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SHUFFLE Há 1 ano: Argentina Há 2 anos: Argentina

O Buraco do Padre

Brasil, Paraná, Castro, Ponta Grossa

Venerando a cachoeira do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Venerando a cachoeira do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


Manhã gelada em Castro, aproveitamos para trabalhar um pouco no nosso quarto quentinho! Castro, uma das mais antigas cidades do Paraná, originou-se na metade do séc. XVIII, intimamente ligada à rota dos tropeiros, que traziam gado do Rio Grande do Sul para a cidade paulista de Sorocaba. Essas verdadeiras "caravanas" pousavam às margens do rio Iapó, onde logo surgiu uma pequena igreja e, posteriormente, uma pequena vila. Para homenagear sua origem, a cidade criou o primeiro museu do Tropeiro, contando a história desse movimento tão importante para a colonização e desenvolvimento do sul do Brasil.

Moinho, símbolo da holandês, em Castrolanda, distrito de Castro - PR

Moinho, símbolo da holandês, em Castrolanda, distrito de Castro - PR


Já a partir de meados do séc XIX, a cidade começou a atrair sucessivas levas de imigrantes, como alemães, japoneses e holandeses. O último grande grupo de imigrantes holandeses chegou em 1951, fundando o distrito de Castrolanda, hoje muito importante para a economia da cidade, com sua cooperativa, produtos lácteos, artesanato e turismo. O cinquentenário da sua chegada, em 2001, foi comemorado com a construção do maior moinho de vento da América Latina, com mais de 30 metros de altura. Ali foi nossa primeira parada hoje, admirando a pacata vizinhança de arquitetura rural holandesa. Pena que, segunda-feira, restaurantes de comida típica e museus estavam fechados...

Admirando o Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Admirando o Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


Em seguida rumamos para Ponta Grossa, mais precisamente para uma interessante formação geológica próxima à cidade que atende pelo estranho nome de "Buraco do Padre". Trata-se de uma cachoeira que despenca quase 40 metros sobre uma antiga caverna que teve seu teto desmoronado. A água cai em um grande salão e sai por uma pequena fresta no paredão. Para chegar até lá, caminhamos ao lado do rio e entramos por esta fresta na parede para dentro do salão, "teto solar" em formato de coração bem acima de nós. Uma beleza!!!

O famoso Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

O famoso Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


A luz do sol só atinge diretamente o fundo do salão por volta do meio-dia e, mesmo assim, não durante todo o ano. O resultado dessa sombra toda é um ambiente frio e muito úmido, principalmente durante o inverno. Mas como não há muita água, é possível chegar até lá bem agasalhado e molhando-se apenas os pés. O visual vale cada suor (ou calafrio!) do esforço! E, se for no verão, o banho de cachoeira também será um prêmio!

Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR


Também é possível ver o tal buraco pelo alto. Para isso, é preciso escalaminhar pela lateral. Falando nisso, há diversos paredões na região, com rotas já fixadas que fazem a festa de escaladores de Ponta Grossa e Curitiba.

Buraco do Padre visto por cima, próximo à Ponta Grossa - PR

Buraco do Padre visto por cima, próximo à Ponta Grossa - PR


Voltando ao estranho nome do local, sua origem está no fato de que um padre, há muito tempo atrás, costumava ficar lá no alto do buraco e admirar a paisagem magnífica como inspiração para suas reflexões. Faz sentido, né? O problema é que, inspirados por esse nome, foi dado um nome ainda mais capicioso para outra formação geológica logo ali do lado: a "Fenda da Freira". Bom, aí já virou esculhambação, hehehe

A bela região do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

A bela região do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR

Brasil, Paraná, Castro, Ponta Grossa, Buraco do Padre, Castrolanda, trilha

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De Nova Petrópolis à São Joaquim

Brasil, Rio Grande Do Sul, Nova Petrópolis, Gramado, Santa Catarina, São Joaquim

Maravilhado com a gigantesca e milenar araucária na região de Nova Petrópolis - RS

Maravilhado com a gigantesca e milenar araucária na região de Nova Petrópolis - RS


Tiramos a manhã de hoje para passear na tranquila e simpática Nova Petrópolis, cidade na serra gaúcha a 30 km de Gramado. Cidade bem gostosa de ficar e eu não acharia nada mal passar uma semana por lá, curtindo o hotel Pousada das Neves, passeando pela praça florida da cidade, comendo em seus restaurantes saborosos.

Repolhos Ornamentais no jardim da praça central de Nova Petrópolis - RS

Repolhos Ornamentais no jardim da praça central de Nova Petrópolis - RS


Mas nós não temos uma semana pois temos de chegar em Curitiba na sexta de noite ou sábado cedo. Assim, fomos só conhecer a praça central cuja decoração é feita com repolhos! Isso mesmo, uma espécie de repolho decorativo, roxo ou branco, que fica tão bonito como flores. Muito interessante! Outra coisa que aprendi por ali foi sobre o padre alemão Theodor Amstel, que veio junto com outros imigrantes alemães no início do século passado e foi o fundador do cooperativismo no Brasil. Ele viveu na região de Nova Petrópolis e a cidade lhe fez uma justa homenagem na praça, com uma bela estátua.

Estátua em homenagem ao fundador do cooperativismo no Brasil, o padre alemão Theodor Amstel, em Nova Petrópolis - RS

Estátua em homenagem ao fundador do cooperativismo no Brasil, o padre alemão Theodor Amstel, em Nova Petrópolis - RS


De lá seguimos para um dos distritos do município, já em direção à Gramado, em busca de outra das grandes atrações de Nova Petrópolis: uma araucária multisecular, talvez até milenar, com um daqueles troncos em que é necessário muitos e muitos homens para abraçar. Foi, sem dúvida, o maior pinheiro que já vimos, uma árvore linda e imponente, que já estava por aqui muito antes dos portugueses e espanhóis chegarem ao Rio Grande. É emocionante estar perto de um ser vivo tão antigo e sábio, que tanto já viu. E pensar que deveriam haver dezenas e dezenas desses por aí, que foram derrubados sem dó nem piedade para se transformarem em casas, cercas, móveis e lenha de fogueira... Bom, pelo menos esse ficou, preservado pela família que tinha a propriedade onde ele está por muitas décadas. Hoje, ele é protegido por lei municipal e se transformou em ponto de visitação. Vale à pena, sem dúvida!

Placa informativa sobre a araucária multissecular, em Nova Petrópolis - RS

Placa informativa sobre a araucária multissecular, em Nova Petrópolis - RS


Continuamos nosso caminho para Gramado, onde fizemos algumas compras e pudemos passear pelo seu centro agora de dia, já que ontem já era noite quando ali chegamos vindos do Lago Negro. Os turistas passeiam para lá e para cá, entre as lojas de chocolate, restaurantes e atrações turísticas, como a igreja, museus, o Palácio dos Festivais (em reforma) entre outros. Aquela arquitetura típica da cidade nos faz pensar que estamos na Europa. Ou, quem sabe mais pertinho, em Campos do Jordão. Acho as duas cidades muito parecidas!

