0
arqueologia cachoeira Caribe cidade histórica Estrada mar Mergulho Montanha parque nacional Praia Rio roteiro Trekking trilha
Alaska Anguila Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Galápagos Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Venezuela
Patricia (07/03)
Oi, fiquei muito interessada em conhecer teotihuacan, e ir com alguns ami...
Cássio Ribeiro (07/03)
kkkk se fusca passa kkkk. Procura se informar sobre a história do projet...
Zachary (05/03)
Vcs passaram bem pertinho a um dos meus sitios preferidos no Novo Mexico ...
Hudson (04/03)
Olá amigo. Gostaria de tirar algumas dúvidas sobre umas pegadas que enc...
Rubens Gluck (04/03)
Voces dois sao geniais! Tenho certeza que cada um dos amigos que acompanh...
Ruínas seculares com vista para o mar, em Aruba
Aruba faz parte das Antilhas Holandesas localizadas na costa da Venezuela conhecidas como “ABC”- Aruba, Bonaire e Curaçao. Embora seja ligada politicamente à Holanda, os americanos já dominaram a ilha há tempos. Por isso quando eu pensava em Aruba, logo imaginava grandes hotéis, cassinos, restaurantes e lojas de marca.
Oranjestad, capital de Aruba, cheia de lojas de grife
Uma ilha de 120.000 pessoas que representam mais de 95 nacionalidades, todos em busca de um lugar tranquilo para sua aposentadoria, desde que seja um paraíso com uma boa infra-estrutura. A língua oficial é o papiamento, uma mistura de português, espanhol, holandês, dialetos africanos, etc. Porém nas zonas turísticas o inglês domina completamente.
Palm Beach vista do farol no norte da ilha (Aruba)
É claro que como estamos no Mar do Caribe, deveríamos encontrar também algumas praias paradisíacas. Eu não estava de toda errada, mas um território de 180km2 deve ter muito mais a oferecer que arranha-céus, resorts e jogatina.
Nós não éramos os únicos a fotografar o maravilhoso pôr-do-dol em Palm Beach - Aruba
Tivemos pouco tempo para explorar a ilha, por isso durante o dia aproveitamos para ficar longe do Low e do High Rise na Palm Beach, alugamos um carro e saímos conhecer a ilha. Começamos pela Capela Alto Vista, a primera igreja Católico Romana de Aruba. Um lugar que inspira muita paz e tranquilidade com vista para o mar.
Bela igreja no norte da ilha de Aruba
Foi construída pelos índios e espanholes em 1750 e frequentemente a chamam de la Iglesia de los Peregrinos, já que no caminho encontramos à beira da estrada vária cruzes brancas com frases do calvário nas duas “línguas oficiais” da ilha. Para os arubianos em particular, é um lugar especial de paz e contemplação.
Para quem fala português ou espanhol, não é difícil ler em papiamento, a língua local de Aruba
Com a alma repleta de boas energias, seguimos para um dos principais marcos naturais da Ilha, chamada Ponte Natural. Formada pelas intempéries da maré, a ponte principal já desabou, mas ainda sobrou parte dela em pé para contar a história.
A "Ponte de Pedra", uma das atrações turísticas da ilha de Aruba
Ali perto encontramos as Ruínas de um Gold Mill. A mina de ouro de Bushiribana, localizada na costa norte, processou minério durante toda a corrida pelo ouro no século XIX. Descoberto aqui em 1824, a indústria de ouro de Aruba chegou a produzir cerca de 1.500 toneladas neste período. Foi desta busca incansável pelo ouro em mares caribenhos que nasceu o nome da ilha, derivado da expressão “Oro Ruba” que quer dizer “Ouro Vermelho”.
Explorando ruínas a beira-mar em Aruba
Ainda dentro dos limites do Arikok Nacional Park conhecemos também a piscina natural, um ponto de beleza cênica espetacular, é um dos melhores banhos de mar da ilha. Águas tranqüilas e abrigadas com muitos peixinhos para um snorkel. A maioria dos turistas chega lá de bugue ou carros 4 x 4.
Idílica praia no sul de Aruba
Nós, como alugamos o carro mais barato que existia, aproveitamos para dar uma boa caminhada de uns 40 minutos até a piscina. Tivemos a sorte grande de encontrarmos a pequena piscina em um intervalo entre grupos de turismo e pudemos aproveitá-la sozinhos! Logo chegou um grupo grande, dentre eles muitos brasileiros, com seus equipamentos para snorkel, incluindo botinhas de neoprene e colete salva-vidas. Surreal!
Piscina natural na parte sul da ilha de Aruba
Depois de um dia de muitas explorações, não podíamos deixar de aproveitar um pouco da infra-estrutura da ilha. Morreeeendo de saudades de um bom churrasco brasileiro, não comemos o dia inteiro “guardando espaço” para a noite irmos na Churrascaria Texas Brazil. Por quase duas horas eu me teletransportei ao Brasil, no buffet de saladas intermináveis, com queijos deliciosos e aquela picanha! Ai que delícia. Para lembrarmos que estávamos em Aruba, pedi como drink a especialidade da casa: sangria, vinho com frutas. Não combinou... uma cervejinha, caipirinha ou até uma coca-cola cairiam muuuito melhor.
Tirando a barriga da miséria na churrascaria brasileira "Texas do Brasil", em Palm Beach - Aruba
Todo este roteiro cabe bem em um dia, assim tivemos o nosso primeiro dia de trabalho, contemplação e uma ravezinha básica na praia, em frente ao Mambo Beach. Os DJs não eram lá essas coisas, deviam ser amigos do dono, mas já foi uma boa festa de boas vindas ao Caribe.
