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Cidade em Festa

Colômbia, Cartagena

Desfile de 'carnaval' nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia

Desfile de "carnaval" nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia


Por uma grande coincidência, chegamos à Cartagena justo nos dias da maior festa anual da cidade. É a celebração da independência (data diferente do resto do país), época em que se faz um verdadeiro carnaval em Cartagena. São cinco dias de festas, de quinta à segunda, quando tudo para e há desfiles carnavalescos por toda a cidade, principamente na região do centro histórico, dentro e ao redor das centenárias muralhas que antes defendiam Cartagena de piratas e hoje atraem milhares de turistas anualmente à cidade.

Na muralha de Cartagena, na Colômbia

Na muralha de Cartagena, na Colômbia


Durante esses dias não há muito o que possamos fazer em relação à nossa viagem ao Panamá. Aqui e ali, procuramos notícias de veleiros que possam nos levar para lá, mas ainda não fechamos nada. Na verdade, estamos é aproveitando para colocar os posts dos nossos blogs em dia, coisa que que acontece há alguns meses. Mas vamos sair da América do Sul zeradinhos, prontos para nova etapa da viagem.

A famosa 'Plaza del Reloj', em Cartagena, na Colômbia

A famosa "Plaza del Reloj", em Cartagena, na Colômbia


Nossa rotina tem sido acordar mais tarde, trabalhar no hotel e depois, no início da tarde, enquanto a cidade começa a esquentar os tamborins para as festas do dia, sairmos por aí, para ver desfiles e caminhar pelas charmosas ruas do centro histórico. O problema é que quase todos aqui, nesta época, andam com sprays de espuma e ficam se atacando mutuamente e também aos passantes incautos. A Ana é alvo preferencial deles e eu, se estiver por perto, sempre pego uma rebarba. Assim, não temos saído com a Nikon, para não arriscar. A Intova, nossa máquina mais "popular", não faz jus à beleza da cidade. Ou seja, até agora, não temos boas fotos da cidade ´para mostrar. Quem sabe, depois das festas e dos sprays de espuma...

Desfile entre os muros de Cartagena e o mar, na Colômbia

Desfile entre os muros de Cartagena e o mar, na Colômbia


Fora essa questão das fotos, não podemos reclamar. Passeamos bastante nas ruas centrais admirando a bela arquitetura que ainda vamos fotografar... Assistimos à magníficos finais de tarde sobre os muros da cidade, bem em frente ao mar do Caribe, enquanto os desfiles transcorriam logo abaixo, na avenida entre a muralha e o mar.

Fogos de artifício na PLaza del reloj, na entrada da cidade murada de Cartagena, na Colômbia

Fogos de artifício na PLaza del reloj, na entrada da cidade murada de Cartagena, na Colômbia


Com nossos amigos colombianos no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)

Com nossos amigos colombianos no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)


Mas, melhor de tudo, passamos noites memoráveis num boteco chamado Esquina Sandiegana, frequentado apenas por locais, onde pudemos danças muita salsa. A Ana, obviamente, muito mais do que eu! Ficamos muito amigos do Chistian e do Elith, este último um verdadeiro maestro da salsa. Ensinou muitos passos à Ana e era um prazer vê-los bailar. Até eu me soltei um pouco, mas não com aquela desenvoltura da minha cara-metade. Mas, enfim, foram noites que não esqueceremos, excelente trilha músical, ambiente alegre e caliente e a tradicional simpatia colombiana. Exatamente da maneira que idealizamos uma noite em Cartagena! Muito jóia mesmo!

Arriscando passos de salsa no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)

Arriscando passos de salsa no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)


Bailando salsa com o Elith no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)

Bailando salsa com o Elith no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)


Também estivemos no muito mais famoso Cafe Habana, que nos tinha sido bastante recomendado pelo Douglas e a Clara. Um espetáculo, música ao vivo de excelente qualidade e muita gente bonita. Espero ainda ter a chance de voltar lá alguma vez.

Desfile de 'carnaval' nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia

Desfile de "carnaval" nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia


Desfile de 'carnaval' nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia

Desfile de "carnaval" nas festas de independência de Cartagena, na Colômbia


Por fim, tivemos a sorte de ver um dos desfiles bem em frente ao nosso hotel, na Calle Larga. Aí sim estávamos com a máquina e pudemos registrar um pouco da beleza dos grupos fansasiados e das pessoas. Muito parecido com alguns desfiles do Brasil. Não tenho dúvida que, entre prós e contras, valeu muito passarmos por aqui justamente nessa época!

Felicidade pura em noite de salsa no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)

Felicidade pura em noite de salsa no bar Esquina Sandiegana, na cidade murada de Cartagena, na Colômbia (foto de Christian Mendoza)

Colômbia, Cartagena,

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Flórida Keys

Estados Unidos, Flórida, Key Largo, Key West

Praia em Key West

Praia em Key West


Madrugamos hoje, para dar conta do recado e da extensa programação. Às cinco estávamos de pé e às seis pegando estrada (que, na verdade, era mais uma avenida, cheia de irritantes semáforos). Nosso objetivo era chegar em Key Largo às 07:30 para mergulhar com a Ocean Divers por lá. Como tínhamos perdido o horário no dia anterior para fazer a reserva, tínhamos de chegar assim que a loja abrisse, para garantir um lugar no barco.

Key Largo é a primeira das Keys, uma sequência de ilhotas ao sul da Flórida que avançam pelo Mar do Caribe, formando a terceira maior barreira de corais do mundo (depois da australiana e da de Belize). Já foram cenário de vários filmes americanos. Uma das coisas que as faz famosas é exatamente a estrada que as liga ao continente, ponte por ponte, sempre cruzando o lindo mar esmeralda logo abaixo. Coisa de americano! Fiquei imaginando que se eles conquistassem o Brasil, logo fariam uma estrada ligando Paranaguá à Ilha do Mel e de lá para a Ilha das Peças, Superagui, Ilha do Cardoso, Ilha Cumprida e de volta para o continente. Uffff, prefiro do jeito que é hoje! Mas, aqui nas Keys, não posso reclamar não. A estrada (depois de uns 30 km de avenida irritante cheia de semáforos, a US-1 vira mesmo uma estrada) é linda, super cênica. Uma atração em si mesma.

Estrada para Key West

Estrada para Key West


Pois bem, a estrada fica bonita mesmo depois de Key Largo, no trecho que vai até a última e mais famosa das Keys, Key West. Mas isso, só vimos de tarde. Lá em Key Largo conseguimos entrar no barco da Ocean Divers, que parece ser a principal operadora do local. O mergulho principal da manhã foi no Duane. Na velocíssima lancha da operadora, em meia hora já estávamos no local do mergulho. Eu e a Ana ainda nos batíamos com o equipamento recém comprado, ainda não batizado. Entre configurá-los para um mergulho recreacional, ajustá-los ao nosso tamanho e a Ana lutar contra o enjôo do barco, todos os outros mergulhadores já tinham pulado do barco e só restava a gente lá em cima. Na verdade, nós e o Marcos, o dive master que descobrimos ser meio brasileiro. Ele nos ajudou bastante e, mesmo atrasados, saltamos também para o nosso mergulho inicial da viagem.

O mergulho, depois de alguns minutos para nos ajustarmos, agora em baixo d'água, ao nosso equipamento e à corrente, foi muito jóia. É um enorme naufrágio artificial, perto dos 40 m de profundidade. A visibilidade devia ser de uns 25 m, talvez. Com tão poucos mergulhadores no local, e num barco tão grande, acabamos fazendo nosso mergulho totalmente sozinhos. E assim, vamos nos acostumando a nossa nova realidade: mergulhos sem guias. O naufrágio tem muitos peixes, mas o mais legal são as diversas penetrações possíveis. Numa delas, o ponto alto do mergulho: eu vinha atrás da Ana e ela passou sem olhar para o lado, num quarto mais escuro. Quando eu passei, apontei a lanterna e vi um monstro: um enorme Mero de mais de 200 kg, dentro de um quartinho 3x3. Visão incrível! Ele ficou lá, me olhando, meio paradão, como geralmente ficam os Meros. Chamei rapidamente a Ana para ver, mas não entrei no quarto não. Fiquei meio cabreiro com a possível reação dele. Já vi outros Meros grandes em Noronha, mas de tão perto e num espaço tão pequeno, foi a primeira vez. Valeu o mergulho!

O segundo mergulho foi de "desintoxicação", num recife rasinho. Agora, bem mais senhores dos equipamentos e da situação, aproveitamos bem o que parecia ser uma visita a um aquário.

De volta a Key Largo, após confabularmos, decidimos deixar nossas coisas num típíco hotel americano de estrada, desses que aparecem em tantos filmes e seguir para o fim das Keys, Key West. Um longa e linda viagem de 2 horas voando sobre o oceano. Seria corrido, afinal teríamos de voltar no mesmo dia, mas estávamos tão perto desse cenário maravilhoso que tínhamos de ir. Depois de tantos dias trabalhando dentro de um apartamento, decidimos que era bom para desenferrujar!

