0
Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão
Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela
Estamos em Abril de 1902. A bela cidade de St. Pierre, a capital de Marti...
Por motivos vários, os nossos blogs ficaram meio desatualizados. O meu m...
Como bons curitibanos que somos, a Ana natural e eu, adotado, conhecemos ...
Andreza (28/12)
Parabéns pelo site, Rodrigo e Ana. Confesso que descobri a pouco tempo e...
Marcos (27/12)
Olá Rodrigo e Ana Tudo bem? Vou pro Atacama em Fevereiro de carro e quer...
Regina (20/12)
Lindas imagens, excelentes informações! Meu irmão está fazendo o per...
Regina (20/12)
Lindas imagens, excelentes informações! Meu irmão está fazendo o per...
Suellen Diniz (17/12)
Estou querendo ir para o Haiti assim que me formar, em 2017. Eu moro em B...
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Acordamos cedo no dia 5, ainda em Hinton, na saída do Jasper National Park, prontos para iniciar a longa maratona à nossa frente: os 3 mil quilômetros que nos separavam de Fairbanks, no Alaska. Boa parte desse caminho seria através da mítica Alaska Highway, com cerca de 2.400 km, ligando Dawson Creek, na British Columbia, à Delta Junction, já no coração do Alaska.
Nosso longo caminho até o Alaska
Nossa ideia era fazer todo esse caminho em apenas 3 dias, ou seja, 1.000 km por dia, em média. A estrada é de pista simples, mas o asfalto é de boa qualidade e, quanto mais ao norte, menos movimento. Então, o que precisávamos eram de 10 horas de direção por dia. Bastante tempo para conversarmos e pensarmos na vida, hehehe.
Ponto inicial da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, pequena cidade na British Columbia, no Canadá
O primeiro trecho, ainda no estado de Alberta, não foi na famosa rodovia. Na verdade, ela só começa em Dawson Creek, já na Columbia Britânica. Foram cerca de 450 km até lá, passando por belas paisagens e estradas praticamente desertas. Muitas vezes, não só aqui mas em toda a viagem até o Alaska, passamos por trechos e até 200 km sem postos de combustível, então é muito importante prestar atenção nesse aspecto. A Fiona, com sua autonomia de cerca de 700 km, tirou de letra. Mas um olho nosso estava sempre no marcador de combustível.
Placa informativa sobre a Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá
Pensativo, saindo do centro de informações no marco zero da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá. Só faltam 2.400 quilômetros...
Enfim, chegamos em Dawson Creek já no início da tarde e aí, oficialmente, estávamos na famosa rodovia. Um monumento, um museu e um centro de informações marcam o ponto 0 da estrada, parada obrigatória para fotos e também para pegarmos mapas e informações sobre o caminho. O principal é uma tabela mostrando exatamente onde estão as cidades, restaurantes, motéis e postos de combustível ao longo dos 2,4 mil quilômetros a frente e, informação essencial, que época do ano estão abertos ou fechados. Pois é, estamos no final da temporada de verão e, bem agora em Setembro, vários dos estabelecimentos deixam de funcionar para só abrir novamente em maio do ano que vem.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Interessante também é ver e ler sobre a história da longa rodovia. Depois da corrida do ouro no final do século XIX, os Estados Unidos nunca tinham dado muita bola para o Alaska, que vivia em isolamento no extremo norte do continente. O acesso era feito apenas por avião e barcos. Mas a 2ª Guerra veio a mudar tudo isso. O risco de uma invasão japonesa do continente fez o exército americano se apressar em construir uma estrada, para facilitar o envio de tropas para lá.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Aliás, foi para minha grande surpresa que descobri que, realmente, os japoneses chegaram a invadir o Alaska. Na verdade, não a parte continental, mas duas das ilhas Aleutas, aquela longa cadeia de ilhotas que parece ligar o Alaska à Ásia. Quando chegarmos à Anchorage, vou tentar descobrir mais detalhes e escrevo sobre isso. Mas, enfim, logo no primeiro verão após o início da guerra, os americanos vieram para o Canadá e, em apenas 11 meses, construíram essa enorme estrada. Ainda era de terra, mas suficientemente boa para garantir a defesa do território frente à ameaça de invasão. Não só isso, serviu também para a construção da base área americana de onde partiram todos os aviões arrendados pelos americanos à união Soviética de Stalin, que travava uma luta de vida ou morte com Hitler. Os mais jovens podem não saber, mas Estados Unidos e União Soviética já foram aliados...
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Fiona resolve se refrescar na água gelada e aproveita para posar ao lado de um barco e um hidroavião, em lago ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Depois da guerra, paulatinamente, a estrada foi passando para mãos civis e sendo asfaltada. Apesar do nome, o seu maior trecho está no Yukon Territory (ou seja, o nome mais justo para ela seria “Yukon Highway”!) e o segundo, na British Columbia, restando apenas um pequeno trecho no Alaska propriamente. Mas foi para chegar ao Alaska que ela foi construída, nesse gigantesco e memorável esforço de guerra com mais de 25 mil pessoas envolvidas nos trabalhos. É a prova viva de que, quando não faltam dinheiro e vontade, o homem pode muito...
Deve´se ter cuidado com alces na Alaska Highway!
Cuidado com bisões! (Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá)
Bom, depois dessa parada para respirar, completamos o dia com mais 500 km até Fort Nelson, ainda na Columbia Britânica. É justamente até aí que ainda encontramos movimento na estrada, pois são várias pequenas comunidades ao longo do caminho. A partir de Fort Nelson, a estrada ganha ares de isolamento e aventura, a natureza nos cercando por todos os lados. E que natureza!
