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St Georges à Cayenne

Guiana Francesa, Saint Georges, Cacao, Cayenne

Caixas de correio em estrada rural na região de Cacao, na Guiana Francesa

Caixas de correio em estrada rural na região de Cacao, na Guiana Francesa


St Georges está na fronteira, mas já podemos notar claramente que não estamos mais no Brasil. A arquitetura colonial francesa, a organização e limpeza nas ruas nos faz lembrar que chegamos em território europeu, em plena América do Sul.

Nosso hotel em Saint Georges de L'Oyapoque, na Guiana Francesa

Nosso hotel em Saint Georges de L'Oyapoque, na Guiana Francesa


“A cidade é pequena, todos se conhecem”, nos conta uma brasileira que vive aqui há 10 anos. Grande parte das pessoas que vivem em St Georges está ligada aos serviços do governo francês, só na PAF (Policie aux Frontiere) são mais de 60 policiais, sem contar o exército, aduana, etc. Todos os postos são ocupados por franceses vindos da metrópole e não guianeses. Ela veio para St Georges com apenas 17 anos em uma época que era menos rigorosa a fiscalização e logo conseguiu se legalizar. Não foi fácil acostumar com a vida em uma cidade pequena, aprender outra língua (francês e creole) e outra cultura, mas ela está feliz com o resultado: além de criar um filho de 8 anos, já conseguiu construir a sua casa em St Georges e comprou uma casa para sua família em São Luis.

Monumento na praça central da pequena Saint Georges de L'Oyapoque, na Guiana Francesa

Monumento na praça central da pequena Saint Georges de L'Oyapoque, na Guiana Francesa


Nas ruas é fácil notar a grande mescla cultural que forma a população do guianense. São negros vindos do Caribe, Haiti, República Dominicana e antigos escravos trazidos da África ou fugidos do Brasil na época da colônia, assim como índios, laosianos, brasileiros, franceses, chineses, entre outros. O Brasil possui a mesma diversidade, sim, mas ela está espalhada e dividida no imenso território, aqui a população total é em torno de 200 mil pessoas, a maioria vive entre Cayenne e Korou, então o contraste entre as diversas nacionalidades fica muito mais claro.

Chegando na pequena Cacao, na Guiana Francesa

Chegando na pequena Cacao, na Guiana Francesa


Continuamos nossa viagem de St Georges para Cayenne passando por uma pequena vila chamada Cacao. Um vilarejo Hmong, grupo vindo do Laos na década de 70, fugidos da guerra do Vietnam. Os Hmong são os maiores produtores de hortaliças e frutas da Guiana Francesa, produção que é toda consumida internamente.

Arquitetura típica do Laos, cujos imigrantes fundaram Cacao, na Guiana Francesa

Arquitetura típica do Laos, cujos imigrantes fundaram Cacao, na Guiana Francesa


A vila fica em uma região montanhosa, em meio á vales e rios de água clara e florestas úmidas tropicais. Ali peto fica um dos melhores trekkings da Guiana, segundo o nosso guia de viagens, mas infelizmente pudemos explorar pouco a região, já que a chuva continuava intensa.

Vista de Cacao, na Guiana Francesa

Vista de Cacao, na Guiana Francesa


Seguimos viagem pela sinuosa estrada, por entre matas preservadas e riachos, para chegar à Cayenne. Fomos parados pela polícia rodoviária e logo tiramos mais uma das aflições de Rodrigo da nossa cabeça, o de não termos recebido um papel de importação temporária na aduana francesa, eles disseram não precisar. O policial nos pediu documentos e os nossos brasileiros foram suficientes. Eram pouco mais de 3 horas da tarde e estávamos ansiosos para chegar, buscarmos informações sobre a abertura dos consulados brasileiro e surinamês, acessarmos a internet, etc. Acabamos nos instalando em um dos melhores hotéis da cidade, não é caro se comparado com o Brasil e possuía vagas em um período de carnaval. Logo descobrimos que não poderíamos ter feito melhor opção, além de estarmos bem no centro de Cayenne, o staff é super atencioso e foi muito prestativo fornecendo informações e contatos que devem nos ajudar a resolver a situação.

O antigo Palácio dos Jesuítas, em Cayenne, na Guiana Francesa

O antigo Palácio dos Jesuítas, em Cayenne, na Guiana Francesa


Aproveitamos ainda o pouco de dia que nos restava e fomos conhecer a Place Léopold Héder e o Fort Cépérou. Este ainda está em funcionamento, portanto possui uma grande área restrita, zona militar, mas tem também uma pequena área que pode ser visitada, ainda que pareça estar completamente abandonada. Lá do alto conseguimos finalmente enxergar o mar e praticamente toda a cidade. Rodeada por mangues, Cayenne não possui uma orla de rio ou praias, deixando este papel para os distritos vizinhos a leste.

No alto de colina em Cayenne, com o mar ao fundo, na Guiana Francesa

No alto de colina em Cayenne, com o mar ao fundo, na Guiana Francesa


Embora pareça tranquilo, o dia de hoje acabou sendo meio tenso, já que passamos cada minuto conjecturando todas as possibilidades que tínhamos de resolver os problemas com vistos e o meu passaporte. E se não eu conseguir o visto do Suriname? E se eu não conseguir um passaporte temporário no Consulado Brasileiro? E se? Como eu disse, o Ro adora se preocupar, mas só poderemos mesmo ter certezas na segunda-feira cedo, quando as coisas devem funcionar e temos esperanças dos consulados abrirem. Até lá, dedos cruzados e pensamentos positivos, pois aparentemente fácil foi entrar na Guiana, difícil será sair!

Guiana Francesa, Saint Georges, Cacao, Cayenne,

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Dia Gelado

Brasil, Rio Grande Do Sul, São José dos Ausentes

Ovelhas aproveitam o dia de sol em São José dos Ausentes - RS

Ovelhas aproveitam o dia de sol em São José dos Ausentes - RS


Chega finalmente a massa de ar polar tão esperada! O dia amanheceu tão frio, tão frio, que eu não conseguia sair da cama! Tomei o café da manhã e voltei para debaixo das cobertas, aproveitando para trabalhar bastante até a hora do almoço. Aí, sol a pino, céu azul, tive que tomar coragem. O nosso almoço de despedida foi mais um maravilhoso churrasco à moda gaúcha e comida tropeira da melhor qualidade.

Pinhão, nosso aperitivo todos os dias no hotel em São José dos Ausentes - RS

Pinhão, nosso aperitivo todos os dias no hotel em São José dos Ausentes - RS


O Seu Domingos e seus filhos Anápio, Francisco e Henrique cuidaram de nós muito bem, estamos saindo daqui bem rechonchudinhos, sinal de saúde nos tempos antigos. A intensa convivência com as tradições desta terra fria, pinhão, chimarrão, boa comida e música gaúcha foi deliciosa, só faltou um passeio a cavalo.

