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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Nosso primeiro passeio pelas ruas de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Cabo Polonio é o nome de um parque nacional, de uma penÃnsula (cabo) onde há um farol centenário e também da pequena vila que cresceu ao redor desse farol. A penÃnsula é coberta de grama baixa, uma colina que avança sobre o mar e divide a costa em duas praias. A ponta dessa penÃnsula, onde está o farol, é área da marinha e só está aberta à visitação em horários determinados. Além de separar uma área para o farol, onde vivem algumas famÃlias de militares responsáveis por sua manutenção, ela também protege a fauna e flora de região, notadamente uma colônia de lobos-marinhos que se dividem entre as encostas rochosas dessa penÃnsula e três pequenas ilhas não muito longe da costa.
Ainda no caminhão, chegando à Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Casa tÃpica de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Nos limites dessa área protegida está a vila que nasceu de pescadores, mas que hoje atrai muitos turistas e também gente que se mudou para cá em busca de uma vida tranquila, simples e próxima da natureza. O número oficial de habitantes, aqueles que passam aà o ano inteiro, é próximo de cem. Mas um número muito maior do que isso de casas nos mostra que a população flutuante é bem maior, especialmente nos meses de verão. Nessa época, Cabo Polonio se enche de artesãos, de felizardos donos de casas de veraneio e de funcionários dos diversos pequenos hotéis e pousadas que funcionam na temporada.
Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Casa com um telhado vivo em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Toda essa estrutura que se arma nos meses mais quentes do ano é para receber os turistas que chegam à s centenas, a maioria deles para passar apenas o dia. Mas, quanto mais gente conhece esse pequeno paraÃso no litoral uruguaio e espalha a notÃcia de sua existência, mais gente chega para temporadas mais longas. Foi essa maior popularidade, aliada à pressão de grupos ambientalistas, que resultou na criação do parque em 2009. Com isso, regras muito mais estritas de acesso à região e, principalmente, de construção de novas casas e vivendas, foram implementadas. Mesmo assim, não é raro encontrar gente que se mudou para cá ainda sem as devidas permissões. Entre esses, há os que querem aproveitar a oportunidade econômica criada pelo boom de turistas e há aqueles que simplesmente se apaixonaram pela região e não querem mais sair daqui. O resultado desse processo é um povoado quase sem ruas, aparentemente em desordem, terrenos irregulares e arquitetura curiosa, do simples ao extravagante. De qualquer maneira, se não fosse pelas regulações impostas pelo parque, a situação seria muito mais caótica.
O dia nasce lindo na nossa primeira manhã em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Banhistas aproveitam o dia lindo no mar de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Além da proteção ao frágil ecossistema, o problema é que não há nem água nem luz por ali. Pelo menos, não para sustentar uma comunidade maior do que a que já se encontra instalada. Propositadamente, a linha de força não chega até lá, exceto para alimentar o farol. Algumas das pousadas dispõem de geradores, mas o seu uso também é limitado pelas regras do parque. Só podem funcionar até determinada hora. Depois disso, a única luz que se vê, por quilômetros e quilômetros é aquela do farol, um facho de luz a cada doze segundos. Além dela, apenas a lua, as estrelas e as velas dentro de casa.
Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Em frente à nossa pousada, o mar de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
A área da penÃnsula e as duas praias ao seu redor são circundadas por grandes dunas de areia de um lado e pelo mar, do outro. Com isso, a sensação é de isolamento do mundo. O parque protege essas dunas e a construção de estradas de acesso não será permitida. Aparentemente, a preservação e isolamento das belezas da região estão garantidos para as próximas gerações. É esta beleza natural e sensação de isolamento, aliado à dose certa de conforto proporcionado pelas pousadas e restaurantes, que tem atraÃdo cada vez mais os turistas. Aqui chegando, além de visitar o farol e as dunas (vou falar deles no próximo post!), não há muito que fazer. Caminhar na praia, comer, visitar algumas poucas lojas de artesanato e se maravilhar com o entardecer, quem precisa mais do que isso?
