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Hoje não tínhamos muito tempo a perder por aqui, em Providencia. Afinal...
Hoje fomos ver Salvador de outro ângulo: de dentro da baía, acima e aba...
Poucos quilômetros ao norte da cidade de Coro, na Venezuela, está uma d...
jose luiz (30/07)
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joaquim ferreira da silva (29/07)
ala,adorei esas fotos ,maravilhosas,ja visitei esa zona,natal tibau ponta...
Lurdes (26/07)
Que prazer ver esta comemoração e a integração familiar,eu desejo que...
Kina (26/07)
mabel (26/07)
Também acho Picinguaba um dos lugares mais lindos de Ubatuba, gosto muit...
Mesmo em dia nublado, as paisagens grandiosas do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Em 1878 chegava ao sul da Patagônia o primeiro grupo de turistas de que se tem notícia. Entre os integrantes, a famosa escritora, jornalista e feminista inglesa Florence Dixie. Naquela época, Dixie já dizia que homens e mulheres deveriam ter os mesmos direitos, de votar, de estudar, de trabalhar, de como se vestir e até de viajar. Seus livros, mesmo os de viagens, faziam muito sucesso na época. Sua descrição sobre as belezas da patagônia, especialmente sobre a região de Torres del Paine, cativaram e interessaram muitos leitores e incentivaram a vinda para cá de inúmeros cientistas, como geólogos e glaciologistas. As enormes torres de granito que fazem a fama do parque foram chamadas por ela de “As Agulhas de Cleópatra”.
Foto clássica do parque Torres del Paine, tirada em dia de sol e do lago Pehoe (foto da internet)
Foto clássica do parque Torres del Paine, tirada em dia de sol e do lago Nordenskjold (foto da internet)
Esse era o nome que se dava (e continua assim!) aos obeliscos egípcios que foram enviados a Paris, Londres e Nova York poucos anos antes da viagem de Dixie à patagônia. Na verdade, eles são muito anteriores à Cleópatra e quando a famosa rainha egípcia nasceu eles já tinham quase 1.500 anos. Mas no final do séc. XIX, tudo que vinha do Egito era associado à sua mais conhecida rainha e assim foi com os obeliscos também. As enormes montanhas em forma de torres no sul do Chile realmente se parecem com os obeliscos, mas o nome sugerido por Dixie não pegou e eles ficaram mesmo conhecidos como Torres del Paine. “Paine” é uma forma antiga de dizer “azul” e se refere á cor do granito em dias nublados, coisa muito comum por aqui.
Estrada interna do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Estrada que corta o parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Mesmo com a chegada de cada vez mais visitantes para conhecer essas formações tão belas, a área não era protegida até 1959. Ao contrário, várias fazendas de pastoreio ocupavam a região, a mata nativa sendo destruída para dar lugar para comida de ovelha. Finalmente, com a criação do parque de 2.500 km2, a situação começou a se reverter. A flora e a fauna local se recuperaram e o número de turistas não parou mais de crescer, algum número perto de 170 mil pessoas por ano, mais de 60% delas estrangeiros. A absoluta maioria desses visitantes vem durante os meses de verão, de Dezembro a Março, quando o clima é mais ameno e o dia tem muito mais horas de luz. O resultado é um certo congestionamento no parque, principalmente ao longo das atrações, trilhas e refúgios mais conhecidos.
Lagoas e montanhas do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Lago Sarmiento, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O parque protege uma área de lagos, rios, geleiras e estepes, mas a grande estrela é, sem dúvida o maciço Paine. Suas torres de pedra atraem alpinistas do mundo inteiro enquanto a chance de vê-las mais de baixo atrai pessoas do mundo inteiro. Uma rede de trilhas foi criada para dar acesso a todos os ângulos possíveis de observação dessas montanhas, enquanto refúgios e campings atendem a todos os caminhantes. A organização é quase americana, com opções para todos os bolsos. A única necessidade é fazer a reserva com bastante antecedência, principalmente nos meses de verão.
Pousadas mais chiques dentro do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Pousada com direito a hidromassagem na beira do lago no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Há também uma rede de estradas, para aqueles que não querem fazer muito exercício. Elas levam a lagos, cachoeiras, mirantes de observação e aos hotéis mais caros. Sim, exatamente como nos EUA e diferentemente do que ocorre no Brasil, há hotéis chiques dentro da área do parque nacional para aqueles que querem conhecer um dos lugares mais belos do mundo em alto estilo. Mas para quem quiser ver essa maravilha de perto mesmo, aí não tem jeito: vai ter de botar o pé na trilha e suar um pouco (ou, muitas vezes, passar frio!).
