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São várias as atrações que atraem pessoas à São Thomé, desde míst...
A grande maioria dos turistas que vem para Mangue Seco, vem apenas para p...
Deixamos Parnaíba para trás hoje rumo a mais um estado na nossa jornada...
Veronica (04/05)
Adorei ler sobre sua experiência em LOS Angeles. Obrigada por compartil...
Veronica (04/05)
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Tiago (02/05)
Tchê, muito obrigado por compartilhar as informações sobre o local. H...
fabio (02/05)
ola talvez possam me ajudar, estou com bolivares venezuelanos precisando...
ROSELI BORIN (28/04)
sou bisneta de Felicio Borin,imigrante italiano,chegou no Brasil,e morou ...
Presença quase onipresente nas ruas do país (em Coro, cidade histórica na Venezuela)
Depois de dois dias intensos na península de La Guajira, chegamos na noite de ontem à Maicao, última cidade colombiana antes da fronteira com a Venezuela. Preferimos dormir por aí para enfrentar essa complicada passagem fronteiriça na manhã de hoje. Conhecemos vários casos de viajantes que passaram horas e horas tentando passar de um país para o outro, filas enormes e burocracia ineficiente. A Venezuela compra quase tudo no exterior e boa parte das mercadorias vêm por essa fronteira. A relação dos dois países tem sido marcada pela instabilidade nesses últimos anos, ambos acusando o outro de interferência em sua política interna. Como consequência, existe um certo clima de tensão no ar e a fronteira até já foi fechada algumas vezes. Mas não por muito tempo, já que o intenso comércio não pode parar.
Fiona! (em Maicao, na Colômbia)
Hoje cedo, aproveitamos para já fazer câmbio na cidade e comprar bolívares, a moeda da Venezuela. Nesses mais de 1000dias de viagem, é a primeira vez que fizemos isso! Hoje em dia, nesses tempos modernos, “cambista” é uma profissão quase inexistente. Afinal, basta irmos a um caixa eletrônico e retirarmos o dinheiro em moeda local. Já não corremos o risco de sermos enganados por alguém nas ruas e praças de um país estranho, com suas calculadoras viciadas. É simplesmente muito mais seguro passarmos o cartão e pronto. Mas, ainda há exceções! E a Venezuela é o melhor exemplo disso! Tudo porque, aqui nesse país, funcionam aqueles dois tipos de câmbio que há muito já não via: o “oficial” e o “negro”. Além disso, a diferença entre eles é absurda. Não é de 20 ou 30%, o que já seria muito, mas de 300 ou 400%! Isso mesmo! Enquanto o câmbio oficial, que é o que eu conseguiria em um caixa eletrônico, é de 1 US$ para B$ 6,30, no negro trocamos o mesmo dólar por 25 ou até 30 bolívares!
Entrando na Venezuela, recião de Maracaibo, vindos da Colômbia
Essa diferença abismal faz com que a Venezuela passe de um país um pouco caro, para quem use o câmbio oficial, para um país extremamente barato, para quem use o câmbio negro. É claro que a gente quis se enquadrar na segunda categoria! Então, tratamos de retirar dinheiro nos caixas da Colômbia mesmo e trocá-los por bolívares, ainda em Maicao. Feito isso, e depois de encontrar e fotografar uma loja com o mesmo nome da Fiona (para nunca mais nos esquecermos dessa feia cidade fronteiriça), estávamos prontos para entrar em terras bolivarianas, o penúltimo país que faltava nesse nossa jornada pelas Américas (agora, só falta o Uruguai!).
Bolívar, herói máximo da Venezuela
A ansiedade da passagem pela fronteira não durou muito. Não havia fila nenhuma e passamos pelo lado colombiano rapidamente. O único incidente foi quando tentei trocar os pesos colombianos que ainda restavam na minha carteira. Eu já estava craque na taxa de câmbio entre dólares e bolívares e entre dólares e pesos colombianos, mas entre as duas moedas sul-americanas, a conta era mais complicada. E não é que o cambista tentou me passar a perna e me empurrar os bolívares pela taxa oficial? Eu achei o valor final meio baixo e titubeei um pouco. O cambista dizia que era isso mesmo, que eram “bolívares fuertes”. O nome vem de quando o Chavez cortou três zeros da moeda antiga e tentou acabar com a inflação com uma canetada. É claro que não deu certo e os bolívares só são “fuertes” no nome. Enfim, depois de eu reclamar e ameaçar ir embora, ele me deu a quantia certa, na maior cara de pau.
Já estamos na Venezuela!
Bem, passamos ao lado venezuelano e ganhamos rapidamente os stamps nos nossos passaportes. Mas na hora de conseguirmos os papeis da Fiona, aí tivemos de esperar. A repartição responsável estava no horário de almoço e nós aproveitamos para lanchar também. Sentamos em uma das lanchonetes de rua e comemos um prato de bananas e queijo esquentados na chapa. Uma delícia!
Venda de queijo artesanal na fronteira da Venezuela
A repartição de abriu e lá fomos nós. Acabou demorando um pouco mais porque dois funcionários estavam doentes e um terceiro fazia o trabalho dos três. Na hora de preencher os dados e requisitos, eis que nosso seguro da Fiona, comprado lá na Colômbia (e para a Colômbia!) valeu por aqui! Que beleza! Estávamos liberados para entrar pelo país adentro!
Preparando carne, plátano e queijo na chapa quente, na fronteira da Venezuela
A Venezuela é um enorme país, cheio de paisagens belíssimas e variadas. Poderíamos passar, tranquilamente, dois meses por aqui, para poder ver um pouco de tudo. Mas não temos todo esse tempo, infelizmente. Vamos entrar no Brasil, lá em Roraima, no dia 17, já que voamos de Boa Vista para o sul do país no dia 19. Isso nos dá cerca de 20 dias por aqui, que vamos tentar espremer da melhor maneira.