Bisões descansam ytanquuilamente ao lado da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
São paisagens magníficas e grandiosas. Florestas se alternam com montanhas, sempre com lagos e rios bem azuis cortando a região. As cores do outono vão aparecendo, conforme seguimos para o norte. O verde vai ficando amarelado, e o amarelo vai ficando avermelhado. É um verdadeiro deleite para os olhos e posso até imaginar o porquê da Nova Inglaterra ser tão famosa no Outono...
A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Num dos mais belos trechos que passamos, um lago com cores de piscina brilhava entre montanhas. Turistas aí chegam de hidroavião, para uma temporada no lodge construído na orla do lago. Imagino que seja bom para a pesca, pelo menos no verão, mesmo com a água geladíssima. Mas a Fiona não tem medo de água fria e até arriscou um “mergulho”, hehehe. Para tirá-la da água, só na tração 4x4. Além do susto, ótimas fotografias!
A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Nem só de belezas naturais vive a rodovia. Na pequena cidade de Watson Lake, está uma das principais atrações da Alaska Highway. Um americano que vivia que na época da guerra, saudoso da sua casa, colocou uma placa que apontava para a sua cidade, com nome e tudo. De certo, isso o fazia sentir mais perto do lar. A moda pegou e, ao longo de décadas e décadas, pessoas foram trazendo placas e sinais de todo o mundo para deixar ali. Hoje, são milhares de placas, com lembranças de lugares e cidades de todo o mundo. Uma verdadeira floresta de placas, batizada de “Sign Post Forest”. Virou uma tradição todos os viajantes deixarem algo por lá. A gente não podia ser diferente e, depois de uma boa meia hora passeando pela floresta, procurando por sinais de cidades conhecidas, resolvemos deixar por ali, além do nosso adesivo, uma das placas da Fiona, comprada lá em Miami. Prova concreta de que nossa valente companheira passou por aqui, hehehe!
A famosa Sign Post Forest, em Watson Lake, pequena cidade na Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Placa da fiona, junto com milhares de outras, na Sign Post Forest, em Watson Lake, cidade do Yukon Territory, no Canadá, por onde passa a Alaska Highway
A parada no segundo dia, depois de outros 1000 km percorridos, foi na cidade de Whitehorse, já em pleno Yukon Territory. Nas estradas, além de uns poucos carros, a fauna estava sempre presente. Bisões de floresta, um pouco menores que os bisões das pradarias e, pelo menos em teoria, muitos alces, embora só o tenhamos visto em placas e, ao vivo, bem longe, do outro lado de um lago.
Encontro com o fotógrafo de ursos alemão e sua esposa na Alaska Highway, no Yukon, no Canadá
Acordamos hoje dispostos a fazer os últimos 1.000 km e chegar, enfim, ao Alaska. A paisagem continuava de tirar o fôlego e, por muitas vezes, dirigíamos por longos períodos sem cruzar ninguém. Uma notável exceção foi um trailler dirigido por um casal de alemães. Paramos no mesmo posto e conversamos um pouco. Ele é fotógrafo de natureza, especializado em ursos. Mostrou-nos um livro seu, com incríveis fotos de ursos negros, grizzlies e até polares. Incrível! Eles seguiam para nova expedição fotográfica, dessa vez na ilha de Kodiak, onde estão os maiores ursos grizzly do mundo.
Cores e paisagens de Outono, no trecho americano da Alaska Highway
Fairbanks está cada vez mais próxima, na Alaska Highway. Mas agora, as distâncias voltam a ser em milhas!
Enfim, chegamos à fronteira com o Alaska. Novo ponto de parada obrigatório para fotos e mais painéis explicativos sobre a rodovia, a fauna e a flora de região. Enfim, chegávamos ao Alaska, o estado com dimensões de país, o território mais isolado do continente, a ponta da América do Norte. Depois daqui, um pedacinho de mar e lá está a Rússia. Não dá nem para acreditar...
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Montanhas nevadas começaram a aparecer no nosso horizonte. De certa forma, isso parecia nos dizer: “Pois é, vocês chegaram! Isso é o Alaska!”. Só para “conferir”, paramos logo no Centro de Informações, na primeira cidade do estado, Tok. Aì nos abastecemos de mapas e informações com a simpática atendente. E, conforme desconfiávamos, está tudo fechando por aqui. Chegamos praticamente na última semana de trabalho de muita gente em hotéis, parques e centros de informação. Em outubro, já será inverno por aqui, com a neve chegando rapidamente e o sol se escondendo por vários meses.
Nosso prineiro fim de tarde no Alaska, trecho final da Alaska Highway
Montanhas nevadas na Alaska Highway, sinal de que já estamos no Alaska!
Mas não hoje! Pelo contrário, tivemos luz até as 9 da noite. E olha que atrasamos o relógio duas horas desde que saímos de Jasper, há três dias. Mesmo assim, já estava escuro quando chegávamos à Fairbanks, a maior cidade na parte norte do estado. Uns poucos quilômetros antes, passamos por outra cidade, com o sugestivo nome de North Pole. Pois é, Fairbanks é tão longe, mas tão longe que, para chegar lá, precisamos ir primeiro ao “Polo Norte”. Quinze milhas depois, só aí chegamos. By the way, North Pole recebe dezenas de milhares de cartas em dezembro. É o endereço “oficial” do Papai Noel aqui nos Estados Unidos.
