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Dona Helen (25/10)
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Baleia experimenta novas técnicas de pescaria com sua enorme boca aberta, durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
O dia começou esplendoroso hoje. Pelo menos, para a Ana, que se levantou antes de mim e foi assistir, de camarote, o nascer-do-sol. E nem era tão cedo assim. Nós estamos impressionados como o “tamanho do dia” está diminuindo rapidamente por aqui. Parece que foi ontem que, lá no norte do Alaska, ainda tínhamos luz até quase onze da noite. Agora, a manhã só começa a aparecer depois das sete. Bem preguiçosa. Assim como eu, que aproveitei a tarde e noite de ontem no nosso ferry para tirar o atraso do site, fui dormir bem tarde e só levantei depois do espetáculo matinal. Mas a Ana não, e tirou fotografias espetaculares do sol nascendo na Inside Passage.
Nascer-do-sol esplendoroso na Inside Passage, chegando à Port Hardy, na Vancouver Island, no Canadá
Estávamos no finalzinho do nosso último trecho nessa etapa de barco da nossa viagem. Já bem no sul do Canadá, céu azul e paisagens lindíssimas ao nosso redor. Mais umas poucas horas e chegamos à Port Hardy, no norte da Ilha de Vancouver. Ilha comprida, com cerca de 500 quilômetros de extensão. Lá na ponta sul está Victoria, a capital do estado de British Columbia. Ainda vamos chegar lá, de onde pegamos um ferry curtinho para o continente, onde está Vancouver, a maior cidade desse lado do Canadá. Mas antes, temos de explorar essa bela ilha, cheia de atrações naturais, de praias à montanhas, de geleiras à cachoeiras, de parques à cidades históricas.
Nascer-do-sol esplendoroso na Inside Passage, chegando à Port Hardy, na Vancouver Island, no Canadá
Mas a primeira atração para nós não era nada disso. Na verdade, queríamos era continuar no mar, ainda na Inside Passage. Afinal, é aí que se pode encontrar os maiores animais do continente, as baleias! Faz tempo que estamos atrás delas, quase numa brincadeira de esconde-esconde. Ao longo de toda a nossa viagem pela Inside Passage, de Haines, no Alaska, à Port Hardy, no sul do Canadá, só vimos duas, bem de longe. Além disso, os tours para ver baleias já tinham deixado de funcionar em todas as cidades que paramos. Não por falta de cetáceos, mas por falta de turistas, por causa do fim da temporada.
O dia começa maravilhoso na Inside Passage, chegando à Port Hardy, na Vancouver Island, no Canadá
Mas a esperança é a última que morre e descobrimos essa companhia, a Stubbs, muito bem recomendada, que faz tours a partir de Telegraph Cove, aqui na Ilha de Vancouver. Quis o destino que o último tour da temporada fosse hoje, saindo a uma da tarde! Nosso ferry, mesmo com o atraso na saída, que nos deixou de cabelo em pé, chegou em Port Hardy às onze da manhã. A Fiona já saiu acelerada da garagem do ferry, mapas do GPS funcionando, rumo ao sul. Uma hora de viagem e chegávamos à pequena Telegraph Cove, mais um pequeno resort que uma cidade. Todo o comércio fechado para a temporada, em Maio do ano que vem, com exceção de um restaurante e da Stubbs. Amanhã, serão todos! Enfim, conseguimos comer meio almoço (a outra metade devidamente embalada para de noite) e ainda entrar no barco de volta ao mar e rumo às baleias. Viva!
Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
O barco estava com apenas um terço da lotação máxima. Melhor assim! Além do capitão e um ajudante, uma inteligente, apaixonada e simpática bióloga, não só para nos ensinar muita coisa e responder todas as nossas perguntas, mas também para nos levar até as baleias, antecipar seus movimentos e até nos dizer a melhor hora de fotografar. Enfim, uma verdadeira cientista que ama seu trabalho e que enriqueceu demais o nosso passeio!
As magníficas paisagens de Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Essa região é muito conhecida pela presença de baleias Humpback (as nossas Jubartes), Orcas e os maiores leões-marinhos do planeta, chamados de Steller. Ocasionalmente, algum outro tipo de baleia. A nossa bióloga, depois do passeio da manhã, estava muito otimista com nossas chances de ver as Humpbacks e os Stellar Sea Lions, mas as Orcas estavam meio sumidas. Ela não parecia ligar muito para isso, muito mais interessada em um novo comportamento que ela tinha acabado de observar pela primeira vez na sua vida, de uma baleia Humpback. Uma nova maneira de se alimentar, sem igual na literatura científica. Enfim, estava louca para voltar para lá, filmar e fotografar, caso ocorresse novamente.
As magníficas paisagens de Telegraph Cove, em Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Bom, assim foi. Depois de navegarmos cerca de vinte minutos por aquela região maravilhosa, o dia absolutamente lindo, o mais bonito da temporada segundo nos disseram, encontramos as baleias. Delírio geral! Todos com binóculos ou máquinas fotográficas, o barco se aproxima até cerca de 100 metros de distância, quando desliga os motores. Aí observamos duas delas, afundando nas águas e voltando a superfície, mostrando as nadadeiras e a calda e dando aqueles seus sopros característicos. Nossa guia vai nos mostrando como reconhecer cada baleia (pelas marcas na calda e nadadeiras) e como saber se ela vai ou não mostrar a calda, para podermos tirar melhores fotos.
Primeira baleia avistada no passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Eis que vemos uma grande agitação de pássaros mais adiante. A bióloga logo adverte que uma baleia vai aparecer por lá. E aparece! Para sua alegria, é o “Conger”, o mesmo que estava se alimentando da forma inovadora, pela manhã. Não demora muito e ele coloca em prática novamente sua tática. Cabeça para fora, mandíbulas abertas, uma boca enorme, parada, tempo suficiente para dezenas de fotografias. Com as nadadeiras frontais, ele parece empurrar a água do mar para dentro da boca. Junto com a água, dezenas de pequenos peixes, filtrados por uma estrutura especial que a baleia tem na cavidade bucal. Um espetáculo se desenrolando bem em frente dos nossos olhos e lentes. Emocionante!
Movimentação de baleia atrai muitos pássaros durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Ficamos por aí uns vinte minutos, nos deliciando com o almoço do Conger. Foi quando um barco de pescadores avisa, por rádio, que baleias estariam caçando leões-marinhos logo à frente. A nossa bióloga sorri diante de uma afirmativa tão impossível. “Baleias não caçam leões-marinho! Deve ser o contrário...”. Seguimos para lá, pois já estava na hora d deixar o Conger em paz.
Enorme "sopro" de baleia quase acerta pássaro, em passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Quando ao conflito um pouco mais à frente, ela explica: ”Baleias não caçam animais maiores do que quinze centímetros. Nada maior do que isso passa pela sua garganta, cuja entrada é muito estreita”. Mas, naquela boca enorme que tínhamos acabado de ver, caberia um homem inteiro, com certeza. E se ela abocanhasse algo grande e o mastigasse até que ficasse pequeno o suficiente pela entrar na garganta? “Baleias não tem dentes e não mastigam!”. Não tem dentes? Mas as Orcas tem! E muitos! Pois é, a temida “Killer Whale”, ou Baleia Assassina, tem mesmo muitos dentes. Mas não é uma baleia e sim um golfinho!
Uma baleia adolescente durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Mas, e os leões-marinhos, o que faziam com as baleias? Obviamente que eles também não as caçam. São dezenas de vezes menores do que elas. Na verdade, eles apenas as chateiam. Faz parte de seu aprendizado. As baleias se incomodam com aquela chateação e se afastam, sendo perseguidas por algum tempo. Mas tudo não passa de um treino para as duas espécies. Esses leões-marinhos são enormes, chegando a pesar mais de 1.ooo kg. O barco nos levou até a sua colônia, onde enormes machos tomam conta de seus haréns com dezenas de fêmeas. O barulho dos rugidos faz parecer que estamos em um curral. Assim como o cheiro, hehehe.
