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Alan Ribeiro (30/09)
Olá Ana, Descobri seu Blog "por acaso" e adorei, gostaria de saber info...
Eduardo Borges (29/09)
Parabéns pelo seu relato! Gostei muito! Também fiz esta trilha e amei m...
Lurdes (29/09)
Olá amigos viajantes,quanta emoção vcs nos passam,queria saber de ond...
marcos.59 (28/09)
muito lindo ai eu gostaria de conhecer sou fãn da naturesa...
Ivanilce (27/09)
Amei tudo, desde os pequenos detalhes como os gêmeos,os pescadores. Mara...
Vista da região do Paraíso Selvagem em Delfinópolis - MG
Delfinenses, daqueles nascidos e criados nas serras e cachoeiras da região, em geral não tem grande interesse pelo patrimônio natural que está a sua volta. A não ser que sejam proprietários de terras com cachoeiras e resolvam explorá-las turisticamente. Parece forte afirmar isso, mas é curioso como todos os nativos de Delfinópolis que conversamos, uns 3 ou 4, nos afirmaram com tranqüilidade... “temos isso (as cachoeiras) aqui no nosso quintal, todos os dias.” Isso não quer dizer que não queiram preservar, quer dizer apenas que eles não aproveitam como nós, tomando banho de cachoeira todos os finais de semana ou feriados. Seu Zé Gurita, dono de um restaurante onde almoçamos hoje em Olhos D´Água, falou bem “temos mais vontade é de ver o mar, que não nunca encontramos”. Não é a toa que existem os velhos ditados “Em casa de ferreiro, o espeto é de pau”, ou ainda “Santo de casa não faz milagre” ou, o meu preferido, “O jardim do vizinho é sempre o mais florido”. E é mesmo! Nós que vivemos na cidade tendemos sempre a achar a vida no campo mais mansa, melhor, mais tranqüila e corremos para as cachoeiras e praias na primeira oportunidade. Quem mora na praia não entra no mar, passa 3, as vezes 4 meses sem colocar o pé na areia. Vai entender? Por que será que nós, seres humanos, somos assim tão complicados?
Vista da parte de cima da Cachoeira Águas Claras em Delfinópolis - MG
Será que é algo inato ou será que a sociedade nos fez assim? Buscando sempre mais dinheiro, mais conforto, mais uma televisão, só que agora é Led TV, e o carro? Ah, é o de última geração. Ainda assim, é cada vez mais comum vermos pessoas que já mudaram o padrão de pensamento e ação. Pessoas, no meu ponto de vista, mais evoluídas. Preocupadas em viver uma vida tranqüila, em comunhão com a natureza. Diminuindo seu consumo, portanto diminuindo a sua necessidade de gerar riqueza e conseqüentemente levando uma vida mais tranqüila e feliz. Afinal, não precisamos de muito para viver, não é mesmo? No final todos saem ganhando com isso e principalmente a natureza, a Terra, nossos filhos e nossos netos.
Placa informativa em trilha na região do Paraíso Selvagem em Delfinópolis - MG
Bem, deixemos de divagações e voltemos ao que interessa. Eu ia mesmo era falar de um lugar conhecido hoje como “Paraíso Selvagem”. Saímos do centro da cidade, atravessamos quilômetros de canaviais em direção a Olhos D´Água, um arraial próximo, e continuamos até esta fazenda, próxima à conhecida Cachoeira do Luquinha. Quem não trabalha com turismo conhece o lugar como “a fazenda do Ivan”. Há pouco tempo o complexo de cachoeiras foi batizado como “Paraíso Selvagem” um nome mais marqueteiro, vendedor. Afinal, ele também tem que aderir à regra do jogo e ganhar dinheiro para se sustentar!
Vista da parte de cima da Cachoeira Águas Claras em Delfinópolis - MG
Este lugar é simplesmente fantástico! Abriga cachoeiras e canyons belíssimos! Passamos o dia explorando, com o mapinha que a Mariângela nos passou. O Salto Solitário, a Cachoeira Águas Claras, o Canyon da Garça Branca e a Cachoeira do Alpinista. Chegamos lá eram 10h30 da manhã e fomos embora quase cinco da tarde, atrasados para o almoço no Zé Gurita. Não conseguimos descer da Águas Claras para o Canyon, tentamos, mas fomos avisados que seria complicado.
Cachoeira Águas Claras no Paraíso Selvagem em Delfinópolis - MG
O roteiro ideal é encontrar a trilha do Canyon embaixo, ainda perto da entrada da propriedade e de lá seguir para a Águas Claras e o Salto Solitário. Trilha lindíssima e gostosa de caminhar. Depois, voltando ao ponto de partida, é fácil encontrar a trilha para a Cachoeira do Alpinista, outro lugar maravilhoso no final de um canyon com apenas 50 minutos de caminhada ou até menos para quem anda bem.
Cachoeira dos Alpinistas no Paraíso Selvagem em Delfinópolis - MG
É galerinha, ainda temos muito para conhecer, essa mãe natureza trabalhou bem e está nos dando um baile! Acho que parte da nossa missão aqui é aprender a viver com menos, de forma mais simples, nas estradas das Américas. E porque não, tentar fazer com que vocês se apaixonem pela natureza tanto quanto nós e aos poucos, quem sabe, todos poderemos mudar nossos hábitos e cuidar mais do nosso planeta. O consumo nos transforma e faz perdermos a noção das nossas reais necessidades... Talvez este também seja o motor da nossa espécie, o motivo pelo qual estamos sempre querendo mais, lutando, trabalhando e buscando alternativas para saciar esta inquietude. Parece que só falta conseguirmos direcionar esta força de trabalho para o lado certo.