Festa na praia de Palm Beach, em Aruba
Ah! E as praias? Pois é, elas existem, ouvi dizer que são artificiais. Tem uma faixa de areia estreita e para alcançá-las é necessário despir-se de qualquer pudor e atravessar os grandes hotéis e resorts como se você fosse um hóspede. Perguntar e pedir passagem aos funcionários também funciona.
Praia no norte de Aruba, cor típica do Caribe
Bandeira em Inhaí - MG
Cruzamos a imponente Serra do Espinhaço de Inhaí até Diamantina. Descobrimos um caminho alternativo que ao invés de voltar à Mendanha, seguia por dentro do Parque Estadual de Biribiri. Uma pequena vila que cresceu em torno de uma indústria têxtil, Biribiri possui dentre seus atrativos turísticos uma vila particular que foi toda restaurada, com direito à uma igrejinha, restaurantes e bares, além de diversas cachoeiras como a dos Cristais e a Sentinela.
Cachoeira dos Cristais, próxima à Diamantina - MG
Mais alguns quilômetros e finalmente chegamos à Diamantina, terra dos diamantes, das serenatas e de um dos homens mais importantes na história do Brasil, Juscelino Kubistchek.
A casa de JK, em Diamantina - MG
JK nasceu em Diamantina em 1902, seu pai João Cesar, era da cidade vizinha de Mendanha. Seresteiro, inquieto e cidadão atuante na comunidade de diamante no início do século XX, faleceu pouco depois, quando JK possuía apenas 3 anos. Fato curioso foi que quando Juscelino nasceu, João Cesar correu à casa de seu tio e disse: “Acaba de nascer o futuro presidente do Brasil!” Isso que era um homem de visão!
O pequeno quarto de JK, em Diamantina - MG
Criado pela mãe e irmã Naná, Nonô, seu apelido de criança, teve uma educação muito disciplinada e desde cedo tomou muito gosto pelos estudos. Quando não estava na escola em que sua mãe trabalhava, estava em seu pequeno quarto estudando e lendo o que lhe viesse às mãos. Decidido a quebrar a sua sina de trabalhador comum e fazer história, Nonô se empenhou nos estudos para entrar na faculdade de medicina na capital, que depois o levou a Paris e Berlim. Inspirado por seu tio-avô, poeta e vice-presidente da província de MG, João Nepomuceno Kubistchek, alçou vôos maiores e iniciou sua carreira política. Daqui para frente quase todos sabemos bem de sua biografia política, até a sua estranha morte, pouco antes da abertura política após a ditadura militar.
Paço em Diamantina - MG
Andar pelas ruas de Diamantina e conhecer a casa da Rua São Francisco, onde viveu JK é uma aula de história e cultura de arrepiar! Sentimos viva a sua memória e emocionamos ao ver saudosos anciãos relembrarem dos bons tempos em que JK governava o nosso país. Realmente nossos ícones políticos decaíram bastante, hoje temos que nos contentar com Lulas e Dilmas.
Final de tarde em Diamantina - MG
Casa da Glória, com o famoso passadiço, em Diamantina - MG
A Igreja do Rosário, o Caminho dos Escravos, a Praça JK, Catedral Municipal e a Casa da Glória. Um cenário que faz pensarmos que ainda estamos no século XVIII, a não ser pelos carros afoitos que sobem e descem estas ladeiras de pedra. A Vesperata, serenata que acontece nas sacadas das antigas mansões na Praça Correa Rabelo, reúne diversos músicos regionais em uma antiga tradição dos diamantes. São centenas de espectadores, pagantes ou apenas curiosos que rodeiam a praça para ouvir as canções de um tempo de diamantes e JKs, que não mais voltarão.
Boteco em Diamantina - MG
A linda imagem do deserto florido, entre Tacna e Arequipa, no Peru
Mais um dia de muita estrada. Hoje rodamos em torno de 700km de estrada entre Iquique, no Chile e Arequipa, no Peru. Nos despedimos da cidade praiana britânica do alto do mirador do parapente, onde já ficamos meio depressivos por não poder ficar mais um pouco e saltar. Fazer o que, não podemos ter tudo! Rsrs!
Parapente nos céus de Iquique, no norte do Chile
O dia era longo e ainda incluía os trâmites burocráticos fronteiriços, que nunca sabemos quanto tempo pode levar. Logo depois de Arica encontramos o complexo fronteiriço, subimos em um refeitório meio improvisado que vendia os formulários para entrarmos no Perú. É estranho mesmo, mas é assim que funciona. 8 vias de um dos formulários preenchidos, mais 2 de outro e logo estávamos chegando ao Peru.
Chegando ao Peru!
Ali demorou um pouco mais, os oficiais de aduana estão acostumados com carros chilenos que vem de Arica até Tacna, se o carro vai além desta cidade e por um período maior, eles precisam emitir um documento especial. Aí o sistema caiu, a impressora não funcionava... mas tudo bem, assim acabamos ganhando uma aula sobre a atual conjuntura política do país. Resumindo, ela não votou no Ollanta, ele é mais esquerdista e populista, porém para se eleger acabou abrandando sua sede comuna, mas está amarrado pois não tem a maioria no congresso. Parte dessa história a gente já conhece, vamos ver qual rumo ela irá tomar aqui. “É tudo muito novo, vamos ver se este novo presidente vai dar conta do recado”, diz ela.
Exibir mapa ampliado
Atravessamos a cidade de Tacna e logo tivemos uma das maiores surpresas do dia. Começou a agora o período das lomas, quando a umidade chega ao deserto e ele fica completamente florido! Lindíssimo!