Uma baleia Humpback, durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
No caminho de volta, vemos mais baleias. E outros leões-marinhos de uma espécie menor, com um tamanho mais parecido com aqueles que já conhecíamos (e até mergulhamos, no México). O seu tamanho nos faz perceber melhor ainda como os outros são gigantescos mesmo!
Baleia usa nadadeiras para empurrar peixes para a sua boca aberta, durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Ficou só faltando o encontro com as maravilhosas Orcas. Ao menos, aprendemos bastante sobre elas. Por exemplo, elas se dividem em famílias que permanecem unidas a vida toda. Sociedades matriarcais, regidas pelas avós, que chegam a viver mais de 80 anos. As Orcas, junto com humanos e elefantes, são as únicas espécies onde os indivíduos vivem bem além da idade reprodutiva. O sentido? Passar para frente a valiosa experiência que certamente ajudará a perpetuar a espécie.
No barco durante passeio de em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
As famílias não se misturam, exceto para reprodução. Falam línguas distintas e tem cardápios diferentes. Umas comem peixes, outras comem mamíferos (os leões-marinhos, por exemplo). Mesmo os peixes preferidos variam. Enfim, é uma espécie incrível, com uma sociedade complexa que apenas agora começamos a entender...
Grupo de baleias Humpback nadam em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
A enorme calda de uma baleia Humpback durante passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
No final do passeio, o barco parou em um lindo lugar, no meio dos canais, e lá a bióloga nos deu uma palestra. Foi muito legal! Mostrou como toda a porcariada química produzida pela humanidade vai para no mar, daí para o plâncton, peixes, peixes maiores e, enfim, nas Orcas, o topo da cadeia. Se acumulam na gordura desses animais e, aparentemente, os está matando. Quanto mais perto da civilização, menos Orcas. É uma situação que vem piorando, infelizmente. Mas não chega a ser tão trágico como há apenas quatro décadas, quando Orcas eram metralhadas por aqui para que não rivalizassem com humanos na pescaria do salmão.
Steller Sea Lions, a maior espécie de leões-marinhos do mundopasseio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Leões-marinhos nadam sob o nosso barco durante passeio em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Bem, voltamos à terra firme muito mais sabidos que antes. Além disso, com dezenas de fotos desses fantásticos animais e a experiência inesquecível de ter estado bem próximo deles. Ficamos sem as Orcas, mas testemunhamos o show do Conger, além de assistirmos ao corre-corre entre baleias e leões-marinhos gigantes. Realmente, nossa estadia por Vancouver Island começou bem. Muito bem!
Nossa bióloga dá uma pequena palestra ao final do passeio de barco em Telegraph Cove, na Vancouver Island, na Columbia Britânica, costa oeste do Canadá
Fortaleza de São José, em Macapá - AP
Pois é, chegamos em Macapá! Mais uma capital no currículo. Acho que deve dar para contar nos dedos da mão o número de carros que conhecem tantas capitais brasileiras como a Fiona, hehehe!
Falando na Fiona, cedinho hoje eu já estava num táxi a caminho do porto Igarapé da Fortaleza, um pouco ao sul da cidade, para buscá-la. Nove da manhã eu já estava no volante da nossa companheira a caminho da pousada. Aqui chegando, descarregamos ela e já a levei para a concessionária da Toyota, a Bacaba, para a revisão dos 30 mil km. Muito bem tratado, eles me trouxeram de volta para a Ekinox, já fazendo um tour pela cidade, na orla do rio Amazonas.
Finalmente, o Rio Amazonas! (em Macapá - AP)
As próximas horas foram gastas em pesquisas na internet, principalmente sobre como viajar para as diversas ilhas do Caribe que ainda nos falta conhecer e também sobre relatos de viajantes que estão agora nas Guianas.
Finalmente, no início da tarde, saímos à pé para uma volta. Primeiro, providenciamos a cópia e impressão de vários documentos, como parte dos preparativos para entrar de carro na Guianas. E depois, turismo!
A moderna catedral de Macapá - AP
A primeira parada foi na novíssima e moderna catedral da cidade, com uma arquitetura bem "arrojada". Só pudemos observar pelo lado de fora, pois ela estava fechada. No gramado, uma estátua do padroeiro de Macapá, São José.
Longo pier sobre o rio Amazonas, em Macapá - AP
Em seguida, fomos até a orla do "oceânico" rio Amazonas. Lá no horizonte, bem longe, a gente consegue ver terra firme. Mas não é a outra margem não! São apenas ilhas. A outra margem está muito além do que se pode ver. O que se pode enxergar mesmo, não tão longe assim, são inúmeros navios de grande porte que utilizam essa parte do rio como rota. A orla é muito bem cuidada, cheia de restaurantes, parques, pista de cooper e o principal marco arquitetônico de Macapá, a Fortaleza de São José. Pois é, como tantas outras cidades, foi a construção de um forte que tinha o intuito de defender a boca do Amazonas de incursões francesas da vizinha Guiana que deu origem à cidade.
Estátua e Fortaleza de São José, em Macapá - AP
Mas nesta hora nós não entramos na fortaleza não. Apenas a admiramos de longe, de cima de um longo pier sobre o Amazonas onde tínhamos ido render nossas homenagens ao maior rio do planeta. O horário de pegar a Fiona se aproximava, mas ainda deu tempo de um rápido almoço ali mesmo, na orla, de frente para esse mar de água doce que tem até ondas.
Fiona na concessionária, após a revisão dos 30 mil km. Macapá agora está no nosso mapa!
Na concessionária, além de nos entregar o carro limpinho, fizeram bastante festa para nós, depois de conhecererm a nossa aventura pelo site. O mapa da Fiona ganhou mais uma "bolinha" e fotos comemorativas foram tiradas.
Bem encima da linha do Equador (em Macapá - AP)
Aí, seguimos para uma das principais atrações turísticas daqui, o monumento que marca a linha por onde passa o Equador. Ali nos divertimos por alguns minutos, com fotos, poses e divagações. Um passo para lá, hemisfério norte, um passo para cá, hemisfério sul! Um metro par lá, inverno, um metro para cá, verão! Pois é, para quem não gosta de inverno, pode vir morar aqui. Vai ser muito fácil poder viver, eternamente, longe da estação fria. Basta ter uma casa bem encima da tal linha imaginária. Aí, é só escolher a parte certa da casa para ficar, dependendo do mês, hehehe! Falando nisso, o estádio de futebol foi construído exatamente dessa maneira! A linha do Equador passa bem no meio do campo. Assim, se no 1o tempo defende-se o hemisfério sul, no 2o tempo vai defender o hemisfério norte!
Visitando a Fortaleza de São José, em Macapá - AP
Daí seguimos para a Fortaleza de São José, esta em pleno hemisfério norte! Chegamos já com ela fechando, mas foram muito amáveis conosco e nos deixaram entrar, acompanhados de um guia. Ela está em ótimo estado de conservação, recentemente pintada. Enorme, é o maior forte que já visitamos no Brasil. Local tranquilo e que inspira paz, por incrível que pareça. Talvez por aquele belo e enorme rio, passando placidamente ali na frente. Ou então porque o forte nunca tenha enfrentado, nos seus 300 anos de história, nenhuma batalha.
Fortaleza de São José, vigiando o Rio Amazonas, em Macapá - AP
Voltamos para a pousada para trabalhar. Estamos na torcida para conseguir o meu visto de entrada na Guiana Francesa. O cônsul honorário da França aqui em Macapá está nos ajudando. Mandou até um email para lá. Mas até esta noite, nada de resposta.
Alojamentos na Fortaleza de São José, em Macapá - AP
Antes de dormir, ainda saimos para jantar. Um delicioso peixe Filhote recheado com castanha do Pará e banana foi a pedida. Pedida acertadíssima, aliás. O nome do restaurante é Cantinho do Baiano e, para quem passar por estas distantes paragens, recomendamos! E nós, depois de tanta correria, e tanto por ver, fazer e pesquisar na internet, resolvemos ficar por aqui mais um dia. A ida para Oiapoque ficou para depois de amanhã... Amanhã, mais conforto da Ekinox. Oba!
