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Pedro Josino (28/05)
Amigo, Pretendo fazer o circuito da Islândia. Você pode me passar os lo...
Andrea Cristina Dos santos (24/05)
Amo Ubatuba...Amo Tanto que comprei uma casa ai..e tive olhando as fotos ...
Régis Gabriel Sá (23/05)
Olá....obrigado por compartilhar sua experiencia em LA.Estou indo em ago...
Juliano (20/05)
Muito interessante o relato da sua viagem. Estou com uma viagem marcada p...
Válter (16/05)
Graça e paz Rodrigo e Ana! Tudo bem com vocês? Só de olhar o blog d...
Nosso charmoso Inn em West Dover, pequena cidade em Vermont, nos Estados Unidos
Hoje foi o dia de deixarmos o conforto da casa da Amy na Pennsylvania e iniciarmos nossa jornada pela Nova Inglaterra acompanhados da nova tripulante da Fiona, a Bebel. Acordamos sem pressa pela manhã, tomamos nosso café com tranquilidade e nos despedimos da Amy e de seus poodles. O Joe já tinha saído bem mais cedo para trabalhar em Nova York, mas tinha deixado conosco a rota a ser seguida até Vermont, estado onde moram seus pais. A Fiona já não se aguentava mais: finalmente, de volta à estrada!
Despedida do trio de poodles da Amy e do Joe, na Pennsylvania, nos Estados Unidos
Despedida da Amy, na sua casa na Pennsylvania, nos Estados Unidos
Pelos próximos dez dias, a ideia é viajar pela região da Nova Inglaterra, os estados mais à nordeste dos Estados Unidos. Connecticut, Massachusetts, Vermont, New Hampshire e Maine são famosos por suas cores no outono, suas montanhas no inverno e seu litoral no verão. Nós vamos tentar ver de tudo um pouco, mesmo estando fora da estação ideal: praias, montanhas, parques e cidades grandes e pequenas, todas conhecidas pelo seu charme e hospitalidade. A Nova Inglaterra é conhecida como uma das mais belas regiões do país.
Nossa Rota para chegar à Nova inglaterra
Começamos a viagem por estradas menores, atravessando o belo vale do rio Delaware, que divide a Pennsylvania de New Jersey e Nova York. Uma hora mais tarde, chegamos às auto-estradas, primeiro à 84 e depois à 91. A ideia era cruzar o mais rapidamente possível os estados de Nova York e Connecticut (que nos foi definido como “um grande subúrbio de New York City”). Na cidade de Hartford, nesss estado, mudamos de auto-estrada e, meia hora mais tarde já estávamos entrando em Massachusetts.
Almoçando em Northampton, em Massachusetts, nos Estados Unidos
A bela Northampton, em Massachusetts, nos Estados Unidos
A fome começava a apertar e seguimos o conselho do Joe e paramos na pequena e charmosa cidade de Northampton para comer. Uma cidade estudantil, conhecida como centro da “contra-cultura” e movimentos GLS. Além disso, ou talvez por causa disso, são várias opções de bons restaurantes e não demorou muito para encontrarmos o nosso. Depois, uma rápida olhada nas lojas da cidade e já estávamos na estrada novamente.
A bela Northampton, em Massachusetts, nos Estados Unidos
Seguimos diretamente para Vermont, nosso objetivo do dia. Vamos dedicar mais tempo à Massachusetts na volta, quando passarmos pelo litoral e pela capital Boston. Em Vermont, logo deixamos a autoestrada de lado e seguimos para a Rota 100, uma conhecida estrada cênica que atravessa a bela região das Green Mountains. Foi nessa hora que tivemos certeza que não chegaríamos até a fazenda dos pais do Joe, mais ao norte. Ligamos para a Liz, a mãe dele, para dizer que só chegaríamos na manhã seguinte. Agora, precisávamos achar um lugar para dormir...
Viajando pela belíssima Rota 100, através das Green Mountains, no sul de Vermont, nos Estados Unidos
Viajando pela belíssima Rota 100, através das Green Mountains, no sul de Vermont, nos Estados Unidos
Não foi difícil! A Rota 100 passa bem no meio da região de ski do estado. As tais “Green Mountains”, bem verdes agora, aparentemente ficam brancas no inverno, pela quantidade de Resorts e Inns voltados para esse “filão” que vimos por ali. Agora, sem neve, o que há são muitas opções de hospedagem e poucos hóspedes. Melhor para nós! AO invés de ficar num desses motéis de rede, pudemos escolher um charmoso Inn, praticamente pelo mesmo preço e infinitamente mais aconchegante.
Nosso charmoso Inn em West Dover, pequena cidade em Vermont, nos Estados Unidos
Nosso charmoso Inn em West Dover, pequena cidade em Vermont, nos Estados Unidos
Ficamos na pequena cidade de Dover, bem no começo das Green Mountains. Amanhã, com toda a calma, percorreremos a Rota 100 e chegaremos até Woodstock. Não aquela famosa, do festival, mas sua homônima, aqui no estado. Aparentemente, tem umas 30 pelos Estados Unidos... A daqui é famosa pelo seu charme e história. De lá seguiremos para a vizinha Norwich, onde está a fazenda dos pais do Joe, para almoçar com eles. E aí, dependendo do horário, vamos ver até onde chegamos, já em New Hampshire. Isso é o melhor de tudo: saímos com uma rota e um sentido definidos, mas sem um destino final. Veremos até onde o vento nos leva...
Bebel se diverte na internet no nosso Inn em West Dover, em Vermont, nos Estados Unidos
No saguão do aeroporto de Nassau, indo para Long Island
Mais uma vez, tivemos de madrugar. O nosso vôo era às 07:40 e, para chegar ao aeroporto tínhamos um longo curto caminho. Cinco minutos nos separavam desde a pousada até o porto. Mas eram cinco minutos puxando nossa tralha de mergulho, toda acomodada em uma caixa devidamente encaixada em um carrinho. Além disso, mochila grande nas costas (eu carrego a da Ana, que é mais pesada e ela carrega a minha) e mochila pequena no peito, com máquina fotográfica, lap top, livro, documentos e uma muda de roupa. Deixamos um bilhete para o John e seguimos vagarosamente pela rua esburacada, cuidando para não derrubar o carrinho de duas rodas com a caixa de mergulho e aproveitando, como vingança dos dias anteriores, para acordar os galos da cidade, já que o sol ainda não raiou.
No porto, uma pequena espera e logo tomamos o táxi náutico. O táxi terrestre já nos espera do outro lado. No aeroporto, longa negociação com a atendente da Bahamas Air, que quer cobrar excesso de bagagem. O equipamento de mergulho, tão eficiente embaixo d'água, que sempre nos poupa na hora de não alugarmos equipamento e nos dá segurança e conforto lá embaixo, na hora de ser transportado acima d'água se transforma num estorvo, principalmente nas viagens de avião nacionais. Jogamos o maior lero e conseguimos embarcar sem pagar. Não tínhamos conseguido na vinda.
A bordo do avião para Long Island - Bahamas
Voamos para Nassau e de lá para Long Island. Para quem olhar no mapa, verá que é um caminho meio português (com todo respeito aos nossos irmãos lusitanos). Esse é um problema de viajar em Bahamas: não há vôos diretos entre as ilhas; sempre precisamos voltar para Nassau, mesmo que isso signifique duplicar o caminho e o tempo. A julgar pelo número de passageiros, até dá para entender. Os vôos tem menos de 10 pessoas. Mesmo aviões pequenos ficam bem vazios. Depois de Long Island, iremos para Turks e Caicos. Novamente, voltaremos para Nassau e voltaremos de novo, passando sobre Long Island, em direção a Providenciales (principal cidade daquele país). O que ocorre numa escala estadual, nas Bahamas, também ocorre numa escala nacional, no Caribe. Para seguir de Turks e Caicos, ao lado de Porto Rico, para este país, vamos fazer escala em Miami(?!?). Haja paciência...
Bom, mesmo neste vôo de Eleuthera para Nassau, demos uma volta. Mas foi bem vinda. Fomos primeiro para um aeroporto no sul da ilha para depois seguir viagem. O avião vôa bem baixo, o bastante para admirar a água transparente que cerca essa ilha ccom mais de 100 km de cumprimento e menos de 2 km de largura. Na água, de tão transparente, é até possível observar as sombras dos peixes maiores. Tubarões?