Como diria Napoleão, 'Do alto dessa árvore, dez séculos te contemplam!' (em Nova Petrópolis - RS)

Como diria Napoleão, "Do alto dessa árvore, dez séculos te contemplam!" (em Nova Petrópolis - RS)


Aí já era hora de fazer a longa viagem para São Joaquim, de volta à Santa e bela Catarina. Para evitar uma longa volta por estradas de asfalto, optamos por um atalho em estradas de terra. Já era noite quando cruzamos o rio que marca a fronteira entre os dois estados. Nesse caminho de chão, entre Bom Jesus, no Rio Grande, e São Joaquim, em Santa Catarina, a fronteira é marcada por duas longas pontes sobre uma confluência de rios. Muito legal, a noite estava clara e fria e parecia que éramos as únicas pessoas no mundo. Naquela hora, impossível fotografar o que víamos, pois já estava escuro. Lembranças que ficarão apenas na memória...

Todo mundo fica de olho no termômetro no inverno de Gramado - RS

Todo mundo fica de olho no termômetro no inverno de Gramado - RS


Interior de igreja em Gramado - RS

Interior de igreja em Gramado - RS


Enfim, quase nove da noite, chegamos à São Joaquim. Para quem estava fazendo um tour pelas cidades mais frias do Brasil, seria uma falha imperdoável não passar na mais fria de todas. Urubici tem temperaturas mais frias, mas apenas em sua área rural e, principalmente, no Morro da Igreja. Considerando apenas os centros urbanos, São Joaquim é 200 metros mais alta, a 1.350 metros de altitude. Isso se reflete em temperaturas mais baixas. Tanto que, quando chegamos, mesmo neste fim de frente fria, a temperatura já era de 1 grau e a madrugada prometia números negativos. Assim, foi só o tempo de comermos uma pizza na Taverna e corrermos para nosso quarto quentinho, no alto do Park Hotel. Amanhã, voltamos ao ponto de partida, nossa querida Curitiba.

Arquitetura típica em Gramado - RS

Arquitetura típica em Gramado - RS

Brasil, Rio Grande Do Sul, Nova Petrópolis, Gramado, Santa Catarina, São Joaquim,

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O Passado Mais Que Presente

Argentina, Cueva de Las Manos

Mãos esquerdas (a grande maioria) e direitas pintadas em um dos tetos da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Mãos esquerdas (a grande maioria) e direitas pintadas em um dos tetos da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Os estudiosos estão apenas começando a compreender o que as centenas de pinturas localizadas num paredão perdido de um canyon esquecido de uma remota região da patagônia argentina querem dizer. A Cueva de Las Manos é um dos mais surpreendentes sítios arqueológicos das Américas e deveria estar no roteiro de todos os viajantes que se aventuram pela região sul da Argentina.

Paredes e tetos pintados na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Paredes e tetos pintados na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Pinturas no teto da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Pinturas no teto da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Há cerca de 10 mil anos grupos indígenas começaram a ocupar essa área e deixar suas marcas em sítios da região. A Cueva de Las Manos é apenas o mais importante e conhecido desses sítios. A datação das pinturas mais antigas na pequena gruta e paredes do canyon ao seu redor é uma das indicações mais fortes de que o homem teria chegado às Américas bem antes do que diz a teoria ainda mais aceita, de que teriam entrado pelo estreito de Bering há cerca de 14 mil anos. Afinal, se já havia tribos aqui no sul da Patagônia pintando paredes há 10 mil anos, essa chegada ao continente deve ter sido bem anterior.

Algumas das mais de 800 mãos pintadas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Algumas das mais de 800 mãos pintadas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Painel com uma das maiores concentrações de mãos na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Painel com uma das maiores concentrações de mãos na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Como o próprio nome indica, o principal tema das pinturas do sítio arqueológico são “mãos”. Das pouco mais de 1.000 figuras, 800 são mãos e 90% delas são mãos esquerdas. A grande maioria dos desenhos é feita com a técnica chamada de “negativa”. O artista colocava sua própria mão sobre a parede ou teto e soprava sobre ela a tinta armazenada em um tubo. A parede ficava pintada, assim como a mão do artista, mas quando ela era retirada da parede, aí deixava a sua marca, uma área exatamente com a sua forma e livre de tinta. Por isso há uma quantidade bem maior de mãos esquerdas: os artistas seguravam o tubo com tinta com suas mãos direitas, pois eram destros!

Mãos no estilo negativo pintadas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Mãos no estilo negativo pintadas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Dezenas da mãos pintadas razão do nome dado à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Dezenas da mãos pintadas razão do nome dado à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Uma mão com seis dedos na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Uma mão com seis dedos na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Há também algumas mãos pintadas na técnica positiva, onde o artista simplesmente mergulhava sua mão na tinta e a colocava na parede. Como curiosidade, entre as 800 mãos pintadas, há uma de seis dedos, um dos pontos altos de toda visita por lá. Há também patas de animais, principalmente de choiques (as nossas emas), um dos itens principais no cardápio daquele povo.

Pinturas com mais de 8 mil anos de idade na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Pinturas com mais de 8 mil anos de idade na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Algumas das mais de 800 mãos pintadas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Algumas das mais de 800 mãos pintadas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Os estudiosos dizem que a pintura de mãos corresponde a uma primeira fase desse antigo povo, provavelmente a mais longa, que teria durado milhares de anos. Na próxima fase, o principal tipo de pintura era a representação de animais, aspectos de sua vida e também de caçadas. Além dos choiques, também chamados de ñandus na Argentina, a outra refeição predileta desses antigos habitantes eram os guanacos. Mas também há peixes, pássaros e tartarugas representadas nas paredes. Por fim, numa última fase, bem mais recente, as pinturas se tornaram mais abstratas, linhas, círculos e caracóis. Pelo que se sabe, pessoas habitaram o local até o ano de 1.300 da nossa era. Depois, provavelmente, o clima cada vez mais seco não sustentava a vida de grupos humanos por ali. A caverna passou a ser apenas abrigo temporário de quem passava por ali e já não mais se interessa por pinturas. Foi preciso esperar até a metade do séc. XIX para que ela fosse “redescoberta”, agora por exploradores da patagônia. E foi apenas 100 anos mais tarde, na década de 50 do século passado, que a Cueva de Las Manos começou a atrair cada vez mais estudiosos e turistas.

Muitas pinturas nos tetos da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Muitas pinturas nos tetos da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Animais pintados nas paredes da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Animais pintados nas paredes da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Animais pintados nas paredes da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Animais pintados nas paredes da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


As pinturas são policromáticas e as cores mais comuns são o vermelho e o negro. Mas há também o branco e o amarelo. As tintas eram feitas de minerais, pedra moída, vegetais e até de sangue de animais. O efeito de todas essas cores na parede é lindo e, mesmo depois de tanto tempo, elas ainda estão bem vivas. Bem difícil acreditar que algumas têm quase 10 mil anos de idade! O clima seco patagônico certamente ajudou muito na conservação. A sensação que temos é que o passado está bem presente, ali, na frente dos nossos olhos e quase ao alcance de nossas mãos.

Além das mãos, também há pinturas abstratas (mais recentes) na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Além das mãos, também há pinturas abstratas (mais recentes) na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Detalhe de pintura na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Detalhe de pintura na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Uma outra coisa que logo nos chama a atenção é a quantidade de figuras, especialmente em algumas partes do sítio. Muitas vezes elas estão interpostas, uma acima da outra. Ao longo dos milênios, os artistas foram ficando sem espaço para pintar, aparentemente. Mas a força espiritual e a magia dessas pinturas e seus rituais não poderia parar. Tudo indica que elas tinham alguma conotação religiosa. Talvez o agradecimento de alguma caçada com sucesso ou batalha vitoriosa, talvez o pedido por mais chuva na próxima estação.

