0 A Monumental Fortaleza e o Palácio em Ruínas - Blog do Rodrigo - 1000 dias

A Monumental Fortaleza e o Palácio em Ruínas - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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A Monumental Fortaleza e o Palácio em Ruínas

Haiti, Cap-Haitien, Citadelle

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti


O grande líder da revolução haitiana que se iniciou em finais do séc XVIII e culminou com a expulsão dos franceses em 1804 foi Dessalines. Em uma das mais selvagens e bárbaras guerras de que se tem notícia, era olho por olho, dente por dente, massacres cometidos por ambos os lados. Os franceses literalmente cozinhavam os revoltosos que eram capturados, para servir de exemplo. Como resposta, os haitianos os cozinhavam também e, como já estavam na panela, aproveitavam para comer um pedaço ou outro. A ideia era aterrorizar os adversários.

Em Cap-Haitien, aguardando o Taptap encher para seguir em direção à Citadelle, no norte do Haiti

Em Cap-Haitien, aguardando o Taptap encher para seguir em direção à Citadelle, no norte do Haiti


Deixando Cap-Haitien, já no Taptap cheio, seguindo em direção â Citadelle, no norte do Haiti

Deixando Cap-Haitien, já no Taptap cheio, seguindo em direção â Citadelle, no norte do Haiti


Por fim, com uma boa ajuda da febre amarela e da malária, os franceses foram vencidos e abandonaram a ilha, numa das maiores derrotas militares de Napoleão, que tinha como principal general na ilha o seu cunhado. Seu ambicioso plano de um império colonial francês nas Américas, o Haiti como peça central, foi por água abaixo e, logo depois, acabou por vender a Louisiana, incluindo a cidade de New Orleans, aos Estados Unidos.

Chegando ao palácio Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Chegando ao palácio Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Placa informativa com o mapa do parque de Citadelle - Sans-Souci, no norte do Haiti

Placa informativa com o mapa do parque de Citadelle - Sans-Souci, no norte do Haiti


Saíam os franceses, nascia o Haiti, o segundo país livre e a segunda república do continente. O nome, inclusive, é uma homenagem da nova nação aos antigos habitantes da ilha, os Tainos. Na época de colônia, o nome sempre foi Saint Domingues. Assim que nasceu a república, foi adotado o nome de Haiti, que significa “terra das montanhas” na antiga língua, um dos dois nomes usados pelos habitantes originais para designar a terra onde viviam.

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


O país nasceu como república, mas isso não durou muito. Seu líder máximo, Dessalines, tinha vocações imperiais, declarou a monarquia e nomeou-se rei. No fundo, admirava o mesmo Napoleão cujo exército havia vencido. Alguns de seus compatriotas não gostaram muito da mudança, já que tinham suas próprias pretensões. Em 1806, o herói transformado em imperador foi assassinado em uma emboscada. Entre aqueles que ajudaram a planejar, os dois principais lugares-tenente de Dessalines, Pétion e Henry Christophe.

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


O primeiro é aquele que dá nome ao bairro chique de Port-au-Prince, onde ficamos hospedados na capital. Era o principal general no sul do país. O segundo vinha do norte, da região de Cap-Haitien. Sem Dessalines no caminho, resolveram dividir o país, o Haiti do Sul e o Haiti do Norte, cada general no comando de sua região. Por vinte anos o Haiti foi dividido, Christophe liderando um governo imperial no norte e Pétion um governo republicano no sul. Ao final, os dois naufragaram em suas tentativas de criar um país viável. Pétion foi assassinado no sul e Christophe cometeu suicídio no norte, uma oportunidade para a reunificação do Haiti. Mais do que isso, aproveitaram para unificar a ilha inteira, ocupando a recém criada República Dominicana, ao leste, que acabara de se livrar dos espanhóis, apenas para cair no colo dos haitianos.

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti


Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Mas essa é uma outra história. Agora, quero focar é no tal do Henry Christophe, aqui no norte. Assim que criou seu Haiti do Norte, sua maior obsessão era uma possível invasão francesa. Tinha com eles, assim como Dessalines, uma relação de temor e admiração ao mesmo tempo. Assim, ao mesmo tempo em que se preparava para enfrentá-los, espelhou-se neles para criar sua forma de governo, um império com direito à um suntuoso palácio, uma versão caribenha de Versailles. Dizem que, quando ficou pronto, a cópia rivalizava sim, com o original. O seu nome era Sans-Souci.