Poço no rio da Cachoeira Solitária na região do Paraíso Selvagem em Delfinópolis - MG
A visão clássica do Monument Valley, nessa época com neve, no Arizona, nos Estados Unidos
O Tsé Biiʼ Ndzisgaii, que significa na língua Navajo “O vale dentro da pedra” está, localizado no Colorado Plateau na fronteira entre o Arizona e Utah dentro do território indígena da Navajo Nation, perto da única fronteira quádrupla americana, conhecida como Four Corners. Um belo desvio no nosso roteiro, mas um desvio planejado e mais do que merecido, afinal não poderíamos passar pelos Estados Unidos sem conhecer uma das mais incríveis e isoladas paisagens americanas.
Chegando ao Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Há 570 milhões de anos o Colorado Plateau estava abaixo do Golfo do México, com o passar de milhares de anos as montanhas começaram a se elevar e o mar gradativamente a secar, deixando sedimentos e minerais, trazidos e enterrados pelas areias costeiras e antigos deltas. Há “apenas” 65 milhões de anos o Colorado Plateau se elevou, quando houve a colisão das placas tectônicas do Pacífico e da América do Norte, foi aí que o vale começou a ser formado escavado por antigos rios que corriam pela região. Hoje as forças naturais ainda agem, quase invisíveis: a erosão pelo vento, água, chuvas e enchentes, neve e gelo esculpem pacientemente as formas que encontramos no Monument Valley.
As belas paisagens do Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Mesas são as maiores e mais estáveis formações, no primeiro estágio de erosão. Buttes, são pequenas montanhas em forma de mesa, altas e planas no topo, já no segundo estágio erosivo. Spires são o último estágio de erosão, estreitas e altas como um postes ou totens.
Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Estas rochas são formadas principalmente por um tipo de rocha sedimentar chamada de siltstone, ou siltito em português, e a sua coloração vermelha vem da oxidação do ferro encontrado em sua composição.
Carro de polícia da Nação Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Mapa da Nação Navajo, em quadro exposto no Museu Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Desde 1948 até meados da década de 90 o vale foi explorado por mineradoras que extraíam urânio e cobre, deixando vários indígenas contaminados pela exposição aos materiais radioativos. Hoje a mineração está proibida e o turismo, ao lado da criação de gado (carneiros) e a produção de artesanatos, joias de prata, turquesa e tapetes coloridos tecidos à mão, são as maiores atividades econômicas.
Quadro exposto no Museu Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
O vale é casa da nação Navajo há centenas de anos e sua aparência árida e desértica esconde grandes aquíferos armazenados pelo poroso arenito. A Rain God Mesa é o principal aquífero do Monument Valley e o centro geológico do parque.
Rain God Mesa, no centro do Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
A viagem na história e cultura dos Navajos começa pelo museu e visitor center na entrada do parque. Dali seguimos para o circuito de 27 km de estrada de terra, afinal aqui estamos no território Navajo, as coisas são mais roots! A viagem entre as imensas formações leva em torno de 3 a 4 horas, dependendo do seu ritmo. Nós fomos bem tranquilos, parando e aproveitando cada formação, cada minuto de luz e cada segundo da viagem.
A Fiona visita o Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
O nome “americano” não poderia ser mais apropriado, pois cruzamos o deserto entre monumentos de pedra esculpidos delicadamente pela natureza. The East and The West Buttens se parecem com mãos gigantes saindo da terra, um símbolo de proteção dos espíritos para os Navajo.
Formação conhecida como "Three Sisters", no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Adiante passamos pelo Elefante e as Três irmãs, 3 spires de pedra que parecem com uma freira conversando com as suas discípulas. John Ford´s Point foi nomeado em homenagem ao primeiro diretor hollywoodiano a filmar no parque. Ele dirigiu o clássico de faroeste Stage Coach, versão brasileira “No tempo das Diligências” com John Wayne, em 1939.
Cartaz do famoso filme "No Tempo das Diligências", em exposição no Museu Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Mais tarde foi a vez de Stanley Kubrick com 2001: Uma Odisséia no Espaço, em 1968 e outros block busters como Forest Gump e o Missão Impossível II, naquela cena inacreditável do Tom Cruise escalando um desses buttes em free-style, ou seja sem corda ou segurança alguma! Detalhe, o mais alto deles tem 300m de altura.
E quem se lembra dos desenhos do Papa Léguas? Pois é, eles se passam aqui, no Monument Valley! Uma das nossas viagens durante o tour ao redor do vale era imaginar o Papa Léguas e o Coiote correndo por essas paisagens. Infelizmente não vimos nenhum papa-léguas real, mas ficamos com a imagem daquele que vive subindo paredes e escapando dos truques ACME do Coiote.
Aos que tiverem mais tempo, uma dica é fazer a Wildcat Trail, que dá a volta completa no West Mitten Butte e te dá um contato mais íntimo com o deserto. Esta e qualquer outra trilha devem ser feitas com guias locais e autorização do parque.
As belas paisagens do Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Terminamos o loop passado ainda pelo Camel But, The Hub, Rain God Mesa, vimos as dunas que são a fonte de água para o povo que vive na região, seus totens e The Yei Bi Chei, deuses dançando sobre um Hogan, casa típica navajo.
As incríveis paisagens do Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Visitando o cinematográfico Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Um lugar que inspira misticismo e contato com uma das culturas indígenas mais fortes e preservadas dos Estados Unidos. Um lugar onde a natureza se mostra da forma mais crua e mais bela. Um lugar que nos traz memórias infantis e espirituais e nos faz estar, de alguma forma, mais perto de casa.
Entrada da caverna Temimina, no PETAR
O PETAR possui hoje mais de 300 cavernas catalogadas, destas menos de 20 estão abertas para visitação. Está em andamento o plano de manejo que promete para o final do ano a abertura de diversas atrações, já exploradas anteriormente, mas que não tinham estrutura e regulamentação para a proteção do meio ambiente e das formações. O parque é dividido em 4 núcleos: os Núcleos Santana, Ouro Grosso e Casa de Pedra próximos à Iporanga e o Núcleo Caboclo, em Apiaí, 36km de Iporanga.
