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Blog da Ana - 1000 dias

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SHUFFLE Há 1 ano: Estados Unidos Há 2 anos: Estados Unidos

Aurora Boreal!

Alaska, Coldfoot

A fantástica Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska

A fantástica Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska


O sol demorou a baixar, quanto mais ao norte, mais tarde ele irá se por nesta época do ano. Nove e meia da noite e alguns raios solares ainda estavam no horizonte. Nosso alojamento quentinho era um convite à preguiça, o cansaço dos últimos 3.400 quilômetros queriam nos afastar do nosso principal objetivo, esperar lá fora pela Aurora Boreal.

A fantástica Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska

A fantástica Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska


O céu estava estrelado, a lua começava a despontar no céu, a temperatura estava abaixo do ponto de congelamento, -4°C, -6°C. Não poderia esperar nada diferente disso, estamos no Alasca! Tínhamos apenas que torcer para o céu continuar estrelado e com a atividade solar elevada. A previsão ontem dizia que a aurora estaria entre 4 ou 5/10, o que é ótimo. Quanto mais alto este índice, mais ela se amplia e pode ser vista até em Anchorage.

um inesquecível show de luzes da Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska

um inesquecível show de luzes da Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska


Tomamos um banho bem quentinho, vesti todas as roupas possíveis, peguei meu saco-de-dormir no carro, queijos e um bom vinho na mão. O kit aurora boreal estava pronto para sentarmos lá fora e esperarmos. Nos disseram que a melhor hora era entre meia-noite e duas horas da manhã, mas ela pode acontecer a qualquer momento e algo me dizia para ir logo para fora. Fui, sem kit, sem máquina nem tripé, só dar uma conferida e quando saio pela porta vejo aquela nebulosa verde crescendo no céu, uma torre vertical com formatos arredondados. Fabulosa! Simplesmente mágica! Corri para dentro, chamei o Rodrigo, peguei a câmera e o tripé e sem sentir frio algum fiquei assistindo a esse espetáculo natural.

A Aurora Boreal faz desenhos nos céus de em Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska

A Aurora Boreal faz desenhos nos céus de em Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska


A aurora é um evento físico que acontece quando partículas solares são capturadas pelo campo magnético e atraídas para os polos da terra. Quando elas entram na atmosfera se chocam com as moléculas de nitrogênio e oxigênio e este choque resulta em uma descarga luminosa. Estas luzes podem ser verdes, vermelhas, azuis, roxas e brancas. Na maioria das vezes o verde é a cor predominante e apenas com uma atividade muito elevada as outras cores irão se manifestar. Ficamos lá fora por mais de uma hora, a aurora dançava do norte ao sul, leste a oeste por todo o céu! Às vezes ela se esvaía, diminuía por um tempo e quando menos esperávamos voltava a dar surtos mais fortes e pintava o céu de verde novamente. Um espetáculo indescritível que só presenciando ao vivo e a cores, é possível compreender.

Expedição 1000dias e a Aurora Boreal, em Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska

Expedição 1000dias e a Aurora Boreal, em Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska


Ainda teremos chance de ver a aurora na noite de amanhã, depois de uma viagem à Brooks Range e às tundras do norte. A aurora é viciante, depois de vermos uma vez não podemos esperar para encontrá-la novamente em mais uma noite acima do Círculo Polar Ártico.

A fantástica Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska

A fantástica Aurora Boreal nos céus de Coldfoot, 95 km ao norte do Círculo Polar, na Dalton Highway, no Alaska

Alaska, Coldfoot, Aurora Boreal, Natureza, Northern Lights

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Red Rocks e Death Valley

Estados Unidos, Califórnia, Death Valley, Mojave

Solo desértico do Death Valley National Park, na Califórinia - EUA. É o lugar mais seco do país.

Solo desértico do Death Valley National Park, na Califórinia - EUA. É o lugar mais seco do país.


Imensas paredes de arenito formam o Red Rock State Park, cruzado pela rodovia 14, no nosso caminho para o Death Valley. O tom avermelhado é resultado da oxidação do ferro encontrado na composição do solo da região.

Chegando ao Red Rock Canyon State Park, perto de Mojave, na Califórinia - EUA

Chegando ao Red Rock Canyon State Park, perto de Mojave, na Califórinia - EUA


A erosão feita pela água e pelo vento transformou o paredão que um dia já esteve no fundo do mar em uma verdadeira catedral. A belíssima formação rochosa foi um convite a conhecermos um pouco mais do parque, do outro lado da estrada.

Enormes colunas de pedra no Red Rock Canyon State Park, perto de Mojave, na Califórinia - EUA

Enormes colunas de pedra no Red Rock Canyon State Park, perto de Mojave, na Califórinia - EUA


O guarda-parque que estava distante logo veio falar conosco curioso com a Fiona e nos deu a dica de uma trilha rápida para vermos o parque mais de perto. O vento ainda estava forte, mas as paisagens sensacionais fazem os 3 km de caminhada valerem à pena!

Explorando o Red Rock Canyon State Park, perto de Mojave, na Califórinia - EUA

Explorando o Red Rock Canyon State Park, perto de Mojave, na Califórinia - EUA


Chegamos ao Death Valley pela Panamint Springs, passando pela Father Crowley Vista e fomos seriamente impactados pela grandiosidade do lugar. É sério, a primeira imagem que tivemos do famoso Death Valley, sobre o Rainbow Canyon foi simplesmente inacreditável!

Chegando ao Death Valley National Park, na Califórinia - EUA

Chegando ao Death Valley National Park, na Califórinia - EUA


Fizemos um almoço rápido na Panamint Springs onde começamos a entender como funcionam as coisas por aqui. Já faz mais de um mês que todos os quartos nas vilas dentro do Death Valley estão lotados, a opção é dirigir mais 85 km e dormir em Beaty, cidade mais próxima do parque, ou entrar na dança e acampar em algum dos RV Parks e Campings do Parque Nacional.

