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Dona Helen (03/03)
Puxa,Rô que inveja!!Você teve razão quando me disse que em cada lugar ...
Karen (03/03)
Oiiii Ro!! Bateu uma saudade de vocês dois e resolvi entrar nos 1000dias...
JOSEANE LUCCHETTE (01/03)
Aymoré (01/03)
Queridos Amigos! Que stress!! A mesinha na piscina, cervejinha gelada, cl...
clenilça alves da silva(cleo) (01/03)
Boa noite Rodrigo, você melhorou?olha cuidado com a saùde de vocês viu...
Café da manhã chique, ao som de marimba, em hotel de Antigua, na Guatemala
Depois da madrugada esticada de ontem, a primeira do ano, levantamos quase no horário-limite para podermos usufruir do meu valioso prêmio faturado na rifa do hotel onde fizemos a ceia. Ganhamos duas “entradas” para o famoso “desayuno dominical” do Hotel Camino Real, aberto até às onze da manhã.
Café da manhã em hotel de Antígua, prêmio ganho em rifa na noite de reveillon (Guatemala)
Lá estávamos na porta do Hotel Cinco estrelas ainda no tempo regulamentar, quase indo para a prorrogação. Não fomos os últimos, percebemos. Também, primeiro dia do ano, todos merecemos dormir um pouco mais! Café da manhã muito bom, buffet cheio de frutas e pães, cozinheiros preparando panquecas e waffles, garçons nos trazendo sucos. E, além dessa mordomia toda, uma banda de música de marimba tocando ao vivo. Quase que um café da manhã dançante!
Café da manhã em hotel de Antigua, na Guatemala
Depois dessa saúde toda, voltamos para o nosso hotel para transferir nossa bagagem para o novo hotel, aquele com um quarto delicioso. Tão joia que, aliado ao nosso cansaço da noite da virada, foi o maior estímulo para que passássemos boas horas da nossa tarde ali, descansando, dormindo e até trabalhando um pouquinho. Aproveitamos também para definir o nosso roteiro aqui na Guatemala.
Nosso roteiro na Guatemala
Amanhã, será dia de explorarmos algum dos vulcões que cercam Antigua. Aproveitamos para dormir mais um dia no nosso quarto aconchegante. Depois, viagem para Semuc Champey, um dos mais bonitos lugares do país. De lá vamos ao famoso lago Atitlán e finalmente à Xelá, apelido da cidade de Quetzaltenango. Será a última parada antes de seguirmos ao México. As ruínas de Tikal ficam para o nosso retorno, quando entraremos no país vindos de Belize.
Ruas tranquilas no primeiro dia do ano em Antigua, na Guatemala
No final do dia ainda fomos dar uma volta na charmosa Antigua, à pé. Muito mais tranquila do que ontem, já que todos os capitalinos já haviam retornado à Cidade da Guatemala. Jantamos uma deliciosa massa italiana (é difícil comer mal nessa cidade!) e voltamos para nosso hotel. Amanhã, chega de moleza e pé na trilha. Vamos em busca de um vulcão ativo!
Banho de sol na manhã do primeiro dia do ano em Antigua, na Guatemala
As milenares sequoias do Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
A previsão de tempo acertou em cheio e o dia amanheceu chuvoso hoje. Ainda bem que fizemos a caminhada ontem, pois nesta manhã só veríamos nuvens... Com o tempo assim, aproveitamos para dormir até mais tarde e rumarmos para a Mariposa Grove, o maior bosque de sequoias de Yosemite.
Com o amigo Greg, em dia chuvoso no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Antes disso, ainda em frente ao lodge que ficamos dentro do parque, Fiona já pronta para sair, reencontramos nossos amigos de ontem, os paramédicos Greg e Ellen, que nos “salvaram” com suas lanternas. Moram em Santa Cruz, um pouco ao sul de San Francisco, e nos convidaram para conhecer sua cidade. Ontem de noite tínhamos ficado até bem tarde no restaurante da área, bebemorando nosso encontro. Foi joia!
Com o Greg e a Ellen, que nos salvaram com suas lanternas na noite anterior, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
A primeira parada da viagem de hoje ainda foi dentro do Yosemite Valley. Bem em frente a uma das mais conhecidas cachoeiras do parque, a Bridelveil Falls. É a cachoeira que “recebe” todos que chegam ao vale. Uma pequena caminhada de 200 metros leva até um mirante para observá-la. Chato mesmo era só a chuva fina que nos atrapalhava a fotografar.
Caixas lacradas, a prova de ursos negros, para estocar comida no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Saindo do vale rumo ao sul do parque, passamos por um mirante chamado “tunnel”. O nome vem do fato de estar bem na saída de um túnel de quem vem em sentido contrário. O túnel foi estrategicamente construído para causar impacto em quem passe por ele, chegando ao vale. Afinal, vai descortinar uma impressionante paisagem, todas as grandes montanhas que circundam Yosemite à vista, assim como a Bridelveil Falls. Hoje, com o tempo do jeito que estava, o “impacto” não era tão grande, mas não deixava de ser impressionante também. As montanhas, picos, cachoeiras e florestas do parque sumiam e reapareciam atrás de uma teimosa névoa. É como diz um dos painéis explicativos espalhados pelo mirante: “Yosemite nunca é o mesmo, mudando todas as estações, todos os dias!”.
A Bridalveil Falls, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Daí seguimos para o extremo sul do parque, onde está a Mariposa Grove, o local que deu origem ao Yosemite National Park e, ainda mais, foi o precursor de todos os parques nacionais do país. A história é bem interessante e a personagem principal, além das sequoias, é um homem chamado Galen Clark.
Muita névoa no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Clark havia se mudado para a California na época da Gold Rush de 1849, atrás da fortuna fácil. Acabou trabalhando em um mina, trabalho pesado que lhe rendeu uma tuberculose severa. Com menos de 40 anos de idade, os médicos lhe davam apenas mais seis meses de vida. Um pouco mais, talvez, se fosse viver nas montanhas e respirar ar puro.
Meio desanimado com as nuvens sobre a grandiosa paisagem do Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Sem outras opções, ele foi. E escolheu a área de Mariposa, aos pés da Sierra Nevada. Dessa área vinham relatos esparsos de uma gigantesca árvore, maior do que qualquer coisa que se conhecesse. A história já tinha atravessado o país e era conhecida na costa leste como “California Hoax”, ou a “farsa da California”. Ninguém acreditava ser possível uma árvore daquele tamanho. Pois Clark decidiu que gastaria seus últimos meses de vida descobrindo se a tal história era mesmo falsa ou não.
