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Caminando en La Havana

Cuba, Havana

Inspirando-se no Malecón para fazer música (em Havana - Cuba)

Inspirando-se no Malecón para fazer música (em Havana - Cuba)


La Habana viveu seus tempos gloriosos, como refúgio preferido de muitos artistas de Hollywood, hotéis luxuosos, cassinos, cabarés e muita riqueza sendo esbanjadas por americanos ricos que a tinham quase como uma extensão de seu território. Aqui faziam o que queriam e bem entendiam, até a Máfia Americana já havia se estabelecido na ilha da festa e da fantasia. Imaginem uma pequena Las Vegas, era mais ou menos por aí... Imaginem uma população pobre, muitas vezes sem ter o que comer, convivendo com este esbanjamento de dinheiro, baixo seis anos de ditadura do então “presidente” Batista. Imaginando este cenário fica até mais fácil entender de onde surge um movimento revolucionário para lutar pela igualdade de classe e direitos.

Plaza de la Revolución, com os herois Che Guevara e Camilo Cienfuegos, em Havana - Cuba

Plaza de la Revolución, com os herois Che Guevara e Camilo Cienfuegos, em Havana - Cuba


A capital cubana é imensa, plana e espalhada. A maioria das casas de família bacanas para hospedagem fica no bairro do El Vedado, antigo bairro de dominação americana. Nosso tour hoje começou pelo hospital. Desde que voamos de Little Cayman para cá estou com uma dor de ouvido animal, infecção bacteriana, disse o doutor. Anti-biótico por 8 dias e nada de água, mergulho ou um simples banho de mar, pelos próximos 30 dias! O tempo de espera foi de uma hora e o atendimento foi rápido e eficaz. Posso dizer que me senti completamente segura nas mãos de um médico cubano, a fama deles não é à toa mesmo!

Chegando à Plaza de la Revolución, em Havana - Cuba

Chegando à Plaza de la Revolución, em Havana - Cuba


Saímos caminhando pelo bairro do El Vedado, antiga vizinhança “americana” na capital cubana. Primeira parada, Necrópolis Cristóbal Colón, o maior e mais importante cemitério do país. Uma imensa área de lápides e monumentos que são uma verdadeira obra de arte! Os túmulos do cemitério foram das poucas coisas que o governo não estatizou no novo modelo político e econômico, assim eles podem ser vendidos, chegando a custar 2.500 e até 3mil dólares para reaproveitamento de espaço. Os defuntos mais antigos são levados para um crematório geral.

O maior cemitério do país, a Necrópolis Cristóbal Colón, em Havana - Cuba

O maior cemitério do país, a Necrópolis Cristóbal Colón, em Havana - Cuba


Uma história curiosa é a da Señora Amelia Goyri, mulher que morreu (1901) no parto e foi enterrada com seu filho entre as pernas, como mandava a tradição da época. Anos depois foi feita a exumação do cadáver e, além deste ainda se encontrar em perfeito estado, segurava o bebê em seus braços. Depois disso seu marido quase enlouqueceu, tendo a certeza que sua esposa estava viva quando foi enterrada. Outros preferiram encontrar na possível tragédia um milagre e a Señora Amelia foi aclamada pela população a santa das mulheres que querem engravidar, grávidas e dos bebês recém nascidos. O ritual que fazia seu esposo é repetido até hoje por seus seguidores, que batem a argola metálica da tampa de seu túmulo, dão uma volta ao seu redor e saem sem nunca dar as costas para uma dama.

O túmulo da milagrosa Amelia Goyri, na Necrópolis Cristóbal Colón, em Havana - Cuba

O túmulo da milagrosa Amelia Goyri, na Necrópolis Cristóbal Colón, em Havana - Cuba


Seguimos no tour a pé pelo bairro do El Vedado, largas avenidas, muros socialistas e carros antigos, até chegar à Plaza de La Revolución, onde está o memorial em homenagem ao herói da independência, José Martí e os edifícios do Ministério do Interior, com imagens e frases dos heróis Che Guevara e Camilo Cienfuegos.

Monumento ao heroi da independência josé Martí, na Plaza de la Revolución, em Havana - Cuba

Monumento ao heroi da independência josé Martí, na Plaza de la Revolución, em Havana - Cuba


Impressionados com a extensão das largas avenidas da cidade, continuamos caminhando, passando pela rodoviária e seguimos em direção ao Hotel Habana Livre, antigo Hilton, que serviu como sede do novo governo revolucionário. No lobby do hotel há uma exposição de fotos de quando Fidel e os barbudos chegaram ao hotel e se instalaram com seus uniformes e armas ali, naquele mesmo espaço.

Fotos históricas da chegada dos guerrilheiros ao saguão do Hotel Habana Libre, em Havana - Cuba

Fotos históricas da chegada dos guerrilheiros ao saguão do Hotel Habana Libre, em Havana - Cuba


Mais algumas quadras e chegamos ao Hotel Nacional, um dos mais tradicionais da cidade. Além do seu famoso cabaré e restaurante, o hotel possui uma belíssima vista do Malecón de Havana, lugar perfeito para mojito e uma água antes de continuar as explorações pela região.

O famoso Hotel Nacional, em Havana - Cuba

O famoso Hotel Nacional, em Havana - Cuba


Um dos programas obrigatórios em Havana é caminhar pelo famoso e extenso Malecón. Aqui entramos direto no túnel do tempo, entre prédios antigos e carros da década de 40 e 50 acelerando pela avenida.