Acampamento de traillers no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA

Acampamento de traillers no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA


No caminho cruzamos o vale acompanhando de longe uma pequena tempestade de areia que lutava para atravessar a cadeia de montanhas.

Nuvem de areia no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA

Nuvem de areia no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA


Nossa próxima parada foi no Stovepipe Wells Village, onde confirmamos a lotação na pousada, garantimos um lugar no camping, compramos alguns víveres, sanduíche de pão integral 9 grãos com roastbife, uma cervejinha, suco, água e um passe que nos dá direito ao uso da piscina (gelada) e o chuveiro (quente) até as 11pm. É insano pensar esta estrutura turística existe e está em funcionamento desde 1920, quando a corrida pelo ouro na costa oeste americana entra em decadência e as estruturas construídas na região começam a redirecionar as atividades.

Solo desértico do Death Valley National Park, na Califórinia - EUA. É o lugar mais seco do país.

Solo desértico do Death Valley National Park, na Califórinia - EUA. É o lugar mais seco do país.


Prontos para passar a nossa primeira noite na Fiona, aproveitamos os últimos raios de sol para conhecer as Mesquite Dunes. A própria imagem do deserto, as Mesquite Dunes estão a apenas 5 minutos de carro do Stovepipe Wells.

Belíssimo luar sobre as dunas de 'Mesquite Dunes', no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA

Belíssimo luar sobre as dunas de "Mesquite Dunes", no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA


Vistas do alto parecem um pequeno amontoado de areias, mas começamos a caminhar e nos perdemos entre as dunas, enquanto o sol é substituído pela lua cheia. Na noite clara e iluminada, os ventos mais brandos e quentes nos deram as boas vindas aos viajantes no Death Valley.

Caminhada noturna no campo de dunas 'Mesquite Dunes', no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA

Caminhada noturna no campo de dunas "Mesquite Dunes", no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA


Por um segundo olhamos ao redor e relembramos da nossa passagem pelos Lençóis Maranhenses, Galos e Galinhos , no Rio Grande do Norte, Valle de La Luna no Atacama ou até mesmo das gigantes de Huacachina no Perú, noites mágicas dessa jornada através das Américas.

Com Júpiter e Vênus sobre uma das dunas de 'Mesquite Dunes', no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA

Com Júpiter e Vênus sobre uma das dunas de "Mesquite Dunes", no Death Valley National Park, na Califórinia - EUA

Estados Unidos, Califórnia, Death Valley, Mojave, deserto, Dunas, Road Trip, Stove Pipe Wells

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Detalhes do Rei

Bahamas, Eleuthera - Harbour Island

Os lugares são feitos pelos detalhes, por coisas que parecem tão pequenas, mas que ajudam a formar o nosso conceito sobre eles e por onde passamos. Geralmente esses detalhes são difíceis de descrever, mas facilmente percebidos.

A arquitetura da cidade...

Pousada Bahama House Inn

Pousada Bahama House Inn



A música, a forma como as pessoas falam, o sol...

Músico tocando goombay

Músico tocando goombay



As conchas, o maluco da pousada, o vento...

Concha típica das Bahamas

Concha típica das Bahamas



A arte, as ruas, a comida, as cores, o clima, o mar...

Pintura típica bahamense

Pintura típica bahamense



As portugueses, a vibe...

Portuguese ou Caravela

Portuguese ou Caravela



Um conjunto de adjetivos, bons ou ruins, que fazem com que possamos formar a nossa opinião sobre estes lugares por onde passamos. Harbour Island é um lugar que vai ficar marcado por isso, pelos detalhes, tão pequenos, que como diz o REI, são coisas muito grandes pra esquecer... e que certamente vou lembrar... lembrar você...
Viiiixi, baixou o Rei agora! Hahaha! É pessoal, esse lugar faz dessas coisas... e olha que eu nem bebi! Estou mesmo é meio melancólica... Estamos indo embora daqui a poucas horas, para Long Island, o que tenho certeza também não será nada mal.

Deixo aqui um abraço para Katarina e David, casal bacana que conhecemos hoje no bar em que fomos ver o pôr-do-sol na baía, maravilhoso! Eles me abordaram perguntando se eu era fotógrafa, pois vão se casar amanhã aqui e precisam de alguém para registrar o casório. Vocês acreditam? Dois malucos de Michigan, chegam aqui e sem mais nem menos resolvem casar. Estavam decidindo hoje mesmo local, foto, etc... Até que me identifiquei com eles. Também casamos em uma ilha... ué, lá só não tinha essa cor de água!

Casal de Michigan, noivos em Elethera

Casal de Michigan, noivos em Elethera



Felicidades aos que ficam nessa Ilha maravilhosa e sucesso para todos nós que continuamos a nossa viagem nos nossos restantes 982 dias pela América!

Ana em Harbour Island

Ana em Harbour Island

Bahamas, Eleuthera - Harbour Island, Praia

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El Faro

Porto Rico, La Parguera

Visão do Farol em Cabo Rojo - Porto Rico

Visão do Farol em Cabo Rojo - Porto Rico


Viajar tem muito de pesquisa e planejamento, escolher os lugares certos para aproveitar. Ontem, por exemplo, havíamos pesquisado quase tudo, sabíamos os lugares, as estradas, tínhamos tudo pronto para Arecibo e Las Cuevas, mas esquecemos de ver as datas e horários de funcionamento dos parques. Mas viajar também tem muito de feeling, sexto sentido e modéstia a parte eu tenho um bem aguçado. O Rodrigo até fala que gosta de seguir o meu faro para vinhos, comidas, lugares e aos poucos vai acreditando nele também para os roteiros. Já fizemos algumas viagens juntos, mas antes dos 1000dias a viagem mais parecida foi a nossa Lua de Mel na Turquia. 4000km de carro por um país com uma cultura totalmente diferente e de língua completamente incompreensível, outro alfabeto, placas e sinais de trânsito. Mas lá, aos poucos ele foi aprendendo a me conhecer como co-pilota ou navegadora da nossa viagem de carro. Ali acho que teve certeza que conseguiríamos fazer juntos a viagem de 1000dias. Bem, se não ele, eu tive a certeza. Uma companhia especial, interessante, sempre positivo e bem disposto. Temos gostos parecidos, mas visões completamente diferentes, o que sempre gera discussões super interessantes e às vezes mais acirradas, o que ajuda a apimentar a relação. O Ro é especial, sempre paciente com as intempéries da mujer, sejam elas mensais ou matinais.