Viajando pela Alaska Highway no Yukon, no Canadá
Finalmente chegávamos à Fairbanks. Cidade meio estranha, principalmente de noite, com boa parte do centro em obras e as ruas bem desertas. Tivemos um certo trabalho em achar um hotel mas, enfim, nos instalamos. Sem dúvida, emocionados por termos chegado depois da epopeia de 3 mil km em apenas três dias. Mas a maior emoção foi na noite anterior, ainda do lado canadense, em Whitehorse.
Antes de chegar à Faibanks, no Alaska, passamos pelo Polo Norte! (na Alaska Highway)
Aí tivemos nosso primeiro contato com um fenômeno que há muito ansiávamos por ver: a mágica Aurora Boreal, ou “Northern Lights”, como dizem por aqui. Batemos na trave lá na Groelândia e Islândia, primeiro por causa do sol, que nunca se punha por lá, e depois pela lua cheia que nossa acompanhou na nossa semana islandesa. Mas a Aurora não nos escaparia aqui, no norte da América do Norte! Só não imaginávamos que seria tão cedo...
Nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway
Alertados pelo gerente do hotel dessa possibilidade, ficamos animados. Mas, até um pouco depois da uma da madrugada e nada! A Ana foi dormir e eu, trabalhar um pouco. Depois, um banho para dormir. Antes de entrar na cama, para desencargo de consciência, um último passeio pelo estacionamento mais escuro do hotel. Bingo! Lá estava o show de mágica cósmica! No começo, os olhos não querem acreditar. Num só fôlego, voltei correndo para o quarto e avisei a Ana aos berros. Segundos depois, já estávamos lá fora, completamente extasiados com o que nos olhos viam. Luzes verdes com o aspecto de nuvens rodavam pelo céu, as vezes mais, as vezes menos brilhantes. Para quem está acostumado com elas, essa noite não parece ter sido grande coisa. Mas para nós, brasileiros, que nunca vimos nada parecido, foi uma das maiores emoções desses 1000dias. Dá vontade de chorar! E isso foi só o começo! Depois de vê-las em Whitehorse, nos convencemos de vez a seguir mais para o norte, de onde se tem uma melhor visão do fenômeno. Amanhã, depois da nossa noite em Fairbanks, seguimos para o Círculo Polar Ártico e, daí, ainda mais para cima. Queremos ver neve, queremos ver tundra e, acima de tudo, queremos ver mais auroras!!!
Absolutamente maravilhados com a nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway
A magnífica paisagem na estrada entre Haines Junction, no Canadá e a fronteira com o Alaska
Paramos ontem no final da tarde na cidade de Haines Junction porque tínhamos marcado um encontro ali com nossos amigos viajantes colombianos. Acabamos por nos desencontrar, mas como já estava tarde, ficamos por ali mesmo, mais uma noite no Canadá. Bem, não encontramos os velhos amigos mas, em compensação, fizemos uma nova amiga hoje, pela manhã. A Karrie, uma legítima canadense da etnia Tutchone, interessada na Fiona, veio conversar conosco e a conversa rendeu uma boa meia hora de troca de informações. Nós, sobre a viagem, e ela, sobre a cultura e meio de vida local, principalmente a caça. Confesso que, ao conversar com ela, mudei um pouco meus conceitos. Ela apenas faz o que faziam seu pai, seu avô e uma centena de gerações anteriores. Caçam e aproveitam tudo o que é possível do animal, carne, ossos, pele, chifres, etc... Ela disse que é tudo para consumo próprio e de amigos. Comercializar carne de caça no Canadá é proibido. Um alce grande, com cerca de uma tonelada, chega a durar um ano entre geladeira e churrascos. A única crítica que faço é que o pai e o avô não caçavam com rifles modernos, que tem até mira telescópica. O animal não tem chance alguma contra essa tecnologia moderna. Além disso, com o uso dos veículos, eles chegam rapidamente a pontos onde antes era preciso uma semana de caminhadas para ir e voltar.
Nossa simpática amiga Karrie, da etnia Tutchone, em Haines Junction, no Yukon - Canadá
Enfim, se pensarmos bem, as vacas e galinhas que comemos também não tem nenhuma chance nos matadouros. São criadas para isso, certo. Mas também os alces e cervos daqui estão em reservas de caça onde, pelo menos em teoria, a população é “administrada” para ficar em equilíbrio e não correr o risco de extinção. É, eu nunca mataria ou sairia numa excursão de caça. Aliás, também não mataria uma vaca ou galinha num matadouro. Mas não tenho o menor pudor em me deliciar num churrasco. Aliás, muito pelo contrário... Acho pior mesmo aqueles que viajam para África ou Índia para dar uns tiros em leões, tigres ou elefantes e levar um tapete de troféu para casa. Isso sim, é o fim!
A magnífica paisagem na estrada entre Haines Junction, no Canadá e a fronteira com o Alaska
Bem, seguimos então para o Alaska numa estrada que atravessa paisagens belíssimas! Foi construída pelos americanos na 2ª Guerra mundial, pois tinham medo que os japoneses invadissem Haines. Então, a cidade passou a ser a única além de Skagway, no sudeste do Alaska, a ter acesso rodoviário. A diferença entre elas é que em Skagway chegam cruzeiros o tempo todo e a cidade já é construída para esse tipo de turismo, enquanto Haines retém ainda aquele charme de uma vila autêntica. Por ali, chega apenas um cruzeiro por semana, na temporada.
