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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Detalhe do belo portal chines no coração da Chinatown de Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Ocupada há milhares de anos pelos povos nativos, Victoria e toda a Columbia Britânica são relativamente novas para o mundo ocidental. Foi apenas no final do século XVIII que esse litoral começou a ser explorado por nações como Rússia, Inglaterra, Espanha e França, todas em busca de oportunidades de comércio de pele de lontra, além da mítica “passagem noroeste”, um caminho mais curto entre o Atlântico e o Pacífico que por gerações encantou aventureiros, mas que ao final, não passava de um sonho (pelo menos em épocas pré-aquecimento global).
escola pública chinesa na Chinatown de Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Para se ter uma ideia, isso foi 300 anos após Colombo ter chegado ao Caribe. Nessa época, os Estados Unidos já tinham conseguido sua independência, as cabeças já rolavam nas guilhotinas francesas e os primeiros movimentos revolucionários começavam a agitar a América Latina. Essa região ao noroeste da América do Norte tornou-se um novo centro das atenções e cobiça das grandes nações. A confusão política na França acabou afastando essa nação da nova “corrida” e uma enfraquecida Espanha, mesmo após tantas viagens exploratórias pela região, não ousou se contrapor à poderosa Inglaterra. Mais ao norte, russos e ingleses finalmente chegaram a um acordo sobre esferas de influência, o embrião das atuais fronteiras de Canadá e Alaska. Mas mesmo com os rivais europeus afastados, a Inglaterra não pôde respirar aliviada, pois agora era sua antiga colônia e nova aspirante à potência mundial que se interessava por essa nova fronteira: os Estados Unidos. Foi a chamada “questão do Oregon”, que quase levou as duas nações à guerra em meados do séc XIX.
Caminhada pela mais antiga Chinatown do país, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Foi nesse contexto conturbado que nasceu a cidade de Victoria. Por décadas, toda aquela região ao norte da California tinha vivido numa espécie de “dupla nacionalidade”, com comerciantes americanos e ingleses disputando cada rota ou oportunidade. Com o crescimento do comércio, as tensões aumentavam. Parte da sociedade americana clamava por guerra (“América para americanos!”). Com suas posições mais ao sul em perigo, a Inglaterra construiu um novo forte onde hoje está Victoria, como que para afirmar: “Daqui para o norte, é meu!”. Muitas negociações se seguiram e, enfim, o território foi dividido entre as duas nações ao longo do paralelo 49, o mesmo que já separava EUA e Canadá ao leste das Montanhas Rochosas. Outro fator que também contribuiu para evitar essa guerra foi que os EUA já estavam envolvidos em outra disputa, no sul, contra o México. Não achou prudente lutar em duas frentes de batalha ao mesmo tempo, numa delas contra a mais poderosa nação no mundo daquela época. Assim, enquanto no sul os EUA levaram quase a metade do território original mexicano, no norte eles abriram mão de boa parte de suas pretensões iniciais. Foi a única disputa territorial ao longo da história americana em que eles tiveram de abrir mão de suas aspirações.
O belo portal chines no coração da Chinatown de Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Voltando à Victoria, o forte virou cidade e passou a dominar todas as rotas comerciais da região, ganhando importância política e econômica. Logo se tornou a capital dessa nova província e também principal porto de entrada dos novos imigrantes, notadamente os asiáticos. Japoneses, chineses e indianos afluíam aos milhares, em busca das novas oportunidades de trabalho que se colocavam. As grandes empresas, como as mineradoras, preferiam trazer imigrantes chineses do que contratar trabalhadores locais, de origem inglesa. Esses, tinham a “péssima mania” de se reunir em sindicatos, fazer greves e exigir seus direitos enquanto os chineses, esses sim eram bons trabalhadores, sem limites de jornada de trabalho e muito menos domingos ou feriados.
Foto de antiga família da Chinatown de Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Essa disputa acirrada pelos postos de trabalho foi um dos fatores no forte racismo que se criou contra os “amarelos”. Os chineses, hostilizados pela sociedade local, acabaram se reunindo em seus próprios guetos, formando os bairros conhecidos como Chinatown. A Chinatown de Victoria é a mais antiga e tradicional do Canadá. Foi justamente aí que nos hospedamos na cidade e onde começamos nossas explorações no dia de hoje. Hoje, ela é ocupada por imigrantes de 1ª, 2ª e 3ª geração de diversos países asiáticos, como a própria China, Coréia, Vietnã, Filipinas, etc... Diversas lojas, mercados e restaurantes compõem a paisagem, mas são mesmo as marcas e formas chinesas as que mais chamam a atenção, pela sua arquitetura e tradição.
Palácio do Governo Provincial, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
The Empress, o hotel mais famoso de Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Depois de uma boa caminhada por aí, seguimos para outra das grandes atrações da cidade, o Beacon Hill Park. Os planejadores ingleses de cidades na segunda metade do século XIX tinham como norma reservar uma milha quadrada para espaços públicos para cada oito milhas destinadas à ruas, avenidas e residências. Dentro dessa boa política, toda uma área no alto de uma colina (a Beacon Hill) foi reservada para um grande parque, numa região quase central da cidade.