Se preparando para o mergulho em La Parguera

Se preparando para o mergulho em La Parguera


Hoje estamos viajando há um mês e seguimos em uma rotina de viagem muito gostosa, acostumando cada vez mais com o fato de que o hotel é a nossa casa, confiando cada vez mais um no outro, se é que isso é possível. Às vezes percebo que quem tem que aprender a confiar em mim sou eu, não ele. Que viagem... que aprendizado.

Restaurante de hotel em Cabo Rojo - Porto Rico

Restaurante de hotel em Cabo Rojo - Porto Rico


Saímos hoje cedo para mergulhar e vimos um grande nurse shark fora da toca, ou gata, como chamam em espanhol. Lindo! Uma moréia verde de uns 20cm de diâmetro, nem sei como cabia naquela toca. Saímos de La Parguera para conhecer a praia mais próxima. Sou boa na navegação se tenho o mapa atualizado em mãos. Seguimos pela 304 até 305, depois pela 303 até a 301 rumo a Cabo Rojo, península onde encontramos o Faro do Cabo Rojo. Tanto a Parguera, quanto esta península não estavam nos planos iniciais do Ro do roteiro de Porto Rico. Falésias maravilhosas e a linda praia do farol nos surpreenderam! Lindas e especiais! Enfim, o faro está sempre nos iluminando, seja ele um faro de praia e luz, seja ele o faro do nosso instinto aventureiro, apaixonado e sempre viajante.

Praia del Faro, em Cabo Rojo - Porto Rico

Praia del Faro, em Cabo Rojo - Porto Rico

Porto Rico, La Parguera, casal, ilha, Mergulho, Praia

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Caatinga Medicinal

Brasil, Pernambuco, Buique (P.N da Serra do Catimbau)

Mandacaru no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE

Mandacaru no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE


A visão que a maioria de nós “sulistas” temos do sertão nordestino é no mínimo ignorante. Uma cultura riquíssima até então conhecida por mim apenas através das músicas de Luiz Gonzaga e dos filmes brasileiros. A maioria destes filmes é muito caricato, como quase todos os seus semelhantes brasileiros ou “roliudianos”. Eles até mostram parte da cultura e história da região, mas contextualizadas em diferentes épocas e histórias. Por isso mesmo, antes de formarmos uma opinião normalmente vamos nos informar. Recorremos aos jornais impressos ou televisivos e é aí que caímos na grande furada de acreditar que o sertão é um lugar seco, sem vida e miserável, de uma população sem estudo e que vive apenas da bolsa família.

A chuva faz a alegria das crianças na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI

A chuva faz a alegria das crianças na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI


As reportagens geralmente abordam as questões mais críticas do sertão e que não são a maioria, pelo menos não agora. “Tiram uma foto do pedacinho mais seco da caatinga, arrumam um gado morto e pronto, parece que é tudo uma desgraça”, comentou o nosso guia, nascido e criado no Cariri Paraibano.

Lagarto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Lagarto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Quanto mais eu ando pelo sertão, mais me apaixono e ao mesmo tempo mais me envergonho de não saber disso tudo antes. Homens e mulheres fortes, guerreiros e orgulhosos de sua terra e sua cultura. Uma terra seca, sim, mas que se adaptou a isso e possui uma riqueza imensa tanto na sua fauna, quanto na flora. Criação de bode e boi, palma para alimentar o gado, e várias outras culturas, como o milho, feijão, etc. Água em abundância no subsolo, para o inverno, açudes cheios no período de trovoadas, como chamam o período chuvoso entre dezembro e fevereiro. Se a chuva cai antes é a chuva “desgraçada”, pois veio na época errada e pode atrapalhar o ciclo já formado pela natureza. As plantas e sementes secas que alimentam o gado na época de seca irão apodrecer e adoecer os animais. Nós, com a nossa visão míope de que bom é como nós vivemos no sul, não entendemos que no fim, tudo está encaixadinho, como deve ser!

Papagaio no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Papagaio no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


A fauna do sertão abriga espécies como o Tatuí, pequeno tatu, Teiú ou Tejú, grande lagarto (também conhecido como um pequeno jacaré), Lacraias, Camaleão, Lagartixas e cobras diversas, assim como várias espécies de pássaros, dentre elas os jacús, siriemas e emas.

Siriema na caatinga, região de Cabaceiras - PB

Siriema na caatinga, região de Cabaceiras - PB


A caatinga é uma vegetação extremamente adaptada à falta de água, por isso a maioria de suas plantas possui folhas modificadas, os espinhos, que ajudam a reter o máximo de água no caule. Algumas árvores parecem murchas, secas, mas a folha encolhida é uma defesa natural da planta para diminuir a perda de umidade. A barriguda também guarda no seu tronco e raízes toda a água de que irá precisar. Tudo isso nós aprendemos na escola, o que me impressionou mesmo foi a imensa quantidade de plantas medicinais encontradas nesta mata “tão seca e sem vida.”

Caatinga seca na região de Cabaceiras - PB

Caatinga seca na região de Cabaceiras - PB


Na Serra do Catimbau tivemos a sorte de encontrar o Márcio, nosso guia para as trilhas e profundo conhecedor das plantas da caatinga. Cada pedaço de pau, cactos ou flor tem uma serventia e Márcio sabia nos explicar qual é. Primeiro, qualquer cacto que víamos, achávamos que era o famoso “mandacaru”, mas aqui no Catimbau encontramos pelo menos 6 tipos diferentes de cactos: o próprio mandacaru, o faxeiro, quipá, palmatória, coroa de frade e caixacubri.

