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Maurício Furlan (13/08)
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Xalaco (03/07)
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Marco ( Marquinho ) (08/06)
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Henrique Faria (30/03)
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Adi Barbosa (23/03)
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O glorioso entardecer no Castillo San Pedro del Morro, ao sul de Santiago de Cuba
Não que Santiago seja uma cidade que deva ser conhecida em apenas um dia, mas se o acaso te levar a esta situação, aqui vai a minha sugestão.
Comprando ervas e verduras em Santiago de Cuba, no leste do país.
O nosso roteiro começou pelo bairro bacana de Santiago, sim, até em um país socialista existem diferenças sociais. O bairro de Vista Alegre é onde estão localizadas galerias de arte contemporânea e o Museu da Imagem de Cuba, com exposições de fotografias antigas e recentes do país. Começando o dia cedo se pode passar pelo por um dos agradáveis cafés do bairro, normalmente há pouca variedade no menu (como em toda Cuba), mas o bairro é bem arborizado e aprazível.
Táxi em Santiago de Cuba, no leste do país.
Saímos dali e pegamos um táxi para a Plaza Céspedes, no coração de Santiago, para encontrar o Rodrigo. Ele havia saído mais cedo para a estação rodoviária confirmar nossas passagens e aproveitou para passar no Museu Frank País, que conta a vida deste personagem importante na história da Revolução Cubana. Frank País foi o maior organizador da luta clandestina e do suporte à guerrilha liderada por Fidel, Che, Camilo e Raul. O museu estava fechado, mas Rodrigo conseguiu uma “exclusiva” com a diretora do museu, que lhe contou a história, respondendo a todas as suas perguntas por mais de meia hora.
Vista do Balcón de Velázquez em Santiago de Cuba, no leste do país.
Na Plaza Céspedes estão alguns dos edifícios históricos mais importantes da cidade, como a Catedral, o Museu de Ambiente Histórico Cubano, antiga casa de Diego Velásquez (1522) e o tradicional Hotel Casa Granda, onde comemos ontem à noite. Inclusive desconfio seriamente que foi o frango que comi aí ontem que me fez mal e me deixou todo o dia com dores e um mal estar terrível. Bem, encontramos Rodrigo e seguimos para o Balcón Velásquez, um dos lugares com melhor vista para o porto de Santiago, de onde pudemos ver também a escola onde Fidel Castro estudou e ao lado o Museu da Luta Clandestina, com fotos e memórias dos principais líderes da luta clandestina ao lado de Frank País.
Visitando o museu de La Lucha Clandestina, em Santiago de Cuba, no leste do país.
Enquanto víamos a exposição, Rafa e Laura conheceram uma figura sentada à porta do museu. Um senhor com aparência de mendigo, meio borracho e que começou a contar uma história:
“Se hoje estou assim é por três motivos: o primeiro é o álcool, o segundo é falar sempre a verdade e o terceiro foi ter me apaixonado pela mulher errada.” O senhor X estudou medicina em Cuba e especializou-se em medicina nuclear na Rússia. Lá se apaixonou pela filha do Erich Honnecker, líder da Alemanha Oriental, tentou, mas foi impedido de viver este amor impossível. Voltando contra a sua vontade a Cuba casou-se com uma cubana, teve filhos e fez-se chefe de medicina nuclear, setor de quimioterapia no início da revolução. Um dia em um encontro com Fidel, este o perguntou por que, mesmo com tantos investimentos, tantas pessoas continuavam morrendo de câncer em seu país. Ele sem titubear o respondeu: “porque todo o dinheiro doado pelos ricos apoiadores da revolução vai para as suas clínicas particulares e não chegam aos hospitais públicos.” Em pouco tempo ele teve o seu direito de exercer a medicina caçado e desiludido começou a beber. Daí para frente vocês já imaginam... a bebida lhe afastou de sua família, perdeu sua esposa, filhos, profissão e sua saúde. “Sou um alcoólatra, vocês podem estar pensando que é tudo invenção minha, aguardem um minuto que eu já volto” E voltou com fotos de toda a sua vida, viagens à Rússia, fotos como médico, sua família, etc. Impressionante! Eu o conheci, mas a história completa nos foi reproduzida depois por Laura e Rafael, que tiveram o prazer e a sorte de sentar e escutar essa história de vida que mais parece um filme!