A magnífica paisagem na estrada entre Haines Junction, no Canadá e a fronteira com o Alaska
Pouco mais de uma hora e chegamos à fronteira. É a terceira vez que deixamos o Canadá e a décima-segunda que entramos nos EUA nesses 1000dias. Os caras da fronteira americana nem aguentam mais nos ver, hehehe. “Ihhh, lá vem aqueles malucos outra vez!”. Das 12 vezes, 5 foram com a Fiona, duas delas naquele folclórico dia que chegamos do México. Uma vez foi a pé, lá em Tijuana, naquele mesmo dia, e outras 6 de avião, duas das quais apenas em escala de voos, mas que temos de passar pela aduana do mesmo jeito. Justiça seja feita, sempre nos trataram muito bem e de forma bastante eficiente.
Nosso primeiro encontro com as majestosas "Bald Eagles", em rio próximo à Haines, no sudeste do Alaska
Outra vez no Alaska e logo nos deparamos com o animal-símbolo da nação americana, a Bald Eagle, aquela águia linda com o corpo negro, mas a cabeça e calda brancas. Essa área e nesta época do ano é o melhor lugar para se avistar esse formoso animal. Eu não tinha ideia de quão bonita ela é, absolutamente majestosa ao voar e ao cantar. São dezenas delas, sempre na beira do rio, aproveitando-se dos salmões que estão subindo o curso d’água em que nasceram. Apesar de termos visto algumas bem de perto, estávamos desprevenidos e sem a máquina fotográfica. Quando a pegamos, já não tivemos tão boas chances. Enfim, ficamos maravilhados com essa ave, mas as melhores fotos vão ter de esperar. Teremos mais dois dias por aqui e tenho certeza que teremos mais uma chance!
Nosso primeiro encontro com as majestosas "Bald Eagles", em rio próximo à Haines, no sudeste do Alaska
Chegamos à Haines e fomos diretamente a um restaurante em frente ao fiorde, uma vista grandiosa. O tempo estava meio chuvoso, e promete continuar assim pelos próximos dias. Mesmo assim, a visão é linda, o fiorde cercado por florestas verdes e montanhas nevadas. No restaurante, a especialidade é o salmão. Aproveitamos para aprender sobre todas as variedades do peixe, cada uma com o seu tempo certo de subir o rio. A temporada, então, dura vários meses, enquanto os peixes vão mudando. Quem faz a festa são os pescadores, as águias e, claro, os ursos!
Cartaz informativo sobre as diferentes espécies de salmão que frequenatm a área de Haines, no sudeste do Alaska
Pois é, queríamos saber dos ursos! Logo nos explicaram que o local certo para encontrá-los era no lago Chilkat, a 12 milhas da cidade. Um pequeno canal liga o lago ao fiorde e por aí passam centenas de salmões. Todo fim de tarde, os ursos se reúnem por ali para banquetear. Enquanto não chegam, são os pescadores, com a técnica do fly fishing, é que ocupam o espaço.
A pequena e simpática Haines, no sudeste do Alaska
Bom, já sabendo o mapa do tesouro, corremos para lá. Lugar maravilhoso, paisagem incrível! Mas chegamos cedo demais. Após umas duas voltas pelo local, voltamos para o centro para achar um hotel e nos instalar. Retornamos no fim da tarde, mas aí já estava escuro demais para fotos. Quer dizer, escuro demais para fotografias claras, mas não para fotografias escuras, hehehe!
Cão enfrenta as águas geladas de praia no fiorde de Haines, no sudeste do Alaska
Pescadores tentam o seu salmão antes do horário dos ursos, no lago Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska
O que importa mesmo é que os ursos estavam por lá! Vários! Grizzlies gordinhos, prontos para a longa soneca de inverno. Vimos muitos do outro lado do rio e a Ana fez milagre para fotografá-los. Depois, apareceu um enorme cruzando a estrada bem a nossa frente. Finalmente, um urso adolescente se refestelando num salmão na nossa margem do rio. Mas foi ficando cada vez mais escuro e mais difícil fotografar. Pior, escuro assim, nem tínhamos mais coragem de ficar do lado de fora da Fiona, principalmente do lado daquele bosque escuro onde eles vivem. Pescadores nos disseram que nunca houve um incidente por aqui, os ursos estão interessados demais nos salmões para se preocuparem conosco. Ok, tudo bem, mas quero pelo menos poder ver se eles estão ali por perto, hehehe!
Ursos começam a aparecer do outro lado do rio Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska
Um enorme urso atravessa a estrada do lago Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska
Assim, voltamos para casa felizes de tê-los visto tão de perto, mas mais ainda por já saber onde encontrá-los. Com certeza, será nosso programa predileto nos próximos dois dias, enquanto esperamos pela partida do nosso ferry na tarde do dia 25.
Ursos pescam salmão no início da noite no lago Chilkat, próximo à Haines, no sudeste do Alaska
Praia e Piscina do Atalaia, em Fernando de Noronha - PE
Hoje foi um daqueles poucos dias da nossa viagem em que eu e a Ana nos separamos. Ela foi fazer a bonita caminhada do Atalaia enquanto eu fiquei na pousada trabalhando e brigando com a internet gratuita da ilha.
Eu já tinha feito essa caminhada do Atalaia outras duas vezes. Eram outros tempos, o controle bem menor e nossa liberdade bem maior. Com o aumento do turismo, foi preciso a imposição de regras mais rígidas para se visitar a enorme piscina natural que se forma na maré baixa na praia do Atalaia. Após a visita à piscina, sob os olhos atentos de fiscais, pode-se fazer uma longa e belíssima caminhada pela costa leste da ilha, uma área de costão e praias de pedra, até o porto de Santo Antônio.