Mesmo em dia nublado, as paisagens grandiosas do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Parada em mirante ao lado da estrada no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Geleira desce montanha no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Já faz alguns anos que esse parque passou a ser o queridinho dos gringos que visitam a nossa América do Sul. Tanto por suas belezas naturais como pela infraestrutura e organização criada para desfrutá-la. O Torres del Paine virou um símbolo e motivo de orgulho para o Chile. Mas com tanta gente entrando no parque e caminhando livremente por suas trilhas, a chance de acontecer algo errado não é pequena. Por duas vezes em anos recentes, turistas que acampavam não cuidaram bem de seus fogareiros e inadvertidamente botaram fogo no parque, queimando mais de 150 km2 de vegetação e, inclusive, matas nativas. Em 2005 foi um turista tcheco e em 2011, um viajante de Israel. A repercussão foi tão grande que, nos dois casos, seus países de origem arcaram com os custos e enviaram especialistas para ajudar na recuperação da vegetação destruída. Hoje, fogueiras são proibidas em qualquer lugar de Torres del Paine e fogareiros só podem ser acesos em locais de camping. Turistas são terminantemente proibidos de caminhar fora das trilhas designadas e o acesso a algumas regiões mais sensíveis do parque só pode ser feita acompanhada de guias credenciados.
Mesmo queimada, a bela vegetação do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Nosso roteiro (de carro e pequenas trilhas) no primeiro dia no Parque Torres del Paine: Portaria Sarmiento - Mirante - Salto Chico - Praia do Lago Grey - Salto Grande - Refúgio Las Torres. Amanhã, começamos o famoso trekking do W, também mostrado no mapa
Eu já tinha estado aqui uma vez, há pouco mais de 20 anos. Foi durante uma viagem de um mês por Argentina e Chile e as memórias das andanças no Torres del Paine ainda estão vivas, um dos pontos altos daquela jornada. Ainda não havia tantos turistas naquela época e os refúgios eram bem mais rústicos que os de hoje. Mas sempre sonhava em voltar. Aquela história de que figurinha repetida não preenche álbum não vale para esse lugar especial. Enfim, agora tão bem acompanhado da Ana, finalmente o sonho se realizou.
Passarela de madeira que leva ao Salto Chico, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Salto Chico (nem tão "chico" assim!) no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Mesmo com chuva e frio, visita ao Salto Chico, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Como chegamos bem na semana do natal, o parque não está assim, tão lotado. Nós viemos para percorrer o famoso circuito do W, o trekking mais conhecido e disputado do Torres del Paine. O circuito tem esse nome, “W”, exatamente porque o caminho se parece com essa letra do alfabeto, contornando a parte sul do maciço de montanhas e entrando no centro delas, justamente a perna do meio do W. Ainda vou falar disso nos próximos posts, mas decidimos pelo W pelo tempo que dispúnhamos, não mais do que quatro dias.
Praia do lago Grey, sempre com muitos icebergs, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A Ana atravessa praia do lago Grey rumo a um iceberg, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Pois bem, a gente chegou hoje aqui no meio da tarde e não poderíamos começar a caminhar ainda hoje. Ao mesmo tempo, nessa época do ano a tarde vai longe por aqui e resolvemos aproveitar essas horas extras. Hoje foi o dia de percorrermos as estradas do parque no conforto da nossa Fiona, parar em locais estratégicos e percorrer pequenas trilhas. Ficamos longe das montanhas, mas elas estão sempre ali, no nosso horizonte. E estariam gloriosas, se o tempo não estivesse tão fechado, muitas vezes até chovendo. Então, o maciço e suas torres estavam sempre entre nuvens, mostrando parcialmente sua cara uma vez ou outra.
A Ana fica pequena perto de um iceberg em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Um enorme iceberg flutua no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O parque tem muitos lagos, mas são quatro os principais: Sarmiento, Nordenskjold, Pehoe e Grey. As estradas circulam entre eles e as atrações tem sempre relação com esses lagos. Nós entramos no Torres del Paine pela portaria Sarmiento e logo paramos em um belo mirante com vista para pequenas lagos e para o Nordenskjold, com as montanhas ao fundo. Aliás, esse nome esquisito é uma homenagem ao jovem cientista sueco que veio no início do séc. XX na esteira do livro da Florence Dixie e passou um bom tempo por aqui estudando a região. Daqui ele partiu para uma viagem ainda mais ao sul e vários acidentes geográficos na Geórgia do Sul e Antártida também o homenageiam.
Debaixo de chuva, caminhando em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Observando icebergs no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Daí seguimos para o Salto Chico, uma poderosa cachoeira que de pequena não tem nada. É ela que traz as águas do lago Pehoe para o rio Pehoe. Uma rápida caminhada na chuva em uma passarela de madeira nos levou até lá. Tiramos nossas fotos molhadas e voltamos para a Fiona, agora para passar pela administração do parque e seguir até o fim da estrada. É daí que sai uma trilha de uns três quilômetros que atravessa uma praia do lago Grey e dá visão para a geleira Grey, lá no fundo, a maior da região. Quando fizermos o W, vamos chegar lá perto! Hoje, por causa chuva, mal deu para ver ela direito.