Em Nassau, temos tempo para, depois de despachar as malas para Long Island (sem pagar novamente, após novo 171 - viva!), ir passar algumas horas em Cable Beach. Quem nos leva é a Dede, uma motorista de táxi que cresceu em Miami e que é uma figuraça, meio rasta. Ela não só nos levou como também nos buscou e deve nos encontrar novamente, no nosso próximo pitstop por lá. Em Cable Beach, com o tempo bem nublado, aproveitamos para passar 90 min na internet, num Starbucks, que fica muito mais em conta que qualquer internet café.
O tempo na internet era necessário para eu resolver um problema que já me atrapalhava há dias. Meu cartão Visa deixou de funcionar. Simplesmente, parou. Lá de Eleuthera foi impossível eu conseguir falar com alguém. Só se pagasse muito caro pela ligação internacional. Mas consegui de Nassau, primeiro com alguma atendente da Visa em Miami, falando um português esforçado mas sofrível e depois com alguém do Banco Real. Tudo a partir de um telefone público no aeroporto. Apesar de reclamar bastante da tecnologia em Eleuthera, hoje fiquei admirado com ela. Enfim, descobri que foi minha própria agência que bloqueou meu cartão!!!
Aí, entrou em cena outro anjo da guarda. Via internet, conectei-me com a Beth, que trabalhava comigo em Curitiba. Com alguns telefonemas, ela descobriu a razão do imbroglio e o resolveu. O banco queria ter sido avisado da viagem ao exterior e em quais países passaria. Não sei o que ele achou da lista de 50 países, mas disse que o cartão voltaria a funcionar. Ainda não testei. Mas, de qualquer maneira, muito obrigado, Beth!!!
Depois de um mormaço na praia, voltamos ao aeroporto. Na sala de espera, conhecemos mais pessoas interessantes: um americano que já vive aqui há mais de 15 anos e um bahamense, como sempre, muito simpático. Tratam muito bem as pessoas de fora. Depois, o embarque é meio confuso. Colocam os oito passageiros num teco-teco, mas a hélice esquerda não funciona. Resolvem nos levar para um avião ainda menor, agora só um teco. E o teco funciona, para alegria nossa. Com alguns solavancos, atravessamos as nuvens e 90 min depois chegamos em Long Island.
Avião para Long Island. A hélice não funcionou e tivemos de trocar para um avião menor
E eu, pelo menos enquanto o avião vôa abaixo das nuvens, aproveito para procurar tubarões na águas transparentes abaixo de mim. E aproveito também para viajar nas Bahamas. Se movimentar por aqui já é uma viagem...
Um dia magnífico para admirar a Golden Gate, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Com a noite esticada de ontem, que até forró paraibano teve, acabamos nos levantando mais tarde do que tínhamos planejado. Iria ser difícil manter os planos de Alcatraz, Lombard, Golden Gate, Berkeley e ainda chegar a tempo de um último vinho no Napa Valley.
A ladeira da Hyde St. por onde sobe o bonde de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Bom, parte da dificuldade logo se resolveu! Quando fomos perguntar para a concierge do nosso hotel sobre o passeio à Alcatraz, aquela prisão à prova de fugas (exceto pelo Sean Connery e o Clint Eastwood, claro!), ela sorriu sobre a nossa inocência e disse: “Alcatraz, hoje, nem pensar! Esse passeio deve ser reservado com semanas de antecedência. Na alta temporada, com mais de um mês!”. E a gente em pleno feriadão de Thanksgiving...
Fiona, seguindo a fila, descendo a Lombard Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Normalmente, o passeio custa 25 dólares. Para quem decide ir encima da hora, só comprando dos brokers (em bom português, cambistas!). Nesse caso, o preço já sobe para 90 dólares. Mas, para o dia de hoje, nem mais os brokers tinham ingressos. De qualquer maneira, para desencargo de consciência, perguntei para ela se o passeio valeria 90 dólares. “Na minha opinião, no way!!!”. Bom, então o jeito foi pensar que economizamos um bom dinheiro. Além disso, já cansei de ver Alcatraz em filmes de Hollywood e em documentários, hehehe.
Descendo a rua mais torta e florida do mundo, a Lombard Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Passamos então à segunda atração do dia, a Lombard Street. Apesar da fama, ela não é a “rua mais torta do mundo”, pelo menos é o que afirmam duas de suas rivais. Uma, a rua Vermont, fica em San Franciso mesmo. Tem uma curva a menos, mas é mais inclinada. A outra, é uma rua perdida no interior dos EUA, em Iowa, acho. Tem as mesmas oito curvas da Lombard, porém em um espaço menor. Mas, enfim, ninguém ouviu falar dessas duas outras ruas enquanto a Lombard é famosa mundialmente...
Descendo a rua mais torta e florida do mundo, a Lombard Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
E foi para lá que seguimos, de Fiona, dessa vez. Eu tratei de entrar na fila de carros, enquanto a Ana desceu para as fotografias e filmagens. A fila anda rapidinho e logo eu já manobrava o nosso carro entre os inúmeros jardins da rua, que mais parece uma praça inclinada que uma via pública. Inicialmente, a rua foi construída assim porque se fosse sem curvas, a descida seria muito inclinada para os carros da época. Aos poucos, a cidade foi percebendo o potencial turístico daquilo! Trataram de enfeitar a rua com jardins e flores, além do piso vermelho. Funcionou, pois o dia inteiro tem gente lá fotografando!
Descendo a curvilínea Lombard Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A Fiona ficou até tonta de tanta curva. Afinal, eu não desci apenas uma vez, mas quatro, no total. Tudo para conseguir uma boa foto, de diferentes ângulos. Além disso, lá de cima, a visão da baía, de Alcatraz, da cidade e do seu famoso bonde é um colírio para os olhos!
O Sidney cuidou da gente em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Enfim, como dizem os americanos: “Enough is enough!”, e nós deixamos a Lombard para trás e seguimos para a Golden Gate. Nós já havíamos estado uma vez lá, com o Sidney, há três dias, mas agora era a hora de irmos com as próprias rodas.
As tradicionais e obrigatórias fotos com a ponte mais bonita do mundo, a Golden Gate, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A Golden Gate é uma forte candidata ao título de ponte mais bela do mundo. Eu, pelo menos, votaria nela. Deixa para trás outras belas, como a do Brooklin e a de Sydney, na Austrália. Sua cor vermelha, quase dourada quando iluminada pelo sol de fim de tarde, e suas linhas elegantes, compõe, junto com a baía de San Francisco, um verdadeiro cartão postal.
Visitando parque sob a Golden gate de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Ela pode ser observada (e admirada!) de vários ângulos. No lado sul da baía, há um grande parque sob a ponte, lugar popular para uma corrida, piquenique ou caminhada. No lado norte, é possível subir uma encosta e ver a ponte do alto, com San Francisco ao fundo. Esse foi o ângulo que mais gostei. É daí também que se pode ver, em algumas poucas oportunidades do ano, quando a baía se enche de nuvens, a Golden Gate pairando sobre a névoa, como se fosse uma ponte celestial. Não, nós não tivemos essas sorte, mas as fotos são incríveis!
As tradicionais e obrigatórias fotos com a ponte mais bonita do mundo, a Golden Gate, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Pode-se admirá-la também do mar, quando se faz a travessia de ferry, do ar, quando se paga um passeio de helicóptero, ou caminhando sobre ela, de um lado ao outro da baía. Fiz isso da outra vez que estive aqui, há quase 20 anos. Estou falando da caminhada e não do helicóptero, claro! Não fizemos isso dessa vez, mas é um programa que recomendo muito.
Fim de tarde, início de noite na sempre movimentada Golden Gate, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Falando nisso, caminhada sobre a Golden Gate me lembra um outro aspecto da ponte, bem mais tétrico. A Golden Gate é o lugar mais popular do mundo para se cometer suicídio. Talvez pela beleza do lugar, talvez pela facilidade de se jogar lá de cima, talvez pela fama, ou um pouquinho de tudo isso. O fato é que, em média, uma pessoa a cada suas semanas se atira lá de cima. O choque com a água é a quase 150 km/h e são pouquíssimos os que sobrevivem. Menos ainda aqueles que voltam a andar. Mas existe até o caso de uma moça que pulou, sobreviveu e continuou a andar. Mas ela não mudou de ideia! Algum tempo depois, se jogou outra vez, finalmente conseguindo o seu intento.
