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De Volta à Cuba - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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De Volta à Cuba

Cuba, Havana, Ilhas Caiman, George Town, Little Cayman

A charmosa Plaza Vieja, no centro de Havana, capital de Cuba

A charmosa Plaza Vieja, no centro de Havana, capital de Cuba


Lá fomos nós para o aeroporto para mais algumas pernas aéreas dessa nossa jornada pelo Caribe. A vantagem de estarmos numa ilha com tão pouca gente e com um aeroporto pequeno é que podemos chegar menos de meia hora antes do voo e fazer o check-in na própria pista de decolagem. Simples e prático! Ainda mais que a Isabelle, que nos levou lá, conhecia o piloto, o copiloto, a atendente, o carregador de malas, etc... Quem me dera se todas os nossos voos fossem fáceis assim...

Sobrevoando o mar caribenho ao largo de Grand Cayman, nas Ilhas Caiman

Sobrevoando o mar caribenho ao largo de Grand Cayman, nas Ilhas Caiman


Mais uma vez voando praticamente dentro da cabine do piloto, despedimo-nos pela janela dessa ilha maravilhosa e meia hora mais tarde já estávamos voando sobre Grand Cayman e George Town, nossas velhas conhecidas. E mesmo já conhecendo aquela paisagem, impossível não admirar novamente aquela belíssima paisagem, barreias de coral formando verdadeiras piscinas de água azul-esverdeada ao redor de toda a ilha. Até passamos encima da Smith´s Cove, a primeira praia que conhecemos na ilha. Parece que foi ontem! Não éramos só nós que estávamos voando. O tempo voa também...

A pequena praia de Smith's Cove, em George Town, nas Ilhas Caiman

A pequena praia de Smith's Cove, em George Town, nas Ilhas Caiman


No aeroporto de George Town fizemos novo check-in, dessa vez para Cuba. O visto é vendido ali mesmo, sem nenhuma burocracia, muito mais barato que no Brasil. Vinte dólares por pessoa, sem ter de apresentar nenhum comprovante, nem de hotel nem de passagem para sair de do país. Gastamos nossos últimos dólares caimaneros numa farmácia, aproveitamos a internet do aeroporto (sabe-se lá onde encontraremos a próxima...) e embarcamos para Cuba, a maior ilha do Caribe.

Sobrevoando a maravilhosa Cayo Largo, chegando em Cuba

Sobrevoando a maravilhosa Cayo Largo, chegando em Cuba


Essa é a segunda vez que visito a ilha de Fidel, um dos últimos países comunistas do mundo e símbolo de toda uma geração da esquerda latino-americana. Há dez anos estive lá (aqui) com um amigo, na pressa de ver o país antes que “acabasse”. Cuba ainda tentava se recuperar da crise no mundo comunista e muita gente achava que ela era a bola da vez. Bom, dez anos depois, graças à teimosia e carisma do líder máximo da revolução, o país segue socialista, embora cada vez mais permita (e estimule) uma abertura econômica de cunho capitalista, tentando seguir os passos da China. Abertura econômica e não política, exatamente como o gigante asiático. Com a doença de Fidel, muito se falou novamente de uma possível mudança de regime na ilha, mas para a tristeza da comunidade cubana de Miami, seu irmão Raul mantém a ilha no “rumo da revolução”. Até quando, ninguém sabe...

Atravessando terras cultivadas em Cuba, pouco antes de chegar à Havana

Atravessando terras cultivadas em Cuba, pouco antes de chegar à Havana


Essa é a minha curiosidade antes de chegar ao país: o que terá mudado nesses dez anos, na infraestrutura e na mente das pessoas? Como eles veem seu próprio país e como imaginam seu futuro? Teremos pouco mais de duas semanas por aqui, começando pela capital Havana e depois seguindo, de carro, por toda a ilha até Santiago de Cuba, numa jornada de quase 1000 km. Esse trecho faremos juntos com o Rafa e a Laura, nossos padrinhos que já estiveram conosco em Galápagos e que agora vieram nos encontrar por aqui. No dia 25 eles voltam enquanto eu e a Ana ainda teremos dois dias para dar uma olhada na parte oeste da ilha. Enfim, muita coisa pela frente!

Che, sempre presente nas ruas de Havana, capital de Cuba

Che, sempre presente nas ruas de Havana, capital de Cuba


E começamos vendo o país por cima! Voando das Ilhas Caiman, passamos por cima de Cayo Largo, local dos mais caros resorts do país. Visual absolutamente maravilhoso, parecia uma pintura! Em seguida, já sobre a ilha, voamos por enormes campos irrigados e cultivados, fazendas que já pertenceram quase todas à empresas americanas e que, desde o final da década de 50, são propriedade estatal. Por fim, pousamos no aeroporto internacional de Havana, passamos pela imigração e logo estávamos na rua, carros americanos da década de 50 dividindo espaço com carros russos da década de 80 e as sempre presentes propagandas de Che, Fidel e Camilo pintadas nos muros e outdoors. Estávamos em Cuba!

A Catedral de Havana, capital de Cuba

A Catedral de Havana, capital de Cuba


Logo encontramos o Rafa e a Laura, que tinham chegado em outro terminal. Parecia que tinha sido ontem que estávamos juntos em Quito! Antes de seguirmos para a cidade, para minha felicidade o meu cartão Visa funcionou no ATM e eu já pude sacar alguns CUCs, a moeda que os turistas usam por aqui. Aqui, ou se tem cartão ou então euros. Trocar dólares é meio roubada porque é cobrado uma taxa de 10% e o câmbio acaba ficando muito ruim.