Icebergs parecem formar uma frota de navios-fantasma em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Um turista se aproxima de iceberg em praia do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
De qualquer maneira, o ponto alto dessa trilha não era ver a geleira de longe, mas sim a praia e os diversos e grandes icebergs que boiam por ali. Esses enormes pedaços de gelo vieram justamente da geleira alguns quilômetros adiante e ficam ali perto da praia, encalhados, pelo menos até derreterem, ficarem menores e seguirem rio abaixo. São de gelo azul e num dia acinzentado como hoje, estavam lindos e elegantes, uma cena quase surreal diante da lente de nossa câmera, uma pintura no lugar de uma fotografia.
Iceberg e seu reflexo nas águas do lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Icebergs que parecem pinturas flutuam no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Como havíamos chegado ao final da estrada, só nos restava voltar. Já passava das 19:00 e ainda nem tínhamos lugar para dormir. Mas isso não nos impediu de fazer uma última parada, dessa vez no Salto Grande, o estreito canyon que faz a ligação entre as águas do Nordenskjold e do Pehoe. Já o tínhamos fotografado de longe, mas agora eu queria chegar lá pertinho. A Ana se rendeu ao cansaço do dia longo e à chuva e decidiu esperar na Fiona. Uma rápida corrida em meio a chuva, várias fotografias e outra corrida, agora na descida, encerraram rapidamente essa última etapa do passeio pelo parque.
Icebergs que parecem pinturas flutuam no lago Grey, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Faltava só o lugar para dormir. Como pretendemos começar o W logo pela manhã, tínhamos de dormir em alguma de suas extremidades. Logisticamente, é muito mais fácil ir até o lado leste da trilha, pois o carro chega até aí. Para chegar ao lado oeste, só de barco e, a esta hora, é claro que não havia mais barcos. Então, ficou fácil: rumo à Hosteria Las Torres, no extremo leste do circuito.
Visto de longe, o Salto Grande, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O salto Grande, onde as águas do lago Nordenskjold caem no lago Pehoe, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O salto Grande, onde as águas do lago Nordenskjold caem no lago Pehoe, no parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A hosteria é, na verdade, um complexo. Há um hotel mais caro, um refúgio com quartos coletivos e um camping. Tudo para atender a demanda que não para de crescer. A chuva e o frio nos desestimularam a buscar o camping (montar barraca naquele estado de cansaço, frio, chuva e escuridão, ninguém merece!) e o hotel, mesmo com preços salgados, estava lotado. Já os refúgios, só por que era a semana de natal e estava chovendo, havia umas últimas vagas para nós. O preço? O roubo de 50 dólares por pessoa, sem direito a cobertor! Realmente, a barraca teria saído muito mais em conta, mas nossa falta de ânimo valeu esses 100 dólares. Àquela hora, o restaurante tipo bandejão já tinha fechado e a gente se virou com um lanche mesmo. Depois, fomos achar nosso beliche em um quarto cheio de gringos, alguns começando a caminhada, outros terminando. Dormindo em nossos sleepings, buscamos descansar porque, a partir de amanhã, não tem mais moleza não. Uma longa trilha de 3 dias em meio às Agulhas de Cleópatra, uma das mais cênicas do mundo, nos aguarda...
Atrás de uma colina, as famosas montanhas de granito do parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Com a Jenn e o Andrew, em restaurante de Tuscaloosa, no Alabama - EUA
Em Agosto de 1998 eu estava iniciando um mochilão pelo sudeste da Ásia, vindo da Austrália e Nova Zelândia, onde tinha viajado com um primo. A parte australiana, de Sydney à Darwin, já havia siso “solo”, mas para quem já mochilou pela Austrália, sabe que a gente nunca fica “solo” de verdade. Ficamos hospedados sempre nos “backpacker’s”, juntos com outras centenas de viajantes (os mochileiros movimentam milhões de dólares na economia australiana!) e, enfim, sempre estamos com alguém, nesse ou naquele trecho da viagem.
Chegando ao estado de Mississipi, nos Estados Unidos
Enfim, após alguns deliciosos dias em Darwin, parti para um trecho mais aventuroso da viagem. Voei para Timor, na Indonésia, que na época ainda englobava Timor do Leste (hoje independente). O país estava em pleno furacão da crise asiática, a moeda derretendo, população das grandes cidades em polvorosa (no mal sentido!) e turistas, amedrontados, desaparecidos do país. Pois foi exatamente esse ambiente que fez da minha passagem por lá alguns dos melhores meses da minha vida.
