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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
De volta ao Caribe na ilha de San Andrés, na Colômbia
Chegou a hora de voltarmos à América do Sul. Com a Fiona devidamente “empacotada” no porto de Colón, faltava a gente fazer o caminho de volta ao nosso querido continente natal. E há muitos caminhos possíveis entre o norte e o sul.
De volta ao caribe, na ilha colombiana de San Andrés
Para quem está dirigindo por toda a América, o caminho “natural” seria dirigir entre Panamá e Colômbia. Seria... se houvesse estradas. Mas não há, o único trecho da rodovia pan-americana que nunca foi construído. Sorte do Darién, o nome dado ao trecho pantanoso e cheio de florestas que está entre os dois países, um dos terrenos mais virgens e inacessíveis do nosso continente. Já escrevi bastante sobre isso quando passamos por aqui na subida e quem quiser ver os detalhes, o link do post está aqui.
San Andrés, ilha colombiana no Caribe
Enfim, já que não podemos atravessar com o carro, quais os outros caminhos? O mais comum entre os viajantes do continente é seguir de veleiro entre os dois países, passando pelo arquipélago paradisíaco de San Blás. Foi nossa escolha na vinda e não queríamos repetir a mesma rota. Para quem quiser ver os detalhes dessa bela viagem, o link do post está aqui.
Alegria de voltar ao caribe, na ilha de San Andrés, na Colômbia
Outra rota é a mais sem graça de todas: simplesmente, um voo entre Cidade do Panamá e Cartagena. A gente vê tudo lá de cima durante uma hora e pronto. Essa era nossa última opção, aquela que fomos obrigados a comprar no aeroporto de Santo Domingo e que tínhamos como um Az na manga.
Visual totalmente caribenho na ilha de San Andrés, na Colômbia
A nossa rota preferida era outra. É possível voar num pequeno avião até a fronteira dos dois países, uma região conhecida como Zapzurro. Ali, atravessamos essa mitológica fronteira entre dois países e dois continentes a pé, ao lado do Mar do Caribe e, em seguida, com uma combinação de lanchas e ônibus, seguimos até Cartagena. Realmente, era meu sonho de consumo: tirar uma foto com um pé na América do Sul e outro na América do Norte, passar pela tal ponte natural formada há 3 milhões de anos, por onde passaram os animais que tentavam colonizar o continente vizinho, assunto de que tratei no post anterior.
Tranquilidade em San Andrés, ilha colombiana no Caribe
Mas, infelizmente, já não conseguimos passagens nesse voo. Ele é feito com um avião pequeno, apenas três vezes por semana. As passagens se esgotam rapidamente. E não pudemos comprar antecipadamente porque ainda não tínhamos certeza que o embarque da Fiona daria certo. Como, aliás, não deu! Atrasou em uma semana. Com isso, teríamos perdido nossas passagens, como perderam os suíços que dividiram o contêiner conosco. Eles também iriam para Zapzurro e compraram as passagens com antecipação. Perderam o voo por causa do atraso no embarque do carro e agora, procuram um plano B. Irão por San Blás.
Vendedora de goiabada em San Andrés, ilha colombiana no Caribe
Nós até nos informamos sobre como chegar à Zapzurro sem o avião. Depois de três horas num 4x4, seriam sete horas numa lancha pequena, sem agenda fixa e que enfrenta mares revoltos. A descrição dos rigores dessa viagem na internet nos fez desistir de cruzar essa fronteira secreta. Mais um item para a lista de tudo o que NÃO fizemos e gostaríamos de ter feito nesses 1000dias...
Deliciosa refeição de rua em San Andrés, ilha colombiana no Caribe: Peixe, arroz de coco e patacones
Mas nós também tínhamos um Plano B bem atraente! Era voar para Cartagena, mas não diretamente. Faríamos uma escala de alguns dias nas ilhas de San Andrés e Providencia, em pleno Caribe! Pois é, logo após nos despedirmos do Caribe na República Dominicana e tentarmos imaginar quanto tempo passaria até voltarmos à região, eis que o destino nos “prega uma peça” e antecipa todas as nossas previsões mais otimistas!
Viajando do Panamá (A) para San Andrés (B), que apesar de estar no Caribe e em frente à Nicarágua, pertence à Colômbia (C) e, portanto, é América do Sul!