Sempre feliz quando se está próximo às maravilhosas sequoias, na Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Três meses de árdua procura, andando no meio do mato e finalmente ele topou com a Mariposa Grove. Ali, cresciam não apenas uma, mas centenas de sequoias. A visão das imponentes árvores fez muito bem à saúde de Clark e ele decidiu passar o resto de sua vida lutando para protegê-las. E foi da sua luta e das insistentes cartas que enviou ao Congresso americano que em 1864, ainda em plena Guerra Civil, o presidente Lincoln assinou a lei de proteção à área (incluindo o Yosemite Valley), cedendo o espaço ao estado da Califórnia, mas com a premissa de que ele seria mantido para o usufruto das futuras gerações. Essa lei foi o embrião da criação do parque de Yellowstone, seis anos mais tarde, e de todos os parques nacionais que se seguiram. E adivinhem quem foi o primeiro guarda-parque dessa área? Exatamente, Galen Clark! Ali trabalhou pelos próximos 24 anos e, contrariando seus médicos, só foi morrer em 1910. Pelo visto, ar de montanhas misturado com ar de sequoias não faz bem à tuberculose...
Um flerte milenar: o "Solteiro e as Três Graças", na Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Para nós, foi uma emocionante despedida dessa árvores gigantes, tão imponentes como serenas, tão silenciosas como sábias. Por mais de uma hora, embaixo de chuva ou do tímido sol que apareceu, percorremos as trilhas do bosque, prestando nossas homenagens e reverências à algumas das sequoias mais conhecidas da Mariposa Grove. Entre elas, o gigante “Grizzly Bear”, uma das maiores sequoias de que se tem notícia, e o grupo conhecido como “The Barchelor and Three Graces”, árvores tão próximas que, se uma cair, levará todas as outras consigo. Que bonita é a ideia de que elas já vivem assim, tão próximas, há mais de mil anos! Como será que se chama bodas de 1000 anos?
Minúsculo quando comparado à gigantesca sequoia, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Outro caso interessante, mas meio triste, é a dos túneis em árvores. Em 1881, um túnel foi escavado em uma das sequoias gigantes, apelidada de Wawona Tunnel Tree (Wawona é o nome nativo das sequoias). O túnel era grande o bastante para que uma carruagem e, mais tarde, um carro passasse por baixo da árvore. Era um grande golpe publicitário para atrair turistas. Fotos e cartões postais dessa árvore se espalharam pelo mundo. Acontece que esse buraco debilitou a árvore profundamente e ela não conseguiu resistir a uma grande tempestade de neve em 1969, sendo derrubada pelo vento. O choque foi geral e mudou a política dos parques nacionais. De agora em diante, essas árvores seriam intocáveis! Quanto à gigante caísa, foi rebatizada de “Fallen Tunnel Tree”.
Túnel sob uma sequoia viva, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Mas a história não termina aí. Na verdade, em 1895, foi feito um túnel em outra pobre árvore, a California Tunnel Tree. A razão para isso foi que ela estava mais perto da portaria do parque e era de mais fácil acesso aos turistas, principalmente no inverno. Essa árvore ainda está viva e, ao passar pelo seu túnel hoje, pode-se perceber como a árvore luta para curar a enorme ferida que lhe fizeram. O “bark” cresce na sua parte interna, para protege-la de incêndios e insetos. Enfim, é visível o esforço da árvore em se curar. Junto com sua colega milenar que caiu há poucas décadas, as duas árvores, em seu silêncio profundo, parecem exclamar: “Não façam mais isso! Vão fazer um túnel na ponte que partiu!”.
A gigantesca sequoia continua firme e forte, mesmo depois do buraco que fizeram em seu tronco! (na Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Enfim, foi uma emocionante despedida desses magníficos seres-vivos. Andar por entre as sequoias foi uma das maiores experiências desses 1000dias, algo de que jamais nos esqueceremos. Agora, depois desse show da natureza aqui em Yosemite, vamos mudar de ares e rumar para uma cidade que é um show de humanidade. San Franciso, there we go!
Admirada com a gigantesca árvore sobre sua cabeça! (Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Fim de tarde em mirante para ver baleias cinzentas no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
O dia de hoje foi devotado à exploração do Redwood National Park. Na verdade, há mais de um parque por ali, um nacional e diversos estaduais. Áreas protegidas por distintas esferas de governo com o intuito de salvaguardar a rica e emblemática natureza da costa norte da Califórnia. Como o próprio nome sugere, o foco principal do parque são as redwoods, as mais altas árvores do planeta, ultrapassando com folga a marca dos 100 metros de altura. Elas são parentes da sequoias, que crescem em altitudes mais elevadas, são mais “volumosas”, mas não tão altas. Mas nem só de redwoods vive o parque e a região. Assim, vou deixar as árvores e as belíssimas fotos que tiramos para o próximo post e falar aqui das outras atrações.
Chegando novamente ao Oceano Pacífico, em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
A sede administrativa do parque fica na cidade de Crescent City, onde dormimos ontem de noite. Além das árvores, há outra coisa “bem grande” que traz fama à cidade: tsunamis! Aparentemente, o perfil do solo marinho da região é perfeito para essa grandes ondas, quase que como um funil por onde elas ficam ainda maiores e mais destrutivas. Prova disso está no fato que, somente entre 1933 e 2011, doze tsunamis atingiram Crescent City, alguns menores, com ondas de pouco mais de um metro de altura, mas quatro deles com grande poder destrutivo.
Litoral em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
O maior deles, sem dúvida, foi aquele de 27 de Março de 1964, alguma horas depois que o segundo maior terremoto medido da história abalou o Alaska, com uma inacreditável magnitude de 9,2. Como não poderia deixar de ser, o terremoto iniciou o maior tsunami em tempos históricos da costa oeste americana. Pouco mais de quatro horas depois, quatro gigantescas ondas espaçadas por poucos minutos varreram a cidade, causando grande destruição e matando cerca de 15 pessoas. Desde então a cidade se preparou para “conviver” com eles, declarando-se “tsunami-ready”. O grande teste veio em 2011, após o terremoto que abalou o Japão, do outro lado do Pacífico. A cidade foi rapidamente evacuada, mas 35 barcos ancorados no porto não puderam ser salvos. Apenas uma pessoa morreu.
