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Neiva Meriele (26/07)
Sou escritora e, pesquisando sobre Porto Rico, acabei encontrando sua mat...
Joao (20/07)
Fala rodrigo, Tudo certo? Cara eu estou querendo ir esse fds para rei do ...
Nati (19/07)
Passei dois meses (setembro e outubro 2008) na região de Haines Junction...
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Maravilhado com a natureza grandiosa que circunda Choquequirao, no Peru
Acordamos preparados psicologicamente para a pirambeira que nos aguardava do outro lado do rio. Ali, do lado do rio Apurimac, estávamos a 1.600 metros de altitude. Do lado de lá, a trilha sobe ininterruptamente até os 3 mil metros, um ziguezague sem fim que vai nos proporcionado vistas cada vez mais bonitas da paisagem grandiosa que nos cerca. Um pouco antes da metade da subida há algumas fazendas e restaurantes simples, até onde eu deveria subir ontem em busca das mulas. Felizmente, consegui resolver tudo lá embaixo mesmo. Mas, se escapei ontem, hoje não tinha remédio. Afinal, Choquequirao fica lá no alto e para lá vamos!
Nosso acampamento ao lado do rio Apurimac, a caminho das ruínas de Choquequirao, no Peru
Num pequeno teleférico, a Ana cruza o rio Apurimac, na trilha para Choquequirao, no Peru
Logo cedinho chegou nosso arriero do lado de lá. Com a ajuda do arriero do lado de cá, embalaram toda a bagagem, passaram ela pelo teleférico e arrumaram as mulas do lado de lá. Ao mesmo tempo, nós passamos pelo rio também. Entramos num pequeno carrinho suspenso e a gravidade nos leva até a metade do caminho. Depois, algum simpático do lado oposto do rio nos puxa pela corda. A Ana passou primeiro, junto com umas mercadorias e depois, até ajudou a nos puxar. Já do lado de lá, enquanto as mulas sentiam o peso da nossa bagagem, já colocamos o pé na trilha.
Com o Gustavo, atravessando de teleférico o rio Apurimac, a caminho das ruínas de Choquequirao, no Peru
Cruzando o rio Apurimac, a caminho de Choquequirao, no Peru
O segredo, aqui, é começar o mais cedo possível, para poder subir na sombra. Depois, com o sol, a tarefa fica vinte vezes mais difícil. Nós começamos juntos, mas logo eu me distanciei, seguindo diretamente até o acampamento na metade do caminho. Aí esperei até que chegasse o arriero com as mulas. Ele me disse que estava tudo bem com os dois e eu segui viagem morro acima, outra sequência de ziguezagues. A gente não consegue ver o fim, mas consegue acompanhar a nossa subida olhando o outro lado do vale, por onde descemos ontem. Fixamos algum ponto de referência mais alto e vamos acompanhando enquanto nós o ultrapassamos e ele vai ficando para baixo. Enfim, é um jogo psicológico e, quanto mais conseguimos pensar em outras coisas, mais rápido passa o esforço. Por fim, o sol começou a bater na trilha e tudo ficou mais difícil. Mas aí, já estava quase lá no alto e foram apenas mais uns 15 minutos. Quando menos eu esperava, depois de uma curva, atrás de mais uma lombada, lá estava a placa anunciando que havia chegado em Marampata, o nome da pequena vila que serve de acampamento. Um banquinho na sombra, um mirante com uma vista sensacional e o ar puro das montanhas, o lugar perfeito para parar e esperar a Ana e o Gustavo. Para completar, lá estava Choquequirao, uns cinco quilômetros adiante e praticamente na mesma altura em que eu estava.