Caminho entre Apiaí e Iporanga
Em 2003 estive acampando no Núcleo Caboclo com um grupo de amigos e fizemos a principal trilha do núcleo, trilha do Alemão para a caverna Temimina. Foram horas de caminhada, uma ladeira que não acabava mais debaixo de chuva e guiados pelo Seu Ernesto, o guia mais antigo ali da região que tinha acabado de completar 80 anos. O Seu Ernesto tornou a nossa experiência na trilha muito mais interessante, pois nos mostrava e explicava cada pegada, cada planta, cada cheiro. Foram em torno de 3 horas de caminhada pra chegar à caverna e mais de 3h para voltar.
O Rodrigo ainda não conhecia a Temimina, embora já tenha virado este parque de ponta cabeça quando veio para cá há uns 20 anos, por isso decidimos dirigir até o Núcleo Caboclo. Contando a história da minha primeira visita ao parque, o pessoal da Parque Aventura conseguiu agendar o Edson como nosso guia por ele ser de Apiaí e, não por acaso, filho do Seu Ernesto!
Formação do Porta-retrato, na caverna Santana, no PETAR
Eu estava preocupada, pois chovia muito mais e eu lembrava como era cansativa a caminhada. Depois de longas conversas com o Edson descobri que a trilha que faríamos hoje não era a mesma, era outra mais curta, mas nem por isso mais fácil. Nossa intenção era fazer a Temimina I, ver o chuveiro e a Temimina II, jardins suspensos, mas a “trilha da onça” nos fez repensar e encurtar o roteiro apenas para a primeira parte, não podíamos arriscar pegar a trilha a noite com essa onça por aí.
Depois de uma trilha de verdade, sem escadinhas e auto-pistas, chegamos à boca dela, com clarabóias de onde você enxerga o teto da Temimina II a mais de 100m de altura! Andamos pelo rio, passamos pelo navio pirata, piscinas de travertino e a fábrica de pérolas, formação miniatura de bolinhas perfeitas de calcário. O ponto alto é o chuveiro, que nunca é desligado! Imaginem parte de uma estalactite de 1m de diâmetro que possui um gotejamento tão grande igualzinho a um chuveiro! Esse gotejamento formou embaixo dela uma estalagmite com uns 2m de diâmetro que parece a base do box, isso sim é um chuveirão!
O famoso "Chuveirão", na Caverna Teminina - PETAR. Foto do Jura, da Parque Aventuras
Com certeza foi ali que os nossos antepassados se inspiraram para construir o primeiro chuveiro. Foi uma pena não podermos conhecer a Temimina II, parte mais alta e seca dessa caverna, mas isso só nos dá mais uma bela desculpa para voltarmos.
Eu lembrava da Temimina, imensa e imponente! Mas é engraçado como a caverna “muda” cada vez que entramos nela. Como estamos em um breu total, cada vez que iluminamos algo novo, olhamos em diferentes ângulos, vamos recriando em nossa mente a imagem daquela mesma caverna.
Entrada da Teminina, no núcleo Caboclos - PETAR. Foto do Jura, da Parque Aventuras
Falmouth, cidade no sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Uma ilha localizada ao sul de Cape Cod, Martha´s Vineyard é um dos destinos preferidos dos cidadãos mais abastados da costa leste americana. A ilha possui em torno de 15 mil habitantes e, além de Bill Clinton e Barak Obama, outros mais de 100 mil turistas e veranistas passam por aqui com suas famílias todos os anos.
Antigo acampamento metodista em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Sua tradição como ilha de veraneio começou em 1830 com os grandes acampamentos de congregações metodistas. Eles lotavam a ilha todos os verões em tendas, que ao passar dos anos viraram cottages e formaram uma nova cidade, que parece nascida em um conto de fadas.
Foto antiga de acampamento metodista em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Hoje, os mais de 300 “gingerbread” cottages com sua arquitetura em estilo Campground Gothic Revival, ainda são residências particulares e uma das principais atrações turísticas da ilha. Um deles foi transformado em museu com exposição de fotos, mobílias e roupas utilizadas nos antigos acampamentos. A Cottage City seu início à atual Oak Bluffs, o principal centro econômico e turístico da ilha.
Charmosos cottages centenários de antigo acampamento metodista em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Cottages centenários de antigo acampamento metodista em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Oak Bluffs está a poucos passos do imperceptível limite municipal da cidade de Tisbury, conhecida também como Vineyard Heaven. Lá chegamos no ferry das 9h vindo de Falmouth e após alguns minutos de pesquisa decidimos que utilizaríamos o transporte público para nos locomover na ilha.
Ferry para Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Ônibus público em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Também pudera, aluguel de carro não sairia por menos de 150 dólares para as 5 horas que tínhamos para explorar a área. Uma moto custaria 99 dólares “plus taxes” e a bicicleta em torno de 60 dólares para nós 3. A bicicleta era a nossa escolha, mas o tempo chuvoso e o tiozinho das informações turísticas nos ajudou na decisão: ônibus de linha com ar condicionado e horários bem organizados por 2 dólares a viagem! Até aqui, no paraíso dos ricos e famosos, todos têm uma opção!
Pegando ônibus em Edgartown, em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Em um lugar tão elitizado como o “The Vineyards” o custo de vida chega a ser 60% mais alto que na média nacional americana, com lojas, restaurantes e hotéis deliciosos e preços pra lá de salgados.
Bela paisagem em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Nos anos 30 a ilha começou a ser frequentada por nada mais nada menos que a Família Kennedy. Todos os anos a família se reunia em Hyannis, costa sul de Cape Cod, em sua mansão de veraneio. Jackie Onassis, ou melhor, Jacqueline Kennedy Onassis, manteve uma casa até o ano de sua morte, em uma das regiões mais bonitas de rochedos coloridos ao norte da ilha, também conhecida como Gay Head.
Caminhando em Edgartown, pequena cidade em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
A relação dos Kennedy com a região não vive só de glórias e boas memórias. As atenções do mundo se voltaram a esta ilha quando Ted Kennedy, irmão mais novo de John, sofreu um acidente de carro onde sua secretária foi vítima fatal, enterrando a sua chance de se candidatar à presidência americana. Também foi aqui na costa de Martha´s, que morreram J. F. Kennedy Jr, sua mulher e sua cunhada, em um acidente de avião em 16 de julho de 1999. A história, relatos e fotos dessa íntima ligação dos Kennedy com Cape Cod pode ser vista em uma das mansões da família que foi transformada no museu J. F. Kennedy, na cidade de Hyannis.