Feliz com o sol e o mar em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Bom, hoje pela manhã, o mar parecia mais calmo do que nunca! Com o sol brilhando, eu e a Ana estávamos felicíssimos de encontrar o mar novamente. Ainda mais estando na Califórnia, até parecia que a água estava mais quente, hehehe. Efeito psicológico, claro! Nós tiramos nossas fotos e iniciamos o longo dia de explorações.
Fim de tarde numa linda praia no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Os parques nacional e estaduais se estendem ao longo da costa e para o sul nós seguimos, passando por diversos deles, dirigindo por pequenas estradas de terra e parando, aqui e ali, para fazer umas trilhas. Além das matas, ficamos também impressionados com a beleza do litoral. Estivemos em uma praia para assistir ao pôr-do-sol e em um mirante onde, a partir desse mês de novembro, pode-se observar as baleias cinzentas na sua rota do Alaska para a Baja California. Acho que elas estão atrasadas este ano, pois a gente não viu nenhuma. Mas o visual lá de cima estava maravilhoso!
Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Seguimos nossa caminho para o sul, encontrando e reencontrando outras pessoas que faziam o mesmo roteiro. Depois de duas ou três paradas, já estávamos todos amigos, hehehe! A Fiona, como sempre, sendo o maior chamariz, todos interessados naquele carro inexistente nos EUA, com motor a diesel. A Toyota não sabe o que está perdendo por aqui... Ou sabe?
Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Por falar em amigos, depois de umas tuitadas da Ana ao longo do dia, recebemos uma mensagem de um casal americano que também viaja as américas, o pessoal do http://lostworldexpedition.com/. Tínhamos trocado algumas mensagens há duas semanas e eu jurava que eles estavam no Chile. Pois é, não estavam! O carro deles, sim, mas eles estão aqui na Califórnia, na cidade de Arkata, bem pertinho de onde estávamos. Coincidência tão grande merecia até uma mudança de programação! Assim, resolvemos dormir nessa cidade, que já estava no nosso roteiro, mas que nem pararíamos. Acabamos nos desencontrando de noite, mas de amanhã cedo esse encontro não passa!
Elks machos no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Elks machos treinam suas habilidades de luta no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Antes de chegarmos lá, ainda tivemos a chance de ver uma manada de elks, aqueles animais que parecem as renas do Papai Noel. Ao lado da estrada, dois deles brincavam de brigar, seus longos chifres enganchados uns nos outros. Parecia até cena de documentário do Discovery Channel. Paramos e fomos fotografar de perto. Muito legal! Foi só depois disso que vimos a placa dizendo para não nos aproximarmos a pé dos animais, pois eles podem ser perigosos. Acho que estavam tão entretidos entre eles mesmos que não ligaram para aquela loira bonita tirando fotos da brincadeira, hehehe!
Apenas depois de tirar as fotos dos elks, a Ana viu essa placa no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Ilhas Cayman e suas três ilhas: Grand Cayman, Little Cayman e Cayman Brac
Como continuamos sem relógio e/ou despertador, mais uma vez tivemos de confiar no nosso relógio natural para acordarmos bem cedo, em tempo de chegar ao aeroporto para pegar nosso avião para as Ilhas Caiman. E mais uma vez, ele não falhou! Cruzamos as ruas e avenidas centrais de uma Kingston ainda vazia com o sol nascendo no horizonte e chegamos no Norman Manley International Airport com tempo suficiente para devolvermos o carro que nos levou ao redor do país. Depois, check-in, controle de passaportes e uma boa meia hora de acesso gratuito à internet, coisa raríssima nos aeroportos que temos passado.
Aeroporto de Kingston, capital da Jamaica
Além da internet, pudemos também admirar aqueles painéis que existem em todos os aeroportos internacionais do mundo, propagandeando as belezas e os famosos do próprio país. Aqui na Jamaica, claro, não poderia faltar Bob Marley e Jimmy Cliff. Mas, além deles, lá estava outro cara fantástico, o homem mais rápido do planeta de todos os tempos, o incrível Usain Bolt. Não pude deixar de prestar minha reverência, claro!
Usain Bolt, o homem mais rápido de todos os tempos (no aeroporto de Kingston, capital da Jamaica)
Versão morena e rastafari da Ana, no aeroporto de Kingston, capital da Jamaica
Partimos então para um rápido voo de 25 minutos até Montego Bay e, de lá, para as Ilhas Caiman, escala de número 38 nesses 1000dias de viagem pela América. São três ilhas principais, mas mais de 90% da população está concentrada na maior delas, Grand Cayman. Foi exatamente para lá que nosso avião seguiu, mas especificamente para a cidade de George Town (não confundir com Georgetown, na Guiana!), capital do país.
Chegando à ilha de Grand Cayman, a maior do país
Do avião já pudemos admirar a beleza da ilha e, principalmente, do mar que a cerca, cor típica do Caribe. Grandes bancos de recife protegem boa parte de Grand Cayman, formando verdadeiras piscinas em sua costa. A maior dessas “piscinas” é conhecida como North Sound, uma enorme baía de águas claras e calmas onde se localiza uma das grandes atrações turísticas do arquipélago, conhecida como Stingray City. Está no nosso roteiro!
A ilha de Grand Cayman vista do avião
Aliás, nosso roteiro nas ilhas Caiman é três dias em Grand Cayman e outros três dias em Little Cayman, uma das “sisters islands” que formam o “resto” do país. Little Cayman e Cayman Brac localizam-se a mais de 100 km de Grand Cayman e tem uma população combinada de apenas 1000 habitantes! Na verdade, em Little Cayman são menos de 200 habitantes!
George Town, capital das Ilhas Caiman
O país é uma ponto tradicional na rota dos navios-cruzeiro pelo Caribe. Num mesmo dia, até cinco enormes navios podem estar ancorados em George Town, despejando até 12 mil turistas na pequena cidade. Vem atrás de joias e outras mercadorias duty-free, além de programas rápidos de praia ou mergulho. Nós... passamos as joias e vamos direto para os mergulhos, nosso principal objetivo por aqui. Entre um e outro, vamos conhecer as praias também, famosas por suas areias brancas e águas cálidas.