Interseção de estradas secundárias no interior do Alabama, nos Estados Unidos
Com 100 dólares por mês, se vivia como um rei. E como rei éramos tratados também em todos os lugares, pousadas, restaurantes, vilas, todos felizes de estarmos por lá, movimentando seu comércio, justo quando mais precisavam de nós. Podia-se contar turistas nos dedos e um deles era o simpático americano-argentino Andrew Dewar. Juntos com uma inglesa, e depois com um casal de escoceses, cruzamos as ilhas do sul do país, passando por Flores, Sumbawa, Komodo, Lombok e Gili Islands e, finalmente, chegando à Bali, aí sim ainda com turistas. Viajávamos no teto de ônibus, no convés de barcos, em vans apertadas. Foi um período inesquecível.
A enorme universidade em Tuscaloosa, no Alabama - EUA
Quatorze anos mais tarde, chegou a hora de rever o músico Andrew, hoje respeitável professor universitário na Universidade do Alabama. Casado com Jen, música e professora também, eles nos convidaram para ficar na casa deles em Tuscaloosa. Saímos de Graceland, cruzamos o Mississipi passando pela cidade natal de Elvis e chegamos ao Alabama, estado que eu só conhecia pelo filme de Forrest Gump. Já no estado, deixamos a autoestrada para trás e seguimos por um atalho por estradas secundárias, cortando as lindas e verdes paisagens do Alabama, maior clima de interiorzão. Ao longo da estrada, fazendas, pequenas cidades e postos de gasolina familiares. Paramos em um para abastecer e comer algo e tinha até um enorme cartaz glorificando o General Lee, principal líder militar sulista na Guerra de Secessão. Achei bem legal!
Aproveitando para trabalhar, na casa do Andrew em Tuscaloosa, no Alabama - EUA
Em Tuscaloosa fomos otimamente recebidos pelo antigo amigo e pela simpaticíssima esposa. Moram numa casa joia, no meio de uma imensa área verde. Nosso plano era ir embora no dia seguinte, mas conseguimos marcar a revisão de 80 mil km da Fiona na concessionária Toyota para o dia seguinte, assim resolvemos ficar mais um dia inteiro por aqui. Foi ótimo para poder aumentar o tempo de convivência com os dois, que ficaram nos pajeando na cidade.
Lugar popular para se comer sanduíches de pernil em Tuscaloosa, no Alabama - EUA
Na primeira noite, um jantar delicioso num dos bons restaurantes da cidade e, depois, bar com ótima música, vários dos músicos alunos dos nossos anfitriões professores. Hoje o almoço foi num lugar mais raiz, onde comemos um típico sanduiche de pernil do Alabama. Uma casinha que jamais teríamos achado se não estivéssemos com “guias locais”. Finalmente, no jantar de hoje, comida japonesa, pude devolver a gentileza do jantar anterior.
Fiona volta da revisão dos 80 mil km (casa do Andrew e da Jenn em Tuscaloosa, no Alabama - EUA)
Bagagem da Fiona guardada na garagem da casa do Andrew e da Jenn em Tuscaloosa, no Alabama - EUA
Ao longo do dia, enquanto aguardávamos a Fiona, pudemos trabalhar na internet e até fazer um cooper pelo parque ali do lado da casa deles. Quanto à Fiona, nessa importante revisão que é a dos 80 mil km, ela até ganhou filtros novos, trazidos pelo Rafa e entre para nós em Cuba. Afinal, aqui na América do Norte, não há “fionas” à diesel, e portanto, não há peças específicas para esse tipo de motor.
Correndo com o Andrew no parque ao lado da sua casa em Tuscaloosa, no Alabama - EUA
Amanhã, depois desse ótimo descanso por aqui, viajamos para New Orleans, uma das cidades americanas que mais queria conhecer! Bourbon Street, aí vamos nós!
O belo parque ao lado da casa do Andrew em Tuscaloosa, no Alabama - EUA
Ruínas da antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa
Nossa primeira noite em rede, devidamente protegidos dos mosquitos, foi muito agradável. Acordamos com a luz do dia e logo já estávamos tomando café com o Silvan, que é quem gerencia o local. Muito simpático e interessado em nossa viagem, foi uma ótima tentativa de conversa em francês. Ele é um apaixonado pela região e nos deu aula sobre a rica fauna do local. Até um jaguar andou por lá recentemente, almoçando algumas tartarugas. Nós adoramos ter estado neste lugar, onde tivemos a chance de conhecer uma Guiana Francesa bem diferente da que tínhamos visto até agora. Ao final, até gravamos um vídeo do Soy Loco com ele. A sessão já está ficando bem "internacional", com depoimentos em quatro línguas! Para quem quiser conferir e praticar um pouco: http://www.1000dias.com/soylocoportiamerica/
Com o Silvan, em Yalimopo, na Guiana Francesa
Deixamos Yalimopo sem muita vontade de partir, seguindo para Saint Laurent du Maroni. "Maroni" é o nome do rio que divide a Guiana do Suriname e é de lá que se atravessa para o país vizinho. A principal atração da cidade é uma antiga e enorme prisão desativada. Não para nós! A gente queria mesmo era rever a amiga Marjorie, lá de Algodoal, no Pará.
