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Com o Tiburço, na passagem pelo paso de 4.750 metros no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Hoje acordamos cedo, depois de uma noite mal dormida. Novamente não sei se foi a altitude ou a ansiedade de saber que teria que levantar cedo. 5h30 estávamos em pé para a caminhada. Será um dia longo, pois faremos 2 dias de trekking em um. Sairemos do acampamento em Taulipampa 4.250m, cruzando o Passo Ponta Unión a 4.750m, descendo novamente a 3.350m e subindo a Vaqueria a pouco mais de 3.700m. São 18km com muita inclinação, pedras, vales e paciência.
A magnífica paisagem no início do último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Nosso plano inicial era sairmos sozinhos, levando nossa mochila. Oscar e Tibúrcio conversaram e decidiram colocar à nossa disposição uma mula para levar a mochila e os alguns equipamentos de cozinha, já adiantando um pouco a parte do Tibúrcio na montagem do próximo acampamento. Hoje o almoço é um lanche de pão com queijo já preparado com antecedência por ele, portanto poderia sair cedo para nos acompanhar sem atrapalhar o restante do grupo.Tibúrcio, com seu físico totalmente adaptado à altitude e acostumado com as montanhas da região, sem peso, poderia fazer esta trilha de 4 dias em apenas 1. Ele foi abrindo o caminho e tocando a mula. O primeiro desafio do dia o passo Ponta Unión, subindo em ziguezague uma imensa ladeira que costeia o Taulliraju, por pouco não chegamos no cume! Pelo menos é a impressão que dá! Hahaha!
Lagunas com águas mais escuras do outro lado do paso, no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Já no começo da caminhada comecei a sentir um desconforto, dores abdominais... mas fui negociando com a barriga durante todo o caminho. Não havia de ser nada, pensava. Subimos em 2 horas... pra variar, Tibúrcio poderia ter feito em 45 minutos, Rodrigo também. E eu, que não ando devagar, ao lado desses caras fico sempre parecendo a lesma da vez, lesma com dor de barriga. Maravilha.
Lagunas com águas mais escuras do outro lado do paso, no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Chegamos ao paso, lugar lindo! Mais parece um portal que nos transporta para outro mundo. Uma fenda na rocha nos leva de paisagens nevadas e lagoas de degelo da Quebrada Santa Cruz, para uma paisagem mais sombria, de montanhas escarpadas negras e tempo acinzentado. Uma fina precipitação de neve gelava o nosso nariz. Aceleramos o passo, para esquentar e ganharmos tempo, queremos estar em Vaqueria até as 14h, quando é garantido que teremos ônibus. Sacamos uma foto ou outra e logo começamos a ouvir o tilintar das mulas que traziam os equipamentos de um segundo grupo.
Uma neve fina caía na passagem pelo paso de 4.750 m último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Durante uma hora eu consegui me antecipar à elas, descendo enlouquecidamente um caminho de pedras, mantendo uma distância segura das mulas. Elas não deviam estar acreditando na polaca que parecia querer apostar corrida com elas... Do alto de sua experiência, sabiam que algum momento iriam me passar. Dito e feito. Já quase no pé da trilha, onde se iniciava o novo vale, as mulas me alcançaram e passaram a ser minhas companheiras. Caminhamos juntas e até fiz amizade com o arrieiro que as pastoreava soltando palavras de ordem em quéchua. Simpático e curioso, queria saber de onde era, se já era casada, se era com ele (Rodrigo, que já estava uns 5 minutos à frente), por quê? Ele parecia tão mais velho... vai explicar! Jovens são sempre curiosos, em português, espanhol, inglês ou quéchua, uma vontade de viver incrível! rsrsrs!
Belíssimas paisagens no alto do vale que conhecemos no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Pouco a frente Rodrigo decidiu me esperar e me despeço do novo amigo. Caminhamos, caminhamos, caminhamos e caminhamos. Longo trecho plano e com muitas pedras. Passamos por um lindo bosque de papillónes e algumas lagoas. A paisagem mudou muito e o clima ameno facilita a caminhada. O que continua atrapalhando são as dores, mas sou boa negociadora, vou um pouco mais devagar em alguns trechos, mas vou!
Atravessando bosque no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Ao meio-dia chegamos ao 3º acampamento, onde o nosso grupo irá dormir. Lá estava Tibúrcio nos aguardando, enfastiado de não ter o que fazer. Não titubeou em oferecer ajuda para levar a nossa mochila. Recusamos, mas êita nego que gosta de caminhar! Ele não nos deu opção, pegou a mochila e começou a andar. Menos peso, caminhamos mais rápido.
Com o Tiburço, cozinheiro e nosso guia e companheiro no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
O último trecho de Huaripampa já é habitado. Vamos passando por sítios de camponeses trabalhando em suas criações de abelha, plantações de cevada e em meio aos animais, porcos, burros, vacas, galinhas, patos e os sempre fiéis e amigos perros. Este trecho parecia interminável, as unhas já pediam socorro dentro da bota e minha barriga então? Infelizmente não era uma dor que se resolvesse em um matinho ou banheiro... era algo estranho, diferente.
Finalmente cruzamos o rio de Huaripampa em direção à Colchapampa e ali nos despedimos de Tibúrcio, nosso protetor, que nos alimentou das melhores energias possíveis (literalmente), sempre disposto a ajudar!