Uma das raras mãos amarelas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Uma das raras mãos amarelas na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Pinturas negras e vermelhas (as mais comuns) no estilo negativo na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Pinturas negras e vermelhas (as mais comuns) no estilo negativo na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Infelizmente, algumas “pinturas” não são assim, tão antigas. Tem apenas algumas décadas de idade. Turistas que quiseram deixar suas marcas por lá também. Mas não são tantas assim. E hoje quase toda a parede é cercada. Além disso, só se pode entrar lá acompanhado de guias e em grupos pequenos. O guia caminha conosco desde a portaria até as primeiras pinturas num trecho de 500 metros e, depois, adiante, por outros 600 metros de passarela pelo trecho onde há paredes pintadas. Ao final, voltamos todos pelo mesmo caminho.

Plataforma de madeira construída para se poder admirar e estudar as pinturas rupestres da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Plataforma de madeira construída para se poder admirar e estudar as pinturas rupestres da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


As crianças suíças que nos acompanharam na visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

As crianças suíças que nos acompanharam na visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


No nosso caso, foi um pouco diferente. Eu e a Ana fomos disparando perguntas todo o tempo, enquanto o casal de argentinos que estava no nosso grupo não parecia tão interessado. Algumas fotos no início e depois preferiam fazer as famosas selfies. Além de nós, o casal de suíços com seus filhos. Os pais sim, estavam interessados, mas tinham de dividir sua atenção com os filhos que, ainda muito jovens, pareciam se divertir mais correndo para lá e para cá. Depois que passamos pelos trechos mais interessantes, eles já queriam regressar. O guia pensou bem, creio que concluiu que eu e a Ana éramos confiáveis e deixou que continuássemos até o fim sozinhos, enquanto ele retornava com os suíços e argentinos.

Pinturas com mais de 8 mil anos de idade na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Pinturas com mais de 8 mil anos de idade na Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Admirando a paisagem ao redor da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Admirando a paisagem ao redor da Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


E assim, num golpe de sorte, depois de ter todas as explicações que queríamos, tivemos alguns momentos para desfrutar de toda aquela maravilha a sós. Se ontem de noite eram as estrelas que faziam a ligação desse mundo que desapareceu comigo, hoje era algo ainda mais palpável: essas centenas de mãos e cenas pintadas na parede, ali tão perto. Para cada uma que eu olhava, ficava imaginando o momento em que foram pintadas, o que passava na cabeça do artista, as questões e dúvidas que o afligiam, o que ele comeria no jantar, onde e como dormiria, como funcionava a sua sociedade. Enfim, se quisesse (e tivesse tempo!), poderia passar meses ali! Foram minutos mágicos!

Além das pinturas, também se pode admirar as flores no passeio à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Além das pinturas, também se pode admirar as flores no passeio à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Além das pinturas, também se pode admirar as flores no passeio à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Além das pinturas, também se pode admirar as flores no passeio à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Flores contra um céu bem argentino durante nossa visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Flores contra um céu bem argentino durante nossa visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Mas tínhamos de voltar. Além das pinturas nas paredes, a paisagem do canyon ao nosso lado era espetacular. As paredes do outro lado do vale, o oásis verde 80 metros abaixo de nós e as flores silvestres que cresciam ali do lado (viva a primavera!). Depois de tantas fotos de mãos e de figuras pintadas na parede, foi bom intercalar com fotos de paisagens, de flores e, claro, de selfies.

Uma selfie durante a visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Uma selfie durante a visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Muito felizes com a visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Muito felizes com a visita à Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina


Fomos voltando vagarosamente, nos detendo nos lugares com maior concentração de figuras. Por fim, encontramos nosso guia novamente. Ele queria estar conosco quando regressássemos à portaria. De lá, ainda sedados com tanta coisa que tínhamos acabado de ver, 10 mil anos de história em nossos cérebros e mentes, caminhamos de volta para a Fiona através do canyon. Pausas no rio lá em baixo e no alto das paredes, já do outro lado. Depois, pé na estrada porque algumas centenas de quilômetros nos esperavam. Não iria faltar assunto para conversar durante a longa viagem...

Visita à incrível Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Visita à incrível Cueva de Las Manos, no sul da patagônia, na Argentina

Argentina, Cueva de Las Manos, arqueologia, história, Patagônia

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Problemas na Fronteira

Guatemala, Quetzaltenango, México, Comitan

Fronteira da Guatemala com o México, chegando à América do Norte! (em La Mesilla)

Fronteira da Guatemala com o México, chegando à América do Norte! (em La Mesilla)


Hoje era o grande dia de chegarmos à América do Norte. De carro, vindo lá do Brasil, não é todo dia que acontece! Saímos animados de Xela, ainda mais sabendo que essa seria a nossa última fronteira terrestre durante um bom tempo, até o início de Março, provavelmente. Eu com o meu visto e a Ana com seu passaporte italiano, tudo indicava que seria uma passagem tranquila, a Guatemala ficando para trás e o México inteiro a nos esperar...

Escolhemos passar pela fronteira de La Mesilla, mais longe de Xela, mas já no rumo de San Cristobal de Las Casas, cidade histórica e principal centro turístico do estado mexicano de Chiapas. Esse era o nosso objetivo de hoje. Além disso, essa estrada seria a mais bonita das que cruzam a fronteira, afora de ser a mais tranquila também.

Tudo começou muito bem e nem os infindáveis túmulos nas estradas nos tiraram o bom humor. A passagem pelo lado guatemalteco da fronteira também foi tranquilo e seguimos confiantes para o lado mexicano. A Ana, europeia, passou como um foguete. Eu, brasileiro, o atendente já foi logo perguntando pelo visto. “Aqui está!”, passei-lhe sorridente o passaporte antigo, onde estão os vistos mexicano e americano. Ele passou o passaporte novo (com chip!) na leitora, passou o visto mexicano e aí começou o problema.

Fronteira da Guatemala com o México, chegando à América do Norte! (em La Mesilla)

Fronteira da Guatemala com o México, chegando à América do Norte! (em La Mesilla)


Meu nome é Rodrigo Afonso Briza Junqueira. Sempre me soou muito bem! Mas hoje... Os sobrenomes são o “Briza” e o “Junqueira”, mas no bendito visto mexicano, o “Afonso” também consta como sobrenome (“apellido”, por aqui). O computador apontou a inconsistência. O atendente foi falar com a sua chefe que, depois de meia hora de chá de cadeira, veio falar conosco. Explicou o problema e disse que, juridicamente, eu seria duas pessoas diferentes. “Hmmm... “ – respondi – “... mas e aí?” Aí que, por causa disso, eu corria o risco de rechaço. Teria de corrigir algum dos dois documentos. Em São Paulo. Numa mistura de indignação e incredulidade, mostrei à ela a Fiona e perguntei se ela queria que eu voltasse para o Brasil de carro para fazer isso. Ela voltou ao seu escritório e quinze minutos depois apareceu a sua chefe.

Após conversarmos sobre nomes e sobrenomes, ela concluiu que o “Afonso” era mesmo um nome e que o meu passaporte novo estava correto e o visto mexicano estava incorreto. Falou que por essa inconsistência, teria de fazer uma checagem mais aprofundada sobre mim. E lá se foi ela, imagino que para checar os arquivos do FBI e da Intepol. Finalmente, quase uma hora depois, voltou com o meu visto, um sorriso no rosto e um “Bien venido a Mexico!”. Só me aconselhou de que, antes de entrar no México novamente, corrigisse o meu visto mexicano. O problema é que vou entrar no país outras duas vezes antes de voltar ao Brasil, uma delas já no final de Fevereiro, voltando de Cuba. Tudo indica que um novo perrengue me espera no aeroporto...