A trilha serpenteia monranha acima, do outro lado do rio Apurimac, na trilha de Choquequirao, no Peru
Ao longe, uma grande cachoeira embeleza a paisagem da trilha para Choquequirao, no Peru
Meia hora depois chegou o arriero, que já seguiu com nossas mulas até a entrada do parque arqueológico. Outra meia hora e apareceram a Ana e o Gustavo, ele bem baqueado da subida. O sol tinha apertado no final e o ziguezague não terminava nunca, reclamou. Mas quinze minutos de descanso naquele oásis o revitalizaram e pouco depois, retomamos o caminho. Não demorou muito e chegamos à portaria, onde passamos por uma pequena burocracia. O guarda nos disse que éramos os primeiros de hoje e que apenas um casal estava lá dentro. O acampamento que dormiríamos fica em um dos terraços agrícolas das ruínas e estávamos a apenas 45 minutos de lá! A visão das ruínas já era estupenda deste posto de controle. Como não poderia deixar de ser, inúmeros terraços agrícolas construídos nas encostas íngremes, quase na beira do precipício, ficando a parte principal das ruínas no platô formado no alto das montanhas. O local onde ficam as barracas fica no meio do caminho entre esses terraços mais baixos e os templos acima.
Chegando ao acampamento de Marampata, a 2.900 metros de altitude, pouco antes de Choquequirao, no Peru
Ao final da interminável subida, o Gustavo está meio baqueado, na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru
Com toda a calma do mundo, fizemos a última parte da caminhada. Apesar do ponto inicial (posto de controle) e final (acampamento) estarem na mesma altitude, isso não quer dizer que não descemos e subimos um bocado entre eles. Mas nada que se compare com a subida da manhã. Chegamos e, logo depois, vieram as mulas. Armamos nossas barracas e ficamos curtindo o visual das nossas barracas, defronte a um vale 1.500 metros mais baixo do que nós, montanhas cobertas de neve de um lado e outras mais baixas do outro. Era de tirar o fôlego!
Na trilha para as ruínas de Choquequirao, no Peru, finalmente o final da subida de 1.400 metros de altitude
Trilha para Choquequirao, no Peru, já na metade do 2o dia
Por falar em fôlego, depois de um tempo de descanso, animamo-nos para subir até as ruínas principais, aquelas que estão fazendo a fama desse lugar crescer e ser chamado de “a nova Machu Picchu”. Queríamos ir antes que chegasse mais gente e assim foi. Escolhemos um caminho mais longo, que passou primeiro por outro setor de ruínas secundárias. Depois, diretamente para o coração de Choquequirao, a praça que já está no alto do platô.
Trecho final da trilha para Choquequirao, no Peru
Os primeiros terraços agrícolas de Choquequirao, no Peru, sempre em encostas íngrimes
Difícil descrever a emoção de lá chegarmos, depois de tantas horas de esforço árduo. Como é que construíram tudo aquilo aqui em cima? Todas aquelas pedras? Quem as carregou? A gente costuma se esquecer, mas não haviam mulas, cavalos ou bois por aqui. Lhamas não carregam pedras! Não usavam a roda! Então, veio tudo nas costas, mesmo. É incrível! Mais incrível ainda é a vista que se tem lá de cima. Acho que tinham fixação por lugares altos e inacessíveis. Agora, quando já está tudo pronto, aí não dá para reclamar, aquela vista toda, um mundo infinito à nossa volta e uma casinha confortável para podermos nos abrigar. Espetacular!
Chegando na praça central de Choquequirao, no Peru
As ruínas incas de Choquequirao, no Peru
Não é tão grande como Macchu Picchu, mas dizem que ainda falta muito para ser escavado. As paisagens ao redor são comparáveis sim, mas achei aqui mais alto e mais impressionante. As praças de Machu Picchu são mais amplas e há mais construções para se ver. Enfim, acho que são bem comparáveis, mas tem essa “pequena” diferença...