Pequeno cactus na área de exploração de bentonita na região de Cabaceiras - PB

Pequeno cactus na área de exploração de bentonita na região de Cabaceiras - PB


Mandacaru – cacto com caules mais verdes, em gomos, se cortado tem formato de estrela e espinhos mais separados. Rico em água é uma opção para alimentar os animais.

Facheiro no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Facheiro no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Faxeiro – quem não conhece achará parecido com o mandacaru, mas seu caule não tem os gomos, é arredondado, tom marrom-esverdeado e com maior quantidade de espinhos. O líquido do caule do faxeiro é ótimo cicatrizante e desinfecção de cortes e feridas.

Seiva de Facheiro (cicatrizante) no Raso da Catarina, região de Paulo Afonso - BA

Seiva de Facheiro (cicatrizante) no Raso da Catarina, região de Paulo Afonso - BA


Palma ou Palmatória – cactos mais baixo, arbustivo, possui seu caule mais arredondado e chato. Preferido para a alimentação do gado e de fácil adaptação para o plantio.

Flor da Palmatoria no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Flor da Palmatoria no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Palmatória no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Palmatória no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Coroa de Frade – nosso conhecido da Serra da Capivara e outros sertões, o coroa de frade possui um fruto pequenininho apreciado pelos passarinhos, é rosado e seu gosto é parecido com kiwi. O miolo do coroa de frade era utilizado pelos antigos para fazer um doce para as crianças que funciona como vermífugo.

Coroa de Frade, na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI

Coroa de Frade, na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI


Xique-Xique – Cacto mediano, mais alto que a palmatória, menor que um faxeiro ou mandacaru, possui espinhos grandes e bem pontiagudos. É apreciado como alimento pelos bodes e utilizado pelos beija-flores como base para seu ninho.

Pé de Caixacobri, espécie endêmica da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Pé de Caixacobri, espécie endêmica da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Caixacubri – Cacto endêmico da Serra do Catimbau, é parecido com o xique-xique, se diferenciando pelo miolo preto de onde nascem os espinhos. Bodes e beija-flores também o freqüentam para habitá-lo ou devorá-lo.

Malva no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Malva no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Além dos cactos, encontramos outras plantas como a Baraúna, utilizada como anti-febril, a quixabeira, para dissolver sangue pisado e a Malva, flor utilizada para os males de garganta e mucosa bucal (já devem ter ouvido falar no malvatricin, anti-séptico bucal preferido os dentistas).

Pinhão-Brabo, na Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Pinhão-Brabo, na Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Fiquei impressionada com o Pinhão Brabo, arbusto parecido com um pé de café e florzinhas vermelhas, seu caule é poderoso no combate a picadas de cobra. Os antigos aprenderam isso observando o teiú, lagarto que chega a 1,5m de comprimento e voraz caçador de cobras. Nos embates com jararacas e cascavéis se ele toma uma picada, vai até o pé do pinhão-brabo, abocanha seu caule e volta para a briga.

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB


Foi aí que perceberam que a planta o salvava do veneno da cobra. Certa vez um homem da região foi picado por uma cascavel, sabendo que não chegaria a tempo ao hospital ou unidade de saúde, desandou a comer pinhão-brabo, desesperadamente. Conseguiu ainda caminhar até o asfalto onde foi encontrado desmaiado. O levaram para o hospital e aplicaram o soro anti-ofídico. O médico explicou que a planta não serve como soro, mas retarda o efeito do veneno e se ingerida em grande quantidade também é tóxica.

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB

Seiva cicatrizante do Pinhão Bravo, em passeio na caatinga na região de Cabaceiras - PB


Entre as plantas utilizada na culinária estão a Baunilha, planta de onde é retirado o extrato de baunilha, ela parece uma trepadeira. Incó, fruto comestível, o Uricuri, palmeira de onde se aproveitam o palmito e o coquinho para cocada e óleo.

Fruto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Fruto no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Até o Amargoso, frutinha parecida com a lixia, só que alaranjada por dentro e meio amarga, porém deve ser ingerida com parcimônia, pois suas folhas e, dependendo da quantidade, até as frutas são abortivas. No desespero, sem comida no meio do sertão, pode-se recorrer à macambira, bromélia bem espinhenta que possui um miolo altamente protéico e comestível.

Macambira no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE

Macambira no P.N da Serra do Catimbau, próximo à Buique - PE


Fechamos com o caruá, como exemplo de planta fibrosa utilizada para a confecção de cestos e até roupas pelos índios da região.

Caule e folhas espinhosas de Urtiga no Lajedo Manoel de Souza, na região de Cabaceiras - PB

Caule e folhas espinhosas de Urtiga no Lajedo Manoel de Souza, na região de Cabaceiras - PB


Depois dessa aula que o Márcio nos deu, citando apenas algumas das centenas de espécies da caatinga, impossível não olhar para este bioma com outros olhos. Olhos curiosos e apaixonados pela adaptabilidade e perfeição da natureza.

Pôr-do-sol na caatinga, região de Cabaceiras - PB

Pôr-do-sol na caatinga, região de Cabaceiras - PB

Brasil, Pernambuco, Buique (P.N da Serra do Catimbau), caatinga, cactos, Cariri, plantas medicinais, sertão

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Clube da Luluzinha

Brasil, Paraná, Curitiba, São Paulo, Ilha Bela

Com o Dudu e o Leslen na casa em Ilha Bela - SP

Com o Dudu e o Leslen na casa em Ilha Bela - SP


Saímos hoje cedo da Ilha Bela, eu não via a hora de chegar em Curitiba e encontrar as minhas irmãs e a sobrinha. Foram quase 8 intermináveis horas de viagem em que o Rodrigo dirigiu pacientemente, também ansioso por conhecer a mais nova “membra” da família.