Artista de rua em Havana, capital de Cuba

Artista de rua em Havana, capital de Cuba


Seguimos para El Vedado, o bairro chique da época de Batista (o sanguinário ditador pré-Castro) e hoje repleto de habitações para turistas. Essa é uma das mais antigas “aberturas capitalistas” do país. Até a década de 80, só se podia ficar nos caros e ineficientes hotéis estatais. No início da década de 90 o governo passou a permitir que cubanos recebessem turistas em suas casas, uma espécie de pequena pousada, com dois ou três quartos. Logo elas começaram a abrir em Vedado, vizinhança charmosa e tranquila. Enquanto hotéis cobram por volta de 100 dólares por quarto, essas casas particulares cobram um quarto disso. Sem contar a simpatia e a possibilidade de poder conviver com cidadãos cubanos.

Livros à venda nas ruas do centro de Havana, capital de Cuba

Livros à venda nas ruas do centro de Havana, capital de Cuba


Nós ficamos na casa da Dona Margarita, de uma família que era muito bem de vida antes da revolução. Seu sogro também foi muito ativo depois da mudança de regime. Médico, foi um dos poucos que não abandonou a ilha. Ao contrário, trabalhou duro por aqui e virou amigo pessoal de Che e Fidel. Mesmo assim, a Margarita acabou perdendo o seu negócio na época (tudo foi estatizado e era proibido ter empregados), mas manteve a bela casa. Hoje transformada em hospedaria para turistas, foi uma sorte e tanto ter vindo parar aqui. Ainda espero ter a oportunidade de conversar bastante com ela, entender como foi a transição e a vida na ilha desde então...

Arquitetura restaurada no centro de Havana, capital de Cuba

Arquitetura restaurada no centro de Havana, capital de Cuba


Mas não hoje. Resolvemos aproveitar o dia lindo e seguimos diretamente para o centro da cidade, passando pelo Malecón, a avenida mais famosa de Cuba, imortalizada nas belas filmagens de Buena Vista Social. Nada mais charmoso que percorrer essa avenida que corre na orla da cidade com a visão do Capitólio e da Fortaleza de San Carlos ao fundo e as ondas do mar estourando fortemente na muralha que margeia o mar, levantando espuma e molhando os pedestres incautos que por aí caminham.

Passeando no centro de Havana, capital de Cuba

Passeando no centro de Havana, capital de Cuba


Ainda voltaremos para o Malecón, com mais calma. Hoje fomos direto à praça da Catedral (o táxi de Vedado até aí custa 5 CUCs, equivalente a 5 dólares se desconsiderarmos a taxa de 10%) e daí começamos a caminhar pelas ruas charmosas do centro. Esse trecho da cidade vem sendo restaurado e é um prazer caminhar por suas ruas de pedra observando os prédios de paredes coloridas e como anda a vida local. Para isso, basta caminhar um ou dois quarteirões para longe das ruas turísticas e lá está o povo e a vida de verdade, sempre muita gente na rua, conversa alta, clima acolhedor. As construções estão mais caidinhas, sem o restauro das ruas turísticas, mas cum um ar bastante autêntico. É a Cuba de que eu me lembrava e que me dava tanta saudade.

A charmosa Plaza Vieja, no centro de Havana, capital de Cuba

A charmosa Plaza Vieja, no centro de Havana, capital de Cuba


Terminamos nosso primeiro passeio na capital cubana na linda Plaza Vieja, essa sim completamente restaurada, arquitetura colonial espanhola com cores alegres e vibrantes. Daí seguimos para um restaurante e brindamos o reencontro com os amigos e a longa e interessante viagem que temos à frente. Vamos passar mais dois dias em Havana e no dia 15 cedinho voamos para a Isla de La Juventud, no sul de Cuba. Voltamos no dia 17 e, de carro, seguimos para o leste, atravessando os quase 1000 km até Santiago. Estamos só no começo!

Reencontro com os padrinho Rafa e Laura, em Havana, capital de Cuba

Reencontro com os padrinho Rafa e Laura, em Havana, capital de Cuba

Cuba, Havana, Ilhas Caiman, George Town, Little Cayman, Praia, Grand Cayman

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Comentários (2)

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  • 01/03/2012 | 10:47 por Rui Carneiro

    Estou curtindo muito sua viagem. Em 2008 estive sentado aí nesse bar/restaurante (pelo menos me pareceu familiar, pelo mojito). Boa sorte nas próximas etapas. Rui

    Resposta:
    Oi Rui

    Restaurante gostoso, muito bem localizado, ótimos preços e excelente mojito!

    Vamos ver se vc reconhece outros lugares da nossa viagem pelo país!

    Grande abraço

  • 29/02/2012 | 19:29 por Lina

    Que jóia!,!!! Estou louca para ler os seus próximos posts da estadia em Cuba. Do jeito que esta a sua programação acho que vocês chegam nos EUA a tempo de votar na primaria dos republicanos

    Resposta:
    Oi Lina

    A passagem por Cuba foi mesmo especial! Espero que os posts façam jus ao país...

    Tenho acompanhado um pouco das notícias sobre as primárias, mas difícil saber quem é o pior por lá, hein!

    Beijos


    P.S Vc vem nos encontrar nos EUA?

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