Igreja Metodista em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Com dia chuvoso o nosso passeio foi mais cultural e gastronômico. Depois de visitar a Cottage City em Oak Bluffs, seguimos de ônibus para Edgartown, primeira vila inglesa da ilha, fundada nos idos de 1600. A antiga base baleeira, hoje é um centro cultural com diversas galerias de arte, restaurantes deliciosos e boutiques de grandes marcas.
Caminhando em Edgartown, pequena cidade em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
O final da tarde foi na prazerosa marina de Tisbury, lotada de bacanas americanos naquele clima “ver e ser visto”, aproveitando a trégua da chuva para tomar “uns bons drink” com sua turma de amigos.
Caminhando pela orla movimentada em Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
O nosso tour histórico valeu à pena! Mas com mais tempo e sorte com o clima, a melhor opção aqui é pegar uma bicicleta e sair rodando a ilha, parando pelas praias, belas paisagens e ainda aproveitando a boa gastronomia à disposição nas cidades.
Esperando o ferry de volta, em bar na orla de Marta´s Vineyard, ao sul de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
Voltamos a Falmouth ainda a tempo de pegar a estrada em direção à Conneticut, fugindo do trânsito de saída de Cape Cod e acelerando a nossa chegada à Lakeville, mais um dos recantos de verão do leste dos Estados Unidos.
A concorrida ponte que dá acesso à península de Cape Cod, litoral de Massachusetts, nos Estados Unidos
A cidade de Huaraz, no Peru, vista do alto da Cordillera Negra
Ontem, durante as três horas de viagem de Huaraz até a atual cidade de Chavín, eu já não estava me sentindo muito bem, mas foi na hora do almoço que eu não piorei de vez. As dores que eu comecei a sentir na caminhada estavam cada vez maiores e a infecção alimentar começava a ficar mais clara. Tomei chás com ervas medicinais preparados pela dona do restaurante, depois tomei um paracetamol para a febre que parecia começar a subir, entramos no carro e pegamos mais 3 horas de estrada. Foi uma tortura, cada buraco parecia piorar ainda mais a dor... o coitado do Rodrigo tendo que agüentar os meus gemidos, dirigindo e preocupado o meu estado.
Já próximos de Huaraz pedi para que parasse em um posto de saúde e eles nos encaminharam para o Hospital de Recuay. Preferi ir a um hospital de uma cidade menor, do que pegar uma fila imensa no hospital de Huaraz. Eu estava com 39,5°C de febre, já tinha tomado outro paracetamol e parecia não fazer efeito. Estava claro, eu tinha uma infecção alimentar, causada por algum alimento ou água consumida durante a trilha. Todos comeram o mesmo que eu, o que me fez desconfiar mais da água, que poderia ter sido mal fervida ou até mesmo enquanto eu escovei os dentes direto no rio. Sabe Deus!
A Cordillera Negra, na região de Huaraz - Peru
Me deram uma injeção para baixar a temperatura e o antibiótico para a infecção. Fomos para o hostal, tomei um banho e dormi, acordando pelo menos umas 5 vezes durante a noite com as dores e principais sintomas da infecção. No dia seguinte eu fiquei o dia inteiro mal... a febre, mesmo depois da injeção, não cedeu e ficava variando entre 38 e 39°C, muito forte essa tal bactéria peruana! O Rodrigo comentou com a dona de nossa pousada que não titubeou em chamar à pousada um médico de sua confiança. Dr. Jorge Ramirez veio até a pousada, examinou e modificou a medicação, receitou a sulfa (ou bactericin) + paracetamol duplo se a febre subisse dos 38°C. Totalmente entregue, dormi o dia inteiro, tentando recuperar as energias. O Ro, meu amado protetor, conseguiu providenciar a medicação, uma sopinha de frango e muito gatorade! Enquanto isso o Rodrigo, além de cuidar de mim, teve que ficar lidando com a situação de Galápagos, verificando novas possibilidades, conversando com os padrinhos e decidindo o novo roteiro.
Região desértica na viagem entre Huaraz, na cordilheira, e Trujillo, no litoral norte do Peru
No dia seguinte amanheci melhor, já bem mais disposta. As idas ao banheiro diminuíram e as dores também. Consegui até subir para tomar um café da manhã, interagir com uns turistas ingleses e tomar uma sopinha de frango feita pela Dona Nely, dona da pousada. Ganhamos um tempinho com a história do cancelamento de Galápagos, mas já usamos bem esse tempo para a minha recuperação. Agora, mesmo meio baleada, precisávamos continuar a viagem!
O monte Huscarán, o mais alto da Cordillera Blanca, visto do alto da Cordillera Negra, na região de Huaraz - Peru
Pegamos a estrada para Trujillo pela Cordillera Negra. Lindas paisagens e vistas panorâmicas da vizinha Cordillera Blanca e vários povoados no caminho. Foram em torno de 6 horas de viagem até Trujillo, pude descansar mais um pouco e aproveitar, agora melhor, a companhia no meu marido amado. Instalados no Hostal Colonial, decidimos ficar um dia a mais em Trujillo e conhecer os templos e civilizações das redondezas, que antes iriam passar batido. Amanhã mais um dia mergulhados na história incrível desse imenso sítio arqueológico que é o Perú.
Lago Izabal, em Rio Dulce, o maior da Guatemala
O Lago Izabal, também conhecido como Golfo Dulce, é maior lago da Guatemala, com 45km de comprimento, 20km de largura e 589,6km2 de área. Ele é considerado pela marinha norte-americana o porto mais seguro do Caribe na temporada dos furacões e, portanto, um dos paraísos para os velejadores do mundo inteiro que se aventuram pelas águas do Caribe.