O preço quase gratuito do combustível permite que as antigas banheiras ainda ocupem as ruas e estradas da Venezuela
O que nos ajudou nesse sentido foi que estivemos viajando na Venezuela em 2007, ainda antes de casarmos. Viagem memorável, diga-se de passagem! Naquela ocasião, subimos o maravilhoso Monte Roraima, na fronteira com o Brasil, conhecemos o Salto Angel, a mais alta cachoeira do mundo, estivemos na capital Caracas e nos esbaldamos no arquipélago de Los Roques, ilhas que não ficam nada a dever à qualquer paraíso caribenho. Então, pela falta de tempo, a decisão natural foi nos concentrarmos em outros lugares dessa vez. A exceção foi o Salto Angel, para o qual decidimos voltar, já que não nos tomaria muito tempo, estava em nosso caminho e nos daria a chance de ver a cachoeira por inteiro, o que não conseguimos da outra vez. De qualquer maneira, pretendo fazer posts sobre o Monte Roraima e Los Roques também, já que as memórias ainda estão frescas, assim como as fotografias desses dois lugares absolutamente especiais.
Nosso roteiro pela Venezuela: Começamos pela região de Coro (A), incluindo a península de Paraguaná e a Serra de San Luis. Daí para Morrocoy (B), o caribe venezuelano e Mérida (C), nos Andes. Depois, a região dos Llanos (D), uma espécie de Pantanal e Ciudad Bolivar (E), de onde voamos para a maior cachoeira do mundo, o Salto Angel (F). Finalmente, passando pela Gran Sabana (G), chegamos à Santa Elena (H), na fronteira com o Brasil. Não vamos ao Monte Roraima (I), Caracas (J) e o arquipélago paradisíaco de Los Roques (K), onde estivemos recentemente, em outra viagem e que merecerão posts especiais também!
Bom, decidido aonde não iríamos, tudo ficou mais fácil. Vamos começar por Coro, a mais bem preservada cidade histórica do país e que nos servirá de base para conhecer a península de Paraguaná (a “La Guajira” daqui) e a Serra de San Luis. Depois, vamos para o Parque Nacional de Morrocoy, as praias mais caribenhas da América do Sul. Das praias para as montanhas, e que montanhas! Mérida fica no coração dos Andes venezuelanos, com altitudes que chegam aos 5 mil metros! Depois das alturas, voltamos aos baixios, aos Llanos, a versão venezuelana do nosso Pantanal. Daí para Ciudad Bolivar, para voarmos à Canaima, pertinho do famoso Salto Angel. Finalmente, vamos atravessar a Gran Sabana em direção ao Brasil.
Muita propaganda do socialismo bolivariano nas ruas da Venezuela
Um ambicioso roteiro atravessando um enorme país! E tudo tem de começar com um pequeno passo. Foi o que fizemos hoje, viajando da fronteira para Maracaibo, a segunda maior cidade do país e, daí, para a histórica Coro, onde chegamos de noite. Mas ainda estava bem claro quando atravessamos Maracaibo e o maior lago do continente, que tem esse mesmo nome. É justamente aí que se concentra a maior produção de petróleo do país, a grande riqueza venezuelana. Atravessamos a enorme ponte sobre a boca do lago e olhamos, no horizonte, os navios petroleiros e as torres das plataformas de estação de petróleo.
De Maicao (Colômbia) para Coro (Venezuela), passando por Maracaibo e pelo maior lago da América do Sul
Os olhos miravam aquela vastidão infinita de água doce, mas a mente mirava o passado. Dois importantes momentos da história venezuelana aconteceram por ali, bem embaixo da ponte que passávamos. Em 1823, em uma épica batalha naval, a Venezuela venceu uma frota espanhola na última tentativa daquele país de recuperar o poder na antiga colônia, pondo fim a uma guerra de mais de 12 anos, talvez a mais violenta de todas as lutas de independência na América do Sul. Nada menos que metade da população de origem europeia morreu durante esses anos sangrentos de lutas e batalhas.
Na Venezuela, região de Maracaibo, reencontro com os rios amazônicos
O outro momento, bem mais inesperado para nós que nada sabemos da história de nossos vizinhos, foi uma batalha entre alemães e venezuelanos. Isso mesmo: alemães! Estávamos no início do século XX e o ditador de plantão aqui no país resolveu dar o calote nos credores internacionais. Alemanha e Inglaterra não gostaram nada disso e resolveram fazer um bloqueio naval do país. Apesar da tensão com os Estados Unidos, que já se achavam os donos do continente, o bloqueio foi imposto e justamente essa batalha para controlar o lago foi a mais mortal de todas. A marinha alemã destruiu um forte venezuelano e dezenas de soldados morreram. Ao final, com intermediação do Tio Sam, tudo se resolveu, exceto para aqueles que morreram durante o conflito. O lago voltou a ser venezuelano e, alguns anos depois, o petróleo foi descoberto por aqui, mudando para sempre a história da Venezuela.
Cruzando a enorme ponte sobre o lago Maracaibo, na Venezuela
Pois é, começamos hoje a viajar na geografia e história desse país. Do Caribe aos Andes, de Bolívar a Chavez, dos Llanos à Gran Sabana, gastando apenas alguns centavos para encher o tanque do carro, vai ser uma viagem e tanto! E está apenas começando...
Lago de Maracibo, o maior do continente, importante região produtora de petróleo na Venezuela
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