Fronteira da Guatemala com o México, chegando à América do Norte! (em La Mesilla)

Fronteira da Guatemala com o México, chegando à América do Norte! (em La Mesilla)


Para aumentar um pouco minhas preocupações, verificamos que no visto americano, apenas o “Junqueira” aparece como sobrenome. Será que os computadores deles também vão reclamar? E se reclamarem, será que o “famoso” jogo de cintura americano vai prevalecer? Tudo para deixar a viagem mais emocionante...

Bom, com esse atraso todo, desistimos de chegar à San Cristobal de Las Casas. Resolvemos parar em Comitan. O que não foi ruim, já que descobrimos várias atrações por lá. Amanhã vamos visitar as Lagunas de Montebello, ou Lagunas de Colores, aqui pertinho, uma das grandes atrações de Chiapas. Aliás, a paisagem montanhosa daqui é linda, densas matas sempre envoltas em neblina. Em Comitan, saímos de noite para conhecer o centro e a praça. O México começa a nos conquistar, apesar de eu estar meio macambúzio com a história dos vistos. Amanhã estarei melhor...


Saindo da Guatemala e entrando no México

Guatemala, Quetzaltenango, México, Comitan,

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Passagem por Governador Celso Ramos

Brasil, Santa Catarina, Governador Celso Ramos

Muitas canoas e barcos na enseada de Gancho de Fora, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Muitas canoas e barcos na enseada de Gancho de Fora, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Finalmente, depois de 10 dias baseados em Florianópolis e explorando as belezas da região, retomamos nossa rota rumo ao norte. Aqui no litoral de Santa Catarina, já tão próximos de Curitiba, com tantas opções de praias para ver, rever e explorar, decidimos dar preferência àquelas onde temos lugar para ficar para não termos de pagar hotel. Assim foi, por exemplo, em Florianópolis, onde ficamos muito bem hospedados no apartamento do tio Walter. Daqui para o norte, também poderemos ficar em Bombinhas e em São Francisco do Sul, onde a Ana tem tias com apartamentos ou casas. Famílias paranaenses gostam do litoral catarinense! Não é difícil entender o porquê!

Nosso trajeto na manhã do dia 24/03, saindo de Florianópolis e indo até Governador Celso Ramos, dando a volta na península no sentido horário. Daí seguimos para Bombinhas, um pouco mais ao norte

Nosso trajeto na manhã do dia 24/03, saindo de Florianópolis e indo até Governador Celso Ramos, dando a volta na península no sentido horário. Daí seguimos para Bombinhas, um pouco mais ao norte


Mapa da península de Governador Celso Ramos, com suas praias e atrações. Nós demos a volta nela de carro, no sentido horário

Mapa da península de Governador Celso Ramos, com suas praias e atrações. Nós demos a volta nela de carro, no sentido horário


Isso não quer dizer que não passaremos por outras praias. Hoje, por exemplo, no nossa caminho para a península de Bombinhas, fizemos uma longa parada na região de Governador Celso Ramos. A cidade ficou famosa na TV brasileira há uns 20 anos por causa da infame “Farra do Boi”, por ser ali um dos redutos mais fortes dessa tradição de inspiração açoriana. Mas ela é muito mais do que isso. Suas praias são lindas e ainda menos exploradas que as praias de Florianópolis e Bombinhas, suas vizinhas do sul e do norte. A cidade, nascida da exploração da pesca da baleia, é super pitoresca, na orla de uma baía de águas tranquilas, e em uma de suas praias está a mais antiga igreja de Santa Catarina, datada de 1745.

A trnquila enseada de Gancho do Meio, onde está a sede do município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

A trnquila enseada de Gancho do Meio, onde está a sede do município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


A trnquila enseada de Gancho do Meio, onde está a sede do município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

A trnquila enseada de Gancho do Meio, onde está a sede do município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


O nome da cidade é uma homenagem a um político catarinense que foi governador do estado entre 1961 e 1966. No ano seguinte, para sua homenagem, o município que acabava de se desmembrar de Biguaçu, ganhou o seu nome. O interessante é que não foi uma homenagem póstuma, pois o ex-governador ainda vivia. Aliás, viveu mais trinta anos, até o final da década de 90. Deve ter sido um político muito querido no estado, pois um outro município catarinense, no interior, também ganhou o seu nome!

Barcos ancorados em Gancho do Meio, sede do município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Barcos ancorados em Gancho do Meio, sede do município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


As águas calmas ad enseada de Gancho do Meio, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

As águas calmas ad enseada de Gancho do Meio, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Pesca, atividade comum em Gancho de Fora, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Pesca, atividade comum em Gancho de Fora, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Celso Ramos vem de uma família de tradição política. Seu pai também foi governador do estado quando esse cargo ainda levava o nome de “presidente”, entre os anos de 1910 e 1914. Mas o político mais famoso da família não é nenhum dos dois, mas o irmão de Celso, Nereu Ramos. Esse foi o único político catarinense a ser presidente do país. Não foi exatamente pelo voto direto, mas ele conduziu o país em um de seus momentos de maior tensão política. Getúlio Vargas havia se suicidado e os próximos na linha sucessória, o vice-presidente Café Filho e o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, foram impedidos de assumir pelas forças políticas de então. O próximo da lista, então, era Nereu Ramos, que governou o país pelos próximos dois meses sob estado de sítio, até as próximas eleições. Nereu Ramos já era um político experiente, tendo sido governador de seu estado, presidente da Câmara dos Deputados, senador da república, ministro da Justiça e da Educação e vice-presidente do país de 1946 a 1951.

Chegando à praia de Palmas, a mais longa de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Chegando à praia de Palmas, a mais longa de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Praia de Palmas, quase uma nova Jurerê Internacional, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Praia de Palmas, quase uma nova Jurerê Internacional, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Enfim, a bela Governador Celso Ramos está bem próxima de Florianópolis. Só temos de cruzar a ponte e contornar a baía norte para chegar até lá. Isso para quem vai por terra, pois muitos turistas seguem de barco, para passar o dia, saindo de Canasvieiras, no norte da ilha de Florianópolis. Não foi o nosso caso, que seguimos por terra mesmo. Demoramos mais tempo para dar a volta na península onde está a cidade, conhecendo rapidamente suas praias, do que para chegar até lá propriamente.

Praia da Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Praia da Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Praia da Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Praia da Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


A Ana caminha na praia da Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

A Ana caminha na praia da Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


A estrada principal de acesso à cidade entra pelo norte da península. Foi por aí que chegamos, indo diretamente para a sede do município. Depois, sem muita pressa, fomos fazendo o contorno da península no sentido horário, até chegarmos à BR-101 novamente, para seguir nossa viagem até Bombinhas.

Praia da Armação da Piedade, a primeira a ser ocupada no município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Praia da Armação da Piedade, a primeira a ser ocupada no município de Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


A igreja e a praia da Armação de Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

A igreja e a praia da Armação de Piedade, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


A sede do município fica na praia ou enseada de Ganchos. Baía bem tranquila, muito mais frequentada por barcos e canoas do que por banhistas. O gostoso aqui não é caminhar na areia e dar um mergulho, mas andar pela orla da baía e admirar o cenário pitoresco à nossa volta, barcos na baía, restaurantes na calçada, pessoas conversando, se divertindo e vendo a vida passar na sombra das árvores.

