com uma importante exceção! Um pouco à frente de São João, lá está uma enorme, monumental boca de caverna, perfeitamente visível para quem está na estrada. É a Terra Ronca. Finalmente, fica claro que estamos na fronteira de um mundo completamente diferente do nosso, tão próximo e tão distante ao mesmo tempo.

Terra Ronca 1, vista de dentro para fora, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Terra Ronca 1, vista de dentro para fora, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


O rio que atravessa a caverna de Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

O rio que atravessa a caverna de Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Nós nos instalamos na Pousada São Mateus, uma das poucas existentes na região. Fica a três quilômetros de São João, a meio caminho da Terra Ronca. Muito gostosa, clima bucólico, ao lado de um riozinho. De lá, seguimos para a Terra Ronca. A primeira visão da enorme boca, ainda na estrada, é emocionante. Quase em frente está o Camping do Ramiro. Foi atrás dele que fomos! O Ramiro é o melhor e mais famoso guia da região, profundo conhecedor de todas as cavernas da região. Figura folclórica!

Entrando na Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Entrando na Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


A dupla saída de Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

A dupla saída de Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Mas ele não estava, pois tinha saído para guiar outro grupo de pessoas. Conversamos então com seu simpático e calado filho, o William, e ele nos guiou pela Terra Ronca. Arrumou para nós duas boas lanternas de led e, para ele, a tradicional carbureteira. Entramos pela gigantesca boca da caverna seguindo ao lado do rio que ajudou a construir aquela maravilha. Com uma boca de caverna tão imensa, a luz do sol e a claridade podem penetrar por centenas de metros caverna adentro, possibilitando que suas belezas possam ser admiradas com luz natural.

Observando as gigantescas formações em Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Observando as gigantescas formações em Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Tudo lá dentro impressiona pelo porte. Estalactites muitas vezes maiores que umser humano parecem minúsculas, penduradas no teto a 30-40 metros acima de nós. A caverna é tão ampla que, tenho a impressão, um bom piloto de helicóptero seria capaz de atravessá-la.

Caminhando pelo rio no lado de fora de Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Caminhando pelo rio no lado de fora de Terra Ronca 1, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Nós seguimos caminhando ao lado do rio, às vezes dentro dele, caverna adentro. A luz vai diminuindo, a escuridão aumentando, e as nossas lanternas tentam nos mostrar as belezas à nossa volta. Tarefa difícil, num ambiente tão vasto! É aqui que a carbureteira mostra sua vantagem sobre as lanternas, já que consegue iluminar uma área maior.

Estalactites na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Estalactites na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Entre estalactites e estalagmites na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Entre estalactites e estalagmites na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Saímos do lado de lá, extasiados com a grandeza da caverna. De lá, nova caminhada pelo rio e subindo um morro nos levam de volta ao camping, onde , aí sim, encontramos a famoso Ramiro. Combinamos com ele que, amanhã, juntos, iremos explorar a mais bela das cavernas da região, a São Mateus. Na tarde de hoje, ainda com o William, vamos à São Bernardo.

Entre estalactites e estalagmites na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Entre estalactites e estalagmites na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Observando formação na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Observando formação na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Com uma boca um pouco menos ampla e também com um rio a nos guiar, a São Bernardo tem mais formações que a Terra Ronca. Tudo muito amplo por lá também. Nada de túneis apertados e contorcionismos para se chegar à salões. Caminhamos ao lado e pelo rio e o William vai nos mostrando travertinos, cortinas, estalactites e estalagmites, formas tão comuns nesse mundo subterrâneo. O rio é nosso ínico elo de ligação com o mundo da superfície, lá do lado de fora da escuridão absoluta.

Bela cortina na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Bela cortina na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Nosso guia William na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Nosso guia William na caverna São Bernardo, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO


Mais uma vez, estamos extasiados com as belezas que nos cercam. Que mundo diferente! Ao sair da caverna, está tudo escuro, quase oito da noite. De volta ao camping, o Ramiro no avisa:"Isso aí é só o aperitivo. Melhor vocês descansarem e dormirem cedo, pois amanhã vão conhecer a São Mateus". Vamos dormir meio incrédulos, afinal, como algo pode ser tão mais bonito do que aquelas maravilhas que tínhamos acabado de ver?

Na casa de Ramiro, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Na casa de Ramiro, no P.E. de Terra Ronca, região de São Domingos - GO

Brasil, Goiás, São Domingos (P.E Terra Ronca), Caverna, São Bernardo

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Um Lugar Especial

México, Guanajuato

A bela iluminação noturna de Guanajuato, no México

A bela iluminação noturna de Guanajuato, no México


A cidade de Guanajuato começou como muitas outras no México: fundada por colonizadores espanhóis logo no início da ocupação, teve de enfrentar alguns ataques indígenas, mas logo se impôs sobre a população local. O que a fez diferente veio um tempo depois. A descoberta de ouro e, mais tarde, prata, mudou para sempre a história da cidade.