Com o Seu Domingos, gaúcho da gema, em São José dos Ausentes - RS

Com o Seu Domingos, gaúcho da gema, em São José dos Ausentes - RS


Hoje pegamos estrada em direção a Cambará do Sul. Fomos pelo caminho mais curto, estrada de terra que cruza as serras, quase sem placa alguma, tivemos que confiar no GPS. Paisagens de campos, fazendas e araucárias com aquele céu de brigadeiro! Mas amigos no norte e nordeste, não se enganem, esse céu azul é sinônimo de frio e geada! A frente fria que entrou promete temperaturas abaixo de zero para esta noite.

Dia de sol e muito frio na região de São José dos Ausentes - RS

Dia de sol e muito frio na região de São José dos Ausentes - RS

Brasil, Rio Grande Do Sul, São José dos Ausentes, Cânion Monte Negro

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Barbados Alternex

Barbados, Bridgetown, Bathsheba

Praia de Bathsheba, na costa leste de Barbados

Praia de Bathsheba, na costa leste de Barbados


Hoje fomos conhecer um lado mais “alternex” de Barbados, se é que é possível. Um país em que 90% da população é afro-descendente e nos outros 10% se misturam ingleses, irlandeses, indo-guianeses, sírios e libaneses, indianos muçulmanos e a principal religião é a Anglicana, já é bem diferente para nosotros. Lembrando que todo este caldeirão cultural está em um território de apenas 432 km2 e pouco mais de 281 mil habitantes, o equivalente à cidade paulista de Franca ou ao bairro da Lapa na cidade de São Paulo. Sim, uma ilha em que a diversidade e os contrastes são pulsantes, ainda consegue, dentro do seu universo, ter um lado ainda mais alternativo.

Pesca com rede e casa sobre o mar na bela Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados

Pesca com rede e casa sobre o mar na bela Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados


Começamos por uma das principais praias da ilha, Carlisle Bay Beach. Nada alternativa em um primeiro olhar, mas colocando uma máscara e um snorkel você vai logo descobrir. Ali, há apenas 100m da praia e 7m de profundidade está um naufrágio lindo e com um ecossistema todinho só dele. Tartarugas, anêmonas, todos os tipos e cores de peixes de corais e vida marinha ao seu alcance e o melhor, de graça!

Pronto para o snorkel em naufrágio em Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados

Pronto para o snorkel em naufrágio em Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados


Peixes nadam na proteção de naufrágio em Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados

Peixes nadam na proteção de naufrágio em Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados


Fazendo snorkel em naufrágio nas águas rasas de Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados

Fazendo snorkel em naufrágio nas águas rasas de Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados


Fazendo snorkel em naufrágio nas águas rasas de Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados

Fazendo snorkel em naufrágio nas águas rasas de Carlisle Bay, perto de Bridgetown, capital de Barbados


O mais alternativo neste programa é exatamente isso, ir, estender a sua canga, pegar a sua máscara (ou uma que você alugar por ali) e ter a experiência de descobrir sozinho o que as operadoras de mergulho cobram 150 dólares! Já pensou no desespero? Pagar um mergulho caro desses e o cara te leva ali, na praia? É de chorar em alemão!

Ponto de mergulho em Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados

Ponto de mergulho em Carlisle Bay, ao sul de Bridgetown, em Barbados


Após um mergulho e um torrão no sol escaldante da Carlisle Bay Beach, dirigimos rumo à costa leste de Barbados. Aqui no Caribe quase todas as ilhas têm um lado voltado ao famoso “Mar do Caribe”, de águas azuis turquesas, tranquilas e protegidas e o outro lado banhado pelo temido Oceano Atlântico, mar violento e furioso em geral evitado por seus habitantes.

Oceano Atlântico visto da St John's Parish, no caminho para Bathsheba, na costa leste de Barbados

Oceano Atlântico visto da St John's Parish, no caminho para Bathsheba, na costa leste de Barbados


“Don´t go there! This is the Atlantic Ocean, man!” É até engraçado, pois nós brasileiros só temos o Oceano Atlântico, ele é no nosso quintal! Em alguns lugares eles nos taxam de loucos, insanos por não ter medo de entrar nas águas agitadas, mesmo que seguras. Pois aqui em Barbados alguns loucos locais gostam desse lado da ilha. Além de terem construído suas casas, sítios e formado pequenas vilas, alguns deles enfrentam as praias de pedra para pegar ondas super radicais que quebram na Praia de Bathsheba. O melhor de tudo, você quase não vai encontrar turistas!

Chegando à Bathsheba, na costa leste de Barbados

Chegando à Bathsheba, na costa leste de Barbados


Cruzamos a ilha passando pela St. John´s Parish e paramos na idílica igreja de mesmo nome, sobre os paredões de pedra com uma vista maravilhosa para o respeitado oceano. A igreja foi o lugar de descanso escolhido por grandes nomes, governadores de Barbados e antigos devotos desde os idos de 1640.

A tri-centenária St John's Parish, no caminho para Bathsheba, na costa atlântica de Barbados

A tri-centenária St John's Parish, no caminho para Bathsheba, na costa atlântica de Barbados


Descemos o morro até a praia e conosco a chuva. Um casal alternex de bajans curtia a praia: ela em seu maiô anos 80 empinando sua pipa, enquanto ele com seus longos dreadlocks, surfava nas perigosas ondas atlânticas. Encontramos um restaurante localizado em um ponto estratégico no fim da praia de Bathsheba com uma vista linda, enquanto víamos a dança da chuva sobre o mar.

Pensativa, observando a praia e a chuva em Bathsheba, na costa leste de Barbados

Pensativa, observando a praia e a chuva em Bathsheba, na costa leste de Barbados


Praia rochosa e com muitas ondas em Bathsheba, na costa leste de Barbados

Praia rochosa e com muitas ondas em Bathsheba, na costa leste de Barbados


Fechando o dia alternex só faltava mesmo um jerk chicken bajan beeem apimentado ao lado do karaokê com sucessos mundiais nas vozes mais corajosas de Barbados. Fechamos a nossa passagem por este país, onde as praias são só um pretexto para você conhecer uma das ilhas mais originais das West Indies.

Bela escultura comemorando o fim da escravidão, na estrada próxima à Bridgetown, capital de Barbados

Bela escultura comemorando o fim da escravidão, na estrada próxima à Bridgetown, capital de Barbados

Barbados, Bridgetown, Bathsheba, Caribe, Praia

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Alcântara

Brasil, Maranhão, Alcântara

Ruínas da igreja de São Matias, em Alcântara - MA

Ruínas da igreja de São Matias, em Alcântara - MA


Alcântara é aclamada pelos historiadores e pesquisadores por possuir o conjunto arquitetônico mais homogêneo de construções do século XVIII e XVX, ainda mais que sua vizinha São Luis, uma vez que as construções não foram modificadas. Sede da Secretaria de Cultura do Estado, possui suas construções bem preservadas ou em vias de restauração. A cidade hoje possui 7 mil habitantes, incluindo a zona rural.

Rua da nossa pousada em Alcântara - MA

Rua da nossa pousada em Alcântara - MA


Antigamente esta região era habitada pelos índios Tupinambás e recebeu as primeiras missões jesuítas a partir de 1614. Sua primeira igreja foi construída pelos índios e missionários em 1622, a Igreja de São Matias.