Capela Nossa Senhora da Piedade, construída em 1745, a mais antiga do estado, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Capela Nossa Senhora da Piedade, construída em 1745, a mais antiga do estado, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Capela Nossa Senhora da Piedade, construída em 1745, a mais antiga do estado, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Capela Nossa Senhora da Piedade, construída em 1745, a mais antiga do estado, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Tiramos nossa fotos por aí, respiramos fundo o ar para nos inspirar e, de carro, começamos a explorar as mais de 20 praias da península. Tem as mais isoladas e as mais movimentadas, as grandes e as pequenas, as de mar tranquilo e de mar revolto. Enfim, para todo gosto. Nós fomos primeiro para a maior e mais movimentada delas, a praia de Palmas, do outro lado do morro. É uma espécie de nova Jurerê Internacional, bairro planejado com muitos condomínios, terra de gente bacana. Visto lá do alto, é uma belíssima visão, praia cumprida e mar bem azul. Fico só imaginando como ela vai estar daqui a alguns anos, já que as construções novas não param.

Muitas garças na praia da Costeira, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Muitas garças na praia da Costeira, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Muitas garças na praia da Costeira, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Muitas garças na praia da Costeira, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Daí seguimos para o sul, passando por várias praias menores até chegar à Armação da Piedade. Aqui nasceu a cidade e, como o próprio nome indica, “Armação”, o motivo era a exploração das baleias. Sem nenhuma piedade, apesar de estar no nome. A colonização foi açoriana, como em boa parte do litoral catarinense. Mas foi aqui que eles chegaram primeiro e por isso foi nessa praia que foi erigida a primeira igreja do estado. Quase com o pé na areia, ela é simples e bela, um colírio para os olhos. No ano que vem completa 270 anos!

Praia da Fazenda da Armação, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Praia da Fazenda da Armação, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Chegando à praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Chegando à praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Mais praias pequenas no caminho, onde víamos mais garças do que pessoas, até chegar à praia do Antenor, uma pequena e tranquila enseada escondida no meio da vegetação. Para quem está acostumado com o litoral de São Paulo, até parece até alguma praia de Ubatuba! Do alto da estrada, vendo um restaurante na ponta da praia, foi onde decidimos almoçar.

Restaurante na praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Restaurante na praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Escunas trazem turistas de Canasvieiras, em Florianópolis, para a fortaleza de Anhatomirim e para a praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina

Escunas trazem turistas de Canasvieiras, em Florianópolis, para a fortaleza de Anhatomirim e para a praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina


Tudo estava bem tranquilo até que uma escuna cheia de turistas chegou à praia. Vem de Canasvieiras em passeio que passa pela histórica fortaleza de Anhatomirim, aqui do lado, e almoça por aqui. Nossa tranquilidade acabou, mas a praia continuava linda. Quando foi dado o toque de recolher e todos voltaram aos barcos, a tranquilidade voltou a reinar. Mas também já era a nossa hora de retomarmos nossa viagem. Uma outra península, a de Bombinhas, também com muitas praias e segredos, nos espera!

Da praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina, é possível ver, ao longe, os prédios da Av. Beira-mar, no centro de Florianópolis

Da praia do Antenor, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina, é possível ver, ao longe, os prédios da Av. Beira-mar, no centro de Florianópolis

Brasil, Santa Catarina, Governador Celso Ramos, Arquitetura, história, Praia

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Mudando de Virgens

Ilhas Virgens Americanas, St John - Cruz Bay, Ilhas Virgens Britânicas, Tortola - Road Town

Mapa das Ilhas Virgens Americanas (USVI) e Britânicas (BVI)

Mapa das Ilhas Virgens Americanas (USVI) e Britânicas (BVI)


Com aquela sensação já conhecida de estar deixando um lugar antes do tempo, deixamos USVI em direção à BVI (British Virgin Islands). Fazem parte do mesmo conjunto de ilhas, das tais 11 mil virgens de um delirante Colombo. São vizinhas tão próximas que fiquei com a sensação de que, se precisasse, poderia nadar entre elas. Interessante, nadar de um país ao outro... A viagem foi de Cruz Bay, em St. John para West End, em Tortola. De lá, um táxi para Road Town

A mudança de países não foi feita sem o tradicional stress de horários que sempre passamos... O ferry saía às 08:30. Vinte minutos antes, deixei a Ana e a bagagem no porto e voltei para a loja de carros, para devolver o nosso. A loja não estava aberta (deveria abrir às 08:00). Quando resolvi largar o carro lá mesmo e deixar a chave no nosso hotel, o cara apareceu. Cumpridas as formalidades, corri para o porto para não achar a Ana lá. Quem encontrei foi uma mulher que me disse que aquele era o porto errado, para viagens internacionais era outro. Que beleza! A Ana tinha arrumado alguém para ajudá-la com nossa gigantesca bagagem e já estava lá, no porto certo, me esperando. Como sempre, no fim, tudo termina bem.

Na verdade, nem tanto. A nossa máquina fotográfica, que tirou fotos lindas no dia anterior, mas que já vinha com um barulho estranho, deixou de funcionar.Aqui em BVI não conseguimos consertar. Vamos ver no Brasil... Portanto, fotos agora, só do celular.

Nosso primeiro dia por aqui foi muito jóia. Conto no post seguinte...

Ilhas Virgens Americanas, St John - Cruz Bay, Ilhas Virgens Britânicas, Tortola - Road Town,

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De Rio Seco para Tobago

Trinidad e Tobago, Port of Spain, Rio Seco, Crown Point

Cachoeira do Rio Seco, no Parque Nacional de Matura, em Trinidad

Cachoeira do Rio Seco, no Parque Nacional de Matura, em Trinidad


Hoje tivemos uma bela amostra de um dos principais problemas da ilha de Trinidad: o trânsito! O país vem experimentando um rápido crescimento econômico nos últimos anos, um dos mais vigorosos do mundo. Em 13 anos, cerca de 200%! O lado ruim desse crescimento foi que a infraestrutura da ilha não acompanhou o crescimento do número de automóveis. Afinal, num local onde o transporte público é tão deficiente, todos os que passaram a ter condições, compraram seu próprio carro também. Resultado: grandes engarrafamentos em pontos de estrangulamento.

Um dos lookouts de Port of Spain, capital de Trinidad

Um dos lookouts de Port of Spain, capital de Trinidad


Tínhamos combinado com o Emile dele nos pegar às 06:30 no Monique's. Mas, já a esta hora, a estrada de Maraval, por onde ele vinha e que dá acesso à Port of Spain para quem mora no norte da ilha, estava completamente engarrafada. Ele acabou chegando um pouco depois das sete e lá seguimos nós para o leste da ilha.

Port of Spain, capital de Trinidad, vista do alto de um morro. Lá no fundo está a Venezuela!

Port of Spain, capital de Trinidad, vista do alto de um morro. Lá no fundo está a Venezuela!


