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Rumo à Ilha de Pascoa

Chile, Ilha de Pascoa, Ilha De Pascoa, Hanga Roa

Fim de tarde em Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico

Fim de tarde em Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico


Hoje de manhã embarcamos para a Ilha de Pascoa, um sonho antigo sendo finalmente realizado. Para trás ficaram o Chile e a América do Sul, as alegrias e as tristezas dos últimos dias. Nosso foco, ao menos nos próximos quatro dias, deve e vai mudar completamente. De um continente para uma ilha, de uma cultura americana para uma polinésia, das rodas da Fiona para o esforço dos nossos pés. Enfim, uma viagem dentro de uma viagem.



Um mundo de oceano separa esses dois mundos, essas duas viagens. São pouco mais de 3.500 km de distância, em mais de quatro horas de voo desde Santiago, a capital do Chile. Para nós, nãos é a primeira vez que nos embrenhamos tanto nesse Oceano Pacífico nesses 1000dias explorando a América. Não é a primeira, mas será a última, o que faz essa viagem ainda mais especial. Já havíamos estado em Galápagos e no Havaí, mas é mesmo a Ilha de Pascoa a mais isolada de todas elas, praticamente um terço do caminho até a Nova Zelândia ou Austrália.

Os três conjuntos de ilhas no Oceano Pacífico  que visitamos nos 1000dias: Havaí, Galápagos e Ilha de Páscoa

Os três conjuntos de ilhas no Oceano Pacífico que visitamos nos 1000dias: Havaí, Galápagos e Ilha de Páscoa


Pois é, pode parecer longe de avião, imagina de barco. E foi assim mesmo, de barco, que seus habitantes originais chegaram à ilha, há cerca de 1.200 anos, vindos de outras ilhas polinésias. O mesmo povo que também chegou ao Havaí, à Nova Zelândia e àquela infinidade de ilhas que compões arquipélagos como a Micronésia, a Melanésia ou a Polinésia. Mas pelo menos nesses arquipélagos, as distâncias não eram tão grandes. O que impressiona mesmo é a chegada a locais tão isolados e perdidos no oceano, como a Ilha de Pascoa e o Havaí. Mas o fato é que esses valentes guerreiros do mar lá chegaram, como nos testemunham tanto seus descendentes que ainda vivem aí como grandes obras que são a marca registrada da ilha.

As migrações polinésias pelas ilhas do Pacífico. Teriam chegado à América?

As migrações polinésias pelas ilhas do Pacífico. Teriam chegado à América?


Quem olha no mapa a rota desses antigos navegantes se pergunta: se vieram até aqui, porque não chegaram também à América do Sul? Será que não? A existência de batata-doce, uma planta tipicamente americana, no Havaí e de construções com a marca registrada dos Incas na Ilha de Pascoa parecem mostrar que pelo menos algum contato houve. Algo que, até hoje, nossa ciência e historiadores ainda não conseguiram esclarecer.

No aeroporto de Santiago. no Chile, embarcando para a Ilha de Páscoa

No aeroporto de Santiago. no Chile, embarcando para a Ilha de Páscoa


O magnífico cenário da cordilheira dos Andes, ao redor de Santiago, no Chile, no nosso voo para a Ilha de Pascoa

O magnífico cenário da cordilheira dos Andes, ao redor de Santiago, no Chile, no nosso voo para a Ilha de Pascoa


Enfim, o que se sabe é que, por quase mil anos, os habitantes de origem polinésia prosperaram na Ilha de Pascoa.. Mas a superpopulação, a destruição das florestas da ilha e alguma mudança climática levaram aquela civilização a implodir. Guerras internas devastaram os diversos clãs e os antigos e míticos Moais, as gigantescas estátuas de pedra retratando rostos humanos, foram todos derrubados ou destruídos. Esse caos na ilha coincidiu com a chegada dos primeiros europeus, em meados do séc. XVIII. O contato com essa nova civilização foi ainda mais destruidora para os povos originários, que chegaram bem perto da extinção.

O continente fica para trás, rumo à Ilha de Páscoa, no meio do Oceano Pacífico!

O continente fica para trás, rumo à Ilha de Páscoa, no meio do Oceano Pacífico!