Rio em St. Jean, região de St. Laurent du Maroni, na Guiana Francesa. O outro lado é o Suriname!
A gente se instalou no hotel Star, que mais parece um colégio, e ligamos para ela. Marcamos o reencontro para de noite e seguimos de carro pela orla do rio, para conhecer o porto de onde vamos zarpar amanhã cedinho. Aproveitamos o embalo e fomos segundo rio acima, em busca de outra atração, um zoológico interativo com uma anaconda que se pode brincar. É o que dizia o guia, mas o zoológico já era. O que será que aconteceu com a anaconda que fazia a festa dos turistas? Bom, seguimos até a pequena cidade de St. Jean onde paramos num atrativo restaurante beira-rio, com uma bela vista para o Suriname. Ali ficamos ilhados por uma chuva amazônica e, reparando na TV ligada, ficamos sabendo da tragédia no Japão. Por um momento, olhei aquele rio atrás de nós, imaginando uma onda enorme, tipo pororoca, vindo da direção do mar. Mas lembrei-me que ainda estamos no Atlântico, protegidos do tsunami que, naquela hora, chegava ao Hawaii. Por uma hora ficamos ali, vendo aquelas imagens impressionantes em que carros e barcos parecem peças de brinquedo levados pela força da água que invade as cidades. Impressionante...
Ouvindo as notícias do terremoto e tsunami no Japão (em St. Jean, região de St. Laurent du Maroni, na Guiana Francesa)
De volta à St. Laurent, enfrentando a chuva fina, saímos à pé pela cidade que foi, durante um bom tempo, uma enorme colônia penal. A grande maioria dos presos franceses do final do séc XIX e início do XX eram enviados para cá, para construir a colônia. Napoleão III é que teve essa idéia: já que a escravatura havia sido abolida, por que não usar os presos como mão-de obra? Assim, matava dois coelhos com um tiro só: livrava a França de pessoas indesejáveis e conseguia alguém para trabalhar na Guiana Francesa. E "matava" mesmo, já que a maioria dos presos não resistia às péssimas condições de trabalho e às doenças tropicais. Enquanto os presos políticos e os mais famosos íam direto para as Îles du Salut, a grande maioria vinha para cá mesmo. Ao longo do tempo, quase 70 mil!
Placa informativa da antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa
Fomos visitar os prédios em que viviam e aprender um pouco sobre eles. Por exemplo, nos primeiros anos após chegarem, os mais duros, dormiam em camas coletivas, um espaço de 50 cm para cada um. Os que conseguiam resistir e tinham bom comportamento, ao longo dos anos as condições melhoravam. Podiam até trabalhar na cidade, em regime semi-aberto. Aprendemos também que até delitos menores, se fossem reincidentes, eram o bastante para uma passagem só de ida para a Guiana. Por exemplo, o crime de "vagabundagem". Nossa, se esse crime fosse tipificado no Brasil...
Visitando a antiga prisão em St. Laurent, na Guiana Francesa
Finalmente, de noite, encontramos nossa amiga Marjorie. Fomos num restaurante de comida típica creoulla, onde comemos carne de caça. Depois, para um bar na orla do rio, com vista para as luzes de Albina, lá no Suriname. Experimentamos a gostosa cerveja do país vizinho, a Parbo. E conversamos bastante sobre a Guiana. Afinal, a Marjorie, de partida para a França em Abril, viveu aqui por quatro anos e gosta muito desse "departamento" francês. Foi muito legal ter essa "visão interna" do país, sua gente e cultura. Um país que vai tentando apagar o pesado estigma de colônia penal e criando uma imagem de paraíso ecológico, com flora e fauna muito bem conservadas. Desse país partimos amanhã, em direção a uma terra que também já foi Guiana, mas que hoje é Suriname. Um lugar em plena América do Sul onde brancos, negros, índios, chineses, indonésios e indianos não falam nem português nem espanhol. É, vai ser estranho ver esse povo falando holandes...
Pequena praia em St. Laurent, na Guiana Francesa
"Por milhares de anos, provavelmente, as pinturas do Lajedo permaneceram intactas, perenes e mudas testemunhas de uma cultura desaparecida; símbolos de rituais, de sobrevivência, de árduas lutas; representações da mentalidade, das esperanças e dos sonhos de grupos humanos há muito desaparecidos na amplidão do tempo.
Habitantes de um mundo sem divisões políticas, suas pinturas estão repletas de sentido universal, memórias atávicas de todos os homens, herança de nossa ancestralidade".