Ruínas da igreja de São Matias, em Alcântara - MA

Ruínas da igreja de São Matias, em Alcântara - MA


Sua fundação ocorreu no ano de 1648, quando os portugueses aproveitaram sua localização estratégica na baia de São Marcos para construir um forte para defesa do território contra os franceses. Na praça principal ficam as ruínas da Igreja de São Matias, atingida por um raio em 1875 e por isso teve grande parte de sua estrutura condenada. Temendo que desabasse sobre sua casa, o poeta que habitava na casa verde aos fundos da igreja, derrubou a parte danificada da estrutura, restando apenas as ruínas que podem hoje ser visitadas.

Vista para a baía, em Alcântara - MA

Vista para a baía, em Alcântara - MA


Diante da Igreja de São Matias fica o pelourinho original da fundação da cidade, ali colocado apenas como símbolo da Coroa Portuguesa, sem nunca ter sido usado para o açoitamento de escravos. Do outro lado, às margens da baia, fica a Câmara de Vereadores da cidade onde conseguimos acompanhar parte das deliberações mesmo do pátio à frente.

Na bela praça central de Alcântara - MA

Na bela praça central de Alcântara - MA


Cruzamos a praça e chegamos à Casa Histórica, residência e comércio de 3 famílias importantes no final do século XVIII e início do XIX. Pertencente à aristocracia rural, a família Viveiros foi a primeira a residir nesta morada, seguida pelos Ramalho. Com a decadência desta atividade, venderam a casa para a família Guimarães, comerciantes que mantinham o principal abastecimento da cidade com base no escambo com produtores rurais, que lotavam a frente da loja trazendo jussara, algodão e outras culturas em troca de tecidos e outros produtos manufaturados.

Casa Histórica de Alcântara, antigo sobrado da família Viveiro, transformado em museu. (em Alcântara - MA)

Casa Histórica de Alcântara, antigo sobrado da família Viveiro, transformado em museu. (em Alcântara - MA)


A casa também abrigou uma botica que produzia essências perfumadas e remédios à base de plantas medicinais. Os herdeiros desta família abandonaram o edifício, que ficou durante anos fechado e sem manutenção. No início da década de 80 foram desapropriados pelo governo, que entregou a casa ao IPHAN para o trabalho de restauro e recuperação da memória e cultura da época. Tudo isso pode ser visto na exposição permanente que hoje se encontra neste local, peças de mobiliários, louça, lampiões, máquinas de costura e objetos da antiga botica.

Varanda da nossa pousada em Alcântara - MA

Varanda da nossa pousada em Alcântara - MA


Caminhando durante o dia no centro histórico de Alcântara já não temos a mesma sensação de transporte no tempo de ontem à noite, pois os veículos motorizados nos recordam o século em que vivemos. Temos, porém, a vantagem de enxergar toda a paisagem em que está situado, a baia de São Marcos e a cidade de São Luis ao fundo, assim como as coloridas fachadas das casas bem conservadas.

Praça central e o Pelourinho, em Alcântara - MA

Praça central e o Pelourinho, em Alcântara - MA


Parte desta história nos foi contada pela ligeira e esperta Liz, moradora da cidade que trabalha como guia nas horas vagas da escola.

Com a pequena e esperta Lisandra, em Alcântara - MA

Com a pequena e esperta Lisandra, em Alcântara - MA


O título de Patrimônio Histórico da Humanidade nunca foi tão bem empregado, mesmo se comparado à outras cidades históricas de Minas Gerais, já muito tomadas pelo turismo e modificadas pela modernidade. Aqui temos a real sensação de estar adentrando a história, vivenciando a cidade como no século passado. Apenas um passeio a noite na praça central já faz valer toda a viagem à Alcântara.

Brasil, Maranhão, Alcântara, centro histórico, Patrimônio Histórico da Humanidade

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Mt Rainier National Park

Estados Unidos, Washington State, Mount Rainier National Park

Chegando ao Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Chegando ao Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


O Mount Rainier é uma das montanhas mais famosas dos Estados Unidos. O vulcão de 4.392m foi formado há apenas 550 mil anos, é ativo e pode entrar em erupção a qualquer momento. Hoje o imenso nevado reúne o maior número de glaciares em uma única montanha em toda a América do Norte. Encontrá-la em um dia ensolarado é uma sorte para poucos, já que ela serve como barreira para as nuvens carregadas do Pacífico e recebe por ano até 3,2 m de neve por ano, todos os anos. A umidade e a neve definem o rico ecossistema do parque, com lindas florestas de Douglas Firs e os mais de 126 glaciares localizados nas porções mais elevadas da montanha.

Entre nuvens, lá está o gigante Mount Rainier, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Entre nuvens, lá está o gigante Mount Rainier, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


A base desta montanha foi habitada por populações indígenas e a região já é visitada por curiosos e turistas desde o final do século XIX. Na época o Hotel de Águas Medicinais da família Longmire era uma das principais atrações, entre os anos de 1888 e 1889. O Parque Nacional foi estabelecido em 1899 e hoje recebe mais de 2 milhões de visitantes por ano. Escalar a montanha requer experiência, o caminho inclui escalada técnica em gelo e equipamento apropriado. Existem várias empresas e guias autorizados pelo parque nacional que podem ser contratados.

No centro de visitantes, mapa do Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

No centro de visitantes, mapa do Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


O parque está próximo a Seattle e a Nisqually Entrance, sua entrada principal, tem acesso pela rodovia 706, que sai da I-5. Nós, como sempre, escolhemos as rotas mais alternativas. Saímos tarde de Seattle, pegamos a estrada e dormimos em Enumclaw uma cidade insossa pouco antes da fronteira noroeste do parque. O dia amanheceu mais seco e promissor e nós seguimos viagem pela Mather Memorial Parkway, uma estrada cênica que acompanha o White River com mirantes lindos para a montanha.

A bela estrada que atravessa o Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

A bela estrada que atravessa o Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Lago congelado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Lago congelado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Antes de continuar a contornar o parque, fizemos um detour para a Sunrise Ridge, brincamos na neve e até construímos um boneco de neve para dar boa sorte neste início de temporada fria.

Nosso mais novo amigo e entusiasta da viagem dos 1000dias, no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Nosso mais novo amigo e entusiasta da viagem dos 1000dias, no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Tomado pela neve, um dos mirantes na estrada que atravessa o Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Tomado pela neve, um dos mirantes na estrada que atravessa o Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Retornamos à estrada principal e logo depois do Cayuse Pass (1.431m), confirmamos o que temíamos, a Paradise Meadows Road estava fechada para a temporada. Causa: muita neve. Cruzamos o Ohanapecosh River ao lado das imensas Douglas Firs e seguimos agora por uma estrada fora do parque. Demos toda a volta e chegamos finalmente à entrada principal, que daria acesso ao centro de visitantes, com sorte, uma bela vista para o Mt Rainier e a outra ponta da Paradise Meadows Road. O lugar deve ser mesmo lindo, mas com este tempo, frio, chuvoso e nebuloso, deve ser o paraíso mesmo apenas para ursos polares.