Nosso drinque de boas vindas em nosso hotel em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Nossa primeira caipirinha em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Estando de frente ao mar aberto, o clima passa rápido por aqui. Fora de temporada, o vento frio que vem do sul é quase constante, mas durante os meses de verão, os dias são ensolarados, quebrados por chuvas rápidas. Vimos isso de perto nos dois dias que estivemos no parque. As nuvens vêm e vão, Quando parece que o céu vai cair, sopra um vento forte e o sol reaparece. Logo depois, novas nuvens tomam o céu e vem chuva forte. Mas quando achamos que ela veio para ficar, que nada, o sol já está brilhando novamente e as pessoas estão sorridentes nas praias ou desviando-se das poças e do barro nas poucas ruas do povoado.
Vista da varanda da nossa pousada em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Barco sai na chuva e com mar agitado em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
A grande maioria dos visitantes que chega para passar mais tempo ainda é de jovens, mochileiros e estudantes. Muitos acampam, outros encontram lugares em pousadas mais baratas. Falam várias lÃnguas, pois provêm de continentes distintos. O parque é muito popular entre mochileiros europeus, e mesmo de lugares mais distantes, como Austrália ou Israel. Não há falta de bares e albergues para atender esse público e a animação dos luais na praia em dias de lua cheia é lendária.
Depois da chuva, o Joca e a Ixa enfrentam as ruas molhadas de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Depois da chuva, o Joca e a Ixa enfrentam as ruas molhadas de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Mas com a chegada ao povoado de pousadas um pouco mais sofisticadas, é o público mais velho e exigente o que mais cresce nos últimos anos. Chuveiro quente, toalhas e lençóis limpos, boa comida e eletricidade boa parte do dia se combinaram com a natureza marcante para atrair pessoas que já não mais se importam com os desafios de acesso e do sacolejante caminhão-gaiola, desde que tenham conforto para dormir e um bom e sadio café da manhã numa sala com vista para o mar. Ou então, um bom drinque para tomar na varanda protegida enquanto a chuva não passa. A vista é linda, faça chuva ou faça sol!
Aravesando a penÃnsula, de uma praia à outra, de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Nós chegamos no final da manhã à cidade, descemos naquilo que poderia ser chamado de praça principal de Cabo Polonio, mas que em qualquer outro lugar seria apenas um terreno baldio, e fomos caminhando para a nossa pousada, a duas centenas de metros dali. Um quarto estava pronto e o outro ainda por arrumar. Enquanto isso, bebericamos nossos drinques de boas vindas na varanda da pousada, estrategicamente construÃda de frente ao mar. Uma tempestade se armava, mas isso não impedia que barcos de pesca saÃssem para a labuta diária e nem que nós aproveitássemos aqueles goles e a maresia fresca que soprava do oceano. Em breve, caÃa muita água dos céus, as ondas se agitavam e nossas caipirinhas nos deixavam mais relaxados do que nunca. Ainda mais com a beleza à nossa frente.
Caminhando na praia sul de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Caminhando na praia sul de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
O quarto foi arrumado e a gente se instalou. Foi o tempo da chuva passar, o sol começar a brilhar e nós sairmos para nosso primeiro passeio. Com elegância e desenvoltura, minha octogenária mãe driblava as poças de água no nosso curto caminho até o centrinho. Ali ela mostrava que Cabo Polonio não é só para jovens, mas para gente com espÃrito jovem!
Caminhando na praia sul de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Chegando ao veleiro encalhado na praia de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Já aquecidos com essa primeira caminhada, atravessamos a campina, agora longe de qualquer rua e apenas nos desviando das casas que se espalham por ali, aleatoriamente. O farol e o mar à nossa esquerda, as dunas à direita, a gente seguindo da praia do norte, onde está a maior parte das casas e pousadas, para a praia do sul, mais popular e gostosa de caminhar e por onde chegam os caminhões com turistas. Aà a penÃnsula forma uma pequena baÃa, o mar fica mais calmo e é o local predileto das pessoas para instalar seus guarda-sóis e cadeiras de praia. Há também alguns bares onde as pessoas se reúnem no final da tarde, pois este também é o melhor lugar para se admirar o pôr-do-sol.