Enormes trepadeiras com cores de Outono sobem prédio no centro de Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
No caminho para lá, sempre caminhando, passamos por três dos mais importantes marcos arquitetônicos da Victoria. O majestoso Palácio do Parlamento Provincial, escudado por uma estátua da rainha Vitória (que deu nome à cidade!), o suntuoso Empress Hotel, o mais tradicional de Victoria, construído pela companhia ferroviária para fomentar o turismo na cidade, e pelo melhor museu de toda a província (sorry, Vancouver!), o Royal BC Museum. Pelo adiantado da hora, resolvemos deixar o museu para amanhã, antes de viajarmos, e continuamos seguindo para o Beacon Hill, logo ali atrás.
As cores características do Outono no Beacon Hill Park, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
O parque é realmente um oásis no meio da cidade. Adorado por seus frequentadores, agora no Outono ele ganha cores espetaculares, dignas da região da Nova Inglaterra. Não é por menos, pois foi de lá que foram trazidas várias Mapple Trees que hoje coloriam de vermelho esse belíssimo parque. E não foram só as Mapple Trees que foram “importadas”. Várias plantas de diversas partes do mundo, incluindo a maior de todas elas, as árvores sequoias, foram plantadas aqui. Aliás, no final do séc XIX, era muito chique ter a maior árvore do mundo plantada em seu jardim. Por toda a cidade foram plantadas essas gigantes avermelhadas. Hoje, apenas 120 anos mais tarde, elas ainda vivem na sua infância, mas já dão mostra do colosso que um dia serão. Quem viver mais uns 300 anos poderá conferir!
Tranquilidade em um dos lagos do Beacon Hill Park, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Pavão posa para fotos sobre um galho de sequoia no Beacon Hill Park, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Demos uma boa volta pelo parque, admirando não só as cores da flora, mas também da fauna. Uma colorida coleção de aves perambula livre pelo parque, de patos à pavões. Nada mais apropriado para um parque pintado com todas as cores e tons entre o verde e o amarelo e entre o amarelo e o vermelho. As aves soltas são a evolução do antigo zoológico que ali existia, numa época em que os pobres animais viviam toda a sua vida encarcerados em jaulas diminutas. Basta ver as suas fotos para perceber a tristeza em que viviam. Felizmente, pelo menos por aqui, essa barbaridade é coisa do passado.
Passeio no belo Beacon Hill Park, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Uma jovem sequoia de apenas 130 anos no Beacon Hill Park, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
No caminho para casa, depois de passar pelo ponto mais alto do parque, de onde se pode observar o mar aberto e toda a glória do Oceano Pacífico, seguimos pela orla, mesmo caminho de vários corredores e caminhantes com seus cães. Fico sempre impressionado com a limpeza desses caminhos, nem um mísero cocô de cachorro para contar a história. Todos devidamente ensacados em sacolas de plástico biodegradável distribuídas gratuitamente em alguns pontos. Um show de cidadania do poder público e também dos donos de cachorros, pois os cães daqui fazem tanto cocô como os brasileiros. Mesmo assim, podemos andar tranquilamente pelas calçadas. Vantagens de uma sociedade mais “civilizada”, pelo menos nesse ponto.
As cores características do Outono no Beacon Hill Park, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Descanso sobre um tapete de folhas vermelhas no Beacon Hill Park, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Uma última parada antes de voltarmos à Chinatown e ao nosso hotel foi na casa onde viveu Emily Carr, uma importante pintora e escritora canadense que tão bem retratou as culturas nativas e as paisagens da Columbia Britânica. Temos visto quadros seus espalhados pelos museus das grandes cidades do país e agora que conhecemos de perto as paisagens que ela magistralmente retratou, fomos lá prestar nossas homenagens. Entre as muitas qualidades que não tenho está a arte da pintura, o que só mais me faz admirar quem tem. Ao menos, divido com ela a profunda admiração pelas paisagens fantásticas dessa parte do mundo e acabo me sentindo coautor de seus belos quadros, pelo menos na vontade, hehehe.
Casa onde viveu a famosa pintora Emily Carr, em Victoria, capital da British Columbia, no oeste do Canadá
Estou babando, encantada, apaixonada pela viagem de vocês. As fotos estão lindas também.
Super parabéns!!!
Resposta:
Oi Naira
Mais encantado e apaixonado estamos nós por esse lindo continente que todos dividimos, a América! E mais incrível ainda é poder dividir todas nossas experiências com vcs e receber comentários como o seu!
Muito obrigado!
Abs
Que fotos! Adoro o outono, é muito bom observar a mudança das estações nas plantas.
Resposta:
Oi Mabel
Principalmente aqui no norte, quando aparecem as cores amarelas e as vermelhas. Um espetáculo anual da natureza!
Abs
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