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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O atual continente americano
Apesar de estarmos sempre falando em América do Norte, do Sul e Central, ou América Latina e Anglo-saxônica, o fato é que todas elas formam um só continente, a famosa América, aquela que estamos explorando por esses mil e tantos dias. Mas não foi sempre assim. Na verdade, até bem recentemente, pelo menos em termos geológicos, América do Sul e América do Norte eram, sim, continentes distintos, separados por um oceano.
Por bilhões de anos, continentes e oceanos tem sido criados, separados, destruídos e juntados novamente, num verdadeiro balé de dimensões planetárias. Se um de nós voltasse no tempo, apenas alguns bilhões de anos, e olhasse para o nosso planeta do alto, não o reconheceria, uma configuração geográfica completamente diversa da que temos hoje. Através de “marcadores” como o alinhamento magnético de rochas antigas, ou pela similaridade de fósseis pré-históricos, cientistas foram capazes de decifrar parte dessa história e de antigos supercontinentes. Épocas em que partes do Brasil encostavam com a Índia ou Austrália, ou que o nordeste dos Estados unidos tocava a África do Sul.
O possível aspecto do supercontinente de Rodinia, há um bilhão de anos
Obviamente, quanto mais antigos esses supercontinentes, menos se sabe sobre eles. Ur, Columbia, Rodinia, Pannotia são apenas alguns deles, cada um existindo por algumas centenas de milhões de anos e depois, separando-se outra vez. Finalmente, as ilhas e continentes se juntaram uma última vez, há cerca de 300 milhões de anos, num supercontinente chamado Pangeia, este sim, um pouco mais conhecido por todos nós. A união durou pouco e “apenas” 100 milhões de anos mais tarde, Pangeia se dividiu em duas, Laurasia ao norte e Gondwana ao sul. O que conhecemos hoje como América do Norte, junto com Eurásia (sem a Índia!), formava o continente do norte, enquanto a nossa América do Sul, junto com África, Austrália, Índia e Antártica, formava o gigantesco continente do sul.
O supercontinente de Pangeia, há 300 milhões de anos
Não demorou muito para que também esses continentes se “quebrassem” em pedaços menores. A América do Sul separou-se, tornando-se uma enorme ilha-continente. Algumas dezenas de milhões de anos mais tarde, foi a vez da América do Norte separar-se da Eurásia, embora gigantescas pontes de gelo continuassem a uni-las a cada nova era glacial. Em cada um desses novos continentes separados, fauna e flora se desenvolveram e evoluíram separadamente, criando formas distintas de vida a partir de antepassados comuns, aqueles que habitavam a antiga Pangeia.
Pangeia se divide em dois supercontinentes: Laurasia, ao norte, e Gondwana, ao sul
Bem recentemente, um piscar de olhos em termos geológicos, América do Sul e do Norte se aproximaram uma da outra, fechando aos poucos a ligação entre os Oceanos Pacífico e Atlântico. Agora, apenas pouco mais de mil quilômetros separavam as Américas. Só estava faltando aquele pedaço de terra que hoje chamamos de América Central. Foi quando, há 3 milhões de anos, grandes erupções vulcânicas levantaram o Panamá e criaram a estreita ponte que une o sul ao norte. Nascia, enfim, a América!
A migração de espécies entre as duas Américas. Em verde, animais originários da América do Sul e, em azul, animais originários da América do Norte
Prontamente, a fauna dos dois continentes começaram a migrar pela nova ponte natural, tentando ocupar novos nichos. Predadores e presas, herbívoros e carnívoros, répteis, aves e mamíferos, todos queriam “explorar” novos espaços. Essa verdadeira mistura de espécies, o maior evento biológico desde a extinção dos dinossauros, aconteceu bem aqui, no nosso continente. De forma geral, a fauna do norte levou a melhor, enquanto que a fauna do sul, que havia estado isolada por mais tempo, tornando-se mais especializada, não resistiu às novas condições de competição. Com raras exceções, como por exemplo, as preguiças-gigantes, foi a fauna do norte que se impôs. Os grandes predadores do sul, como crocodilos gigantes e os “pássaros do terror”, tiveram seus ovos comidos pelos pequenos mamíferos do norte enquanto os grandes herbívoros do norte, já acostumados com seus próprios predadores. desalojaram os herbívoros do sul. A fauna marsupial, que havia se originado na América do Sul para depois migrar para a Oceania, ainda nos tempos da Gondwana, teve se se refugiar em pequenos nichos em sua terra natal.