Bar na praia, em Key West

Bar na praia, em Key West


Passamos um fim de tarde bem gostoso numa prainha tranquila, bebericando num bar cheio de figuras engraçadas e interessantes, a começar pelo casal que tocava no bar. Tenho a impressão que Key West é um centro para americanos alternativos. E também para aqueles que querem uma boa vida, na cidade mais tropícal que o país deles oferece. Na hora do pôr-do-sol, resolvemos ir para o lado oeste da ilha. Já idealizei um cenário idílico, só eu, a Ana, a praia de areias brancas, o mar verde esmeralda e um coqueiro solitário. Doce ilusão. A torcida do Flamengo e a do Corinthias pensaram a mesma coisa. O centro comercial de Key West está nesta parte da ilha. São dezenas e dezenas de barzinhos sempre lotados, com música ao vivo e turistas de todas as partes. Plena quarta-feira e tudo lotado. Acho que é a vida normal da cidade. E na hora do pôr-do-sol, todos se dirigem aos piers estrategicamente construidos para este evento diário. Com estrutura para receber shows, artistas performáticos e turistas ávidos para consumir. Enfim, não foi o cenário que imaginei, mas foi bem legal. O clima é ótimo, de festa, todo mundo feliz. O pôr-do-sol é aplaudido de pé e acompanhado por toda sorte de shows, de jazz a pirofagia, de mágicos a palhaços, de dança à pura reflexão. Não poderia ter uma vibração melhor.

Pôr-do-Sol em Key West

Pôr-do-Sol em Key West


Logo após o pôr-do-sol e após passearmos na praça dos shows, fomos disputar um lugar num dos incontáveis restaurantes. Todos servidos com a já comentada eficiência capitalista americana. Bem alimentados, enfrentamos mais 2 horas de volta para Key Largo para mais um mergulho, dessa vez no rei dos naufrágios, o Spiegel Grove.

Estados Unidos, Flórida, Key Largo, Key West, Mergulho, Praia

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Trancoso

Brasil, Bahia, Caraíva, Trancoso

Caminhando no Quadrado, em Trancoso - BA

Caminhando no Quadrado, em Trancoso - BA


Nossa última manhã em Caraíva, com chuva, foi de Lan House e de despedidas. A Lan House é o único ponto de acesso à internet em Caraíva. E tinha ficado fora do ar por dois dias! Já fazia um bom tempo que não usávamos uma e ela quebrou um galhão!

Com a Duca, em Caraíva - BA

Com a Duca, em Caraíva - BA


As despedidas foram da Pousada da Praia, ex-casa de Zé Rubens, e da Duca. Prometemos voltar e trazer os pais, que tanto vão curtir a cidade, suas águas (mar e rio) e sua comida (Duca)! Deixamos Caraíva numa manhã nublada, chuviscando, mas felizes que a vila não tem para onde crescer, espremida entre o rio, o mar e o Parque Nacional do Monte Pascoal. Um lugar onde são proibidos carros, jet skies e postes de iluminação. Um lugar onde o asfalto jamais chegará! Okay... não é a mesma Caraíva de 20 anos atrás, mas mudou muito menos que suas vizinhas!

As casa coloridas do Quadrado, em Trancoso - BA

As casa coloridas do Quadrado, em Trancoso - BA


E foi para uma vizinha que viajamos. Trancoso já foi símbolo de circuito alternativo, em meados da década de 80 e hoje é símbolo de grifes, casamentos e reveillons da alta burguesia. O pacote de uma semana, no reveillon, em casas de design exclusivo, chega a custar 45 mil reais! E tem gente que paga...

A praia vista do alto do Quadrado, em Trancoso - BA

A praia vista do alto do Quadrado, em Trancoso - BA


Para chegar ao charmoso centro da cidade, que antigamente ERA a cidade, é preciso atravessar uma periferia digna de cidade grande, com suas lojas de construção e borracharias. Vencida essa etapa, precisamos cruzar com os 20 ônibus da CVC que trazem pacoteiros diariamente para passar o dia, de Porto Seguro. Por fim, chegamos ao prêmio. E, mesmo com os percalços, o prêmio vale!

A Igreja no Quadrado, em Trancoso - BA

A Igreja no Quadrado, em Trancoso - BA


O "Quadrado", como é chamado o centro da cidade, é uma enorme praça ladeada por construções históricas transformadas em pousadas, lojas e restaurantes. Todas muito bem conservadas e muito charmosas. A praça é enorme, um grande gramadão, cheio de árvores frondosas. Os carros são mantidos afastados e só se vê pessoas caminhando. Na ponta do Quadrado, uma igreja secular. E atrás da igreja, uma vista estupenda do mar verde esmeralda lá em baixo, com a orla cheia de coqueiros.

Barraca Pé na Praia, em Trancoso - BA

Barraca Pé na Praia, em Trancoso - BA


É possível passar horas visitando as construções que rodeiam o Quadrado, cada uma mais charmosa que a outra. Para quem gosta de comer, então, é uma festa. Na temporada, todas as grandes grifes se instalam nas redondezas, tornando a cidade um paraíso para quem gosta de comprar bem e caro e de desfilar para ser visto.

O restaurante El Gordo, em Trancoso - BA

O restaurante El Gordo, em Trancoso - BA


Eu e a Ana viemos de passagem. Nosso intuito era dormir em Arraial d'Ajuda. Mas o charme do Quadrado mais a companhia das amigas cariocas nos fez mudar de idéia e decidimos dormir por aqui mesmo. Mal pudemos aproveitar as lindas praias, já que São pedro não colaborou, muito pelo contrário. Mas, para quem vinha de Caraíva e Corumbau, não fizeram muita falta não. Gostoso mesmo foi passear no Quadrado. De dia e de noite, quando a iluminação o faz ainda mais charmoso. mesmo com o céu desabando.

Com a Luciana, Ana e a Gracie no restaurante 'El Gordo' em Trancoso - BA

Com a Luciana, Ana e a Gracie no restaurante "El Gordo" em Trancoso - BA


Fizemos os cinco um tour pelos restaurantes da praça, começando no chique El Gordo e terminando no charmoso Beringela. À base de caipirinhas e muita conversa gostosa, demos um olé na chuva e aproveitamos cada minuto da noitada que praticamente só tinha nós como representantes. Ficamos imaginando a muvuca na temporada...

Sombrinha para enfrentar a chuva no Quadrado de Trancoso - BA

Sombrinha para enfrentar a chuva no Quadrado de Trancoso - BA


Trancoso é uma daquelas cidades que eu morro de saudades de uma época que não conheci. São só relatos e minha imaginação que criam um pequeno paraíso para o qual eu queria voltar, apesar de nunca ter estado lá. De volta à realidade, o que podemos fazer é aproveitar o charme do Quadrado, fora da temporada e dos desfiles, esquecendo do estranho mundo que cresceu à sua volta.

Sombrinha para enfrentar a chuva no Quadrado de Trancoso - BA

Sombrinha para enfrentar a chuva no Quadrado de Trancoso - BA

Brasil, Bahia, Caraíva, Trancoso,

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A Guerra das Malvinas e as Falkland de Hoje

Falkland, Port Stanley

Propaganda pró-britânica em Port Stanley, a capital de Falkland

Propaganda pró-britânica em Port Stanley, a capital de Falkland


Passeando por Port Stanley, é fácil perceber que ocorreu algo muito grave por ali, poucas décadas atrás. Seja pelos avisos sobre minas, seja pelas mensagens nem sempre muito delicadas aos argentinos, a guerra de 82 ainda está muito viva na memória dos habitantes do arquipélago.

Representação de trincheira argentina em museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland

Representação de trincheira argentina em museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland


Para quem já tinha perto dos 10 anos em 1982, há de se lembrar de um assunto que ocupou todo o noticiário da TV e jornais entre os meses de Abril e Junho daquele ano: a crise das Malvinas, que terminou como a Guerra das Malvinas. Nomes como “Port Stanley”, “fragata”, “porta-aviões”, “Sea Harrier”, “Sheffield”, “Belgrano” e o famoso “Exocet” passaram a fazer parte do nosso vocabulário e imaginário.

Propaganda argentina durante a ocupação da ilha em museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland

Propaganda argentina durante a ocupação da ilha em museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland


Recapitulando rapidamente a história: Espanha e Inglaterra reclamavam soberania sobre esse arquipélago no Atlântico Sul, mas os ingleses abandonaram as ilhas ao final do séc. XVIII, mesmo ainda dizendo que elas pertenciam a Sua Majestade. A Argentina, depois de se tornar independente, se julgou herdeira da soberania e mantinha uma esparsa e confusa ocupação do arquipélago. Naquela época, nem a Patagônia era ocupada, território livre dos indígenas. Os ingleses voltaram em 1833 e expatriaram uma pequena guarnição argentina que lá estava. Desde então, foram os senhores de Falkland, apesar das contínuas reclamações hermanas. Durante o governo nacionalista de Perón, na década de 50, as reclamações de soberania aumentaram. Foi aí que começaram a surgir em todas as cidades e estradas argentinas ruas, praças e monumentos com o nome ou mensagem “Las Malvinas son Argentinas!”.