Pelo menos aí estávamos contra o fluxo. Paramos um tempo num lookout para admirar Port Spain e a baía em que se encontra lá de cima. Deu até para ver a Venezuela, lá longe, no horizonte. Depois, diretamente para o leste. Um bom pedaço do caminho foi numa autoestrada e, em seguida, por tranquilas estradas pelo bucólico interior. Em pouco mais de uma hora chegamos à praia de Salybia, em plena costa do Atlântico. É uma das praias preferidas das tartarugas de couro para sua desova. Mas elas tem hábitos noturnos, então não deu para ver nenhuma. Ali deixamos o carro estacionado e iniciamos a caminhada para o Parque Nacional de Matura, onde está a cachoeira de Rio Seco.

Praia na costa atlântica de Trinidad, local de desova de tartarugas.

Praia na costa atlântica de Trinidad, local de desova de tartarugas.


Nos finais de semana com sol, esse pode ser o programa de centenas de pessoas. Mas hoje, uma terça-feira chuvosa, éramos apenas nós e a natureza. A trilha é bem tranquila, meia hora por uma estradinha até a entrada do parque e mais meia hora por uma trilha no meio da mata até a cachoeira. Mata muito parecida com a nossa Mata Atlântica, o que eles chamam aqui de Evergreen Forest. Muito verde mesmo.

Parque Nacional de Matura, em Trinidad, onde está a Cachoeira de Rio Seco

Parque Nacional de Matura, em Trinidad, onde está a Cachoeira de Rio Seco


A cachoeira é uma delícia, formando um belo lago na sua base. Água verde, translúcida. O Emile nos diz que, em dias de sol, chega a ficar azul. Mas hoje, nada de sol: tempo de nublado a chuvoso. Eu e a Ana nos divertimos por lá por algum tempo, escalamos a cachoeira, exploramos a parte de cima e, claro, pulamos para baixo. Depois, na hora do piquenique, a chuva veio de vez. Resolvemos caminhar de volta à entrada do parque onde há um abrigo e ali fazer nosso lanche. Aproveitamos para gravar um vídeo da sessão "Soy Loco" com o simpático e eloquaz Emile.

Junto com o Emile no início da trilha para a Cachoeira de Rio Seco, em Trinidad

Junto com o Emile no início da trilha para a Cachoeira de Rio Seco, em Trinidad


Cachoeira do Rio Seco, no Parque Nacional de Matura, em Trinidad

Cachoeira do Rio Seco, no Parque Nacional de Matura, em Trinidad


Depois, de volta ao hotel, onde chegamos um pouco depois das três, hora em que, teoricamente, deveríamos estar fazendo nosso check-in no Ferry Terminal. Nossas coisas já estavam empacotadas e foi só o tempo de uma rápida chuveirada, para tirar aquele cheiro pouco agradável de roupa molhada. Um pouco depois das quatro nos despedíamos do Emile, já na entrada do Terminal.

Saltando no poço da Cachoeira do Rio Seco, no Parque Nacional de Matura, em Trinidad

Saltando no poço da Cachoeira do Rio Seco, no Parque Nacional de Matura, em Trinidad


O ferry para Tobago é um dos mais modernos e poderosos que já vi. A garagem de carros parace um estacionamento de shopping e o salão de passageiros é muito confortável. A potência dos motores também impressiona. Parecem duas cachoeiras atrás do barco. Toda essa força nos leva em duas horas e meia até Scarborough, a maior cidade de Tobago, com 20 mil habitantes. Aí, foi só pegar um táxi para Crown Point, no extremo oeste da ilha, bem ao lado do pequeno aeroporto internacional de Tobago. É o local com a maior infraestrutura para turistas, dezenas de pousadas e praias idílicas, bem cara de Caribe. Mas nós chegamos de noite e ainda não deu tempo de ver nada. Amanhã devemos passear por aqui e depois, seguir para o outro lado da ilha, onde estão os melhores pontos de mergulho.

Port of Spain, em Trinidad, fica para trás na nossa viagem para Tobago

Port of Spain, em Trinidad, fica para trás na nossa viagem para Tobago

Trinidad e Tobago, Port of Spain, Rio Seco, Crown Point, Tobago, Trinidad

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Parques, Edifícios, Compras e Comida Saudável

Estados Unidos, Texas, Austin

O capitólio estadual, maior que o federal, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

O capitólio estadual, maior que o federal, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Começamos nossas explorações de Austin hoje indo ao mais famoso parque da cidade, o Zilker Park. Em plena sexta-feira de manhã, ele estava bem vazio, pouca gente com tempo livre para ir passear no parque. Caminhamos pelos jardins, observamos as crianças brincando no playground e fomos até o rio que passa por ali, formando algumas piscinas naturais. É o local preferido dos usuários no verão e, mesmo agora, alguns se arriscavam dentro d’água.

Passeando no Zilker Park, o parque mais conhecido de Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Passeando no Zilker Park, o parque mais conhecido de Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Depois de encher os pulmões de ar puro, continuamos com nossa programação saudável: fomos à flagship store da Whole Foods, cadeia de supermercados de comida orgânica, natural e saudável que nasceu aqui na cidade e se espalhou pelo país. Quem conhece os Estados Unidos sabe que delícia que é entrar em uma de sua lojas e, mais gostoso ainda, sair de lá carregado.

O famoso Whole Foods Market nasceu em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

O famoso Whole Foods Market nasceu em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


A Ana, minha esposa publicitária me explicou que essas loja é um “case de marketing” e que muita gente da área dela, quando viaja para cá e tem uma chance, vai visitar essa loja também, a mais importante da rede, onde os novos conceitos, ideias e tecnologias são testados antes de se espalharem pela rede. Então, lá fomos nós também.

Alimentos orgânicos no Whole Foods de Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Alimentos orgânicos no Whole Foods de Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Diversos tipos de saladas de frutas no Whole Foods de Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Diversos tipos de saladas de frutas no Whole Foods de Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Valorizando comida saudável produzida localmente por pequenas fazendas e sítios, e fazendo bastante propaganda disso, a rede se tornou um sucesso e, claro, influenciou outras a seguir pelo mesmo caminho. Ganhou o consumidor, que tem acesso à comida mais saudável, e os pequenos produtores, que tem de enfrentar menos atravessadores. Para nós, é um prazer andar por seus corredores e por entre suas gôndolas. Eu só fico na dúvida entre a estante com diversos tipos de saladas de frutas ou o balcão com queijos sortidos de todo o mundo. Na dúvida, um pouquinho de cada. Nós fizemos nossas compras, principalmente iogurte, granola e frutas para o café da manhã e seguimos em frente. Essa mamata de Whole Foods vai acabar em breve, já que estamos deixando o país. Então, o melhor é aproveitar agora...

Fazendo compras no Whole Foods original, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Fazendo compras no Whole Foods original, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Uma das diretrizes do Whole Foods, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Uma das diretrizes do Whole Foods, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Bom, depois do ar puro e da comida sadia, era hora de alimentarmos o espírito com um pouco de cultura. Fomos para o capitólio, onde funciona a administração estadual e a sede do poder legislativo, com senadores e deputados. Aqui nos EUA, muitos estados têm legislativos bi-camerais, ao contrário do Brasil, onde em nível estadual, só há câmara de deputados. Como tudo aqui no Texas, o capitólio também é bem grande, até maior que aquele mais famoso, em Washington. Na verdade, o de lá inspirou o de cá e eles tem estilos bem parecidos.

Interior do prédio do capitólio, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Interior do prédio do capitólio, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Interior do prédio do capitólio, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Interior do prédio do capitólio, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Com a Fiona estacionada em lugar irregular, eu não quis ir muito longe, não. Fiquei pelo jardim, observando o pomposo prédio, um olho na Fiona, outro na paisagem, enquanto a Ana entrou no Capitólio para tirar fotos e depois, me mostrar. Entre as fotos, um quadro da batalha do Álamo, momento capital da história do Texas, que de estado mexicano, passou à país independente e, finalmente, estado norte-americano. Vamos conhecer um pouco mais dessa história lá em San Antonio, nosso próximo destino depois de Austin.