Um veleiro nas águas do Rio Dulce, na Guatemala
A primeira vez que ouvi falar dele foi conversando com um norte americano, que me jurava que este era o maior lago da America Latina. Peraí, eu disse, você deve estar falando do Lago da Nicarágua, certo? Não, obviamente ele não arredou o pé na sua afirmação, mas tendo passado pelo oceano que é o Lago Ometepe (ou Lago Nicarágua) não me restavam dúvidas que ele estava enganado. Ainda assim eu havia ficado intrigada sobre a distante viagem para a costa caribenha da Guatemala.
A caminho de Livingston, no litoral da Guatemala
Finalmente a hora de matarmos a curiosidade estava chegando. Voltamos a pesquisar e colocamos o Lago Izabal definitivamente no nosso roteiro depois de passarmos 3 dias velejando pelas águas de Belize com nosso novo amigo Gaston. Rio Dulce é o seu porto seguro, local onde deixa ancorado o The Rob quando volta à Europa para trabalhar ou visitar a família. O lago estava no nosso caminho de Flores a Honduras, mais ainda havia ali um detour que valeria a pena fazermos, a viagem até a pequena cidade garifuna no encontro do Rio Dulce com o mar, Livingston.
São centenas de barcos e veleiros em Rio Dulce, na Guatemala
Toda esta imensa área está conectada com o mundo apenas por uma estrada, que corre desde Flores, no distante estado de Petén, em direção à Honduras e com uma conexão à capital do país. Os outros acessos são feitos via marítima dos portos de Punta Gorda em Belize e de Puerto Barrios, ainda na Guatemala, quase na fronteira com Honduras.
A maior ponte da América Central, sobre o Rio Dulce, na Guatemala
A caótica cidade de Rio Dulce é apenas o ponto de partida para um mundo novo e completamente diferente que vive às margens do Lago Izabal, do El Golfete, porção menor do lago, e do rio propriamente dito. Só para vocês terem uma idéia da desproporção e do choque de mundos, podemos compara-la com a cidade de compras do Di Caprio e de sua chefe autoritária e maluca do filme 'A Praia'. Agitada, cheia de carros, motos, lotada de gente nas ruas, nas feiras livres e nas margens do lago vendendo de tudo o que você pode imaginar.
Caminhando pelas movimentadas e barulhentas ruas de Rio Dulce, na Guatemala
Nos arredores da cidade está uma antiga fortaleza, o Castillo de San Felipe, construído pelos espanhóis em 1652 para defender as vilas ao redor do lago de piratas franceses e ingleses. Nos arredores da fortaleza há um parque e uma praia pública onde crianças nadam enquanto suas mães lavam as roupas nas águas do lago.
El Castillo de San Felipe, um forte espanhol no lago Izabal, em Rio Dulce, na Guatemala
Brincadeiras e lavação de roupa no lago Izabal, em Rio Dulce, na Guatemala
Novas amigas na beira do lago Izabal, em Rio Dulce, na Guatemala. A cerveja na mão parece, mas não é uma Btahma. É uma Brahva!
Os melhores hotéis de Rio Dulce estão nas margens do Izabal e só tem acesso por barco. O Hostal Backpackers é o mais agitado, com deck na beira d'água, restaurante e organização de tours. Nós ficamos hospedados em um hotel há 10 minutos a pé do forte, 15 minutos de carro da loucura do centro de Rio Dulce. O Hotel Hospedaje del Viajero tem preços bem razoáveis, estacionamento (bem importante para a Fiona) e é muito mais agradável que qualquer outro hotel da cidade. Outra opção procurada por vários viajantes é a Finca El Paraíso ou ainda hospedagens no El Estor, outra vila mais distante na beira do lago, próxima a águas termais, rios e com outra visão do Izabal.
Ilha dos Pássaros, no caminho para Livingston, no litoral da Guatemala
Uma bela water lily cresce em uma parte mais calma do rio Dulce, no nosso caminho para Livingston, na Guatemala
Fiona bem estacionada, era a hora de pegarmos o barco e nos aventurarmos pelas águas do Golfo Dulce. Pegamos a lancha das 9h, linha de transporte público que liga Rio Dulce a Livingston, e começamos a nossa viagem. A lancha começou fazendo um desvio para o Castillo de San Felipe, uma ótima, pois pudemos vê-lo do lago, melhor ângulo para as fotos do forte.
Pronta para partir para Livingston, em Rio Dulce, na Guatemala
A maior ponte da América Central, sobre o Rio Dulce, na Guatemala
Em uma hora cruzamos o imenso Lago Izabal, passando pela ilha dos pássaros e chegando ao Golfete. Ali a nossa lancha pinga-pinga começou a baldeação, mas não era qualquer baldeação... Passamos por vilas, casas isoladas da população ribeirinha que vive em um mundo mágico, onde water lilis cobrem o seu jardim e crianças apostam corridas de caiucos enquanto seus pais pescam e lindas garças brancas disputam os céus com pelicanos papudos e desajeitados.
Water Lilies crescem em remanso do rio Dulce, no nosso caminho para Livingston, no litoral da Guatemala
Uma casa em um pequeno tributário do rio Dulce, no nosso camiho para Livingstone, na Guatemala
Logo a realidade bate à porta e vemos que os caiucos estão cheios de artesanatos e as crianças estão ali, felizes e astutas, vendendo pulseiras, cascos de tartaruga e pequenas esculturas de madeira para ajudar nas contas da casa.
Meninas vêm em suas canoas nos vender artesanato, no caminho para Livingston, no litoral da Guatemala
Logo adiante está a nossa parada de descanso, 15 minutos na fonte de águas termais, com bar e restaurante de onde saem passeios para a reserva de manatees (peixe-boi) ou para uma caverna sagrada para o povo indígena da região. Toda esta terra pertence aos quec'che mayas, são várias famílias que formaram uma cooperativa e estão voltando seus esforços para o ecoturismo, montando uma infraestrutura bacana com o apoio do governo coreano.