Jardin de La Unión, a praça mais movimentada de Guanajuato, no México

Jardin de La Unión, a praça mais movimentada de Guanajuato, no México


As minas de prata se mostraram “inesgotáveis” e, durante algum tempo no séc XVIII, quase três quartos da produção mundial do metal vinham dessa pequena cidade aqui no México. As pessoas vinham do outro lado do mundo em busca da sua parte do quinhão e a cidade, espremida entre as montanhas, teve de crescer encosta acima. As ruas e ruelas são, ainda hoje, muito mais uma sequência de escadarias do que ruas propriamente ditas. Sendo assim, nem precisavam ser muito largas, já que eram destinadas apenas à pedestres. Em muitas dessas passagens, as varandas opostas quase se tocam, como no famoso “Callejon del Beso”.

Venda de frutas nas ruas de Guanajuato, no México

Venda de frutas nas ruas de Guanajuato, no México


As ruas mais largas ficaram no fundo do estreito vale, onde a cidade nasceu e onde estão os maiores prédios públicos, praças e igrejas. Com o dinheiro gerado por séculos de exploração da prata, muito se construiu, com pompa e circunstância, prédios de arquitetura refinada e com qualidade para resistir aos séculos. Caminhar por essas ruas hoje é um prazer, olhos sempre virados para cima, admirando a arquitetura colonial impecável dos grandes prédios e também a arquitetura colorida que acabou por se transformar numa das marcas da cidade, as charmosas casas pintadas de azul, rosa, amarelo e outras cores e ainda repleta de vasos de flores pendurados em suas varandas. Enfim, um deleite visual.

Arquitetura colorida, típica em Guanajuato, no México

Arquitetura colorida, típica em Guanajuato, no México


Outra coisa que chama logo a atenção é a vida que existe na cidade. As ruas principais estão sempre cheias de gente, locais e turistas. Bares e restaurantes oferecem boa comida e boa música, ou apenas um lugar para se sentar e saborear um chá ou cerveja gelada enquanto se observa o mundo passar à sua volta. Difícil mesmo é escolher aonde fazer essas “paradas estratégicas”, já que eles estão por toda parte, nas praças ensolaradas ou sombreadas, nas ruas estreitas e charmosas, nos terraços com vista privilegiada. Ó, dúvida cruel!

Adeus, barba e cabelo! (em barbearia tradicional de Guanajuato, no México)

Adeus, barba e cabelo! (em barbearia tradicional de Guanajuato, no México)


A exploração de prata acabou, mas o know-how em escavar foi utilizado também para se criar uma vasta rede de túneis sob o solo da cidade. Com isso, boa parte do trânsito fica lá embaixo e não incomoda os pedestres, ao mesmo tempo em que evita congestionamentos para os motoristas. Que magnífica solução! Além disso, os túneis são uma atração à parte, pois foram escavados à mão e não por máquinas e isso é bem claro por sua aparência rústica. Dirigir ou caminhar por eles é infinitamente mais interessante do que fazer o mesmo nos modernos túneis das grandes cidades e estradas.

Chegando ao Cristo Rey, monumento no alto do Cerro do Cubilete, próximo à Guanajuato, no México

Chegando ao Cristo Rey, monumento no alto do Cerro do Cubilete, próximo à Guanajuato, no México


A primeira metade do nosso dia de hoje foi de explorações por essa cidade encantada. Na verdade, eu comecei um pouco mais cedo, indo diretamente a uma barbearia. Chega da minha barba cubana! De agora em diante, cara limpa! Pelo menos até passar pela fronteira americana, hehehe! Depois, aí sim, nosso negócio foi caminhar para lá e para cá, tanto nas ruas movimentadas do centro, com suas praças e monumentos, como pelas tranquilas e labirínticas ladeiras e escadarias que sobem as encostas. É onde a cidade fica ainda mais charmosa!

De cara limpa no alto do Cristo Rey, região de Guanajuato, no México

De cara limpa no alto do Cristo Rey, região de Guanajuato, no México


Depois, já de tarde e na companhia do nosso guia e amigo (mais amigo do que guia!) Ricardo, fomos de carro para uma das grandes atrações da região. É a estátua do Cristo Rey, construída sobre uma montanha que muitos dizem ser o exato centro geográfico do país. Talvez por isso atraia tanta gente, centenas ou milhares por dia, a maioria de peregrinos mexicanos. A vista lá de cima é magnífica, podendo de observar quilômetros e quilômetros de paisagens e montanhas para qualquer lado que se olhe, as cidades minúsculas dentro daquela grandiosidade toda.

Cristo Rey em reforma para a visita do Papa à Guanajuato, no México

Cristo Rey em reforma para a visita do Papa à Guanajuato, no México


Muitos peregrinos e visitantes no Cristo Rey, região de Guanajuato, no México

Muitos peregrinos e visitantes no Cristo Rey, região de Guanajuato, no México


A estátua está em reforma para poder receber um ilustre visitante que chegará no final do mês: o Papa! Pois é, esse ilustre senhor está seguindo os nossos passos. Passará por Cuba e, de lá, virá ao México, especificamente à charmosa Guanajuato, onde dormirá em um dos maravilhosos mosteiros da cidade. Essa sua viagem está mobilizando as enormes multidões católicas do país e os centros de peregrinação mexicanos estão mais movimentados do que nunca. Aqui no Cristo Rey, por exemplo, as pessoas vem de longe em gigantescas caravanas de ônibus e dormem por aqui mesmo, acampados sobre os braços da bela estátua em reforma. Como já notei em outro post, a cada dia me impressiono com a força que a fé católica tem neste país. Por aqui, os evangélicos ainda não encontraram seu espaço...