Bem encima da linha do Equador (em Macapá - AP)
Encontro com lhamas na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Hoje deixamos Puerto Maldonado para trás e retomamos a nossa “volta” por Peru e Bolívia. Um circuito com cerca de 3 mil quilômetros de extensão saindo do Brasil pelo Acre, na cidade de Assis Brasil, e voltando ao país por Rondônia, na cidade de Guajara-Mirim. No caminho, um pouco de tudo: a Amazônia peruana, as cidades incas de Cusco e Machu Picchu, as belezas do lago Titicaca com suas ilhas flutuantes, a confusão contagiante da capital boliviana de La Paz e uma das mais temidas estradas do continente, a Carretera de La Muerte, também na Bolívia. No meio disso tudo, a incrível beleza dos Andes e do altiplano, o planalto mais alto das Américas. Enfim, um prato cheio para qualquer aventureiro. E o melhor de tudo: esse circuito pode ser feito de carro, por nós, brasileiros. Basta um pouco de disposição, um mês de calendário e a vontade de conhecer paisagens e culturas completamente diversas das que estamos acostumados aqui no Brasil!
Nosso roteiro planejado por Peru e Bolívia, saindo do Brasil pelo Acre e voltando por Rondônia. No caminho, Cusco, a região do Titicaca, La Paz e a famosa Estrada da Morte
É claro que nós não poderíamos deixar esse circuito de fora dos 1000dias! Já tínhamos estado no Peru e Bolívia nessa viagem, mas deixamos as regiões cobertas por esse roteiro para fazer agora, justamente quando tínhamos planejado conhecer os estados do Acre e Rondônia, pontos de entrada e saída desse roteiro. Para melhorar mais ainda, vamos receber uma “visita”, o Gustavo, diretamente de Curitiba, que vai voar para Cusco para passar 10 dias conosco explorando as atrações da região. Com datas para chegar e partir, tratamos de adaptar nosso caminho e calendário a elas, o que não é difícil em uma região com tantas alternativas. Planos feitos, começamos o tal circuito há uma semana, saindo de Porto Velho para uns dias no Acre e, de lá, já em território peruano, para Puerto Maldonado. Mas aí, a Ana caiu de cama e tivemos de botar as barbas de molho por alguns dias. Agora, com ela recuperada, tratamos de refazer o roteiro, sempre levando em conta as datas do Gustavo e recomeçamos a trip. Primeira tarefa: deixar a Amazônia para trás, onde está Puerto Maldonado, e subirmos os Andes, em direção à cidade de Cusco.
Encontrando as primeiras lhamas! Realmente, já estamos altos, na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Encontro com lhamas na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
A distância da fronteira do Brasil até Cusco é de quase 700 km. Uma distância mais curta que de Curitiba ao Rio de Janeiro! Pouca gente se dá conta, mas estamos muito perto desse mundo completamente diferente do nosso! Bem, desses 700 km, já tínhamos feito 230 km, a distância até Puerto Maldonado. Até aí, só mudou a língua, pois a paisagem e a altitude ainda são as mesmas da Amazônia brasileira. Estávamos curiosíssimos para conhecer a estrada que nos levaria dos 200 metros para os 4 mil metros de altitude, tudo isso nos meros 470 km que faltavam para Cusco.
Encontro com lhamas na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Como de costume, começamos a viagem do dia mais tarde que o recomendável, mas nada que a Fiona não pudesse recuperar. Já imaginava começar a ver os Andes lá no horizonte logo no início da viagem, mas para minha surpresa, só havia mata e mato no horizonte, nada de montanhas. E assim foi durante algumas horas. Já tínhamos dirigido por mais de 200 km e a altitude continuava a ser de 300 metros. Comecei a achar que essa história dos Andes eram balela, conversa para boi dormir.
Encontro com crianças que vivem a mais de 4 mil metros de altitude na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Foi quando, finalmente, começamos a subir um vale e as montanhas apareceram lá na frente. Não pareciam tão altas, mas é que, na verdade, não conseguíamos ver o que havia por trás delas. Pois elas subiam, subiam e subiam. Estávamos a 200 km de Cusco e, finalmente, chegávamos aos 500 metros de altitude.
Encontro com crianças que vivem a mais de 4 mil metros de altitude na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Pois, a partir daí, não paramos mais de subir. Ultrapassamos a altura da nossa Curitiba (900 m), a mais alta capital brasileira, e continuamos a subir. Ultrapassamos a altura de Campos do Jordão (1.750 m), a mais alta cidade brasileira, e continuamos a subir. Ultrapassamos o Pico da Neblina (3.000 m), a mais alta montanha do nosso país, e continuamos a subir. Ultrapassamos a altura de Cusco (3.400 m) e não paramos de subir!!! Não, ainda tinha muita montanha para subir! Tivemos certeza que estávamos altos quando, ao nosso redor, se viam rebanhos de lhamas, e não mais de vacas! Esses animais tipicamente andinos são a certeza que estávamos no caminho certo!
Encontro com crianças que vivem a mais de 4 mil metros de altitude na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
O altímetro passou batido pelos 4 mil metros! Lhamas e alpacas de todas as cores nos saudavam. Crianças curiosas nos saudavam. A fisionomia delas também não mentia: estávamos nos Andes! Ultrapassamos os 4.500 metros, a neve e o frio lá fora gritando: “Vocês estão chegando!”. O motor da Fiona já não responde tão rápido, embora ela mantenha nosso conforto do lado de dentro. Já não usamos ar condicionado, mas calefação! Não somos apenas nós que sentimos falta de ar, mas o motor da nossa companheira também. Menos oxigênio, menos combustão. Mas ela se esforça e continua subindo. Finalmente, chegamos ao ponto mais alto da estrada!
Chegando ao ponto mais alto da estrada, na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Sair dos 300 metros e chegar aos 4.700 metros de altitude em poucas horas, não é para qualquer um. É comum sentir dores de cabeça e náuseas, mas nossos corpos já tem, em sua memória, os registros dessa altitude e os efeitos não são tão fortes em nós. Mas somente porque estamos passando por lá rapidamente, sem fazer esforço (que fica todo com a Fiona). Mas se fôssemos ficar por ali algumas horas, a dor e o mal estar viriam seguramente! É uma certeza fisiológica. Então, nada de enrolar lá encima. Descemos para algumas fotos, alguns minutos de admiração com aquele cenário fantástico e exótico e começamos a descer em direção á Cusco.
As magníficas paisagens andinas na subida da cordilheira na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
As magníficas paisagens andinas na subida da cordilheira na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Ainda são mais de 100 km de estradas. Aos poucos, a luz do dia é substituída pela escuridão da noite. Adeus paisagens. É o preço da nossa saída tardia. O corpo e o cérebro agradecem os metros que descemos. É como mergulhar no oxigênio. Até a Fiona já rende mais novamente. Por fim, já de volta aos “civilizados” 3.500 metros de altitude, lá estão as luzes de Cusco, a gloriosa capital do Império Inca. Tão perto do nosso Brasil. Agora, só falta achar um hotel para um merecido descanso depois de termos saído da altitude do mar e chegarmos à altitude dos céus. Aliás, os anjos daqui têm caras de lhamas, hehehe.
As lhamas, perfeitamente adaptadas às grandes altitudes andinas do altiplano peruanos na Carretera Transoceanica,viajando à Cusco, no Peru
Uma das freiras do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru
Poucas décadas depois da fundação da cidade de Arequipa pelos espanhóis, ainda no séc XVI, a cidade já despontava como uma das mais importantes do que é hoje o Peru, principalmente pela sua localização próxima a vales muito férteis. E como tal, já possuía uma elite rica e poderosa. Naquela época, assim como nos séculos posteriores, era muito comum que as famílias mais abastadas mandassem algum de seus filhos ou filhas, normalmente o segundo pela ordem de nascimento, para seguir a vida religiosa. No caso das mulheres, eram mandadas para algum convento.