Pequena piscina com águas termais, na beira do rio Dulce, no caminho para Livingston, no litoral da Guatemala
Passamos pela Round House, pousada que viria a ser nossa casa nos próximos dias, após a visita à cidade de Livingston. Continuamos percorrendo paisagens lindíssimas, cânions rochosos e florestas tropicais de verde abundante, entre pássaros, peixes e ribeirinhos.
Restaurante às margens do rio Dulce, no caminho para Livingston, no litoral da Guatemala
Chegamos à Livingston, na foz do Rio Dulce no Mar do Caribe, milhares de pelicanos empoleirados em um velho trapiche e uma vila garifuna, isolada de tudo e todos, por se descobrir. É, este é só o começo da nossa passagem pelo Lago Izabal, que merece tempo e espaço para contar suas histórias, cada um no seu devido post.
Centenas de pelicanos nos recebem no porto de Livingston, no litoral da Guatemala
Praia e falésias entre as praias da Campina e do Outeiro - PB
Hoje acordamos indispostos, comemos algo que não nos fez bem... salada ou talvez a pizza de anti-ontem, sei lá. Fato é que ontem estávamos mal, mas ainda dava para disfarçar, hoje não rolou. Acordei com sensação de febre (só a sensação) e dor mesmo. Ontem já tivemos menos fome e hoje então, fome alguma. Esse tipo de coisa é ruim, mas temos sempre que ver o lado bom: emagreçamos! Rsrs! Ok, descansamos no hotel o máximo que pudemos, mas tínhamos que seguir viagem. Nossas amigas pernambucanas haviam nos dito que de forma geral os estados nordestinos desenvolveram mais o litoral sul do que o norte. Resolvemos comprovar esta teoria aqui na Paraíba, já que os nossos guias colocavam 3 estrelas em duas praias que estavam no nosso caminho para o Rio Grande do Norte. Subimos pela costa, descobrindo ainda as praias no norte de João Pessoa, mais freqüentadas pelos pessoenses ou quem realmente conhece a região. A Praia do Bessa, com vegetação de restinga e coqueiros e já no município vizinho, a Praia de Intermares, ainda mais bonitas que as praias de Cabo Branco e Tambaú.
Atravessando a balsa entre Cabedelo e Lucena - PB
Pegamos a balsa de Cabedelo para Lucena, onde resolvemos pagar um motociclista para nos guiar por entre os canaviais, cortando uma bela volta que daríamos pelo asfalto para chegar à Barra do Mamanguape. A vila de pescadores possui algumas casas de veraneio, uns 2 restaurantes, uma padaria e um mercadinho. Na foz do Rio Mamanguape, uma Área de Proteção Ambiental, é também uma das bases do Projeto Peixe-Boi do ICM Bio.
Seguindo o mototaxi pelo canavial, entre Lucena e a Praia da Campina - PB
Lá cruzamos com uma expedição off-road organizada com mais de 30 carros, a Expedição Miriri. Infelizmente já o pegamos em movimento, senão já podíamos trocar umas figurinhas, principalmente sobre o estado da estrada para frente.
Cruzando com a expedição Miriri, chegando na Praia da Campina - PB
Dali seguimos sem guia, por estrada de areia e terra esburacadas, sobre falésias e erosões monstras. É terra do off-road mesmo, cruzamos motociclistas mais aventureiros e um deles nos avisou, além desta fenda aqui, no final da estrada irão encontrar uma valeta. Resolvemos seguir, nosso objetivo inicial era a praia do Oiteiro, mas a esta altura queríamos era ver onde aquela trilha ia dar.
Praia e falésias entre as praias da Campina e do Outeiro - PB
Vistas maravilhosas das falésias, mescladas com desconforto abdominal desgraçado. Não almoçamos, o café da manhã foram uma fruta e um chá, e ainda não sentíamos fome... sinal que a coisa estava preta. Passamos pela “fenda”, uma erosão que cortava a estrada na vertical e tinha uns sacos de areia tentando tapá-la. Ali a Fiona já deu uma patinada, uma das rodas ficou no ar, mas com jeitinho conseguimos tirá-la.
Praia e falésias entre as praias da Campina e do Outeiro - PB
Seguimos pelo areial, entre coqueiros e restinga, estávamos quase chegando na barra do Rio Miriri quando avistamos a fenda. Pouco mais de um metro de desnível em diagonal, descemos devagar, o ângulo de entrada da Fiona é bom, mas nem tanto... eu fiquei preocupada que batesse a frente, mas ufa, passamos sem nenhuma crise.
Barra do rio Miriri, entre Lucena e Barra do Mamanguape - PB
A Barra do Miriri é sensacional, falésias de um lado, areia e restinga de outro. A maré ainda estava baixa, mas não o suficiente para arriscarmos atravessar. Ali muitas marcas de pneu, a Expedição Miriri com certeza passou por ali mais cedo e seguiu pela praia até a Barra do Mamanguape. Estudamos o caminho, tentamos nos informar sobre a tábua de marés, mas preferimos não arriscar.
Barra do rio Miriri, entre Lucena e Barra do Mamanguape - PB
Iniciamos a nossa empreitada de volta e logo no início tínhamos aquela amiga valeta para vencer. O Rodrigo tentou devagar, tracionado e não conseguiu. O solo parece quase uma pedra de areia fina, derrapa que é uma beleza. Tentamos novamente e não deu... só lembramos do nosso professor de técnicas 4x4 falando “Tente uma vez, pare, olhe, avalie a situação, tente novamente. Se não conseguir não adianta forçar, teremos que achar alguma outra forma de tirar o carro daqui.”
Tentativa de destravar a Fiona, entre a praia do Outeiro e a Barra do Mamanguape - PB
Eu fiquei P da vida, não era a situação que eu queria estar, indisposta como estava desde cedo. Mas àquela altura já estava feito e eu tinha que colocar a mão na massa. Desci do carro e logo vi que teríamos que usar o guincho, mas o Ro quis tentar com folhas de coqueiro. Não rolou... aí tentou as pranchas de alumínio, para dar mais agarra para os pneus, uma no dianteiro e outra no traseiro. O pior é que se voltasse para trás íamos cair em outro buraco.