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti


Além do palácio, Christophe moveu mundos e fundos para a construção de uma gigantesca fortaleza, que tornaria o Haiti inconquistável. O resultado desse esforço de vinte anos de construção e milhares de trabalhadores envolvidos foi a maior fortaleza construída no Caribe, a famosa Citadelle, assentada sobre uma montanha com quase 1.000 metros de altura. Para lá foram levados, no lombo de burros e de homens, uma invejável quantidade de canhões e munição, no que hoje é a maior coleção de artilharia do séc XVIII no mundo. Mas Henry não viu sua monumental obra concluída. Antes, disso, uma grave crise em seu governo o levou ao suicídio. Seu palácio foi pilhado e, duas décadas mais tarde, severamente danificado por um grande terremoto.

Encontro com o encarregado do Ministério do Turismo, nas ruínas de Sans-Souci, no norte do Haiti

Encontro com o encarregado do Ministério do Turismo, nas ruínas de Sans-Souci, no norte do Haiti


Motorista da moto que levou a Ana até os pés da Citadelle, no norte do Haiti

Motorista da moto que levou a Ana até os pés da Citadelle, no norte do Haiti


Essas duas obras colossais estão a poucos quilômetros ao sul de Cap-Haitien e hoje nós fomos conhecê-las. Na verdade, a Citadelle, nós já tínhamos visto do ar, ontem pela manhã. Mas a visão só nos fez ter mais vontade de conhecer ela bem de perto e com um pouco mais de “calma”.

Muita gente mora ao longo da trilha que leva até a Citadelle, no norte do Haiti

Muita gente mora ao longo da trilha que leva até a Citadelle, no norte do Haiti


Encontro com criança no caminho até a Citadelle, no norte do Haiti

Encontro com criança no caminho até a Citadelle, no norte do Haiti


Para chegar até elas, uma combinação das duas maneiras mais populares de se locomover no país: os taptaps e os mototáxis. A outra alternativa, usada pela maioria dos estrangeiros, é fretar um táxi por parte do dia. O preço fica por volta de 120 dólares. O custo exorbitante, para nós, foi uma ótima desculpa para andarmos de taptap, algo que já queríamos faz tempo. Taptaps são camionetes que enchem suas carrocerias de pessoas para fazer circuitos fixos. Elas podem ser abertas ou fechadas atrás, o que importa é que carregam o maior número possível de pessoas e mercadorias.

O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti

O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti


A Citadelle, a maior fortalezado Caribe, no norte do Haiti

A Citadelle, a maior fortalezado Caribe, no norte do Haiti


Então, de mototáxi (estamos ficando craques em andar três em uma moto!), fomos até o subúrbio de Cap-Haitien, de onde saem os taptaps para Milot, a pequena vila onde fica o palácio de Sans-Souci. Lá chegando, os donos dos taptaps nos disputaram aos gritos e acabamos entrando em uma delas, os primeiros clientes. Não demorou muito e já estava lotada, pronta para partir. Três dólares por pessoa, 30 minutos de corrida e chegamos à Milot.

Chegando à impresionante fortaleza da Citadelle, no norte do Haiti

Chegando à impresionante fortaleza da Citadelle, no norte do Haiti


PLaca informativa com a história da Citadelle, no norte do Haiti

PLaca informativa com a história da Citadelle, no norte do Haiti


Agora, quem nos disputava eram motoqueiros, todos querendo nos levar de Sans-Souci montanha acima, em direção à Citadelle. Com algum trabalho, conseguimos nos livrar deles e fomos conhecer o antigo palácio. Suas ruínas realmente impressionam e não é difícil imaginar sua suntuosidade quando estava inteiro. Também não é difícil imaginar porque as finanças do novo país já nasceram quebradas...

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti


Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti


Durante a nossa visita, conhecemos um simpático funcionário do Ministério do Turismo que está na região tentando organizar e preparar o parque para um aumento de visitantes. O plano é tentar estimular os milhares de turistas que chegam anualmente em cruzeiros à Labadee a vir para cá também. A estrutura do parque está sendo remodelada, um centro de apoio foi construído e placas informativas estão sendo colocadas em pontos estratégicos. Foi muito legal ter encontrado e conversado com ele, ficar sabendo desse tipo de iniciativa e ver que o país está andando para frente nesse setor em que tem um potencial tão grande.