Placa de distâncias em posto em Registro - SP. Um dia chegaremos lá!

Placa de distâncias em posto em Registro - SP. Um dia chegaremos lá!


Nós fizemos esta adaptação no cronograma dos 1000dias. Juliane, minha irmã do meio que mora em NY, veio para o Brasil. Foi a reunião do Clube das Lulus! Todas unidas para acompanhar este momento tão importante na vida da nossa irmã mais nova. A caçula ultrapassou as duas irmãs mais velhas e está realizando finalmente este sonho, ser mãe. Desde pequena, era assim que a Daniella respondia à tão repetida pergunta “O que você quer ser quando você crescer?” MÃE! E será que tem jeito pra coisa?

Trocando a frauda da Luiza, que não gosta nada dessa função! (Curitiba - PR)

Trocando a frauda da Luiza, que não gosta nada dessa função! (Curitiba - PR)


Alguns nos questionam, dizem que os 1000dias não são tão rígidos quanto deveriam ser, mas como não participar deste momento? Os 1000dias são para serem vividos intensamente, fazendo as coisas que mais gostamos e porque não, ao lado das pessoas que amamos?
A Luiza veio ao mundo unindo um casal maravilhoso em torno deste amor, o maior sentimento que duas pessoas podem ter por qualquer ser durante toda a vida, o amor por um filho. Luiz Eduardo, carinhosamente apelidado de Dudu, foi meu colega de colégio no antigo segundo grau, atual ensino médio. Nossa turma sempre foi muito unida e é até hoje. Foi em uma sexta-feira fria que a Dani me ligou convidando para ir até o Bar Doce Lar. Eu preguiçosa, curtindo o então novo namorado Rodrigo, falei para ela que não iria, mas que ela poderia ligar para o Dudu para encontrar a nossa turma lá. E foi nesta mesma noite que o cupido trabalhou ligeiramente e flechou os dois pombinhos. Quem diria que hoje, quase 4 anos depois, já seriam pais dessa bonequinha, fofura, coisa linda da titia! Primeira neta, bisneta e sobrinha.

Com a sobrinha Luiza, que acaba de chegar! (Curitiba - PR)

Com a sobrinha Luiza, que acaba de chegar! (Curitiba - PR)


Ao casar com o Rodrigo ganhei uma família linda e 5 sobrinhos maravilhosos! Antônio, João Pedro, Bebel, Lulu, o Léo, que já tem 21 anos! Convenhamos, quase não tenho idade para ser tia dele! Rsrsrs! Agora, finalmente, a família Biselli Silveira começa a virada, logo logo empataremos o número de sobrinhos! Ainda mais se a Dani conseguir convencer o Dudu a realizar o sonho dela, serão 6 filhos só deles! Hahaha!

Trocando a frauda da Luiza, que não gosta nada dessa função! (Curitiba - PR)

Trocando a frauda da Luiza, que não gosta nada dessa função! (Curitiba - PR)


Chegamos a Curitiba e corremos direto para a casa deles, ver a pequena, grande Luluzinha. Já nasceu grandona, parece ter 2 meses, super forte, pescocinho firme, um doce. Por enquanto os olhos são azuis, como os da mãe! Mal nasceu e já é uma rainha, tem todos em volta babando em cima dela. Difícil será irmos embora... já avisei aos pais, que antes mesmo de aprender a falar mamãe e papai a Lulu terá que aprender a “falar” com a titia pelo skype! Senão não vou agüentar. Hoje em dia a criançada já nasce com chip mesmo!

Os orgulhosos pais com a Luiza (Curitiba - PR)

Os orgulhosos pais com a Luiza (Curitiba - PR)


Foi emocionante o reencontro das três irmãs e a pequena sobrinha, maior literalmente o maior Clube da Luluzinha! Tomara que ela nos reconheça quando chegarmos dos 1000dias.

Brasil, Paraná, Curitiba, São Paulo, Ilha Bela,

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Último dia no Matutu

Brasil, Minas Gerais, Aiuruoca

Depois de um dia inteiro de caminhada, hoje resolvemos fazer um programa que exigisse menos de nossas pernas, mas não menos bonito ou interessante, afinal hoje foi o nosso último dia no Matutu. Super bem indicada a Cachoeira dos Garcias era um programa que já estava praticamente descartado, pela distância do Vale do Matutu, são 25km em direção à Aiuruoca, em um vale vizinho.

Cachoeira  dos Garcias em Aiuruoca - MG

Cachoeira dos Garcias em Aiuruoca - MG


Sem preguiça pegamos o carro e seguimos em direção à cidade. Depois do asfalto de Aiuruoca ainda andamos cerca de 10km em uma estrada de terra que está sendo toda calçada com aquelas pedras estilo “pé-de-moleque”, como as ruas de Ouro Preto. Esta mesma estrada dá acesso para outra trilha que sobe o Pico do Papagaio e a Pousada Do Lado de Lá, que se diz a mais alta do Brasil.

Pico do Papagaio visto do Vale dos Garcias em Aiuruoca - MG

Pico do Papagaio visto do Vale dos Garcias em Aiuruoca - MG


Chegando à Cachoeira dos Garcias, que fica no vale de mesmo nome, a caminhada é curta, em torno de 20 minutos e logo vemos a cachoeira mais bonita da região. É lindíssima, com um poço de água bem verde e uns 30 metros de queda. Lá no alto um grupo de Baependi estava preparando um rapel, para descerem os 30m sem se molhar, uma vez que a temperatura da água estava realmente proibitiva. Mesmo assim, adivinhem quem entrou na água?

