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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Treze Tilias, um pedacinho do Tirol austríaco em Santa Catarina
Começo da década de 30. São anos difíceis na Europa. O crash da bolsa de Nova York derrubou a economia mundial e atingiu com força os países do Velho Mundo, especialmente aqueles que haviam sido derrotados na 1ª Guerra Mundial e forçados a pagar pesadas indenizações pelo Tratado de Versalhes. A Áustria é um deles. Um século antes e Viena era a capital do poderoso Império Austro-húngaro. Agora, os habitantes da antiga potência passam fome.
Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina
Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina
Já há várias décadas que a solução encontrada para fugir dessas crises que assolam a Europa é a imigração. Estados Unidos, Brasil, Argentina e Austrália recebem centenas de milhares de viajantes que vêm apenas com a passagem de ida, em busca de uma nova pátria e de uma nova chance de viver. Assim, não é de se estranhar que, outra vez, a solução para a mais nova crise seja a imigração.
A prefeitura de Treze Tilias, em Santa Catarina
Homenagem ao ministro austríaco da agricultura que, no início da década de 30, organizou a imigração de seus conterrâneos para Treze Tilias, em Santa Catarina
Dessa vez, quem lidera o movimento é Andreas Thaler, presidente da Associação de Agricultores e Ministro da Agricultura da Austria. Ele mesmo já não vê futuro em seu país e decide que imigrar é a melhor coisa a fazer. Já havia viajado pela América do Sul nas décadas anteriores e negocia com o governo brasileiro uma área no centro-oeste do estado de Santa Catarina. Junto com diversas famílias do Tirol, região alpina na fronteira entre Áustria e Itália, viaja de navio para o Brasil e, no dia 13 de Outubro de 1933, funda a cidade de Treze Tílias.
A igreja matriz de Treze Tilias, em Santa Catarina
Roupas típicas austríacas vendidas em Treze Tilias, em Santa Catarina
A ideia era replicar por aqui o modo de vida austríaco. A região onde foi fundada Treze Tílias foi escolhida pelo clima parecido com o da antiga pátria. Até a neve era comum por aqui naquela época, caindo em todos os invernos, o que já não ocorre mais. As famílias trataram de tocar sua fazendas e construir suas casas, sempre com o estilo arquitetônico do país europeu. Aprenderam a falar português, mas não esqueceram o alemão. Não só isso, os filhos e netos continuaram a falar o idioma, para ajudar a preservar a cultura trazida do hemisfério norte.
Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina
Os primeiros anos, claro, não foram fáceis. Algumas famílias chegaram a desistir e voltaram para a Europa. Não tinham ideia do buraco em que estavam se metendo. Os mais teimosos aqui ficaram, inclusive Andreas Thaler. Com isso, escaparam de ver seu país ser anexado pela Alemanha de Hitler para, alguns anos mais tarde, participar da 2ª Guerra Mundial. É, mesmo com as dificuldades de adaptação, muito melhor mesmo era ter ficado no Brasil do que ir lutar na temida frente russa...
Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina
Quem não viu esse trágico destino da antiga pátria foi o fundador de Treze Tílias. Andreas Thaler morreu em uma grande cheia que atingiu Treze Tílias em 1939. Mas seus filhos e netos prosperaram e ainda podem ser encontrados na cidade em que chegamos ontem de noite e conhecemos melhor hoje pela manhã.
Maquete da cidade de Treze Tilias, no parque Lindendorf, em Santa Catarina
Nossa viagem de 1000dias é apenas pelas Américas, mas nem por isso deixamos de conhecer o resto do mundo. Afinal, o continente que conhecemos hoje foi feito por imigrantes de todos os outros continentes. Vimos pedacinhos da Alemanha e da Itália no Brasil, EUA e até no Paraguai, entre outros. Chineses estão por toda a parte. Na Guiana, há quarteirões que parecem ter saído da Índia e o Caribe, em alguns lugares, é totalmente africano. Até um pedacinho da Rússia visitamos no Alaska. França e Holanda também estão bem representadas no Caribe, há pedacinhos suecos e dinamarqueses espalhados por aí. Pois bem, hoje foi a vez de chegarmos à Áustria!
Uma deliciosa cerveja Bock, feita em Treze Tilias. Perfeito para o clima frio da cidade, em Santa Catarina
Goulash e Spatzle, deliciosos pratos típicos servidos em Treze Tilias, em Santa Catarina
A arquitetura realmente não engana, estamos muito perto do Tirol. Mas ontem de noite, o que nos fez sentir em terras tirolesas foi mesmo a comida e a bebida. Cerveja da melhor qualidade e pratos típicos suculentos como o Spätzle com goulash. Hmmmmm... uma delícia! Cardápio e garçons falando alemão, claro! Mas com a devida tradução em português, afinal, estamos ao sul do equador!
Uma Tilia, árvore comum na Áustria e, agora, em Treze Tilias, em Santa Catarina
Hoje sim, passeamos pelas ruas admirando a arquitetura dos prédios, da prefeitura, dos grandes hotéis e das igrejas. Assim como as Tílias, a árvore trazida da Áustria e que deu nome à cidade. É bem fácil encontrá-las nos jardins, nas praças e nos parques.
Um sempre curioso avestruz, no parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina
Parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina
Aliás, falando em parques, foi no principal deles que terminamos nossa visita à Treze Tílias. O Lindendorf tem uma enorme maquete da cidade, trilhas ao redor de um lago e cercados onde vivem animais como um avestruz, além de um restaurante típico. Ainda não tínhamos fome para almoçar, mas não resistimos e nos refestelamos com uma deliciosa apfelstrudel na beira do lago. Queríamos ir embora com um gostinho bem austríaco e, para isso, a torta de maçã fazia bem mais sentido que o desengonçado avestruz, hehehe. Gula saciada, rumo ao Rio Grande do Sul. A maior cachoeira horizontal do mundo nos espera por lá...
Apfelstrudel, ou torta de maçã, a sobremesa típica e deliciosa servida em Treze Tilias, em Santa Catarina
Belíssimo lugar .Acrescentando ,a familia real brasileira descende da arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, que no Brasil iria adotar os nomes de Leopoldina e Maria Leopoldina. Era ela a sexta filha do segundo casamento de Francisco 1o, imperador da Áustria, e 2o da Alemanha (1768-1835) com Maria Teresa de Bourbon-Sicília (1772-1807).D Pedro II , seu filho ,foi o sucessor do trono Brasileiro , como todos sabemos .Tem mais Áustria no Brasil do que imaginamos !
Resposta:
Olá Rubens
Muito obrigado pela aula de história e genealogia real!!!
Um grande abraço
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