Explorando as ruínas de Choquequirao, no Peru
As ruínas incas de Choquequirao, no Peru
Chegamos aqui e não havia absolutamente ninguém! As ruínas eram nossas! Depois de uma hora de explorações, chegou um outro grupo, umas oito pessoas. Mas as ruínas são grandes o bastante para cada um explorá-la de um lado. Aqui também podemos ir aonde queremos, já que está tudo aberto. Em Machu Picchu, as praças foram fechadas e temos de seguir um circuito. Qualquer pisadinha do lado de lá da cerca e aparece um guarda apitando. Aqui, é o nosso bom senso que manda. Enquanto o tal teleférico não ficar pronto, funciona. Quando milhares de pessoas passarem a chegar, não tem jeito: regras tem de ser impostas pela preservação das ruínas. É o que acontece em Machu Picchu, onde chegam 2.500 pessoas por dia. Tem de organizar.
As incríveis ruínas de Choquequirao, no Peru
Maravilhado com a natureza grandiosa que circunda Choquequirao, no Peru
É claro que temos que pagar um preço por essa tranquilidade toda. E o preço são os dois dias de caminhada até aqui (e outros dois de volta!). A única alternativa é alugar uma mula para vencer a subida no lombo dela, o que também não é muito confortável. Nada que se compare com os trens com ar condicionado que levam os turistas à Machu Picchu.
Placa indicativa nas ruínas de Choquequirao, no Peru
Completamente a sós, observando as ruínas de Choquequirao, no Peru
Bem, nós exploramos as ruínas principais de alto a baixo, o fim da tarde se aproximando. Eu resolvi aproveitar os últimos minutos de luz direta do sol para descer do outro lado das ruínas, de onde vinha o sol. Quase uns duzentos metros abaixo das ruínas principais, desse outro lado, estão vários terraços agrícolas, uma vez mais dependurados em precipícios. Mas tem uma coisa que os torna especiais em todo o mundo inca. É o único lugar onde foram encontrados pictografias de lhamas, pedras brancas colocadas nos muros de pedra dos terraços formando o desenho dos animais. Sem ter planejado isso, acabei chegando lá exatamente no melhor horário do dia para observá-las, quando o sol está incidindo sobre elas de frente, com aquela luz mágica do final do dia. Um verdadeiro presente inesperado.
Passeando nas ruínas incas de Choquequirao, no Peru
Merecido descanso nas ruínas da cidade inca de Choquequirao, no Peru
Voltei ao topo da montanha e lá, nós três, em plena praça central de Choquequirao, paisagem sublime para todos os lados, sol se pondo atrás das montanhas, resolvemos que era chegada a hora. A hora da celebração por termos chegado em lugar tão especial. Foi para isso que carregamos uma deliciosa garrafa de vinho até lá encima. Com todas as honras, nós a abrimos e brindamos. Aos incas, à natureza e à oportunidade de estramos no lugar certo, na hora certa. E os deuses ainda nos brindaram com um céu aberto e uma temperatura agradável. De longe, os outros poucos turistas que ali se encontravam nos olhavam com uma cara de: “como foi que não pensamos nisso também?”. É, em Machu Picchu, não teríamos tido essa chance...
As famosas e fabulosas pictografias de lhamas, nas paredes de Choquequirao, no Peru
As famosas e fabulosas pictografias de lhamas, nas paredes de Choquequirao, no Peru
Vinho tomado e todos os brindes feitos, hora de voltar às barracas. Já bem escuro, com a ajuda de nossas lanternas, cruzamos outro setor de ruínas incas, que no escuro ficaram ainda mais mágicas e misteriosas. Depois, 15 minutos de trilha até o acampamento. Muita gente havia chegado, umas quinze pessoas talvez, mas deixaram para seguir até as ruínas amanhã cedo. É um grupo grande, sem guias, que está seguindo até Machu Picchu. Nós, meio com dor no coração, seguimos no sentido contrário, pois a tentação de continuar era grande. Alguma outra vez, quem sabe... Já recebemos muito mais do que esperávamos aqui de Choquequirao e só podemos agradecer por isso. E descansar também, pois 30 km de trilhas nos esperam.
Um mágico fim de tarde nas ruínas incas de Choquequirao, no Peru
1000dias nas ruínas incas de Choquequirao, no Peru
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