Essas ilhas são uma espécie de “aberração geográfica” no mapa político do continente. Elas estão ao lado da Nicarágua, que é um país da América central, têm uma aparência totalmente caribenha, mas pertencem à Colômbia, um país da América do Sul. Para complicar ainda mais, sua colonização foi inglesa, como foi o de boa parte da costa caribenha da América Central.
O dia nasce no cais de San Andrés, ilha colombiana no Caribe
A princípio, ela era usada como base por piratas para atacarem os galeões espanhóis que voltavam para a Europa com as riquezas do Novo Mundo. Depois, vieram os colonizadores de fato, ingleses também. Os espanhóis não gostaram da história e invadiram a ilha para despejar seus habitantes. Mas eles sempre retornavam, assim que os espanhóis se retiravam das ilhas. Por várias vezes isso aconteceu até que, em um tratado no final do séc. XVIII, os ingleses reconheceram a soberania espanhola, em troca do direito dos insistentes moradores de continuarem por lá.
Sala de embarque em San Andrés para quem viaja para Providencia, ilhas colombianas no Caribe
Algumas décadas mais tarde e as guerras de independência alteraram o mapa político da região. Colômbia e Panamá formavam um só país e as ilhas, não tão longe dali, se uniram à nova nação. Já no final do séc. XIX, quando a Colômbia rejeitou a pressão americana para a construção do Canal no istmo, os americanos “ajudaram” os panamenhos a ganharem sua própria independência (e ceder a área do Canal para eles, claro!). Mas as ilhas de San Andrés e Providencia, ainda sem grande valor econômico e estratégico, essas permaneceram com a Colômbia.
Sala de embarque em San Andrés para quem viaja para Providencia, ilhas colombianas no Caribe
Isso explica a situação atual, essas ilhas tão distantes, mas pertencentes à nação sulamericana. Mas agora que razões econômicas começam a aparecer, sua posse está sendo contestada. Um grande veio de petróleo foi descoberto em suas imediações e a Nicarágua quer fazer valer o direito da proximidade. Além disso, como o sonho de construir um canal ligando os dois oceanos através desse país continua existindo, as águas territoriais na costa caribenha passam a ser de grande importância. A Nicarágua levou sua demanda aos tribunais internacionais e, no ano passado, veio o resultado, um tanto quanto esdrúxulo: a posse das ilhas e cayos que as circundam é colombiana, mas o mar é da Nicarágua. Com isso, os moradores de alguns dos cayos mais distantes nem mais podem sair para pescar... Os dois países reclamam da decisão e o processo promete se arrastar por mais algum tempo...
Cayo Cangrejo, pequena ilha ao lado de Providencia, no caribe colombiano
Alheios a tudo isso, voamos para San Andrés, a mais desenvolvida das ilhas. A ilha já está praticamente toda urbanizada, mas as praias continuam lindas, aquela cor que hipnotiza nossos olhos. Mas queríamos mesmo era ir para Providencia, a ilha aonde o desenvolvimento ainda não chegou e vive-se como se vivia há cinquenta anos. Um barco liga as duas ilhas, cobrindo os 90 quilômetros que as separam em cerca de 3 horas na ida e duas na volta. Isso porque, para ir para Providencia, navegamos contra as ondas e a viagem é um terror para aqueles que enjoam no mar. Na volta, a gente vem surfando, mamão com açúcar.
O quarto do nosso hotel em Providencia, ilha colombiana no Caribe
Em Providencia, ficamos na pousada do Betito, um figuraça que anda o tempo todo com uma sunga que já deve ter uns 30 anos. Muito simpático, nos deu um quarto com uma vista maravilhosa para o Cayo Cangrejo, um dos pontos onde o mar é mais bonito, dezenas de tons de azul até onde a vista alcança. Amanhã, é dia de exploramos esse paraíso! No outro dia, de tarde, voltamos para San Andrés, para poder ver também aquela ilha com mais calma. É, pensando bem, essa semana de atraso da Fiona não vai ser tão ruim assim...
Super dicas de roteiros e mais roteiros, além das pinceladas de geografia e história.TKS! Que tudo continue dando certo por aí.
Resposta:
Olá Rubens
É isso aí, vamos viajando nas estradas, nas histórias e nas geografias, hehehe
Um grande abraço e obrigado pela energia positiva!
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