Usando a prancha de alumínio para tentar destravar a Fiona, entre a praia do Outeiro e a Barra do Mamanguape - PB
Tentamos uma, duas, três vezes e não funcionou. Tivemos que colocar, pela primeira vez o noss poderoso guincho em ação. O Rô já queria prender o cabo de aço direto numa “corda” na árvore e puxar. Aí foi que a minha memória de boa aluna e meu jeitinho escoteiro tiveram que entrar em ação.
Guincho puxando a Fiona, entre a praia do Outeiro e a Barra do Mamanguape - PB
Colocamos a cinta de 6m abraçando uma árvore, manilha a prendendo na patesca e cabo de aço de volta no carro. Tudo colocado no lugar, como mandava o figurino. Só faltou ligarmos o DVD da vídeo-aula de Técnica 4x4 para confirmarmos. Eis o grande momento, Rodrigo entrou no carro, ponto morto e eu liguei o guincho, BINGO! Puxamos a Fiona em 2 minutinhos e acabamos de justificar um belo investimento feito no carro, equipamentos e curso! Rsrsrs! Depois de 280 dias de viagem, eu quase estava achando que não íamos mais usá-los. Meu mau-humor, dor e tudo mais foram embora, afinal o gosto pela aventura e pela diversão são ainda maiores!
Com a ajuda do guincho, a Fiona ultrapassa a valeta, entre a praia do Outeiro e a Barra do Mamanguape - PB
Voltamos à Vila da Barra de Mamanguape, já eram quase 5 da tarde, comemos um lanchinho bem básico de pão com queijo para não fazer mais estragos e seguimos viagem para o próximo estado do nosso cronograma, Rio Grande do Norte.
Barra do Miriri, ao norte de Lucena - PB
A BR-101 dali para frente parecia um tapete, não só comparado com o off-road que acabamos de pegar, mas até porque aqui milagrosamente ela estava duplicada. Logo após a fronteira, pegamos mais 18km de estrada de terra entre canaviais, daquelas que assustam de tão escuras e vazias, e chegamos ao povoado de Sagi. Não demorou muito e já estávamos muito bem instalados na Pousada Sabambugi, uma pérola no meio deste nosso dia tão bem aventurado. Uma rede na varanda com uma bela vista para o mar, no final, como bem disse meu maridinho, “tudo está bem quando acaba bem”.
Fim de tarde na barra do rio Miriri - PB
Caminhada de Cruz Bay até Caneel Bay - USVI
United States Virgin Islands, ou como os americanos adoram fazer siglas de tudo, USVI. Essas ilhas foram descobertas também por Cristóvão Colombo (ele fez a limpa aqui no Caribe), e batizadas por ele Santa Úrsula e as 11 mil virgens. Durante poucos anos ficou sobre os auspícios dos espanhóis até que a grande guerra entre Inglaterra e Espanha no século XVI enfraqueceu o império espanhol fazendo com que abrissem a guarda de alguns territórios. A partir daí este território começou a ser ocupado por diversas nacionalidades, aqui, principalmente os dinamarqueses. As USVIs pertenceram à Dinamarca até a 1ª Guerra Mundial, quando os Estados Unidos, preocupados com o avanço das tropas alemãs sobre a Dinamarca, acabaram comprando estas terras por 25 milhões de dólares em ouro.
Caminhada de Cruz Bay até Caneel Bay - USVI
Hoje saímos cedo de Fajardo a caminho de San Juan para pegar o vôo para USVI. No aeroporto fiquei feliz quando vi que estávamos na fila dos vôos internacionais, pois uma preocupação constante é o nosso peso extra para todo esse equipamento de mergulho que estamos carregando. Mas não teve jeito, como falamos Porto Rico não é exatamente um território americano, mas também não é um país completamente independente. USVI passa por uma situação parecida, como pertence ao commonwealth americano estávamos em um vôo nacional e tivemos que pagar US$ 120,00 para a bagagem, 25 para cada bagagem e mais 35 para a segunda peça. Nunca vi incluírem apenas a bagagem de mão no custo da passagem... coisa de americanos. Aposto que alguém reclamou na justiça o direito de pagar menos se nunca levava bagagem alguma, e a companhia aérea nunca deve ter repassado este “desconto” para o consumidor. Capitalismo podre.
Caneel Bay, USVI
Chegando à Saint Thomas já pegamos um táxi comunitário em direção à Red Hook, porto mais próximo de Cruz Bay, em St John, onde estamos hospedados. Fomos tentar aproveitar o pouco tempo que havia nos restado, explorando a vila de Cruz Bay e algumas praias dentro do Parque Nacional das Ilhas Virgens. Pegamos uma trilha deliciosa, cheia e cactos, pássaros e ermitões. Apara chegarmos às praias caminhamos em torno de 30 minutos (1,6km) por uma trilha que nos levou direto para as praias conhecidas como Solomon Beach, Honey Moon Beach e Caneel Bay. As duas primeiras maravilhosas, super preservadas, árvores nativas, água transparente, ótima para snorkeling. A terceira, Caneel Bay é uma pequena baía ocupada por um resort, pequeno se comparado com os que vimos nas Bahamas e TCIs, mas grande o suficiente para ter um pequeno campo de golf, praia e marina próprias. Experimentamos uma cerveja local, Virgin Island Pale Ale, escolhida no cardápio pelo Rodrigo, quando provei foi que vimos que ela era “mango natural flavored”! Pô, cerveja com gosto de manga? Essa eu nunca tinha visto! Quando provei o garçom percebeu a surpresa/decepção e acabou nos servindo “na faixa” a versão summer da mesma marca, mostrando que os virgin islanders também sabem fazer cerveja de verdade.
