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Marcelo Barbosa (22/01)
Monica (16/01)
Parabéns pelo blog! Estou adorando!!!! Então é possível ir de carro p...
Leidiane (06/01)
Simplesmente boquiaberta depois de ler estes três posts. Q coisa esplên...
Tita (02/01)
Como eu entro em contato c algum guia pra eu fazer essa trilha do MOnte P...
viviane (28/12)
Olá Ana, sou Curitibana também e acho o máximo o blog de vcs, acompan...
Secagem de café na finca Magdalena, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Dia de aventura, dia de acordar cedo. Eram ainda 6h50 da manhã quando saímos do nosso hostal na Playa Santo Domingo em direção ao vilarejo de Balgüe. Boa parte do caminho está asfaltado e depois vira estrada de terra. Passamos pelo povoado em direção à Finca Magdalena, onde é está a entrada para a trilha do Vulcão Maderas. A Finca possui mais de 120 anos, produziu milhares de sacas de café nas mãos de uma rica família de Rivas. Esta família perdeu a fazenda por dívidas e este por sua vez foi desapropriado pelo governo, recebendo uma indenização de algo em torno de 1 milhão e meio de córdobas, muito dinheiro na época.
A finca Magdalena com o vulcão Concepción ao fundo, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Hoje a fazenda vale 4,5 milhões de dólares e está sendo administrada pelos empregados da antiga fazenda que formaram uma cooperativa de 24 famílias. Além de trabalharem na produção frutas, legumes e grãos para subsistência, hoje a fazenda produz de café orgânico, exportado para os EUA e Canadá.
Secagem de café na finca Magdalena, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Uma das maiores apostas da fazenda é o eco-turismo, pois além de servir de base para o trekking do Vulcão Maderas, possui uma trilha rápida para visita aos petroglifos pré-colombianos. A finca ainda oferece uma hospedagem simples, mas bem autêntica, com quartos divididos dentro da antiga casa da fazenda, em meio à natureza e com uma linda vista do Vulcão Concepción e do Lago Cocibolca. Em parceria do governo da Nicarágua com Taiwan, foi trazido um especialista costa-riquenho para ensinar aos campesinos técnicas e conceitos de agricultura e sustentabilidade. Já se vê o reflexo na fazenda, que está sendo toda reflorestada com árvores nativas.
O vulcão Concepción coberto por uma estranha formação de nuvens, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Enquanto o Rodrigo se embrenhava na floresta úmida e nublada para chegar ao cume do Vulcão Maderas (1.394m), tudo isso me foi contado por Don Hélio, um campesinos dos bem falantes. Enquanto observávamos os bugios gritadores, pequenos esquilos, urracas, ave nacional nicaragüense e outros animais ao redor da fazenda, Don Hélio contava e mostrava com orgulho a terra onde vivia.
Um Guaximim na fInca Magdalena, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Este é parte do seu ganha-pão, portanto logo o convidei para me acompanhar até os petroglifos que foram encontrados na fazenda. Por apenas 3 dólares Seu Hélio me guiou no meio da mata, contado mais histórias e tudo que aprendeu como acompanhante dos arqueólogos que já vieram até aqui estudá-los. Puxando da memória e fazendo o seu melhor para lembrar de tudo, algumas informações esparsas aparecem, como por exemplo a de que as rochas teriam sido esculpidas com uma técnica diferente, um liquido que a tornaria mais suave antes que usassem um pincel de pedra para desenhar cada um dos desenhos.
Petroglifo na região de Magdalena, na Isla Ometepe, no Lago Nicarágua
Impressionante como a questão dos signos é passada pela cultura local, quem sabe até geneticamente. Alguns desenhos são super difíceis de identificar, mas ele, não apenas pelo que já aprendeu, mas por seu sangue e cultura, consegue enxergar, abstrair e entender tais formas. Macacos, caranguejos, galinhas, pássaros, etc. O restante da manhã aproveitei dessa atmosfera e clima meio chuvoso para trabalhar na varanda do hotel tomando um suco e vendo a vida passar.
Pronto para subir o vulcão Maderos, com os guias Carlos e Juan, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Rodrigo voltou da caminhada na hora programada, depois de 30 minutos nos petroglifos. Ele fez o passeio todo em 4h15 minutos, trilha que turistas “normais” levariam de 7 a 8 horas para subir, nadar no lago da cratera do vulcão e baixar. Trilha bem enlameada, floresta úmida e infelizmente nenhuma vista do alto do vulcão, perdendo-se até mesmo dentro do lago, pois depois de algumas braçadas já não podia enxergar a margem. Boa caminhada, mas confesso que fiquei feliz em poupar os meus joelhos e unhas e curtir a manhã mais relax na fazenda com o Seu Hélio.
Com o guia da cooperativa na trilha para os petroglifos na Finca Magdalena, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Voltamos em direção à vila de Balgüe onde paramos para almoçar rapidamente. Quase não acreditamos quando encontramos um restaurante com um menu mais internacional, com pratos árabes, wraps e tortas deliciosas, todo preparado com ingredientes orgânicos. Folhas verdes e roxas com um gosto especial e completamente diferente do que estamos acostumados a comer na cidade. Tudo maravilhoso! Não guardei o nome do restaurante, mas não tem como errar, é o único deste estilo e está bem no centro da vila, com uma pastora alemã chamada Mali recebendo todos os visitantes.
Petroglifos na Finca Magdalena, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Lá conhecemos Mitch, um americano super paz e amor que vive em Ometepe há 1 ano e meio e possui uma fazenda de permacultura. Depois fomos descobrir conversando com ele que a salada que comemos vêm da sua fazenda de permacultura, especial!
Trilha para a Cachoeira San Ramon no ponto em que atravessa um estreito canyon, na Isla Ometepe, no Lago Nicarágua
Dali seguimos para San Ramón, passando por Mérida e outros pequenos povoados. A Cachoeira de San Ramón exige apenas 2,6 km de caminhada, metade subindo, metade descendo. Fui um pouco ressabiada, a dor no joelho reclamou na volta, mas devagar não foi difícil chegar. A cachoeira é bonita e o Ro, sempre animadão, entrou para tomar um chuveiro gostoso, já que ela não possui lago. No caminho conhecemos o Trond, norueguês que está viajando pela América do Sul e Central por alguns meses, e a Jolie, uma jovem belga de apenas 18 anos que está trabalhando, como voluntária, com crianças em San José, na Costa Rica e aqui na Nicarágua na cidade de Granada.
Chegando à bela Cachoeira de San Ramón, na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
Tivemos um final de tarde super agradável, sentados à beira do lago e dividindo uma Toña litrão com os novos amigos, enquanto víamos o céu se transformar em cores, do azul ao alaranjado e vermelho, até dar espaço às estrelas e aos vagalumes que iluminavam o gramado de onde estávamos. Um dia especial, com pessoas especiais, em lugares especiais nesta pequena grande ilha no meio da Nicarágua.
Com o norueguês Trond, a belga Julie e o simpático guarda-parque na entrada da trilha para a Cachoeira San Ramón, na Isla Ometepe, no Lago Nicarágua
Magnífico pôr-do-sol na Isla Ometepe, no Lago de Nicarágua
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