Fiona atravessa a Golden Gate, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Existe vários projetos para se colocar uma grande cerca ao longo da ponte, ou uma rede logo abaixo dela. A ponte já é até fechada durante a noite, para pedestres. Patrulhas estão sempre a espreita, buscando pessoas com caras de que estão mal intencionadas. Filmes e documentários foram produzidos sobre esse drama. Tenho dó dessas pessoas e, principalmente, de suas famílias. Mas, de maneira nenhuma, deixo que isso tire algum brilho dessa ponte maravilhosa, que está lá para unir e não para servir de trampolim.
A majestosa Golden Gate, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Sou uma pessoa que adora a natureza e, normalmente, tenho reservas contra obras que afetam as paisagens naturais. Na ponta extrema, por exemplo, estão as grandes minas e pedreiras. Corta-me o coração ver uma montanha transformada num buraco, tudo em prol da civilização. Em um nível intermediário, estão as grandes represas. Normalmente, os lagos criados são muito belos, assim como a natureza que se desenvolve a sua volta. Mas penso sempre naquilo que ficou para baixo, canyons esquecidos, antigas florestas e até mesmo enormes cachoeiras, como as famosas Sete Quedas. Entendo os dois lados, nesse caso, daqueles que precisam de energia e de água em casa, nas suas grandes cidades, assim como os ambientalistas, que querem proteger o patrimônio natural.
A Fiona chegou até a Golden Gate! (em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Agora, essas grandes pontes cruzando baías, rios e desfiladeiros, nessas eu só vejo benesses. Simbolicamente, representam a união de dois lados, a liberdade de ir e vir. Quando bem desenhadas, como é o caso da Golden Gate, só vem a somar, a tornar a paisagem ainda mais bela. E nos mostram a engenhosidade da raça humana em vencer obstáculos. Essa daqui foi concluída nos anos 30, em plena Grande Depressão. Substituiu a linha de ferries mais movimentada da época e foi construída em local suscetível a grandes terremotos, sempre sobre a ação de ventos inclementes e correntes marítimas. O fato de ainda hoje estar de pé é um verdadeiro tributo àqueles que a planejaram e construíram, dos operários aos arquitetos, dos engenheiros às equipes de manutenção.
A Fiona chegou até a Golden Gate! (em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Do outro lado da ponte está a charmosa e romântica Sausalito. Quando pedi ao Sidney que me definisse a pequena cidade, algo parecido no Brasil, ele pensou, pensou e disse. “Não tem igual, no Brasil. Parece Mônaco!”. Pois é... não é que eu achei isso mesmo! Estivemos lá no final da tarde, ruas cheias de turistas, dezenas de pequenos restaurantes, vista magnífica para o outro lado da baía, um monte de marinas com centenas de mastros de barcos que mais pareciam uma floresta. Comemos rapidamente em um restaurante que ele conhecia e, na pressa de voltar para o alto da encosta para ver o fim de tarde na Golden Gate, acabamos nem fotografando a cidade. Isso não que dizer que não tenhamos gostado!. Quem vai à San Francisco, tem de reservar uma tarde por lá, passear ao lado do mar e deixar a vida passar!
Parque sob a Golden Gate de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Falando nisso, a nossa estava passando! Então, depois de muitas e muitas fotos da ponte, cruzamos de volta à San Francisco, atravessamos a cidade, cruzamos a outra ponte famosa, a Bay Bridge e fomos para Berkeley. Assunto para o pequeno post que se segue...
Muito felizes na cidade de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Cervos no Parque da Serra da Canastra - MG
Mais um dia levando coisas para consertar, conversando com o agente de seguros, com a despachante e socializando pela noite, dessa vez com meus antigos colegas de trabalho. Já estou com os formulários para o visto do Canadá agora é preenchê-los da melhor forma possível. A partir de amanhã, segunda, começamos a recolher tudo o que deixamos para consertar.
Hoje, na retrospectiva que estou fazendo, homenageio os seres que dividem conosco esse belo continente. Difícil esolher entre tantas fotos, entre tantos bichos. Ficaram de fora gatos e cachorros, companheiros frequentes em pousadas e caminhadas, verdadeiros amigos que repartirarm conosco dias incríveis que tivemos. Quem sabe num outro post...
Essa belezinha aí, coral verdadeira, encontramos no meio da praia, na Ilha do Mel. Por pouco não morde a Ana, avisada no último momento por um grito meu. Linda e valente!
Cobra coral na praia - volta à Ilha
Animal maravilhoso, tecnicamente um golfinho, mas para todos nós uma baleia. Já no final da apresentação, olhou nos nossos olhos e, na volta seguinte, nos deu um belo banho!
Show da orca
Ave africana em terras brasileiras, essa galinha gigante me confundiu com algum rival e ficou, por 15 min exibindo seus passos e penas para mim. Foi incrível...
Avestruz na fazenda do Aroldo e Ana Elisa, em Perdões - MG
A famosa foto do tubarão. Será que, naquele momento, ele me avaliava como comida?
Mergulho com tubarões feito em Nassau - Bahamas
Mamãe e filhinho Muriquis, naqueles 15 minutos barulhentos que foram dos mais emocionantes da nossa viagem , encontro com um grupo dos maiores macacos das américas.
Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Depois de observar seus rastros por parques em todo o Brasil, finalmente nos deparamos, frente à frente, com os Catitus. Foi na Serra da Capivara - CE.
Catitus (porcos selvagens) na Serra da Capivara, próximo à São Raimundo Nonato - PI
Golfinhos nos acompanham e dão as boas vindas na costa de Noronha. Encontrar esses animais é sempre emocionante. Embaixo d'água, então...
Golfinhos acompanham nosso barco em Fernando de Noronha - PE
Vimos carangueijos, siris e assemelhados por toda a costa do continente. Mas poucos tão belos e valentes como esse invocado aí, lá no litoral do Pará
Um dos muitos carangueijos corajosos que nos enfrentaram no nosso caminho pela praia até Fortalezinha, na região de Algodoal - PA
Búfalos já foram africanos. Mas hoje, são mais marajoaras do que muita gente! Ao contrário dos primos bravos africanos, aqui eles são mansos e formam a base da alimentação na ilha.
Manada de búfalos em estrada da Ilha de Marajó - PA
Desse tamanho, mas o mais pacato de todos os mamíferos. Por ser tão inofensivo, está perto da extinção, pela caça ilegal. Salvem os peixes-boi!!!
Peixe-boi no Centro de Pesquisas de Animais, em Balbina - AM
Boto cor-de-rosa, golfinho de água doce. Experiência inesquecível interagir com um animal tão esperto e brincalhão. E com fome também!
Interagindo com o Boto Cor de Rosa, em Novo Airão - AM
Um dragão? Um dinossauro? Um ser de outras eras? Não, é só um camaleão curioso por nós...
Camaleão vem nos fazer companhia no café da manhã na Pousada Bela Vista, em Novo Airão - AM
Encontro com lhamas na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Hoje deixamos Puerto Maldonado para trás e retomamos a nossa “volta” por Peru e Bolívia. Um circuito com cerca de 3 mil quilômetros de extensão saindo do Brasil pelo Acre, na cidade de Assis Brasil, e voltando ao país por Rondônia, na cidade de Guajara-Mirim. No caminho, um pouco de tudo: a Amazônia peruana, as cidades incas de Cusco e Machu Picchu, as belezas do lago Titicaca com suas ilhas flutuantes, a confusão contagiante da capital boliviana de La Paz e uma das mais temidas estradas do continente, a Carretera de La Muerte, também na Bolívia. No meio disso tudo, a incrível beleza dos Andes e do altiplano, o planalto mais alto das Américas. Enfim, um prato cheio para qualquer aventureiro. E o melhor de tudo: esse circuito pode ser feito de carro, por nós, brasileiros. Basta um pouco de disposição, um mês de calendário e a vontade de conhecer paisagens e culturas completamente diversas das que estamos acostumados aqui no Brasil!