Esperando nosso almoço em bar de praia em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Uma bela caipirinha em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Nós estávamos com fome, mas ao chegar de caminhão pela manhã, tÃnhamos observado um bar bem atrativo e isolado na praia, a uns poucos quilômetros de distância. Foi para lá que seguimos, caminhando na areia firme e observando, de tempos em tempos, caminhões que chegavam cheios e partiam vazios. Em meia hora chegamos a um veleiro quase deitado na areia, encalhado já não sei há quanto tempo. ExercÃcio mais do que suficiente, hora de irmos para aquele bar que agora já tinha ficado um pouco para trás.
Caminhando de volta a Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Jeito simples, mas bem acolhedor, fomos agraciados com mais uma excelente caipirinha e deliciosa comida. Mais uma vez de frente à praia, aqui mais aberta do que nunca, um vasto oceano sem fim. Não sei se eram os turistas que partiam ou os que chegavam, do alto dos caminhões, que nos miravam com mais inveja, tão perfeitamente instalados na varanda e com copos cheios e coloridos à mão. Eles passavam e retornava o silêncio. Quer dizer, a música. A música do vento e das ondas.
Logo cedo, prontos para ir até o farol de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Cada quarto com sua rede, na nossa pousada em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Hora de caminhar de volta para a cidade. Já fim de tarde, agora eram os caminhões que partiam que estavam cheio de turistas, aqueles que vêm apenas para o dia e quase sempre partem arrependidos. Chegamos a tempo de ver o pôr-do-sol (também vai ter um post sobre isso!) e do banho quente no hotel, antes que os geradores fossem desligados. Na verdade, ficam até às dez da noite, então também temos tempo de jantar com luz.
Dia de céu azul em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Celebrando o dia lindo em Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
O dia seguinte, e quantos mais, para quem ficar mais tempo, repetem o padrão do primeiro. Caminhada na areia, alguma caipirinha e refeição em algum bar, pôr-do-sol na praia, jantar com barulho do mar. A tarde pode ser na rede da varanda do hotel. A caminhada pode variar de uma praia para outra. O bar da caipirinha pode variar também, para não enjoar. Turistas chegam, turista partem, o sol nasce e se põe. De noite, o farol brilha. No verão, os luais são agitados e no inverno, com a ajuda do frio, a paz reina absoluta. Pescadores enfrentam o mar diariamente, com sol ou chuva, outono ou primavera. O ritmo dos caminhões cai bastante quando termina a temporada, bares e pousadas fecham para reabrir no próximo ano. Enquanto isso, com paciência centenária, as dunas se movem lentamente. Pelo menos para os nossos olhos. São elas que desenham o horizonte de Cabo Polônio. Um horizonte que pouco mudou desde que construÃram o farol, há 150 anos. E que, todos esperamos, continuará a mudar muito lentamente pelos próximos 150. Esse é o maior charme de Cabo Polonio!
A Ana com seus sogros, o Joca e a Ixa, na praia de Cabo Polonio, no litoral do Uruguai
Passei os últimos dias do ano passado aÃ!! Carinho imenso por esse lugar, o céu mais estrelado que já via na vida! Fiquei dois dias, e de fato choveu mas quando estava indo embora...
Tchê, muito obrigado por compartilhar as informações sobre o local. Há anos que vou para o Uruguai, e sempre quis conhecer Cabo Polônio. Minha busca começou pra saber como é a estrada, e acabei aqui, no teu blog, com todas as informações que queria. Agora esse destino está agendado. Sensacional mesmo!!! Que baita trip brother. Grande abraço!!!
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