Chegando à Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico

Chegando à Ilha de Páscoa, em pleno Oceano Pacífico


Felizmente, a partir do início do séc. XX a população começou a se recuperar, mas não mais com o sangue puro de outrora. Houve miscigenação com imigrantes europeus e também com polinésios de outras ilhas, como o Taiti. Parte da cultura se perdeu nesse processo e hoje, lentamente, os descendentes tentam reaprender o que foi esquecido.

Aterrisando na Ilha de Páscoa, no meio do Oceano Pacífico

Aterrisando na Ilha de Páscoa, no meio do Oceano Pacífico


Ainda no aeroporto, comprando as entradas para o Parque Nacional da Ilha de Páscoa

Ainda no aeroporto, comprando as entradas para o Parque Nacional da Ilha de Páscoa


Desde o final do séc. XIX que a ilha pertence ao Chile. Desde o final da década de 60 que ela passou a receber turistas, depois que Páscoa passou a fazer parte de uma rota aérea que liga o Chile à Oceania. Hoje, são cerca de 65 mil deles anualmente e a ilha luta para manter suas antigas tradições semi-esquecidas em meio a tantos visitantes.

Mapa da Ilha de Páscoa, mostrando a localização de Hanga Roa, do aeroporto, dos vulcões, estradas, trilhas e das ruínas da ilha

Mapa da Ilha de Páscoa, mostrando a localização de Hanga Roa, do aeroporto, dos vulcões, estradas, trilhas e das ruínas da ilha


Para essa ilha voamos hoje e certamente, durante os próximos dias, vamos aprender muito mais sobre sua história, geografia, cultura e gente do que aprendemos nos guias de turismo. Por enquanto, sabemos que é uma ilha de formato triangular, antigos vulcões extintos em cada uma das pontas, seus cerca de 6.700 habitantes concentrados na única cidade da ilha, Ranga Roa, de leste a oeste, pouco mais de 20 km, de norte a sul, não passa de 12 km, altitude máxima de 500 metros, apenas uma praia de verdade, muitas cavernas e ruínas para serem exploradas.

Recepção calorosa do nosso hotel, ainda no aeroporto da Ilha de Páscoa

Recepção calorosa do nosso hotel, ainda no aeroporto da Ilha de Páscoa


Chegando ao aeroporto da Ilha de Páscoa.

Chegando ao aeroporto da Ilha de Páscoa.


Nosso tempo por aqui será de 5 dias. A maioria dos turistas fica um pouco menos do que isso, mas há aqueles que vem para ficar um mês, conhecem toda a ilha a pé ou de bicicleta e até aprendem um pouquinho da língua. Mas as companhias turísticas oferecem day-tours que passam pelos pontos mais importantes da Ilha de Páscoa em cerca de 8 horas, Nós ainda não decidimos nosso roteiro, mas pretendemos mergulhar, caminhar muito, alugar um carro algum dia e até fazer algum tour, para ter uma primeira visão da ilha.

Caminhando pela orla de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Caminhando pela orla de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


É bom vir para cá já com o hotel reservado, embora não seja impossível encontrar por aqui. Mas vai ser mais trabalhoso e, muito provavelmente, mais caro. Depois de longa pesquisa, nós reservamos no Residencial Vaianny e a Joana, a proprietária, ficou de nos pegar no aeroporto. Então, decolamos já tranquilos, a história do vidro quebrado na noite anterior temporariamente esquecida. Foi lindo ganhar altura sobre Santiago e ver as montanhas nevadas dos Andes ficarem para trás.

A paisagem não deixa dúvida: a Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico, tem origem vulcânica!

A paisagem não deixa dúvida: a Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico, tem origem vulcânica!


Surfista aproveita as ondas no mar de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Surfista aproveita as ondas no mar de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Alguns minutos depois, cruzávamos a costa chilena e agora, era a América do Sul que ficava para trás. Com tanto tempo de voo, dá até para assistir um filme. A Ana assistiu o filme chileno “No”, sobre o plebiscito que deu fim à ditadura de Pinochet e gostou muito. Vou ter de assistir na volta! Eu li um pouco e dormi, para despertar com o avião já sobrevoando a Ilha de Páscoa. Emocionante, ver aquele pontinho no meio do oceano azul, infinito!