Nosso roteiro planejado por Peru e Bolívia, saindo do Brasil pelo Acre e voltando por Rondônia. No caminho, Cusco, a região do Titicaca, La Paz e a famosa Estrada da Morte
É claro que nós não poderíamos deixar esse circuito de fora dos 1000dias! Já tínhamos estado no Peru e Bolívia nessa viagem, mas deixamos as regiões cobertas por esse roteiro para fazer agora, justamente quando tínhamos planejado conhecer os estados do Acre e Rondônia, pontos de entrada e saída desse roteiro. Para melhorar mais ainda, vamos receber uma “visita”, o Gustavo, diretamente de Curitiba, que vai voar para Cusco para passar 10 dias conosco explorando as atrações da região. Com datas para chegar e partir, tratamos de adaptar nosso caminho e calendário a elas, o que não é difícil em uma região com tantas alternativas. Planos feitos, começamos o tal circuito há uma semana, saindo de Porto Velho para uns dias no Acre e, de lá, já em território peruano, para Puerto Maldonado. Mas aí, a Ana caiu de cama e tivemos de botar as barbas de molho por alguns dias. Agora, com ela recuperada, tratamos de refazer o roteiro, sempre levando em conta as datas do Gustavo e recomeçamos a trip. Primeira tarefa: deixar a Amazônia para trás, onde está Puerto Maldonado, e subirmos os Andes, em direção à cidade de Cusco.
Encontrando as primeiras lhamas! Realmente, já estamos altos, na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Encontro com lhamas na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
A distância da fronteira do Brasil até Cusco é de quase 700 km. Uma distância mais curta que de Curitiba ao Rio de Janeiro! Pouca gente se dá conta, mas estamos muito perto desse mundo completamente diferente do nosso! Bem, desses 700 km, já tínhamos feito 230 km, a distância até Puerto Maldonado. Até aí, só mudou a língua, pois a paisagem e a altitude ainda são as mesmas da Amazônia brasileira. Estávamos curiosíssimos para conhecer a estrada que nos levaria dos 200 metros para os 4 mil metros de altitude, tudo isso nos meros 470 km que faltavam para Cusco.
Encontro com lhamas na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Como de costume, começamos a viagem do dia mais tarde que o recomendável, mas nada que a Fiona não pudesse recuperar. Já imaginava começar a ver os Andes lá no horizonte logo no início da viagem, mas para minha surpresa, só havia mata e mato no horizonte, nada de montanhas. E assim foi durante algumas horas. Já tínhamos dirigido por mais de 200 km e a altitude continuava a ser de 300 metros. Comecei a achar que essa história dos Andes eram balela, conversa para boi dormir.
Encontro com crianças que vivem a mais de 4 mil metros de altitude na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Foi quando, finalmente, começamos a subir um vale e as montanhas apareceram lá na frente. Não pareciam tão altas, mas é que, na verdade, não conseguíamos ver o que havia por trás delas. Pois elas subiam, subiam e subiam. Estávamos a 200 km de Cusco e, finalmente, chegávamos aos 500 metros de altitude.
Encontro com crianças que vivem a mais de 4 mil metros de altitude na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Pois, a partir daí, não paramos mais de subir. Ultrapassamos a altura da nossa Curitiba (900 m), a mais alta capital brasileira, e continuamos a subir. Ultrapassamos a altura de Campos do Jordão (1.750 m), a mais alta cidade brasileira, e continuamos a subir. Ultrapassamos o Pico da Neblina (3.000 m), a mais alta montanha do nosso país, e continuamos a subir. Ultrapassamos a altura de Cusco (3.400 m) e não paramos de subir!!! Não, ainda tinha muita montanha para subir! Tivemos certeza que estávamos altos quando, ao nosso redor, se viam rebanhos de lhamas, e não mais de vacas! Esses animais tipicamente andinos são a certeza que estávamos no caminho certo!
Encontro com crianças que vivem a mais de 4 mil metros de altitude na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
O altímetro passou batido pelos 4 mil metros! Lhamas e alpacas de todas as cores nos saudavam. Crianças curiosas nos saudavam. A fisionomia delas também não mentia: estávamos nos Andes! Ultrapassamos os 4.500 metros, a neve e o frio lá fora gritando: “Vocês estão chegando!”. O motor da Fiona já não responde tão rápido, embora ela mantenha nosso conforto do lado de dentro. Já não usamos ar condicionado, mas calefação! Não somos apenas nós que sentimos falta de ar, mas o motor da nossa companheira também. Menos oxigênio, menos combustão. Mas ela se esforça e continua subindo. Finalmente, chegamos ao ponto mais alto da estrada!
Chegando ao ponto mais alto da estrada, na subida dos Andes na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Sair dos 300 metros e chegar aos 4.700 metros de altitude em poucas horas, não é para qualquer um. É comum sentir dores de cabeça e náuseas, mas nossos corpos já tem, em sua memória, os registros dessa altitude e os efeitos não são tão fortes em nós. Mas somente porque estamos passando por lá rapidamente, sem fazer esforço (que fica todo com a Fiona). Mas se fôssemos ficar por ali algumas horas, a dor e o mal estar viriam seguramente! É uma certeza fisiológica. Então, nada de enrolar lá encima. Descemos para algumas fotos, alguns minutos de admiração com aquele cenário fantástico e exótico e começamos a descer em direção á Cusco.
As magníficas paisagens andinas na subida da cordilheira na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
As magníficas paisagens andinas na subida da cordilheira na Carretera Transoceanica, em direção à Cusco, no Peru
Ainda são mais de 100 km de estradas. Aos poucos, a luz do dia é substituída pela escuridão da noite. Adeus paisagens. É o preço da nossa saída tardia. O corpo e o cérebro agradecem os metros que descemos. É como mergulhar no oxigênio. Até a Fiona já rende mais novamente. Por fim, já de volta aos “civilizados” 3.500 metros de altitude, lá estão as luzes de Cusco, a gloriosa capital do Império Inca. Tão perto do nosso Brasil. Agora, só falta achar um hotel para um merecido descanso depois de termos saído da altitude do mar e chegarmos à altitude dos céus. Aliás, os anjos daqui têm caras de lhamas, hehehe.
As lhamas, perfeitamente adaptadas às grandes altitudes andinas do altiplano peruanos na Carretera Transoceanica,viajando à Cusco, no Peru
Observando o mar azul no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Dia de despedida de Bonaire e, por isso mesmo, com programação cheia! Antes de sairmos do hotel pela manhã, já desocupamos nosso apartamento para os próximos felizardos que estavam chegando às 10 horas no aeroporto, deixando as mochilas no escritório e o equipamento de mergulho pendurado ao sol. Afinal, o primeiro compromisso era fora d'água!
Paisagem do Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Voltamos ao norte da ilha, dessa vez com tempo suficiente para visitar e explorar o Parque Nacional Washington-Slagbai. Essa área de proteção foi criada no finalzinho da década de 60, fruto da doação do antigo proprietário cuja família já possuía a fazenda há mais de um século. Ao morrer, para efetivar sua doação, a única exigência era que a área fosse preservada como parque. Felizmente para nós e para a fauna local, seu sonho se realizou e hoje algumas das mais belas praias de Bonaire, assim como lagos, formações rochosas, mangues, fontes de água e antigas construções estão preservadas e selvagens como nunca.
A bonita costa norte de Bonaire, no Parque Nacional Washington-Slagbai
As diferentes camadas nas encostas mostra que o mar já esteve bem mais alto no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
A gente percorre o parque de carro mesmo, fazendo algumas pequenas caminhadas aqui e ali. Sempre em estrada de terra, o percurso dura de três a quatro horas, já incluindo várias paradas, para fotos e para caminhadas. Passamos por praias de coral e também por praias de areia, sempre com aquele aquele mar caribenho de cor inacreditável, com ou sem ondas (dependendo se estamos na costa norte ou sul). Em muitos pontos, o mar forma o que eles chamam de bocas, entradas cavadas pelas ondas na rocha dura através de milênios de erosão. Formam piscinas em alguns lugares e, em outros, está mais violento do que nunca, um espetáculo para quem vê.
Pequena praia no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
A cor impressionante do mar no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Em outros pontos fica claro como o nível do mar vem mudando através das eras. Formações coralíneas podem ser vistas em rochas que hoje estão muitos metros acima da linha d'água. Para nós, que temos mergulhado diariamente, é engraçado pensar que poderíamos estar mergulhando por onde agora caminhamos, se aqui estívéssemos há 15 mil anos. Ou então, que poderíamos caminhar por onde hoje mergulhamos, se voltássemos daqui há dez mil anos. Quando se pensa em grandes escalas de tempo, tudo o que imaginamos eterno é, na verdade, muito efêmero. Passear por este parque nos ajuda a lembrar disso...