Trânsito na famosa avenida Malecón, em Havana - Cuba

Trânsito na famosa avenida Malecón, em Havana - Cuba


Quando o mar está mais agitado as imagens deste trecho da cidade ficam clássicas e ainda mais divertidas! As ondas se chocam contra as pedras e o muro fazendo splashes sensacionais e molhando os desavisados. As vezes uma pista da avenida tem que ser fechada para os carros não levarem um banho. É um programa de família, namorados e amigos se encontrar no Malecón para pescar, namorar, jogar conversa fora e quem sabe ainda tomar um delicioso banho de mar.

A orla do Malecón em Havana - Cuba

A orla do Malecón em Havana - Cuba


O Malecón tem em torno de 7km, pegamos um táxi para acelerar o passeio e paramos no Capitolium, um ode aos tempos de prevalência norte-americana, pois é idêntico ao de Washington. Seguimos pelas ruelas de Havana Vieja procurando por um bom restaurante de frutos do mar. Os restaurantes são conhecidos aqui como paladares e também são estatais, e nesta área menos turística quase sempre estão em umas casinhas fechadas e nada convidativas.

Prédio do Capitólio Nacional, no centro de Havana - Cuba

Prédio do Capitólio Nacional, no centro de Havana - Cuba


Queríamos algo mais local e acabamos caindo no Paladar El Guajiro, levados pelo Álvaro, músico que trabalha ali ao lado no Gran Teatro de La Habana. Fomos caminhando e conversando com ele, que com um papo amigo, dizendo “eu trabalho com música, não sou guia, não quero o dinheiro de vocês. Vou mostrar um bom restaurante porque são amigos brasileiros...”

Interagindo com os cidadãos de Havana - Cuba

Interagindo com os cidadãos de Havana - Cuba


Bom, chegando lá o cara já se convidou para almoçar conosco, o restaurante era caro, 20 CUCs por prato! O Rodrigo se indignou com o preço e resolveu não comer. Para piorar o conto, o cara começou a contar uma história triste, que era pai de 3 (depois mudou para 4 filhos) e que preferia pegar os 20 CUCs do prato dele e dar de comer para toda a família. O cara é tão profissa em embromar turistas, que mesmo vendo o que estava acontecendo, nos sentimos praticamente obrigados a dar o dinheiro para ele. Demos 10 e ele ainda reclamou que eram 20!!!! Cara, pense num stress! Ódio de nós mesmos! Caímos pela primeira e última vez. Pelo menos o prato de peixe e lagosta estava delicioso e aos poucos vamos entendendo como as coisas funcionam.

Rua na região do Capitolio, no centro de Havana - Cuba

Rua na região do Capitolio, no centro de Havana - Cuba


Meio ressacados do assalto, decidimos relaxar e aproveitar o pique que ainda nos restava para conhecer a Fortaleza de San Carlos de La Cabaña. Um forte construído entre 1763 e 1774 pelos espanhóis para a proteção da cidade de La Habana contra ataques piratas e de frotas francesas ou inglesas, este forte nunca entrou em combate. Prisão militar durante a ditadura de Fulgêncio Batista, foi ocupado por Che Guevara quando os revolucionários entraram na cidade de Havana, tornando-se sede militar do novo governo. Além de exposições sobre o forte, existe também uma sala em homenagem ao Fidel Castro e ao Che, que despachava seus assuntos militares de um escritório montado neste local.

Chegando à Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba

Chegando à Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba


A Fortaleza chegou a abrigar mais de mil soldados, que acabaram criando uma tradição chamada Cañonazo (em português, canhonaço). Durante séculos a tradição de manteve, alterando a frequencia antes diária para semanal e hoje, como atração turística, novamente o canhonaço é encenado diariamente. Vestidos com as indumentárias da época, os soldados adentram ao som da bateria militar até a área dos canhões e disparam um deles pontualmente às 21h, avisando aos navios o fechamento das portas da cidade. É uma cerimônia muito bacana e a vista noturna do alto do forte da cidade e da Baía de Havana é espetacular!

Guarda vestido para a cerimônia do 'canhonaço', na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba

Guarda vestido para a cerimônia do "canhonaço", na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba


Fica aí a dica para um walking tour pela cidade de Havana, dia longo e cheio de boas imagens, cenários e histórias. Nosso plano era ainda aproveitar a noite no Jazz Café, mas os “véios” aqui acabaram se rendendo ao conforto da casa da hospitaleira Dona Margarita para uma longa noite de sono.

Visão noturna de Havana - Cuba, do alto da Fortaleza de San Carlos

Visão noturna de Havana - Cuba, do alto da Fortaleza de San Carlos

Cuba, Havana, viagem, walking tour, roteiro

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Nossa guia na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba
Artista de rua em Havana, capital de Cuba
Grandes esponjas nas pareds do Randy's Gazeboo, em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
Mergulhando no Randy's Gazeboo, em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
A pequena praia de nossa deliciosa pousada em Little Cayman, nas Ilhas Caiman
A Ana segura uma arraia em Stingray City, em Grand Cayman
Voltando para o barco em Three Trees, em Grand Cayman, nas Ilhas Caiman
A ilha de Grand Cayman vista do avião
Beija-Flor de rabo comprido no alto das Blue Mountains, na Jamaica
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