Agora, sem as mulas, carregando o peso no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Essa subida final, que ele nos disse que levaria uns 20 ou 30 minutos, foi de matar! Deve ter levado isso mesmo, talvez 40’, mas o foi interminável. Uma subida íngreme, com mais calor e mais dor, além do estresse de chegar a tempo para não perdermos o coletivo de Yungay. Chegamos no alto as 13h50, sentamos em uma varanda da pacata vila e esperamos... Esperamos por umas 2 horas e nem sinal de coletivos. Domingo, será que encontraremos mesmo algum? Eis que surge um carro, com pneus baixos e dois caras meio esquisitos, todos sérios, para quem pedimos carona. Depois de conseguirem emprestado uma bomba manual para encher o pneu, nos mandaram subir e lá fomos nós. 70 ou 80km de estrada de terra entre Vaqueria e Yungay, estrada belíssima, mas ruim pra burro. O nosso “motorista” estava socando o bambu, inclusive nas curvas fechadas do ziguezague que desceram uns 1000m de altura até a Lagoa Llanganuco.
Chegando a famosa laguna Llanganuco, no último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Ficamos na dúvida se era uma carona ou um transporte, mas na despedida ele logo esclareceu, 10 soles por pessoa. Mais 5 soles por pessoa de Yungay a Huaráz em um coletivo pinga pinga com um mané bêbado que deixou seu celular repetindo 1000 vezes a versão latina-eletrônica do Kaoma, parada de sucesso nas rádios destes países. Infelizmente pelo tardar da hora não pudemos parar e conhecer o Campo Santo, antiga cidade de Yungay que ficou soterrada por uma imensa avalanche do Huascarán. Essa catástrofe natural foi causada por um terremoto de 7,9 pontos na escala Richter e matou em torno de 50 mil pessoas, em 1970. Os poucos que sobreviveram, foram os que correram para a montanha onde ficava o cemitério... que ironia.
A laguna llanganuco, último dia do trekking Santa Cruz, na Cordillera Blanca, região de Huaraz - Peru
Chegamos a Huaraz, sem banho há 3 dias, de mala e cuia, e paramos para um jantar rápido. Após aplacar a fome, só queríamos saber de chegar ao hostal. Podres e acabados, mas com a sensação de dever cumprido! Cordillera Blanca, nossa história só começou. Ainda voltaremos para explorar as dezenas de montanhas e trilhas que ficaram para trás.
DICA
Tibúrcio também pode trabalhar como freela, sendo guia e cozinheiro e se duvidar até arrieiro! Ele prefere as montanhas, sua preferida é o Huáscaran (6.700m), mas conhece estes vales e trekkings de ponta cabeça! Ele prometeu que logo irá aparecer aqui no site para deixar seus contatos, já que nem caneta levamos para a trilha. Fica aqui a dica!
MUDANÇA DE PLANOS
Hoje, quando chegamos à civilização, conseguimos conectar no wifi do restaurante e, ainda podres e acabados, recebemos uma notícia desoladora. O nosso live aboard para Galápagos foi cancelado! O barco é novo, tão novo que nem pôde sair do estaleiro, aparentemente na ficou pronto e por isso ficamos sem Galápagos. Estamos planejando essa viagem há uns 3 meses, pelo menos, pois além da antecedência para comprar esse pacote, temos 3 amigos que irão (ou iriam) nos encontrar lá. Rafa e Laura, um casal de amigos e Haroldo, primo, todos nossos padrinhos de casamento, estavam loucos tentando entrar em contato consoco para nos passar a péssima notícia.
Segunda a agência de turismo, os outros barcos estão lotados, portanto temos as seguintes opções: 1) Postergar a data do live aboard. 2) Ir para um resort de terra e fazer dive trips com a equipe do hotel, recebendo um ressarcimento, já que o valor é mais baixo. 3) Pedir todo o dinheiro de volta e cancelar a programação.
Para nós nenhuma das 3 é opção que se preze! Galápagos é ponto obrigatório na viagem, ainda mais algo tão planejado, em uma agenda tão suada para reunir os amigos! Sinceramente... dessa não precisávamos.
es maravilloso el viaje por m
Olá Ana e Rodrigo (meu xará e conterrâneo de BH), o blog de vocês é muito legal! Estão de parabéns pelos relatos e pelo belo projeto! Estava passeando na net e cheguei ao blog de vocês... já não me lembro porque... sei que já li uns 30 posts, viajei com vocês por vários lugares e lembrei de muitos outros e que passei, inclusive a trilha Santa Cruz. Fui de carro de SP até Huaraz, percorrendo o caminho que vocês relataram em outro post, passando pelo Acre, Puerto Maldonado, Cuzco e dali pra cima. Na época (em 2003), a estrada de Iñapari até os arredores de Cuzco ainda era toda de terra e minha máquina fotográfica era de filme de rolo. Enfim, obrigado por compartilharem tantas histórias legais. Boas rotas procês!
Resposta:
Sensacional! Há tempos queríamos fazer esta estrada, a Transoceânica e você ainda foi mais longe que a maioria, Huaráz! Seu roo de fotos deve contar boas histórias! Abraços e boas viagens!
Ai que linda vc ter lembrado d mim!
Que bom que está melhor!
Nem fale, eu topo com certeza! É só conseguirmos fazer bater as agendas, e o financeiro, pois disposição não falta!!!!
beijos enormes!
Resposta:
As agendas tem q bater mto antes, temos quase 500 dias para vc e o Ro escolherem um lugar para nos encontrar ainda! Saudades! Bjooo
dei muuuita risada com a "lesma com dor de barriga".
guria, q dó, n queria estar no seu lugar! vc é mto guerreira!
mas depois tudo se resolveu, certo?
Resposta:
Hahaha! Nem me fale guria, agora que eu consegui finalmente zerar todos os problemas gastro-intestinais eu posso rir! Mas realmente os dias seguintes foram meio punks. Eu sempre pensava em vc nessa caminhada, vc teria adorado!!! Ainda podemos combinar de voltar juntas um dia para conhecer as outras dezenas de trekking lá em Huaráz. Beijos!
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