Uma das praças centrais de George Town, capital das Ilhas Caiman
Aterrissamos e seguimos direto para nossa pousada, a Eldemire’s Guest House, no sul de George Town. Devidamente instalados e com dinheiro local no bolso (um dólar americano = 0,80 dólar caimanero – as coisas são caras por aqui!), fomos caminhar pela cidade e tentar acertar nossos mergulhos pelos próximos dois dias. Logo aprendemos que a cidade não foi feita para pedestres, mas para carros. Estradas e avenidas sem calçada e carros trafegando em mão inglesa fazem a nossa vida bem mais difícil. Com o devido cuidado e enfrentando o enorme calor, passamos por duas lojas de mergulhos e fechamos nossa programação. Até resolvemos investir num mergulho técnico com tanques duplos, o primeiro desde Fernando de Noronha, há mais de um ano. Achamos que as enormes paredes subaquáticas e a visibilidade de até 40 metros compensarão o investimento! Vamos começar com dois mergulhos recreacionais amanhã, para ir “esquentando”, e no dia seguinte faremos o técnico.
Dezenas de bancos em George Town, capital das Ilhas Caiman
Depois, fomos passear pelo centro. Hoje era o melhor dia para isso, um dos raros momentos em que nenhum navio-cruzeiro está na cidade. ruas e estabelecimentos bem tranquilos, quase desertos. As dezenas de joalherias mostram que, normalmente, deve ser diferente. Para nós, que só vimos a cidade hoje, foi difícil imaginá-la movimentada. Caminhamos por suas praças e ruas comerciais, arquitetura típica da Flórida, e pudemos observar a enorme quantidade de bancos, outra das marcas do país. São cerca de 700 bancos, a maioria com apenas um pequeno escritório, responsáveis em transformar as Ilhas Caiman no quinto centro bancário do mundo! São bilhões de dólares que passam por aqui, pelo menos por seus computadores, em direção aos seus países de origem, mas agora já qualificados como “investimento estrangeiro”, com toda a sorte de benefícios fiscais. A legislação vem sendo mudada, tornando um pouco mais difícil a vida desses milionários, mas a fama de paraíso fiscal continua.
Entrando no mar na pequena praia de Smith Cove, ao sul de George Town, em Grand Cayman
O fim de tarde foi numa pequena praia perto do nosso hotel, a Smith’s Cove. De lá, ainda fomos encontrar o pessoal que vai nos levar no mergulho técnico. O encontro foi durante o pôr-do-sol, exatamente num restaurante com o sugestivo nome de Sunset House. Finalmente, o último compromisso social do dia foi encontrar o André, um brasileiro quase curitibano amigo da Ana que já mora por aqui há dois anos. Veio trabalhar como instrutor de mergulho, mas acabou indo parar no setor de joias. Ele já nos levou para um rápido passeio, nos deu várias dicas sobre a ilha e, nos próximos dias por aqui, certamente nos encontraremos novamente. Encontrar um conhecido nessas ilhas perdidas no meio do Caribe nos fez sentir mais perto de casa! Muito legal! Viva a vasta “rede social” da Ana, hehehe!
Belo e tranquilo fim de tarde na praia de Smith Cove, ao sul de George Town, em Grand Cayman
Venerando a cachoeira do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR
Manhã gelada em Castro, aproveitamos para trabalhar um pouco no nosso quarto quentinho! Castro, uma das mais antigas cidades do Paraná, originou-se na metade do séc. XVIII, intimamente ligada à rota dos tropeiros, que traziam gado do Rio Grande do Sul para a cidade paulista de Sorocaba. Essas verdadeiras "caravanas" pousavam às margens do rio Iapó, onde logo surgiu uma pequena igreja e, posteriormente, uma pequena vila. Para homenagear sua origem, a cidade criou o primeiro museu do Tropeiro, contando a história desse movimento tão importante para a colonização e desenvolvimento do sul do Brasil.
Moinho, símbolo da holandês, em Castrolanda, distrito de Castro - PR
Já a partir de meados do séc XIX, a cidade começou a atrair sucessivas levas de imigrantes, como alemães, japoneses e holandeses. O último grande grupo de imigrantes holandeses chegou em 1951, fundando o distrito de Castrolanda, hoje muito importante para a economia da cidade, com sua cooperativa, produtos lácteos, artesanato e turismo. O cinquentenário da sua chegada, em 2001, foi comemorado com a construção do maior moinho de vento da América Latina, com mais de 30 metros de altura. Ali foi nossa primeira parada hoje, admirando a pacata vizinhança de arquitetura rural holandesa. Pena que, segunda-feira, restaurantes de comida típica e museus estavam fechados...
Admirando o Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR
Em seguida rumamos para Ponta Grossa, mais precisamente para uma interessante formação geológica próxima à cidade que atende pelo estranho nome de "Buraco do Padre". Trata-se de uma cachoeira que despenca quase 40 metros sobre uma antiga caverna que teve seu teto desmoronado. A água cai em um grande salão e sai por uma pequena fresta no paredão. Para chegar até lá, caminhamos ao lado do rio e entramos por esta fresta na parede para dentro do salão, "teto solar" em formato de coração bem acima de nós. Uma beleza!!!
O famoso Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR
A luz do sol só atinge diretamente o fundo do salão por volta do meio-dia e, mesmo assim, não durante todo o ano. O resultado dessa sombra toda é um ambiente frio e muito úmido, principalmente durante o inverno. Mas como não há muita água, é possível chegar até lá bem agasalhado e molhando-se apenas os pés. O visual vale cada suor (ou calafrio!) do esforço! E, se for no verão, o banho de cachoeira também será um prêmio!
Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR
Também é possível ver o tal buraco pelo alto. Para isso, é preciso escalaminhar pela lateral. Falando nisso, há diversos paredões na região, com rotas já fixadas que fazem a festa de escaladores de Ponta Grossa e Curitiba.
Buraco do Padre visto por cima, próximo à Ponta Grossa - PR
Voltando ao estranho nome do local, sua origem está no fato de que um padre, há muito tempo atrás, costumava ficar lá no alto do buraco e admirar a paisagem magnífica como inspiração para suas reflexões. Faz sentido, né? O problema é que, inspirados por esse nome, foi dado um nome ainda mais capicioso para outra formação geológica logo ali do lado: a "Fenda da Freira". Bom, aí já virou esculhambação, hehehe
A bela região do Buraco do Padre, próximo à Ponta Grossa - PR
Lanche rápido no Mercado de Comidas de Otavalo, no Equador
Hoje resolvemos explorar a região ao norte de Quito, já chegando bem perto da fronteira com a Colômbia. Nossos planos eram ambiciosos: viajar até Otavalo, onde está um dos mais famosos mercados andinos do continente, explorar um pouco da bela natureza ao seu redor, seguir por estradas secundárias até Mindo, o melhor local do país para se observar pássaros e, na volta para Quito, passar por "Mitad del Mundo", onde há um museu e um monumento marcando o local por onde passa a linha do Equador. Aí, quem sabe, se ainda chegássemos à tempo, subir o teleférico para se ter as melhores vistas de Quito.
