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Cristovao Lima (17/05)
Olá, Eu dei uma olhada por esses dias e vi que existe essa cidadezin...
PêEsse (05/05)
Vocês poderiam dizer que empresa contrataram para ir da Islândia à Gro...
Ana Gabriela (30/04)
Olá, gostaria de saber em que agência vcs alugaram esse fusca em Cozume...
Aletheia (02/04)
Bom dia! Por favor, qual o nome do café que vcs citam no post sobre Cart...
Ludovic Lamé (30/03)
Boa noite, vi que vcs adoraram a praia de pontal de maceio, a proxima ve...
Trecho de carta de Guevara em sua antiga casa em Alta Gracia, na Argentina
Menos de uma hora ao sul da cidade de Córdoba, em uma das muitas regiões serranas da província de Córdoba, está a pequena Alta Gracia, Patrimônio Cultural da Humanidade. Mais uma para aquela “lista” de que falei alguns posts atrás (veja aqui), outra atração hermana tão pouco conhecida de nós, brasileiros. Com certeza, com um título desses, valia um pequeno desvio na nossa rota rumo à Buenos Aires!
Tajamar, a represa construída pelos jesuítas em Alta Gracia, na Argentina
Patrimônio Cultural da Humanidade, a Estâncoa Jesuítica de Alta Gracia, na Argentina
São duas as grandes atrações na pacata cidade: primeiro, justamente a que fez Alta Gracia atrair a atenção da UNESCO, é o seu valor histórico e arquitetônico. Aí ficava, e na verdade é esta a sua origem, uma das mais belas Estâncias Jesuíticas criadas para abastecer de alimentos a cidade de Córdoba, onde ficava a principal sede dessa Ordem na América do Sul.
Patrimônio Cultural da Humanidade, a Estâncoa Jesuítica de Alta Gracia, na Argentina
Patrimônio Cultural da Humanidade, a Estâncoa Jesuítica de Alta Gracia, na Argentina
A segunda atração é mais recente. Para cá se mudaram os pais do pequeno Ernesto Guevara, na sua infância, para ajudar na saúde problemática do filho que era asmático. O ar serrano faria bem aos seus pulmões, foi a recomendação médica. O pequeno Ernesto passou aqui sua infância e parte da adolescência, antes de começar suas lendárias viagens pelo país e continente até se transformar no mais famoso, amado e sanguinário revolucionário do séc. XX. A casa onde morou a família Guevara foi transformada em museu e atrai visitas de admiradores de todo o mundo.
A casa onde viveu na infância Ernesto Che Guevara, em Alta Gracia, na Argentina
Quarto de pequeno Guevara, em Alta Gracia, na Argentina
Nós chegamos à cidade pouco depois do meio dia, justamente quando fechava o horário de visitas da Estância Jesuítica. Só pudemos conhecer os prédios do lado de fora, a Torre do Relógio e a represa construída para fornecer água às plantações e aos moinhos para fazer a farinha. Ela é conhecida pelo nome de Tajamar e é uma delícia caminhar pela sua orla, sempre na sombra das árvores.
Um jovem Che Guevara viajando de bicicleta pela Argentina, em museu em Alta Gracia, na Argentina
Quanto à própria Estância, a igreja e o museu, só iriam reabrir depois das duas da tarde e aproveitamos esse tempo para ir conhecer a casa onde viveu Chê. A cidade é bem tranquila, lembra muito as cidades serranas brasileiras, ar puro e pouco movimento nas ruas. Em cinco minutos, a Fiona nos levou até a simpática casa, um garoto de bronze sentado na mureta, assim como costumava ficar o pequeno Ernesto.
Guevara atravessando rio amazônico de balsa com seu companheiro, foto em museu de Alta Gracia, na Argentina
A casa é pequena, uns poucos cômodos e o quintal ainda caracterizados como na época em que a família lá vivia. As paredes repletas de fotografias antigas, mapas das viagens de Chê e trechos de seus discursos mais famosos. Além disso, uma motocicleta do mesmo modelo daquela em que ele iniciou seu primeiro giro pela América do Sul, na companhia de um grande amigo. História retratada no belo filme “Diários de Motocicleta”.
Já houve tempo em que eu fui mais fã de Che Guevara. Mas a idade e o melhor conhecimento de tudo o que ele fez acabaram com aquela imagem pueril que eu tinha do revolucionário idealista que lutava pelo bem dos pobres e oprimidos. Enfim, conheci também o lado sanguinário irracionalmente racional desse incansável lutador. Hoje, entre a sua soma de defeitos e soma de qualidades, acabo pendendo para o primeiro, mas isso não impede que eu continue admirando muito do que fez e, principalmente, a força de suas convicções.