Lagartos coloridos, muito comuns no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
As iguanas também são muito comuns no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Outro ponto forte do parque é a fauna. Répteis, mamíferos e aves. Dos primeiros, são centenas e centenas de lagartos. É preciso todo o cuidado do mundo para não atropelá-los na estrada (são meio suicidas...). E seria mesmo uma pena, pois são muito bonitos, lagartos azulados e esverdeados. Também há iguanas, completamente destemidas. E olha que elas, por aqui, são consideradas uma iguaria. Mas, pelo menos essas do parque, já não tem nenhum medo de nós, humanos...
Um burro selvagem vem inspecionar nosso carro no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Quem tem medo de nós são as cabras e bodes que vivem soltos pelo parque. Acho que é o mamífero que melhor se adapta ao terreno pedregoso, clima seco e vegetação dura. Seus companheiros são os burros. Estes também são destemidos e enfiam suas caras dentro do nosso carro, não sei se por curiosidade ou por fome.
Flamingos se alimentam em lago do Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Já os pássaros, há periquitos, papagaios e muitas aves de rapina. Mas as estrelas são os flamingos. Grandes bandos vivem nos lagos salgados do parque, bem próximos do mar. Mas eles preferem as águas barrentas dos lagos que água azulada do mar. Beleza não é tudo! Afinal, é no lago que encontram o alimento (o mesmo que lhes dá a cor roseada) e o barro para fazer os seus ninhos.
Flamingos se alimentam em lago do Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Enfim, foi um passeio que valeu muito à pena ter feito. Depois de tanto peixe, ver pássaros e répteis é uma boa variação. Assim como, depois de tanto coral, ver montanhas, lagos e campos também é. E assim, com a mente renovada, estávamos prontos para voltar para debaixo d'água, hehehe! Um mergulho num naufrágio nos espera...
Travando contato com iguana no Parque Nacional Washington-Slagbai, no norte de Bonaire
Devil's Bay, ao lado de The Baths, em Virgin Gorda - BVI
Nessa viagem eu e a Ana estamos sempre fotografando e filmando. Depois, quando conseguimos sentar e respirar, escrevemos, caprichamos nos posts. Mas podem ter certeza: são dezenas e dezenas de momentos, de paisagens, de situações, de pessoas que nós não conseguimos registrar. Situações que, por si só, mereceriam um post, um filme, muitas fotos. É incrível e, ao mesmo tempo bem triste, a nossa impossibilidade de registrar tudo que mereceria ser registrado. Às vezes, queria ter o Woody Allen e o James Cameron, cada um com uma equipe, nos acompanhando e registrando tudo, com suas visões privilegiadas e faro aguçado. Não tenho, claro.
Ao longo do dia, sempre que não consigo tirar a foto que queria (nossos olhos são tão infinitamente superiores às nossas câmeras...), faço apontamentos mentais, imagino como descrever aquilo num post. Mas, essas situações se sucedem e, ao final do dia, preguiçoso, literariamente incapaz, quando muito posso escolher duas ou três situações e tentar, mal e porcamente, descrevê-las. Sempre durmo com uma espécie de culpa, de dever não cumprido. Não basta dizer que eu tentei (e eu tento!). Queria conseguir.
Enfim, já me acostumei com esse sentimento e posso conviver com ele. Melhor ter as poucas fotos e posts que temos do que não ter nada (o que já me aconteceu em outras viagens e, isso sim, é imperdoável). Como alternativa, quando passo por esses momentos marcantes, tomo consciência disso naquele mesmo instante. Tento aproveitá-los ao máximo, curti-los intensamente e fazer um esforço mental para guardá-los, solidamente, em minha memória. Quando faço isso, tenho sempre a impressão que será para sempre. Doce ilusão. Numa viagem como essa, por tantos lugares especiais e com dias tão intensos, esses momentos especiais se sucedem, vários ao dia. O que era algo "inesquecível" num dia, passa a ser uma vaga lembrança na semana seguinte. E depois, acaba se perdendo. Não tudo, claro! Mas, podem ter certeza, vários momentos, várias situações se perderam e vão se perder. Triste. Mas foram eternos durante algum tempo, pelo menos. Como já dizia o poeta: a eternidade é fugaz.
Caminhando na deliciosa Alamo Square, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
San Francisco é mesmo uma cidade diferente do padrão americano. A começar pelo relevo. Construída sobre dezenas de colinas, mas com ruas sempre retas, não é de se estranhar que haja tantas ladeiras. No topo de quase todas elas, um parque com uma bela vista dos arredores. Entre as colinas, as diversas vizinhanças que, apesar de uma origem étnica diferente, como italiana ou chinesa, acabaram por se misturar ao longo do tempo.
Andando nos famosos bondinhos de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Outra coisa interessante é que várias dessas vizinhanças tem vida própria, uma arquitetura distinta e suas próprias atrações e restaurantes. Enfim, é quase como se fossem várias cidades dentro de uma só cidade. E cada uma dessas “pequenas cidades” merece ser visitada e bisbilhotada. Algumas tem como ponto forte seus museus, como a região do SOMA (SOuth ou MArket St.), outras o burburinho, como North Beach, outras a vista, como Fisherman’s Wharf, e algumas por sua história, como Chinatown e a região da Haight Street.
Andando nos famosos bondinhos de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Para ir de um bairro a outro, é preciso enfrentar as ladeiras ou dar uma longa volta pela orla. Pode-se, também, usar o eficiente e charmoso sistema de transporte público da cidade. O mais famoso (e caro!) deles é o Cable Car, ou bonde, que leva do Fisherman’s Wharf ao centro, ladeira acima, local de tantas cenas de filmes de cinema ou de seriados de TV. Quantas vezes já não vi carros de polícia em perseguição a bandidos (ou mocinhos!) por essas mesmas ladeiras...
Eu amo San Francisco! (Califórnia, nos Estados Unidos)
Outra opção é o trólebus (custa um terço dos seis dólares do bonde), que segue por toda a orla e nos deixa na Market Street, a principal rua do centro. Tem sempre também a opção dos táxis, de uma bicicleta alugada e, claro, das boas e velhas pernas. Com tantos bairros a serem explorados, muitas deles vizinhos entre si, a melhor opção é uma mescla de todos esses meios de transporte.
Ringue de patinação no gelo na Union Square, centro de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Por exemplo, é quase obrigatório pegar o bonde pelo menos uma vez. Afinal, só andar nele já é a própria atração turística. E foi assim que começamos nosso dia de ontem. Como já havíamos caminhado por North Beach e Chinatown no dia anterior, ontem foi a vez de pegar o bonde diretamente para o centro e, a partir de lá, botar as pernas para trabalhar. Pegamos o bonde a dois quarteirões do nosso hotel, subimos até o alto da Lombard Street, com direito a vistas magníficas da baía e da Golden Gate, muitas poses para fotos e seguimos até o centro, mais precisamente até a Union Square (o bonde nos deixou a duas quadras de lá).
O pomposo City Hall de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A praça é cercada de grandes magazines e, nessa época do ano, tem uma concorrida pista de patinação no gelo. Depois das fotos de praxe e admirando a decoração natalina das vitrines de lojas de marca, seguimos caminhando para a Market Street, uma verdadeira avenida e, no seu lado sul, ao SOMA. Aí estão dezenas de museus e galerias de arte, concentrados principalmente ao redor da simpática praça de Yerba Buena. O sol que batia em seus jardins era irresistível e nós compramos um lanche numa saborosa boulangerie ali do lado e fizemos nosso piquenique observando o movimento da cidade, a torre da igreja de St. Patrick e as linhas modernas do MOMA (Museum of Modern Art), todos ali do lado. Alimentados, deixamos a visita aos museus para o dia seguinte e seguimos caminhando para a região do City Hall.
Casas vitorianas na Alamo Square, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A prefeitura é o prédio mais vistoso da cidade, reconstruído logo depois do grande terremoto do início do século XX. Arquitetura clássica, colunas e cúpula em forma de abóboda, bem no meio de uma enorme praça. Muito fotogênico, mas a região é meio estranha, muitos mendigos e um clima meio pesado no ar.