O famoso mercado de Otavalo, no Equador
Logo no início já deu para perceber que seria meio difícil fazer isso tudo. A rodovia Panamericana, que liga Quito à Otavalo é completamente atravancada. Muitas curvas, muitas subidas, muitos caminhões, pista simples. Com muita paciência, fomos seguindo, felizes que a volta não seria por ali, mas pelas tais "estradas secundárias". O GPS sugeria que voltássemos para Quito pela Panamericana e, de lá, fôssemos para Mindo. Mas, de posse do mapa rodoviário do país, estava decidido a fazer o caminho alternativo e não ter de pegar aquela estrada outra vez.
O famoso mercado de Otavalo, no Equador
O mercado de Otavalo ocorre diariamente, mas é no sábado que é maior e atrai milhares de turistas. Depois de Galápagos, é considerado a maior atração turística do país. Nós resolvemos ir na sexta mesmo, para fugir das multidões. Em dias de semana é bem mais tranquilo e ocupa "apenas" uma praça. Cheio daquelas malhas e casacos coloridos que são a cara dos Andes. Passeamos um pouco por ali e a Ana, a Laura e o Rafa não resistiram e compraram todos um belo chapéu Panamá, para protegê-los do sol. No resto do dia, estavam todos uniformizados, uma mistura de Indiana Jones e do boto do Ricceli.
A Laura experimenta chapéu no mercado de Otavalo, no Equador
Chapéu novo comprado no mercado de Otavalo, no Equador
Outra atração é o mercado de comida, cheio de cores, cheiros e formas, uma experiência para nossos sentidos. Passamos um bom tempo experimentando frutas, comidas exóticas e, claro, fotografando e socializando com os locais.
Amoras e morangos no Mercado de Comidas de Otavalo, no Equador
Um rápido almoço num charmoso restaurante vegetariano e estávamos prontos para seguir em frente. Próxima parada: a laguna de Cuicocha, formada numa antiga caldeira de vulcão. É possível percorrer uma trilha de 4 horas ao redor da laguna, mas nós fizemos só um pedacinho, o bastante para tirar fotos desse lugar incrível.
Visitando a laguna Cuicocha, uma antiga caldeira de vulcão, na região de Otavalo - Equador
Aí, era hora de acelerar para a próxima atração, a pequena cidade de Mindo, no limite entre as terras altas e a floresta tropical, ecossistema preferido de centenas de espécies de pássaros e paraíso dos "birdwatchers". Mas as estradas secundárias eram, na verdade, terciárias e quaternárias e o nosso ritmo de deslocamento caiu bastante. Principalmente com a forte neblina que não nos deixava ver mais de 3 metros à frente.
Visitando a bela Laguna Cuicocha, uma antiga caldeira de vulcão, na região de Otavalo, no Equador
Bem devagarzinho fomos descendo a serra até chegar abaixo do nível das nuvens. A paisagem era de um verde exuberante, rios e montanhas, matas e pequenas vilas. Nossa estrada de terra passava de uma vale para o outro, ziguezagueava encostas e ribanceiras, cruzava estreitas pontes de madeira. O visual era maravilhoso, bucólico e tropical. Para nós, acostumados agora com os desertos do Chile e Peru, o contraste era maior ainda.
Atravessando uma fortíssima neblina na região ao norte de Quito, no Equador
Mas o tempo foi passando, passando, passando e Mindo se foi pelos ares. Nosso objetivo, agora, era chegar na Mitad del Mundo antes que fechasse, às 18:00. Pura ilusão. O relógio avançava inclementemente. Já estava escuro quando lá chegamos, enfim de volta ao asfalto. Teremos de voltar aqui alguma hora, possivelmente depois de Galápagos. O mesmo vale para a subida ao teleférico.
Procurando caminhos nas montanhas verdes ao norte de Quito, no Equador
Voltamos ao nosso hotel e, de noite, fomos conhecer a agitada noite da Plaza Foch, o coração de Mariscal. Dezenas de bares, restaurantes e boates, todos lotados numa noite de sexta-feira. Por sugestão de um amigo, escolhemos o Tapas e Vinhos, bem em frente à praça.
Jantando em restaurante na Plaza Foch, em Mariscal, Quito - Equador
Amanhã cedo vamos tentar marcar nossas subidas nos vulcões Cotopaxi e Timborazo, os maiores do mundo em suas respectivas "categorias" (vulcão ativo e vulcão extinto). Depois, é partir para o sul, às cidades de Baños e Cuenca e o que mais der tempo antes de partirmos para Galápagos, no dia 25 pela manhã. Vamos que vamos!
Mercado de Otavalo - Equador
Usando a lanterna no mergulho no naufrágio Victory 8B, em Guarapari - ES
Hoje foi dia de mergulho. E não foi um mergulho fácil não. Fomos dar uma olhada mais de perto no principal naufrágio da costa capixaba, o Victory 8B. Tivemos de enfrentar muita corente, água fria e pouca visibilidade. Mesmo assim, achei uma experiênia incrível! Afinal, um mergulho quando é ruim, já é bom. Imagine ainda num super naufrágio de mais de 90 metros...
Preparando-se para o mergulho no Victory 8B, em Guarapari - ES
Saímos de Iriri rumo ao norte meio atrasados, para variar. Acelerando onde podíamos, fomos curtindo um pouco da costa: Anchieta, Ubu, Meaípe e a própria Guarapari. Finalmente, chegamos ao Perocão, logo acima de Guarapari, de onde sai o barco da Acquasub, a operadora de Vitória que contratamos. Já estavam nos esperando, com todo mundo no barco. na verdade, já até tinham nos ligado na estrada.