Vão interior da Citadelle, no norte do Haiti

Vão interior da Citadelle, no norte do Haiti


Pátio interno da Citadelle, no norte do Haiti

Pátio interno da Citadelle, no norte do Haiti


Visitado Sans-Souci, era hora de conhecer a Citadelle. Uma rústica estrada sobe 6 quilômetros de Sans-Souci até a base da montanha onde está a fortaleza. Dali, uma trilha de um quilômetro nos leva até a Citadelle. Esse trecho de estrada pode ser feito à pé, cavalo ou de moto. Nós optamos por subir de moto e depois, descer a pé. Aqui, por causa da subida e piso irregular, não é recomendável dividirmos a moto, então fomos um em cada uma. Difícil foi escolher entre tantos que ofereciam o serviço, mas tentamos ser justos e fomos com aqueles que primeiro nos abordaram.

Observando a vista através das janelas da Citadelle, no norte do Haiti

Observando a vista através das janelas da Citadelle, no norte do Haiti


No interior de uma das torres da Citadelle, no norte do Haiti

No interior de uma das torres da Citadelle, no norte do Haiti


No estacionamento lá encima, a luta foi para nos livrar dos guias que queriam nos acompanhar. Com paciência, conseguimos. E aí, pudemos curtir tranquilamente a nossa visita à monumental fortaleza, uma verdadeira obra faraônica e que, aos olhos de hoje, parece um pouco “exagerada”. Mas temos de nos lembrar que o Haiti havia enfrentado uma guerra verdadeiramente bárbara contra os franceses e Christophe não queria se arriscar.

A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti

A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti


A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti

A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti


Além do gigantismo da construção, chama muito a atenção a quantidade de canhões e de balas de canhão. Imagino o esforço para levar tudo aquilo até lá encima! Eu mal consigo levantar as balas maiores, como levaram milhares delas até lá? Quando aos canhões, quase todos são de ferro, mas há também aqueles de bronze, capturados de forças inglesas que tentaram se aproveitar da confusão das revoluções francesa e haitiana para tentar se apoderar do país. Foram repelidos e seus formosos canhões ficaram, os mais belos da fortaleza.

Galeria cheia de canhões na Citadelle, no norte do Haiti

Galeria cheia de canhões na Citadelle, no norte do Haiti


Canhões de bronze, capturados dos ingleses, foram levados para a Citadelle, no norte do Haiti

Canhões de bronze, capturados dos ingleses, foram levados para a Citadelle, no norte do Haiti


Para coroar, uma magnífica vista dos arredores, o mar ao fundo e montanhas verdejantes para todos os lados. Um passeio que realmente vale a pena. Ainda mais quando se vem de taptaps e se tem a chance de interagir mais com as pessoas locais. Nós fizemos o maior sucesso, tanto na ida como na volta, os outros passageiros muito curiosos sobre os dois branquelos perdidos por ali.

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti


Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti


Além do taptaps, ainda pudemos ver muitos locais no caminho de volta até Sans-Souci, que fizemos à pé. Para baixo, todo santo ajuda! A Ana fez belas fotos de crianças e famílias inteiras. Muita gente mora dentro da área do parque onde estão as duas construções e a estrada que sobe o morro passa ao lado de muitas casas.

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti


Bom, hoje foi o dia das montanhas, amanhã será o dia das praias. Outra vez de taptaps, pretendemos ir até Labadee, a tal praia privada dos cruzeiros. De lá, de barco, vamos a praias ainda mais distantes, desertas e muito mais bonitas. Pelo menos, é o que nos dizem por aqui...

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Haiti, Cap-Haitien, Citadelle, história

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Citadelle e San Souci

Comentários (3)

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  • 01/03/2021 | 11:56 por Loren

    Caaaara que post incrível. Amei o texto, as fotos, tudo incrível!!! Vocês nasceram pra isso, não parem! Vocês tem canal no youtube? Insta? Amei dms. Bjos

  • 14/02/2016 | 10:43 por Hiroshi

    Bom dia!

    Excelente post do Haiti, Cap-Haiten.

    Gostaria de saber onde vcs dormiram. Tem algum contato?

  • 17/05/2013 | 01:27 por suzana Gabriela

    fantastico!!1

    Não imaginava "esse' Haiti.

    Resposta:
    Oi Suzana

    Pois é, pouca gente conhece mesmo. É uma pena, pois o país é lindo!!!

    Um abraço

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