Memorial aos mortos da guerra de 82, em Port Stanley, a capital de Falkland

Memorial aos mortos da guerra de 82, em Port Stanley, a capital de Falkland


Memorial aos mortos da guerra de 82, em Port Stanley, a capital de Falkland

Memorial aos mortos da guerra de 82, em Port Stanley, a capital de Falkland


Na segunda metade do séc. XX o arquipélago já tinha perdido boa parte de seu valor estratégico-militar. Numa época em que porta-aviões e mísseis podem levar destruição e poder de fogo a qualquer parte do mundo, a ocupação de Falkland havia se tornado um grande peso para o Tesouro Britânico. Afinal, manter a infra-estrutura e enviar alimentos para tão longe custava caro e a lã das ovelhas não estava pagando a conta. Fazia muito mais sentido aumentar os laços econômicos e até políticos das ilhas com a Argentina, muito mais perto dali. Foi quando as discussões para uma transferência de soberania evoluíram bastante e é muito capaz que, seguindo os caminhos “normais”, tivessem o mesmo resultado do que ocorreu em Hong Kong, que voltou a ser chinês depois de mais de um século de soberania britânica.

Monumentos a ingleses mortos na guerra em Port Stanley, capital de Falkland

Monumentos a ingleses mortos na guerra em Port Stanley, capital de Falkland


No início da década de 70 o velho populista voltou ao poder na Argentina, depois de longo exílio na Espanha. Tudo indicava que as negociações evoluiriam ainda mais. A Argentina até foi a responsável pela construção do aeroporto do arquipélago, ganhando a simpatia dos habitantes locais. O problema é que, no continente, Perón faleceu em meio a uma crise política cada vez maior, extrema esquerda e direita se enfrentando nas ruas das grandes cidades. Sua 3ª esposa e vice-presidente assumiu, mas era completamente inapta. As tensões políticas se exacerbaram e os militares deram um golpe, instaurando a mais feroz ditadura militar que essa parte do mundo já viu. Em poucos anos, foram 30 mil mortos e outros milhares presos e torturados. Corpos apareciam boiando nas praias do Uruguai. Haviam sido atirados de helicópteros e aviões militares sobre o Rio da Prata. É claro que um governo assim desestimulou os britânicos a uma transferência de soberania. As negociações empacaram.

Mensagem pró-britânica em Port Stanley, capital de Falkland (foto do Peter)

Mensagem pró-britânica em Port Stanley, capital de Falkland (foto do Peter)


Na Argentina, a eficiência repressiva só era comparável a ineficiência administrativa e econômica. O país estava em grave crise social e o governo, mais impopular do que nunca. Grandes manifestações pediam mudança da política econômica e o fim da ditadura corrupta e sangrenta. Numa última cartada para se manter no poder, o General Galtieri sacou seu az da manga: invadiu e ocupou as Malvinas. De um dia para o outro, de grande vilão passou a grande herói no país, sendo aclamado entusiasticamente nas ruas. Por toda a América Latina, até mesmo as forças de esquerda passaram a apoiar o ditador de direita. Nada como o patriotismo cego!

Foto de soldados ingleses durante a guerra, em museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland

Foto de soldados ingleses durante a guerra, em museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland


O cálculo dos militares argentinos era o seguinte: primeiro, ganhariam grande apoio interno, o que realmente aconteceu. Segundo, o fraco governo inglês da Primeira-ministra Margaret Tatcher não se daria ao trabalho de vir reconquistar essas pequenas ilhas no sul do planeta. Terceiro, o governo militar da Argentina sempre fora o mais incondicional aliado dos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria, o que garantiria, no mínimo, a neutralidade da grande super potência do hemisfério. O problema é que as duas últimas premissas estavam profundamente erradas. Tatcher viu aí uma grande possibilidade de unir os britânicos e fortalecer seu governo. E os Estados Unidos, depois de tentar mediar a paz com uma retirada argentina, acabaram apoiando com informação e logística um aliado que sempre consideraram muito mais importante do que a própria Argentina. Rapidamente, o velho Império acordou, organizou uma poderosa força-tarefa capitaneada pelos porta-aviões Hermes e Invincible e a enviou ao Atlântico Sul. Os dados estavam lançados...

Interior do museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland

Interior do museu histórico de Port Stanley, a capital de Falkland


Tudo foi muito rápido. A Argentina ocupou as ilhas no dia 2 de Abril. No dia 12 de Abril os britânicos já declaram uma área de exclusão naval e aérea de 200 milhas náuticas ao redor do arquipélago. Qualquer navio ou avião por ali poderia ser derrubado ou afundado. Até mesmo um Boeing da Varig fazendo a linha para a África do Sul e voando fora desse limite foi abordado por aviões ingleses. Enquanto isso, a força naval britânica se aproximava, frenéticas negociações se desenrolavam, a Europa se unia em torno da Inglaterra enquanto países latinos, de forma geral, apoiavam a Argentina, exceção ao Chile, que ao longo da crise deu apoio operacional aos ingleses. As negociações não tiveram sucesso e no dia 24 de Abril os ingleses retomaram a posse da Geórgia do Sul, além de danificarem e tomarem o submarino argentino Santa Fé. Era a guerra que parecia começar, ainda diante de um mundo atônito com a velocidade dos acontecimentos.

Destroço de avião argentino em museu de Port Stanley, a capital de Falkland

Destroço de avião argentino em museu de Port Stanley, a capital de Falkland


A certeza da guerra só veio alguns dias depois, com o início da batalha pelo controle aéreo sobre o arquipélago. Foi quando, no dia 2 de maio, um submarino inglês afundou o cruzador argentino General Belgrano fora dos limites da zona de exclusão. No evento mais mortífero dessa guerra, morreram 323 marinheiros argentinos, com outros 700 sendo recolhidos do mar e transformados em prisioneiros. Agora, não tinha mais volta. Dois dias depois veio o troco, quando a fragata inglesa Sheffield foi afundada por um míssil de fabricação francesa, o Exocet, disparado por um avião argentino, matando 20 marinheiros britânicos. Ao todo, foi um mês de renhidas batalhas navais e aéreas até que, em 21 de Maio, forças inglesas desembarcaram na baía de San Carlos, em West Falkland. Foram precisos mais 24 dias de batalhas terrestres para que, em 14 de Junho, as forças argentinas em Port Stanley se rendessem. O saldo final foi de 907 mortos, sendo 649 argentinos, 255 ingleses e 3 civis.

Adesivos pró-Inglaterra em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Brian Myers)

Adesivos pró-Inglaterra em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Brian Myers)


A derrota argentina foi fatal para a ditadura militar, que teve de ceder o poder político em seu país. Durante a guerra, os argentinos acreditavam estar vencendo as batalhas, enganados por uma imprensa controlada e ufanista. A descoberta da dura realidade foi um golpe para o orgulho nacional, algo que ainda tentam lidar até os dias de hoje, 30 anos depois. Mas o sentimento das “Malvinas Argentinas” não mais se arrefeceu, fazendo parte da psique nacional, a nova geração aprendendo isso desde cedo, a única ideia a unir os mais variados espectros políticos da vida nacional. O problema é que a guerra também teve o efeito de fortalecer o espírito inglês de soberania das ilhas, mesmo que isso custe caro. E o pior, a invasão e a possibilidade de viver sob o jugo de uma sangrenta ditadura militar causou um forte ressentimento entre os Kelpers, os habitantes de Falkland, que passaram a abominar qualquer união com o país vizinho.

Mensagem política em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Mitch Jasechko)

Mensagem política em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Mitch Jasechko)


A Argentina segue hoje na sua luta pela soberania do arquipélago. O problema é que segue pelo caminho errado. É contra qualquer participação dos Kelpers nas negociações, conversando diretamente com os ingleses. Em um plebiscito recente nas ilhas, a opção de permanecer unido à Grâ-Bretanha venceu com avassaladores 98% dos votos. A economia das ilhas continua bastante dependente do Tesouro Inglês, apesar dos ganhos com o turismo estarem cada vez maiores. Essa ainda é a principal força argentina nas negociações, o prejuízo que Falkland continua representando para os contribuintes ingleses. Por isso, e não pela alegada “preocupação ecológica”, o governo argentino faz de tudo para que não prospere a possibilidade de exploração de petróleo em Falkland. Tudo indica que há sim muito óleo sobre a terra por ali, o que traria a independência econômica do arquipélago se fosse explorado. A Argentina ameaça de todas as maneiras retaliar as empresas envolvidas nessa possível exploração.

Mensagem contra argentinos em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Mitch Jasechko)

Mensagem contra argentinos em Port Stanley, capital de Falkland (foto de Mitch Jasechko)


Para mim, está claro que o caminho deveria ser outro. Mas com um governo populista como o atual, acho meio difícil. Teria de ser um caminho de longo prazo. Argentinos deveriam trabalhar para ganhar os corações e mentes dos Kelpers através de ajuda e cooperação, e não de ameaças. É claro que todos sairiam ganhando, as ilhas tão próximas do continente, o que facilitaria e muito o comércio e o turismo. Construir o aeroporto foi uma ótima ideia, Invadir a ilha, foi péssima. Tentar bloquear a ilha economicamente também é uma péssima ideia. Oferecer ajuda na área médica e educacional seria uma ótima ideia. Demoraria uma geração para baixar os ânimos. Mas uma geração, para quem tem visão de longo prazo, passa rápido.