Enfrentando as águas geladas da Cachoeira  dos Garcias em Aiuruoca - MG

Enfrentando as águas geladas da Cachoeira dos Garcias em Aiuruoca - MG


Sim, nós entramos! Verdadeiros heróis! Hahahaha! Juro, meu corpo está tentando entender ainda por que eu faço isso com ele... águas geladíssimas e depois um sol quente, a noite fria e um banho quente. Se descobrissem que ficar 2h por dia na água gelada emagrecesse 500g eu ia viver aqui, nessas cachoeiras! Pelo menos acho que essa terapia deve ajudar a diminuir celulite, pois ativa a circulação.

Enfrentando as águas geladas da Cachoeira  dos Garcias em Aiuruoca - MG

Enfrentando as águas geladas da Cachoeira dos Garcias em Aiuruoca - MG


Voltando do Vale dos Garcias, seguimos para o Vale do Matutu em busca de outra boa indicação que nos fizeram: as trutas defumadas. A Lalau comentou comigo, “não vá embora do Matutu sem provar a truta defumada!”. E assim fizemos, depois de Aiuruoca, já em direção à nossa pousada, fica o restaurante Kiko e Kika. A Kika uma veterinária carioca e o Kiko um Frances já bem brasileiro e que herdou uma técnica riquíssima de defumação de trutas. Já é a terceira geração de defumadores na família e isso, aliado ao conhecimento culinário da Kika, resultou no restaurante mais gostoso e fino da região. Comemos uma truta defumada à espanhola deliciosa e de sobremesa uma torta de amora. Huuuum, delícia! Tudo isso com a bela companhia do Kiko, Kika e do Chirrac (de Jacque Chirrac, o presidente da França), o cão da rodésia de 60kg sensacional! Caçador de leões, o Chirrac tem um olhar meio blasé e um comportamento felino, sem muita festa mesmo para os amantes de cachorros, mas quando abaixei para tirar uma foto dele, quase me derrubou pedindo carinho, tão linduuu!

Restaurante do Kiko e da Kika em Aiuruoca - MG. Ótimas trutas!

Restaurante do Kiko e da Kika em Aiuruoca - MG. Ótimas trutas!


Voltamos à pousada, adivinha quem estava lá? O Simba! Muito figura, ontem ele acompanhou a Araceli, que se mudou para a nossa pousada, e assim ele veio junto. Conhecemos no jantar uma nova hóspede também muito aventureira e viajante, a Cassie, que trouxe com ela o Sombra, um labrador preto muito fofo. Ele e o Simba não estão muito amigos ainda não, espero que amanhã fiquem em paz. O Simba, que não é bobo nem nada, logo veio se achegando no nosso quarto e dominou um tapetinho, como quem diz “posso dormir aqui hoje?”. Demos comida e deixamos ele dormir aqui dentro, no quentinho. E assim vamos nos encaminhando para o fim da nossa estada no Vale do Matutu, amanhã partiremos cedinho para a nossa próxima parada: Visconde de Mauá.

Céu estrelado e Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG

Céu estrelado e Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG

Brasil, Minas Gerais, Aiuruoca, cachoeira, Cachoeira dos Garcias, Comunidade Alternativa, Trekking, Vale do Matutu

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Pirenópolis e Cavalhadas

Brasil, Goiás, Pirenópolis

Preparação para a Folia do Divino, em Pirenópolis - GO

Preparação para a Folia do Divino, em Pirenópolis - GO


Fundado em 1727 o arraial de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, nasceu em torno da exploração de pedras preciosas e cristais de quartzo. Hoje, Pirenópolis, cidade dos Pireneus, é um dos principais acervos do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, preservado pelo IPHAN, no estado de Goiás.

Igreja matriz em Pirenópolis - GO

Igreja matriz em Pirenópolis - GO


O charmoso centro histórico possui um conjunto arquitetônico colonial, orientada ao turismo a maioria das casas coloniais hoje se transformou em pousadas, restaurantes e lojas de artesanato e jóias em prata, ouro e pedras brasileiras. A infra-estrutura até parece superdimensionada em um final de semana normal, mas nós tivemos a sorte de chegar em um mês em que as folias começaram.

A concorrida Rua do Lazer, em Pirenópolis - GO

A concorrida Rua do Lazer, em Pirenópolis - GO


No mês de junho a cidade está se preparando para a Festa do Divino Espírito Santo e praticamente todos os dias recebe as Folias, dezenas, as vezes centenas, de cavalheiros que peregrinam com suas bandeiras e são recebidos na igreja matriz para uma missa especial. Eles passam por festas oferecidas em fazendas próximas, chamadas Pousos, e quando chegam à cidade são aplaudidos pela população, que os acolhe com muita festa, fogos de artifício e muitos comes e bebes.

Festa do Divino em Pirenópolis - GO

Festa do Divino em Pirenópolis - GO


Todas estas folias chegam ao seu ápice na Festa do Divino, trazida ao Brasil pelos jesuítas brasileiros para atrair negros ao catolicismo. Hoje já assimilou diversos costumes brasileiros e é mesclada de festejos profanos e religiosos tais como as novenas, folias, missas, procissões, cavalhadas e pastorinhas.

Cavalgadas em época de folia em Pirenópolis - GO

Cavalgadas em época de folia em Pirenópolis - GO


As Cavalhadas são jogos medievais de origem portuguesa trazidos à região em 1826. Os jogos duram 3 dias e encenam a luta entre o cristão Carlos Magno e os mouros muçulmanos, que invadiram a Península Ibérica. Nestas festividades os cavalheiros usam vestes medievais e máscaras coloridas lindíssimas. Essa rica cultura ainda está vivíssima entre os mais tradicionais e envolve anciões, jovens e crianças, que participam das folias, cavalgadas e das cerimônias religiosas.

Ana, muito bem acompanhada, em épca de folia em Pirenópolis - GO

Ana, muito bem acompanhada, em épca de folia em Pirenópolis - GO


Nós chegamos um pouco adiantados para os Mascarados e as Cavalhadas, mas tivemos a sorte de acompanhar uma das maiores Folias de Cavalheiros, com direito há centenas de cavalos desfilando pela cidade, shows de fogos de artifício e missa especial na igreja. À frente da tropa estava o Governador do Estado, Marcondes Perilo. A Igreja Matriz badalou seus sinos com toques festivos e um tanto quanto ecléticos.