A linda imagem do deserto florido, entre Tacna e Arequipa, no Peru
Seguimos a Panamericana Sur, apreciando o monocromático litoral do pacífico, até adentrarmos a região de Arequipa. Chegamos à cidade já era noite, estávamos cansados e completamente esfomeados. Depois de instalados no nosso Hostal Torres de Ugarte (um xuxuzinho e bem localizado), pedimos uma dica de um lugarzinho para comer, ali perto mesmo, algo gostoso e simples. A dona (e/ou gerente) do hostal nos indicou um restaurante chamado El Paladar, uma quadra dali. Mal sabíamos a surpresa que nos aguardava! Um restaurante bacanérrimo! Estávamos tão sem forças e ao mesmo tempo tão precisados que acabamos decidindo nos dar a este luxo e provar o que a alta gastronomia peruana tinha a nos mostrar. O meu prato foi uma Alpaca a La Parilla com risoto de quinoa à piamontese, acompanhando salada. Divino! O Ro quis a mesma carne mas com um acompanhamento de purê de batatas fúcsia (magenta, cor-de-rosa). Sabe Deus o que dava essa cor ao purê, mas ele adorou! Acompanhando tudo isso, o Enzo, nosso garçom somelier nos indicou um vinho chileno da uva Sauvignon Franc de tomar ajoelhados! Essa surpresa mudou completamente nosso humor e o ânimo de chegada à uma das maiores e mais belas cidades peruanas. Bem vindos à Arequipa!
Arte rupestre em baixo relevo, tradição Itacoatiara, em Ingá - PB
Começamos a nossa jornada de volta ao litoral. Confesso que desta vez, deixo o sertão com uma vontade de não ir... uma saudade de ficar... Mas temos que continuar a viagem, continuar explorando e conhecendo as Américas.
Visitando a famosa pedra com arte rupestre em Ingá - PB
Ainda antes de chegarmos novamente na costa, passamos pela região Campina Grande, a segunda maior cidade da Paraíba, centro de tecnologia da computação e eletrônica. Os melhores cursos e indústrias eletro-eletrônicas do nordeste estão sediadas aqui. Há apenas alguns quilômetros encontramos o pequeno município de Ingá, onde foram descobertas as mais importantes inscrições pré-históricas em baixo relevo do mundo.
Ossos de Preguiça Gigante em museu em Ingá - PB
Às margens do rio, onde uma pedreira extraía paralelepípedos para as ruas de João Pessoa, foi encontrada a Pedra do Ingá. É impressionante a perfeição dos desenhos e símbolos inscritos nesta pedra. Desenhos de lagarto, homens, espirais e até uma espiga de milho aberta estão ali. Este último foi adotado como o símbolo da cidade, incluídos no seu brasão e bandeira. A pedra foi descoberta na década de 40, possui aproximadamente 5 x 2m e está isolada de qualquer outra ocorrência semelhante. As pinturas rupestres da Pedra do Ingá são únicas no mundo! Por isso toda a pictografia em baixo relevo encontrada no Brasil recebeu uma mesma denominação, sendo conhecidas como a tradição Itacoatiara.
Arte rupestre em baixo relevo, tradição Itacoatiara, em Ingá - PB
O Seu Renato foi o primeiro a cuidar deste local, trazido pelo Governador e Prefeito há 23 anos, ele conhece a história da região como ninguém. Vários historiadores e arqueólogos que passaram por ali registraram a dedicação de Seu Renato a este Patrimônio Histórico da Humanidade. Hoje um parque municipal o balneário à margem do rio de Ingá passou a ser mantido pela prefeitura, com uma funcionária responsável há apenas 8 meses, empenhada em aprender sobre a (pré) história do local. O único sustento de Seu Renato agora é o bar e a banquinha com alguns livros e camisetas do Ingá.
Riacho ao lado da pedra com arte rupestre em Ingá - PB
Partimos finalmente do sertão, ainda mais apaixonados e saudosos. Chegamos à Ilha de Itamaracá a tempo de um almoço à beira do mar, em frente à Coroa do Avião, no restaurante da cigana Euzira. Fim de tarde, o sol se pôs e nós voltamos à trabalhar. O tempo mudou... parece que vem chuva... Será que chove amanhã?
Barco leva e trás pessoas para a Coroa do Avião, em Itamaracá - PE
Depois das cachoeiras, voltamos ao hotel, trabalhamos um pouco, enquanto aguardávamos pelos nossos “anfitriões” em Carrancas, Quilia e Rodrigo. Rodrigo é amigo do Aroldo e da Nê lá de Perdões e que administra uma fazenda aqui em Carrancas. Ambos estavam trabalhando durante o dia todo, mas havíamos combinado de nos encontrar à noite, antes de seguirmos viagem para São Tomé.
Rodrigo apareceu aqui na nossa pousada perto das 20h e já engatamos numa prosa boa. Bem que Quilia havia falado que ele era “gente boa dimais, engraçado dimais!”. Não demorou muito sugeri que fôssemos jantar em algum lugar por aqui mesmo. Mineiro é um povo muito hospitaleiro, então logo Rodrigo falou “Se tivessem avisado antes a gente fazia uma carne procês lá em casa, uai, assava uma carne e tomava uns lá”. Foi a nossa oportunidade! Estávamos super curiosos para conhecer a fazenda, muito falada pela Ne e pelo Aroldo.
“Ara”, não deu dois minutos e já estava tudo armado! Rodrigo convidou o Quilia e rumamos para a casa dele, na fazenda Serra das Bicas. Cervejinha de cá, pinguinha de lá e enquanto isso descongelava a carne.
O Quilia, cozinheiro experiente, acertou em cheio o tempero. Novamente nos esquentamos ao lado do fogão à lenha em meio a vários causos contados pelo Rodrigo. Eu parecia uma criança de 5 anos perguntando tudo sobre a fazenda. Porque? Como? Quando? Onde? E assim meus conhecimentos sobre esse mundo rural, ou melhor, agropecuário estão aumentando significativamente!
Pra variar, engatei na prosa e o Ro teve que me puxar para ir embora... Mas, como dizem os mineiros... “fazê u quê?”