Pinturas rupestres no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN
Estivemos hoje, no caminho entre Galinhos e Mossoró, no Lajedo da Soledade, próximo à cidade de Apodi, interior do Rio Grande do Norte, quase fronteira com Ceará. É mais uma região onde se encontram fósseis de animais pré-históricos, principalmente da megafauna, como preguiças gigantes e trigres dente-de-sabre, e pinturas rupestres com milhares de anos de idade, deixadas por paleoíndios há muito desaparecidos. Logo na entrada do parque há um museu bem informativo. E na entrada do museu, um texto que eu gostei muito, do qual reproduzo alguns trechos mais marcantes, e para mim muito significativos, no início e no final deste post.
Com a Ana, da pousada Ilha do Pisassal, em Galinhos - RN
Antes de lá chegar, tivemos de deixar a tranquila Galinhos. Despedimo-nos da simpática Ana, da Pousada Ilha do Pisassal, que tinha nos recebido tão bem e que se esmeirava em nos fazer bem alimentados no café da manhã e tomamos o barco de volta a Pratagi, onde estava a nossa Fiona. Mais uma vez, deliciosas reminiscências da Ilha do Mel.
A caminho do barco para deixar Galinhos - RN
No barco com toda a nossa bagagem dos dois dias em Galinhos - RN
A estrada para o interior cortou uma enorme área de exploração de petróleo. A própria estrada é obra da Petrobrás. Aos poucos, vamos nos acostumando com a exótica figura de bombas de petróleo instaladas no meio da caatinga. O Rio Grande do Norte é o maior produtor de óleo em terra do Brasil.
Lajedo da Soledade, em Soledade, região de Apodi - RN
Passamos por Apodi e fomos direto ao distrito de Soledade. Lá, já no museu, nos providenciaram um guia, o Cézar, para nos levar ao Lajedo. Um grande campo de rochas caucárias formado sob o mar que há muito recuou, deixando as rochas e sedimentos sobre o efeito das intempéries. O resultado foi que vários canais, pequenos canyons, se formaram nas rochas. Esses canais formam pequenas tocas que serviam de abrigo aos habitantes de outrora. Eles se aproveitavam do teto, das paredes e mesmo do piso para deixar suas marcas.
O Cézar nos mostra o Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN
O resultado é um tesouro arqueológico, belas pinturas rupestres que nos contam um pouco a história desse povo e nos faz tentar imaginar quem eram e como viviam. A região já era seca e quente e, provavelmente, só era usada nos meses de chuva por esse povo de características nômades. Ali faziam seus rituais e representavam seus sonhos e angústias. Essas pinturas acabaram por perpetuá-los (pelo menos até hoje!), uma ligação direta com um passado que já teria desaparecido por completo, não fosse por essas incríveis pinturas.
Pintura de lagarto no teto de uma toca bem baixa no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN
São formas geométricas, calendários e contagens. São figuras humanas e também de animais, maravilhosamente representados. Há uma arara que é uma obra de arte! Muitas figuras de mãos que denotam que esse povo deveria ser de pequena estatura, prova de uma vida difícil com poucos alimentos.
A bela pintura da Arara, no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN
Ali do lado há outro sítio, chamado Olho d'Água, uma espécie de armadilha para animais. Eles íam ali beber água, caíam na piscina e de lá não saíam. Azar deles, sorte nossa! Acabaram virando fósseis e hoje podem ser estudados por nós. Gigantescos animais que um dia dominaram essa região. Pelo porte, são prova inequívoca que o sertão já foi muito mais úmido, com uma vegetação muito mais densa.
Observando o Olho d'Água, local onde foram encontrados muitos fósseis no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN
Puxa... quando é que vão inventar a máquina do tempo? Eu não pensaria duas vezes em trocar os nossos 1000dias pela América por 1000dias pelos últimos 100 mil anos...
Explorando toca no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN
Fileira de pássaros voando em direção ao sol, pintura rupestre no Lajedo da Soledade, região de Apodi - RN
Há uma mensagem nas ravinas coloridas de pinturas. Uma mensagem de outra época, de outros homens que, no ato de se perpetuarem, parecem gritar, maravilhosamente humanos: "Estivemos aqui! Cuidem de nós!"
O MAC, arquitetura de Niemeyer, em Niterói - RJ
Depois de quase uma semana no Rio, chegou a hora de partir. Nos planos originais já deveríamos ter ido antes, mas a chuva nos fez ficar na cidade ao invés de seguir para a Serra dos Órgãos. Mesmo com esses dois dias a mais, ficou muito por ver e fazer lá na Cidade Maravilhosa. Não poderia ser diferente, num local onde quinhentos anos de ocupação urbana se encontram com uma das naturezas mais exuberantes do mundo. Quem sabe, depois dos 1000dias, voltamos para uma estadia mais esticada?