Pontinha, durante a Caminhada do Atalaia, em Fernando de Noronha - PE
Como eu já conhecia a piscina e a caminhada e não queria substituir minhas lembranças de uma época muito mais romântica e sem ninguém para ficar me impondo limitações, preferi tirar parte do atraso do nosso site. A descrição do passeio será feita pela Ana em seu blog, que foi junto com o Haroldo e o guia (obrigatório) Tiago.
Eu consegui fazer alguns posts e "empacotar" algumas fotos. Aí, fui lá na loja do Açaí, que fica do lado da escola onde o sinal da internet é mais forte, tentar despachar o material para o mundo. Há uma internet gratuita na ilha, mas o sinal não é dos mais fortes. E quando é, não é dos mais rápidos. Enfim, com muita paciência mandei o que tinha preparado.
Cervejinha comemorativa no Museu do Tubarão ao final da Caminhada do Atalaia, em Fernando de Noronha - PE
Depois, peguei o busão até o porto para encontrar com a Ana e o Haroldo, no final da tarde. Eles estavam no bar do museu do Tubarão tomando cerveja e comendo porções de bolinhos de tubalhau. Esta é uma região linda da ilha, ao lado do Buraco da Raquel, uma grande pedra furada pela ação milenar das marés. Logo no alto de uma colina ali do lado está uma pequena capelinha com linda vista para o mar onde vários turistas apaixonados pela ilha e entre si escolhem se casar.
A caminho do porto em Fernando de Noronha - PE
De noite, voltamos ao Bistrô da Cacimba para jantar. Comida absolutamente divina. Compensa os preços salgados. O Haroldo nos ofereceu esse jantar de presente e nos refestelamos todos. Com direito à garrafas de vinho. Primeiro uma, depois outra e no final, uma terceira! Para alegria da Ana e também da Cecília, a simpática, inteligente e bela "garçon" que nos atendeu no restaurante. Depois de tanto vinho, estávamos todos inspirados para os mergulhos do dia seguinte, os últimos em Noronha.
Observando as diversas camadas geológicas à mostra em paredes do Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Depois da caminhada acima dos 5 mil metros pela manhã e de um almoço tardio nós seguimos para mais um dos pontos famosos do Atacama, o Valle de La Muerte. Este é outro dos programas que pode ser feito de bicicleta a partir de San Pedro, já que está a 4 km do centro e possui um circuito de outros 5 km. A dificuldade é que boa parte do circuito é de areia fofa, própria para carros tracionados.
Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
O vale é um antigo fundo de lago onde a água, o vento e os movimentos tectônicos moldaram um verdadeiro labirinto de colunas, paredes, canyons e outras formas mais bizarras de areia e argila. Vegetação, nenhuma! Daí o nome do vale.
Fotografando a própria sombra, em mirante no Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Do mirante se tem vistas maravilhosas de todo o lugar. Aliás, no caminho para a Cordilheira de Sal, onde se localiza o Vale da Morte, há mirantes de onde se pode observar também o Vale da Lua, seu vizinho. A cena, parodiando a descrição da superfície da lua por um astronauta que esteve por lá, é de "magnífica desolação", talvez pela vastidão e ausência de cores, todas as formas ficando entre um amarelo bem desbotado e o marrom.
Visitando o Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Voltando ao Vale da Morte, aí sim temos um pouco mais de cores, percebidas nas várias camadas geológicas que podem ser observadas nos enormes paredões. Um verdadeiro livro aberto da história do planeta para quem saber lê-lo. É nessas horas que sinto pena de não ter feito geologia. Sou um completo analfabeto nessa área.
Fim de tarde no Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
A outra grande atração do Vale da Morte são suas dunas de areia onde é praticado o Sandboarding. Para quem se arrisca, o maior problema não é a descida mas sim a difícil subida pelas areias. Será que não vão fazer uma cadeirinha como sempre existe nos resorts de skie?
A paisagem desértica do Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Nós, meio sem querer dessa vez, acabamos chegando bem no "final do expediente", quando vans e ônibus já tinham levado seus clientes embora. Tivemos um fim de tarde espetacular no mirante do Vale, praticamente sós, pudemos observar os últimos praticantes de Sandboarding se esforçando duna acima e se divertindo duna abaixo e percorremos as trilhas de areia no labirinto do vale admirados por aquele mundo extraterreste, cenário perfeito para a nova versão de Indiana Jones. A cada dia que passa, mais entendemos porque o Atacama é um lugar tão especial nesse nosso continente.
A paisagem desértica do Vale da Morte, no Deserto do Atacama - norte do Chile
Rodrigo tentando decidir o que fazer e aonde ir em Turks e Caicos
Hoje chegamos a Turks e Caicos, que ainda não é um país independente. Está subordinado à Grã-Bretanha, mas tem o dólar americano como moeda oficial. Geograficamente, é a continuação das Bahamas, mas historicamente fez parte da Jamaica (de quem se separou para se manter unido à Grã-Bretanha). Depois de ter sua população aborígene extinta pelos civilizados espanhóis do século XVI, foi ocupado e colonizado pelos colonos ingleses de Bermudas (refiro-me à ilha e não à vestimenta!). Depois vieram os chamados "royalists", ingleses americanos que não aceitaram a independência e preferiram se manter fiéis ao rei. Por fim, após a guerra de secessão americana, vieram o pessoal do sul dos EUA, chegados num latifúndio e nos escravos. Não é à tôa que a maioria da população descende diretamente dos africanos. Agora, bem recentemente, chegaram e continuam chegando refugiados haitianos. Com eles, os problemas sociais desse povo tão sofrido.