Pico do Cristal ao fundo, na trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Pico da Bandeira, com 2895m é o terceiro maior do Brasil e já foi considerado o ponto mais alto do país no período do Império. Seu nome surgiu quando D. Pedro II ordenou a colocação de uma bandeira no seu cume. No começo da década de 70 o Pico da Bandeira perdeu o seu posto de maior montanha brasileira para o Pico da Neblina e o 31 de Março, primeiro e segundo lugares consecutivos. Ele estava na minha lista há muito tempo e hoje finalmente consegui realizar mais este sonho.
Cartaz na portaria Capixaba do Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Seis e meia da manhã e já estávamos em pé nos preparando para a subida ao Pico da Bandeira. Como o Rodrigo já havia subido mais duas vezes, eu estava tranqüila, mas ele também não conhecia a trilha pela portaria capixaba. O Parque Nacional Serra do Caparaó fica exatamente na divisa entre o estado de Minas Gerais e o Espírito Santo. A portaria da cidade mineira é a mais antiga e por isso também a mais utilizada. A caminhada por começa na Tronqueira, de onde se segue em torno de 4,5km até o Terreirão, ponto de acampamento com uma bela infra-estrutura. Nosso plano inicial era fazer esta caminhada, dormindo no primeiro dia no Terreirão e no segundo dia de madrugada caminharíamos os outros 4,5km até o pico para ver o sol nascer e retornaríamos para a Tronqueira. Eu já estava preparada para isso, inclusive imaginando uma subida pesada, afinal estamos falando da terceira maior montanha do Brasil.
Placa indicativa na trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Ontem, a caminho da cidade de Alto Caparaó para realizar este plano passamos pela cidade de Pedra Menina, onde vimos a placa de portaria do parque. Eu estava curiosa, pois havia visto no mapa que havia esta portaria por ali, resolvemos verificar e descobrimos que ali era a portaria onde começava a tão conhecida subida ao Pico da Bandeira pelo lado capixaba. Assuntamos com Wellington e Ricardo e acabamos definindo por encarar a subida mais íngreme, mas com promessa de uma vista mais bonita. Subindo por este lado economizaríamos muito tempo e vimos que conseguiríamos fazer a travessia da Serra do Caparaó através do Pico da Bandeira! Querem algo melhor? Assim conseguimos conhecer os dois lados em apenas um dia, perfeito. Acertamos com o Ricardo para ele ir até Alto Caparaó nos buscar com a Fiona enquanto fazíamos a travessia a pé.
Com o Wellington e o Ricardo na portaria Capixaba do Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Chegamos na portaria as 8h e subimos de carro até a Macieira, onde encontramos duas cachoeiras, a Sete Pilões que fica há apenas 150m por uma trilha. Enquanto eu resolvia os últimos detalhes o Rodrigo foi praticar seu hobbie predileto, correr na trilha da Cachoeira do Aurélio e retornar. Eu não fui, pois não queríamos demorar para iniciar a subida.
Cachoeira dos Sete Pilões, na trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Subimos mais um pouco de carro e chegamos à Cachoeira da Farofa, onde o Rodrigo já aquecido pela corrida tomou um banho gelado para “relaxar”.
Cachoeira da Farofa, na trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Dali seguimos pela estrada e ainda paramos no mirante, onde conseguimos pela primeira vez avistar a trilha por onde subimos, o Pico do Cristal, o Pico do Calçado e as Duas irmãs, pedras idênticas que referenciam a trilha. Perdemos um pouco de altitude seguindo a estrada em direção à Casa Queimada, onde começamos a caminhada. Eram 11h quando começamos a subir, eu estava um pouco preocupada, pois muito falaram da inclinação da trilha. A Casa Queimada fica a 2180m, eu confesso que a temporada de praia no nível do mar deixou meu organismo menos acostumado com a altitude, mas devagarinho fomos subindo e vencendo cada trecho da trilha.
Fiona na trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Sempre achei que o Pico da Bandeira seria mais exigente, que seria uma trilha difícil, longa e cansativa. Mas mesmo com uma subida mais íngreme fiquei surpresa positivamente, que trilha gostosa! Depois das Duas Irmãs, subimos o Pico do Calçado e seguimos pela crista até o Pico da Bandeira.
Enfrentando o forte vento na trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
No cume do Pico do Calçado, na trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Vistas lindas o tempo todo, tanto do lado mineiro, quanto do lado capixaba. O tempo amanheceu chuvoso, mas quando começamos a andar ele começou a abrir e tivemos céu azul, nuvens passageiras e muito vento praticamente o tempo todo. Foi um belo presente de São Pedro para esta conquista. Fomos tranquilos, no meu ritmo, chegamos ao cume em apenas 2h de caminhada, enquanto a portaria informa que normalmente levaria de 3 a 4h para o mesmo trecho.
Trilha capixaba de acesso ao Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Já do Pico do Calçado, também entre as 10 maiores do Brasil, conseguimos avistar completamente o paredão imenso de rocha do Pico da Bandeira, lindo e imponente, uma das montanhas mais bonitas que já vi, ainda mais com o tempo nos ajudando. Ventava absurdamente lá em cima, quase virei um balão quando vesti a minha jaqueta. Lá encontramos um cruzeiro, uma torre e um mini-Cristo Redentor, mas confesso que eu preferia encontrar apenas o velho e bom livro de pico em uma caixinha parafusada à pedra.
Avistando o Pico da Bandeira, na trilha capixaba de acesso ao pico, no Parque Nacional do Caparaó - MG/ES
Depois de um lanche e muitas fotos, iniciamos a descida pela trilha mineira, seguindo em direção ao Terreirão. Até a Tronqueira são pouco mais de 9km em uma trilha menos íngreme (meus joelhos agradecem), com muitas pedras soltas e com uma vista também muito bacana do outro lado da serra. Chegando ao Terreirão, lugar onde o Rodrigo tem boas lembranças de seus acampamentos passados, quem encontramos? O Ricardo! Já estava lá! Além de dirigir a Fiona nos 44km de terra entre Pedra Menina e Alto Caparaó ele já havia andado 4,5km acima par anos encontrar, foi uma ótima surpresa primo! Continuamos a caminhada com sua ótima companhia, histórias e contos sobre a região, o parque e a vida. Saímos do pico em torno das 13h40 e chegamos à Tronqueira as 16h30, mesmo sendo descida estes 9km são custosos, parece que não vão chegar nunca!
A famosa Casa de Pedra, no Terreirão, na trilha mineira de acesso ao Pico da Bandeira, no PN do Caparaó - MG/ES
Uma pausa para água, entramos na Fiona e quando estamos começando a descer vimos um senhor bem velhinho explorando a área e em seguida dois homens curiosos que nos pararam para perguntar sobre a viagem. Começamos a contar nossa história para Cícero e Ademar, que também eram bons de papo, assim não paramos mais de falar! Logo o Cícero chamou o seu pai, o senhor que tínhamos visto subindo.
Pico do Cristal e Pico do Calçado vistos do cume do Pico da Bandeira, PN do Caparaó - MG/ES
O Prof. Jaber Werner veio lá de cima, venceu obstáculos e desceu as escadas em trote até nos alcançar. 94 anos! O Prof. Já subiu a trilha do Pico da Bandeira 41 vezes, sendo que 39 chegou ao pico e duas foi ao Pico Cristal, montanha vizinha mais distante desta entrada e um pouco mais baixa. A primeira vez que o Prof. Jaber subiu o pico ele tinha 14 anos, estava com seu pai, mais 3 homens e uma mula que ajudou a carregar lá da cidade até o Terreirão toda a comida, roupa, água, barraca, cobertor, etc. Lembrando que da cidade até a Tronqueira devem ser mais uns 9km, haja perna! O Professor contou que quando subiu a primeira vez ainda não havia nada no cume e que em 1930 foi que um padre da cidade mandou colocar uma bandeira e um livro protegido em uma caixa de pedra, para que assinassem todos que lá chegassem.
No cume do Pico da Bandeira, PN do Caparaó - MG/ES
Mais tarde foi colocado o Cruzeiro, quando rezaram uma missa no alto da montanha em homenagem a um fazendeiro conhecido da região. A última vez que o Prof. Jaber chegou ao cume foi em 1994, quando tinha 77 anos. A julgar pela sua disposição, saúde física e mental ele poderia subir o pico ainda hoje, mas resolveu ser mais cuidadoso desde que foi operado de um aneurisma na aorta no mesmo ano. Que exemplo! Sem dúvida depois de conhecermos um homem como este nosso grau de exigência em relação à nossa saúde e expectativa de vida aumentam!
Com os novos amigos, Cícero, Ademar e o nonagenário Jaber Werner (esbanjando saúde), na Tronqueira, na trilha mineira de acesso ao Pico da Bandeira, no PN do Caparaó - MG/ES
Nos despedimos desta turma especial e ainda decidimos correr para conhecer a Cachoeira Bonita e o Vale Verde, estrada abaixo. Ambas tinham pouca água, mas na segunda pudemos nos refrescar e garantir um bom banho, já que pegamos estrada até Ipanema, MG. Foram 40 km de Caparaó até o Paraíso, distrito de Pedra Menina onde nos despedimos do Ricardo, nosso primo, guia e novo amigo.
Chegando à Tronqueira, na trilha mineira de acesso ao Pico da Bandeira, no PN do Caparaó - MG/ES
De lá retornamos pelo mesmo caminho e seguimos mais 150km até Ipanema, onde vamos conhecer a RPPN Feliciano Abdala. A chegada aqui em Ipanema também não foi nada fácil, além de longos 200km a noite, super cansados, ainda chegamos e não encontramos um hotel com vaga na cidade! Quem diria que aqui longe de tudo teríamos este problema? Pois bem, cidade em pleno desenvolvimento e expansão, não havia quarto. Quando eu estava quase me acostumando com a idéia de dormir na Fiona, achamos o Hotel do Teixeira, que é quase como uma pensão dentro da casa do próprio Célio Teixeira. Pelo menos tivemos um chuveiro quente e uma cama para esticar o corpo depois de um dia como este.
1000dias no cume do Pico da Bandeira, PN do Caparaó - MG/ES
Visita à impressionante torre de pedra chamada Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
A road trip cruzando os Estados Unidos de leste a oeste continua e hoje é mais um daqueles dias longos de estrada. Porém, mesmo nestes dias, preferimos sempre combinar o caminho mais bonito e o mais prático, então a viagem não fica tão chata. Estávamos na pequena Hill City, no coração das Black Mountains e escolhemos como via de saída a estrada cênica que cruza o Spearfish Canyon.
A linda paisagem de uma estrada cênica no norte de Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Grandes paredões de pedra ladeiam a estrada, entrecortada por um pequeno rio que forma pequenos lagos aqui e acolá. Pegamos várias estradinhas secundárias de terra em um cenário campestre bem bucólico e quando menos esperamos já estávamos cruzando novamente a grande Interestadual-90, vulga I-90. Neste detour pelo Badlands e pelas Black Hills até havíamos nos esquecido dos milharais e cilindros de feno espalhados pelas grandes planícies americanas.
A linda paisagem de uma estrada cênica no norte de Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Roteiro Hill City ao Grand Teton NP
Atravessamos a fronteira entre os estados de South Dakota e Wyoming, com uma rápida parada no mega completo centro de visitantes do estado. Sim, o turismo aqui é um negócio tão desenvolvido que cada estado possui o seu próprio centro de visitantes nas principais estradas de cada fronteira estadual!
Chegando ao Wyoming, nos Estados Unidos
Lá encontramos um pequeno museu com a história da colonização, vida selvagem, mapas e os principais atrativos turísticos do Wyoming e olhem que não são poucas! Aqui está nada mais nada menos do que o maravilhoso Yellowstone, além dos seus companheiros parques nacionais Grand Teton e Bighorn Canyon.
Exposição no excelente Centro de Boas Vindas do Wyoming, nos Estados Unidos
Teremos que cruzar todo o estado para chegar lá, mas antes, muito antes está um dos mais impressionantes monumentos esculpidos pela natureza, o Devils Tower National Monument, também conhecido pelas nações indígenas como “Bear Lodge” ou “A Casa do Urso”. Para variar algum colonizador chegou aqui e fez uma tradução mal feita de um dos vários nomes indígenas da torre.
A imponente Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
Surgido há mais de 50 milhões de anos, a Devil´s Tower é uma formação vulcânica, formada pela pressão da lava derretida sobre as rochas sedimentares acima dela. A lava esfriou e se fraturou hexagonalmente, criando imensas colunas facilmente percebidas ao redor da montanha. Milhões de anos erodiram a rocha sedimentar e aos poucos a estrutura de rochas vulcânicas ficou exposta. É difícil entender como uma montanha roshosa tão imensa poderia estar enterrada!?! Isso significa que a terra aqui seria pelo menos 270m mais alta do que hoje! A propósito, a imensa torre de pedra tem mais de 300m de diâmetro e 265m de altura!
Chegando à incrível Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
Local sagrado para as populações indígenas que habitam a região das Great Plains, várias lendas explicariam a sua origem. A mais curiosa delas vem do povo Kiowa que conta: 8 crianças brincavam, 7 irmãs e seu irmão. O menino repentinamente começou a tremer e no seu corpo cresceram pelos e nas mãos imensas garras, já não era mais um menino, mas um imenso urso que perseguia suas irmãs. Elas correram subiram em uma árvore e pediram à árvore que as protegesse. A árvore respondeu e cresceu para que ficassem fora do alcance do grande urso. O urso arranhou toda a árvore, tentando subir para devorá-las e assim se formaram as “ranhuras” ou colunas da grande torre. As sete meninas foram tão alto que subiram aos céus e se tornaram a constelação Ursa Maior, conhecida como “Big Dipper”, em inglês.
As colunas que formam a Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
A lenda é fantástica, mas o que eu consigo claramente concluir é que se esta história realmente aconteceu, o grande urso teria comido não apenas o pequeno irmão, como também as sete meninas, que não apenas desapareceram, como viraram estrelas! De qualquer forma é uma linda forma de contar a história para os seus amiguinhos.
A imponente Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
Hoje a torre é um monumento nacional e é frequentado não apenas por turistas que caminham nos seus arredores, mas principalmente por alpinistas que utilizando técnicas de escalada em rocha enfrentam longas e extenuantes vias para chegar ao topo da montanha. Existem mais de 220 vias abertas, que recebem mais de 5 mil alpinistas de vários cantos do mundo, todos os anos.
Alpinistas escalam a Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
Alpinistas voltam da Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
Há um período entre os meses de junho e julho em que a torre está fechada para escalada, quando as festividades e dias sagrados para as nações indígenas ganham preferência e mais privacidade para vir ao pé da montanha fazer seus rituais e oferendas.
Homenagens indígenas, muito comum na mata ao redor da Devil's Tower, em Wyoming, nos Estados Unidos
Nós passamos duas horas caminhando ao redor da torre, tirando fotos e respirando ar fresco, impressionados com a perfeição e grandiosidade da sua natureza. Com as energias recarregadas pegamos estrada, cruzamos a Bighorn National Forest e dirigimos até cansar, a caminho do Grand Teton e Yellowstone National Parks.
A Devil's Tower fica no retrovisor da Fiona, em Wyoming, nos Estados Unidos
Dormimos na pequena cidade de Riverton, apenas uma parada para amanhã continuarmos as explorações do grande e selvagem Wyoming.
Belíssimo pôr-do-sol nas estradas de Wyoming, nos Estados Unidos
Cruzando um gigantesco canyon no centro de Wyoming, nos Estados Unidos
Maré baixa em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA
Moreré tem esta vida tranqüila, vivida no ritmo da Bahia, no ritmo das marés. Paraíso para uns inferno para outros. O Tony, dono da nossa pousada, e sua esposa vieram do norte da Inglaterra direto para cá. O choque cultural não é fácil, ainda mais em um lugar com pouca infra-estrutura e leis tão diferentes das que estavam acostumados. A lógica no Brasil não é lógica nem para nós brasileiros, imagine para eles.
Pesca na maré baixa, em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA
Hoje a maré atingiu um dos níveis mais baixos no mês, maré de lua nova é parecida com a maré de lua cheia, ou muito cheia ou muito vazia. Quando chegamos ontem a maré estava alta, cobrindo o campo de futebol na praia, só víamos a metade da trave para cima d´água. Hoje cedo quando fomos para a praia o cenário estava completamente mudado! 400m de areia surgiram à nossa frente, uma paisagem surreal, com barcos “pendurados” na areia e novas entradas de mar, verde e tranquilo.
Recifes de Moreré, na Ilha de Boipeba - BA (praia de Bainema ao fundo)
Agora entendi! Ontem à noite quando fomos lanchar eu vi pessoas andando com lanternas, mas achei que estava louca, deveriam ser barcos. Eram os pescadores de polvo e caranguejo andando à noite neste areião, próximos aos corais.
Pesca de budiões na Ilha de Boipeba - BA
Saímos caminhar para conhecer as praias vizinhas, agora para o outro lado, onde só se atravessa com a maré baixa, tanto pelos corais, quanto pelo rio que só conseguimos cruzar quando está baixo.