Lago congelado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Lago congelado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Trilha tomada pela neve no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Trilha tomada pela neve no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


O Henry M. Jackson Memorial Visitor Center estava no meio das nuvens em meros 1.647m de altitude. É, o inverno já chegou! Estava tudo branco, as trilhas cobertas de neve e o dia nada convidativo para explorações. Conseguimos dar uma olhada rápida no museu antes de ele fechar (às 17h) e na descida da estrada resolvemos enfrentar o frio e descemos a molhada trilha da Naramata Falls.

A bela Narada Falls, no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

A bela Narada Falls, no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Atravessando rio encachoeirado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Atravessando rio encachoeirado no Mount Rainier National Park, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Eu fiquei com vontade voltar ao parque não apenas para ver este poderoso e dormente vulcão em um dia de céu azul, mas também para fazer as diversas trilhas ao seu redor. Uma delas me chamou especial atenção: a Wonderland Trail, que circunda todo o vulcão em 150km de caminhada. Entrou para a nossa lista do “fomos até lá e não fizemos.”

Um dos antigos caminhos de lava provenientes do Mount Rainier, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Um dos antigos caminhos de lava provenientes do Mount Rainier, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos


Quando já não tínhamos muita esperança em ver a montanha, ela resolveu se abrir para nós, por alguns segundos, dizendo “Hey, viram só? Eu existo! Voltem no verão!”.

No final da tarde, o colossal Mount Rainier dá o ar de sua graça, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

No final da tarde, o colossal Mount Rainier dá o ar de sua graça, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos

Estados Unidos, Washington State, Mount Rainier National Park, Estrada, neve, parque nacional, Road Trip

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New Orleans em 2 dias

Estados Unidos, Louisiana, New Orleans

Muito movimento na Bourbon Street, a rua mais famosa de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Muito movimento na Bourbon Street, a rua mais famosa de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


New Orleans, ou NOLA para os íntimos, é a cidade dos sonhos para qualquer boêmio. Lá todos podem encontrar onde se divertir, desde aqueles que querem festa, mulheres e cerveja baratas, até os que apreciam a boa culinária, cervejas artesanais e, é claro, uma boa música.

Homenagem aos grandes nomes do jazz em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Homenagem aos grandes nomes do jazz em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


É o tipo de lugar que você pode passar dois dias e conhecer razoavelmente bem, mas foi uma das poucas cidades que senti aquela vontade imensa de morar por um tempo. Poder conhecer os bares, os músicos e participar da história viva que está acontecendo, aqui e agora. Ser uma “insider” em NOLA, rodeada de pessoas interessantes e curiosas pelo mundo, principalmente da música, do jazz, do blues e todas as nuances que giram em torno delas. Bem, sonhar não custa nada, tínhamos dois dias, então vamos tentar viver neles um mês inteiro!

Tarde de leitura em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Tarde de leitura em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


A cidade que já teve ocupação espanhola e francesa é um misto de Europa e Estados Unidos, com um pé na África. Os tempos de escravidão trouxeram para cá o ingrediente que faria esta mescla de culturas entrarem em ebulição e resultarem em boa música, uma das melhores culinárias nos Estados Unidos e lindos festivais como o Mardi Gras.

A cruz acorrentada, homenagem aos escravos na primeira igreja para negros em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

A cruz acorrentada, homenagem aos escravos na primeira igreja para negros em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


O Mardi Gras é um carnaval que nasceu nos encontros semanais dos escravos na Congo Square, hoje dentro do principal parque da cidade, o Parque Louis Armstrong.

Congo Square, um raro lugar de diversão para os escravos em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Congo Square, um raro lugar de diversão para os escravos em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


A praça era o único lugar onde os negros podiam se reunir livremente com seus instrumentos musicais e viver um pouco da sua cultura, falando sobre os seus sentimentos em relação ao trabalho escravo, a religião e as tradições de suas tribos na África. Esse caldeirão cultural foi precursor de ritmos como o blues e o fabuloso jazz!

Ana participa de banda de jazz em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Ana participa de banda de jazz em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


A arquitetura e organização da cidade dispensam carro. No Garden District você encontra os melhores Bed & Breakfast e Guesthouses, restaurantes e alguns pubs. Detalhe importante: a cidade é um grande centro para convenções da região, além de um dos destinos favoritos dos americanos para casamentos, ao lado de Las Vegas. Assim, reservar a pousada com antecedência vai lhes poupar de uma hora de busca e bateção de perna.

Pegando o bonde em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Pegando o bonde em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Todos os dias pegamos charmoso bondinho da St Charles Avenue, no Garden Disctrict até a entrada da famosa Bourbon Street. O antigo centro cultural de New Orleans já teve seus dias de glória, hoje continua lotado de turistas, porém com bares e casas de reputação duvidosa.

Casa de shows na Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Casa de shows na Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Meninas em roupas diminutas convidam os homens a entrarem nessas casas, em outros cantos mulheres decadentes tentam ganhar a vida na porta de um bar. Cervejas, drinks baratos e essa atmosfera festiva atraem os jovens a se perder dia e noite nos guetos da Bourbon Street.

Marujos caminham na famosa Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Marujos caminham na famosa Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


A cidade portuária foi escolhida para um Encontro Nacional da US Navy (Marinha Americana), então encontrar marinheiros uniformizados era comum em todas as ruas e bares. As casas ofereciam descontos especiais para os oficiais, que se dividiam em atividades diversas. Uma das belas surpresas que tivemos foi encontrar a banda oficial da marinha em um concerto especial na St. Louis Cathedral. Admiramos pasmos e emudecidos a suntuosa catedral ao som de hinos militares e famosas notas sulistas típicas de NOLA.

Interior lotado da St. Louis Cathedral, em dia de apresentação de banda da marinha (em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos)

Interior lotado da St. Louis Cathedral, em dia de apresentação de banda da marinha (em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos)


St Louis Cathedral, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

St Louis Cathedral, em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Seguimos em busca da tão aclamada e legendária New Orleans. Caminhando pelo French Quarter, cruzamos a Jackson Square, rodeada de cartomantes e músicos, em direção ao Rio Mississippi.

Barco leva turistas em passeio noturno pelo rio Mississipi, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Barco leva turistas em passeio noturno pelo rio Mississipi, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


O clássico rio cantado em várias canções forma a maior bacia hidrográfica na América do Norte e marcou a história dos Estados Unidos como uma das principais vias de comércio de madeira, alimentos e algodão. Os antigos barcos a vapor comuns entre 1830 e 1870 já não circulam mais, a não ser para levar e trazer turistas. Quem tiver tempo pode programar cruzeiros de 5 e até 10 dias por paisagens belíssimas e pela história dos Estados Unidos no American Queen.

O barco tradicional do Mississipi, que hoje faz passeios com turistas em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

O barco tradicional do Mississipi, que hoje faz passeios com turistas em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Caminhando pela Decatur St. chegamos finalmente à parte boêmia do French Quarter. No caminho vale um desvio para conhecer o Laffite´s Black Smiths Shop, se autoproclama o bar mais antigo de New Orleans ainda em atividade.

