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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Admirando a lua quase cheia do final de tarde no Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
O dia chega cedo aqui na Costa Rica. Cinco e meia e o céu já está claro. Foi nessa hora que acordei, no nosso quarto na pousada Descanso. AÃ, no friozinho das primeiras luzes, fiquei esperando o Francisco vir me chamar conforme tÃnhamos combinado. Seis horas e ele, depois de já ter corrido seus 40 minutos diários, bateu na porta. Vinte minutos mais tarde e eu já estava na administração do parque para pagar os extorsivos 40 dólares por pessoa. São 15 por dia, mais 10 para dormir no refúgio.
InÃcio da caminhada de 20 km ao pico Chirripó, o mais alto da Costa Rica
Depois, foi o tempo de fazermos algumas compras de comida e tomar um saboroso café da manhã na pousada, com direiro a frutas e granola. Finalmente, o Francisco nos levou de carro até o inÃcio da trilha, 2 quilômetros acima por estrada, a pouco mais de 1.500 metros de altitude. À partir daÃ, ficava tudo por conta de nossas pernas. Eram 9 horas da manhã quando demos nossos primeiros passos.
Muito barro no inÃcio da trilha no Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
Eu carregava uma mochila maior, com os sleepings, material de cozinha e comida, além de roupas. A Ana, com uma mochila menor, levava roupas e a máquina fotográfica. Apesar do pouco peso, a manhã nunca é a praia da Ana e o inÃcio foi bem sofrido para ela. Principalmente porque, apesar dos 40 dólares, a trilha estava, neste ponto, em péssimas condições. Muito escorregadia pela quantidade de barro. Ladeiras que ficam eternamente na sombra de árvores se transformam em verdadeiros tobogãs depois da época das chuvas. Aà ficou bem claro porque a corrida de ida e volta ao refúgio é feita em Fevereiro.
Trekking no Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
Mas, aos poucos, a gente foi esquentando os músculos, a trilha foi melhorando e tudo ficou muito mais agradável. Uma longa subida através da mata, aqui e ali com pontos mais abertos onde podÃamos admirar a bela paisagem tropical ao nosso lado. A cada quilômetro uma placa nos avisava do nosso avanço, na distância e na altitude. Assim, em cada curva tÃnhamos a esperança de ver a placa lá na frente. Quando aparecia, era um alÃvio, um sinal concreto do nosso avanço.
Trekking no Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
Assim fomos seguindo, protegidos primeiro pela sombra e depois pela quase eterna neblina que cobre um longo trecho da mata, dando à floresta um aspecto fantasmagórico. Passamos a barreira dos 2 mil metros, motivo de celebração. Cruzamos com gente descendo, nos dando dicas valiosas sobre a trilha à frente. Finalmente, chegamos na metade do caminho, quilômetro 7, perto dos 2.500 metros de altitude. Aà há um pequeno refúgio com portas trancadas, mas com uma gostosa varanda com uma mesa para fazermos o nosso lanche. É também o primeiro ponto com água potável.
Após 4 km de subida e barro, chegamos à entrada do Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
Revigorados, seguimos em frente. Chegamos à temida subida do km 8 onde a inclinação da subida aumenta bastante. Depois, alguns quilômetros quase planos, já acima dos 3 mil metros, onde a vegetação se abre bastante e podemos admirar as montanhas à nossa volta. Mais uma subida rápida e árdua e chegamos ao Monte Sin Fé, 3.200 metros. Puxa... ainda falta 4 quilômetros para o refúgio e já estamos quase na altitude dele? A explicação está logo à frente. Temos de descer um vale e é aflitivo ver a trilha serpenteando morro acima lá do outro lado. Não é à tôa que, quando chegamos ao fundo desse vale, onde está o último e precioso ponto de água potável, a próxima encosta se chama "Cuesta de los Arrependitos". Aqui, não tem mais volta, não adianta se arrepender!
Lanche na metade do caminho para o campo base do pico Chirripó, na Costa Rica
IncrÃvel como a altitude e ar mais rarefeito se fazem sentir para quem não está aclimatado (como é o nosso caso!). Os passos cansam muito mais do que cansavam poucas horas atrás. Caminhar a 3 mil metros de altitude é três vezes mais pesado do que a 1.500 metros. Ter essa experiência no mesmo dia deixa tudo muito claro! E pensar que há poucos meses, no Equador, eu estava tirando de letra os 5 mil metros. Mas essa temporada ao nÃvel do mar acabou com a nossa aclimatação...
Placa de auto-ajuda colocada bem no meio da última grande subida (a "Encosta dos Arrependidos") para o refúgio no campo-base do Chirripó, na Costa Rica
Bom, enfim vencemos a Encosta dos Arrependidos e, daà para frente, foi um passeio até o refúgio, onde chegamos pouco depois das quatro da tarde. Visual magnÃfico de montanhas à nossa volta, principalmente o Pico Crestones, bem em frente ao refúgio. Bem parecido com as Prateleiras, lá no Itatiaia. Fomos recebidos por um guarda-parque que nos apresentou o enorme refúgio, a cozinha e área de convivência e o nosso quarto com dois beliches, mas apenas para nós.
Pausa para descanso depois de 10 km de subidas, no Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
Não demorou muito para escurecer e esfriar. Doze graus do lado de dentro, seis graus do lado de fora. Afinal, estávamos a 3.400 metros de altitude, muito mais altos do que qualquer montanha no Brasil. A Ana cozinhou um delicioso macarrão para nós, com a ajuda do fogareiro de outras pessoas, já que o nosso teima em não funcionar em lugares mais altos. Enquanto ela cozinhava e socializava com as outras quinze pessoas no local, praticando o seu espanhol e seu inglês, eu utilizei a internet do refúgio (que chique!) escrevendo o texto que segue abaixo e que esteve postado esses dias como um post separado:
"Estamos agora a 3.400 metros. Caminhada de 15 km, saindo de 1500 metros. Nao foi facil!!!
Amanha, as 3 da madrugada, vamos ao pico ver o nascer do sol
Atualizacoes do site, talvez amanha de noite...
Brrrrrrrr, ta um gelo aqui em cima, no Parque Nacional Chirripo
Abs"
A lua paira sobre o Pico Crestones, no Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
Nada como a tecnologia! Tive de escrever rápido porque já eram seis da noite, hora de fechar os computadores. As luzes (geração solar!) são apagadas às oito e, à essa hora, já estamos todos jantados e devidamente acomodados em nossas camas. Afinal, o dia amanhã vai começar cedo. Bem cedo! Para chegar ao pico em tempo de ver o nascer-do-sol, temos de começar a caminhar às três da madrugada! Para isso, temos de acordar uma meia hora antes...
Preparando o jantar no refúgio do Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
O nosso problema é que não temos relógio e muito menos despertador. Os nossos vizinhos de quarto não irão partir de madrugada, então não adianta contar com o barulho deles para acordar. O único meio de saber as horas é ligar a câmera fotográfica... Bom, vou fazer a programação mental e ver o que acontece. Já funcionou outras vezes, mas apenas para horas mais "civilizadas", à partir das seis da manhã. Veremos...
Lavando a louça no refúgio do Parque Nacional de Chirripó, na Costa Rica
Bom ver que tem gente se divertindo neste mundão!!
Eita subidinha boa, hei!
Sorte Sempre!
Resposta:
Essa foi fogo mesmo...
Mas valei muito à pena!
Abs
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