Admirando arte de rua na mítica Haight Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Continuamos no mesmo sentido, deixando o City Hall para trás e entrando em um bairro bem mais amigável, casas no estilo vitoriano. Subindo a ladeira, chegamos à Alamo Square, uma das mais belas praças da cidade. A luz do fim de tarde batia na fileira de casas ao seu redor, toda a cidade espalhada em volta da praça, lá embaixo. Foi joia! “Um bom lugar para morar!” - logo imaginamos.
Mercado orgânico sob as imagens dos famosos roqueiros dos anos 60, na Haight Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Daí, seguindo para o sul e ladeira abaixo novamente, fomos para a rua mais famosa da cidade, a Haight. Essa foi a meca hippie dos anos 60 e 70, um ícone do movimento da paz e amor. Os hippies envelheceram, abriram seu próprio comércio, ficaram um pouco mais responsáveis, mas o espírito do movimento continua por lá. Desde simpáticos mercados de comida orgânica até lojas de discos de vinil com clássicos da década de 70, passando pelas lojas de marijuana e todos os seus derivados possíveis, a Haight ainda é um lugar muito especial, principalmente no seu cruzamento com a Ashbury, local tão frequentado por gente como Janis Joplin e Jimmy Hendrix.
Uma das mais famosas esquinas do mundo, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A famosa Haight Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
As tais lojas de marijuana são uma atração à parte. Aqui na Califórnia, com a devida receita médica, pode-se comprar e consumir a maconha. E ela é vendida em todas essas lojas da Haight. Para quem não tem a receita, pode-se comprar camisetas que fazem apologia das benesses da planta, granola que a usa como um dos ingredientes e até linha para costura, feita com a fibra da marijuana. Têm também dezenas de cremes, cachimbos e tudo o que possa se relacionar com ela.
Na Haight St. pode-se encontrar várias lojas como essa! (em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Marijuana, só com prescrição médica! (na Haight St., em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Para quem quiser algo menos controverso, vários bares se espalham pelo quarteirão, com boa cerveja e boa comida. Nós ficamos tentados, mas ainda resolvemos dar uma corrida até o parque ali do lado, o maior da cidade, o Central Park de San Francisco, o Golden Gate Park (apesar da ponte não estar ali!). Já era bem tarde quando chegamos lá, pois nessa época do ano, aqui em San Francisco, o sol está se pondo antes das cinco da tarde (que saudade dos dias longos, com luz até as 10 da noite...). Então, só caminhamos por uma parte desse imenso parque. Atrações como o Jardim Botânico e o Japonese Tea Garden já estavam fechadas. Mas nossos quarenta minutos por lá foram mais do que o suficiente para se ter uma ideia da imensa e agradável área verde que é essa, quase na região central da cidade. A comparação com o Central Park de Nova Iorque é bem justa!
Um dos muitos produtos feitos com a Cannabis, vendidos em lojas na Haight St., em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Japonese Tea Garden no Golden Gate Park, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Já estava escuro quando saímos do parque. Engraçado como nesse país, mesmo em áreas ermas, temos a sensação de segurança. Se estivéssemos na nossa querida América Latina, em algum lugar parecido, certamente estaria mais preocupado. Mas, enfim, 10 minutos mais tarde e já estávamos de volta às luzes e movimento da Haight. Aí, instalamo-nos em um dos movimentados bares, lubrificamos as gargantas e comemos um delicioso prato de salsicha feita na casa. Falamos ao telefone com o Sidney também e ele estava animado para uma nova noitada.
O lindo céu de fim de tarde em caminhada no Golden Gate Park, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Então, resolvemos nos dividir. A Ana seguiria com o Sidney e eu, fiquei com uma vontade louca de voltar ao nosso hotel caminhando, cruzando toda a cidade. Pouco mais de 5 quilômetros através de vários bairros, subindo e descendo ladeiras. Foi uma delícia! Passei por ruas desertas e outras bem movimentadas, pela Alamo Square novamente e até lá no alto da Lombard Street, de onde tive magnífica vista da baía. Àquela hora, praticamente sem turistas, desci calmamente a rua mais torta do mundo. Só está faltando voltarmos aqui de dia, com a Fiona, para o devido registro! Dali para o hotel foram mais quinze minutos (a caminha toda deve ter durado 90 minutos). Foi só o tempo para tomar um banho e me acomodar na cama que minha esposa chegava também...
Do alto de Twin Peaks, a bela visão noturna de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O conhecida região de Castro, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Eles estiveram na famosa região do Castro, o bairro que virou o quartel general do movimento gay nos anos 70. Com os preços de casas na área da Haight muito altos e com problemas de segurança, os gays que se mudavam para San Francisco naquela época descobriram essa nova região, com preços em baixa, antigas casas vitorianas, charmosas e com muito espaço. Foi aqui também que apareceu a figura de Harvey Milk, o maior símbolo do movimento civil de direitos dos gays. Teve uma história de vida impressionante e que, infelizmente, terminou em tragédia. Foi assassinado em 78, junto o com o próprio prefeito da cidade, por outro funcionário da prefeitura, num crime que comoveu San Francisco e todo o país. Figura emblemática, era muito querido, não só na comunidade, mas também por vários outros setores. Combateu com sucesso uma ridícula proposta de lei que obrigaria a demissão sumária de todos os professores do país que fossem ou defendessem os direitos dos gays. Um bom exemplo de como sua atuação não se restringia a esse setor, foi de sua autoria a lei que obrigava as pessoas limparem as fezes de seus próprios cachorros, quando os levassem para passear. Portanto, é a ele que devemos agradecer quando podemos caminhar despreocupados pelas trilhas dos diversos parques e praças da cidade por onde tantos cães também passam.
Harvey Milk, um dos grandes heróis de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O Financial District de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O dia de hoje também foi de caminhadas, embora não tão longas. Dessa vez, fomos até o centro de Street Car (trólebus) e descemos no Financial Districit. Pois é, San Francisco também tem seus prédios altos e executivos engravatados. Caminhamos daí até a Yerba Buena pela movimentada Market Street. Voltamos à nossa boulangerie preferida para nosso almoço tardio e, em seguida, para os museus. Tentamos primeiro o interessante museu sobre a diáspora africana, mas para nossa decepção, estava fechado em plena terça-feira. Então, nova divisão de forças: a Ana, para o excelente e caro MOMA e eu para o barato e sem graça museu de cartoons. Ainda bem que a máquina fotográfica ficou com ela, hehehe.
O MOMA, Museu de Arte Moderna, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O MOMA, Museu de Arte Moderna, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Reunidos de novo, nova caminhada até o bar onde seria comemorado o aniversário do Sidney. Muita gente interessante, de todas as cores, credos, idades e sexos. Ficamos muito amigos de um simpático senhor de 65 anos de idade, para quem o Sidney trabalha de vez em quando. Ele e várias outras pessoas com histórias de vida tão distintas e interessantes fizeram dessa nossa noite uma verdadeira aula. Foi muito legal e ainda teve bolo de aniversário com velas e tudo, ao final.
Conversando com o simpático "Bongo", no aniversário do Sidney em bar de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Quer dizer, não foi bem o final, pois daí ainda seguimos para outro bar, onde havia uma apresentação de legítimo forró brasileiro. Na verdade, mais legítimo ainda, forró pé de serra nordestino! Muito bem cantado e “sanfonado” pelo Seu Francelino, com seu baião e trajes do sertão. Difícil acreditar que estávamos em San Francisco e não em Campina Grande, Paraíba. Para completar a noite brasileira, ainda voltamos de táxi para nosso hotel com um motorista brasileiro. Ele é goiano, como a grande maioria dos brasileiros que vivem em San Francisco. Só na empresa que ele trabalha, são 400 (isso mesmo, quatrocentos!) motoristas goianos. Veio um primeiro, que chamou um amigo, que chamou um parente, que chamou outro amigo e hoje, San Francisco é praticamente a capital de Goiás. Vivendo e aprendendo, não tinha a menor noção disso!
A hora do bolo no aniversário do Sidney, em bar de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Amanhã, é dia de despedida da cidade. Nos planos, uma visita à Alcatraz e, depois, já de Fiona, um pulinho na Lombard e outro na Golden Gate. Nossa querida companheira merece conhecer esses lugares também! Depois, já de tarde, Berkeley! E a vida não para...
