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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
História da criação da cidade, no topo do Mont Royal, em Montreal, no Canadá
Ontem de manhã, saímos do hotel dispostos a caminhar. Nosso objetivo era ir até o mais popular parque da capital, o Mont Royal, que cobre toda a área de uma montanha na região central da metrópole. É uma região cheia de trilhas que faz a alegria de caminhantes, corredores e ciclistas, especialmente nessa época do ano. Já no inverno, é o pessoal do cross-country ou as crianças do sledge que se divertem por lá. Lá do alto, uma das melhores vistas da cidade.
Fachada do imponente Museu de Belas-Artes de Montreal, no Canadá
No caminho, achamos um bom lugar para o café da manhã (ciabatta com presunto cru e queijo brie derretido – uma delícia!) e passamos pelo imponente Museu de Belas Artes da cidade, região de clima estudantil e jovial (a universidade é ali perto!).
Paz e amor no Museu de Belas Artes de Montreal, no Canadá
Enfim, chegamos ao parque, no pé da montanha, e iniciamos o longo caminho de trilhas e escadas para chegar ao ponto mais alto. Lá encima, além da vista que realmente é esplendorosa, aprendemos um pouco de história. Um dos monumentos, em forma de livro e bilíngue (tudo é escrito em francês e inglês na cidade), conta como Jacques Cartier, o “descobridor do Canadá”, chegou até o alto dessa montanha, guiado por amigos índios em Outubro de 1535. Ele ficou maravilhado com a paisagem que descortinava, o rio Saint-Laurent (São Lourenço, em português) correndo majestoso aos seus pés. Diante de tanta grandiosidade, chamou aquela montanha de “Mont Royal”. Não demorou muito para toda aquela região virar “Mont Real” e, finalmente, “Montreal”! Depois de saber, parece óbvio a origem do nome Montreal, mas confesso que nunca tinha atentado para isso. Vivendo e aprendendo...
Vista do alto do Mont Royal, em Montreal, no Canadá, com o estádio Olímpico ao fundo
Foram precisos outros 100 anos para que os franceses viessem ocupar a área. Por mais incrível que possa parecer, o que os trouxe até aqui e, na verdade, movimentou toda a colonização e ocupação do Canadá, foi o pequeno e simpático animal que conhecemos como castor. Durante os séculos XVII e XVIII, o comércio da sua pele, usada principalmente para fazer chapéus, movimentou milhões de “dinheiros” e milhares de pessoas, que corriam ao novo mundo em busca da preciosa mercadoria (os pobres castores).
Charmosa rua para pedestres no bairro Plateau Mont Royal, em Montreal, no Canadá
Tão lucrativo era esse comércio que as duas nações mais poderosas da época, Inglaterra e França, se digladiaram por mais de um século para ter o seu controle. E ter o seu controle significava ter a supremacia no Canadá. Finalmente, ao final das Guerra dos 7 Anos, em 1764, os dois países se acertaram e a parte francesa do Canadá (região de Quebec, onde está Montreal) foi reconhecida como sendo parte do Império Britânico (em troca, os franceses ficaram com Guadalupe, no Caribe...).
Hora da leitura sob a fonte, em Montreal, no Canadá
Mas a “pax britannica” não durou muito. Dez anos mais tarde, uma movimentação ao sul da fronteira chegou até Montreal. Era a Guerra de Independência americana e os revolucionários tentaram atrair para a luta a população francófila do Canadá. Chegaram a ocupar a cidade, em 1775, mas nem os esforços de benjamim Franklin foram suficientes para persuadir os habitantes da cidade. Eles se identificavam ainda menos com seus vizinhos do sul do que com os ingleses. Assim, quando tropas britânicas chegaram, os americanos partiram e a cidade continuou leal ao rei, sem mais se envolver na luta.
Muita arte pelas ruas de Montreal, no Canadá
Durante o século XIX a cidade se industrializou, finalmente sobrepujando em importância a cidade de Quebec, mais ao norte. Já no séc XX, logo após a 1ª Guerra Mundial, o que trouxe dinheiro à Montreal foi os americanos que fugiam da Lei Seca em seu país, vigente durante toda a Grande Depressão. A cidade era conhecida então como “Sin City”. Felizmente, também esses tempos ficaram para trás e Montreal passou a atrair outro tipo de público, como cidade de negócios e polo cultural e estudantil.
Charmosa rua para pedestres no bairro Plateau Mont Royal, em Montreal, no Canadá
Pois é, foi essa Montreal cultural e festiva que conhecemos um pouco esses dias, caminhando pela cidade. Eu sempre tinha ouvido falar que os canadenses celebravam o verão, principalmente pelo rigor do inverno, quando não só temperaturas congelantes predominam, mas principalmente pela falta da luz do dia, já às 16:30 já está escuro e o sol só se levanta depois das oito. Para nós, seres tropicais, acostumados com o calor e a luz do sol durante todo o ano, é difícil realmente captar como é morar num lugar assim, com variações tão grandes de temperatura e “tamanho” do dia. A gente “acha” que entende, mas só entende mesmo passando pela experiência.
Ruas cheias no centro de Montreal, no Canadá
Eu nunca vivi em um país assim, então, pertenço ao grupo que “acha” que entende, mas não entende não! Meio que por tabela, tivemos uma amostra disso, aqui em Montreal e, certamente, por todos os lugares que iremos passar no Canadá. Não poderemos vivenciar as diferenças entre verão e inverno, mas estamos vendo, ao vivo, com os olhos, ouvidos e narizes, a alegria com que esse povo recebe e vive o seu verão. São dezenas de festivais artísticos, milhares de pessoas nas praças e ruas, sorriso nos rostos da gente, uma incrível alegria de viver e sentir o verão, o calor e a luz. Em cada gramado da cidade, em cada pista de cooper, lá estão pessoas correndo, meditando, confraternizando, ou simplesmente vivendo aquele momento. A sensação que temos é que eles tem esses quatro meses para viver o ano inteiro. Portanto, não há um minuto a perder!
Ruas cheias no centro de Montreal, no Canadá
Foi assim ontem de manhã, no Mont Royal, durante a tarde, nas ruas do Plateau, um simpático bairro cheio de restaurantes e ruas de pedestre, ou nas ruas do bairro do nosso hotel, vizinhança universitária, durante o dia de hoje.
Restaurantes cheios em Montreal, no Canadá
Para mim, além de conhecer o centro histórico, os prédios importantes e o Parc Royal, o que mais me ensinou sobre o Canadá nesses dias foi simplesmente caminhar pelas ruas da cidade, observar seus restaurantes sempre cheios, ver as pessoas felizes e conversando. Essa exuberância de vida e da vida foi rejuvenescedora;
Um brinde à Montreal e ao Canadá!
Amanhã, felizes e já com saudades, deixamos a cidade. Ela passou a fazer parte de um seleto grupo de lugares em que nos imaginamos morando por mais tempo, uma temporada de dois anos, talvez. Ficar craque no francês e no inglês, nos esportes de inverno e, a cada verão, celebrar a vida e o sol. Quem sabe um dia...
Fim de tarde com Olimpiadas e vinho em Montreal, no Canadá
Amei!!!! A foto da Ana com a taça de vinho está lindíssima. bjs
Resposta:
Oi Lucia
Pois é, essa minha Ana é mesmo lindíssima, hehehe!
Bjs
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