Aviso sobre o cuidado a ser tomado com as minas ao redor de Port Stanley, capital de Falkland (foto de Mitch Jasechko)

Aviso sobre o cuidado a ser tomado com as minas ao redor de Port Stanley, capital de Falkland (foto de Mitch Jasechko)


Por fim, um último aspecto. Os argentinos deixaram atrás de si, principalmente ao redor de Port Stanley, uma miríade de campos minados. Era uma tentativa de defesa contra uma força militarmente superior. Essas minas são de difícil detecção e já houve acidentes ao se tentar encontrá-las e desarmá-las. A solução encontrada foi cercar vários terrenos com arame farpado, uma terra que se tornou inacessível. Uma lembrança constante da lambança de se fez ali. Nada que contribua para aquietar os ânimos, não poder caminhar em sua própria ilha com medo de voar pelos ares. Aqueles arames farpados e os avisos ali pendurados são mesmo um péssimo sinal. Entre as áreas permanentemente interditadas, nada mais, nada menos que a mais bela e frequentada (antes da guerra, claro!) praia do arquipélago, Gipsy Cove. Quase como se Maresias e Ipanema fossem, hoje, lugares proibidos, apenas observáveis de uma distância “segura”.

Aviso muito comum ao redor de Port Stanley, capital de Falkland (foto de Jeff Orlowski)

Aviso muito comum ao redor de Port Stanley, capital de Falkland (foto de Jeff Orlowski)


Um dos muitos campos minados pelos argentinos ao redor de Port Stanley, capital de Falkland (foto do Bart)

Um dos muitos campos minados pelos argentinos ao redor de Port Stanley, capital de Falkland (foto do Bart)


Pois é, mas como toda moeda tem duas faces, essa também tem seu lado bom. Gipsy Cove voltou a pertencer exclusivamente a seus primeiros donos, os pinguins de Magalhães. Muito leves para detonar as minas, eles continuam a frequentar o local, agora sem ter de dividir o espaço com banhistas durante o verão. Quando muito, tem de lidar com turistas a centenas de metros de distância com seus binóculos e máquinas fotográficas. Melhor para eles, pior para os Kelpers. Kelpers que ainda chamam seu pequeno arquipélago de Falkland e não de Malvinas. Que sua vontade seja respeitada. Em tempo, há uma resolução da ONU que diz que “Falkland” é o nome a ser usado em todos os seus documentos oficiais em todas as línguas, exceto em espanhol. Aí sim, o nome oficial é “Malvinas”. Solução salomônica! No nosso português, então, é mesmo Falkland...

Praia próxima a Port Stanley, capital de Falkland (foto de Dave)

Praia próxima a Port Stanley, capital de Falkland (foto de Dave)

Falkland, Port Stanley, história

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Conceição, Joaquina, Brava e a Mole

Brasil, Santa Catarina, Florianópolis

Na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina

Na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina


Acordamos no dia 17 decididos a ir ao principal cartão postal de Florianópolis, a Lagoa da Conceição, e às praias ao seu redor, como a Joaquina e a Praia Mole. A lagoa, tecnicamente uma laguna, com pouco mais de 15 km2 de área, fica na parte central da Ilha de Santa Catarina, poucos quilômetros a leste do centro da cidade. Junto com a lagoa do Peri, mais ao sul, são os principais corpos d’água no interior da ilha, mas a Conceição é a mais conhecida, movimentada e badalada. Para que vem do centro e a vê pela primeira vez do alto do morro que a separa da cidade, é uma visão de perder o fôlego, não só a mais bela de Florianópolis, mas também uma das mais lindas de todas as capitais brasileiras. Aliás, se há alguma capital brasileira que pode desafiar o Rio de Janeiro no quesito belezas naturais, bem-vindo a Florianópolis!

Foto de satélite da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis). Estão apontados os dois maiores lagos; a lagoa do Peri, no sul da ilha, e a Lagoa da Conceição, a maior deles, na região central

Foto de satélite da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis). Estão apontados os dois maiores lagos; a lagoa do Peri, no sul da ilha, e a Lagoa da Conceição, a maior deles, na região central


A região da lagoa da Conceição, em Florianópolis. O Canto da Lagoa fica ao sul e as principais praias são a Joaquina (surfe), Mole (badalação), Galheta (nudismo) e Barra da Lagoa (mochileiros)

A região da lagoa da Conceição, em Florianópolis. O Canto da Lagoa fica ao sul e as principais praias são a Joaquina (surfe), Mole (badalação), Galheta (nudismo) e Barra da Lagoa (mochileiros)


Não sei se a beleza do local influenciou, mas foi aqui que foi instalada uma das mais antigas freguesias da ilha, em 1750. “Freguesias” eram os antigos povoados, ainda na época colonial, que não tinham tamanho suficiente para serem considerados “vilas”. A administração portuguesa havia decidido, poucos anos antes, ocupar a Ilha de Santa Catarina, antes que os espanhóis o fizessem. Essa área do país era disputada pelas duas nações. Para isso, foram trazidos milhares de habitantes das Ilhas Açores, no Atlântico, que foram distribuídos por diversas freguesias ao longo de todo o litoral de Santa Catarina, incluindo a região da atual Florianópolis. Na ilha, eles se instalaram primeiramente na região da lagoa da Conceição e de Santo Antônio de Lisboa, na costa oeste. Essa origem açoriana deixou fortes marcas na cidade, como no sotaque cantado, na arquitetura de algumas igrejas, na comida ligada ao mar e na renda de bilro. É aqui na Conceição e na sua famosa “avenida das Rendeiras” que se pode melhor encontrar esse artesanato de tradição e técnicas centenárias.

Lagoa da Conceição, cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina

Lagoa da Conceição, cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina


O Canto da Lagoa, parte sul da Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina

O Canto da Lagoa, parte sul da Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Admiradores que somos dessa cidade, já viemos à Conceição dezenas de vezes. Mas nunca nos cansamos de admirar o visual que se tem do alto do morro. Dali se vê quase toda a lagoa, seu enorme lado norte, que se estica até onde a vista alcança, seu pequeno e exclusivo lado sul, o Canto da Lagoa. Separando as duas partes, uma pequena ponte por onde se estrangula o pesado trânsito que vem das praias, principalmente nos finais de tarde na época da temporada. Tão belo e tão infernal, não é incomum perder mais de uma hora para se percorrer uns poucos quilômetros. É o lugar certo, mas na hora errada!

Restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Em restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Em restaurante na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Foi quase o que aconteceu conosco na noite de ontem, quando voltamos por aqui vindos da praia dos Ingleses, no norte da ilha. Deu um belo trabalho passar pela Praia Mole e chegar até a Avenida das Rendeiras. O trânsito ainda estava pesadíssimo até a ponte sobre a lagoa, mas nós paramos antes disso em um dos bons restaurantes da avenida e nos esbaldamos num delicioso jantar. A região da lagoa é conhecida pelas excelentes opções culinárias e, um pouco mais tarde, pelas baladas movimentas no chamado “centrinho da lagoa”. Depois do jantar, o trânsito já estava bem mais leve e retomamos nosso caminho para a Beira-mar, no centro.

1000dias na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina

1000dias na Lagoa da Conceição, o mais conhecido cartão postal de Florianópolis, em Santa Catarina


A ponte da Lagoa e a Avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina

A ponte da Lagoa e a Avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição, leste de Florianópolis, em Santa Catarina


A Lagoa da Conceição e o mar ao fundo, leste de Florianópolis, em Santa Catarina

A Lagoa da Conceição e o mar ao fundo, leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Hoje, cá estávamos de volta, agora com a luz do dia para poder aproveitar o visual e tirar fotos. Do alto do mirante, além da lagoa, também podemos ver a costa leste da ilha, as famosas praias da Joaquina, Mole e Barra da Lagoa, o azul do oceano ao fundo. Bastante marcante também é o lençol de dunas que se estende da Avenida das rendeiras até a Joaca, apelido carinhoso da Praia da Joaquina. Aliás, antes de ter esse nome (e apelido), a Joaquina era conhecida como Para das Dunas, pois a única forma de chegar até lá era através de uma longa caminhada pelas dunas. Deveria ser incrível! Mas a estrada chegou até lá há meio século e a praia ganhou o novo nome, esse que ficou famoso no mundo inteiro, pelo menos dentro da comunidade surfística.

Praias na região da Lagoa da Conceição, leste Florianópolis, em Santa Catarina

Praias na região da Lagoa da Conceição, leste Florianópolis, em Santa Catarina


Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Assim como a Praia Mole, um pouco mais ao norte, a Joaquina é completamente voltada para mar aberto, para o oceano. A rebentação chega com força e a praia virou point de surfistas desde a década de 70. Passou a fazer parte do calendário de competições nacional e internacional e junto com a fama e esses eventos veio (e vem!) gente jovem, bonita e sarada. Se além de azarar, você também quiser entrar no mar, vai ter de saber nadar e não ter medo de água fria, talvez a mais gelada da ilha. Mas se quiser apenas caminhar na areia, a praia vai longe. Mais de 3 quilômetros até o Campeche, as duas praias na mesma faixa de areia. A divisão é apenas por convenção. E aí, são outros tantos quilômetros de praia. Se não estiver se sentindo tão atlético assim, são muitas opções para boa comida e cerveja gelada. Só torça para não estar ventando muito, que também é muito comum por aqui.

Surfista toma vaca na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Surfista toma vaca na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Surfistas de long board na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Surfistas de long board na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Nesse caso, afaste-se do mar e caminhe pelas dunas. São belíssimas e dizem que foi por aqui que nasceu o “sand board”, o surfe na areia, descendo a duna sobre uma prancha mais parecida com a de skate do que com a de surfe original. Várias tendas têm as pequenas pranchas para alugar e no verão as dunas são quase tão movimentadas como a própria praia.

Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina

Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina


Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina

Caminhando nas dunas da praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina


A Joaquina foi nosso destino depois de algum tempo no mirante do morro, fotografando a bela paisagem sobre nossos pés. Cruzamos o centrinho da lagoa, cruzamos a ponte e atravessamos toda a Avenida das Rendeiras, na orla sul da parte norte da Conceição. Daí se pode admirar as pessoas fazendo esporte nas águas salobras da lagoa, como o Wind surf e o kite. Tem até alguns banhistas também, embora nessa parte da lagoa, muitas vezes o banho não seja recomendado por causa da sujeira na água (que pecado!!!). No fim da avenida, seguimos para a Joaquina e nos afastamos da muvuca inicial caminhando para o sul.

Fim de tarde na Praia da Joaquina, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Fim de tarde na Praia da Joaquina, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Aproveitando a tarde na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Aproveitando a tarde na praia da Joaquina, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


O dia estava lindo e arriscamos até alguns mergulhos. Mas o vento chegou e não demorou muito para a praia ficar bem vazia. A gente se refugiou em algum dos restaurantes e depois foi passear nas dunas. Já no meio da tarde, foi a vez de irmos explorar o belo costão na parte norte da praia. Do alto das pedras se tem a melhor visão dos surfistas que se arriscam nas enormes ondas ali do lado. Foi aqui que vi a Joaquina pela primeira vez, um quarto de século atrás. Em 1989 ela já era famosíssima no país e lembro-me de ter ficado emocionado aqui nessas mesmas pedras. Hoje as ondas não estavam tão grandes, mas o fim de tarde estava lindo como sempre!

Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina

Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina


Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina

Fim de tarde na Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina


Saciada a nostalgia, voltamos para o carro e seguimos para o norte. O destino era a vizinha Praia Mole, do outro lado do costão de pedra. Além do mar cheio de ondas, essa praia é famosa por sua badalação e azaração durante o dia. Muita gente bonita mesmo. No verão, parece até desfile. Nesse dia, chegamos meio tarde e os bares em frente à praia já começavam a esvaziar. Tomamos nosso “drinque” e prometemos voltar outro dia, mais cedo. Cumprimos apenas metade da promessa. Voltamos sim, vindos da Barra da Lagoa, mas acabamos por chegar tarde novamente. Enfim, outras oportunidades não faltarão.

Praia da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópois, em Santa Catarina

Praia da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópois, em Santa Catarina


Ponte sobre a barra da lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina

Ponte sobre a barra da lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina


Ao lado da Praia Mole, numa curta caminhada na areia entre grandes pedras, no seu lado norte, está outra famosa praia da cidade, a Galheta. A fama vem do fato de ser uma praia de nudismo, a única da ilha. Na temporada, está todo mundo nu por ali, mesmo. Mas já viemos aqui em outras épocas e pudemos chegar até lá vestidos. A praia é linda e só podemos dizer que esses naturalistas tem muito bom gosto! Nesse dia, com o vento que estava, imagino que ela estivesse bem deserta, mas nós não fomos até lá. Quase sem luz, preferimos mesmo o drinque em frente a Mole, uma conversa (mole) com uns gringos que ali estavam e o retorno para casa, no centro.

A Barra da Lagoa, em Florianópois, em Santa Catarina

A Barra da Lagoa, em Florianópois, em Santa Catarina


A barra da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina

A barra da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, Santa Catarina


No dia 22, voltamos à carga nesse lado da ilha. Dessa vez, o destino foi a Barra da Lagoa, ainda um pouco mais para o norte. Eu adoro esse “bairro” da cidade e muitas vezes fiquei em pousadas por aqui. O nome vem do fato que aqui está o canal que liga a Conceição com o mar. Água bem clarinha, muitos barcos e canoas ancorados, um charme só. Alguns bares na beira do canal, uma praia de ondas mais tranquilas, um pequeno farol e uma ponte para pedestres atravessarem o canal completa o cenário quase idílico. O clima é muito mais relaxado que na vizinha Praia Mole, as pessoas menos preocupadas em verem e serem vistas, apenas curtindo a bela natureza ao seu redor.

Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Arte nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Caminhando nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Caminhando nos becos da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Talvez por isso o bairro atraia tantos mochileiros. Atravessando a ponte, nos becos do outro lado do canal onde não se chega de carro, há vários albergues e pousadas para este tipo de público. É também por aí que passamos para pagar a trilha que dá a volta em toda a península. Não tínhamos tempo para fazer todo o caminho (e voltar, pois a Fiona nos esperava por ali), mas resolvemos ir até umas pedras que formam piscinas naturais no mar e propiciam uma bela vista da Barra da Lagoa e do oceano à frente.

Prainha da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina

Prainha da Barra da Lagoa, costa leste de Florianópolis, em Santa Catarina


Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Trilha na região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina


No caminho, passamos pela Prainha da Barra Da Lagoa, com algumas poucas dezenas de metros, mas famosa pelo movimento de fim de tarde, um pequeno futebol e um bar conhecido por seu churrasco. Não paramos na ida, preocupados em chegar às tais pedras. Mas na volta, foi aí que nos enrolamos bastante, felizes em acompanhar o movimento, mas perdendo a chance de chegar à Praia Mole antes do final da tarde. Enfim, porque trocar o certo pelo duvidoso, se ali já estava bom demais?

Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina

Caminhada na Barra da Lagoa, em Florianópolis, capital de Santa Catarina


Aliás, bom demais é esta parte da ilha, desde que você não caia em algum congestionamento. Boas praias, gente bonita, visual maravilhoso, excelente oferta de comida, recantos charmosos e baladas concorridas. Uma visita à Florianópolis nunca é completa sem pelo menos uma passadinha no seu mais famoso cartão postal!

O mar da região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

O mar da região da Barra da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina

Brasil, Santa Catarina, Florianópolis, Barra da Lagoa, Dunas, Joaquina, Lago, Lagoa da Conceição, Praia, Praia Mole, trilha

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Entre Roraima e o Amazonas

Brasil, Roraima, Boa Vista, Waimiri Atroari, Amazonas, Presidente Figueiredo

Maravilhoso pôr-do-sol nos alagados entre Roraima e Amazonas

Maravilhoso pôr-do-sol nos alagados entre Roraima e Amazonas


Mais um longo dia de viagem pela frente, mais de 600 km entre os estados de Roraima e Amazonas, deixando Boa Vista e chegando em Presidente Figueiredo, a cidade das cachoeiras. Esse foi o nosso programa de hoje.

Placa com indicações para Manaus e Venezuela, em Boa Vista - RR

Placa com indicações para Manaus e Venezuela, em Boa Vista - RR


Assim, logo depois de um bom café da manhã, deixamos Boa Vista para trás. Engraçado dirigir numa cidade onde há placas que apontam para outros países. No caso da capital de Roraima, para dois países: placas para a Guiana e placas para a Venezuela. Por falar em Roraima, aí no sul nós costumamos dizer o nome de forma errada. Dizemos Rorãima, como se houvesse um "~" sobre o "a", coisa que não há. O certo é dizer Ro-rai-ma com o "a" da sílaba central bem aberto mesmo.

Vegetação e paisagem típicas do sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM

Vegetação e paisagem típicas do sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM


A estrada entre os dois estados está sendo refeita e os primeiros 150 km estão um tapete. A partir daí, trechos com muitos buracos se alternam com trechos de terra. O ritmo cai e, para ajudar o tempo a passar, podemos admirar a bela paisagem do estado, com vastas planícies cheias de buritizais alagados e montanhas ao fundo. Uma vastidão! Quanta coisa para ser explorada. Há também muitas fazendas no caminho, principalmente de criação de bois.

Buritizal, muito comum no sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM

Buritizal, muito comum no sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM


Passamos pelo entroncamento com a Perimetral Norte, uma estrada planejada desde a década de 70 que ligaria o Amazonas ao Amapá, passando por Roraima e Pará. Uma estrada bordeando a fronteira norte do Brasil. Apenas algumas partes chegaram a sair do papel. Todos os mapas mostram que o trecho entre Roraima e o rio Trombetas, no Pará, existe. Para nós, seria uma mão na roda. Mas, por aqui, ninguém nunca ouviu falar dessa estrada. Na verdade, ela existe só até a fronteira com o Pará. Depois, não passa de um picadão. Nossa última esperança se esvaiu quando passamos nesse entroncamento e perguntamos num posto. Quem sabe na próxima geração? Bem, vendo pelo lado bom, a natureza e a floresta agradecem. Com certeza, a ausência de estradas ajudou bastante na conservação...

Um dos muitos grandes rios no o sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM

Um dos muitos grandes rios no o sul de Roraima, na viagem para Presidente Figueiredo - AM


Passado o entroncamento, seguimos ainda com estrada precária até o monumento que marca a passagem da linha do Equador. Estávamos de volta ao hemisfério sul! O monumento é meio mixuruca, nada comparado com aquele no Amapá. Mas é sempre legal cruzar o Equador. Linha imaginária, sentimento meio psicológico, eu sei. Mas é legal mesmo assim, hehehe. A próxima vez vai ser mais legal ainda, pois será no país que tem esse mesmo nome: Equador! Acho que lá para Setembro...