Autêntico forró na noite de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Um magnífico castelo de areia na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Praias não são o ponto forte de Cartagena. O mar é meio escuro, a faixa de areia é pequena e há muitas pedras. Enfim, a população local se diverte, principalmente nos finais de semana, mas ninguém viaja para cá em busca delas, principalmente os estrangeiros. Mas a história começa a ficar diferente quando nos afastamos um pouco da cidade...
Barcos se alinham no cais em Cartagena para levar centenas de turistas à Playa Blanca, na Colômbia
Desde que fizemos nossos primeiros amigos colombianos, lá em Cali, muito antes de chegarmos aqui na primeira vez, que eles já nos disseram: “Quando forem à Cartagena, não deixem de ir à Playa Blaca1” . Conselho de gente local, devemos sempre levar a sério. E nós levamos! Não fomos a tal praia na nossa primeira passagem pela cidade porque naquele mês de festas, ela estaria lotadíssima. Mas agora, numa [época mais tranquila, ela não nos escaparia. Ainda mais que tínhamos um “dia de folga” antes de começarmos o processo de resgate da Fiona. Assim, ontem de manhã nos despedimos dos nossos amigos suíços e do Hostel Mamallena e, de mala e cuia, viemos para Playa Blanca.
Turista aguardam a sua vez de abordar no cais em Cartagena, para seguirem à Playa Blanca, na Colômbia
Nosso barco, no caminho de Cartagena à PLaya Blanca, na Colômbia
Uma visita à praia e também às vizinhas Islas Rosario é um dos mais populares day-tours oferecidos aos turistas que visitam Cartagena. Pode-se chegar à praia de carro também, depois de passar pela fila da balsa, mas 99% dos visitantes vem mesmo de barco, nesses day-tours organizados em Cartagena. O esquema é profissional mesmo. São umas vinte lanchas rápidas que saem do cais turístico da cidade, cada uma levando uma vinte pessoas. Caminhando para o porto, bem cedinho, a gente já vê os turistas vindo de todas as direções, assim como também vans e micro-ônibus que os trazem de hotéis mais distantes. Antes de chegar ao cais, vendedores já nos empurram os ticktes, cerca de 30 dólares já incluindo almoço, taxas do parque e o transporte para a praia e também as Islas Rosario. Para quem só vai na Playa Blaca, um pouco mais barato.
Chegando à Playa Blanca, na Colômbia
A movimrntada Playa Blanca, na Colômbia
Já dentro do porto, sentamos em nossas cadeiras e esperamos que chamem nossos nomes para embarcarmos em uma das lanchas. Lancha cheia, seguimos à toda velocidade, passando por Boca Grande e Boca Chica (as duas entradas de mar que dão acesso à Cartagena, o sonho de todo o pirata que se ´preze nos séc. XVII e XVIII), damos uma paradinha para observar os fortes que protegiam essas passagens e seguimos para a Playa Blanca.
Playa Blanca, na Colômbia
Aí, nossa lancha praticamente se esvaziou, pouca gente disposta a seguir para as Islas Rosario. Essas ilhas formam um parque nacional destinado a proteger flora, fauna e os corais que fazem a fama do local. Apenas a maior das ilhas é pública, enquanto que a grande maioria dos cayos menores é tomada por hotéis exclusivos e mansões.
Muito bem instalado em quiosque na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Um belo fim de tarde na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Lá chegando, o espertão do motorista do barco quis nos vender, por outros 13 dólares por cabeça, a chance de fazer snorkel. Incluído no preço, máscara, nadadeira, colete salva vida e um guia para nos mostrar os peixinhos. Os outros poucos passageiros reclamaram do preço, barganharam uns 15% de desconto a compraram o “pacote”. Nós, que tínhamos levado nossas máscaras, indignados, recusamos terminantemente qualquer acordo. Afinal, já estávamos sobre o mar e certamente não precisávamos de guia e colete. Além disso, para nós, já estava tudo incluído no preço que pagamos lá em Cartagena. O capitão disse que não, que o preço só incluía nos deixar na praia da ilha e não ali, no mar, pronto para o snorkel. “Okay, nos deixe na praia, então!”. E assim foi, deixados na praia, nadamos os cem metros até o ponto de snorkel, ficamos por lá uns quarenta minutos e voltamos para a praia, para que ele pudesse nos pegar novamente. Guia para snorkel, só me faltava essa...
Nossa casa e nossas "camas" (as redes com mosquiteiro) na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Hora de acordar, na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Bom, fim da primeira etapa do passeio, seguimos (ou voltamos!) para a seguinte: a Playa Blanca. Praia linda, mas com boa parte dela totalmente tomada por turistas e vendedores. Esquema farofa, O almoço incluído é servido em esquema industrial, nos diversos quiosques que existem na praia. A cada barco que chega, os donos de quiosques fazem uma divisão e levam três ou quatro para seus restaurantes. Com direito à limonada. Qualquer coisa fora disso, preço extra. Para quem gosta de lagosta, por exemplo, e disposto a pagar, não vai se arrepender.
Pela manhã, turistas começam a chegar à Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Bom, terminado o almoço, terminava também nosso vínculo com o barco. Afinal, preciosa dica dos amigos colombianos lá de Cali, não voltaríamos hoje para a cidade. Eles bem disseram: “A Playa Blanca é maravilhosa! Mas tem de ser depois dos turistas irem embora e, no dia seguinte, antes deles voltarem!”. Então, com nossas mochilas para uma troca de roupa, caminhamos o mais longe possível da farofa e esperamos o tempo passar. Nesse meio tempo, decidimos aonde dormir: a casa da Dona Ana, nas redes com mosquiteira colocadas no avançado da casa, sobre a areia mesmo. E ela ainda nos emprestou uma das cabines para guardar e trancar nossas coisas.
Venda de cocos na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Daí para frente, foi só alegria! Areias brancas, mar de águas claras e mornas, cerveja gelada. Melhorou mais ainda a partir das três da tarde, quando as lanchas começaram a partir. Às cinco, foi-se a última e a praia era de uma tranquilidade total, restando apenas uns poucos turistas que, como nós, tiveram a brilhante ideia de vir para ficar, todos com sorrisos de orelha à orelha. Depois da música alta durante o dia, o barulho do mar era um refresco para nossos ouvidos.
Ana, dona da nossa "pousada" na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Já de noite, caminhando para o canto da praia, descobrimos duas ou três pousadas de verdade. Ali descobrimos que alguns mochileiros vem para passar a semana toda e que, naquele canto da praia, os barcos de turistas não chegam. Cada vez mais explicado a fama de paraíso que essa praia tem entre os mais descolados. No meio daquela muvuca, ainda durante o dia, estava difícil de entender. Mas agora, sob o céu estrelado e aquele clima tranquilo de praia, nossos pés na areia enquanto tomávamos nossa cerveja, tudo fez sentido.
Junto com o vendedor de driques na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Carrinho de bebidas na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia. Até "Kay Piriña" eles vendem!
Voltamos para as nossas redes e dormimos protegidos dos mosquitos. Mas, para azar da Ana, um grupo de colombianos chegou de carro na praia e resolveu se instalar justo ali, na casa da Dona Ana. Vieram na última balsa e estavam dispostos a pegar a primeira balsa do dia seguinte, às cinco da manhã. Para isso, resolveram não dormir e beber toda a noite. Pior para a Dona Ana, que ficou servindo as bebidas e para a minha Ana, que não conseguia dormir por causa do barulho. Eu, confesso, dormi como uma pedra.
O Alonso mostra a sua arte nas areias da Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
No dia seguinte, aproveitamos as primeiras horas da manhã quando a praia era só nossa. Quer dize, quase só nossa, pois haviam outros poucos por ali. Entre eles, o Alonso, um colombiano que já morou muito tempo no Rio. Ele é escultor (ou arquiteto) de castelos de areia e vivia disso na Cidade Maravilhosa. Por aqui, também tinha feito um castelo, uma verdadeira obra de arte. Estava até com dois alunos ingleses. Bateu um longo papo com a Ana, cheio de histórias e aventuras para contar. Incrível história de vida!