Enfim, foi aqui que chegamos e estamos no processo de tentar entender o país. Tranquilamente, na bela praia aqui do lado, ficamos lendo sobre suas ilhas e tentando nos planejar para os cinco dias que temos por aqui. Se tudo der certo, vamos mergulhar amanhã e no dia 24. O mergulho por aqui é tido como excelente, água transparente e bichos grandes. Infelizmente, o maior deles nós perdemos: a baleia jubarte. De Janeiro a Março é muito comum avistá-las e mesmo mergulhar com elas. Vimos fotos incríveis de mergulhos com esse cetáceo. São de se emocionar. Quem sabe uma outra vez..
Bom, nos dias 22 e 23 pretendemos ir a outras duas ilhas, para ver um pouco do país autêntico. Aqui em Provo (apelido de Providenciales, principal cidade do país) a vida é completamente ditada pelos turistas. Grandes resorts, restaurantes de nível internacional, uma beleza. Mas meio artificial. Das 20 mil pessoas do país, cerca da metade vive aqui. Na capital, que fica em outra ilha, só moram 5 mil pessoas. Num próximo post, vou dar uma boa noção geográfica do país e suas ilhas.
Brindando o pôr-do-sol com vinho - Turks e Caicos
Quanto ao nosso dia por aqui, além da praia, do planejamento e de marcarmos o mergulho, comemos muito bem e assistimos a um lindo pôr-do-sol numa das marinas da cidade. Acompanhados de um belo vinho, conch frita (comida típica daqui e de Bahamas e da qual estamos virando fãs) e de um simpaticíssimo casal americano que está prestes a celebrar suas bodas de ouro! Que bela inspiração para nós!
Casal de americanos em Provo,prestes a celebrar suas bodas de ouro!
O belo Jefferson Memorial, à beira do Potomac, em Washington DC, capital dos Estados Unidos
O mais tradicional programa turístico a se fazer em Washington é ir caminhar pelo Mall, um dos eixos principais da cidade. Aí estão os principais museus, o Capitólio, as costas da Casa Branca, o Washington Monument e o Licoln Memorial.
Estação de metrô em Washington DC, capital dos Estados Unidos
Como Brasília, Washington é uma cidade planejada. Os planos originais são do francês L’Enfant. Ele desenhou uma cidade com avenidas largas, com muitos espaços abertos para parques e vegetação. O principal eixo seria uma avenida com cerca de uma milha de comprimento e mais de 100 metros de largura. Aí estariam os principais prédios públicos da capital.
O Washington Monument numa tarde chuvosa em Washington DC, capital dos Estados Unidos
L’Enfant foi despedido muito antes que a construção da cidade terminasse. Sua insistência em supervisionar cada detalhe da construção estava atrasando o ritmo da obra e acabou irritando o presidente Washington. Mas seus sucessores, que eram os antigos assistentes, acabaram mantendo a ideia geral de seu plano original.
Monumento à 2a Guerra Mundial, em Washington DC, capital dos Estados Unidos
O tal “eixo principal” é o “National Mall”, onde fomos caminhar hoje. Seguimos do Capitólio em direção ao Lincoln Memorial, passando em frente aos principais museus da cidade e também do Washington Monument e dos monumentos à 2ª Guerra na Europa e no Pacífico.
Chuva em Washington DC, capital dos Estados Unidos
Logo no início da caminhada, uma surpresa: chegavam juntos conosco, no Capitólio, um animado grupo de ciclistas, com mais de 200 pessoas, chegados de Nova York. Foi aquela comemoração!
Visita ao Lincoln Memorial, em Washington DC, capital dos Estados Unidos
Depois disso, nossa companheira por toda a caminhada foi a chuva. A cada intervalo, andávamos outros 200 ou 300 metros. A vantagem foi que os turistas sumiram e restaram apenas alguns poucos bravos para apreciar aquelas paisagens e monumentos solenes.
Lendo o discurso de Lincoln no início de seu 2o mandato, em plena guerra civil americana (em Washington DC, capital dos Estados Unidos)
Passei um bom tempo ledo o discurso de Lincoln no início de seu 2º mandato, esculpido nas paredes de seu memorial. Ainda em plena Guerra Civil, aí se percebe um grande estadista. Pouco depois, venceria a guerra, manteria intacta a União e a nação destinada a liderar o mundo por um bom tempo e, ironia, seria assassinado.
Observando o rio Potomac, em Washington DC, capital dos Estados Unidos
O passeio terminou às margens do Potomac, admirando o mais belo monumento da cidade, na minha modesta opinião, o Jefferson Memorial. Um dia e um passeio para não esquecermos, um dos marcos nesses nossos 1000dias por toda a América.
O belo Jefferson Memorial, à beira do Potomac, em Washington DC, capital dos Estados Unidos
Aniversário com salada de frutas em Popayan, na Colômbia
Popayan, por sua localização, foi uma importante cidade na época colonial espanhola. Ficava na rota Lima-Quito-Cartagena, e muito do ouro e matérias-primas produzidas no Peru passavam por aqui no seu caminho para o porto de Cartagena, de onde eram embarcadas para a metrópole.
A charmosa arquitetura do nosso hotel em Popayan, na Colômbia
Igreja no centro histórico de Popayan, na Colômbia
Parte da riqueza indireta gerada por essa rota comercial ficou na cidade e o resultado ainda pode ser admirado hoje. Uma rica e bela arquitetura colonial, uma das mais bem preservadas do país e de todo o continente. O que logo chama a atenção de todos os visitantes é a cor predominante nas ruas e construções do centro histórico, o branco. Ao contrário de Arequipa, onde essa cor vem das pedras vulcânicas de que são feitas as construções, a cor da "Ciudad Blanca de Colombia" vem da boa e velha tinta mesmo. De qualquer maneira, o resultado é muito bonito!