Escultura no litoral de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Escultura no litoral de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


O primeiro Moai, a gente nunca esquece! (em Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico)

O primeiro Moai, a gente nunca esquece! (em Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico)


O nome “ilha de Pascoa” foi dado pelos europeus porque (adivinhem!), ela foi descoberta num domingo de Páscoa. Sempre tiveram muita criatividade! O nome original, cada vez mais usado, é Rapa Nui. Será o nome que vou usar daqui em diante. Pois bem, chegamos ao aeroporto de Rapa Nui, compramos nossas entradas para o parque nacional que ocupa mais de um terço da ilha (a entrada é muito mais barata aqui no aeroporto!) e fomos recebidos no saguão pela Joana, que nos presenteou com um colar de flores, tradição polinésia, para já irmos entrando no clima.

As ruínas de Tahai, a 15 minutos de caminhada de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico

As ruínas de Tahai, a 15 minutos de caminhada de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico


Depois, ele nos levou, de carro, para um rápido tour em Hanga Roa, a pequena cidade-capital de Rapa Nui, pelo menos para a gente já ter uma certa noção de direções e, por fim, nos levou par a pousada para nos instalarmos. Agora, já sabíamos onde era a igreja, o banco (sim, tem ATM na ilha!), o correio, o mercado, a rua de restaurantes e a praia.

As ruínas de Tahai, a 15 minutos de caminhada de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico

As ruínas de Tahai, a 15 minutos de caminhada de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui (ou Ilha de Páscoa), no Oceano Pacífico


Pouco tempo depois, já estávamos caminhando por ali, nosso primeiro passeio de verdade em Rapa Nui, para respirar o ar e nos sentirmos na ilha. Fomos para a orla, admiramos a linda paisagem de pedras e areia, alguns surfistas pegando onda e o imponente vulcão ali do lado. Para lá, vamos de carro um outro dia. O caminho era no sentido oposto, rumo aos nossos primeiros Moais e Ahus.

Um dos Moais de Tahai. ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Um dos Moais de Tahai. ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Ainda vou falar disso depois, mas “Ahus” são altares de pedra e “Moais” são as típicas estátuas de Rapa Nui, homenagens que se faziam aos ancestrais. Foi a construção desses Moais que girava toda a economia da ilha, movimentava quase toda a população e, no final, foi responsável pela destruição das florestas e a decadência da civilização.

Admirando os incríveis Moais de Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Admirando os incríveis Moais de Tahai, ao lado de Hanga Roa, a única cidade de Rapa Nui ou Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Esses Moais já faziam parte do meu imaginário há décadas e quando vemos o primeiro deles, é simplesmente emocionante! É nesse momento que realmente acreditamos: “Sim, estou aqui, no meio do Oceano Pacífico, na famosa Ilha de Pascoa!”.

Um belíssimo pôr-do-sol em Tahai, ruína ao lado de Hanga Roa, a única cidade da Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Um belíssimo pôr-do-sol em Tahai, ruína ao lado de Hanga Roa, a única cidade da Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico


Pois é, essa vai ser nossa casa pelos próximos 4 dias (um já foi...). Vamos ver e aprender muito. Mas agora, só queríamos relaxar e admirar o fim de tarde com todos aquels Moais a nossa frente. Pode ser normal para quem vive aqui, mas para nós, isso é muito, muito especial!

Junto aos Moais de Tahai, admirando o nosso primeiro pôr-do-sol na Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Junto aos Moais de Tahai, admirando o nosso primeiro pôr-do-sol na Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico

Chile, Ilha de Pascoa, Ilha De Pascoa, Hanga Roa, Arquitetura, história

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A pobre Fiona tem os vidros quebrados pela segunda vez em 5 dias, dessa vez no estacionamento de um supermercado em Santiago, capital do Chile
Com o Pablo e a Andrea no restaurante Venezia, em Santiago, capital do Chile
Pablo Neruda e sua esposa, Matilde Urrutia
Santiago, capital do Chile, em frente ao Museu de Bellas Artes
A praia de Viña del Mar, no Chile
Prédio do Comando Naval, na Plaza Sotomayor, em Valparaiso, no Chile
Represa no Valle del Elqui, no Chile
Depois de alguns poucos minutos na praia, a desagradável surpresa, ao reencontrar a Fiona com os vidros arrombados, em Totoralillo, na região de La Serena, no Chile
Até s pelicano admira o fantástico pôr-do-sol na praia de Totoralillo, na região de La Serena, no Chile
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