Quadro representando a famosa batalha do Alamo, no prédio do capitólio, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Quadro representando a famosa batalha do Alamo, no prédio do capitólio, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Do alto do capitólio, a visão da cidade de Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Do alto do capitólio, a visão da cidade de Austin, no Texas. nos Estados Unidos


A Ana voltou da rápida visita e seguimos para mais uma sessão de compras, agora na REI, a loja de equipamentos de outdoor. Aqui, a lógica foi a mesma da Wholefoods: temos de aproveitar enquanto tem. Para baixo do Rio Grande, não encontraremos mais isso. O difícil é se segurar dentro de uma loja dessas. Além de tudo aquilo que já conhecemos e gostaríamos de comprar, tem também os equipamentos que nem sabíamos que existiam, mas estão lá expostos. Para quem acampa ou sobe montanhas, é a perdição! Felizmente, entramos convictos de comprar apenas umas coisinhas, listinha já feita. O combinado era não nos deixar hipnotizar. Lanternas para cabeça, sacos químicos para esquentar pés e mãos na altitude fria, sim; garrafa que já vem com filtro embutido, não! E saímos de lá correndo para não cair em tentação.

Maravilhoso jantar na churrascaria brasileira Estancia, servidos também por equipe brasileira, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Maravilhoso jantar na churrascaria brasileira Estancia, servidos também por equipe brasileira, em Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Finalmente, a última parada do dia, justamente a mais gostosa: uma legítima churrascaria brasileira, com sistema de rodízio, muita carne com cortes brasileiros, buffet de saladas e pão de queijo delicioso de entrada. Para melhorar mais ainda, um dos garçons tinha um claro sotaque gaúcho e ou outro, catarina. Depois de duas sentenças, já estávamos todos falando o bom e velho português mesmo, que combina muito mais com caipirinha e picanha do que inglês.

A equipe da churrascaria Estancia, que nos recebeu tão bem na cidade de Austin, no Texas. nos Estados Unidos

A equipe da churrascaria Estancia, que nos recebeu tão bem na cidade de Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Eles já fizeram muita festa quando descobriram que éramos brasileiros. Mas quando souberam que a Fiona estava estacionada ali na porta e que tínhamos dirigido desde o Brasil, aí chamaram até o simpático dono para nos conhecer. O nome da churrascaria é Estancia e fazia muito tempo que não aliávamos tanta quantidade com qualidade juntos. Uma delícia! Na hora da conta, ao final, mais uma surpresa. Ficaram tão impressionados com nossa história que fomos até presenteados. Só para nos sentir cada vez mais perto do Brasil, nesse nosso longo caminho de volta. Nossa despedida de Austin não poderia ter sido mais saborosa...

Visita para compras nos outlets da região de Austin, no Texas. nos Estados Unidos

Visita para compras nos outlets da região de Austin, no Texas. nos Estados Unidos


Falando em caminho de volta, no dia seguinte, fizemos mais um pedacinho dele, agora rumo à San Antonio, cada vez mais próximos da fronteira com o México. Mas no caminho, logo na saída de Austin, fizemos outra parada estratégica. Dessa vez, em um Outlet, centro de compras baratas que atrai milhares de brasileiros aos Estados Unidos. Mas nós não compramos para revender e sim para repor nossas roupas que já estão desmanchando. De novo, assim como os pneus, a Whole Foods e a REI, aquela política de aproveitar ao máximo as vantagens americanas nesses nossos últimos dias por aqui. Demos uma passada estratégica na loja da Levi’s e outra para comprar calçados de montanha e óculos escuros, Afinal, o Orizaba, a maior montanha da América do Norte tirando o Alaska está nos esperando. Com as compras de ontem e de hoje, estamos prontos para ela. Só falta chegar lá...

Cartaz explicativo na loja da Levi's, em Outlet da região de Austin, no Texas, nos Estados Unidos

Cartaz explicativo na loja da Levi's, em Outlet da região de Austin, no Texas, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Texas, Austin,

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Receita de Jangadeiro

Brasil, Alagoas, Marechal Deodoro (Praia do Frances)

Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL

Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL


Há trinta anos, após passarmos alguns dias sem sair do Jatiuca e cercanias, meu pai alugou um chevete azul baleado para levar a família para passear na região de Maceió. A gerente do hotel nos indicou que fôssemos a uma praia maravilhosa, no sul, em estado semi-selvagem. Era a Praia do Frances.

Lá fomos a família toda. Realmente, não havia infra nenhuma na praia. O carro chegava praticamente na areia. Foi abrirmos as portas do carro apertado para o tamanho da família e corrermos para aquele praião maravilhoso, muito mais convidativa que a Praia do Jatiuca (que nos fazia preferir frequentar a piscina). Eu e meus irmãos vencemos rapidamente a larga faixa de areia e entramos em disparada pela água, em busca das ondas que estouravam mais ao fundo. Continuamos correndo e as primeiras ondas já tinham sido vencidas quando senti uma enorme dor no pé direito, como que um corte profundo. Que beleza! Tinha pisado no único ouriço naquela gigantesca praia de quilômetros de extensão. De certo, ele se soltou dos recifes e veio dar uma passeadinha em mar aberto. Foi como ganhar na loteria. Alguns ficam milionários e outros pisam em ouriços...

Saindo do mar na Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL

Saindo do mar na Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL


Saí manquitolante e choroso da água. Não custou muito para que a minha mãe percebesse o que tinha acontecido. Afinal, eram dezenas de espinhos no meu pé. E assim, minha temporada em Maceió tomou um rumo "diferente". Naquela mesma tarde, até meus irmãos, tomando sol na piscina, se compadeceram do pobre irmão mais novo que berrava lá do quarto. Minha mãe fazia uma tentativa de retirar os espinhos "à seco", mas meus gritos a demoveram da idéia após algumas tentativas. Para minha alegria e a do resto dos hóspedes do Jatiuca naquele verão de 81. De lá para o hospital e, com auxílio de uma anestesia local, os espinhos foram retirados.

Dois dias mais tarde, pé envolto em bandagens, acompanhei a família, de jangada, para as piscinas naturais de Maceió. Naquela época, não havia Maragogi nem Porto de Galinhas e as piscinas naturais de Maceió eram uma atração única! Não seria um pé enfaixado que me impediria de ir lá. O jangadeiro, ao ver o meu pé e saber da história, fez ar de reprovação...

Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL

Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL


Foi essa a história que preencheu a minha mente enquanto eu e a Ana passamos a manhã de hoje nesta praia maravilhosa e movimentada. Hoje há uma pequena cidade por lá. Mas basta caminhar um pouco que é possível fugir da multidão e da farofada. A praia continua linda, areias brancas e água verde. Um colírio para os olhos.

Ah, sim, de volta ao jangadeiro, trinta anos antes. Ele dividiu conosco a sabedoria de quem vive no mar e não tem medo de ouriços. Basta embeber um algodão em querozene e enrolá-lo no pé durante a noite. No dia seguinte, todos os espinhos terão saído. Se dor e sem intervenção cirúrgica. Vivendo e aprendendo...