Guarapari - ES, vista do nosso barco de mergulho
O simpático e eficiente Ivan, da Acquasub, nos deu as boas vindas assim como o Edu, que era quem eu tinha falado ao telefone. Logo já estávamos no mar, em direção ao principal objetivo do dia, o Victory 8B. Ele foi um cargueiro pequeno, pouco menos de 100 metros, que foi afundado deliberadamente no início da década para criar um ótimo ponto de mergulho a cerca de 6 milhas de Guarapari. Quando é feito assim, o barco é preparado, abrindo-se passagens mais amplas para o trânsito de mergulhadores e à entrada de luz. Além disso, ele foi afundado em pé, tornando as coisas lá embaixo mais "lógicas", teto em cima, piso em baixo e paredes nas laterais. E assim ficou por um bom tempo. Só que a natureza não é muito fã da "lógica humana". Assim, bem recentemente, fortes ressacas foram virando o barco, separando proa de popa e deixando tudo num ângulo de quase 45 graus. Adeus lógica referencial! Agora, uma parede pode parecer o piso e o que era teto pode ser uma parede. Uma janela virou escotilha e um alçapão pode parecer uma porta. Os mergulhadores do estado, tão acostumados com o "antigo" Victory, estão tendo de aprender a mergulhar em um "novo" naufrágio, mais natural dessa vez. Com os devidos cuidados, claro, pois ainda não se tem certeza sobre que partes do navio estão realmente estáveis agora.
Peixe morcego na Ilha Escalvada, em Guarapari - ES
Bom, após alguns problemas com o nosso barco, chegamos ao ponto de mergulho. O Ivan enfrentou uma forte corrente para amarrar a corda lá embaixo e pulamos todos seguindo a corda guia até o naufrágio. A corrente é vencida com os braços, que nos puxam pela corda. O frio é logo esquecido, já que temos de nos preocupar com a corrente e estamos curiosos com o que vai aparecer no final da corda. A visibilidade é de pouco mais de 5 metros. De repente, aparece a chaminé do barco. Oas poucos, vamos podendo vislumbrar mais do antigo cargueiro. Realmente, o barco está virado. A hélice e os porões estão a cerca de 35 metros de profundidade. Fundo assim, mergulhando com ar normal, não temos muito tempo, num mergulho não descompressivo, como era o caso. Pouco menos de 15 minutos. Lá embaixo, protegido pelo navio, a corrente é mais fraca. Mesmo assim, dificulta o nosso passeio. Nossas lanternas iluminam os buracos e entradas do navio. Aqui e ali damos uma entrada. Os peixes parecem se divertir com as nossas dificuldades. Para eles, a corrente é brincadeira. Mas o frio parece que deixou eles embaixo do cobertor. Nossos companheiros de mergulho, todos experientes no Victory, nos dizem que havia bem menos peixes que o habitual. Para mim, que não tinha estado lá antes, sem poder comparar, parecia ótimo.
1000dias mergulhando em Guarapari - ES
Aliás, como os peixes, eu me divertia com a corrente, ora tentando enfrentá-la, ora pegando uma carona nela. Entrar por uma janela e sair por uma porta do outro lado também é sempre um desafio estimulante. Frio, nem pensava nisso. Só foi bater mais tarde. Mas enquanto eu me divertia, a Ana passava por dificuldades. O frio e a corrente, a profundidade e a pouca visibilidade deixaram ela meio cansada, aflita. Segurou forte na minha mão e ficamos parados um tempo, para que ela se acalmasse. Depois, mais uma voltinha e uma penetração na cabine de comando e já era hora de subir, pausadamente, pela corda.
Lagosta na Ilha Escalvada, em Guarapari - ES
Lá em cima, comentários gerais sobre as condições difíceis e sobre o novo estado emborcado do navio. Já estão querendo rebatizá-lo de Victory 8B para Victory 8C - hehehe.
Segurando no cabo para enfrentar a forte corrente, em Guarapari - ES
O segundo mergulho foi mais tranquilo. Atrás da ilha Escalvada, protegido da corrente, no lugar bem mais raso. A visibilidade era a mesma mas foi mais fácil observar peixes e crustáceos, já que não tínhamos de nos preocupar com a corrente. Para mim, com essa "falta" de preocupação, pude me concentrar no frio que estava passando. Mergulhei com uma camada de roupa apenas, enquanto os outros tinham duas. Paciência.
Relaxando depois do mergulho no Victory 8B, em Guarapari - ES
Findo o mergulho, hora de se esquentar ao sol na frente do barco. E bastante tempo para pensar nas memórias frescas e fantasmagóricas de um naufrágio que atrai tantos mergulhadores à Guarapari. Viva o Victory 8B! Ou 8C, sei lá...
Tripulantes e mergulhadores do barco da Acquasub, em Guarapari - ES
Avião de grande porte passa sobre Maho Bay, praia de Sint Maarten - Caribe, fazendo a alegria da galera!
Hoje foi dia de aeroportos! Acordamos num, fomos à praia em outro e, por fim, pousamos em um terceiro que tem uma das mais desafiadoras pistas do mundo, na pequena e montanhosa Saba, nosso destino final hoje e lar pelos próximos dias.
Fila de mochilas e malas no balcão da Liat, no aeroporto de St. Kitts - Caribe
AInda em St. Kitts, nossa estratégia de só chegar uma hora e meia antes do vôo internacional funcionou pela metade. Ganhamos meia hora de sono, mas perdemos outra meia hora, já que o balcão de passagens só abriu com uma hora de antecedência. Nossas mochilas eram as primeiras da fila, enquanto a gente aguardava num banco próximo.
Chegando em Sint Maarten - Caribe
Enfim, um pouco antes das 07:30 pousávamos novamente no aeroporto internacional de Juliana, em Sint Maarten. Mas desta vez ficamos no país por mais tempo. Nosso vôo para Saba era só às 14:20, então tínhamos várias horas para passear por essa pequena possessão holandesa. Escolhemos logo ir a uma das principais atrações de Sint Maarten, a praia de Maho Bay. Fica a quinze minutos de caminhada do aeroporto, é pequena, tem areias brancas e aquele azul que só se vê em piscinas muito limpas ou no mar do Caribe. Hipnotizante!
Praia de águas azuis em Maho Bay, Sint Maarten - Caribe
Mas não é a beleza que faz de Maho Bay um lugar tão especial. Não! É o fato dela estar localizada bem no pé da pista do aeroporto de Juliana. Lembro-me quando, há uns 5-6 anos, recebi pela primeira vez um daqueles e-mails que circulam pela internet com fotos daqui. Tive duas reações: 1) Onde fica Sint Maarten? Existe mesmo? (e olha que eu sou bom de geografia!) 2) Essas fotos só podem ser montagem! Afinal, não há mar com essa cor e não é possível aviões tão grandes passarem tão perto da cabeça de banhistas numa praia!!!
Observando pouso de avião de pequeno porte (em Maho Bay, praia de Sint Maarten - Caribe)
Pois é, agora já sei muito bem onde fica essa ilha, sei que o mar tem mesmo essa cor, sem nenhuma ajuda de photoshop e sei também que, por incrível que pareça, os aviões passam sim sobre nossas cabeças, quase nos levando juntos, antes de tocar a cabeceira da pista. É um espetáculo surreal, aqueles monstros alados passando a uns 200 km por hora e uns 10 metros altura sobre nós. Quanto maior o avião, maior o delírio da galera que ali fica, fotografando e filmando.
Aviso em Maho Bay, praia de Sint Maarten - Caribe
Por falar em galera, hoje tinha vários brasileiros. Gente de Cuiabá, casais em lua de mel, todos passageiros dos diversos cruzeiros que passam por aqui. Eram dos que mais se excitavam com a chegada dos aviões. Estranho ouvir português por aqui, no meio da gritaria geral. Estranho, mas reconfortante! Um certo sentimento de lar.
Sobrevoando Philipsburg, capital de Sint Maarten - Caribe
Ainda tivemos tempo de passar em outra praia bem bonita, mas muito mais tranquila, a Mullet Bay. De lá, de volta ao aeroporto, sempre à pé, para embarcar para Saba. Esse é o menor dos pequenos "países" que estamos visitando. Tem apenas 13 quilômetros quadrados, formação totalmente vulcânica, ilha montanhosa e sem praias. Quer dizer, um furacão criou uma pequena praia há alguns anos, mas ela só aparece de Abril a Outubro.
Chegando na pequena e montanhosa Saba, no Caribe
Mas ninguém viaja para lá atrás de praias. As atrações estão bem acima delas, na fantástica paisagem montanhosa e vulcânica, com várias trilhas demarcadas para trekking, e também abaixo do nível do mar, com pontos de mergulho magníficos. É atrás disso que também estamos indo!
Chegando em Saba, no Caribe
Mas antes, foi preciso pousar em Saba. O aeroporto da ilha é famoso por sua difícil aterrisagem. Pista pequena que termina num precipício sobre o mar. Apenas aviões pequenos podem tentar. Os pilotos são super treinados e tem de passar por testes todos os meses. Dá um friozinho na barriga mas corre tudo bem. Lá do alto a gente já percebe que é uma ilha diferente das que temos visitado. Parece a ilha do King Kong, cheio de montanhas e penhascos. Muito legal!
Homenagem ao primeiro piloto a pousar em Saba, no Caribe
Uma das vantagens é que a ausência de praias afasta os navios-cruzeiro. O turismo por aqui realmente é diferente, Pelo pouco que vimos até agora, tudo é bem mais tranquilo e autêntico. Estamos bem no centrinho de Windwardside, a principal vila da ilha. Paisagem maravilhosa, no meio das montanhas, o mar lá embaixo. Para amanhã, já temos mergulhos programados pela manhã e, de tarde, quem sabe alguma caminhada?
Caminhando em Windwardside, principal cidade de Saba, no Caribe
Chegando à Seattle de ferry, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Depois de mais uma noite sob o enorme pé direito do nosso charmoso hotel, era hora de partirmos em direção à Seattle, deixando para trás a simpática Port Townsend, a Nova Iorque que nunca foi. Antes disso, sessão de fotos do Palace, o antigo bordel reformado, restaurado e transformado em hotel.
Nosso charmoso quarto no Palace Hotel, em Port Townsend, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Banheiro com uma banheira das antigas, no nosso quarto no Palace, em Port Townsend, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Hoje, ficamos sabendo mais um pedaço da história desse prédio. Foi construído no final do século XIX e por isso tem o estilo vitoriano, construído em tijolos vermelhos como todos os prédios daquela época. Também foi um dos "investimentos” daqueles que acreditavam que a cidade se tornaria uma metrópole. O interessante é que o primeiro dono desse prédio, quem o construiu, o fez com o dinheiro que conseguiu de suas aventuras submarinas no Caribe. Pois é, o cara descobriu um navio com um grande carregamento de prata afundado naquelas águas tropicais e fez uma expedição para recuperar esse metal. Naquela época, a tecnologia para isso era afundar até o barco dentro de um sino de bronze, literalmente a bolha de ar que ele respiraria enquanto durasse o resgate lá embaixo. Fico só imaginando a segurança do aparato... Bem, seguro ou não, foi o bastante para ele conseguir o seu tesouro e, com os lucros obtidos, conseguir dinheiro para construir um prédio em Port Townsend. O mesmo prédio que acabou virando um bordel e, mais tarde, o charmoso hotel em que ficamos. Que rica história!
Fachada do nosso hotel em Port Townsend, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
A Space Needle se destaca na skyline de Seattle, estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Enfim, partimos para a curta viagem até Seattle, um pouco ao sul e do outro lado do mar. Para não dar a longa volta pelo sul da península, simplesmente pegamos o ferry. Mais um daqueles enormes barcos com o mesmo padrão e eficiência de todos os ferries que temos andado desde que saímos do Alaska. Esse sim, acho que será o último por um bom tempo. E que bela despedida que foi!
A bordo do ferry, chegando à Seattle, estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Chegar à Seattle de ferry é espetacular. A skyline da cidade, vista do mar, é imponente. Entre todos os prédios, quem logo chama a atenção é a torre conhecida como Space Needle. Qualquer um que já tenha visto aquele desenho animado da década de 70 contando a história da família Jetson, que vive no futuro, vai logo reconhecer a torre. É a cara da casa dos Jetsons! Na verdade, o criador do famoso desenho animado se inspirou mesmo na torre de Seattle para construir o seu cenário.
Visitando a Space Needle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Ainda no ferry, o PriceLine nos arrumou uma verdadeira barganha na cidade, um Hyatt por 85 dólares, incluindo café da manhã. Melhor ainda, ao lado da Space Needle e com serviço de van 24 horas por dia para nos levar até o centro e nos pegar por lá. Assim, a Fiona poderia ficar o tempo todo na garagem do hotel.
Montanhas nevadas no horizonte de Seattle, vistas do alto da Space Needle (no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos)
Devidamente instalados, saídos do charme do Palace para o conforto do Hyatt, já fomos conhecer a maior (ou pelo menos a mais alta!) atração de Seattle, a vizinha torre dos Jetsons. A torre foi construída no início da década de 60, para uma grande feira internacional que houve na cidade. Era, e foi durante muito tempo, a mais alta construção a oeste do Mississipi, com seus 184 metros de altura.
No alto da Space Needle, em Seattle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Lá encima, além do tradicional restaurante giratório, há também uma torre de observação. Nós chegamos estrategicamente no fim da tarde para poder ver as vistas diurnas e noturnas lá de cima: a baía de Seattle, os prédios do centro, as diversas colinas que formam a cidade e as montanhas nevadas ao fundo. As nuvens até deram uma folga nos minutos finais, possibilitando que o sol iluminasse a baía com suas luzes alaranjadas, justo quando por ali passava um ferry. Um espetáculo!
Ferry navega durante maravilhoso fim de tarde na baía de Seattle, visto do alto da Space Needle (no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos)
Acompanhado de um vinho, admirando as luzes de Seattle, no alto da Space Needle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
Depois de vermos as luzes da cidade se acenderem e observarmos bem tudo o que pretendemos explorar nos próximos dias, era hora de voltar para o hotel. Tínhamos de nos arrumar para nosso compromisso. Pois é, já tínhamos marcado um jantar num dos restaurantes mais famosos, não só de Seattle, mas de todo o país. Foi um presente de aniversário enviado por internet por um primo que fazia questão que fôssemos conhecer o Metropolitan Grill. Okay, não precisa insistir! Assunto para o próximo post...
Seattle iluminada, vista do alto da Space Needle, no estado de Washington, costa oeste dos Estados Unidos
A temida Ilha do Diabo, uma das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
Ilhas são sinônimo de isolamento. Muitas vezes associamos suas imagens à pequenos paraísos, longe dos problemas da civilização. Mas, outras vezes, esse mesmo isolamento tem o efeito contrário: ele pode ser usado como uma prisão, um exílio para pessoas expulsas por essa mesma civilização.
O Catamaran que nos levlou às Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
Aqui na costa da Guiana Francesa temos um típico exemplo disso. São as "Îles du Salut", ou ilhas da salvação. Nos últimos 250 anos elas já cumpriram esses dois papéis, o de paraíso e o de inferno. Felizmente, hoje ela volta ao papel de paraíso.
Primeira visão sombria das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
Um pouco antes da Revolução Francesa, depois de levar uma sova da Inglaterra na Guerra dos Sete Anos e ser expulsa do Canadá e da Índia, a França resolveu investir com tudo na colonização da América do Sul. O plano era ambicioso. Desenvolver a isolada colônia da Guiana Francesa e daí, partir para o resto do continente. É claro que faltava combinar com portugueses e espanhóis. Mas, antes disso, era preciso também combinar com a mãe-natureza...
Examinando o mapa das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
De uma só vez, foram enviados cerca de 13 mil colonizadores para a região de Kourou. A mata e o clima tropical não os recebeu bem. Antes das pessoas conseguirem se instalar, um novo navio já estava no porto, para mais desembarques. O resultado foi uma tragédia. Fome e doenças atingiram em cheio os franceses. Pessoas morreram aos milhares. Dos 13 mil, sobraram apenas 4 mil, dois anos depois. Os sobreviventes, fugindo dos mosquitos que traziam malária e febre amarela, adotaram as Îles du Salut como refúgio. Mas de quinze quilômetros mar à dentro, elas estavam longe dos mosquitos. Ali, os colonizadores esperaram para ser repatriados. Dos 13 mil originais, sobraram pouco mais de duzentos para continuar os planos de colonização. Os outros, mortos ou enviados de volta à metrópole.
A única igreja nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
A Guiana Francesa começava a ganhar fama de terra amaldiçoada. Pouco menos de 100 anos mais tarde, aproveitando esta fama, o governo resolveu transformá-la numa enorme colônia penal. Quase 80 mil presos, comuns e políticos, foram enviados para cá, em exílio eterno ou diretamente para os campos prisionais. O mais famoso deles, para onde íam os presos mais famosos ou perigosos, era nas îles du Salut. Afinal, quem conseguiria escapar de uma ilha cercada por um mar infestado de tubarões? A vida por aqui não era fácil. Dos 80 mil, menos de 13 mil voltaram para contar a história...
Cela do antigo presídio na Île Royale, nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
O mais famoso dos detentos foi Alfred Dreyfus. Sua vida foi transformada em livro e em filme famoso, o que o tornou conhecido de quem vivia nas décadas de 40 e 50. Ele foi um militar francês acusado de alta traição em 1894. Na verdade, sua origem judaica o transformou num bode expiatório perfeito para a elite militar anti-semita francesa. Com documentos forjados, foi condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, a mais temida das três Îles du Salut. Anos depois, o chefe da inteligência francesa descobriu o culpado verdadeiro de espionagem. Os militares resolveram tentar abafar o caso e enviaram o chefe da inteligência para o deserto da Tunísia. De nada adiantou: as informações vazaram, muita gente comprou a briga, inclusive intelectuais e a imprensa e o governo teve de voltar atrás e soltar o pobre Dreyfus, que passou quase cinco anos na solitária.
Capa famosa de jornal em que Emile Zola intercede por Dreyfus, preso nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
Outro preso famoso, também com a vida transformada em livro e filme, Papillon, teve no sucesso de seu livro um dos motivos para se acabar com essas prisões vergonhosas, verdadeiros campos de concentração funcionando na América do Sul em plena década de 50.
Caminhando na Île Royale, a principal das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
Caminhando na Île Royale, a principal das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
Hoje, as belas ilhas são um dos destinos turísticos mais conhecidos da Guiana Francesa. Para lá fomos, eu e a Ana, partindo de Kourou num catamaran. Enfrentamos a chuva para prestar nossas homenagens a Dreyfus e Papillon. Passamos mais de uma hora no museu, antiga casa do diretor da prisão, lendo textos e vendo fotos antigas. Mais tarde, um passeio ao redor da ilha por suas antigas construções e fantasmas que parecem não sair de lá. Ao final da tarde, o tempo já estava bem melhor, mostrando o lado bonito dessa ilha tropical, quase sem praias, destino tão temido ao longo de um século.
A antiga casa do diretor da prisão, transformado em museu, nas Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
Hoje, ao contrário, é um belo passeio, um mergulho na história e uma fonte de inspiração para pensamentos e devaneios. Muita gente passa a noite por lá, quem sabe para sonhar com outras épocas... Nós voltamos para Kourou, aonde tínhamos hotel e onde jantamos carne de canguru. Isso mesmo: canguru! Para sempre vamos associar Kourou com esses belos bichinhos saltadores de carne tão apetitosa...
Retorno confortável no catamaran das Îles de Salut, na costa próxima à Kourou, na Guiana Francesa
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