Cerveja com Gosto de Manga - USVI
A recente colonização americana já tem suas marcas, mas percebemos a cultura da ilha completamente misturada. Muitos negros trazidos pelos dinamarqueses para o plantio de cana e imigrantes das ilhas próximas de origem espanhola. Contudo não encontramos ainda nenhuma marca dos quase quatro séculos de influência dinamarquesa, mas ainda temos mais dois dias para descobrir!
Caneel Bay, USVI
Entrando de canoa na floresta alagada, na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Acordamos na paz da Floresta Amazônica, mas uma coisa ainda nos incomodava. Eu não queria ir embora sem encontrar um Uacari! Obviamente tudo é uma questão de expectativa, onças por exemplo, já sabemos que são mais difíceis de encontrar, então nem esperamos. Mas o Uacari é uma figurinha carimbada nas matas ao redor da Pousada Uacari. A natureza é uma incógnita e sempre pode nos surpreender! Eu não acharia nada mal ver a onça em um apuí lindo (uma onça preta!) e se eu não visse o uacari ficaria triste, mas não decepcionada. Teria sido uma boa troca. Mas tudo apontava que a onça não apareceria, então hoje saímos com um objetivo bem claro: queremos ver o uacari-branco.
Nosso guia nos leva através da floresta alagada, na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
O Uacari foi o motivo primeiro para a vinda de Márcio Ayres para essa região, que mais tarde se transformaria na primeira Reserva Sustentável do Brasil. Um primata especial, o uacari branco (cacajao calvus) é um macaco de pelos longos, brancos, loiros ou acinzentados, que pesam entre 2,7kg (fêmeas) e 3,5kg (machos). Eles se alimentam de frutos, sementes, insetos, brotos e néctar no topo da Floresta Amazônica. A sua principal característica é a sua cara vermelha que se destaca na cabeleira branca. Ele é muito silencioso e difícil de ser encontrado.
Encontro com o elusivo Uacari, a espécie de macaco de pelo branco e rosto vermelho que é símbolo da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Passeando confortavelmente na floresta alagada na Reserva de Mamirauá, perto de Tefé, no Amazonas
Saímos na nossa canoinha com o Izael pela trilha do Juruá Grande, atravessamos o Cano do Pagão e trilha do Apara e em algum lugar no meio dessa confusão de canais e galhos da floresta inundada vimos os uacaris brancos da cara vermelha! Lindos! Um macho corria na frente enquanto a fêmea vinha com seu filhote agarrado no cangote. Foi difícil fotografá-los, estavam longe e eram muito rápidos, mas até que conseguimos um registro da mamãe uacari. Emocionante!
Ao longe, o macaco Uacari, símbolo da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Saímos pelo cano do Pagão, querendo ficar! Mas já era hora do almoço e a tarde logo teríamos outro passeio. Saímos com a voadeira no Cano do Lago Mamirauá para ver o por do sol e seguimos para o lago passando em frente ao flutuante dos Projeto dos Botos Vermelhos.
O maravilhoso reflexo do céu nos rios que cortam a Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Estação de pesquisa na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Víamos que o tempo estava fechando e na volta conseguimos escapar do temporal com uma parada estratégica no Flutuante de Pesquisa do Instituto. Enquanto chovia lá fora nós jogávamos Uno com os nossos companheiros de viagem, um casal de americanos em uma viagem de 8 meses pela América Latina, outro americano que emendou umas férias rápidas com uma viagem de trabalho ao Brasil e uma mãe paulista, com seus dois filhos que dirige um projeto social lindíssimo em Cotia – SP, o Projeto Ancora.
Em Tefé, no Amazonas, com o grupo que passou conosco os cinco dias na Reserva Mamirauá
Retornamos durante a noite, como planejado, para tentar fazer avistamento noturna da fauna amazônica. Jacarés eram os mais esperados, com um baita holofote nossos guias foram iluminando o caminho, não vimos nada. Mas não importa... só de sentirmos a floresta de noite, escutarmos seus sons e nos localizarmos no mundo (tipo zoom out no Google Earth), foi um momento inesquecível!
Pensativo, observando a grandeza da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Passeio noturno na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
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Nosso último e magnífico nascer-do-sol na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Dia de despedir-nos do Mamirauá, mas não antes sem dar um último passeio pelos arredores da pousada. Café da manhã com frutas, pão e chá e logo estávamos sobre a nossa canoinha com o grande Izael. Fizemos um passeio curto pela trilha da Casa da Árvore e a Trilha do Guariba, uma área de floresta menos densa. A casa da árvore é uma casinha onde os hóspedes do lodge podem escolher dormir uma noite, em redes, acompanhados de um guia. Uma noite ainda mais isolada e rústica, separados da floresta apenas por telas mosquiteiras. Antes mesmo do almoço, subimos na lancha rápida da pousada e fizemos nossa viagem, linda, pelo Rio Juruá, seguido pelo Solimões, até chegar a Tefé.
A casa na Floresta, quase alagada, sobre palafitas de mais de dez metros de altura, na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Em Tefé uma visita ao Instituto Mamirauá onde encontramos mais artesanatos feitos pelas comunidades indígenas e ribeirinhas da região. Colares, cestos, cumbucas e livros dos fotógrafos que já registraram as belezas desse lugar único no coração da Amazônia. Dali seguimos para um almocinho na cidade e fomos explorar Tefé a pé na companhia dos nossos novos americanos. Passamos pelo mercado municipal, repleto de frutas tropicais, frutos, sementes e peixes amazônicos, uma diversidade impressionante para nós, imagine para eles!
Frutas a venda no mercado de Tefé, no Amazonas
Ao lado do rio, o mercado de Tefé, no Amazonas
Depois, uma boa cervejinha gelada para apaziguar o calor nortenho, claro! Nos despedimos dos americanos e eu e Rodrigo fomos em direção ao embarcadeiro, compramos uma rede no caminho, para já garantirmos nosso lugar no barco regional que nos levaria de volta até Manaus. É, nossa aventura amazônica ainda não terminou!
Ainda em Tefé, pronto para a viagem de barco até Manaus, no Amazonas
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