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Blog do Rodrigo - 1000 dias

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As Ilhas

Guiana Francesa, Kourou, Îles de Salut

A temida Ilha do Diabo, uma das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

A temida Ilha do Diabo, uma das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


Ilhas são sinônimo de isolamento. Muitas vezes associamos suas imagens à pequenos paraísos, longe dos problemas da civilização. Mas, outras vezes, esse mesmo isolamento tem o efeito contrário: ele pode ser usado como uma prisão, um exílio para pessoas expulsas por essa mesma civilização.

O Catamaran que nos levlou às Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

O Catamaran que nos levlou às Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


Aqui na costa da Guiana Francesa temos um típico exemplo disso. São as "Îles du Salut", ou ilhas da salvação. Nos últimos 250 anos elas já cumpriram esses dois papéis, o de paraíso e o de inferno. Felizmente, hoje ela volta ao papel de paraíso.

Primeira visão sombria das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Primeira visão sombria das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


Um pouco antes da Revolução Francesa, depois de levar uma sova da Inglaterra na Guerra dos Sete Anos e ser expulsa do Canadá e da Índia, a França resolveu investir com tudo na colonização da América do Sul. O plano era ambicioso. Desenvolver a isolada colônia da Guiana Francesa e daí, partir para o resto do continente. É claro que faltava combinar com portugueses e espanhóis. Mas, antes disso, era preciso também combinar com a mãe-natureza...

Examinando o mapa das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Examinando o mapa das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


De uma só vez, foram enviados cerca de 13 mil colonizadores para a região de Kourou. A mata e o clima tropical não os recebeu bem. Antes das pessoas conseguirem se instalar, um novo navio já estava no porto, para mais desembarques. O resultado foi uma tragédia. Fome e doenças atingiram em cheio os franceses. Pessoas morreram aos milhares. Dos 13 mil, sobraram apenas 4 mil, dois anos depois. Os sobreviventes, fugindo dos mosquitos que traziam malária e febre amarela, adotaram as Îles du Salut como refúgio. Mas de quinze quilômetros mar à dentro, elas estavam longe dos mosquitos. Ali, os colonizadores esperaram para ser repatriados. Dos 13 mil originais, sobraram pouco mais de duzentos para continuar os planos de colonização. Os outros, mortos ou enviados de volta à metrópole.

A única igreja nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

A única igreja nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


A Guiana Francesa começava a ganhar fama de terra amaldiçoada. Pouco menos de 100 anos mais tarde, aproveitando esta fama, o governo resolveu transformá-la numa enorme colônia penal. Quase 80 mil presos, comuns e políticos, foram enviados para cá, em exílio eterno ou diretamente para os campos prisionais. O mais famoso deles, para onde íam os presos mais famosos ou perigosos, era nas îles du Salut. Afinal, quem conseguiria escapar de uma ilha cercada por um mar infestado de tubarões? A vida por aqui não era fácil. Dos 80 mil, menos de 13 mil voltaram para contar a história...

Cela do antigo presídio na Île Royale, nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Cela do antigo presídio na Île Royale, nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


O mais famoso dos detentos foi Alfred Dreyfus. Sua vida foi transformada em livro e em filme famoso, o que o tornou conhecido de quem vivia nas décadas de 40 e 50. Ele foi um militar francês acusado de alta traição em 1894. Na verdade, sua origem judaica o transformou num bode expiatório perfeito para a elite militar anti-semita francesa. Com documentos forjados, foi condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, a mais temida das três Îles du Salut. Anos depois, o chefe da inteligência francesa descobriu o culpado verdadeiro de espionagem. Os militares resolveram tentar abafar o caso e enviaram o chefe da inteligência para o deserto da Tunísia. De nada adiantou: as informações vazaram, muita gente comprou a briga, inclusive intelectuais e a imprensa e o governo teve de voltar atrás e soltar o pobre Dreyfus, que passou quase cinco anos na solitária.

Capa famosa de jornal em que Emile Zola intercede por Dreyfus, preso nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Capa famosa de jornal em que Emile Zola intercede por Dreyfus, preso nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


Outro preso famoso, também com a vida transformada em livro e filme, Papillon, teve no sucesso de seu livro um dos motivos para se acabar com essas prisões vergonhosas, verdadeiros campos de concentração funcionando na América do Sul em plena década de 50.

Caminhando na Île Royale, a principal das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Caminhando na Île Royale, a principal das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


Caminhando na Île Royale, a principal das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Caminhando na Île Royale, a principal das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


Hoje, as belas ilhas são um dos destinos turísticos mais conhecidos da Guiana Francesa. Para lá fomos, eu e a Ana, partindo de Kourou num catamaran. Enfrentamos a chuva para prestar nossas homenagens a Dreyfus e Papillon. Passamos mais de uma hora no museu, antiga casa do diretor da prisão, lendo textos e vendo fotos antigas. Mais tarde, um passeio ao redor da ilha por suas antigas construções e fantasmas que parecem não sair de lá. Ao final da tarde, o tempo já estava bem melhor, mostrando o lado bonito dessa ilha tropical, quase sem praias, destino tão temido ao longo de um século.

A antiga casa do diretor da prisão, transformado em museu, nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

A antiga casa do diretor da prisão, transformado em museu, nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa


Hoje, ao contrário, é um belo passeio, um mergulho na história e uma fonte de inspiração para pensamentos e devaneios. Muita gente passa a noite por lá, quem sabe para sonhar com outras épocas... Nós voltamos para Kourou, aonde tínhamos hotel e onde jantamos carne de canguru. Isso mesmo: canguru! Para sempre vamos associar Kourou com esses belos bichinhos saltadores de carne tão apetitosa...

Retorno confortável no catamaran das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Retorno confortável no catamaran das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa

Guiana Francesa, Kourou, Îles de Salut, Îles du Salut, Ilha do Diabo

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Volta à Infância

Estados Unidos, Flórida, Orlando

Chegando ao parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Chegando ao parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


Quando eu era criança, assim como tantas outras crianças no Brasil e no mundo, um dos meus sonhos era ir a tal da “Disney”. Na minha ideia, era um gigantesco parque de diversões. O único que eu conhecia até então era um “playcenter” itinerante bem tabajara que, uma vez por ano, passava uma temporada lá em Belo Horizonte. Tinha uma incrível montanha-russa, um tobogã gigante e um trem-fantasma assustador. Pelo menos na cabeça de uma criança de 7 anos.

Herois da Marvel passeiam pelo parque da Universal em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Herois da Marvel passeiam pelo parque da Universal em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


O sonho de viajar ao exterior para conhecer essa tal de Disney foi se protelando, protelando, até que a vontade passou. Já estava no início da adolescência e o grau de exigência havia aumentado. O Playcenter itinerante tinha desaparecido e agora a diversão era no Tívoli, no Rio, e no Playcenter de São Paulo.

Jurassic Park, no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Jurassic Park, no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


Finalmente, chegava a vida adulta. Viagens para a Disney tinham ficado muito mais fáceis e baratas, tornando-se lugar-comum entre a juventude brasileira. Mas agora, o que me interessava eram montanhas, cavernas e cachoeiras, e não mais um parque de diversões. Ouvia até com um certo desdém os relatos de pessoas que viajavam para a Flórida atrás desses programas. Diziam que a Disney tinha ficado para trás, que novos parques eram ainda mais interessantes, com brinquedos maiores e mais rápidos. Novas montanhas-russas eram gigantescas, cheias de loopings e torsões. A criança que viveu em mim e ainda está lá escondida começava a se interessar novamente...

A famosa montanha-russa do Hulk no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

A famosa montanha-russa do Hulk no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


Pois é, a vida começa depois dos quarenta. Foi nessa idade que cheguei novamente à Flórida, dessa vez dirigindo o próprio carro. Vim com o propósito de conhecer todo o país. Ou, pelo menos, as partes que melhor o representam. Entre elas, os famosos parques de diversão. Tinha de ver pelo menos algum. Estava também na hora de saciar o desejo da criança. Depois de checar com amigos que conhecem os parques daqui, fui na onda deles e escolhi o parque da Universal. A Disney vai ficar para quando tiver netos. Avós fazem cada sacrifício...

Uma das atrações do Parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Uma das atrações do Parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


Pois bem, entramos no clima e chegamos logo cedo ao megaparque. Nós e a torcida do Flamengo. Mas a competência e profissionalismo americano dão um show nessa hora. Rapidinho já estávamos lá dentro, enfrentando filas muito mais rápidas do que enfrentava quando tinha 7 anos, lá no Playcenter itinerante. E a primeira fila foi logo na atração mais famosa do parque.

Enfrentando um tiranossauro no Jurassic Park, no parque da  Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Enfrentando um tiranossauro no Jurassic Park, no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


A super montanha-russa do Hulk é realmente incrível. E começou logo com uma surpresa. Pelo menos nas montanhas-russas da minha infância e adolescência, a brincadeira começava com a aflição do carrinho chegar até o alto da torre, para só depois acelerar e iniciar a adrenalina. Nessa do Hulk, quando estamos no meio da subida, ainda esperando por mais uns 10 segundos de lenta escalada, de repente o carro dispara a toda velocidade. Na subida! Depois, uma sequência interminável de loopings. Muito legal! Tanto que voltamos ao brinquedo mais umas quatro vezes nesse dia.

Diversão nas montanhas-russas do parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Diversão nas montanhas-russas do parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


Para onde se olhe, pessoas de ponta-cabeça nas montanhas-russas do parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Para onde se olhe, pessoas de ponta-cabeça nas montanhas-russas do parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


As outras duas grandes e fabulosas atrações são o brinquedo do Homem-Aranha e o do Harry Potter. Nos dois, somos levados encima de carrinhos por um mundo de realidade virtual em 3D, solavancos, quedas, sensação de estar voando no meio de paisagens maravilhosas e cinemas que nos envolvem. Um verdadeiro espetáculo! Mesmo quando repetimos a dose, continua muito legal, pois percebemos vários detalhes que não tínhamos visto na primeira corrida.

Castelo do Harry Potter no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Castelo do Harry Potter no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


A vila nevada do Harry Potter, no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

A vila nevada do Harry Potter, no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos


Os outros brinquedos são meio sem-graça, mas esses três mais do que valem o valor da entrada. Fico tentando imaginar o que aquela criança de 7 anos que já se maravilhava com uma montanha-russa mequetrefe da década de 70 pensaria desses brinquedos ultra-modernos do 3º milênio. Acho que não iria querer crescer nunca mais...

Passeando no setor da Marvel, no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Passeando no setor da Marvel, no parque da Universal, em Orlando, na Flórida - Estados Unidos

Estados Unidos, Flórida, Orlando, Hulk, Universal

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Viajando e Trabalhando

Turks e Caicos, Providenciale - Provo

Nosso 'escritório' em Provo, Turks e Caicos

Nosso "escritório" em Provo, Turks e Caicos


As pessoas não tem muita idéia sobre o trabalho que dá tentar manter o nosso site atualizado. A parte mais tranquila é escrever os textos. Na média, demora uma meia hora. Dependendo do dia e da inspiração, mais que o dobro disso. Mas essa é a parte legal. Só estamos mexendo com a nossa criatividade. E, de certa maneira, até nos ajuda a viajar novamente, perceber coisas que não havíamos percebido antes.

A parte mais complicada são as fotos. Isso para não falar na edição de vídeos, que a Ana está começando. Mas as fotos, sou eu que mexo com elas. Quer dizer, quem tira mais, e as melhores, tem sido a Ana. Mas depois, arquivá-las, classificá-las, decidir quais serão guardadas, quais serão descartadas, quais irão para o nosso álbum de fotos (semana que vem, essa página deve estar funcionando!) e quais irão para o meu blog, isso sou eu que faço.

O que dá mais trabalho é legendá-las e colocar as key words para cada uma. Fazendo isso direitinho, o álbum de fotos vai funcionar muito bem, cada internauta podendo montar o seu, escolhendo por datas, lugares, pessoas ou atrações. Mas, para fazer isso, ufff... E depois disso, ainda preciso diminuí-las de tamanho, empacotá-las e enviá-las ao servidor. Trabalho repetitivo e sacal. Às vezes, fico até torcendo para a Ana tirar menos fotos... He he he

Enfim. a sorte é que sempre temos belos "escritórios" para trabalhar. Mas, ao mesmo tempo, estamos perdendo horas preciosas de viagem, de lazer, de sono. There's no free lunch!

Turks e Caicos, Providenciale - Provo,

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Caminhando em Abrolhos

Brasil, Bahia, Abrolhos

Fotografando atobás na ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA

Fotografando atobás na ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA


Foram quatro dias sobre o balanço do mar. Tanto tempo que acabamos nos acostumando com ele. Apenas em dois momentos, fomos sentir a estranha sensação da "falta de balanço" da terra firme.

A casa 'presidencial' na ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA

A casa "presidencial" na ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA


Na primeira, uma visita à Ilha de Santa Bárbara, onde moram os habitantes de Abrolhos. São quase dez casas, a maioria dos militares da marinha e suas famílias. Exceção para a casa do funcionário do ICMBio, o simpático Felipe, e outra casa reservada para as autoridades, entre elas o presidente. Só que as "autoridades" ainda não se dignaram a dormir por lá.

O farol da ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA

O farol da ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA


Nesta ilha também está o farol, construído em 1860 por ordem de D. Pedro II. Nós fomos até lá em cima, assistimos ao farol ser aceso e também a um magnífico pôr-do-sol. Lá do alto, temos uma bela visão de quase todo o arquipélago.

Atobá na ilha da Siriba em Abrolhos - BA

Atobá na ilha da Siriba em Abrolhos - BA


Atobás garantindo seus territórios na Ilha da Siriba, em Abrolhos - BA

Atobás garantindo seus territórios na Ilha da Siriba, em Abrolhos - BA


A outra caminhada foi na ilha da Siriba, a predileta dos atobás brancos. Ali fomos guiadospelo Felipe que nos deu uma aula sobre essas aves marinhas e também sobre as outras que frequentam o arquipélago. AS fragatas, moradoras da Ilha Redonda, inacessível para turistas e que há pouco mais de uma década sofreu um grande incêndio causado por um filho de um ex-presidente, que soltava rojões no arquipélago do seu iate, comemorando uma passagem de ano. Foi um grande baque na população desses pássaros que só agora estão se recuperando.

Pôr-do-sol visto do alto do farol na ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA

Pôr-do-sol visto do alto do farol na ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA


Um mar quase caribenho em Abrolhos - BA

Um mar quase caribenho em Abrolhos - BA


A última das grandes ilhas do arquipélago é a Sueste, a mais protegida de todas. A ilha, a preferida dos atobás marrons, é usada como um laboratório natural livre de qualquer presença humana. Apenas raramente alguns pesquisadores vão à ilha para coletar algumas amostras. Pelo menos essa não foi atingida pelos rojões...

Heliporto da ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA

Heliporto da ilha de Santa Bárbara em Abrolhos - BA

Brasil, Bahia, Abrolhos,

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Antigua e um Pouco de História

Guatemala, Cidade da Guatemala, Antigua

Cores fortes e arquitetura colonial em Antigua, na Guatemala

Cores fortes e arquitetura colonial em Antigua, na Guatemala


Acordamos sem muita pressa, no mesmo ritmo da cidade em véspera de Ano Novo. Pouco movimento nas ruas, clima de feriado. Fomos tomar café outra vez na excelente padaria quase em frente ao hotel, a San Martin. Parece até uma daquelas padarias mais chiques de São Paulo. Aí, enquanto esperávamos o sanduíche quentinho e já bebíamos o suco espremido na hora acompanhado de iogurte com frutas e granola, contei um pouco para a Ana da história recente desse país.

A bela igreja La Merced, em Antigua, na Guatemala

A bela igreja La Merced, em Antigua, na Guatemala


A Guatemala experimentava um raro período de continuidade democrática logo depois da 2ª Guerra Mundial. Um governo de centro-esquerda sobreviveu a várias tentativas de golpes na virada da década e entregou o governo a outro, democraticamente eleito, no início da década de 50. Era o governo de Arbenz, militar que se elegeu prometendo um amplo programa de reforma agrária e distribuição de terra. A Guatemala, caso típico na nossa América, tinha quase toda a sua terra cultivável nas mãos de uma porcentagem mínima da população. Boa parte dessa terra pertencia a famigerada United Fruit Corporation, maior produtora de bananas do mundo. Ocorre que sua política era manter boa parte da terra parada, produzindo em apenas a terça parte dela. Isso obedecia a estratégia de evitar uma super produção da fruta, além de estabelecer uma espécie de rodízio das suas terras. Pois bem, Arbenz cumpriu o que prometeu em campanha e começou a desapropriar as terras cultiváveis e que não estivessem produzindo. Pagava por elas o preço que seus proprietários declaravam para pagar menos impostos. O feitiço virou contra o feiticeiro. A desapropriação começou em suas próprias terras, como exemplo. Na verdade, nas terras da família da sua esposa, que vieram junto com o casamento. Em seguida, passou a desapropriar o maior latifundiário do país, a UFC. É claro que essa foi fazer lobby no congresso americano para tentar se defender.

A cidade colonial de Antigua, na Guatemala

A cidade colonial de Antigua, na Guatemala


O azar de Arbenz é que nessa época iniciava-se a Guerra Fria. Os EUA não queriam nem imaginar um país comunista bem no seu quintal. Qualquer desconfiança e a CIA logo entrava em ação. E assim um golpe foi armado, uma invasão de militares guatemaltecos descontentes vindos da fronteira de Honduras. Além de dinheiro e armas, a CIA também montou uma rádio para propagandear as vitórias dos golpistas e atacar o comunismo do governo. Esse golpe marcou época no imaginário da esquerda latino-americana e serviu de exemplo, por gerações, do chamado “imperialismo” norte-americano. Um dos que viu isso de perto, pois lá estava, foi um jovem Che Guevara, daí em diante mais do que disposto em pegar em armas para defender aquilo que pensava ser o certo.

A famosa fonte de 1738 do Parque Central de Antigua, na Guatemala

A famosa fonte de 1738 do Parque Central de Antigua, na Guatemala


Pior do que o golpe foi o que veio depois: quarenta anos de governos autoritários, corruptos e ineficientes e uma guerra civil que matou mais de 150 mil pessoas. Uma breve comparação com o Brasil dá uma noção da força repressiva desses governos. No Brasil, durante a época da repressão, teriam morrido 1.500 pessoas, nas estatísticas mais elevadas. Ou seja, um centésimo do que morreu na Guatemala. Se considerarmos que a população brasileira é quase 10 vezes maior que a da Guatemala, podemos dizer que o morticínio no país centro-americano foi 1.000 vezes pior do que o nosso. E tudo começou por causa de uma reforma agrária nas terras de uma empresa produtora de bananas...

A Catedral de Santiago, no Parque Central de Antigua, na Guatemala

A Catedral de Santiago, no Parque Central de Antigua, na Guatemala


Foi só com o fim da Guerra Fria e o final do apoio americano àqueles governos “anticomunistas” que a paz e a democracia voltaram ao país. Estamos no meio do processo, muito ainda a se fazer contra a corrupção e o mais novo problema, o narcotráfico que está se estabelecendo no país. Mas hoje, ao menos, e somos testemunhas disso, o país é outro, respira-se liberdade, a cultura se renova e se fortalece e os viajantes exploram novamente esse lindo país que é a Guatemala, com tantas atrações culturais e naturais.

Vulcões cercam a cidade de Antigua, na Guatemala

Vulcões cercam a cidade de Antigua, na Guatemala


E foi exatamente para a mais conhecida delas que rumamos depois do nosso café da manhã. A cidade colonial de Antigua, capital do país por quase toda a época de domínio espanhol. O charme dessa cidade e a beleza de seu entorno tem atraído as pessoas por séculos. Mais recentemente, tornou-se um centro mundial para o estudo de espanhol por estrangeiros, talvez o maior na América Latina. Uma das consequências disso foi a sofisticação dos hotéis e, principalmente, dos restaurantes de Antigua. Resumindo: come-se muito bem na cidade!

Bonecos gigantes dançam ao som de Marimba no centro de Antigua, na Guatemala, véspera de Ano Novo

Bonecos gigantes dançam ao som de Marimba no centro de Antigua, na Guatemala, véspera de Ano Novo


Eu e a Ana chegamos nessa joia de cidade um pouco antes do almoço e a primeira grande tarefa foi achar uma pousada. Afinal, não fomos apenas nós que tivemos a brilhante ideia de passar o réveillon por aqui. Como em todo o mundo, a praia é a primeira opção dos guatemaltecos, mas para quem não gosta de mar ou de muita confusão e engarrafamento, Antigua é a segunda opção, principalmente pela proximidade da capital, menos de 40 minutos. Acabamos achando um mais simples, mas bem simpático e garantimos lugar para as noites seguintes, já bem mais tranquilas, num outro com um quarto bem gostoso e mais barato (estava lotado para hoje).

Uma das muitas igrejas em ruínas (terremotos!) no centro de Antigua, na Guatemala

Uma das muitas igrejas em ruínas (terremotos!) no centro de Antigua, na Guatemala


Depois, fomos nos deliciar caminhando pelas ruas de pedra da cidade, explorando suas igrejas e antigas construções. Boa parte das igrejas ainda está em ruínas, resultado do devastador terremoto de 1773 e a consequente mudança da capital para a Cidade da Guatemala. Mas os restos das suas estruturas estão lá, charmosos e decadentes, lembrete claro de que a Terra está viva. Aliás, não faltam lembretes disso em Antigua. A começar pelos vulcões que cercam a cidade, um deles em contínua atividade. Mas os vulcões serão assunto para outro post. De volta às igrejas, a mais bela é a La Merced, também destruída no terremoto, mas parcialmente reconstruída no século seguinte.

Banda de Marimba, no centro de Antigua, na Guatemala

Banda de Marimba, no centro de Antigua, na Guatemala


No Parque Central estão a bela Catedral de Santiago e o vistoso Palacio del Ayuntamento, além de uma famosa fonte de 1738. Ao lado do parque, a calle peatonal (5a Av Norte), centro nervoso da cidade, com a atenção de centenas de pedestres sendo disputadas por artistas populares e, principalmente, simpáticas bandas de marimba. Essas são formadas por vários senhores engravatados e vestidos solenemente em seus ternos, batendo simultaneamente com seus martelinhos no enorme instrumento a sua frente e produzindo agradável ritmo e música. É a cara de Antigua!

Música ao vivo no restaurante La Opera, no centro de Antigua, na Guatemala

Música ao vivo no restaurante La Opera, no centro de Antigua, na Guatemala


Para finalizar com chave de ouro nossa última tarde do ano, escolhemos um restaurante muito legal para tomar uma garrafa de vinho. No restaurante tocava um senhor um instrumento parecido com um acordeon, músicas da melhor qualidade, de bossa nova à clássicos do tango. Simpatizou muito com a Ana, que estava sempre a aplaudi-lo e esticou sua sessão apenas para tocar para nós. Um espetáculo inesquecível que guardaremos para sempre, momentos que marcam uma viagem. Mesmo uma viagem longa como a nossa, tão cheia desses momentos especiais.

Garrafa de vinho na última tarde do ano em charmoso restaurante no centro de Antigua, na Guatemala

Garrafa de vinho na última tarde do ano em charmoso restaurante no centro de Antigua, na Guatemala


Por fim, já escuro, fomos encontrar a Rossana, guatemalteca aqui de Antigua que só conhecíamos por internet. Ela é amiga do Rodrigo, amigo brasileiro da Ana que mora na Cidade do México. Ele as apresentou via Facebook e combinamos de passar o Ano Novo com ela. Fomos nos ver pessoalmente, pela primeira vez, e combinamos como seria a noite. Ceia num hotel de um conhecido e madrugada num bar de outro conhecido. Assim, já temos programa para o réveillon!

Garrafa de vinho na última tarde do ano em charmoso restaurante no centro de Antigua, na Guatemala

Garrafa de vinho na última tarde do ano em charmoso restaurante no centro de Antigua, na Guatemala

Guatemala, Cidade da Guatemala, Antigua,

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O Primeiro Destino

Brasil, Paraná, Ilha do Mel, Superagui

Rodrigo e Ana na barca para a Ilha do Mel

Rodrigo e Ana na barca para a Ilha do Mel


Três semanas antes do início da viagem, fui com a Ana à estação ferroviária de Curitiba. Fomos comprar nossas passagens para Morretes. Nosso plano era iniciar os 1000 dias com uma viagem de trem. Desceríamos na estação do Marumbi e subiríamos o Monte Olimpo. Depois, desceríamos até Morretes, mataríamos a fome com um Barreado e dormiríamos em Paranaguá. No dia seguinte, cedinho, barca para Superagui.

Passagens compradas, tudo certo, era o que pensávamos. Nada disso! São Pedro não ajudou e subir o Olimpo com chuva não é tarefa fácil. Além disso, não conseguimos fazer a mudança do apartamento a tempo. E, a pá de cal nos nossos planos, descobrimos que não tinha barca de Paranaguá para Superagui no sábado. Perdemos as passagens compradas com tanto zelo e antecedência e o Marumbi ficou para depois.

O plano B, feito às pressas, não ficou devendo nada ao plano inicial. Decidimos partir no dia 28 cedinho, a bordo da Fiona, para a Ilha do Mel e de lá para Superagui. Desta maneira, faríamos duas homenagens que consideramos muito importantes. Primeiro, à Fiona, o carro que vai nos levar por toda América. Nada mais justo que iniciar a viagem com ela. Segundo, à Ilha do Mel. Foi lá que eu me apaixonei pelo Paraná, foi lá que eu comecei a namorar a Ana, foi lá que escolhemos nos casar (http://www.icasei.com.br/roana).

Justas homenagens feitas, não ficamos muito tempo na Ilha nâo. Vinte minutos depois de chegarmos, chegou o nosso "taxi" para Superagui: uma voadeira pilotada pelo Flavinho que, já com 19 anos, agora deveria ser o Flavião. Em tempo: em dois dias voltamos para a Ilha do Mel para, aí sim, curtir esse lugar tão especial.

Praia de Fora, vista do alto do Farol

Praia de Fora, vista do alto do Farol


Vinte minutos de voadeira e chegamos à Pousada Sobre as Ondas, dos sempre atenciosos Carioca e Denise. Um casal admirável, que parece ter a metade da idade que tem e que sempre faz a gente se sentir em casa.

Superagui, pelo menos o que eu conheço, é sempre aquela calma danada. Depois do nosso stress da última semana, alguns minutos por lá logo nos faz lembrar que o tempo pode passar muito mais devagar, de forma muito mais saborosa e real. Acredito ser este o tempo de verdade, não o que estamos acostumados, na nossa atribulada vida de cidade grande.

Atravessando de voadeira, da Ilha do Mel para Superagui

Atravessando de voadeira, da Ilha do Mel para Superagui

Brasil, Paraná, Ilha do Mel, Superagui, Praia

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A Arte, a Magia e a Culinária do Valle del Elqui

Chile, La Serena, Valle del Elqui

Represa no Valle del Elqui, no Chile

Represa no Valle del Elqui, no Chile


Obviamente que o triste episódio do roubo da Fiona mudou nossos planos. Já não mais viajamos nesse sábado, já que tivemos de esperar pelo conserto dos vidros do carro, que só ficaram prontos no meio da tarde. Nesse meio tempo, acabamos descobrindo que nosso amigo Maxi estava aqui na cidade. Maxi é um argentino que viajou com sua esposa pela América de carro, num lindo projeto chamado America Sonrie. Nós os encontramos no México, lá em Playa del Carmen (veja o post aqui). Desde então mantemos algum contato por internet e ontem sua esposa Marianela nos disse que ele estava aqui. Eles moram em San Juan, aqui perto, mas do outro lado doas Andes. Assim como os argentinos do lado oriental do país costumam passar suas férias de verão nas praias brasileiras de Santa Catarina, os argentinos do lado de cá vem ao Chile, já que estão muito mais próximos do Oceano Pacífico que do Atlântico. Na época da economia forte argentina, várias famílias hermanas compraram casas de veraneio em La Serena e a família do Maxi foi uma delas. Justo nesses dias ele veio resolver algumas questões da casa da família por aqui enquanto sua simpática esposa, grávida de sete meses, ficou em casa esperando. E ontem, no meio da tarde, ao descobrir que estávamos em La Serena, tratou de nos botar em contato. Resultado: visitamos o Maxi ontem de noite e tratamos de mudar nossos planos novamente. Pelo menos, dessa vez foi por um bom motivo, hehehe! Combinamos de explorar juntos o Valle del Elqui durante o dia de hoje, domingo, e só viajarmos para o sul no final do dia, depois de deixa-lo novamente em La Serena.

Com o Maxi, vistando a represa no Valle del Elqui, no Chile

Com o Maxi, vistando a represa no Valle del Elqui, no Chile


Com o Maxi, vistando a represa no Valle del Elqui, no Chile

Com o Maxi, vistando a represa no Valle del Elqui, no Chile


Todo o norte do Chile é basicamente um grande deserto, espremido entre o mar e os Andes. Aqui e ali, rios que descem dos Andes em direção ao Oceano Pacífico criam vales que atravessam esse deserto, verdadeiros oásis em meio à paisagem árida. Os chilenos aproveitam ao máximo essas áreas verdes, fazendo uso da água e cultivando a terra, principalmente com frutas. São desses vales que saem boa parte das exportações frutíferas chilenas, uvas, pêssegos, melão, maçãs, etc. Um dos mais famosos desses vales verdes é o Valle del Elqui, bem na região de La Serena, um famoso polo turístico nacional. Apesar do pouco tempo, tínhamos de ir lá conhecer, pelo menos para sentir um gostinho. O Maxi sempre passa por lá, pois é esse vale que dá acesso ao Paso Aguas Negras, o caminho mais curto entre La Serena e San Juan, na Argentina e mais uma das belíssimas paisagens sobre os Andes. Mas na sua pressa de chegar à praia, ele e sua família nunca param por lá, então hoje também seria uma boa oportunidade para ele.

Mapa mostrando o Valle del Elqui, próximo a La Serena (norte do Chile), e o Paso Agua Negra, rumo à Argentina

Mapa mostrando o Valle del Elqui, próximo a La Serena (norte do Chile), e o Paso Agua Negra, rumo à Argentina


Vista do Valle del Elqui, um oásis verde em meio a paisagem árida do norte do Chile

Vista do Valle del Elqui, um oásis verde em meio a paisagem árida do norte do Chile


O Valle del Elqui é uma espécie de “Alto Paraíso” do Chile, atraindo místicos e ufólogos de todo o país. As visões de UFOs são frequentes, assim como a presença das mais variadas seitas e de seguidores da Era de Aquário. Aparentemente, uma estranha energia pulsa por ali. Mas para quem tem os pés no chão, e os olhos no céu, a região também tem seus atrativos. E como! Por ter as condições ideias, atmosfera seca e limpa, o Valle del Elqui possui vários observatórios astronômicos, que atraem renomados pesquisadores internacionais e também turistas, que podem visitá-los nas noites claras para observar Marte, Saturno e estrelas distantes. Infelizmente para nós a semana era de lua cheia, o que não favorece muito esse tipo de observação. Os UFOs também, parece, preferem a lua nova...

Gabriela Mistral, grande dama da literatura mundial, prêmio Nobel em 1945

Gabriela Mistral, grande dama da literatura mundial, prêmio Nobel em 1945


Para quem prefere o campo das artes ao da magia e dos céus, o Valle del Elqui também tem seus encantos. Afinal, aí nasceu e cresceu Lucila Gogoy Alcayaga, mais conhecida pelo seu pseudônimo Gabriela Mistral. Essa valente senhora foi a primeira pessoa da América Latina a ganhar um prêmio Nobel de Literatura, em 1945. Até hoje, ainda é a única mulher latino-americana a ter sido agraciada com esse prêmio. Foi, inclusive, professora de Pablo Neruda, o outro chileno a ganhar o Nobel (além deles dois, ganharam o Nobel de literatura o colombiano Gabriel Garcia Marques, o peruano Mario Vargas Llosa e um guatemalteco. Brasileiro, chegamos perto com Drummond e olhe lá...). Como tantos outros grandes escritores da região, ela também trabalhou no serviço diplomático, viveu em vários países europeus e teve até uma temporada na nossa Petrópolis. Enfim, para os amantes da boa literatura, são vários os museus homenageando Gabriela espalhados pelas cidades da região.

Visitando a destilaria capel, no Valle del Elqui, no Chile

Visitando a destilaria capel, no Valle del Elqui, no Chile


Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile


Falando nas cidades, a principal delas é Vicuña e foi para lá que seguimos. No caminho, passamos por uma grande represa, lugar ideal para a prática de windsurfe e kitesurf, um dos programas prediletos da vasta comunidade de mochileiros internacionais que visitam a região. Além desses esportes, também são oferecidos passeios de bicicleta, a cavalo e trekkings que exploram cachoeiras, rios e outras belezas naturais do vale. Nós, que tínhamos apenas o dia de hoje para ver o Elqui, pois estamos com tempo contado até nosso voo para a Ilha de Páscoa, deixamos toda essa programação de lado e seguimos diretamente para Vicuña. Não por causa de sua simpática arquitetura, mas por uma pisqueria instalada nos seus arredores.

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile


Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile

Destilaria Capel, grande produtora de Pisco, no Valle del Elqui, no Chile


Pois é, essa é mais uma das inúmeras atrações dessa região: o Valle del Elqui é a principal região produtora de pisco, a bebida nacional do Chile. Essa forte bebida, fruto da destilação de vinho, tem teores alcoólicos regulados por lei entre 40% e 50%. Nós fomos à destilaria da Capel, uma cooperativa de pequenos produtores independentes que luta para concorrer com o império econômico da Mistral, a principal exportadora de pisco do mundo. Internamente, as duas disputam o mercado palmo a palmo, o menor fôlego financeiro da Capel sendo recompensado pela maior simpatia que uma cooperativa autônoma e tradicional gera entre as pessoas. A Mistral, pertencente a uma das famílias mais ricas do país que fez seu dinheiro no setor de mineração, até tentou comprar a Capel há uma década, quando a cooperativa estava quase quebrada. Mas uma boa campanha publicitária fez com que o governo intervisse e emprestasse dinheiro aos pequenos produtores e hoje, as duas vizinhas concorrem é pé de igualdade. Isso mesmo, são vizinhas, pois a Mistral também tem suas principais destilarias aqui no Valle del Elqui.

Visitando a destilaria capel, no Valle del Elqui, no Chile

Visitando a destilaria capel, no Valle del Elqui, no Chile


Venda de Pisco na destilaria Capel, no Valle del Elqui, no Chile

Venda de Pisco na destilaria Capel, no Valle del Elqui, no Chile


Nossa visita à destilaria foi muito legal. Não só para aprender como se faz o pisco (primeiro se faz vinho de uma uva branca bem adocicada, a Moscatel, e depois, se destila esse vinho) e depois saborear algumas de suas melhores marcas, mas também para aprender um pouco de sua história. Como sabem muito bem todos os amantes dessa bebida, existe uma disputa internacional entre Peru e Chile sobre onde e como foi inventada o pisco e a quem, legitimamente, pertence essa marca. O pisco é a bebida nacional dos dois países e no Peru tem até uma cidade importante, portuária, que se chama Pisco. Aliás, estudiosos concordam que o nome da bebida deriva do nome do porto, pois era daí que era exportada, já há vários séculos, essa bebida. Ao chegar aos portos europeus com a marcação do seu porto de origem, a bebida acabou ganhando o mesmo nome. Essa bebida exportada era produzida nesses vales verdes que cortam o deserto, então território peruano. Como a parte sul desse país foi conquistada pelos chilenos na Guerra do Pacífico (1879-1883) e hoje é chilena, acabou sendo gerada a confusão: o pisco é chileno ou peruano? É, para mim, não resta dúvida: a origem é peruana. O que não quer dizer que hoje o Chile não produza excelentes piscos! A discussão se estende também ao cocktail mais famoso derivado do pisco, o Pisco Sour. Os peruanos juram que ele foi inventado por um bartender americano radicado em Lima, em 1921. Já os chilenos, dizem que o criador foi um inglês, na cidade de Iquique, em 1872. Hoje, a cidade é chilena, mas naquela época era peruana. Enfim, deixem eles discutindo enquanto a gente se esbalda em Pisco Sour, seja em Lima, seja em Santiago, hehehe.

Um dos muitos parreirais no Valle del Elqui, no Chile

Um dos muitos parreirais no Valle del Elqui, no Chile


Chegando à restaurante com cozinhas solares, no Valle del Elqui, no Chile

Chegando à restaurante com cozinhas solares, no Valle del Elqui, no Chile


Bom, a degustação de pisco nos deixou com fome! Dirigimos através de vastos parreirais para chegarmos a outra das atrações do Valle del Elqui: seus famosos restaurantes com fogões solares! Em uma região onde faz sol quase todos os dias do ano, nada mais inteligente que aproveitar a força do sol para tudo, inclusive cozinhar alimentos. Chapas de metal reflexivas e convexas concentram todo o calor do sol em apenas um ponto e aí se colocam as panelas ou qualquer coisa que se queira cozinhar. Funciona que é uma beleza! Batatas, ovos, carne, nada resiste ao calor do astro-rei e rapidamente deixam de ser crus a passam a ser apetitosos!

Uso do sol para cozinhae, no Valle del Elqui, no Chile

Uso do sol para cozinhae, no Valle del Elqui, no Chile


Uso do sol para cozinhae, no Valle del Elqui, no Chile

Uso do sol para cozinhae, no Valle del Elqui, no Chile


Os restaurantes são abertos e com vista para o vale e suas plantações abaixo. É lindo. Uma sombra e a brisa nos mantem frescos enquanto a comida é cozinhada ao sol. Nós resolvemos testar a especialidade da casa: empanadas de chivito (cabrito) e cordeiro. Como dizem por aqui: muy rico!

Com o Maxi, almoçando em restaurante de cozinha solar no Valle del Elqui, no Chile

Com o Maxi, almoçando em restaurante de cozinha solar no Valle del Elqui, no Chile


Empanada de chivo (bode) em restaurante no Valle del Elqui, no Chile

Empanada de chivo (bode) em restaurante no Valle del Elqui, no Chile


Agora sim, de barriga cheia, felizes e com um bom gostinho do Valle del Elqui, regressamos para La Serena, deixamos nosso amigo Maxi em casa e seguimos para o sul. A despedida foi só um “até breve”, pois ele nos convenceu a passar em San Juan na volta. A viagem para o sul foi longa, mas em uma estrada muito boa. No caminho, muito deserto e um trecho com uma quantidade interminável de moinhos de vento. Já que não se pode cultivar no deserto, os chilenos trataram de aproveitar o vento, que quase nunca para por ali!

Despedida do Maxi em La Serena, no Chile

Despedida do Maxi em La Serena, no Chile


Produção de energia eólica na estrada entre La Serena e Valparaiso, no Chile

Produção de energia eólica na estrada entre La Serena e Valparaiso, no Chile


Chegamos ao nosso destino, Valparaíso, já bem de noite. Deu um certo trabalho encontrar hotel, mas no final, conseguimos. Depois do episódio de Totoralillo, uma garagem para a Fiona passou a ser fundamental e foi isso que nos dificultou. Conto no próximo post...

Chile, La Serena, Valle del Elqui, comida, Gabriela Mistral, Pisco, Vicuña

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A Intensa Córdoba

Argentina, Córdoba

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina


Na manhã do dia 24 deixamos a tranquila San Marcos Sierras rumo à capital da província e segunda maior cidade do país. Com quase 1,5 milhões de habitantes, Córdoba tem ares de metrópole, história de metrópole e arquitetura de metrópole, embora seu imponente centro histórico possa ser conhecido a pé, em um passeio de um dia (sem contar tempos de visitas aos inúmeros museus, claro!).

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina

Plaza San Martín, centro de Córdoba, na Argentina


Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina

Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina


Nós não fizemos os 160 km que separam a pequena cidade da grande metrópole diretamente. No meio do caminho estava a casa da Cristina e do Anibal, os pais da nossa amiga Marianela, que havíamos conhecido há poucos dias lá em San Juan. Eles nos tinham convidado para visitá-los e, promessa feita, promessa cumprida! Passamos uma deliciosa tarde de chás e conversas com eles, assunto que vou tratar no próximo post, quando for falar do período mais triste e trágico da história recente argentina, que os dois viveram na pele.

Café da manhã na casa da mãe do Jorge, em Córdoba, na Argentina

Café da manhã na casa da mãe do Jorge, em Córdoba, na Argentina


Com a irmã e sobrinha do Jorge, na casa deles em Córdoba, na Argentina

Com a irmã e sobrinha do Jorge, na casa deles em Córdoba, na Argentina


Enfim, já quase escurecia quando chegamos à Córdoba. Aí, seguimos diretamente para a casa da família do Jorge, um outro amigo que fizemos nesses 1000dias. Ele, junto com a sua querida namorada Belen, viajaram por toda a América Latina com um lindo projeto de fazer as pessoas rirem, principalmente as crianças. Os dois são artistas, fazem teatro de marionetes e levavam ou viajavam em seu palco ambulante: um autêntico Citroen 2CV, um dos mais tradicionais carros argentinos. Nós os conhecemos em Playa del Carmén, no México (veja o post aqui) e, desde então, mantemos algum contato pela internet. Eles já estavam de volta da viagem há algum tempo e, ao saber que passaríamos por perto, nos convidaram para ficar com eles.

Junto com o Jorge e seu possante veículo, que o levou até o México! (em Córdoba, na Argentina)

Junto com o Jorge e seu possante veículo, que o levou até o México! (em Córdoba, na Argentina)


Despedida de nosso amigo Jorge e sua família, em frente a sua casa em Córdoba, na Argentina

Despedida de nosso amigo Jorge e sua família, em frente a sua casa em Córdoba, na Argentina


O Jorge voltou a morar na casa da sua mãe e foi aí que nos receberam, toda a família, com muito carinho. Por aqui passamos duas noites, sempre uma delícia trocar um hotel por um lar, o que nos fazer sentir mais perto de casa. Por mais que estejamos acostumados com a rotina de viagem e de hotéis, nada substitui a convivência familiar. Até as pequenas coisas, como pedir uma pizza para comer em casa, todo mundo junto, como foi nosso primeiro jantar em Córdoba na casa deles. Só para jogar conversa fora, botar o papo em dia e falar de planos futuros. Muito joia!

Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina

Iglesia del Sagrado Corazón - Padres Capuchinos, em Córdoba, na Argentina


Hoje pela manhã, enquanto os dois foram trabalhar, nós fomos com a Fiona para o centro da cidade, para ver de perto a mais bem conservada arquitetura colonial do país. Combinamos que, de noite, depois do trabalho, eles nos levariam para sentirmos um gostinho da afamada night cordobense.

A Catedral de Córdoba, na Argentina

A Catedral de Córdoba, na Argentina


Interior da Catedral de Córdoba, na Argentina

Interior da Catedral de Córdoba, na Argentina


Então, tratamos de encontrar um estacionamento no centro para começar a gastar sola de sapato. Córdoba foi fundada no final do séc. XVI e logo se tornou um importante centro na rota que unia a Argentina com o Peru, passando por Potosi. Como já disse em outro post, todo o comércio das colônias sul-americanas com a Espanha era centralizado em Lima. Assim, se esquecermos o contrabando (que não era pouco!), tudo o que se produzia em terras portenhas viajava no lombo de burro através do continente, passando por cidades como Córdoba.

O Cabildo, ou prefeitura de Córdoba, na Argentina

O Cabildo, ou prefeitura de Córdoba, na Argentina


Pátio interno do Cabildo de Córdoba, na Argentina

Pátio interno do Cabildo de Córdoba, na Argentina


Outro grande impulso à vida da cidade foi a chegada dos Jesuítas, já no início do séc. XVII. A mais importante ordem religiosa daqueles tempos transformou Córdoba em sua capital nessa parte do mundo, fundando, organizando e controlando todas suas missões religiosas a partir daqui. Na própria cidade, tinham uma área só para eles, a famosa “Manzana Jesuítica”, uma das principais atrações turísticas da cidade nos dias de hoje. Aí tinham sua bela igreja, seus colégios e até a primeira universidade do país e a terceira do continente.

Manzana Jesuítica, em Córdoba, na Argentina

Manzana Jesuítica, em Córdoba, na Argentina


O belo interior da igreja do sagrado Coração de Jesus, em Córdoba, na Argentina

O belo interior da igreja do sagrado Coração de Jesus, em Córdoba, na Argentina


Falando em universidades, Córdoba sempre se destacou pela vida estudantil, hoje sede de inúmeras outras universidades onde estudam milhares de pessoas. E vida estudantil, todos sabem, é sempre sinônimo de muita agitação. Agitação cultural e política! Por isso a cidade tem tantos bares, teatros, museus e restaurantes. E por isso também sempre foi palco de manifestações e movimentos que mudariam a cara do país. Como no caso da reforma universitária no início do séc. XX, ou do movimento que derrubou Perón na década de 50, ou do movimento que o trouxe de volta no início da década de 70, o famoso “Cordobazo”. Foi por isso também que Córdoba (e seus estudantes!) foi uma das cidades que mais sofreu com a repressão violenta do período militar do final da década de 70.

Caminhando em rua comercial de Córdoba, na Argentina

Caminhando em rua comercial de Córdoba, na Argentina


Propaganda de bar em Córdoba, na Argentina

Propaganda de bar em Córdoba, na Argentina


Bom, foi isso que fizemos durante todo o dia de hoje: caminhar pelas ruas e história da cidade. O cuidado era só não conseguir um belo torcicolo, de tanto olhar para cima, para admirar a arquitetura monumental dos prédios e fachadas.

O cachorro não parece muito preocupado com o ônibus do city-tour de Córdoba, na Argentina

O cachorro não parece muito preocupado com o ônibus do city-tour de Córdoba, na Argentina


Na Plaza San Martín, centro da cidade, destacam-se o Cabildo e a Catedral. Os dois prédios demoraram quase 200 anos para serem construídos, entre os sécs. XVI e XVIII e merecem ser vistos, por fora e por dentro! Aliás, a catedral certamente se destaca mais pelo seu belo interior enquanto, no Cabildo, o que chama a atenção são os seus arcos de pedra.

Manifestações de rua, muito comuns na Argentina de hoje (em Córdoba)

Manifestações de rua, muito comuns na Argentina de hoje (em Córdoba)


A mais bela igreja, entre tantas que que há, é a do sagrado Coração, dos irmãos Capuchinos. Arquitetura gótica, cheia de torres bem pontudas que parecem querer cortar o céu. Foi aí do lado, no Paseo Bom Pastor que presenciamos uma das mais curiosas cenas do dia, uma excursão de freiras bem animadas que queria ver e fotografar tudo virando, elas mesmas, alvo de fotografias!

Freiras posam para foto em Córdoba, na Argentina

Freiras posam para foto em Córdoba, na Argentina


Placa informativa sobre a terrível história da Passagem Santa Catalina, em Córdoba, na Argentina

Placa informativa sobre a terrível história da Passagem Santa Catalina, em Córdoba, na Argentina


Nosso último programa no centro, além de um delicioso almoço em um dos cafés da cidade, foi visitar a “Pasaje Santa Catalina”. Apesar do nome tão simpático, a história é pesadíssima por aí. Era onde se puniam escravos e indígenas que se revoltavam e onde estava a delegacia da cidade. O que nos atraiu foi um museu que homenageia as vítimas da repressão dos anos 70. Como já disse antes, esse será o assunto do próximo post...

O famoso Palacio Ferreyra, em Córdoba, na Argentina

O famoso Palacio Ferreyra, em Córdoba, na Argentina


Museu de Bellas Artes, em Córdoba, na Argentina

Museu de Bellas Artes, em Córdoba, na Argentina


Ao lado do centro e ainda bem perto para podermos caminhar até lá está o bairro de Nova Córdoba, construído no início do século passado para abrigar a nascente burguesia. Lá está o belíssimo museu de Bellas Artes e o Palacio Ferreyra, uma enorme mansão que simboliza o glamour daquela época. Também aí está o principal parque da cidade, com jardins verdes por onde correm e passeiam as pessoas que querem fugir do caos urbano. Foi o que fizemos também, descansando e respirando o ar puro do Parque Sarmiento, antes de voltar para a Fiona e irmos encontrar o Jorge e a Belen.

Passeando no Parque Sarmiento, o principal de Córdoba, na Argentina

Passeando no Parque Sarmiento, o principal de Córdoba, na Argentina


Paseo Bom Pastor, em Córdoba, na Argentina

Paseo Bom Pastor, em Córdoba, na Argentina


De noite, voltamos todos juntos para o centro da cidade, mas tivemos a honra de vir no valente Flecha Negra, o carrinho que os levou até o México. Eles nos levaram até uma vizinhança lotada de bares e escolhemos um para tomarmos nossa cervejas e continuarmos a conversa da noite anterior. Assunto inesgotável, claro! Só que eles tinham de trabalhar no dia seguinte, então voltamos para casa ainda em horário civilizado, enquanto a cidade ainda fervia de movimento. Córdoba não tem força econômica de Rosário, a terceira maior cidade do país, mas sua força cultural é imbatível.

Com a Belen, prontas para sair na noite de Córdoba, na Argentina

Com a Belen, prontas para sair na noite de Córdoba, na Argentina


Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina

Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina


No dia 26, pela manhã, era hora de continuarmos nossa viagem. Despedimo-nos mais uma vez dos nossos amigos e da amável família que nos recebeu tão bem. Estávamos com baterias carregadas e prontos para enfrentar os hotéis novamente. Se bem que, para o dia de hoje, era mais um amigo que nos esperava!

Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina

Com nossos amigos Jorge e Belen, na agitada noite de Córdoba, na Argentina

Argentina, Córdoba, Arquitetura

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Correndo nas Nuvens

Brasil, Rio Grande Do Sul, São José dos Ausentes

Correndo num fim de tarde fantasmagórico nos campos de altitude, na região de São José dos Ausentes - RS

Correndo num fim de tarde fantasmagórico nos campos de altitude, na região de São José dos Ausentes - RS


Dia completamente nublado por aqui, exatamente como dizia a previsão. Não passeamos mas curtimos bastante o visual fantasmagórigo dos vultos das araucárias semi-escondidos pelas densas nuvens, sombras perdidas com aquele formato característico no meio do branco infinito. Ou então a imagem bucólica dos carneiros pastando a grama verdinha, até eles cobertos pela neblina.

Ovelhas pastam tranquilamente na neblina, na região de São José dos Ausentes - RS

Ovelhas pastam tranquilamente na neblina, na região de São José dos Ausentes - RS


Se aquecendo na lareira do hotel na região de São José dos Ausentes - RS

Se aquecendo na lareira do hotel na região de São José dos Ausentes - RS


Ficamos passeando de uma lareira à outra para tentar aliviar a fria umidade que entrava pelos ossos. Café da manhã tardio seguido por um almoço substancioso nos primeiros minutos da tarde. Comi tanto e tão bem que doeu a consciência e fiz a promessa de um exercício vespertino, pelo menos para queimar parte das calorias adquiridas.

Com a Ana e o Orley no restaurante do hotel na região de São José dos Ausentes - RS

Com a Ana e o Orley no restaurante do hotel na região de São José dos Ausentes - RS


Antes de cumprir a promessa, ainda deu tempo de se despedir do casal gaúcho que conhecemos ontem, o Orlei e a Ana, fotógrafos, nadadores, escaladores, triatletas, aventureiros, enfim, gente muito boa, da mesma tribo que nós. Depois, enquanto fazia a árdua digestão, trabalho no quarto quentinho e acolhedor.

Início do cooper até o Monte Negro, ponto mais alto do Rio Grande do Sul, na região de São José dos Ausentes

Início do cooper até o Monte Negro, ponto mais alto do Rio Grande do Sul, na região de São José dos Ausentes


Por fim, no meio da névoa fria mesmo, temperatura de 8-9 graus, parti em uma corrida bucólica até o canyon e o Pico do Morro Preto, distantes 5 km do hotel fazenda onde estamos. Estrada de terra, apenas vacas, ovelhas e aves a me observar no meio da pista desviando das poças e me movimentando bastante para tentar driblar o frio. Todos nós envoltos naquele manto branco, eu só conseguia ver os próximos 50 metros. Araucárias, pinheiros, campo aberto, açudes, pântanos, visual estremamente ermo. Lembrei-me de filmes de lobisomem na Inglaterra, fiz força para ouvir mas não escutei nenhum uivo estranho.

Na beira do canyon Monte Negro em dia de muita neblina na região de São José dos Ausentes - RS

Na beira do canyon Monte Negro em dia de muita neblina na região de São José dos Ausentes - RS


Cheguei inteiro ao canyon e, conforme esperado, nada se via. Apenas se ouvia. O ruído da água lá embaixo e do vento à minha volta. É muito estranho estar tão perto de um precipício enorme, de uma vastidão quase infinita e não poder ver nada, exceto aquele branco infindável. Fiquei alguns minutos por ali, contemplando aquele vazio invisível até que a Ana chegasse. Ela veio de Fiona e caminhou os últimos 400 metros de trilha. Tiramos algumas fotos e voltamos juntos para o carro.

A Ana caminha pela neblina nos campos mais altos do estado do Rio Grande do Sul, na região de São José dos Ausentes

A Ana caminha pela neblina nos campos mais altos do estado do Rio Grande do Sul, na região de São José dos Ausentes


De lá, ela voltou dirigindo e eu correndo novamente, agora morro abaixo. Mais uma vez me diverti cm a paisagem embaçada à minha volta. Coisa de filme. De lobisomem, hehehe! Já com a noite caindo cheguei ao hotel. Direto para um copinho de cachaça ao lado da lareira e, de lá, para o chuveiro quente.

Placa indicativa do Pico do Monte Negro, na região de São José dos Ausentes - RS

Placa indicativa do Pico do Monte Negro, na região de São José dos Ausentes - RS


Hoje foi mais frio do que ontem e amanhã será mais frio do que hoje, provavelmente com menos nuvens. Tudo em direção ao clímax de domingo. Assim esperamos, assim torcemos. Quem sabe, rola até uma corridinha no meio da neve...

Correndo num fim de tarde fantasmagórico nos campos de altitude, na região de São José dos Ausentes - RS

Correndo num fim de tarde fantasmagórico nos campos de altitude, na região de São José dos Ausentes - RS

Brasil, Rio Grande Do Sul, São José dos Ausentes,

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Um Dia em Família

Estados Unidos, Illinois, Chicago, Wisconsin, Milwaukee

Toda a família sai de bicicleta pela orla do lago Michigan, em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Toda a família sai de bicicleta pela orla do lago Michigan, em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


Pouco menos de duas horas separam as cidades de Chicago e Milwaukee, ambas na orla do Lago Michigan. Foi a viagem que fizemos hoje pela manhã, rumo à casa da prima da Ana, a Silvia, e seu marido, o Marcelo. O casal já mora nos Estados Unidos há quase 14 anos, primeiro em Miami, depois em Salt Lake e há 7 anos, em Milwaukee. Aqui tiveram dois filhos, a Larissa e o André. Vieram para um período menor, 3 anos, mas foram esticando, esticando, boas oportunidades profissionais aparecendo e hoje já nem tem mais planos de voltar. Quer dizer, voltam sempre, de férias. Mas esse ano não puderam ir e foram os pais da Silvia que vieram para cá, de visita, o Tio Célio e a Tia Clari. Feliz coincidência, justo quando estávamos passando por aqui também.

A Silvia e família nos recebe em casa, em Brookfield, periferia de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

A Silvia e família nos recebe em casa, em Brookfield, periferia de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


A gente se encontrou em Chicago, anteontem, e marcamos um reencontro para hoje, na casa deles em Brookfield, cidadezinha na periferia de Milwaukee. Oportunidade de conhecer um novo estado, Wisconsin, e assim ir preenchendo nossa lista. Para mim, mais do que isso. Desde os 10 anos de idade que conheço o estado pelo nome. Isso porque era fã dos livros da Laura Ingalls, escritora americana que, com seus livros autobiográficos do final do século XIX, tão bem retratou o estilo de vida dos pioneiros. O primeiro livro da série, “Uma Casa na Floresta”, se passava nas florestas de Wisconsin e, desde então, eu queria conhecer esse lugar. Não vamos poder ir na cidade onde estava a tal casa e a tal floresta mas, só de botar o pé em Wisconsin, já sinto que estou fazendo minha homenagem!

O belo Museu de Artes de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

O belo Museu de Artes de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


Exposição de posters do Toulouse-Lautrec, no Museu de Artes de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Exposição de posters do Toulouse-Lautrec, no Museu de Artes de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


O GPS nos levou direitinho até a casa deles e aí fomos muito bem recepcionados. Depois de um almoço bem brasileiro, a Silvia nos levou para passear na cidade. A primeira parada foi no Museu de Artes de Milwaukee. Impressionante a categoria do prédio e das exposições! Arquitetura arrojada, enormes espaços e até uma mostra de pôsteres de Paris do Toulouse-Lautrec. Foi de tirar o chapéu! Para mim, o mais incrível é pensar num museu dessa classe numa cidade que nem é tão grande ou famosa assim. Quero dizer, esperaria encontrar algo desse nível e, Nova York, Chicago ou Washington, mas o fato de estar em Milwaukee mostra como o país é desenvolvido como um todo. Muito legal!

Toda a família sai de bicicleta pela orla do lago Michigan, em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Toda a família sai de bicicleta pela orla do lago Michigan, em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


O segundo programa foi igualmente interessante, mas bem diferente. A silvia alugou uma bicicleta em que cabia toda a família, os cinco adultos e as duas crianças. Estávamos eu e a Ana, a Silvia e os filhos e o Tio Célio e a Tia Clari. O Marcelo, a esta hora, estava dando duro no hospital (ele é médico). Muito legal a vitalidade dos tios, fazendo tanta força no pedal como nós. Passeamos por um parque na orla do lago, aproveitando o dia lindo que fazia. A tal bicicleta é confortável, mas não muito eficiente. Temos de fazer muito mais força que numa bicicleta comum, mas a farra conjunta fez valer o passeio.

Passeando em família po Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Passeando em família po Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


O belo lago Michigan, em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

O belo lago Michigan, em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


Depois disso, a Silvia ainda nos mostrou algumas vizinhanças da cidade, algumas com mansões gigantescas viradas para o lago. Finalmente, uma parada em outro parque, também de frente ao Lago Michigan e até com umas praias lá embaixo. Pelo menos nessa época do ano, lugar agradabilíssimo. Já no inverno... Parece que nos dias mais frios, a temperatura pode ficar abaixo do 30 graus negativos. Aí, ninguém merece.

Feliz da vida, com cerveja e comendo pão de queijo! (na casa da Silvia e Marcelo, em Brookfield, subúrbio de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos)

Feliz da vida, com cerveja e comendo pão de queijo! (na casa da Silvia e Marcelo, em Brookfield, subúrbio de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos)


Voltamos para casa e, ainda antes do jantar, a Silvia preparou uma bela surpresa para o mineiro que aqui escreve: uma cesta cheinha de pão de queijo! Hmmm, que delícia! Fazia muito tempo que eu não comia um e o desejo estava cada vez maior. Já fazia algum tempo que eu, meio sem esperanças, procurava esse quitute pelas padarias do caminho. A Silvia leu meu pensamento e eu me esbaldei!

Conhecendo o Marcelo, marido da Silvia, em sua casa em Brookfield, periferia de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Conhecendo o Marcelo, marido da Silvia, em sua casa em Brookfield, periferia de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


Bem nessa hora chegava o Marcelo. Pois é, não há nada que esteja tão bom que não possa ser melhorado! O Marcelo preparou um churrasco da melhor qualidade, com picanha legítima e linguiça dessas que só achamos no Brasil. Eles tem um fornecedor lá de Miami e o cara está aprovado! Assim como as habilidades de churrasqueiro do Marcelo!

Marcelo prepara delicioso churrasco em Brookfield, subúrbio de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Marcelo prepara delicioso churrasco em Brookfield, subúrbio de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


A Lari e o Andre em visita ao Museu de Artes de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

A Lari e o Andre em visita ao Museu de Artes de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


Enfim, tivemos um dia ótimo, para o estômago e para a alma. O André e a Lari são duas figuraças, o Marcelo é muito boa-praça, o Tio Célio e a Tia Clari, dois amores e a Silvia, uma ótima companhia. Ao longo do dia, me deu uma verdadeira aula sobre o sistema educacional americano e sobre como funcionam as escolas públicas por aqui, o envolvimento dos pais e da comunidade. Ela está vivendo bem isso, já que os filhos estão na idade escolar, um entrando na escola agora e a outra, indo para a 5ª série. Para mim, que adoro saber de tudo um pouco, foi uma aula e tanto!

Reencontro com a Tia Clari em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Reencontro com a Tia Clari em Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos


Já bem de noite, voltamos para Chicago, apesar dos convites para dormirmos em Milwaukee mesmo. Mas já estávamos com o hotel pago e queríamos já acordar na cidade, para aproveitar melhor o dia de explorações amanhã. E assim foi, viagem de volta ainda mais tranquila que a de ida e nós de baterias recarregadas para tudo o que nos espera no futuro, o que não é pouca coisa...

Jantar em família em Brookfield, perto de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Jantar em família em Brookfield, perto de Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Illinois, Chicago, Wisconsin, Milwaukee,

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