Marco da linha do Equador, durante viagem entre Boa Vista, em Roraima e Presidente Figueiredo - AM

Marco da linha do Equador, durante viagem entre Boa Vista, em Roraima e Presidente Figueiredo - AM


Depois das fotos no meio do mundo, seguimos até a entrada da reserva indígena dos índios Waimiri Atroari, onde a estrada fica boa novamente. É uma grande reserva que começa em Roraima e vai até o Amazonas. São 130 km de asfalto para cruzá-la por inteiro. Na década de 70, quando a estrada foi construída, os índios não quiseram que ela atravessasse suas terras. O resultado foi trágico! Guerra contra o exército brasileiro. Num episódio muito pouco conhecido da nossa história, cerca de duzentos soldados foram mortos por flechas envenenadas. Obviamente que o número de índios mortos foi bem maior e a tribo quase foi extinta. Tudo por uma bendita estrada... Ao fim da guerra, muita negociação e a estrada foi construída. Mas ela só funciona durante o dia. Ninguém deve parar no meio da reserva e fotos e filmagens são fortemente desaconselhadas. Nossa... fico imaginando que os operários dessa obra devem ter pedido um bom adicional de periculosidade, não?

Entrada da reserva indígena entre Roraima e Amazonas

Entrada da reserva indígena entre Roraima e Amazonas


O sol estava se pondo enquanto atravessávamos a reserva. Logo depois de uma chuva, havia dois arco-íris incríveis do nosso lado esquerdo enquanto do lado direito, as cores do fim de tarde sobre os terrenos alagados e buritizais foram de uma beleza inesquecível. Talvez, o mais belo entardecer da nossa viagem até agora. Absolutamente fantástico!

Lindo arco-íris no finzinho da tarde, na estrada entre Roraima e Amazonas

Lindo arco-íris no finzinho da tarde, na estrada entre Roraima e Amazonas


Chegamos no escuro numa Presidente Figueiredo bem movimentada com o feriado de páscoa. Não foi fácil achar uma pousada mas, ao fim, conseguimos. E amanhã nos mudaremos para a Pousada das Pedras, que era onde queríamos ficar, do figuraça do Pimenta, conhecido de todos os viajantes descolados que passam por aqui. Logo o feriado acaba e teremos a tranquilidade de conhecer essa terra abençoada com tantas cachoeiras e cavernas.

Uma das barreiras sanitárias entre Roraima e o Amazonas

Uma das barreiras sanitárias entre Roraima e o Amazonas

Brasil, Roraima, Boa Vista, Waimiri Atroari, Amazonas, Presidente Figueiredo,

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Programas em Alter da Chuva

Brasil, Pará, Alter do Chão

Orla do rio Tapajós em Alter do Chão - PA

Orla do rio Tapajós em Alter do Chão - PA


Esse realmente é um ano do El Niño. Ou La Niña, sei lá. Só sei que tem chovido muito mais que as médias históricas. O dia de hoje não foi diferente, chuva toda a manhã. Aproveitamos para trabalhar um pouco no nosso "escritório". Na verdade, nosso quarto, que tem uma varandona bem de frente para o rio a a Ilha do Amor, quase completamente embaixo d'água, só os tetos de palha dos quiosques e as copas verdes das árvores aparecendo.

Jambeiro carregado de flores, na praça central de Alter do Chão - PA

Jambeiro carregado de flores, na praça central de Alter do Chão - PA


Mas nem todas as copas de árvore estão verdes. Aqui na praça central da cidade, bem ao nosso lado, elas estão rosas. Elas e o chão logo abaixo delas. São vários pés de Jambo, todas florescendo. A flor é rosa e, ao cair, se desmancha no chão, pintando o solo da mesma cor. Muito legal! O povo daqui pode não falar em "primavera", mas cada árvore tem a sua!

Praia fluvial em Pindobal, próxima à Alter do Chão - PA

Praia fluvial em Pindobal, próxima à Alter do Chão - PA


Perto do meio dia, chuva fina, seguimos para uma praia e comunidade aqui perto, chamada Pindobal. É o local aonde, nesta época do ano de rio cheio, sobrou a maior faixa de areia da região. Pertinho, oito quilômetros de estrada de terra.

Rio Tapajós em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA

Rio Tapajós em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA


Lá chegando, o visual realmente é lindo. Principalmente quando a chuva parou e começaram a aparecer umas manchas azuis no céu. O rio quase engoliu toda a praia, mas sobrou uma estreita faixa de areia onde há pequenas barracas. O Tapajós se estende à perder de vista, a outra margem bem, bem longe. Um verdadeiro mar de água doce e amarelada.

Nadando no Tapajós, em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA

Nadando no Tapajós, em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA


Almoçamos ali mesmo, deliciosas iscas de pirarucu. Estamos cada vez mais fãs deste peixe. Na água e no prato. Por falar nisso, os tucuxis (botos cinzas) resolveram aparecer, nadando bem perto da margem. Só ainda não tivemos a sorte de fotografá-los direito. A gente nunca sabe onde e quando vão aparecer, no grande rio à nossa frente. Assim, é muito difícil capturá-los com o zoom.

Curtindo praia do Rio Tapajós em Pindobal, próximo à Alter do Chão - PA

Curtindo praia do Rio Tapajós em Pindobal, próximo à Alter do Chão - PA


O dono do restaurante nos explicou como é o visual do verão: faixa de areia com 50-60 metros de largura e uma enorme ponta de areia se estendendo para dentro do rio, com 150 metros de comprimento. Deve ser bonito. Este é um lugar que ficamos com muita vontade de voltar. Em outra época do ano, claro.

Relaxando no rio Tapajós em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA

Relaxando no rio Tapajós em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA


Passamos algumas horas por ali,nadando e tomando até um pouco de sol, que resolveu aparecer. Vida boa e tranquila no limite. O rio Tapajós realmente é muito belo. Um barquinho ali, outro um pouco mais longe mas, no geral, é aquela sensação de natureza total, indomada, inexplorada. Nas margens, uma floresta densa, saudável, viçosa.

Floresta em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA

Floresta em Pindobal, praia próxima à Alter do Chão - PA


Falando nisso, amanhã é dia de irmos à FLONA, uma grande região de floresta preservada, ao lado do rio. Estávamos na dúvida se iríamos para dormir em uma das comunidades existentes por lá ou se voltávamos par o conforto da nossa pousada Belas Praias, em Alter do Chão. Mas a descoberta de que haverá uma noite de Carimbó, música típica do Pará, num bar e espaço cultural da cidade, nos fez escolher a segunda opção. Assim, ficou decidido: FLONA, Carimbó e Transamazônia. Que bela programação!

Fim de tarde no pier de Alter do Chão - PA

Fim de tarde no pier de Alter do Chão - PA

Brasil, Pará, Alter do Chão, Pindobal

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Petrolina - PE

Brasil, Pernambuco, Petrolina

Catedral de Petrolina - PE

Catedral de Petrolina - PE


A viagem de Feira até Juazeiro, no norte da Bahia, fronteira com Pernambuco, transcorreu sem problemas. Atravessamos um mar de sertão durante toda à tarde e uns 50 km antes da cidade cantada em prosa verso por Gonzagão, a noite caiu. Aí, o cuidado se redobrou para não passarmos em cima de algum jegue ou cabra que vivem cruzando as estradas do sertão. Com uma freada ou outra, chegamos incólumes.

O rio São Francisco, com Juazeiro ao fundo, visto do apartamento da Iolanda, em Petrolina - PE

O rio São Francisco, com Juazeiro ao fundo, visto do apartamento da Iolanda, em Petrolina - PE


Mas chegamos na hora errada. A ponte que cruza o São Francisco e liga a Bahia à Pernambuco, Juazeiro à Petrolina, estava engarrafada. Depois de cruzarmos a vazio do sertão durante horas e horas, passamos uma hora para andar alguns poucos quilômetros. A ponte está em reforma e o acesso à ela está muito complicado. As duas cidades estão muito próximas e são de grande porte e esta é a única ligação rodoviária entre elas. O resultado na hora do rush é esse.

O rio São Francisco, com Juazeiro ao fundo, visto do apartamento da Iolanda, em Petrolina - PE

O rio São Francisco, com Juazeiro ao fundo, visto do apartamento da Iolanda, em Petrolina - PE


Em Petrolina, fomos para o apartamento da Iolanda, mãe do Ênio, nosso amigo de Curitiba. O apartamento fica na orla do São Francisco, no décimo andar, e tem uma vista magnífica do rio, da ponte e também de Juazeiro, lá do outro lado. Ela nos recebeu de braços abertos e com um aperitivo e cerveja gelada na varanda. Uma delícia!

Com a Iolanda no Bodódramo, em Petrolina - PE

Com a Iolanda no Bodódramo, em Petrolina - PE


De lá, ainda de noite, seguimos para o "bodódramo", região de restaurantes da cidade que servem a especialidade da região: carne de carneiro. Como nos explicou a Iolanda, o carneiro é o único animal que, quando morre, muda de espécie; vira bode! Até é possível comer carne de bode mesmo por lá, mas o que todos comem é carneiro. Mesmo assim, é o bode que está em todos os lugares, decorando o restaurante. Enfim, a carne de carneiro-bode estava deliciosa!!!