Após essa mistura vitoriosa para o norte e catastrófica para o sul, a vida nas Américas se estabilizou, passando a conviver com as eras glaciais que iam e vinham a cada 20 ou 30 mil anos, alterando as condições de clima e vegetação do continente, nada com que as espécies não pudessem lidar, como mostra a história dos fósseis. Uma extinção aqui, outra ali, mas nada de chamar a atenção. Até que, ao final da última glaciação, há cerca de 12 mil anos, uma onda de extinções tomou conta de todo o continente, acabando com quase toda a megafauna que habitava as Américas há mais de um milhão de anos. O que teria sido diferente dessa vez?
Fóssil de uma antiga preguiça gigante, animal originário da América do Sul e que migrou para a Améica Central
Infelizmente, tudo parece indicar, foi a presença de um novo “fator”, ou ator, no continente. Bem nessa época chegavam por aqui os paleoíndios, vindos da Ásia e, possivelmente, do Pacífico. Os antepassados longínquos dos índios encontrados por Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral não eram assim, tão “ecológicos” como gostamos de imaginar. Caçando à exaustão espécies que já vivam sob o stress das mudanças climáticas da época, animais que já viviam por aqui há centenas de milhares de anos não puderam resistir e foram extintos. Animais como os famosos mamutes, mas também camelos, preguiças-gigantes, enormes tartarugas e tatus, entre tantos outros. Uma notável exceção foram as manadas de bisões na América do Norte. Talvez por isso e com esse duro aprendizado, acabaram se tornando animais quase sagrados para as populações locais, que agora sim, os respeitavam. Foi preciso a chegada do homem branco para que, também eles, quase fossem extintos.
A causa humana dessa catastrófica extinção em massa ainda não foi completamente provada. Mas, a coincidência de eventos semelhantes na Austrália, Nova Zelândia, Japão e outras ilhas menores, onde grandes extinções coincidiram com a chegada da nossa espécie, parecem ser um bom indicativo. É interessante notar também que, nas áreas do globo onde a presença humana é mais antiga e a própria fauna local evoluiu conjuntamente com a nossa espécie, como na África e no sul da Ásia, essas extinções não ocorreram. Lá, os grandes animais aprenderam, de alguma forma, a conviver com a mais perigosa das espécies. Em terras como a América ou a Austrália, onde os humanos apareceram de uma só vez, as espécies de animais não tiveram tempo de se adaptar ao novo predador e o seu destino foi implacável: extinção.
Paleoíndios caçam um antigo tatu gigante
Enfim, 200 milhões de anos depois da Pangeia se separar, 3 milhões de anos depois que os animais começaram a cruzar a novíssima ponte natural entre América do Norte e do Sul, 12 mil anos depois que humanos caminhassem de um continente ao outro, chegou a vez de nós, o 1000dias, passássemos do Panamá para a Colômbia, da parte norte para a parte sul desse continente chamado América. Assunto para o próximo post...
Uma bela aula de geografia. Continuo acompanhando sua viagem com imenso prazer. Boa sorte.
Resposta:
Oi Rui
Tudo o que aprendemos e vemos por aqui, tentamos repartir com vocês! Que bom que vc aprecia.
Um grande abraço e continue viajando conosco!
Muito educativo!!! Falamos bastante de nossa "separação" da África, mas a coisa foi bem além.
Conheci Etretat, na Normandia, com suas falésias brancas e na Inglaterra, o lado sudeste apresenta as mesmas, prova que foram grudadas....
Resposta:
Oi Mabel
Para mim, também foi uma surpresa aprender sobre a história dos continents antes de Pangeia. A nossa Terra já foi muito diferente! Vários planetas em apenas um! Cada vez mais gusto de ter nascido nesse planeta Azul, hehehe
Um abraço
Artigo muito interessante, eu não sabia de metade disso tudo.
Resposta:
Grande Ricardo!
Vivendo e aprendendo!
Eu também, em dezenas de museus que visitei pelo mundo, só tinha visto a história de Pangeia para cá. Foi esclarecedor ver o que aconteceu antes. O nosso mundo é infinitamente mais interessante, passado, presente e future, do que todos imaginamos
Um grande abraço e beijo na Karina
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