Lafitte's Blacksmith Shop, o mais tradicional bar da Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Lafitte's Blacksmith Shop, o mais tradicional bar da Bourbon Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


A Frenchmann Street é tudo o que imaginamos que foi um dia a Bourbon Street. Bares e casas de música com bandas de jazz, blues e rock, garotos de uma banda de metais tocando na esquina e casais dançando em um revival total das épocas áureas do Jazz em New Orleans.

Banda de jazz toca nas ruas de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Banda de jazz toca nas ruas de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Spotted Cat foi o meu bar preferido, músicos e público apaixonados pela música. Não se assuste se só encontrar seus pais e avós na plateia, eles sabem apreciar a boa música melhor que muitos jovens por aqui.

Muito jazz nos bares da Frenchman Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Muito jazz nos bares da Frenchman Street, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos


Um encontro com o Captain Charles, amigo de Andrew revelou que a música não está apenas nos bares, está na cultura de todo orleneano. Restaurando sua casa, uma pérola do final do século XIX, estava com todos os seus móveis e peças de decoração no primeiro andar. Rodeados por um grande antiquário original, quadros, móveis e sua imensa coleção de CDs, tomamos um vinho delicioso trocando histórias da vida, viagens e amigos em comum.

Encontro com o Capitão Charles Walton e seus amigos, na sua casa em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Encontro com o Capitão Charles Walton e seus amigos, na sua casa em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Sua visita à NOLA não estará completa se não incluir no roteiro um breve tour gastronômico pelas delícias do sul. O po-boy, sanduíche de lingüiça artesanal ou carne desfiada com queijo é uma boa pedida para um brunch. O preferido dos locais é a muffalleta.

Po-Boy e cerveja da Louisiana em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Po-Boy e cerveja da Louisiana em New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


Propaganda de Po-Boy, o famoso sanduíche de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos

Propaganda de Po-Boy, o famoso sanduíche de New Orleans, na Louisiana - Estados Unidos


A dica para um jantar especial é o Irene´s Cuisine, é um pouco mais caro, mas vale cada centavo. O menu não é extenso, porém cada prato é preparado à perfeição! Um piano bar foi nosso companheiro durante uma hora já que fizemos a reserva em cima da hora, portanto se não quer esperar ligue e reserve com antecedência! Para fechar a noite, um pouco de açúcar na veia, prove o beignets do Café du Monde, um dos points preferidos para o fim de noite nas madrugadas de NOLA.

O famoso e boêmio Cafe du Monde, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

O famoso e boêmio Cafe du Monde, em New Orleans, na Louisiana, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Louisiana, New Orleans, Mississippi River, Música

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Playa de La Boca a Santiago

Cuba, Playa Santa Lucia, Santiago de Cuba

Visual cubano na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Visual cubano na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


As praias do litoral norte cubano são famosas por suas areias brancas e mar azul, típica imagem de paraíso caribenho. Junto disto, porém, mesmo aqui em Cuba, estão os imensos resorts à beira mar, que dão aquela estragada básica na paisagem e no clima de paraíso que estamos buscando.

Admirando o visual da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Admirando o visual da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


A maioria dos turistas não se importa com isso, pelo contrário, procuram estes resorts all inclusive para ter uma mega estrutura à disposição, sombra, praia e água fresca. Por isso mesmo Varadero, um dos principais destinos turísticos do país, ficou fora do nosso roteiro, afinal ir para uma praia lotada de turistas branquelos em grandes hotéis não era exatamente o nosso plano.

A bela e tranquila Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

A bela e tranquila Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Nem por isso deixamos de procurar um cantinho do litoral norte de Cuba para conferirmos esse clima caribenho. Longe, bem longe de Havana, Varadero e seus cayos mais movimentados, encontramos a praia de Santa Lucia. Localizada na província de Camagüey, está a aproximadamente duas horas de carro da capital de mesmo nome. Aqui você pode encontrar vários hotéis à beira mar, menos luxuosos, mas com infra-estrutura completa para os que ainda estão em busca de mais conforto. Aos viajantes mais roots, a dica é ir direto para a Playa de La Boca e bater um papo com os moradores, pois algumas casas neste vilarejo estão preparadas para receber hóspedes.

Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


A Playa de La Boca é uma vila de pescadores localizada na ponta da praia de Santa Lucia a uns 5km dos principais hotéis, táxis e charretes fazem a viagem para lá. Uma vez nesta praia, você não vai querer sair mais! Um pedacinho do paraíso no meio de Cuba, lá além da praia paradisíaca e um clima super tranquilo, você encontrará poucos turistas, só aqueles que vêm dos grandes hotéis de charrete para passar o dia.

Sombra estratégica para estacionar na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Sombra estratégica para estacionar na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Esta é a primeira vez da Laura no Caribe, então ela levantou essa bola: eu quero ver uma praia caribenha! Agora finalmente pudemos responder a ela, chegamos ao Caribe!

Mar transparente na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Mar transparente na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


A praia tem areias finas e brancas e está rodeada por uma longa barreiras de coral, que dizem ser a segunda mais extensa do mundo! Não é coincidência que a cor da água varia do transparente ao “deep eletric blue”, passando pelo azul piscina. As praias do sul também são lindas, mas a principal diferença é que sua areia é mais grossa e amarelada e a água clara, porém mais esverdeada.

Mergulho nas águas transparentes da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Mergulho nas águas transparentes da Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Um bar na praia serve os famosos mojitos cubanos, cervejinhas e pratos diversos, mas o esquema para almoçar aqui é outro. Antes de chegar ao bar, faça uma parada rápida na vila dos pescadores, nós paramos na casa do seu Eduardo, casa número 41. Ele e sua esposa preparam peixes e lagostas frescos em sua casa, com arroz e feijão, aqui conhecidos como moros y cristianos, salada e bananinha frita deliciosos! A refeição completa e bem servida saiu por apenas 28 dólares para quatro pessoas!

Deliciosa refeição em Playa Santa Lucía, litoral nordeste de Cuba (foto de Laura Schunemann)

Deliciosa refeição em Playa Santa Lucía, litoral nordeste de Cuba (foto de Laura Schunemann)


Eles moram aqui 6 meses ao ano, alugando esta casa por 1 CUC (ou 1 dólar) ao dia. Possuem uma casa em uma vila próxima, mas é aqui que encontram os turistas para tirar o seu ganha pão. Obviamente este “restaurante” é informal, mas é um ótimo negócio para eles e para nós, que saímos super satisfeitos. Enquanto nos fartávamos com o saboroso tempero de Dona Joana, Eduardo ia nos contando alguns de seus causos. O mais curioso deles é que nesta vila tão pacífica um dos maiores problemas que eles vinham enfrentando era o roubo de barcos. “Como assim!?! Alguém vem até aqui para roubar um barco? Por que?”