Caminhano no Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru
Assim, foi criado em Arequipa o convento de Santa Catalina, para abrigar essas filhas de famílias mais ricas que estavam destinadas a se transformarem em freiras. Apesar dos rigores da Ordem, que pregava uma vida simples e de total devoção a Deus, completamente isoladas da sociedade e mesmo da família, esse convento desenvolveu suas próprias características. A principal delas foi permitir às freiras uma vida mais "confortável" e até serviçais podiam levar para dentro do convento. Essas regalias duraram alguns séculos até que uma madre superiora mais rigorosa acabasse com a festa.
Interior do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru
O convento, construído numa grande área bem no centro da cidade acabou se tornando uma pequena cidade dentro de outra cidade, inteiramente cercada por grandes muros que isolavam suas habitantes da agitada vida de Arequipa. Tinha diversas ruas que abrigavam as "celas" ou pequenas casas das freiras, grandes pátios comuns, igreja, biblioteca, refeitórios, cozinhas e até uma piscina para banho.
Caminhano no Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru
Uma das celas (ou quartos) do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru
A arquitetura da pequena cidade e de suas casas foi se modificando com o passar dos séculos, principalmente depois de cada terremoto que, de tempos em tempos assolavam toda a região. A experiência e a tecnologia iam ensinando a arte de construir casas mais sólidas e resistentes às intempéries naturais.
A Pinacoteca do Convento de Santa Catalina, em Arequipa - Peru
Caminhando na Plaza de Armas de Arequipa - Peru
Por fim, há cerca de 50 anos, quase todo o complexo foi finalmente aberto à visitação pública, enquanto as freiras se recolheram a uma parte menor dentro da enorme área. Hoje, Santa Catalina é a maior atração turística dentro de Arequipa, uma verdadeira aula de arquitetura, história e costumes para aqueles que o visitam. Foi o nosso principal programa de hoje, uma espécie de dia de descanço entre a longa viagem ao Colca, ontem, e o trekking ao cume do El Mistí, a partir de amanhã.
Catedral de Arequipa - Peru
Também passeamos na linda e majestosa Plaza de Armas da cidade, uma das mais belas do país, com sua fileira de arcos duplos que cercam três lados da praça, enquanto no outro está a grande catedral. Aí também passamos quase uma hora visitando seu museu, sua torre e a catedral em si. De seu campanário, uma das mais belas vistas da praça, logo em frente, e do vulcão, nosso destino de amanhã.
A Plaza de Armas vista do alto da Catedral de Arequipa - Peru
O El Mistí visto do alto da Catedral de Arequipa - Peru
Foi um dia tranquilo e sem correria em que fechamos nosso grupo para o trekking de amanhã, com direito à guia, transporte, comida e barraca alugada. Vinte e um anos depois, El Mistí, aí vou eu!
Cerveja em um dos muitos restaurantes da Plaza de Armas de Arequipa - Peru
No alto de Camden Hill State Park, em Camden, litoral de Maine, nos Estados Unidos
Apesar de muito menor que a California, o litoral do Maine é tão recortado que, se pudesse ser “esticado”, a costa do estado seria mais longa que a californiana, na costa oeste. Agora no verão, americanos de todo o nordeste do país viajam para cá, disputando espaço em cada uma das charmosas cidades no litoral do estado.
Nossa rota pelo litoral do Maine
Hoje era a nossa vez de conhecer essa bela região do país, aproveitando os dias lindos que tem feito por aqui, céu azul e temperatura beirando os 30 graus. Nossa ideia era sair de Bar Harbor, no litoral norte, e chegar à Portland, já bem perto de New Hampshire, passando pela pequena Camden no caminho.
Bela ponte atravessa um dos rios do Maine, nos Estados Unidos, chegando em Camden
Mas um problema apareceu logo no início da nossa jornada. A Fiona estava com a bateria arriada hoje pela manhã. Aparentemente, tínhamos deixado a luz interna acesa. Respiramos fundo, desenterramos nosso cabo de chupeta no porta-malas do carro e pedimos ajuda na portaria do hotel (ainda estávamos no estacionamento dele!). Super atenciosos, trouxeram um carro para o lado do nosso e, com ajuda do cabo, fizemos uma “jump start”, ligando a Fiona diretamente na bateria do outro carro.
Bela ponte atravessa um dos rios do Maine, nos Estados Unidos, chegando em Camden
Assim, resolvido o problema (pelo menos, achávamos isso...), pegamos a estrada, o início do nosso longo caminho de volta à Princeton Junction, em New Jersey, onde deveremos chegar no dia 22 de tarde. Estradas sempre movimentadas (que saudades do vazio do oeste americano...), atravessando rios e lagos, o mar à nossa esquerda, ao longe. Estrutura invejável, enormes pontes cruzando rios largos, algumas tão belas que até mereceram fotos.
O belo visual no alto de Camden Hill State Park, em Camden, litoral de Maine, nos Estados Unidos
Finalmente, chegamos perto da pequena Camden, uma cidade bem chuchuzinha construída ao redor de uma pequena baía. Mas antes de irmos até o centro, nos desviamos para entrar num parque estadual, o Camden Hills State Park. Como todos os parques americanos, são dezenas de quilômetros de trilhas demarcadas, mas não era atrás delas que estávamos. Não. Nosso objetivo era uma estrada asfaltada que levava ao alto de uma montanha de onde se sem uma magnífica visão panorâmica de toda a região.
A pequena cidade de Camden, vista do alto de Camden Hill State Park, no litoral de Maine, nos Estados Unidos
Aqui também a história se repete. Um empresário de visão, ainda no século XIX, teve a ideia de fazer uma estrada para carruagens até o alto do morro, fazer um hotel lá encima e explorar essa infraestrutura turisticamente. A ideia deu certo, e estrada cresceu e passou a acomodar automóveis, o hotel prosperou. Mas veio um incêndio e o hotel se foi. Mas não a estrada nem a vontade dos turistas de chegar até lá encima.
Torre marca o alto do Camden Hill State Park, em Camden, litoral de Maine, nos Estados Unidos
Hoje, são dezenas de milhares de visitantes anuais e uma torre de pedra marca o local do antigo hotel. Lá do alto pode se ver longe, até a Cadillac Mountain, no Acadia National Park. E, bem mais perto, está a pequena Camden, a pitoresca cidade ao redor da pequena baía. Ao vê-la, não tivemos dúvidas: “É ali que vamos almoçar, bem de frente ao mar!”.
Visita ao Camden Hill State Park, em Camden, litoral de Maine, nos Estados Unidos
Dito e feito! Um pouco mais tarde estávamos muito bem instalados na varanda de um restaurante, bem na boca da marina. Almoço gostoso, sobremesa sublime, vista e cheiro de mar. Não dava para pedir mais. Cidade bem gostosinha onde passaríamos, tranquilamente, uns dois dias sem fazer nada, além de passear pelas ruas e comer muitas vezes a sobremesa do nosso restaurante.
A charmosa arquitetura de Camden, no litoral do Maine, nos Estados Unidos
Mas, enfim, tínhamos de seguir. Não demorou muito e chegávamos à Portland, uma cidade muito maior e também bastante procurada por turistas. Segundo o nosso guia, é a “best dining scene north of Boston”. Ou seja, muitos restaurantes gostosos nessa cidade portuária.