Bebel, Mel e Íris, na despedida do Rio de Janeiro - RJ
Depois de nos despedirmos da Íris, Bebel e Mel (o Pedro já tinha saído) seguimos para a Ponte Rio-Niterói, a mesma que tanto me impressionava quando era criança. Continua sendo um prazer cruzar essa ponte, viajando na linda paisagem da Guanabara e nas lembranças da criança que imaginava se era possível pular do vão central da então 3a maior ponte do mundo. Eu cruzava essa ponte em direção à casa dos primos e tios que moravam em Niterói, ou então à casa de Araruama, também da família. Sweet old memories...
Atravessando a ponte Rio-Niterói - RJ
Hoje, nosso objetivo era visitar o MAC, Museu de Arte Contemporânea, mais uma obra com os traços inconfundíveis de Niemeyer. Nossa viagem tem cruzado bastante com as obras desse senhor, de Curitiba à BH, de Brasília à São Vicente, e agora em Niterói. Aqui, o local da construção faz a obra mais imponente ainda. Mesmo o museu estando fechado (segunda, dia internacional do museu fechado...), só o prédio já vale a visita. Um espetáculo.
Admirando o MAC com o Pão de Açúcar ao fundo, em Niterói - RJ
A visão das montanhas ao redor da Guanabara, do Pão de Açúcar e do Corcovado lá do promotório onde fica o MAC é de encher os olhos. A orla da antiga capital do estado também é bem legal, vista lá de cima. O programa só não foi perfeito porque não conseguimos nos comunicar com os primos Maurício, Mequinho e Dadinho. Mas as orelhas deles devem ter esquentado...
A orla em frente à Armação de Búzios - RJ
De Niterói para Búzios. Que gostoso que é entrar na cidade fora de temporada e sem transatlânticos ancorados ao lado. Só faltou o sol brilhando, mas tenho fé que ele virá. Eu e a Ana nos instalamos na charmosa e pitoresca Praia dos Ossos e já fomos logo caminhando até a Armação e a Rua das Pedras. No caminho, alguns poucos turistas e estátuas de gente famosa que frequentava a cidade nos áureos tempos, gente como JK e Brigitte Bardot. Como será que era a Búzios de 50 anos atrás? Nossa, devia ser muito jóia...
Que Brigitte Bardot, que nada! (em Búzios - RJ)
Já quase no fim da tarde, ainda deu tempo de caminharmos para o outro lado, na direção da Praia Azeda e da Azedinha. Para chegar lá, cruzamos a Praia dos Ossos. Que delícia de praia e de vizinhança. Já deu vontade de ficar por um bom tempo. Lá na Azedinha, conhecemos o Idanir, um pescador que nos deu uma verdadeira aula sobre a pesca da Sardinha, suas técnicas e regulamentações. Enquanto ele falava, até um pinguim apareceu, se fartando nas sardinhas encurraladas entre a praia e a rede. Toneladas desses pequenos peixes saíram daqui nos últimos dias. Um quilo ou dois, roubados pelo pinguim, não vão fazer falta...
Esperando a hora de puxar a rede, na Azeinha, em Búzios - RJ
Amanhã, já acordando por aqui, vamos poder passear e explorar mais. Essa península merece.
Passeando em Búzios - RJ
A skyline de Manhattan, vista do ferry para Staten Island, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Gostoso acordar preguiçosamente, de frente a uma janelona com vista do 35º andar para o Hudson River, no oeste de Manhattan. Em seguida, em frente ao hotel, assim como em centenas de outros lugares espalhados pela cidade, uma loja com muita variedade de frutas frescas, sanduíches saldáveis, iogurtes e outras opções para um café da manhã leve e saboroso. O sonho de consumo da Ana, o que ela sempre sonhou em encontrar em todos os lugares que viajamos. Pois bem, aqui em Nova York, tem em quase toda esquina. Difícil entender porque alguém iria comer num McDonald’s por aqui. Vai entender...
A bordo do ferry para Staten Island, deixando Manhattan para trás (Nova Iorque, nos Estados Unidos)
Bem, devidamente alimentados, seguimos de metrô diretamente para o extremo sul da ilha, de onde partem os ferries para as diversas ilhas da região. O nosso seguia para Staten Island, de onde se tem uma das mais belas vistas de Manhattan. São milhares de pessoas que fazem essa mesma viagem, a maioria com o mesmo objetivo: fotografar a skyline da cidade, as pontes e a Estátua da Liberdade.
A Estátua da Liberdade, vista do ferry de Staten island, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Depois do nosso último ferry, entre as ilhas de Carriacou e Granada, na companhia de umas 10 pessoas, foi engraçado entrar neste barco enorme, com centenas de pessoas. Viagem gratuita, cortesia da prefeitura para os turistas e habitantes de Staten Island, um dos programas turísticos mais populares em Nova York. Principalmente num dia ensolarado como hoje.
A Ana disputa espaço no ferry de Staten Island para poder fotografar o sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Assim, são centenas de pessoas com suas máquinas fotográficas, todos disputando os melhores lugares nas janelas e varandas dos barcos, todos tentando tirar aquela foto “inédita” tirada milhares de vezes todos os dias.