Nossos anfitriões na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Nossos anfitriões na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Lembram aquelas histórias de barcos cubanos cruzando o oceano para chegar aos EUA? Então, é daqui que eles saem! Aqui não é o lugar mais próximo geograficamente, mas sem dúvida é um dos menos policiados pela guarda nacional. Há uns 2 anos houve uma história de um dos pescadores, dono do barco, que saiu com um grupo para pescar para os lados de lá e a certa altura do campeonato, os pescadores revelaram o plano de atravessar para os EUA. O dono da embarcação não concordou e eles não titubearam, mandaram o homem ao mar! Chega a ser engraçado, como dizem, tem que rir para não chorar.

Sorriso depois do delicioso almoço na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba

Sorriso depois do delicioso almoço na Playa de La Boca, ao final da Playa Santa Lucía, no costa nordeste de Cuba


Um dia na Playa de La Boca foi pouco, mas suficiente para carregarmos as baterias e seguirmos viagem para Santiago de Cuba, nosso ponto mais a leste nesta cruzada cubana. Foram 4 horas de viagem, parte dela durante a noite. Ao longe víamos a famosa Sierra Maestra, onde Fidel e seus barbudos se esconderam por dois anos. Se tivéssemos tempo subiríamos o Monte Turquino, ponto mais alto da serra, porém tivemos antecipar a nossa volta à Havana, pegaremos um ônibus amanhã à noite, já que não havia mais vaga no avião. Chegamos à casa que estava reservada e Dona Carmen já não estava mais nos esperando. Mandou-nos para outra casa, não tão bonitinha quanto a dela, mas a essa hora só precisávamos de um bom banho e um lugar para descansar.

A Catedral no Parque Céspedes, coração de Santiago de Cuba

A Catedral no Parque Céspedes, coração de Santiago de Cuba


Saímos caminhando pela antiga Santiago, saindo da Plaza de Marte até a Plaza Céspedes, onde fizemos um lanche e assistimos um último show de trova e salsa com os nossos padrinhos Laura e Rafael. Amanhã pegamos o ônibus para Havana e eles pegarão o avião no dia 24. Eles voltaram à pousada e nós, querendo aproveitar cada minuto para conhecer a cidade.

Restaurante de hotel tradicional em Santiago de Cuba

Restaurante de hotel tradicional em Santiago de Cuba


Continuamos caminhando e encontramos nas ruas estreitas do centro histórico, a famosa Casa de La Trova, parada obrigatória da noite santiaguera. Não titubeamos em entrar para tomar uma cervejinha e fumar um belo charuto cubano. É difícil reconhecermos qual é o verdadeiro “puro” cubano. Todos vendem nas ruas e dizem que o seu Cohiba é original e o melhor. Conversamos dali, perguntamos de cá e acabamos conhecendo um especialista no assunto.

Fachada da Casa de La Trova em Santiago de Cuba

Fachada da Casa de La Trova em Santiago de Cuba


Angel é gerente de qualidade de uma fábrica aqui em Santiago, ele nos explicou como é fabricado e de que é composto o charuto, seu sabor e origem. Antigo atleta olímpico da seleção de judô, viajou por diversos países competindo e além de nos vender alguns charutos por um precinho camarada, nos acompanhou até a pousada contando ótimas histórias das suas andanças, 7 ex-mulheres e 7 filhos que tem com cada uma delas. Sim, SETE! Deve ser para dar sorte. Se o seu charuto é original nunca iremos descobrir, mas suas histórias eu garanto!

Fumando um legítimo charuto cubano na Casa de La Trova, em Santiago de Cuba

Fumando um legítimo charuto cubano na Casa de La Trova, em Santiago de Cuba

Cuba, Playa Santa Lucia, Santiago de Cuba, Camagüey, Estrada, Playa de la Boca , Praia

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Um Dia Relax em Miami

Estados Unidos, Flórida, Miami

Skyline de Miami, na Flórida - Estados Unidos

Skyline de Miami, na Flórida - Estados Unidos


Um dia em Miami para resolver algumas pendências, fazer umas comprinhas rápidas e respirar um pouco antes de começarmos o nosso roteiro acelerado subindo a costa leste rumo à cidade de Nova Iorque.

Com a Su em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos

Com a Su em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos


Uma das principais pendengas é a solução para a identificação da Fiona, que desde a Califórnia está andando sem placa. Não sei se vocês viram ou se lembram, mas nós tivemos a nossa placa traseira roubada em Pioneertown. Um belo item de colecionador, uma placa brasileira de um carro que cruzou mais de 20 fronteiras até chegar aos Estados Unidos! Fizemos um boletim de ocorrência e o xerife nos indicou deixar a placa que restou dentro do carro. O B.O. fica pronto só em 10 dias e foi só hoje que conseguimos parar para fazer a solicitação do envio do documento por correio. Com este documento em mãos podemos dar entrada com um pedido “extra-oficial” no Detran-PR para conseguirmos uma placa nova para a Fiona. Cruzem os dedos!

Placa nova para a Fiona, feito na hora, em Miami, na Flórida - Estados Unidos

Placa nova para a Fiona, feito na hora, em Miami, na Flórida - Estados Unidos


Até aqui não tivemos problemas com as patrulhas rodoviárias, ninguém nos parou, mas dizem que no leste, principalmente ao redor de Nova Iorque, o bicho pega! Então fomos até o Bay Side Mall e providenciamos placas novinhas em folha para a Fiona! Segundo nosso amigo Marcelo o mais importante para os oficiais americanos é termos a informação correta do veículo informada, afinal, eles não saberiam mesmo qual é a placa oficial brasileira.

Com o Marcelo em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos

Com o Marcelo em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos


Lá almoçamos no Bubba Gump, restaurante temático do Forest Gump especializado em camarões e frutos do mar, delicioso!

Passeando em Bayside, shopping turístico em Miami, na Flórida - Estados Unidos

Passeando em Bayside, shopping turístico em Miami, na Flórida - Estados Unidos


Fiz uma visita relâmpago a uma amiga que eu não via há uns 6 anos, pelo menos! A Thaís mora nos Estados Unidos há 8 anos e se mudou para Miami há quase 2. Desde o início da viagem eu estava prometendo essa visita, pena que teve que ser assim tão rápida, já que ela estava trabalhando e nós com agenda toda embaralhada. Thaís, as portas da Fiona estão abertas e espero nos encontrarmos em uma das suas escapadas para NY!

Encontro com a Thaís em Miami, na Flórida - Estados Unidos

Encontro com a Thaís em Miami, na Flórida - Estados Unidos


Uma pesquisa rápida de preços de celular na Best Buy nos desencorajou de comprar qualquer aparelho. O custo médio de um bom smatphone desbloqueado é de 600 dólares e com tanta estrada pela frente a chance de perdermos ou “sumirem” com o celular é grande, pelo menos é o que o nosso histórico diz... já sumiram 2 aparelhos! Assim, decidi comprar o Xperia da Sony Erikson, muito bom e mais baratex se comprado pela internet. Agora falta apenas providenciar um chip da AT&T para o aparelho básico que temos. A novidade do dia foi a compra de uma nova câmera filmadora. Há anos eu estou namorando a Go Pro, porém com uma bela Flip na mão acabamos sempre postergando... Infelizmente a flip nos deixou e resolveu morar definitivamente na Islândia, então hoje eu pude matar a vontade e investi em uma Go Pro II! Ótima para filmagens no carro, em trilhas e mergulhos até 60m!