Restaurante no porto de Camden, no litoral do Maine, nos Estados Unidos
Só que, um pouco antes de entrar na cidade, o problema na bateria apareceu novamente. Tínhamos encostado o carro por uns minutos, mantendo o ar condicionado ligado, e a Fiona não conseguiu ligar novamente. Depois de toda a viagem, era para a bateria estar bem carregada, mas poucos minutos de ar condicionado liquidaram com ela. Felizmente, contamos novamente com a simpatia dos americanos e, logo na primeira tentativa, um carro parou ao nosso lado e fizemos nova “jump start”. Só o dia de hoje já valeu nosso investimento no cabo da chupeta, hehehe! Depois disso, resolvemos não mais desligar a Fiona até estarmos no nosso hotel. E olha que demorou! Passamos nuns quatro ou cinco. Todos lotados ou muito caros. O pessoal daqui perdeu a noção, com toda essa demanda. Qualquer Inn um pouco mais central cobra de 250 dólares para cima. Assim não dá! Desistimos do centro, afastamo-nos uns 2 quilômetros e pronto, achamos! Finalmente, podíamos desligar a Fiona. Vamos ver se ela pega amanhã cedo... De qualquer maneira, o cabo da chupeta já está na mão, assim como o endereço da Toyota mais próxima. Vamos ver...
Almoçando em Camden, no litoral do Maine, nos Estados Unidos
Cachoeira que forma um belo poço, logo acima da Argyle, a maior de Tobago, próximo à Speyside
Mais uma manhã de mergulhos aqui em Speyside, na pontinha leste de Tobago. São mais de vinte pontos de mergulho aqui por perto e nós tivemos a chance de, ao longo desses dois dias, conhecer quatro deles. Um dos grandes chamarizes dos mergulhos em Tobago é que os maiores corais-cérebro do mundo estão por aqui. E hoje, vimos alguns deles. Não o campeão, mas certamente alguns cérebros beeeem grandes.
Ao lado de coral-cérebro em Speyside - Tobago
A água estava mais limpa que ontem e os corais mais coloridos. Pena que nossa máquina não consiga captar as cores embaixo d'água. Sai tudo azul. Mas, ao vivo, posso garantir que é bem mais colorido, hehehe!
Peixe-frade durante mergulho em Speyside - Tobago
Grande tarpoon durante mergulho em Speyside - Tobago
O que vimos também foram peixes maiores. Alguns tarpoons e barracudas, sempre curiosos com a nossa presença. Também algumas taratrugas, lagostas, camarões e os peixes coloridos de sempre. Também passamos por um local conhecido como "máquina de lavar roupa", por causa das fortes correntes. Bem gostoso, mas nada comparável com ontem.
Com os amigos de Berlim, na trilha para a cachoeira Argyle, a maior de Tobago, próximo à Speyside
De tarde, junto com nossos amigos publicitários de Berlin, o Matt e a Astrid, que conhecemos no barco do mergulho, fomos conhecer a mais alta cachoeira da ilha, a Argyle. Fica a pouco mais de 20 minutos de carro (nós fretamos um, com motorista) e depois, mais quinze minutos de caminhada.
Sabadão concorrido na cachoeira Argyle, a maior de Tobago, próximo à Speyside
Quando lá chegamos, fiquei meio decepcionado. Hoje é sábado, e a cachoeira tinha muita gente. Nem deu muita vontade de entrar na água. Mas tivemos a brilhante idéia de seguir rio acima e aí, tudo mudou! O rio é todo encachoeirado, formando várias piscinas. Mais quinze minutos de caminhada e chegamos à uma bela cachoeira com uma piscina muito mais atrativa. E vazia!
Cachoeira que forma um belo poço, logo acima da Argyle, a maior de Tobago, próximo à Speyside
Oba! Ali pudemos passar um bom tempo nadando, tomando ducha, conversando sobre o trabalho deles (moraram mais de um ano em Xangai!). Muito legal! Depois, de volta para o carro e, no caminho para casa, paramos num restaurante no alto de um morro com uma linda vista do litoral. Os donos, ex-ingleses e ex-novaiorquinos, hoje vivem de um restaurante de comida saudável e natural, para sorte e felicidade de quem para por lá.
Almoçando com nossos amigos berlinenses em restaurante com uma bela vista! (próximo a Speyside - Tobago)
A conversa com o Matt e a Astrid rendeu até altas horas da noite, no chalé que eles alugaram no nosso hotel, com direiro à vista do mar. Bem diretoria! Depois, cada casal para a sua cama. Eles terão novo mergulho logo cedo enquanto eu e a Ana teremos carro alugado para explorar um pouco mais dessa pequena e charmosa ilha chamada Tobago. Será nosso último dia por aqui já que na segunda seguimos para St Martin.
King's Bay, pequena praia próxima a Speyside - Tobago
O charme do centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Poucas cidades no continente tiveram um início de história mais conturbado do que Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai. Para quem caminha nas ruas tranquilas de seu centro histórico nos dias de hoje, é ainda mais difícil de imaginar as guerras e tensões que, durante o primeiro século e meio de existência, cercaram esse que foi o primeiro povoamento de importância no país. Seja por sua posição estratégica às margens do Rio da Prata, seja pela rivalidade centenária entre as potências europeias e seus herdeiros americanos, a pequena Colonia del Sacramento sempre foi alvo da cobiça de forças antagônicas em jogo. Hoje, ao contrário, é um mar de tranquilidade e faz a alegria de turistas em busca de história, boa comida, charme e paz num local que pode ser conhecido a pé em poucas horas de caminhada preguiçosa.
Como eu já havia dito no post passado, nós saímos ontem da pequena Carmelo, mais ao norte, logo depois do almoço, rumo a Colonia del Sacramento. Seria uma rápida passagem e nosso objetivo principal era encontrar um hotel e deixar quartos reservados para o final de semana, daqui a três dias. Aí, já acompanhados dos meus pais, que chegam hoje a Montevideo, vamos ter toda a tranquilidade e tempo para conhecer a mais bela cidade do Uruguai. A pressa, ontem, era porque ainda tínhamos de viajar até a capital do país e, também aí, encontrar um hotel para os próximos dias, para nós e nossos “visitantes”.
O centro histórico de Colonia del Sacramento é uma península que avança sobre o Rio da Prata, no sul do Uruguai
Mapa do centro histórico de Colonia del Sacramento, no Uruguai. São apenas alguns poucos quarteirões em uma pequena península que avança sobre o Rio da Prata
Mesmo em uma visita rápida, é um verdadeiro mergulho na história. A Colonia de hoje não é uma cidade propriamente pequena. São cerca de 30 mil habitantes que se espalham pelas praias do Rio da Prata, justamente em frente à capital argentina de Buenos Aires, distante 50 km daí em linha reta, do outro lado do rio. De noite, é até possível ver as luzes da grande metrópole portenha. Mas a parte que realmente interessa ao turista que aqui chegou é o chamado “casco histórico”, alguns poucos quarteirões que ocupam uma pequena península que avança sobre o rio que, de tão largo, mais parece o mar. Foi para lá que nos dirigimos dispostos a encontrar um hotel charmoso e com bom preço no coração da parte mais interessante da cidade.
Torres de uma das igrejas de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Carros antigos estacionados no centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Até meados da década de 60, o centro histórico de Colonia del Sacramento era território abandonado pelo poder público e ocupado por ruínas, prostituição e criminalidade. Felizmente, alguém com mais visão percebeu o potencial turístico da área e um grande processo de revitalização foi implementado. Na medida do possível, prédios históricos foram refeitos com suas próprias pedras que jaziam inertes ali em frente. O trabalho foi bem feito e toda a área foi designada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, na década de 90. Hotéis, restaurantes e lojas se instalaram e os turistas não pararam mais de chegar. O passado recente indigno da criminalidade foi esquecido enquanto o passado glorioso dos tempos coloniais foi valorizado. Alguns minutos caminhando por ali logo nos fazem agradecer as mudanças dessas últimas décadas.
Uma das casas centenárias do centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
O farol de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Ainda vou falar com mais detalhes da história colonial dessa cidade quando voltarmos aí com meus pais, mas o fato é que ela nasceu falando português em 1680 e esse foi seu idioma oficial durante por parte do tempo até o ano de 1828, quando o Uruguai conquistou sua independência definitiva. A herança lusitana deixou marcas e características que a tornam única na América Espanhola. Suas ruas são estreitas, quase vielas, para facilitar a defesa militar. Isso se contrapõe às ruas largas que eram a norma das cidades espanholas no Novo Mundo. O domínio português e espanhol se alternou diversas vezes ao longo do período colonial e a influência e fusão arquitetônica das duas escolas se percebem com facilidade. Museus homenageando as duas heranças são pontos de visita quase obrigatória para os visitantes que chegam à cidade.