Parreiral da FruttiHall, em Petrolina - PE

Parreiral da FruttiHall, em Petrolina - PE


Com a Iolanda e os últimos cachos de uva da temporada, na fazenda FruttiHall, em Petrolina - PE

Com a Iolanda e os últimos cachos de uva da temporada, na fazenda FruttiHall, em Petrolina - PE


No dia seguinte, fomos visitar a fazenda da família, a FruttiHall. É uma fazenda premiadíssima, de produção de uvas. Por poucos dias perdemos a colheita do final da safra. Uma pena! Mesmo assim, foi super interessante caminhar por entre os parreirais com a Iolanda e ouvir explanações sobre os tipos de uvas, técnicas de enxerto, como tratar as parreiras e como e quando devem ser colhidas as frutas. Além disso, ainda achamos vários cachos retardatários e deu para me entupir de uva. Doce como mel e sem caroços!

Caatinga vista do alto do Serrote do Urubu, próximo à Petrolina - PE

Caatinga vista do alto do Serrote do Urubu, próximo à Petrolina - PE


Depois de tanta uva, fomos até a beirada do Velho Chico, ainda dentro da fazenda. Um rio daquele tamanho verde! É uma beleza! Molhamos os pés, garantia que um dia voltaremos. De lá, já no caminho de casa, passamos no Serrote do Urubu. Uma pequena montanha de pedra que se ergue sobre a caatinga e nos proporciona uma bela vista da própria caatinga e do rio São Francisco. O sol é inclemente e uma caminhada por aqui equivale a três ou quatro na Chapada!

Rio São Francisco visto do alto do Serrote do Urubu, próximo à Petrolina - PE

Rio São Francisco visto do alto do Serrote do Urubu, próximo à Petrolina - PE


Ainda no caminho para casa, passamos por uma verdadeira salada de frutas, o que me fez ficar fã da região! À base de muita irrigação, o solo de Petrolina produz todos os tipos de frutas, quase. Vimos uvas, mamão, manga, abacaxi, acerola, goiaba, coco, cana, melão e muitas outras. Um colírio para os olhos. Tudo por conta das águas do velho Chico!

Observando o pôr-do-sol em Petrolina - PE, no apartamento da Iolanda

Observando o pôr-do-sol em Petrolina - PE, no apartamento da Iolanda


Chegamos em casa à tempo de assistir a um belíssimo pôr-do-sol da varanda do apartamento. Espetacular o céu aqui no sertão. De alguma maneira, ele parece maior do que o normal. Não sei explicar...

Pôr-do-sol no Velho Chico, em Petrolina - PE

Pôr-do-sol no Velho Chico, em Petrolina - PE


Tivemos uma ótima estadia em Petrolina graças à Iolanda que nos recebeu como filhos e nos fez sentir em casa. Além disso, foi nossa guia pelo dia e noite na cidade. E para melhorar mais ainda, ainda saímos de lá com as malas renovadas, todas as roupas limpinhas! Que bom seria se tivéssemos pit-stops como esse uma vez por mês...

Na beira do rio São Francisco, em Petrolina - PE

Na beira do rio São Francisco, em Petrolina - PE

Brasil, Pernambuco, Petrolina, Juazeiro

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De Volta ao Pará

Brasil, Pará, Santarém, Óbidos

Mosaico de redes coloridas no barco Luiz Afonso, a caminho de Santarém

Mosaico de redes coloridas no barco Luiz Afonso, a caminho de Santarém


A noite na Fiona não foi nenhuma Brastemp, mas nenhum pesadelo também. O problema maior foi a alternância do calor, com as janelas mais fechadas, com o barulho, com as janelas abertas. Afinal, estávamos mais perto dos potentes motores do Luiz Afonso.

De manhã, com as 'cortinas' abertas, no barco Manaus-Santarém

De manhã, com as "cortinas" abertas, no barco Manaus-Santarém


De qualquer maneira, amanhecer com aquele visual, o gigantesco Rio Amazonas bem na sua frente é uma benção! O resto da manhã foi de passeios e andanças pelo barco. As maiores "emoções" vinham dos momentos de atracamento do barco. Paramos nas cidades maiores. A primeira, logo pela manhã, foi em Parintins, segunda maior cidade do estado do Amazonas, onde há aquele festival cada vez mais famoso e concorrido do boi-bumbá, vermelhos contra azuis, os bois Caprichoso e Garantido. Nós, ainda dentro da Fiona, acompanhamos aquele movimento que se repetiria nas próximas paradas: estivadores do porto entrando no barco à procura de carga para ser descarregada e com isso, faturar seu ganha pão. Carga localizada e devidamente descarregada, a confusão se acalma e o barco segue em frente.

Entrando no estado do Pará, pelo Rio Amazonas, rumo à Santarém

Entrando no estado do Pará, pelo Rio Amazonas, rumo à Santarém


Já a última parada foi na cidade de Óbidos, em pleno estado do Pará. É aí que ocorre a tradicional "dura" da Polícia Federal. Entram no barco com cachorro farejador e tudo para examinar a carga e os passageiros. Pois não é que, com o corte de verbas do governo federal, eles estão parados e o nosso tempo por lá não foi nem de 15 minutos, quando o normal é de quase duas horas? Que beleza! Foi só o tempo dos estivadores tirarem umas caixas do porão e já estávamos descendo o rio novamente. Com isso, antecipamos nossa chegada à Santarém a tempo de chegar lá com luz do dia!

Passando pela cidade de Óbidos, a caminho de Santarém - PA

Passando pela cidade de Óbidos, a caminho de Santarém - PA


Hoje também a veia socializatória da Ana estava mais forte e conhecemos um islandês, um dos dois únicos estrangeiros no barco. Isso mesmo, um cara da Islândia! Ele está fazendo uma viagem de volta ao mundo em 80 dias. Já passou por Oceania, Ásia e África e agora cruza a América do Sul. São os últimos cinco dias de viagem, contagem regressiva total! Mantém um videoblog muito popular na Islândia mas, claro, falado naquela língua incompreensível. A Ana vai colocar o endereço no post dela, para quem quiser praticar...

Conversando com o novo amigo islandês, que está dando a volta ao mundo em 80 dias (foto no barco Luiz Afonso, a caminho de Santarém)

Conversando com o novo amigo islandês, que está dando a volta ao mundo em 80 dias (foto no barco Luiz Afonso, a caminho de Santarém)


Chegando em Santarém, a grande emoção do dia: descarregar a Fiona. É claro que isso motivou grande parte dos estivadores do porto. Afinal, não é todo dia que chega uma Hilux por lá. Fiona, então, foi a primeira, hehehe. Manobra daqui, manobra dali, coloca uma prancha mais para lá, outra mais para cá, a Ana filmando tudo e eu orientando (eu e mais uma galera!) o motorista, já habituado com essas tarefas mais difíceis. No final, entre mortos e feridos, passando raspando aqui e ali, beirando a tábua e a milímetros de cair no rio, a Fiona chegou à terra firme. Ufa!!! Beleza!!! Viva!!!

Fim de tarde no Rio Amazonas, já bem próximo de Santarém - PA

Fim de tarde no Rio Amazonas, já bem próximo de Santarém - PA


A gente se instalou no simpático e central hotel Rio Dourado e fomos passear na orla da cidade, muito mais simpática que suas similares em Manaus e Belém. Santarém é a terceira maior cidade da bacia amazônica, com cerca de 300 mil habitantes e fica localizada bem no encontro do belo rio Tapajós com o Rio Amazonas. Os jesuítas aqui chegaram na segunda metade do séc XVII e, um século mais tarde, o povoamento foi elevado à vila. A orla tem muitos restaurantes e pessoas fazendo cooper e corridinhas no final de tarde. As construções históricas também ficam todas por ali.

Primeira visão da cidade de Santarém - PA

Primeira visão da cidade de Santarém - PA


A gente foi jantar no píer, local de maior movimento. Na volta para o hotel, voltamos a encontrar nosso amigo islandes. Ele confessou que ficava meio envergonhado de conversar conosco já que, normalmente, as pessoas se impressionavam com suas férias de 80 dias, mas agora era ele que, diante dos nossos mil, ficava impressionado. Pois é, imagina se ele conhecesse os holandeses dos 8 anos. Ou os suiços dos 25 anos...

Fim da viagem de 29 horas entre Manaus e Santarém

Fim da viagem de 29 horas entre Manaus e Santarém

Brasil, Pará, Santarém, Óbidos,

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Seismiles

Chile, Copiapo, La Serena

Chegando ao Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Chegando ao Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


A noite foi gelada nos mais de 3,5 mil metros de altitude do Salar de Maricunga, onde está o posto da polícia fronteiriça chilena, local onde dormimos. Na verdade, dentro do nosso quarto ao lado da máquina de raio X, estava bem quentinho, graças ao aquecedor gentilmente emprestado pelo oficial. Mas para a Fiona, que ficou ao relento, deve ter sido dureza! Tanto que não foi fácil despertá-la pela manhã. A gente tinha deixado ela virada para o sol e, hoje cedo, após algum tempo se esquentando, ela finalmente deu partida. Difícil também foi abrir a porta do bagageiro, do lado de trás. A fechadura tinha congelado! Mas com jeitinho, tudo se acerta...