Pôr-do-sol em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos

Pôr-do-sol em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos


O final da tarde foi uma deliciosa reunião de família, brincando com André, Luiza e Daniel, o “trio parada dura” do Marcelo e da Su! Nos divertimos pulando e fazendo ginástica olímpica! Tenho que ir treinando! Hehehe!

André, Luiza e Daniel, filhos do Marcelo e da Su, em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos

André, Luiza e Daniel, filhos do Marcelo e da Su, em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos


A noite um delicioso queijos e vinhos na companhia dos amigos e as ótimas histórias dos pais da Su, que vieram fazer uma surpresa no aniversário da filha. Seu Antônio nos presenteou com o seu livro, a peça teatral “A Conspiração Maquiavélica”, que reúne personagens históricos em uma comédia curiosa! Estou louca para ler!

Com os pais da Su em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos

Com os pais da Su em Key Biscayne, na Flórida - Estados Unidos


Amanhã pegamos estrada em direção à Nova Iorque no roteiro de 20 dias explorando a Costa Leste Americana.

Estados Unidos, Flórida, Miami, Amigos

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Tempo ao tempo

Brasil, Amapá, Macapá

Na orla do rio Amazonas, em Macapá - AP

Na orla do rio Amazonas, em Macapá - AP


Um dia planejado para viagem à Oiapoque, acabou virando um dia de revisão de planejamentos. Ainda sem retorno do consulado francês e com vários afazeres para o site e organização do carro, acabamos decidindo dar tempo ao tempo para ver se as coisas se revolviam. Tiramos o dia para nos empenhar em encerrar as pendências e dedicá-lo a novas pesquisas e planejamento. A etapa caribenha da viagem é a preocupação do momento, já que não iremos deixar o carro em Georgetown, na Guiana Inglesa, qual pode ser o nosso novo hub para os vôos às ilhas do Caribe Sul, onde teremos segurança para estacionar a Fiona?

Observando a orla em Macapá - AP

Observando a orla em Macapá - AP


República Dominicana, Barbados, Sait Marteen e Saint Martin, Saba, St Kits and Neves, Anguila, St Bartholomeu, Antigua e Barbuda... enfim, vários países minúsculos no Caribe que tem que se encaixar em nosso bolso e nosso tempo. Tudo isso parecia resolvido partindo de Georgetown, mas a nossa segurança e a da Fiona estão em primeiro lugar. O Rodrigo estudou como novo hub o Suriname, Colômbia e até Barbados e Trinidad e Tobago, como ilhas maiores e estrategicamente posicionadas. Já temos novas opções de vôo, mas nenhuma delas ainda parece a solução ideal. Com tudo isso em mente, resolvemos sair para arejar, para um almoço tardio lá na orla do Rio Amazonas.

Kite surfing no Rio Amazonas, em Macapá - AP

Kite surfing no Rio Amazonas, em Macapá - AP


Finalmente provamos o tal tucunaré na manteiga, frito inteiro, com cabeça, rabo, espinha e tudo. É gostoso, mas acho que esses peixes de rios, mais fibrosos, podem ter um jeito mais favorável de preparo, que amaciem a carne. Olhando o Rio Amazonas não consigo parar de pensar no que conversei com o taxista ontem, indo para a concessionária buscar a Fiona. Passamos por um canal que parecia ter “coisas” boiando nele. Perguntei se os esgotos aqui eram tratados e ele disse que não, que eram todos jogados sem tratamento direto nos canais e este no Rio Amazonas! Não é possível! Estamos falando de uma capital brasileira às margens do maior rio do mundo e um dos mais importantes rios brasileiros! Tudo bem, a quantidade de água é imensa e a água acaba no mar, mas são os dejetos de 350 mil pessoas no Rio Amazonas! Sem falar que deve ser a mesma água que é utilizada para o abastecimento da cidade e para corajosos banhistas. O nosso taxista confessou, “o canal é um fedor desgraçado!” e quando perguntei se as pessoas tomavam banho no rio principal, ele disse que sim, muitas pessoas, mas ele não se atreve. Se alguém tiver uma informação mais apurada sobre o tratamento de esgoto em Macapá e a qualidade de água do Amazonas, por favor, acalme meu coração e comente aqui, pois estou prestes a perder a esperança na humanidade.

Kite surfing no Rio Amazonas, em Macapá - AP

Kite surfing no Rio Amazonas, em Macapá - AP


Hoje tivemos a prova, vários kite surfers estavam lá praticando um dos esportes mais difundidos dos tempos, até por que onde tiver vento e uma poça d´água eles conseguem se divertir!

Polícia Militar aproveira a 'maré baixa' do Rio Amazonhas para treinamento de cadetes, em Macapá - AP

Polícia Militar aproveira a "maré baixa" do Rio Amazonhas para treinamento de cadetes, em Macapá - AP


Um batalhão da Polícia Federal em treinamento, passou correndo e cantando tche-tchecolê! O Ro não entendeu nada, mas eu conhecia a música da época do escoteiro, boas lembranças de um tempo que ajudaram a formar a minha personalidade e o gosto pela aventura. Eles aproveitaram a maré baixa do Amazonas para treinar técnicas de rolamento e etc, nas margens barrentas do Amazonas. Chegaram limpinhos e saíram assim. Fazer o que? São ossos do ofício!

Cadetes da PM correm pelas ruas de Macapá - AP

Cadetes da PM correm pelas ruas de Macapá - AP


Deixamos tudo pronto, reorganização da bagagem no carro, internet em dia para nos despedimos da nossa última capital do país pelos próximos 30, quiçá 60 dias! Amanhã temos uma longa viagem pela frente, vamos cruzar os dedos para dar tudo certo!

Belo fim de tarde na orla em Macapá - AP

Belo fim de tarde na orla em Macapá - AP

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Juneau: História, Glaciares e Labirintos

Alaska, Juneau

Muitas fissuras no gelo azul da Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

Muitas fissuras no gelo azul da Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


A capital do Alasca pode ficar ofuscada pela grande metrópole, Anchorage, mas não poderia ficar de fora do nosso roteiro. Sua história e suas riquezas naturais são a porta de entrada para um novo mundo que começaremos a explorar nesta semana na região sudeste do Alasca.

Tarde de chuva e paz no St Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska

Tarde de chuva e paz no St Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska


O ano era 1880, Richard Harris e Joe Juneau buscavam ouro nestas terras longínquas. Seu guia nesta busca era Kowee, o chefe da tribo Tinglít que habitava a região. Ele o levou às margens do rio dourado, batizado de Golden Creek. Kowee não imaginava como sua vida mudaria a partir deste momento.

Uma das capelas do St Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska

Uma das capelas do St Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska


Um acampamento de 40 garimpeiros se formou e cresceu em torno da extração do ouro, atraindo comerciantes, missionários e grandes companhias mineradoras. Assim nasceu Juneau, com mais de 66 milhões em ouro extraídos na Mina Treadwell e 80 milhões (equivalentes hoje a 4 bilhões de dólares) da Mina Alaska-Juneau. Esta foi a maior operação mineira no mundo nos idos de 1916, movimentando os mercados de pesca, trazendo fábricas de enlatados, serrarias, transportadoras e até o turismo. Apenas mais tarde, no ano de 1959 foi que Juneau se tornou a capital do Alasca.