Carros antigos estacionados no centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Rua antiga de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai, às margens do Rio da Prata
Nós caminhamos por todas as ruas e ruelas do casco histórico, fotografando e admirando, mas nosso foco era mesmo a procura por hotéis e pousadas. Sendo uma terça-feira, a cidade estava relativamente vazia e estamos curiosos para ver como será no fim de semana. Os hotéis também tinham muitas vagas, para ontem e mesmo para o final de semana. Mas o problema, ao mens opa a nós, não foram as vagas, mas o preço. Muitas das pousadas transbordam de charme e sabem precificar muito bem isso e também a ótima localização. Ficamos muito tentados com algumas delas, mas o bolso falou mais alto e resolvemos tentar outras opções, a poucos quarteirões de distância. Acabamos por achar uma bem joia, prédio bem antigo e charmoso também, mas com preço mais em conta por já estar ligeiramente fora do casco histórico. Reservas feitas, quartos garantidos, missão cumprida. Quer dizer, metade dela. Ainda faltava Montevideo.
Fim de tarde no Rio da Prtata, em Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Ilha com farol no gigantesco Rio da Prata, em frente à Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Já escurecia quando pegamos a autoestrada rumo à capital. A beleza colonial de Colonia del Sacramento ficava para trás e nós já estávamos com saudades. Mas logo estaríamos de volta! Foco agora em Montevideo! Já tínhamos algumas indicações de hotéis na cidade e até conseguimos mais uma, aparentemente muito boa, com a gerente do nosso hotel em Colonia. Ela disse que a área central da capital vem sendo revitalizada também e nos deu o endereço de um hotel novo por lá, bem “in”! Foi nossa primeira opção e havia vagas. O hotel, aliando modernidade com história, nos agradou muito. Mas a vizinhança, pelo menos naquela hora da noite, ainda precisa ser bastante “revitalizada”. Ruas escuras e que não inspiravam segurança. A sensação é que estaríamos sitiados de noite. Então, seguimos em frente. As opções seguintes eram alguns hostels sugeridos pelo Lonely Planet, bem localizados no centro da cidade. A vizinhança realmente melhorou, mas eles não passaram no quesito qualidade, para receber meus octogenários pais.
Rua arborizada de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Chafariz de praça em Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Pela internet, descobrimos que nossas opções em Pocitos, a melhor parte da cidade na nossa opinião, estão lotadas. A preocupação aumenta. Vamos para Carrasco, um bairro mais chique e na direção do aeroporto. Ali há muitas opções e a região é a preferida de quem vem à cidade a negócios ou quer estar perto de uma praia menos urbanizada. Ganha-se em espaço, mas perde-se em charme. Nada há para se fazer a pé, a não ser caminhar na praia ou ir até o fast-food americano na esquina. Não era o que tínhamos em mente, mas era o que havia no momento. Achamos alguns hotéis, mas bem caros. Na dúvida, deixamos para continuar a busca pela manhã, antes que o avião com meus pais cheguem. Para passar a noite, ficamos no único hotel barato da região, o Bahamas. Ele também não passa no crivo de qualidade para meus pais, além de também estar longe das partes interessantes de Montevideo.
Uma das praças do charmoso centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Restaurante com mesas na calçada no centro histórico de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Hoje cedo, bem cedo, saímos à caça novamente. Eu já estou quase conformado com algum hotel sem alma ali mesmo, em Carrasco. Mas a Ana insiste. Descobre algo na internet. Fica em Punta Carretas, ao lado de Pocitos. Vamos até lá e bingo! Preço razoável, excelente localização, quartos vagos e muito estilo! A razão para todas essas qualidades é que é um empreendimento novo e ainda desconhecido dos viajantes. Estávamos salvos e felizes! Viva a insistência e perspicácia da Ana. Já temos uma base para explorar Montevideo pelos próximos dias. Bem a tempo de buscar as visitas que chegam em meia hora ao aeroporto!
Em busca de hotéis, caminhando nas ruas arborizadas de Colonia del Sacramento, no sul do Uruguai
Entrando na ATM Cave, na região de San Ignacio, em Belize (foto da internet)
No início da década de 90, um explorador resolveu entrar em uma caverna misteriosa na região de San Ignacio, conhecida localmente como Xibalba. A boca da caverna já era conhecida há muito tempo, mas ninguém se animava a entrar naquele buraco nadando pelo rio que saía dele. Apesar de suas águas limpas, era muito escuro lá dentro. Mal sabia o tal explorador que ele estava para fazer uma das maiores descobertas arqueológicas recentes na América Central.
Espeleotemas na ATM Cave, na região de San Ignacio, em Belize (foto da internet)
Depois de uns 300 metros caminhando pelo rio, já na escuridão total, passando por passagens estreitas por entre enormes rochas e lindas formações de espeleotemas, uma passagem levava a uma parte mais alta da caverna, longe do rio. Ali, a passagem se abria em um grande salão, intensamente decorado e, para surpresa do explorador, algumas dessas formações pareciam moldadas por algum escultor, formando imagens de animais e figuras humanas. A sua dúvida sobre se aquilo era mesmo natural ou não terminou quando ele começou a ver, no chão, centenas de resquícios arqueológicos, como cerâmicas e potes de aparência maya. E isso não era tudo! Um pouco mais adiante, começaram a aparecer ossos e esqueletos inteiros, calcificados pela ação do tempo. Eram claramente vítimas de antigos sacrifícios realizados ali mesmo. Os ossos pareciam de cristal!
Uma das caveiras de pessoas sacrificadas na ATM Cave, na região de San Ignacio, em Belize (foto da internet)
Após essa maravilhosa descoberta, a caverna ganhou um novo nome: “Cave of Crystal Sepulchre”, ou “Actun Tunichil Muknal”, no dialeto maya falado na região. As iniciais formam o nome mais conhecido atualmente, simplesmente ATM Cave.
Potes e vasilhas mayas na ATM Cave, na região de San Ignacio, em Belize (foto da internet)
Os arqueólogos resolveram manter todos os artefatos e ossos no exato lugar em que foram encontrados e o governo de Belize decidiu abrir a caverna ao turismo, como forma de arrecadar dinheiro para sua melhor conservação. Hoje, a ATM Cave é uma das grandes atrações da região e do país, atraindo centenas de turistas que se maravilham com o que veem lá dentro. Além da incrível beleza cênica da caverna e da sensação de aventura de se caminhar e nadar por um rio embaixo da terra, ainda temos essa chance maravilhosa de ver esse verdadeiro tesouro arqueológico em seu local de origem, e não no ar condicionado de algum museu. É impressionante!
Câmeras fotográficas só seguem até aqui, no início da trilha para a ATM Cave, região de San Ignacio, em Belize
Mas, nem tudo é perfeito. Apesar do número controlado de pessoas que podem entrar lá diariamente, sempre acompanhados por guias, alguns turistas, no afã de conseguir os melhores ângulos e fotos, derrubaram suas máquinas fotográficas sobre os achados arqueológicos, inclusive encima de um crâneo, quebrando-o. Como medida de segurança, desde o meio de 2012, máquinas fotográficas são proibidas por lá e nós não pudemos tirar fotos do que vimos. Algumas teriam sido fantásticas... Enfim, tudo o que se pode fazer é buscar fotos na internet, de quando era permitido levar câmeras para lá. São algumas dessas fotos que ilustram esse post.