Cruzando o rio para a praia de Cueira, na Ilha de Boipeba - BA
Nesta praia também consegui entender onde ficavam as piscinas naturais que havia visto no mapa da ilha. Piscinas naturais no fundo do mar? Será que seriam corais tão altos, lá, tão longe?
Barcos visitam as pscinas de maré baixa na praia de Moreré, na Ilha de Boipeba - BA
Não, não é o mar que é fundo e nem os corais tão altos, a praia é que é rasa e a maré baixa demais! Esta é a maré de lua nova em Moreré, impressionante como a natureza está sempre mudando, sempre se adaptando e sempre nos surpreendendo!
Maré baixa, próximo aos recifes de Moreré, na Ilha de Boipeba - BA
Admirando a beleza do mar próximo à Playa Ancón, em Trinidad - Cuba
Segunda-feira, as ruas de Trinidad estavam lotadas. Gente para todos os lados vendendo frutas, verduras, bugigangas, pizzas e comidas rápidas. Passamos pela Plaza Céspedes em direção à CADECA - Casa de Câmbio e à Cubanatur, pois precisávamos comprar a nossa passagem de ônibus de Santiago à Havana. O plano era voltarmos todos de avião, mas quando fomos comprar a passagem já não havia disponibilidade para todo este mês! Haviam apenas duas vagas, então demos prioridade à Laura e ao Rafa, já que eles voltam ao Brasil no dia seguinte em mais várias horas de avião para voltar a trabalhar. Nós vamos de busão mesmo, dormindo nas 15 horas até Havana e ainda economizamos. Compradas as passagens, tomamos o café da manhã rapidamente em uma padoca e pegamos 5km de estrada para a praia mais próxima, há apenas 5km do centro.
Com o nosso carro em Playa Ancón, em Trinidad - Cuba (foto de Laura Schunemann)
Antes mesmo de chegarmos à praia principal encontramos uma cueva, pequena praia entre paredes de pedras coralíneas, que, além de um bom papo com os tios que cuidavam da praia, prometia um bom snorkel.
Hora do mergulho no incrível mar de Trinidad, em Cuba
Rafael, Laura e Rodrigo se meteram na água para ver os peixinhos e corais enquanto eu, com o meu ouvido ainda em recuperação, fiquei cuidando das coisas. Um tchibum rápido sem molhar a cabeça foi a minha única opção para me refrescar em um dia de céu azul anil e calor infernal.
O Rafa examina gaiola de peixes nas águas limpas do mar próximo à Playa Ancón, em Trinidad - Cuba
Uma das diversões que o Rafa achou foi libertar os peixes que ficaram presos em um balaio de pesca. Um baiacu e outros pequenininhos que não teriam nada a acrescentar ao ganho dos dois tiozinhos que tinham seu escritório ali, naquele lugar chato e paradisíaco.
Operação para salvar um baiacu, em Trinidad - Cuba
O baiacu, coitado, inchou e não conseguia desinflar... nadava tortinho na superfície e só com a ajuda do Rafa foi que conseguiu ir para o fundo e voltar à vida normal.
Operação para salvar um baiacu completamente inchado, próximo à Playa Ancón, em Trinidad - Cuba
Playa Ancón é conhecida por seus grandes hotéis e infra-estrutura turística. A longa praia possui uma curta faixa de areia, mar esverdeado e uma linha de coqueiros bem convidativas àquele bode.
A linda Playa Ancón, em Trinidad - Cuba
Logo na chegada nos espalhamos sob as sombras de dois coqueiros e encomendamos duas saladas de frutas frescas. O tiozinho que trabalha ali cuidando dos carros nos preparou uma salada deliciosa, com goiaba, morango, abacaxi e outras frutas da estação. Lemos, descansamos e caminhamos, naquele típico e preguiçoso dia na beira da praia.
caminhada na Playa Ancón, em Trinidad - Cuba
À tarde voltamos à Trinidad e comemos em um paladar simples, mas justo, em frente à Casa de La Trova, onde encontramos o Rodrigo mais tarde para uma noite de música cubana. O lugar estava agradabilíssimo, batemos um papo jóia com o Seu Máximo, violeiro que já foi motorista de caminhão e fazia dezenas de carregamentos de cana e carvão entre Trinidad e Havana.
Novo amigo na Casa de La Trova de Trinidad - Cuba (foto de Laura Schunemann)
Impressionantemente, a casa foi ficando cheia e logo dois ou três ônibus de turismo desceram no lugar. Aquele grupo da terceira idade, todos muito animados e divertidos, mas para nós infelizmente acabaram com o clima do lugar. Eu e a Laura tiramos o pé da miséria, convidadas por uns tiozinhos que batem cartão na casa para se divertir e dançar, seja com gringas ou seja com cubanas. Um deles parecia o irmão africano do Carlinhos de Jesus. Pé de valsa que só, professor e showman, ele me tirou para dançar, ótima dança, mas eu não estaa totalmente ao seu nível. Rsrs!
Um verdadeiro show de dança na Casa de La Trova em Trinidad - Cuba
Andamos mais uma quadra e chegamos à Casa de Congo, na qual se paga 1 CUC de entrada e podemos ver apresentações de danças afro-cubanas folclóricas, com apresentações dos bailarinos em seus trajes típicos e uma banda de música e percussão ao vivo, sensacional!
Parece a Bahia, mas é uma apresentação de Congo em Trinidad - Cuba
Trinidad é uma cidade histórica e cultural rodeada de praias, natureza e uma infra-estrutura diferenciada das outras cidades cubanas. Se você vêm à Cuba é sem dúvida um destino obrigatório para conhecer um pouco mais da cultura e da vida desse país.