Governador lidera folia em Pirenópolis - GO

Governador lidera folia em Pirenópolis - GO


Além de todas as festividades, aproveitamos para conhecer uma das propriedades com cachoeira, a 35 km da cidade. A região é cercada por cachoeiras, todas em propriedades particulares e bem estruturadas. Cobram entradas que variam de 10 a 25 reais e oferecem almoço rancheiro, feito no fogão a lenha.

Comida no fogão à lenha, na Cachoeira do Rosário, próxima à Pirenópolis - GO

Comida no fogão à lenha, na Cachoeira do Rosário, próxima à Pirenópolis - GO


A Cachoeira do Rosário possui uma bela estrutura e é uma das menos lotadas. Achamos que seria por possuir um acesso mais difícil, mas só descobrimos lá que a seleção é feita pelo preço mesmo, 25 reais de entrada e mais 25 para o almoço, que dispensamos. Salgado.

Reverência à bela Cachoeira do Rosário, próxima à Pirenópolis - GO

Reverência à bela Cachoeira do Rosário, próxima à Pirenópolis - GO


Durante a tarde caminhamos pela cidade, passamos pela ponte que passa sobre o Rio das Almas, construída em 1903, Theatro de Pyrelópolis, Museu das Cavalhadas e Cine Pireneus. Todos com uma linda fachada e infelizmente fechados para visitação. Dia de domingo, tarde de folia e noite de festa. As tropas foram recebidas com muita festa e um belo bailão sertanejo que se estendeu até a madrugada.

Cavalgadas em época de folia em Pirenópolis - GO

Cavalgadas em época de folia em Pirenópolis - GO

Brasil, Goiás, Pirenópolis, cachoeira, cavalhadas, festa do divino espírito santo, Montanha, rosário

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Playa del Carmen

México, Playa del Carmen

O litoral caribenho de Playa del Carmen, no sul do México

O litoral caribenho de Playa del Carmen, no sul do México


Em 1985 Playa del Carmen não passava de uma pequena vila de pescadores com menos de 1000 habitantes. Hoje, 20 anos mais tarde, os 100 mil habitantes vivem do turismo e a cidade continua crescendo em torno deste mercado. Um dos portos mais próximos à Ilha de Cozumel, desde os tempos dos mayas esta foi sua principal função. Não é muito diferente hoje, na Playa moderna, que veio ao mapa turístico como porto e se tornou uma alternativa mais tranquila à já tumultuada Cancún.

A 5a Avenida pela manhã, ainda tranquila, em Playa del Carmen, no sul do México

A 5a Avenida pela manhã, ainda tranquila, em Playa del Carmen, no sul do México


Durante o dia uma das pedidas preferidas é pegar um barco e conhecer a ilha de Cozumel (veja o post aqui). A melhor praia da cidade é a Mamacitas, mas se você quer uma praia bonita e tranquila, o ideal é dirigir rumo à Tulum até Akumal ou ainda alguns quilômetros mais e se esparramar em X-Cacel ou X-Cacelito, praias desertas paradisíacas e, repito, sem estrutura alguma.

Playa del Carmen, no sul do México

Playa del Carmen, no sul do México


Akumal está na metade do caminho entre Playa del Carmen e Tulum e também é conhecida como Baia de las Tortugas. Lá as tartarugas nadam tranquilas nas águas rasas da baía, um ótimo lugar para snorkel.

Coqueiros penteados e escovados para não atrapalhar a vista dos turistas na praia de Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México

Coqueiros penteados e escovados para não atrapalhar a vista dos turistas na praia de Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México


Nós passamos um belo final de tarde em Akumal, ainda com a Valéria, no dia em que saímos de Tulum e fomos até Playa del Carmen. O restaurante La Buena Vida na beira da praia de Akumal Norte foi o nosso point para um almoço tardio, acompanhado de um lindo entardecer.

Subindo para nossa mesa em restaurante de Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México

Subindo para nossa mesa em restaurante de Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México


Recolhendo o baldinho de cerveja que chegou de elevador à nossa mesa-mirante, em restaurante em Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México

Recolhendo o baldinho de cerveja que chegou de elevador à nossa mesa-mirante, em restaurante em Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México


Com a Val, almoçando em Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México

Com a Val, almoçando em Akumal, entre Tulum e Playa del Carmen, no Yucatán, no sul do México


Se você encara um programa tipo “um dia no resort”, nos indicaram muito o X-Plor, que tem parque aquático com cenotes e cavernas à beira mar, uma baita infraestrutura e buffet de almoço, sobremesas e jantar liberados o dia inteiro. Custa em torno de 100 dólares por pessoa. Tanto o X-Plor, quanto o X-Caret são empreendimentos de uma das famílias mais ricas e influentes de Quintana Roo. Os resorts parecem ser ótimos, mas segundo alguns locais mais antenados, as práticas ambientais não são das mais corretas.

Campanha publicitária em Cancún, no sul do México

Campanha publicitária em Cancún, no sul do México


Como toda boa cidade turística o centrinho de Playa possui uma longa avenida peatonal, lotada de lojas, bares e restaurantes e uma intensa vida noturna. A atração mais famosa é o Coco Bongo, uma casa show que reúne artistas circenses, personagens de quadrinhos e covers de grandes cantores como Madona e afins. Excursões vêm de todos os hotéis e resorts da região, o que só liquida com as chances de que eu pague 70 dólares para entrar nesta espécie de Las Vegas mexicana.