Feliz por encontrar Almojabanas, o pão de queijo da Colômbia, em Popayan
Na praça central da charmosa Popayan, na Colômbia
Foi nessa charmosa e e alva cidade que o destino quis que estivéssemos nesse 11 de Outubro, data em que faço 42 anos. O segundo aniversário na estrada. O primeiro tinha sido em Itaúnas, no Espírito Santo, onde tivemos a companhia do sobrinho Leo e a da nossa sobrinha adotada Karen, além dos padrinhos Rafa e Laura, que esse ano preferiram passar o aniversário da Ana conosco.
Puente de la Custodia, uma das atrações de Popayan, na Colômbia
Feliz, celebrando os 42 anos em Popayan, na Colômbia
Dessa vez,foram só eu e a Ana mesmo. Passamos boa parte do dia caminhando em Popayan, por suas praças e ruas, pontes e igrejas, cafés e faculdades. Popayan é um dos polos estudantis do país o que confere um ar jovem, boêmio e intelectual à cidade. Foi num desse cafés voltados aos "meios intelectuais" que fizemos a primeira comemoração do dia, uma merecida cerveja gelada depois de tantas caminhadas.
Popayan, a "cidade branca" da Colômbia
A segunda e mais solene comemoração foi de noite, na parte nova da cidade. Para lá seguimos de táxi, diretamente para um dos restaurantes mais conhecidos de Popayan. Aí, a minha linda esposa querida me ofereceu um jantar seguido de uma saborosa e saudável salada de frutas. Esse foi o meu bolo!
Aniversário com salada de frutas em Popayan, na Colômbia
E asssim vamos seguindo. De celebração em celebração, os 1000 dias vão passando e, nesse meio tempo, a gente vai conhecendo um continente. Amanhã, por exemplo, seguimos para San Agustín, uma cidadezinha no interior do país onde está um dos maiores tesouros arqueológicos da Colômbia: centenas de estátuas de pedra de variados tamanhos representando fuguras humanas e de animais, construídas há mais de um milênio por uma misteriosa civilização que quase não deixou traços, exceto por suas tumbas e por esses tótens de pedra que adornavam essas mesmas tumbas. Vamos conferir!
Admirado com a beleza de Willemstad, em Curaçao
Ainda estava escuro quando começamos a carregar nosso carro para ir ao aeroporto de Aruba, em Oranjestad. Apesar do destino ser aqui tão perto, pouco mais de 15 minutos de vôo, ainda assim é considerado um vôo internacional e devemos fazer o check-in com duas horas de antecedência. Quem se deu bem foi uma americana que saía do nosso hotel àquela hora, em busca de um ônibus para o mesmo aeroporto. Descolou uma carona esperta.
"One Happy Island", a frase símbolo de Aruba
Feito o check-in, tivemos bastante tempo de enrolação no aeroporto. Pudemos até fotografar uma placa de Aruba com os dizeres "One Happy Island", frase que está em todas as placas de carro do país. E ficamos com vontade também de comprar um livro que ensina papiamento, que a Ana achou na livraria, mas conseguimos nos segurar.
A fantástica arquitetura de Punda, em Willemstad, a capital de Curaçao
Nosso destino final hoje era Bonaire, para uma temporada de mergulhos. Mas o vôo era primeiro para Curaçao, onde tivemos umas cinco horas para ficar, antes de voar no fim de tarde para Bonaire. Tempo mais do que o suficiente para deixarmos o aeroporto e irmos dar uma volta em Willemstad, a capital do país.
Utilizando um canhão de maneira bem mais pacífica, em Willemstad - Curaçao
O centro histórico da cidade é dividido por um canal. De um lado está Punda e do outro, Otrobanda. Sem sombra de dúvida, é a mais bonita cidade do ABC e uma das mais belas do Caribe. Observar as casas coloridas do outro lado do canal é um colírio para os olhos, principalmente com o céu azul e com a limpíssima água do mar. A beira d'água é toda ladeada de restaurantes com mesas na calçada. O ar é europeu, mas a temperatura é caribenha!
Restaurantes na beira do canal em Willemstad - Curaçao. Ao fundo, a famosa ponte Rainha Juliana
Curaçao é a mais urbana das ilhas ABC e onde a tradição cultural é mais rica. É onde percebemos que mais há vida própria e que nem tudo gira ao redor do turismo. Ficamos muito felizes por saber que vamos voltar para lá com mais tempo, para poder explorar com mais tranquilidade. Já descolados com o preço do táxi em Aruba, aqui conseguimos ir e voltar do aeroporto numa das vans de transporte público, pagando mais ou menos um vigésimo do que pagaríamos por um táxi. Nada mal! Facilitou que nossa bagagem tinha seguido diretamente para Bonaire. Quando voltarmos para cá, o negócio é já alugar um carro no aeroporto!
O nome do avião é Aruba. Mas nós estamos em Curaçao, embarcando para Bonaire. Viva o ABC!
Por fim, viajamos para a tranquila Bonaire, o "paraíso dos mergulhadores", como diz as placas de carro na ilha. Aqui, a dona do nosso hotel (studio também!) veio nos pegar no aeroporto. Cinco minutos até o hotel, que é em frente ao mar e de onde se pode mergulhar diretamente. Do hotel ao centro, à pé, menos de 10 minutos. Estamos bem localizados!