Delícia de mergulho em piscina natural em Playa Ancón, perto de Trinidad - Cuba (foto de Laura Schunemann)
Típica pose de bicho-preguiça no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Um lugar que todos os amigos que moraram ou viajaram pela Costa Rica nos falavam, sem exceção, era o Parque Nacional Manuel Antonio. Praias maravilhosas de areias douradas e águas claras em uma reserva de matas virgens que abrigam uma grande biodiversidade em um pequeno espaço, facilitando a observação de vida selvagem como preguiças, várias espécies de macacos e aves.
Encontro com uma preguiçosa bicho-preguiça mascarada no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Quando subimos a América central eu já tinha colocado na minha cabeça a passagem por lá, mas o Rodrigo já havia decidido (na cabeça dele) que queria estar no ponto mais alto do país, o Parque Nacional Chirripó. Ambos são próximos, mas estão em vias diferentes, uma vez que decidíssemos ir por um lado, o outro ficaria para trás. A minha indignação não era infundada, pois na volta o plano era continuarmos pelo litoral do Caribe costa-riquenho e cruzar para Bocas del Toro, no Panamá. Novamente o emaranhado de montanhas e estradas da Costa Rica não nos permitiria fazer os dois litorais de uma forma rápida e prática, assim tivemos que escolher, Manuel Antônio e Península do Osa versus santuários de vidas selvagem no litoral caribenho, cruzando para Bocas já dentro do Panamá.
Praia de areia escura em Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Naquela ocasião o testarudo (versão espanhola pra teimoso!) do meu marido não arredou o pé! Sem detour, fomos ao Chirripó e sem voltar atrás! Eu esperneei, discuti tentando convencê-lo de fazermos os dois, e além de perder a discussão ainda tive que caminhar 19km montanha acima e 19 km montanha abaixo, ficando sem joelho e sem 7 unhas nos dedos dos pés! Sou uma santa mesmo... Rsrs! Por estas e outras, estes lugares haviam ficado marcados na lista de pendências do Rodrigo e assim o Caribe dançou e nós chegamos hoje à famosa praia de Manuel Antonio!
Uma das praias de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
A vila de Manuel Antonio já é bem turística e não é muito fácil se locomover por lá sem carro. A maioria dos hostels, pousadas e grandes hotéis estão no alto do morro que dá acesso às praias e ao parque nacional. Os hotéis próximos ao parque são mais caros, mas você ainda pode encontrar um hostel ali perto ou um hotel meio chino, mas bem limpinho e com preço razoável. É o que eu indico, assim você estará mais perto das praias de Espadilla e Espadilla Sur e da entrada do Parque Nacional.
O belo litoral do Parque Nacional de Manuel Antonio, na costa do Oceano Pacífico, na Costa Rica
No parque, a dica é chegar cedo, melhor hora para ver os animais e tentar evitar as muvucas de turistas que começam a chegar entre 9 e 10 horas. Na bilheteria eles de dão um mapinha das trilhas e você encontrara vários guias disponíveis para um tour de avistamento de animais de uma ou duas horas, cobrando de 15 a 20 dólares por pessoa.
Caminhando no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Tivemos um dia de caminhadas ótimas pelo parque, bem sinalizado e cheio de trilhas para percorrermos em busca dos animalitos. É difícil encontrá-los entre as árvores, principalmente as preguiças que não se movem, se camuflam super bem e são muito silenciosas. Elas descem uma vez por semana para fazer xixi e coco e é isso.
Encontro com uma preguiçosa bicho-preguiça mascarada no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Chegamos pertinho de um bicho-preguiça no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Assim, se você quer garantir que vai encontrar todos os bichinhos, é bem recomendável pegar um guia experiente, com seus grandes binóculos e lentes de aumento. Nós fomos sem guia, confiando na habilidade que adquirimos nestes 1000 dias pelo mato, além de ficarmos bem ligados no que os guias estavam mostrando aos seus grupos.
Percorrendo trilha costeira no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Fizemos primeiro a trilha do Mirante da Playa Puerto Escondido e encontramos um bando de macacos fofíssimos se alimentando nas arvores próximas da trilha.
Macacos descansam um pouco no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Macacos caçam carrapatos no Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Na volta uma parada nas Playas Gemelas tem uma das vistas mais bonitas da Playa Manuel Antonio e da península de Punta Catedral.
Uma das pequenas praias do Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
A belíssima praia que dá nome ao Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Um pit stop na principal praia do parque nacional e entendemos a adoração de todos pelo lugar, lindo, tranquilo e com águas cristalinas! Um tipo de praia raro na costa do Pacífico, que normalmente tem praias de areia escura e um mar mais agitado. Não é à toa que o Parque Nacional Manuel Antonio é o mais visitado do pais, recebendo mais de 250 mil visitantes por ano!
A belíssima praia que dá nome ao Parque Nacional de Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Na tarde anterior pegamos um pôr do sol maravilhoso na Playa Espadilla Sur, seguido por um jantar em um restaurante meio turístico, mas que tinha nos chamado a atenção com seu bar construído dentro de um avião americano utilizado pelos Contras na revolução nicaraguense.
Restaurante em antigo avião militar destinado aos Contras, da Nicarágua, em Manuel Antonio, no litoral da Costa Rica
E aí? Você precisa de mais algum motivo para Manuel Antônio ser parada obrigatória no roteiro pela Costa Rica?
Fantástico pôr-do-sol em Manuel Antonio, no litoral do Oceano Pacífico, na Costa Rica
Blog da Ana
Blog da Rodrigo
Vídeos
Esportes
Soy Loco
A Viagem
Parceiros
Contato
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)








.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)























.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)








.jpg)

.jpg)

.jpg)


.jpg)


.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)