Igreja iluminada em praça na 5a Avenida em Playa del Carmen, na península do Yucatán, no México

Igreja iluminada em praça na 5a Avenida em Playa del Carmen, na península do Yucatán, no México


Esse mexicano se deu bem! (Playa del Carmen, na península do Yucatán, no México)

Esse mexicano se deu bem! (Playa del Carmen, na península do Yucatán, no México)


Então a melhor pedida é caminhar pelas Av. 5 (a peatonal) e você logo descobrirá onde está o maior agito. A Calle 12 tem um aglomerado de bares e boates para todos os gostos e para os que gostam de algo mais requintado, na Calle 26 está o Sushi, um restaurante lounge super bacana e badalado. Para casais e um clima mais romântico à beira mar, o nosso point preferido foi o Fusion, bem no comecinho da Calle 6. Eles têm um cardápio bacana, mesinhas com pé na areia e sempre uma atração diferente como música ao vivo, apresentações de dança e malabares com fogo, bem bacana.

Curtindo a noite em Playa del Carmen, na península do Yucatán, no México

Curtindo a noite em Playa del Carmen, na península do Yucatán, no México


Enfim, se você é uma pessoa que gosta de agito, compras e um clima urbano nas suas férias, Playa del Carmen é uma boa base. Se o seu clima de férias é um lugar mais praiano e tranquilo a recomendação é ir para Tulum, que também possui infraestrutura, vários resorts e hotéis a beira mar, mas com um clima muito mais relax. Aguardem detalhes nos próximos capítulos.

México, Playa del Carmen, Akumal, Coco Bongo, Playa del Carmen

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Uacari-Branco

Brasil, Amazonas, Mamirauá

Entrando de canoa na floresta alagada, na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

Entrando de canoa na floresta alagada, na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


Acordamos na paz da Floresta Amazônica, mas uma coisa ainda nos incomodava. Eu não queria ir embora sem encontrar um Uacari! Obviamente tudo é uma questão de expectativa, onças por exemplo, já sabemos que são mais difíceis de encontrar, então nem esperamos. Mas o Uacari é uma figurinha carimbada nas matas ao redor da Pousada Uacari. A natureza é uma incógnita e sempre pode nos surpreender! Eu não acharia nada mal ver a onça em um apuí lindo (uma onça preta!) e se eu não visse o uacari ficaria triste, mas não decepcionada. Teria sido uma boa troca. Mas tudo apontava que a onça não apareceria, então hoje saímos com um objetivo bem claro: queremos ver o uacari-branco.

Nosso guia nos leva através da floresta alagada, na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

Nosso guia nos leva através da floresta alagada, na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


O Uacari foi o motivo primeiro para a vinda de Márcio Ayres para essa região, que mais tarde se transformaria na primeira Reserva Sustentável do Brasil. Um primata especial, o uacari branco (cacajao calvus) é um macaco de pelos longos, brancos, loiros ou acinzentados, que pesam entre 2,7kg (fêmeas) e 3,5kg (machos). Eles se alimentam de frutos, sementes, insetos, brotos e néctar no topo da Floresta Amazônica. A sua principal característica é a sua cara vermelha que se destaca na cabeleira branca. Ele é muito silencioso e difícil de ser encontrado.

Encontro com o elusivo Uacari, a espécie de macaco de pelo branco e rosto vermelho que é símbolo da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

Encontro com o elusivo Uacari, a espécie de macaco de pelo branco e rosto vermelho que é símbolo da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


Passeando confortavelmente na floresta alagada na Reserva de Mamirauá, perto de Tefé, no Amazonas

Passeando confortavelmente na floresta alagada na Reserva de Mamirauá, perto de Tefé, no Amazonas


Saímos na nossa canoinha com o Izael pela trilha do Juruá Grande, atravessamos o Cano do Pagão e trilha do Apara e em algum lugar no meio dessa confusão de canais e galhos da floresta inundada vimos os uacaris brancos da cara vermelha! Lindos! Um macho corria na frente enquanto a fêmea vinha com seu filhote agarrado no cangote. Foi difícil fotografá-los, estavam longe e eram muito rápidos, mas até que conseguimos um registro da mamãe uacari. Emocionante!

Ao longe, o macaco Uacari, símbolo da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

Ao longe, o macaco Uacari, símbolo da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


Saímos pelo cano do Pagão, querendo ficar! Mas já era hora do almoço e a tarde logo teríamos outro passeio. Saímos com a voadeira no Cano do Lago Mamirauá para ver o por do sol e seguimos para o lago passando em frente ao flutuante dos Projeto dos Botos Vermelhos.

O maravilhoso reflexo do céu nos rios que cortam a Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

O maravilhoso reflexo do céu nos rios que cortam a Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


Estação de pesquisa na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

Estação de pesquisa na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


Víamos que o tempo estava fechando e na volta conseguimos escapar do temporal com uma parada estratégica no Flutuante de Pesquisa do Instituto. Enquanto chovia lá fora nós jogávamos Uno com os nossos companheiros de viagem, um casal de americanos em uma viagem de 8 meses pela América Latina, outro americano que emendou umas férias rápidas com uma viagem de trabalho ao Brasil e uma mãe paulista, com seus dois filhos que dirige um projeto social lindíssimo em Cotia – SP, o Projeto Ancora.

Em Tefé, no Amazonas, com o grupo que passou conosco os cinco dias na Reserva Mamirauá

Em Tefé, no Amazonas, com o grupo que passou conosco os cinco dias na Reserva Mamirauá


Retornamos durante a noite, como planejado, para tentar fazer avistamento noturna da fauna amazônica. Jacarés eram os mais esperados, com um baita holofote nossos guias foram iluminando o caminho, não vimos nada. Mas não importa... só de sentirmos a floresta de noite, escutarmos seus sons e nos localizarmos no mundo (tipo zoom out no Google Earth), foi um momento inesquecível!

Pensativo, observando a grandeza da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

Pensativo, observando a grandeza da Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


Passeio noturno na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas

Passeio noturno na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas


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Brasil, Amazonas, Mamirauá, Amazônia, Animal, Bicho, Fauna, Macaco, Reserva Sustentável Mamirauá, Uacari Branco

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