Chegando ao aeroporto de Kralendjik, capital de Bonaire
Hoje, só deu tempo de ir jantar num restaurante gostoso e caro do centro. Amanhã, pela manhã, vamos mergulhar em frente ao hotel mesmo. E no final da tarde, vamos alugar um carro para nos levar aos quatro cantos da ilha e às dezenas de pontos de mergulho ao longo da costa. Alguns dias tranquilos embaixo d'água nos esperam enquanto, acima dela, temos uma casinha ainda mais sortida que nossa casa em Aruba. Afinal, aqui temos até sala! E, melhor ainda, nossa geladeira também já está bem carregada para os próximos quatro dias. Essa sensação de casa é maravilhosa!
Chegando em Bonaire!
Partindo do hotel, cedinho, em Charlotte Amalie - USVI
Após vencer a dificuldade de levantar de uma cama tão gostosa tendo dormido poucas horas, carregar toda a tralha escadaria abaixo, ficar suado logo de manhã, refrescar-me no ar condicionado do táxi e carregar novamente a tralha até o check-in, tivemos a boa notícia de não ter de pagar pela bagagem. A simpática atendente entendeu nosso vôo como uma perna de uma viagem internacional. Se todos os atendentes fossem assim...
De volta à Miami, depois de escrever vários posts no vôo, o desembarque é bem menos complicado, na ala de vôos domésticos. O que não mudou foram os quilômetros a serem andados pelos corredores do aeroporto até o ponto onde se pega as bagagens. Aí, tomamos um táxi e voltamos, depois de quase 35 dias de Caribe, para o apartamento do Marcelo e da Su, em Key Biscayne. No caminho, conversando com um curioso motorista haitiano, já fomos nos acostumando a estar novamente em uma grande metrópole.
Chegamos em Miami bem no dia do aniversário da Su, que podemos celebrar juntos. Um ano antes, ela e o Marcelo passaram esta mesma data na Ilha do Mel, se preparando para o casamento de um certo casal, no dia seguinte.
Já começamos a comemorar o aniversário no almoço, num restaurante quie fica num simpático e muito bem organizado parque no extremo sul da ilha de Key Biscayne. Depois, uma preguiçosa tarde no apartamento, mexendo na internet e se preparando para a noitada que se aproximava...
Engraçado... Talvez pela mudança de ambiente, a sensação era que a temporada no Caribe estava a quilômetros de distância, não só no espaço, mas também no tempo. Ainda bem que temos os posts, fotos e filmes para nos lembrar que lá estivemos, que não foi tudo apenas um sonho. Um belo sonho.
Pico do Papagaio visto da pousada no Vale do Matutu - MG
Mais um daqueles dias inesquecíveis (que pode ser que eu esqueça depois de ter mais três ou quatro dias inesquecíveis na próxima semana... Droga!). A caminhada até o Pico do Papagaio, principalmente se for feita num dia como hoje, ensolarado e com temperatura agradável, é maravilhosa!
Com o guia Miguel e a Aracélia no início da caminhada do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Logo cedo já estavam aqui o Miguel, nosso guia de hoje e a Aracélia, moça de São Paulo que também está aproveitando esses dias para curtir o Matutu. E quem amanheceu na porta do nosso quarto foi o fiel Simbad, louco por outra caminhada. Enquanto seguimos de Fiona para o início da trilha, ele veio correndo atrás de nós. Até tentamos oferecer "carona" mas ele fez um ar de desprezo para o nosso carro e seguiu em disparada.
Árvore partida por um raio no Vale do Matutu - MG
Observando a paisagem durante a caminhada ao Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
A caminhada é subindo morro, através de pastos e florestas. O visual é incrível, o tempo todo. sem exagero! Passamos por cachoeiras escorrendo por paredões e por um poço de águas claras e absolutamente geladas (a mais fria até hoje na viagem!). Eu e a Ana enfrentamos bravamente. O acesso ao poço (Lago Azul é o nome) é mais fácil através de um pulo do barranco. Antes de colocar o pé na água, senão desiste!. A Ana demorou uns vinte minutos, entre orações e promessas. Mas foi, para admiração do Miguel e Aracélia, que só assistiram esses viajantes meio malucos.
Lago Azul, no caminho para o Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
No alto do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Pouco mais de 4 horas de caminhada e vencemos os quase 800 metros de desnível para chegar ao Pico do Papagaio, com mais de 2.100 metros de altura. De lá é possível ver todo o vale e também os vales vizinhos. A Mandala e a Cachoeira do Fundo (que tem mais de 100 metros de altura!) ficam pequenininhos, lá embaixo. Bem ao longe, é ppossível ver as montanhas de Itatiaia, na fronteira com o Rio. Logo estaremos lá!
No alto do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Vista do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
No alto do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Mais uma vez, o Simbad nos acompanhou por toda a trilha. Sempre abrindo caminho e colocando as pobres vacas para correr!
com o fiel Simbad no alto do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Foi um dia maravilhoso e as fotos contam isso!
Cahoeiras Três Marias no Vale do Matutu - MG
Abutres no final da descida do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
Com o guia Miguel e a Aracélia no final da caminhada do Pico do Papagaio no Vale do Matutu - MG
A única coisa chata foi que pretendíamos visitar a Marcinha hoje de noite mas ficamos sabendo que ela viajou para São Paulo, onde a avó está completando 100 anos!Uma pena não poder revê-la e agradecer novamente por toda a hospitalidade que ela nos brindou. Muito obrigado, Marcinha, de coração!
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet