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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O campo base das expedições que sobem o vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina. A tenda vermelha é do exército argentino
O principal motivo para essa nossa volta relâmpago à Argentina foi a vontade de subir o vulcão Lanín. É claro que a possibilidade de comer um bom churrasco, de conhecer uma nova cidade e de matar a saudade dos hermanos também tiveram sua parcela de “culpa”, mas foi mesmo o desafio do vulcão que nos trouxe para o outro lado da fronteira. Quando subimos o Villarrica três dias atrás, lá estava o Lanín, no nosso horizonte, a nos chamar. Ouvimos e viemos.
O vulcão Lanín, com 3.776 metros de altitude, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Preparativos e instruções para o início da caminhada até o vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Cerca de mil metros mais alto que o vulcão chileno, o Lanín é, na verdade, a mais alta montanha de toda a região. Para o sul, daqui até a Terra do Fogo, a mais de 1.500 km de distância, apenas o Cerro San Valentín, do lado chileno dos Andes, é mais alto. Para norte, são precisos quase 300 km para chegarmos ao norte da província de Neuquén e às primeiras montanhas gigantes do grupo do Aconcágua, muitas acima dos 6 mil metros. Para nós, era a primeira chance de superar os 3,5 mil metros de altitude desde que passamos pelo Paso San Francisco, entre Argentina e Chile, no dia 2 de Outubro.
A Ana está pronta e animada para subir o vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Nosso grupo começa a caminhar em direção ao vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
No dia de ontem, fomos à agência Alquimia para marcar nossa excursão ao vulcão. Foi quando descobrimos que o Lanín tem um significado muito especial no país. Ele é uma espécie de prova de fogo para aquelas pessoas que pensam em se tornar montanhistas. É quase como se fosse o nosso Pico das Agulhas Negras, só que em escala muito maior. Em um país cortado pela cordilheira dos Andes, a cultura de montanha é muito mais forte do que no Brasil. E eles, obviamente, não começam pelo Aconcágua, a mais alta montanha desse hemisfério, mas por algo “um pouco” mais baixo. Esse “algo” é o Lanín, a montanha mais popular do país. Sem querer, imaginando que estávamos quase “descobrindo” a montanha, viemos parar em um dos símbolos pátrios dos hermanos. Vivendo e aprendendo...
O início da caminhada para o vulcão Lanín atravessa antigos campos de lava ejetados pelo vulcão, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Caminhando rumo ao campo base para se escalar o vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
A subida não exige grande habilidade técnica. Precisamos de roupas apropriadas, grampões para caminhar em gelo e neve, e capacetes para nos proteger de pedras que costumam rolar ladeira abaixo. Além disso, é bem aconselhável que tenhamos um guia. É possível sim ir desacompanhado, mas na entrada do parque vai ser preciso mostrar ao guarda-parque todos os equipamentos de segurança obrigatórios além de provar para ele que já se é um montanhista com experiência. Se não provar, terá de dar meia volta. Aí, só com guia mesmo.
Pausa para descanso e lanche na subida do vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
No início da caminhada em direção ao vulcão Lanín, um pequeno lagarto nos mostra como é fácil escalar! (região de Junín de Los Andes, na Argentina)
Essas regras mais rígidas foram impostas pelo governo para impedir o número crescente de acidentes que vinha ocorrendo, gente sem experiência imaginado que a subida era mamão com açúcar. O frio da noite, a trilha difícil de ser seguida e as pedras que rolavam montanha abaixo foram fazendo seu estrago. Hoje, o número de pessoas admitidas na trilha em um dado momento não passa de 60 e é preciso haver ao menos um guia para cada quatro clientes de cada agência. No nosso grupo, por exemplo, já que éramos seis clientes, foram dois guias. O tempo máximo na montanha, exceto em caso de emergências, é de três dias e duas noites. Aproximadamente na metade do caminho, há um refúgio e área de barracas, única área habilitada para pernoite. Ao entrar no parque, devemos informar nossa previsão de tempo para a escalada. Todas essas medidas restritivas tornaram o Lanín um lugar muito mais seguro e o número de acidentes diminuiu bastante.
Ao subirmos as encostas do vulcão Lanín, fica cada vez mais fácil admirar a beleza da região de Junín de Los Andes, na Argentina
A trilha vai vencendo as encostas do vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Ontem, então, a gente se inscreveu no passeio e, no final da tarde, voltamos à agência para testar os equipamentos. Hoje cedo, a van da Alquimia com seus dois guias recolheu todos os clientes em suas pousadas e seguimos juntos para o Parque Nacional Lanín. De estrangeiros, havia eu, a Ana e um americano. Os outro três, argentinos, dois de General Roca e a Ada, a única outra mulher no grupo. Quer dizer, falo apenas dos clientes, porque o nosso guia chefe também era uma moça, a Isabel, auxiliada pelo Andre.