Fotografando o pôr-do-sol na volta do Cristo Rey para Guanajuato, no México

Fotografando o pôr-do-sol na volta do Cristo Rey para Guanajuato, no México


Observando o fim de tarde em Guanajuato, no México, do alto da abóboda de uma pequena igreja

Observando o fim de tarde em Guanajuato, no México, do alto da abóboda de uma pequena igreja


Voltamos para a cidade e o Ricardo nos levou para uma pequena igreja no alto de um dos morros que cercam Guanajuato de onde tivemos um mirante estratégico para observar o início da noite, as luzes se acendendo e uma lua cheia sensacional se levantando no horizonte, por detrás das montanhas. Foi espetacular!

A famosa 'Callejón del Beso', em Guanajuato, no México

A famosa "Callejón del Beso", em Guanajuato, no México


Voltamos ao hotel da Fiona, nos separamos do nosso amigo (vamos reencontrá-lo amanhã para assistir à prova de rally) e voltamos caminhando para o centro. Depois de uma parada estratégica numa venda para comprar uma deliciosa “fresa com crema” da vizinha Irapuato, levei a Ana pelas ruas e ladeiras labirínticas que tinha visitado só pela manhã. Começamos pelo famoso Callejon del Beso.

As varandas quase se tocam no famoso 'Callejón del Beso', em Guanajuato, no México

As varandas quase se tocam no famoso "Callejón del Beso", em Guanajuato, no México


O nome vem de uma bonita história/lenda, versão local da universal Romeu e Julieta. Moça rica apaixonada por mineiro pobre, namoro proibido pela família. Mas o inteligente mineiro não se fez de rogado! Conseguiu alugar secretamente a casa em frente à da família da amada. Os amantes se encontravam de madrugada, cada um em sua varanda. A ruela é tão estreita que as varandas quase se tocam. Quem se tocava mesmo eram os pombinhos apaixonados. E de tanto se tocarem, acabaram descobertos e delatados. O fim da história, como não poderia deixar de ser, foi trágico, a donzela apunhalada pelo próprio pai.

Rua deserta na noite de Guanajuato, no México

Rua deserta na noite de Guanajuato, no México


De baixo das mesmíssimas varandas, nós demos o tradicional beijo, obrigatório para os casais que visitam a cidade. Beijo sem tragédia, claro! E seguimos ladeira acima pelas ruelas desertas e centenárias da cidade alta. Já sabedor do caminho, guiei a Ana com desenvoltura até voltarmos à cidade baixa, já ao lado do Jardin de La Unión, a principal praça de Guanajuato, a duas quadras do nosso hostal.

A magnífica colunata do principal teatro de Guanajuato, no México

A magnífica colunata do principal teatro de Guanajuato, no México


Aí do lado está o principal teatro da cidade e, bem em frente, um grande grupo de turistas esperava o início de uma “callejonata”, ou serenata pelas ruas do centro histórico. A performance é feita por um grupo de artistas vestidos a caráter e a Ana, logicamente, quis seguir com eles. Eu, depois de um dia de explorações, voltei para o hotel para trabalhar um pouco e esperar pelas fotos e relatos do evento da minha querida e social esposa.

Público reunido para assistir a 'callejonata' em Guanajuato, no México

Público reunido para assistir a "callejonata" em Guanajuato, no México


Amanhã, mais um dia de explorações por aqui e, de noite, o evento que está mobilizando a cidade: a etapa do campeonato mundial de rally.

'Callejonata' segue pelas ruas de Guanajuato, no México

"Callejonata" segue pelas ruas de Guanajuato, no México

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Bahamas, Eleuthera - Harbour Island

Eu e a Ana somos bem ambiciosos com relação ao conteúdo do nosso site. Imaginamos milhões de coisas e todos os dias temos novas idéias. Temos idéias mais rapidamente do que os nossos desenvolvedores possam implementá-las.

Mas, devagarinho, o site está entrando no ar. Não vai demorar muito e teremos a nossa página de fotos (com muito mais fotos do que temos postado) e, o mais esperado por nós, a nossa Home, com um mapa iterativo da América, seus países e ilhas, nosso roteiro e uma maneira bem inteligente de navegar pelo site.

Hoje, foi implementado uma ferramenta para postarmos nossos posts de maneira online. Antes disso, tínhamos de mandar o texto para o paciente Marcelo e ficar atazanando ele para que fosse postado. Agora, basta escrever o texto, apertar um botão e pronto, maravilha de tecnologia e internet, lá está o nosso post online.

Mas, ainda dependemos do Marcelo para postar as fotos. Isso deve ser resolvido em breve. Porém, por enquanto, os posts podem aparecer sem fotos. É só esperar um pouco e elas aparecerão por aí.

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