Antigas memórias na Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL

Antigas memórias na Praia do Frances, em Marechal Deodoro - AL

Brasil, Alagoas, Marechal Deodoro (Praia do Frances),

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Conhecendo o Cotopaxi

Equador, Quito, Baños, Cotopaxi

O vulcão Cotopaxi, o mais alto do mundo em atividade, no Equador

O vulcão Cotopaxi, o mais alto do mundo em atividade, no Equador


A manhã de hoje foi dedicada às burocracias finais do nosso live aboard em Galápagos e à definição das nossas "escaladas" nos vulcões Cotopaxi e Chimborazo. Preenchemos e entregamos a papelada do live aboard, que começa dia 25 e se estenderá por oito dias e sete noites. Depois, teremos mais dois dias em Galápagos e retornamos para Quito no dia 04 de Outubro. O Rafa e a Laura voltam para o Brasil no dia seguinte e nós, depois de fazermos a revisão da Fiona dos 60 mil km, partimos para a Colômbia.

Carregando a Fiona com a bagagem de quatro pessoas, em Quito - Equador

Carregando a Fiona com a bagagem de quatro pessoas, em Quito - Equador


Quanto às escaladas, vamos fazer os vulcões devidamente acompanhados de guias. Escolhemos uma das mais conhecidas agências de Quito, a Gulliver, e hoje passei uma hora por lá definindo como e quando serão as escaladas. O Equador possui o mais alto vulcão em atividade do mundo, o Cotopaxi, com 5.890 metros e também o mais alto já extinto, o Chimborazo, com pouco mais de 6.300 metros. Nos dois casos, a escalada dura dois dias. Como não temos tempo para fazer os dois, resolvemos nos dividir! A Ana, a Laura e o Rafa vão tentar o Cotopaxi enquanto eu vou me arriscar no Chimborazo. Nos dois casos, a escalada envolve um bom trecho de subida em neve e gelo e é preciso usar grampões, roupas adequadas e até uma picareta. A Gulliver fornece tudo isso para nós. Ela possui uma mesma base de operações para as duas montanhas e dormiremos todos lá no dia 22. No dia 23, cada grupo seguirá para o seu vulcão, indo dormir em refúgios na montanha em altitudes próximas dos 5 mil metros. Na madrugada seguinte, do dia 24, partimos cada qual para o seu cume, que devem ser atingidos quando o sol estiver nascendo. Aí descemos, reencontramo-nos todos na base de operações e voltamos para Quito.

Estrada coberta de granizo no parque Cotopaxi, no Equador

Estrada coberta de granizo no parque Cotopaxi, no Equador


Enfrentando o granizo na estrada de acesso ao Cotopaxi, o Equador

Enfrentando o granizo na estrada de acesso ao Cotopaxi, o Equador


Definidos os vulcões, agora precisávamos de um plano de aclimatação à altitude para o Rafa e para a Laura. Eu e a Ana já nos consideramos aclimatados, apesar da semana passada ao nível do mar desde Trujillo, no Peru. Assim, resolvemos seguir diretamente para o vulcão Cotopaxi, no nosso caminho para o sul do Equador. Ali é possível chegar de carro até os 4.550 metros e, de lá, caminhar até o refúgio construído um pouco acima dos 4.800 metros de altitude.

Laguna no Parque Cotopaxi, no Equador

Laguna no Parque Cotopaxi, no Equador


A Ana, a Laura e o Rafa subindo para o refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador

A Ana, a Laura e o Rafa subindo para o refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador


Nosso único problema era chegar até lá antes que o parque fechasse para entradas, às três da tarde. Nem é tão longe, mas o difícil é conseguir sair da capital, Quito, com seu trânsito super amarrado. Com paciência, enfrentando todos os desvios, já que a Panamericana está em obras de ampliação, conseguimos sair da grande cidade e chegamos finalmente à estrada. De lá para o Cotopaxi foi rapidinho e chegamos à portaria do parque 15 minutos antes do prazo. O tempo tem estado meio chuvoso nesses dias e hoje não foi diferente. Não só o vulcão estava escondido como, naquela altitude, ao invés de água, tivemos gelo caindo do céu. A primeira chuva de granizo da Fiona, bem na entrada do parque nacional! Foi lindo!

O refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador

O refúgio no vulcão Cotopaxi, no Equador


Refúgio do Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador

Refúgio do Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador


O granizo passou e pudemos seguir até o estacionamento, passando antes por uma bela laguna ainda abaixo dos 4 mil metros. Lá no estacionamento, devidamente vestidos para enfrentar o frio e a neve fina que caía (já estamos ficando acostumados com a neve, hehehe), iniciamos nossa ascensão de 300 metros até o refúgio. A trilha é sobre terra solta, bem mais cansativo que no El istí, em Arequipa, mas devagarzinho eu cheguei lá encima. Tirei fotos dos companheiros que subiam atrás e aí, por alguns momentos, as nuvens abriram e o majestoso vulcão deu o ar da sua graça. Lindo e imponente! O Rafa chegou um pouco depois e, mais abaixo, a Ana e a Laura.

Dentro do confortável refúgio do vulcão Cotopaxi, no Equador

Dentro do confortável refúgio do vulcão Cotopaxi, no Equador


No refúgio do vulcão Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador

No refúgio do vulcão Cotopaxi, a mais de 4.800 metros de altitude, no Equador


Passamos um tempo no refúgio, o mesmo que eles vão passar a noite antes do ataque final ao cume. Umas vinte pessoas estavam ali, se preparando para a escalada na madrugada de amanhã. Mas a gente não. Só tomamos um chá e começamos a descer, antes que o parque fechasse suas portas também para saída. Para baixo todo santo ajuda e rapidamente estávamos de volta à Fiona. Um lobo nos espreitava, enfrentando o frio e a altitude em busca de comida. Ao invés disso, ganhou algumas fotos!

Descendo o vulcão Cotopaxi sob forte neblina, no Equador

Descendo o vulcão Cotopaxi sob forte neblina, no Equador


Descendo o refúgio do Cotopaxi, no Equador

Descendo o refúgio do Cotopaxi, no Equador


Completada a tarefa de aclimatação, seguimos para a cidade de Baños, aos pés do mais ativo vulcão do Equador, o Tungurahua. Várias pequenas erupções nos últimos anos, incluindo algumas maiores de 2006 e 2007. Mas tem estado meio calmo ultimamente. Chegamos aqui já no escuro, intalamo-nos no Hostal Santa Cruz e fomos jantar. A cidade é uma meca do eco-turismo aqui no Equador, oferecendo programas de trekking, rafting, canyoning e por aí vai. Muitas cachoeiras, a proximidade da floresta amazônica e de um vulcão ativo possibilita os mais variados programas. Mas, como o próprio nome diz, o mais tradicional são os banhos em águas termais e terapêuticas.

Um lobo nos observa, a 4.500 metros de altitude, no Cotopaxi, no Equador

Um lobo nos observa, a 4.500 metros de altitude, no Cotopaxi, no Equador


Isso tudo fica para amanhã, quando teremos de fazer nossas escolhas. Não temos muito tempo, já que ainda queremos seguir até Cuenca, bem mais ao sul. Agora de noite a Laura começou a se sentir mal. Esperamos que ela melhore para que amanhã tenhamos um dia intenso por aqui. Precisamos estar todos em forma até o dia 23!

Observando as nuvens do estacionamento do Cotopaxi, no Equador

Observando as nuvens do estacionamento do Cotopaxi, no Equador

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