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Começamos hoje nossa viagem pelo Uruguai. Já havÃamos entrado no paÃs...
SaÃmos cedo de Paulo Afonso em direção à Pernambuco, passando por Ala...
Há dezoitos anos, ainda nos áureos tempos de estudante, fiz a travessia...
Nelma Tavares (08/07)
Você saberia me informar qual é a espécie desta borboleta verde?...
Floresta (06/07)
Já encantado com o Jalapão, mesmo não tendo podido ir ainda, no seu si...
Walter (29/06)
Oi. Encontrei o site de vcs pesquisando sobre Guadalupe. Vou fazer um cru...
Julio (28/06)
Fábio (20/06)
Ótimas dicas, principalmente a do canhonaço. Muito obrigado!...
Aos poucos, a BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho, vai ficando mais e mais estreita
Logo que deixamos o Igapó-Açu e iniciamos o trecho de hoje na BR-319, já deu para notar que seria diferente. Até o ponto em que dormimos ontem, ainda há um certo tráfego de carros. Daqui para frente, só uns gatos pingados, e olhe lá!
Aos poucos, a BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho, vai ficando mais e mais estreita
A estrada fica bem estreita, muito mais parecida com uma trilha do que com uma rodovia. Em muitos pontos, mal passa a Fiona entre os galhos das árvores que insistem em retomar seu antigo espaço. O piso é quase sempre de terra, mas o asfalto nunca some. Aqui e ali, vemos manchas de cinza, até mesmo a antiga pintura da faixa amarela no centro da estrada. Depois, a terra e as pedras tomam novamente seu lugar. E o asfalto aparece novamente, por alguns poucos metros...
Aos poucos, a BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho, vai ficando mais e mais estreita
O problema disso, essa alternância de asfalto-terra-buracos-pedras-asfalto é que não podemos acelerar. Como sabem os conhecedores de estradas, muito melhor uma estrada pura de terra que uma estrada de asfalto destruÃdo. A velocidade raramente passa dos 40 km/h, a média ficando perto dos 20 km/h. Qualquer empolgação, qualquer descuido e lá se vai a suspenção ou os pneus...
Atravessando uma das centenas de pontes da BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
À cada poucos minutos, uma ponte sobre algum igarapé. As pontes são todas de madeira, mas estão em ótimo estado, algumas com aquele cheiro de nova. Devem ter sido refeitas bem recentemente, agora que a temporada de chuva acabou. Em alguns dos igarapés, vemos as pontes antigas, completamente acabadas. Fico imaginando como era quando era sobre elas que os carros passavam. Vi alguns vÃdeos na internet: aterrador.
Atravessando uma das centenas de pontes da BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Era isso que eu via nos meus pesadelos. Pontes podres nas quais precisaria equilibrar a Fiona. Mas não foi assim. Graças à manutenção da equipe da Embratel. Aliás, cruzamos com o jipe deles hoje, um dos raros encontros nos pouco mais de 200 km que percorremos.
Cruzando com o jipe que faz a manutenção das torres da embratel na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
A cada trinta e poucos quilômetros, uma torre da Embratel dá o sinal de civilização na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
O principal sinal de civilização que encontramos são as torres da Embratel. A cada hora, ou pouco mais do que isso, lá está ela, um sinal de que dirigimos mais trinta e poucos quilômetros. Embaixo de cada torre, uma pequena casa. São nessas casas que dormem quem se aventura nessa rodovia. Monta seu acampamento ou rede na varanda e fica protegido da chuva ou vento.
Sinal de vida (embora não houvesse ninguém por lá!) na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Outro sinal da civilização são placas de propriedade. Antigas chácaras doadas pelo INCRA na época da colonização, hoje completamente entregues à mata. Mas as propriedades continuam lá e seus donos fazem questão de se fazer notar. Quem sabe um dia, quando (se) o asfalto voltar... Uma dessas placas até anunciava uma pousada! A construção estava lá, mas não havia o menor sinal de vida...
Brincando com borboletas na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Com paciência seguimos, pensativos, horas à fio. O que quebra o marasmo são os animais alados. Entre eles, algumas milhões de borboletas amarelas. Quando o dia esquenta, elas começam a voar, infinitas. Quando nos ultrapassam, é um lembrete do quão devagar estamos dirigindo. Para me divertir, acelero, tento apostar corrida com elas. Algumas vezes, reúnem-se às centenas em alguma poça na estrada. É a chance de pararmos o carro e a Ana ir lá, no meio delas, para tirarmos algumas fotos.
Muitos pássaros ao longo da BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Um lindo casal de araras coloridas na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Os outros animais alados são os pássaros. Muitas vezes, solitários, de cima de uma árvore, observam aquele estranho animal de quatro rodas que passa por ali, lento e barulhento. Outras vezes, os vemos em enormes revoadas, centenas deles, lá no alto. Alguma migração, ou apenas admirando a selva amazônica lá de cima. Mas são os casais de pássaros os que mais chamam nossa atenção. Tucanos, com aquele bico pesado, de voo tão improvável, mas que, contra qualquer lei da gravidade, dão um show de aerodinâmica. Ou as araras, vermelhas ou azuis, ou vermelhas e azuis, colorindo aquele mundo verde que nos cerca.
Encontrando tráfego na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Aos poucos, quando mais para o sul chegamos, mais a floresta vai se afastando da estrada, sendo substituÃda por pastos e por gado. Não é uma cena feliz. Aquelas vacas não parecem estar no lugar certo. Cadê a floresta que estava aqui? Quantas árvores derrubadas para que possamos comer nosso churrasco? Aqui, mais do que em qualquer lugar, fica claro que algo está errado nessa equação.
Cada vez mais gado na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Preparando acampamento em torre da Embratel na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Por fim, o dia está terminando. Precisamos achar algum lugar para descansar, para dormir, para passar a noite. A opção óbvia são as torres da Embratel. Acabamos de deixar uma para trás, temos de dirigir mais uma hora até a próxima. Coragem! Os sinais de civilização estão aumentando do nosso redor, sob a forma de fazendas e gado. Mas ainda tem muita estrada pela frente. Lá no horizonte, acima da copa das árvores, aparece a bendita torre. Entre vê-la e chegar até lá, são mais uns 20 minutos.
A torre da Embratel onde dormimos em nossa segunda noite na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Minha rede já está estendida na casinha da Embratel, na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
O portão está trancado, mas há uma abertura na grade. A Fiona vai ficar do lado de fora, mas nós entramos. Chegamos até a varanda da casinha. Fazemos nosso jantar. Eu armo a minha rede, amarrada nos buracos do concreto. A Ana prefere o chão. Quer dizer, o chão não, pois ela tem um colchão inflável. Antes de dormirmos, aproveitamos o incrÃvel céu estrelado que nos envolve. Cercados pela selva, naquela pequena ilha de civilização, alguns barulhos de telefone dentro da casa fechada. Falta apenas mais um dia para voltarmos ao asfalto. Estamos perto do mundo novamente. Mas ali, sós, acampados e isolados, estamos mais longe do que nunca do mundo. Estrelas e barulhos da mata nos cercam. Estamos na Amazônia!
Céu completamente strelado na nossa noite na torre da Embratel, na BR-319, a rodovia que liga Manaus à Porto Velho
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