Balcón de Velázquez, em Santiago de Cuba, no leste do país.
A esta altura o mal estar me pegou forte e me fez baixar o ritmo de caminhadas. Eu e o Ro pegamos um táxi para a pousada e ali ficamos por umas duas horas, enquanto Laura e Rafa foram visitar uma fábrica de charutos. Esse é o roteiro para vocês, que não seguirão o meu exemplo e não ficarão doentes. Chazinho de menta, muita água e descanso me ajudaram a melhorar um pouco e assim que eles chegaram saímos para o Castillo San Pedro del Morro, uma fortaleza há uns 10 km do centro da cidade.
A baía de Santiago de Cuba vista do alto do Castillo San Pedro del Morro, ao sul da cidade
O castillo é belíssimo e está bem localizado no alto de um morro (60 m.s.n.m.) com uma bela vista para a Baía de Santiago de Cuba, o porto e toda a sua costa. Projetado em 1587, foi construído apenas entre 1633 e 1693 para defender a cidade de piratas do Caribe. Tornou-se um Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco em 1997, sendo considerada uma das fortalezas mais bem preservadas no caribe-hispânico.
A bela vista do Castillo San Pedro del Morro, ao sul de Santiago de Cuba
O fim de tarde em uma de suas varandas é espetacular! Coincidência ou não, foi justamente aí que encontramos dois grupos de brasileiros, Juliana e Gabriel, um casal de gaúchos estudantes de psicologia que estão em uma viagem de um mês por Cuba e Rodrigo e Rafael, dois amigos estudantes de medicina que vieram para um estágio de um mês e deram uma esticadinha para conhecer o país. Encontrar toda essa brazucada foi muito bacana, cada um contado suas impressões, experiências e aventuras pelo país e eu só escutando, estava passando tão mal que nem consegui acompanhá-los em uma cervejinha.
Reunião de brasileiros em Santiago de Cuba, no leste do país.
Na volta inventamos de dar carona para todos eles até o centro da cidade, imaginem como ficou o carro com 8 pessoas dentro!?! Acreditem ou não foram 6 na frente e 2 no porta-malas! Nem eu que estava lá e vi tudo, podia acreditar na situação, então aí vai a foto do crime! Rsrsrs!
Acomodando-se no porta-malas do nosso carro em Santiago de Cuba, no leste do país.
Se o seu dia acaba como o meu, não sobrou muito tempo, se prepare para ir à rodoviária e espero que tenham gostado! Senão, a noite ainda pode ser longa começando na Casa de La Trova e seguindo os passos dos cubanos mais antenados que você encontrar por lá!
Lua nova sobre o Castillo San Pedro del Morro, ao sul de Santiago de Cuba
Nós seguimos para a rodoviária, demos um até logo aos nossos amigos e nos preparamos psicologicamente para as próximas 15 horas dentro de um ônibus. Ele saía às 22h, chegamos lá uma hora antes e descobrimos que a agência de turismo que nos vendeu a passagem em Trinidad não passou os dados, a reserva e a compra para o escritório central da Via Azul. Quase ficamos sem vagas! Ainda bem que nosso santo é forte, sobraram duas poltroninhas e deu tempo de embarcarmos.
Embarco neste ônibus com aquela tristeza que bate quando a viagem já está acabando. Engraçado, fazia tempo que eu não sentia isso, acho que a última vez que tive esta sensação foi em Galápagos. Também, viajando 1000dias é impossível ficarmos tristes, isso só nos dá a certeza de que um dia voltaremos para Cuba.
Boa noite pessoal, linda a viagem de vocês, fico acessando de vez em quando o site, mas só agora resolvi comentar, deve ser por causa da minha inveja com o estilo de vida de vocês, heheh brincadeira, fico feliz só de ver que vocês terão muitas histórias para contar...abcs
Resposta:
As histórias estão todas aí e ainda temos muitas pela frente! Ah! Inveja boa não tem problema, ainda mais se ela te mover a realizar também os seus sonhos e sair para ver o mundo! Beijos e te vemos por aqui! =)
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