Uma selfie no campo base do vulcão Lanín, a 2.300 metros de altitude, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
As tendas fixas das agências de turismo formam o campo base nas encostas do vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Na entrada do parque, recebemos as últimas instruções, passamos o protetor solar, dividimos o peso entre as diversas mochilas e partimos para a longa caminhada. Estávamos a 1.200 metros de altitude e o objetivo do dia era chegar até o Campo Base, pouco abaixo dos 2.400 metros de altura. Mais do que o ganho vertical, a caminhada tem um longo deslocamento horizontal, a caminhada até a base da montanha e depois, lentamente, ganhando altitude em suas encostas.
Descansando e admirando a vista no campo base nas encostas do vulcão Lanín, a 2.300 metros de altitude, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Aproveitando o calor dentro da tenda da expedição, aos 2.300 metros de altitude, campo base para subir o vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
O dia estava lindo, céu azul e sol radiante e nós fomos caminhando tranquilamente, aproveitando o tempo para admirar a paisagem que ficava para baixo, além de nos conhecer melhor. Quando chegamos às encostas do vulcão, uma parada para lanche e descanso e, em seguida, começamos a ganhar altitude, seguindo pela crista de antigos fluxos piroclásticos hoje transformados em montanhas de entulho. Cada vez mais no meio daquela vastidão, cada vez mais a sensação de insignificância perto da grandeza dessa montanha.
A nossa tenda cozinha, no campo base instalado nas encostas do vulcão Lanín, a 2.300 metros de altitude, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Interior da nossa tenda cozinha (e refeitório), no campo base para subir o vilcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Finalmente, no meio da tarde, quase cinco horas depois de iniciarmos a caminhada, chegamos ao campo base instalado a 2.315 metros de altitude. Pelo menos assim dizia os escritos na parede do refúgio militar. Além deles, várias outras tendas fixas marcam esse pequeno platô nas encostas do Lanín. As tendas são das agências que trazem turistas aqui para cima e permanecem ali montadas durante toda a temporada de primavera-verão. Isso nos poupa o esforço de trazer o peso das barracas aqui para cima. A Alquimia tem ali uma tenda cozinha, que também serve de refeitório, e duas tendas dormitório, para quando possui mais de um grupo na montanha.
O refúgio do exército argentino no campo base do vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Parte do nosso grupo no fim de tarde no campo base para subir o vulcão Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Tivemos então um tempo para relaxar, caminhar pelos arredores, aproveitar a luz de fim de tarde para tirar fotos e nos esquentar dentro das tendas que, a esta hora do dia, funcionam como estufas. Depois, quando o sol se põe, a temperatura cai rapidamente e precisamos estar todos agasalhados dentro de nossos sacos de dormir.
Fim de tarde ensolarado no campo base do Lanín, a 2.300 metros de altitude, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
O cume do vulcão Lanín, quase 1,5 quilôemetro mais alto que o campo base onde estamos, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Mas não esperamos escurecer para nos recolher. Antes disso, as 17:00, a Isabel nos reuniu para as últimas instruções para o dia de amanhã, que começa de madrugada com uma longa caminhada sobre o gelo. Depois da reunião, hora do jantar, bastante macarrão para acumularmos energia para o esforço de amanhã. Todos animados, principalmente depois de comer. A mais tensa era a Ada, a companheira do nosso grupo que já havia tentado a montanha outra vez e conseguido chegar até aqui. Mas, na madrugada seguinte, não partiu, os músculos implorando por descanso. Hoje ela se sentia melhor e estava disposta a seguir mais adiante.
Nosso jantar no campo base do Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
Então, recolhemo-nos todos na tenda dormitório, empilhada de sacos de dormir e mochilas. Amanhã, muito do peso que trouxemos nessa primeira etapa fica aqui no refúgio. Em compensação, teremos de caminhar com grampões, seja no gelo, onde eles são imprescindíveis, seja na rocha, onde são um estorvo. O silêncio tomou conta da grande barraca, cada um envolto em seus próprios pensamentos, a única luz aquela do céu estrelado sobre nós e que entrava pelas janelas de plástico. Era uma noite curta de sono que nos esperava...
Preparando-se para dormir e estar descansado para a madrugada, quando iremos atacar o cume do Lanín, na região de Junín de Los Andes, na Argentina
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