Turistas tomam a Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Aos poucos, os turistas foram chegando e a tranquilidade, sumindo. A gente tratou de se acostumar ao novo ritmo, aproveitamos o mar ao máximo e, no meio da tarde, pegamos uma lancha de volta à Cartagena, felizes como nunca por ter dado essa escapada. Para quem vai à Cartagena e tem um pouco de tempo, não perca a chance de passar uma noite na Playa Blanca! Quanto a nós, estávamos prontos para começar o processo de tirar a Fiona do porto. Não vemos a hora de estar na estrada novamente, à bordo da nossa saudosa e queridíssima companheira!
Despedida da Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Com a Lu Misura, depois de mais uma revisão internacional da Fiona, agora com 120 mil Km (em Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos)
O Texas já foi um país autônomo, com reconhecimento e embaixadores de todos as grandes potências da época. Desgarrou-se do México em meados do século XIX, após uma guerra de libertação que incluiu a famosa batalha do Álamo. Ainda vou falar mais disso quando chegarmos à San Antonio, onde essa batalha aconteceu. Depois da independência, a guerra foi contra os índios da nação Comanche. Cheia de episódios sangrentos. Afundado em dívidas com os Estados Unidos, achou melhor ser incorporado a este país, o que lhe garantiria segurança e recursos. Mas vem dessa época turbulenta o amor pela liberdade, inclusive a liberdade de carregar suas próprias armas e pelos direitos do indivíduo contra um estado opressor (México) ou que não pudesse garantir sua própria segurança (contra os índios).
Um legítimo e suculento Bar-b-que americano, na Salt Lick, em Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Ao longo dos anos, transformou-se em uma potência agrária dentro dos Estados Unidos, enormes fazendas e ranchos preenchendo seu território. Mais tarde, já no século XX, foi a vez da exploração do petróleo se tornar a maior força econômica. Os mais velhos se lembrarão do famoso seriado do início da década de 80, “Dallas”, mostrando a vida da família Ewing, milionários do petróleo e grandes rancheiros do estado. O malvado JR, o principal protagonista, (o ator morreu recentemente), nada tinha a ver com o simpático astronauta dono da “Jeanne é um Gênio” (seriado dos anos 60). Enfim, o retrato de uma sociedade conservadora nos costumes e liberal economicamente.
Almoçando na Salt Lick, uma típica churrascaria à moda texana, em Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Imaginar-se-ia que a capital de um estado assim seria o principal exemplo dessa sociedade. Mas é exatamente ao contrário! Austin é uma ilha dentro do Texas, muito mais combinada com a California ou Oregon do que com o estado de que é capital. Os próprios texanos acham ela e quem lá mora bem “esquisitos”. A razão para isso vem do fato de que milhares de expatriados moram ali, gente de todos os Estados Unidos e também de outros países. A cidade é um enorme polo estudantil, com enormes universidades atraindo estudantes de todos os lados. Apenas a Universidade do Texas tem 50 mil estudantes em seu campus. Além disso, transformou-se também num polo de tecnologia e empresas como a IBM, Dell, Google e Facebook tem sua sede ou grandes escritórios na cidade. Todo esse universo criou uma cultura própria, distinta, bem diferente do resto do estado que a rodeia.
Um legítimo e suculento Bar-b-que americano, na Salt Lick, em Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Ao longo de nossa viagem pelos Estados Unidos, conhecendo e conversando com outras pessoas e viajantes, recebemos diversos conselhos para visitar a cidade. “Texas? Não deixem de ir à Austin!”. Então, não poderíamos deixar o país sem antes passar por aqui. O PriceLine nos colocou em um hotel bem central, pertinho dos locais da balada e ao lado do rio Colorado, que corta a cidade (não confundir com aquele outro rio Colorado, construtor de canyons!) e nós agendamos também uma concessionária para a Fiona poder fazer sua revisão dos 120 mil km. Chegamos no dia 9 de noite e nos preparamos para o longo dia que nos esperava.
O famoso molho para barbecue feito na própria salt Lick, em Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Quem nos esperava também era a simpática blogueira Lu Misura (http://luciana.misura.org/), uma brasileira radicada nos EUA há muito tempo, casada com americano e com dois lindos filhos. Eles já moraram nos estados de Washington e Michigan, mas cansados do frio, resolveram encontrar um lugar com clima mais amigável. Como os dois trabalham de casa, podem se dar ao luxo de escolher a cidade em que querem morar. Um dia, cansados definitivamente do frio, abriram um grande mapa do país e começaram a pensar nas possibilidades. O calor texano, as empresas de tecnologia e o fato de Austin figurar em todas as listas de melhores cidades para se morar os fez escolher viver aqui, algo de que não se arrependem. Desde então, o blog da Lu Misura passou a ser a melhor fonte de informações para quem quer saber mais da cidade, dos costumes à comida, da programação às atrações turísticas. Muito amiga e sócia da Claudia (AprendizdeViajante), desde que passamos lá em Washington que temos também um olho aqui em Austin.
Com a Lu Misura, visitando a Hamilton Pool, perto de Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Então, hoje bem cedo, já deixamos a Fiona na concessionária e, de volta ao nosso hotel, encontramos a nossa nova amiga e cicerone ideal para esta cidade. Para começarmos bem, fomos diretamente ao Salt Lick, um restaurante típico do Texas, uma espécie de churrascaria americana onde fazem o típico e suculento barbecue. Ali, nos refestelamos com a carne preaparada ao modo americano e com um molho especial produzido ali mesmo. Esquema parecido com o nosso, pagamos um valor e comemos tudo aquilo que pudermos. Um pecado!
A bela Hamilton Pool, uma piscina natural entre um grande rochedo, perto de Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
A conversa (e a comida) estava boa, mas tínhamos de seguir em frente. A Lu nos levou então à Hamilton Pool, uma das famosas piscinas naturais que se espalham por essa região do estado. Um lago pitoresco no meio de um enorme buraco na rocha, lugar ideal para um bom mergulho durante o calor do verão. Não era o caso agora e nós ficamos apenas do lado de fora, vendo a pequena cachoeira, observando a bela paisagem e a luz do sol refletida nas águas. Muito legal!
A Hamilton Pool, já no final da tarde, em Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Os deveres de mãe a chamavam de volta ao lar, mas ela ainda nos deixou na concessionária, onde pegamos a Fiona novinha em folha, pronta para os próximos 120 mil km. Quer dizer, quase. Ainda faltava comprar “calçados” novos para ela. Pneus são muito baratos aqui no Tio Sam e não poderíamos perder essa oportunidade, os nossos já vindo lá do Equador, prontos para serem aposentados. Seguimos para uma loja ali do lado e trocamos os pneus. Mas aí, veio a s surpresa. A loja (e nem a concessionária, para quem ligamos dali mesmo) não conseguiria fazer o alinhamento. Aqui, é tudo feito por computador e os softwares daqui não têm os parâmetros da Fiona, essa estranha camionete a díesel. Vamos ter de esperar para fazer isso no México, onde o alinhamento ainda é feito à moda antiga, no braço e no olho mesmo.
A bela Hamilton Pool, uma piscina natural entre um grande rochedo, perto de Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Por fim, de noite, saímos para conhecer a night da cidade. Rodamos por duas das áreas mais famosas e movimentadas, ouvimos boa música, conhecemos gente e resolvemos tentar uma terceira área, bem recomendada por esses novos conhecidos. Eis que, para a nossa surpresa, ela estava a poucos blocos do nosso hotel. Assim, deixamos a Fiona muito bem guardada e pudemos tomar aquelas cervejas à mais, coisa complicada quando temos de dirigir depois. Uma rua com dezenas de bares construídos em antigas residências, todas com grandes quintais que hoje atraem centenas de estudantes. Muito legal, mudar de bar em bar e ir sacando a “fauna” de cada um deles. É quando percebemos que, não importa o país, no fundo, somos todos bastante parecidos...
Fiona novinha em folha, depois da revisão dos 120 mil km em concessionária de Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos
Amanhã, é dia de darmos uma olhada no centro da cidade, nos seus parques e na loja original da Whole Foods, a famosa cadeia de supermercados, da qual já viramos fãs, de comida orgânica e que nasceu aqui em Austin e hoje está presente em todo o pais. Falando em comida saudável, depois da churrascaria americana, amanhã é dia de irmos numa bem brasileira mesmo. Com direito a bufê de saladas e pão de queijo de entrada! Hmmm.... já estou até aguando...
Camiseta vendida em Austin, no Texas, nos Estados Unidos
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