No final da trilha da ATM Cave, região de San Ignacio, em Belize, com nosso guia e o casal de um indiano e uma chinesa, nossos companheiros de tour
Nós fomos de carro até o início da trilha de uma hora pela mata que leva á boca da caverna. No início da trilha, nos reunimos com o resto do grupo, entre eles um simpático e interessante casal formado por um indiano e uma chinesa, que vivem hoje nos Estados Unidos, Naquele casal, 2,5 bilhões de pessoas representadas, mais de um terço da população mundial, hehehe. Esses dois povos geralmente não se batem, mas o casal se dava muito bem, apesar do indiano ficar sempre chateando sua esposa chinesa. Foi muito legal a companhia!
Observando antigos potes mayas, no mesmo local onde foram encontrados, na ATM Cave, na região de San Ignacio, em Belize (foto da internet)
Enfim, o guia nos levou através da selva e atravessando três vezes o mesmo rio com água na cintura até chegarmos á entrada da ATM. Ali, luzes na cabeça, entramos todos com água no pescoço. Quase uma hora seguindo rio acima entre passagens apertadas ou mais largas, cruzando os diversos outros grupos que encontrávamos e chegamos á parte seca da caverna, onde todos tiram seus sapatos e caminham apenas com meias e em trechos marcados por fitas. Tudo para proteger esse tesouro arqueológico que agora, víamos com os próprios olhos.
Esqueleto de mulher sacrificada na ATM Cave, na região de San Ignacio, em Belize (foto da internet)
O guia nos explicou que cavernas eram um local sagrado para os mayas, entradas para o Inframundo, onde viviam vários de seus deuses, inclusive um dos mais importantes, Chac, o deus da chuva. Com suas tochas, os sacerdotes mayas se aventuravam até aqui, para prestar suas homenagens e render seus sacrifícios, sempre para tentar conquistar a boa sorte dos deuses. Cerâmicas eram deixadas como presentes e sacrifícios eram feitos para apaziguar a sua ira.
Ponte que dá acesso à San Ignacio, em Belize
O belo rio que divide San Ignacio em duas, em Belize
Aparentemente, o ritmo desses sacrifícios veio aumentando em meados do século X, quando grandes secas se abateram sobre essa região do mundo. Eram os estertores do período Clássico da civilização maya e os sacerdotes tentavam, desesperadamente, reconquistar a confiança do deus da chuva, irritado por algum motivo. Sacrifícios de mulheres e crianças, aquilo que havia de mais sagrado entre os mayas, foram oferecidos aos deuses. Bebês eram deixados ali para que chorassem até a morte. O som de puras crianças era a melhor maneira de sensibilizar os deuses, mas nada pareceu funcionar. Pobres vítimas, felizes de nós que tempos a chance de ver e conhecer um pouco mais dessa incrível civilização e do desespero por que passaram. Aquelas cerâmicas e, mais ainda, aqueles esqueletos em perfeitas condições (fora aquele que o desastrado turista avariou...), parecem mais vivos do que nunca e quase podemos ver o momento em que foram deixados ali por sacerdotes em suas roupas pomposas e soldados iluminando tudo com suas tochas. É emocionante!
Meninas se divertem no rio de San Ignacio, em Belize
O belo rio que divide San Ignacio em duas, em Belize
Depois dessa inesquecível experiência, dirigimos e volta à San Ignacio, a movimentada cidade que é a porta de entrada para quem chega da Guatemala. A cidade é dividida em duas por um belo rio e uma das metades é, na verdade, uma outra cidade, chamada Santa Helena. É no rio que se congregam os locais, seja para as crianças brincarem em suas águas, seja para as mulheres lavarem suas roupas. É uma visão bucólica e pitoresca.
O movimentado mercado de San Ignacio, em Belize
Mercado de San Ignacio, em Belize
O único ponto mais movimentado é o mercado, principalmente na manhã de sábado. É quando mais facilmente percebemos o verdadeiro caldeirão de culturas que forma a sociedade desse país, diversas etnias do povo maya, imigrantes recentes chineses, imigrantes quase centenários americanos, guatemaltecos, garifunas (negros) e todas as misturas possíveis entre esses diversos povos. Certamente, é o programa mais interessante a se fazer dentro da cidade.
Rose Apple, um tipo de maçã aguada no mercado de San Ignacio, em Belize
Mercado de San Ignacio, em Belize
Foi uma ótima despedida para nós, que partimos amanhã para a Guatemala, entrando de vez na América Latina, para nos fazer sentir ainda mais perto do Brasil. Mas ainda tem muita coisa para se ver e fazer antes de chegarmos até lá... Um passo de cada vez e o próximo se chama Flores, uma cidade em uma ilha lacustre, principal base para se visitar a mais famosa cidade maya de todos os tempos, a gloriosa Tikal.
Han-nah, nosso restaurante preferido em San Ignacio, em Belize
Chegando à Seattle de ferry, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Depois de mais uma noite sob o enorme pé direito do nosso charmoso hotel, era hora de partirmos em direção à Seattle, deixando para trás a simpática Port Townsend, a Nova Iorque que nunca foi. Antes disso, sessão de fotos do Palace, o antigo bordel reformado, restaurado e transformado em hotel.
Nosso charmoso quarto no Palace Hotel, em Port Townsend, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Banheiro com uma banheira das antigas, no nosso quarto no Palace, em Port Townsend, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Hoje, ficamos sabendo mais um pedaço da história desse prédio. Foi construído no final do século XIX e por isso tem o estilo vitoriano, construído em tijolos vermelhos como todos os prédios daquela época. Também foi um dos "investimentos” daqueles que acreditavam que a cidade se tornaria uma metrópole. O interessante é que o primeiro dono desse prédio, quem o construiu, o fez com o dinheiro que conseguiu de suas aventuras submarinas no Caribe. Pois é, o cara descobriu um navio com um grande carregamento de prata afundado naquelas águas tropicais e fez uma expedição para recuperar esse metal. Naquela época, a tecnologia para isso era afundar até o barco dentro de um sino de bronze, literalmente a bolha de ar que ele respiraria enquanto durasse o resgate lá embaixo. Fico só imaginando a segurança do aparato... Bem, seguro ou não, foi o bastante para ele conseguir o seu tesouro e, com os lucros obtidos, conseguir dinheiro para construir um prédio em Port Townsend. O mesmo prédio que acabou virando um bordel e, mais tarde, o charmoso hotel em que ficamos. Que rica história!
Fachada do nosso hotel em Port Townsend, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
A Space Needle se destaca na skyline de Seattle, estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Enfim, partimos para a curta viagem até Seattle, um pouco ao sul e do outro lado do mar. Para não dar a longa volta pelo sul da península, simplesmente pegamos o ferry. Mais um daqueles enormes barcos com o mesmo padrão e eficiência de todos os ferries que temos andado desde que saímos do Alaska. Esse sim, acho que será o último por um bom tempo. E que bela despedida que foi!
A bordo do ferry, chegando à Seattle, estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Chegar à Seattle de ferry é espetacular. A skyline da cidade, vista do mar, é imponente. Entre todos os prédios, quem logo chama a atenção é a torre conhecida como Space Needle. Qualquer um que já tenha visto aquele desenho animado da década de 70 contando a história da família Jetson, que vive no futuro, vai logo reconhecer a torre. É a cara da casa dos Jetsons! Na verdade, o criador do famoso desenho animado se inspirou mesmo na torre de Seattle para construir o seu cenário.
Visitando a Space Needle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Ainda no ferry, o PriceLine nos arrumou uma verdadeira barganha na cidade, um Hyatt por 85 dólares, incluindo café da manhã. Melhor ainda, ao lado da Space Needle e com serviço de van 24 horas por dia para nos levar até o centro e nos pegar por lá. Assim, a Fiona poderia ficar o tempo todo na garagem do hotel.
Montanhas nevadas no horizonte de Seattle, vistas do alto da Space Needle (no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos)
Devidamente instalados, saídos do charme do Palace para o conforto do Hyatt, já fomos conhecer a maior (ou pelo menos a mais alta!) atração de Seattle, a vizinha torre dos Jetsons. A torre foi construída no início da década de 60, para uma grande feira internacional que houve na cidade. Era, e foi durante muito tempo, a mais alta construção a oeste do Mississipi, com seus 184 metros de altura.