Deixando a alfãndega chilena no Paso San Francisco, a caminho do Parque Nevado Tres Cruces, região de Copiapo

Deixando a alfãndega chilena no Paso San Francisco, a caminho do Parque Nevado Tres Cruces, região de Copiapo


Atravessando o Salar Maricunga, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Atravessando o Salar Maricunga, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Nós arrumamos o nosso “quarto”, recolhemos os colchões e cobertores emprestados e deixamos tudo pronto para que o posto fronteiriço voltasse a funcionar normalmente. Afinal, os primeiros viajantes já deveriam estar chegando e não iria ficar bem se nos vissem de pijamas circulando por ali. Empacotamos nossas bagagens, carimbamos nossos passaportes, fizemos os papéis da Fiona e seguimos viagem. Em direção a Fiambalá, na Argentina...



Não, não tinha dado nada errado! Não estávamos voltando para a terra dos hermanos. Na verdade, só pegamos a estrada de volta por uns dez quilômetros, até o entroncamento com uma pequena rota alternativa, que cruzava o Parque Nacional Nevado de Tres Cruces. É um caminho chamado “Circuito Seismiles” e que acaba encontrando com a estrada principal pouco mais de 100 quilômetros adiante, rumo a Copiapó, a maior cidade dessa região chilena.

Rota cruza o deserto de altitude entre os vários picos com mais de 6 mil metros de altura, na região do Paso San Francisco, entre Chile e Argentina

Rota cruza o deserto de altitude entre os vários picos com mais de 6 mil metros de altura, na região do Paso San Francisco, entre Chile e Argentina


Tripé para fotografar o deserto e as paisagens do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Tripé para fotografar o deserto e as paisagens do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Nossa ideia era conhecer esse parque de montanhas gigantes e que dão nome ao circuito. A razão é simples: várias delas tem mais de 6 mil metros de altitude, inclusive aquela que dá nome ao próprio parque, o Nevado Tres Cruces, com 6.749 metros. Mais alto que ela, só o Ojos del Salado, com seus 6.864 metros. Além disso, tem também as irmãs menores, o Incahuasi (6.640 m), o San Francisco (6.016 m), o El Muerto (6.488 m) e o Cerro El Toro (6.168 m), sem contar as montanhas que ficam na faixa dos 5 mil metros. Enfim, um verdadeiro paraíso para alpinistas, escaladores ou admiradores de montanhas. Imagina só: no meio desses gigantes, mais de três quilômetros abaixo, uma pequena e rústica estrada para carros tracionados. Que beleza!!!

Pose para foto ao lado do Ojos del Salado, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Pose para foto ao lado do Ojos del Salado, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


O grandioso Ojos del Salado, segunda maior montanha do continente no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

O grandioso Ojos del Salado, segunda maior montanha do continente no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Hoje o dia estava bem mais claro que a tarde de ontem e assim pudemos admirar o Ojos del Salado em todo o seu esplendor. Uma montanha magnífica, o mais alto vulcão ativo do mundo. Limpo como estava hoje, até parece que poderíamos subi-lo. Doce ilusão! Além de ter de esperar mais alguns meses, é preciso planejar muito bem essa subida: comida, guia, uma semana de aclimatação e muita paciência e determinação. Hoje, o que pudemos fazer foi admirá-lo respeitosamente de longe e apenas sonhar com o cume. Algum dia...

Apontando o Ojos del Salado, segunda mais alta montanha das Américas, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Apontando o Ojos del Salado, segunda mais alta montanha das Américas, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Fiona prepara-se para subir montanha no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Fiona prepara-se para subir montanha no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Bom, já que não podíamos subir montanhas a pé, resolvemos subir uma com a Fiona! Percebemos rastros de carro que subiam um promontório ao lado da Laguna Santa Rosa, conhecida pelos seus belos flamingos e, se eles podiam, nossa Fiona também poderia! Dito e feito, chegamos lá em cima e ficamos extasiados com a vista, não só da Laguna e seus pássaros, mas de toda a região ao redor. Aí ficamos por uma boa hora, tirando fotos e simplesmente admirando aquele belo mundo ao nosso redor, tão diferente do que temos visto pelos últimos meses. Essa região andina é mesmo especial.

Fiona sobe montanha no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Fiona sobe montanha no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Fiona sobe montanha no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Fiona sobe montanha no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Depois da contemplação, descemos de carro para a orla da Laguna, para podermos chegar mais perto dos flamingos que se esbaldavam em suas águas. Temos encontrado esses pássaros em diversos lugares do continente, mas foi aqui que, sem dúvida, tiramos as mais belas fotos dessas magníficas aves, seja voando e plainando sobre a lagoa, seja confraternizando entre amigos. Foi inesquecível!

O vasto Salar Maricunga, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

O vasto Salar Maricunga, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


O magnífico cenário do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

O magnífico cenário do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


A grandiosidade do Salar Maricunga e do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

A grandiosidade do Salar Maricunga e do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Além dos flamingos, encontramos também um zorro, nome dado por aqui à nossa raposa. Bem destemida, ela se aproximou bastante de nós, certamente em busca de alguma comida. Deve ser acostumada aos turistas que passam por ali. Há um refúgio ao lado da Laguna Santa Rosa, um ponto de apoio para aqueles viajantes mais intrépidos que percorrem as trilhas do parque. Para quem não tem medo de altitude (e de frio!), deve ser um lugar maravilhoso para se caminhar durante alguns dias.

Ao longe, flamingos na Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Ao longe, flamingos na Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Flamingo sobrevoa a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Flamingo sobrevoa a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Aproveitamos ao máximo o momento, mas precisávamos seguir em frente. A estrada vale abaixo começou meio escabrosa, um estreito ziguezague serpenteando uma encosta inclinada. Aos poucos, ficou um pouco mais tranquila e pudemos admirar as gigantescas dunas de areia que nos cercavam. Por fim, as vicunhas sumiram e apareceram os primeiros burricos, sinal inequívoco que já havíamos baixado bastante e chegado perto da civilização. Com efeito, logo após os burricos apareceram os primeiros casebres, famílias pioneiras colonizando aquela paisagem ainda pouco hospitaleira. Outra meia hora e o rio já estava mais caudaloso, sustentando uma vegetação mais viçosa. As casas já pareciam mais bem cuidadas e confortáveis.

A belíssima Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

A belíssima Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Admirando as paisagens maravilhosas do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Admirando as paisagens maravilhosas do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Por fim, deixamos aquele estranho mundo da altitude para trás e chegamos à estrada principal novamente, aqui embaixo já asfaltada. Sim, era mesmo a civilização, com seus caminhões e sinais de trânsito. Copiapó era logo ali. Vinte e cinco meses depois do imaginado, chegávamos a esta cidade chilena. Bem na hora de um almoço tardio em um agradável restaurante da praça principal.

Os flamingos da Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Os flamingos da Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Os flamingos da Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Os flamingos da Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Flamingo dá m rasante na Lagoa Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Flamingo dá m rasante na Lagoa Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Depois de atravessar aquele mundo quase deserto nos últimos dois dias, foi estranho dirigirmos nas ruas movimentadas de uma cidade, pedestres e carros disputando um espaço apertado. Quase um choque. Procurar um lugar para estacionar? Que estranho! Enfim, o almoço nos trouxe de volta ao planeta Terra.

Em meio às montanhas, a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Em meio às montanhas, a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Admirando a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Admirando a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Admirando a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Admirando a Laguna Santa Rosa, no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Depois de fazer a digestão caminhando pela praça, fizemos as contas e decidimos que ainda tínhamos tempo de seguir viagem, recuperando o dia a mais que havíamos levado na travessia do Paso San Francisco. Nada como mudar de planos todos os dias. Uma das vantagens de uma viagem de carro onde nunca reservamos hotéis. O dia é cada vez mais longo aqui no hemisfério sul, tanto pelo avançar da estação como pelo aumento da latitude. Uma ótima pedida para pegar estrada. Assim, demos uma esticada até La Serena, já no litoral do Pacífico.

Um zorro (raposa) chega perto de nós no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Um zorro (raposa) chega perto de nós no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Um zorro (raposa) chega perto de nós no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Um zorro (raposa) chega perto de nós no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Chegamos lá de noite, mas o barulho do mar foi animador. A última vez nesse oceano havia sido lá na América Central. Estávamos com saudades! Achamos um hotel e fomos ver o mar mais de perto. Antes disso, enquanto eu pagava a conta, a Ana descarregou nossa bagagem, coisa que normalmente não fazemos. O usual, para paradas mais curtas, é apenas levar nossas mochilas menores, com uma muda de roupa, bolsa de toalete e eletrônicos. Ainda não sabíamos, mas essa ação dela nos pouparia um aborrecimento ainda maior no dia seguinte.

Aviso de descida íngrime (descida dos Andes!) no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Aviso de descida íngrime (descida dos Andes!) no Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Burros vivem no deserto do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Burros vivem no deserto do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Depois, um jantar já bem perto da praia, respirando a brisa marinha. Depois de passarmos perto dos 5 mil metros, aquele ar nos enchia de oxigênio. Vamos estar próximos do mar pelas próximas semanas e isso é sempre alentador. Fomos dormir cedo pois o dia havia sido longo e o de amanhã também prometia. Mais do que imaginávamos...

Já na descida dos Andes, a Fiona atravessa os desertos do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Já na descida dos Andes, a Fiona atravessa os desertos do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile


Já na descida dos Andes, a Fiona atravessa os desertos do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

Já na descida dos Andes, a Fiona atravessa os desertos do Parque Nacional Nevado Tres Cruces, região do Paso San Francisco, próximo à Copiapo, no Chile

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