Mapa mostrando as viagens de Che Guevara pela América Latina, em museu de Alta Gracia, na Argentina
Exemplar da mesma motocicleta que Che Guevara iniciou sua mítica viagem pela América Latina, em Alta Gracia, na Argentina
Como não poderia deixar de ser, principalmente em meio a essa nossa jornada pelas Américas, impossível eu não me curvar a este lado “viajante” de Chê Guevara. Eu já sabia muito sobre aquela viagem de moto que inspirou o filme, mas aqui no museu pudemos ler sobre as outras que fez. Ele começou cedo, viajando de bicicleta por seu próprio país. Viagens longas, próprias de um sonhador e aventureiro. Ver uma foto sua, quando ainda se parecia um de nós, é emocionante.
Trecho da última carta de Che Guevara a seus filhos, em museu de Alta Gracia, na Argentina
Mais tarde, rodou a América Latina três vezes. Foi a Machu Picchu na década de 50! Tentou subir o Monte Orizaba, montanha mais alta do México, exatamente como eu fiz. Que interessante deve ter sido ver a América da década de 50, suas estradas, sua cultura, seus problemas. É uma história que eu já conhecia, por alto, mas ver as fotos e estar aqui no mesmo lugar que ele viveu, nos faz chegar muito mais perto daquela realidade.
Visita de Fidel e Chavez ao museu de Che Guevara em Alta Gracia, na Argentina
A Ana e o Ernestito, o pequeno Guevara na sua antiga casa em Alta Gracia, na Argentina
Quem também esteve por aqui foi seu companheiro Fidel Castro, acompanhado de um ainda saudável e sorridente Chavez. Interessante ver a foto do Fidel e vários dos amigos de infância do Chê, todo mundo tentando falar e ninguém ouvido ninguém, tudo aqui na mesma varanda onde tiramos a foto da Ana e do garoto Ernesto olhando a vida passar na rua em frente.
Visitando a Estância Jesuítica em Alta Gracia, na Argentina
Visitando a Estância Jesuítica em Alta Gracia, na Argentina
Enfim, deixo aqui minhas mais sinceras homenagens a este Chê viajante e aventureiro, numa época quando viajar era muito mais romântico do que hoje, em que se pode chegar de estrada asfaltada a quase todos os cantinhos do nosso continente. Quanto ao Chê revolucionário, como já disse, admiro a convicção, mas compadeço-me das centenas de vítimas e mesmo de seus filhos, que trocaram o pai por uma bela carta, sinceros conselhos e boas intenções. Mas, como diz o ditado, de boas intenções o inferno está cheio...
Visitando a Estância Jesuítica em Alta Gracia, na Argentina
Quarto dos antigos missionários que viviam na Estância Jesuítica de Alta Gracia, na Argentina
Chega de Chê, que depois de 50 anos, ainda disputa a liderança na venda de camisetas com outro ícone pop, Bob Marley, e voltemos aos jesuítas. Foram eles que colonizaram essa terra, domesticaram suas águas e a transformaram num celeiro para Córdoba e para o país. Agora sim, a igreja e o museu estavam abertos e para lá fomos eu e a Ana, ávidos por uma arquitetura colonial.
Visão da torre do relógio e do Tajamar, de dentro da Estância Jesuítica em Alta Gracia, na Argentina
As arcadas e colunas da Estância Jesuítica de Alta Gracia, na Argentina
Passeamos um bom tempo pelas arcadas e jardins das construções do séc. XVII, deliciamo-nos com suas pinturas, afrescos e livros ali expostos e nos imaginamos vivendo naquele tempo e naquela realidade. Não custa muito tempo para concordar com a UNESCO na sua intenção de preservar tudo aquilo!
As arcadas e colunas da Estância Jesuítica de Alta Gracia, na Argentina
Um dos belos afrescos na Estância Jesuítica de Alta Gracia, na Argentina
Por fim, era a hora de algo mais mundano mesmo: cuidarmos do estômago! Um lanche rápido seguido de espetacular “postre” (sobremesa!) e estávamos “listos” (prontos!) para seguir em frente, rumo à Villa Nueva, onde um grande amigo que ainda não conhecemos pessoalmente (viva a Internet!!!)nos espera de braços abertos!
Sobremesa irresistível em Alta Gracia, na Argentina
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