No alto da Space Needle, em Seattle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Lá encima, além do tradicional restaurante giratório, há também uma torre de observação. Nós chegamos estrategicamente no fim da tarde para poder ver as vistas diurnas e noturnas lá de cima: a baía de Seattle, os prédios do centro, as diversas colinas que formam a cidade e as montanhas nevadas ao fundo. As nuvens até deram uma folga nos minutos finais, possibilitando que o sol iluminasse a baía com suas luzes alaranjadas, justo quando por ali passava um ferry. Um espetáculo!
Ferry navega durante maravilhoso fim de tarde na baía de Seattle, visto do alto da Space Needle (no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos)
Acompanhado de um vinho, admirando as luzes de Seattle, no alto da Space Needle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Depois de vermos as luzes da cidade se acenderem e observarmos bem tudo o que pretendemos explorar nos próximos dias, era hora de voltar para o hotel. Tínhamos de nos arrumar para nosso compromisso. Pois é, já tínhamos marcado um jantar num dos restaurantes mais famosos, não só de Seattle, mas de todo o país. Foi um presente de aniversário enviado por internet por um primo que fazia questão que fôssemos conhecer o Metropolitan Grill. Okay, não precisa insistir! Assunto para o próximo post...
Seattle iluminada, vista do alto da Space Needle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Mergulhando com o "Deep Christ" no Sculptures Park, em Granada
Terminada a primeira metade do nosso dia e já de barriga cheia, estava na hora de decidir nosso roteiro para a tarde. Queríamos ir ao parque Grand Etang, no interior montanhoso de Granada, e também a um parque de esculturas subaquático, fazer snorkel. Como tínhamos acabado de sair do mar e como nossos guias não se mostraram muito empolgados com as tais esculturas, resolvemos ir primeiro para as montanhas. Se sobrasse tempo, quem sabe, daríamos um pulo nas esculturas... Sem querer, com os motivos errados, foi a melhor decisão possível!
Vista panorâmica de St. George's, capital de Granada, no Caribe
Seguimos então, com nosso jipinho, de volta à capital e, de lá, para o interior. A estrada serpenteia ladeira acima e não demorou muito para termos uma linda visão de St. George’s, suas baías e litoral. Escolheram bem o local para construir sua capital, hehehe!
Com o nosso jipe, atravessando o parque Grand Etang, em Granada, no Caribe
Não demorou muito e chegamos ao ponto mais alto da estrada, a quase 600 metros de altura, de onde tivemos a visão mais ampla do litoral do lado do Caribe. Logo depois, estava a entrada do parque Grand Etang. As principais atrações são a vista para os dois lados da ilha e, principalmente, a antiga cratera de vulcão, hoje um lago quase circular que dá nome ao parque.
Antiga cratera vulcânica, hoje um lago no centro do parque Grand Etang, em Granada, no Caribe
Fomos muito bem recebidos pelos guarda-parques, que logo nos indicaram algumas pequenas trilhas para percorrer. Ao assinar o livro de visitas, percebi o motivo de tanta efusividade: quase não há visitantes nessa época! Os últimos tinham estado ali há 4 dias. Na mesma página de assinaturas, verificando a nacionalidade das pessoas, quase só ingleses e americanos, sem nacionais. Lá encima, para minha surpresa, quase há dois meses esteve aqui uma brasileira!
A cachoeira de Annandele Falls, em Granada, no Caribe
Bom, fizemos a trilha de quinze minutos e chegamos ao ponto de observação do lado Atlântico da ilha. Muita mata e litoral bem entrecortado. Para o outro lado, bem pertinho, o Grand Etang, lago que fornece água à capital nos meses de seca. Poderíamos ir lá dar uma volta, mas preferimos seguir para uma cachoeira, já no caminho de volta à St. George’s.
Garotos se divertem na cachoeira de Annandele Falls, em Granada, no Caribe
Escultura subaquática no incrível Sculptues Park, em Granada
A Annandele Falls é a cachoeira mais conhecida de Granada. Na época dos cruzeiros, está sempre cheia de turistas. Hoje, só havia garotos granadinos se divertindo por lá, além de um rasta fazendo a manutenção a seu cabelo. A cachoeira é bonitinha, especialmente para quem nunca viu uma. Não é o nosso caso e resolvemos seguir em frente, para as esculturas subaquáticas.
Escultura subaquática no incrível Sculptues Park, em Granada
Tanto eu como a Ana já tínhamos visto reportagens e fotos dessas esculturas, mas não sabíamos que era em Granada. Descobrimos na nossa visita à oficina de turismo, dois dias atrás. Nas reportagens, as fotos eram bem impressionantes, mas nossos amigos da manhã tinham nos deixado meio desanimados. De qualquer maneira, em homenagem aos nossos sentimentos de outrora, resolvemos tentar...
A famosa escultura da ciranda, no Sculptures Park, em Granada
Fomos de carro até Devil’s Bay, poucos quilômetros ao norte da capital e ficamos amigo do dono do único bar da pequena praia. Deixamos com ele a chave do carro, a Ana alugou nadadeiras e, seguindo as orientações de nosso novo amigo, nadamos através de uma baía, uns 400 metros até a ponta de uma península. Do lado de lá estaria o “Sculpture Park”.
Snorkel em meio às esculturas do Sculptures Park, em Granada
Quase sempre, as pessoas vão de barco, em excursões, Alguns para mergulhar, outros para fazer snorkel. As esculturas estão entre 5 e 8 metros de profundidade, em espaços de areia entre plataformas de coral. Boias vermelhas espaçadas algumas dezenas de metros marcam os limites do parque e da “área de esculturas”.
Escultura da mesa posta, no Sculptures Park, em Granada
A Ana tinha visto as fotos das principais delas na revista, então passamos a brincar de tentar localizá-las naqueles aproximados 5 mil metros quadrados de mar. Com visibilidade de uns quinze metros, foi uma brincadeira bem divertida!
Pôr-do-sol cinematogrãfico durante snorkel no Sculptures Park, em Granada
As esculturas são como fantasmas, perdidos e presos para sempre naquele azul infinito do mar. A gente ficava nadando na superfície e, quando achava alguma “sombra suspeita” lá embaixo, gritávamos um para o outro e descíamos lá, para nossa sessão de fotografias.
Fazendo snorkel com a escultura do jornalista e sua máquina de escrever, no Sculptures Park, em Granada
Nunca tínhamos nadado entre fantasmas e foi uma experiência meio tétrica, mas inesquecível. Éramos os únicos por ali, além dos fantasmas, claro! Na superfície, uma pôr-do-sol absolutamente maravilhoso de um lado do céu enquanto, do outro, a lua reinava soberana. Em baixo, aquelas esculturas que, aos poucos, vão sendo conquistadas por algas e corais. Não poderíamos ter tido um final de tarde mais inesquecível do que esse, nosso último no Caribe. Espetacular!
Fazendo snorkel com a escultura do jornalista e sua máquina de escrever, no Sculptures Park, em Granada
Fazendo snorkel com a escultura do jornalista e sua máquina de escrever, no Sculptures Park, em Granada
Para arrematar, nadamos de volta ao bar do nosso amigo e, com ótima trilha sonora, assistimos às luzes finais do dia que pintavam o céu enquanto socializávamos com as personagens interessantes que passavam por ali. Até um ex-funcionário da Royal Caribbean super fã das cidades e mulheres da costa brasileira apareceu.
Fazendo snorkel no fim da tarde no Sculptures Park, em Granada
Nossa temporada na ilha de Granada, que tinha começado de maneira meio xoxa, clima de fim de festa, nos surpreendeu e terminou de forma espetacular, um Gran-Finale digno desse giro incrível por essas ilhas que terminou aqui, hoje, de maneira tão memorável. Difícil acreditar que amanhã não estaremos mais aqui, mas em plena confusão da Times Square. Dois lados dessa mesma moeda chamada América...
Snorkel inesquecível no final de tarde no Sculptures Park, em Granada
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