O musgo é a primeira vegetação a ocupar o terreno deixado para trás pela Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

O musgo é a primeira vegetação a ocupar o terreno deixado para trás pela Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


Desde 1900 as histórias de garimpeiros e o extraordinário cenário destas terras atraíram visitantes para a região. Glaciares, fiordes e florestas já seriam motivos suficientes, mas a natureza ainda proporciona espetáculos como a corrida do salmão, ursos grizzlies pescadores e até baleias para os mais sortudos. Um detalhe importante é estar atento às temporadas de cada um destes animais, para escolher a melhor época para a viagem. O verão normalmente reúne a maioria deles: os salmões sobem os rios e atraem os ursos para os cursos d´água, as baleias jubarte chegam às baías em busca de alimento e são atração garantida durante os tours whale watching. Junto com os salmões, ursos e baleias chegam também hordas de turistas nos grandes navios de cruzeiros e os preços sobem bastante.

A Nugget Falls, bem ao lado da Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

A Nugget Falls, bem ao lado da Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


Nós chegamos no final da temporada, os preços de hospedagem e ferry estão melhores, mas praticamente todas as portas se fecham quando o último cruzeiro vai embora. Vimos um navio no porto e pensamos “opa! chegamos a tempo!”, mas infelizmente não encontramos mais nenhum tour operando para o Tracy Arm Fjord, Glacier Bay, ou mesmo guias especializados para nos levar às cavernas de gelo nos glaciares. Todos, sem exceção, tinham acabado de fechar para a temporada de inverno. Fiquei bem chateada, mas o que não tem remédio, remediado está e como tudo sempre tem um lado bom, assim até economizamos! Rsrs!

Pequenos icebergs flutuam no lago da Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

Pequenos icebergs flutuam no lago da Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


Sem os tours, ficamos sem os icebergs e grandes paisagens de gelo próximas do mar, que a propósito, eu achava que estariam por todo o litoral. O Tracy Arm parece ser o único lugar para ver icebergs e na Glacier Bay o grande campo de gelo margeando a costa. Ainda assim Juneau não decepciona e ainda reserva bons motivos para ser visitada. O primeiro e principal deles é o grande Mendenhall Glacier, um belíssimo glaciar com paisagens magníficas e a apenas 15 km do centro da cidade.

Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


Uma língua de gelo de 19 km que liga o Lago Mendenhall ao Juneau Icefield. Com mais de 2 quilômetros de largura e 30 metros de altura ele é um dos 38 grandes glaciares que escorrem do Juneau Icefield, formando vales, lagos e paisagens como esta.

Aproximando-se da Medenhall Glacier e da Nugget Falls, em Juneau, a capital do Alaska

Aproximando-se da Medenhall Glacier e da Nugget Falls, em Juneau, a capital do Alaska


Os icebergs são esculturas flutuantes formadas por gelo azul, o mais puro e cristalino. Nos arredores estão os mais de 5 milhões e meio de acres da Tongass National Forest com árvores imensas da floresta úmida que cobre todo o sudeste do Alasca. Algumas trilhas dão acesso ao lago e a mirantes, a trilha até a Nugget Falls é super agradável e dá uma noção melhor das mudanças que vem ocorrendo nesta paisagem.

Pequenos icebergs e a incrível Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

Pequenos icebergs e a incrível Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


O centro de visitantes possui uma exposição bem completa sobre a história geológica do Mendenhall, que está em um processo acelerado de retração, ou seja, descongelamento. Só para vocês terem uma ideia, antes de 1958 este lago não existia! Monitorado pelos cientistas desde 1942, sabe-se que de 1951 a 1958 a face terminal do glacial retraiu 580m. Desde 1958 já se foram mais 2.820 km, quando o lago foi criado, e antes de 1765 a ponta do glaciar se estendia por mais 4 km.

Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


Esta é uma das medidas mais claras que temos dos efeitos do aquecimento global e ainda existem pessoas que não acreditam, como se fosse questão de crença! Temos que fazer nossa parte: diminuir o consumo, maximizar a reciclagem e, principalmente, acreditar que se cada um de nós agir, podemos juntos fazer a diferença para o nosso planeta.

Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska

Medenhall Glacier, em Juneau, a capital do Alaska


A chuva voltou a cair e nós continuamos a explorar a curta estrada ao norte de Juneau, em busca das nossas amigas baleias. A dica dos locais foi um lugar chamado Shrine of St. Therese. Uma pequena península que entra na baía e é um hot spot de pesca. Peixes atraem todo o tipo de vida marinha, focas, leões marinhos e até baleias!

O sereno St. Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska

O sereno St. Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska


Não vimos baleia alguma, apenas algumas focas pescando e um lindo stellar, o maior leão marinho do mundo, nadando ao redor. Porém o santuário não é apenas um lugar para encontrarmos os animais, mas um lugar mágico onde encontramos uma forte energia contemplativa. Percorremos o labirinto, criado pela igreja católica como um meio de concentração para as orações, e meditamos em contado com a natureza e a nossa energia interior sem nem sentirmos a chuva cair.

Percorrendo o longo caminho do labiribto, no St Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska

Percorrendo o longo caminho do labiribto, no St Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska


Ainda aproveitamos este tempo chuvoso para escrever, descansar e acabamos nem conhecendo o Alaska State Museum, com exposições sobre a história e a arte dos povos indígenas da região, mas fica aí a dica para incluir no roteiro.

O Museu Estadual em Juneau, a capital do Alaska

O Museu Estadual em Juneau, a capital do Alaska


Pois é, a chuva continua nos acompanhando e logo descobrimos que não é nada pessoal. Nós estamos não apenas em uma das épocas mais chuvosas, mas em um dos lugares com maiores índices de precipitação em toda a América do Norte. Aqui quando não chove, neva e os locais até estranham quando aquela “estranha bola amarela” aparece no céu. Cuidado! Se ela aparecer em mais de 60 dias durante todo o ano estamos a perigo! Não é a toa que, além de muito bem equipados com suas roupas impermeáveis e botas de borracha, os alascans andam pelas ruas como se a chuva não existisse e dizem: “é o nosso brilho de sol líquido”.

Caminhando pelas ruas de Juneau, a capital do Alaska

Caminhando pelas ruas de Juneau, a capital do Alaska


O sereno St. Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska

O sereno St. Tereze Sanctuary, em Juneau, a capital do Alaska


Assim , mesmo no verão, já venham com espírito e a mala preparados para enfrentar chuva. Enfiem o dois pés na poça d´água e aí sim poderão sentir como vivem os alascans! Depois, uma Alascan Amber ou uma Brown Kodiak são uma boa pedida para esquentar.

Tomando cerveja local em Juneau, no Alaska

Tomando cerveja local em Juneau, no Alaska

Alaska, Juneau, história, Juneau Icefield, Mendenhall Glacier, Tongass National Forest

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