À bordo do ferry de Staten Island, observando a skyline de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Nós também sacamos as nossas, dos enormes prédios de Manhattan, o novo WTC ente eles, da Miss Liberty, da Brooklyn Bridge e de qualquer coisa que passasse na frente ou ao lado do nosso ferry.
Sul de Manhattan e a Estátua da Liberdade, vistos do ferry para Staten Island, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Meia hora mais tarde chegávamos ao terminal de Staten Island e foi engraçado observar 95% dos passageiros descendo do barco simplesmente para dar meia volta e e entrar no outro ferry, já pronto para partir. A gente, no meio da enorme multidão, apenas segui o fluxo. Logo já estávamos navegando novamente, novas oportunidades de foto e o sul de Manhattan ficando cada vez maior nas nossas lentes.
caminhando na famosa Wall Street, ano sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
caminhando na famosa Wall Street, ano sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Desembarcamos em South Ferry e começamos a longa caminhada do dia, um pouco mais curta que a de ontem, felizmente. Dando a volta no sentido anti-horário na ilha, chegamos à conhecida Wall Street, a fronteira norte de Nova Amsterdam, na época que Nova York era um assentamento holandês. A rua tem esse nome porque aí estava a parede de proteção contra os frequentes ataques indígenas que vinham do norte. As muralhas de Wall St. só não funcionaram contra o ataque inglês, que veio do mar, em 1664. Os holandeses chegaram a reconquistar a cidade, mas acabaram por trocar definitivamente a sua posse pelo controle do Suriname, na América do Sul. Na época, pode ter parecido um bom negócio...
A sede da Bolsa de Valores de Nova Iorque, nos Estados Unidos
Do domínio holandês, sobraram vários dos nomes na cidade. “Brooklyn” e “Haarlem” são os melhores exemplos. Mas a herança holandesa não se resume apenas aos nomes, não. Cerca de 10 anos antes de perderem a cidade para os ingleses, os holandeses também foram expulsos de Pernambuco, no Brasil, pelos portugueses. Nossos colonizadores não gostavam muito de judeus, então uma florescente comunidade na capital pernambucana. Foram forçados a emigrar e seu destino foi uma outra pequena cidade holandesa no continente, bem mais ao norte. Foram os judeus de Pernambuco que fundaram a comunidade judaica de Nova Iorque. Para os portugueses, na época, também deve ter parecido um bom negócio, expulsá-los de Olinda e Recife.
A primeira sede do Congresso dos Estados Unidos, em Wall St, em Nova Iorque
Após esses dois “bons maus negócios” que definiriam a história da cidade, o próximo grande evento veio cerca de um século mais tarde, na guerra de independência americana. Primeiro no Brooklyn e depois em Manhattan, Washington levou duas belas surras dos ingleses, logo no início da guerra, e quase foi capturado. Por pouco, os ingleses não acabaram com aquela revolução logo ali, no início. Pelo restante da guerra, Nova Iorque foi o principal centro militar inglês no continente e para lá seguiam todos os refugiados realistas (que defendiam o rei inglês) que eram expulsos dos outros estados. Também em suas baías, em navios-prisão, os ingleses mantinham presos os revolucionários capturados. Colocavam as pessoas dentro e jogavam a chave fora, quase não lhes fornecendo mais comida. Nesses navios-prisão, morreu mais gente por negligência de seus captores do que revolucionários em todas as batalhas da guerra de independência somadas. Ser preso e mandado para Nova Iorque era, praticamente, uma sentença de morte lenta e cruel.
O agradável Pier 15, no sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Skyline do Brooklyn, vista do sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Por fim, os ingleses desistiram da luta e abandonaram Nova Iorque. Foi só aí, queimada depois de dois grandes incêndios deliberados, que ela passou para o lado dos americanos. Desde então, não parou mais de crescer e ganhar importância, até se tornar a “capital do mundo” que conhecemos hoje.
A famosa Brooklyn Bridge, no sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Depois de fotografarmos alguns dos principais prédios de Wall St, como a Bolsa de Valores, a sede original do J.P Morgan e o edifício onde funcionou o primeiro Congresso do país, voltamos para a orla de Manhattan, em frente ao Brooklyn. Lá estão os piers renovados e transformados em centro de compras e importantes atrações turísticas. Além da belíssima vista para o distrito logo em frente, também se pode admirar a ponte mais famosa da cidade, a Brooklyn Bridge, com suas torres góticas e os cabos que sustentam a enorme e icônica construção.
A famosa Brooklyn Bridge, no sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Nossa ideia era caminhar um pouco sobre a ponte, mas estávamos encima da hora para outro compromisso. Tínhamos agendado uma visita ao Memorial do 11/09, no famoso “Ground Zero”, onde hoje se constroem vários prédios para substituir as antigas torres derrubadas no mais mortífero e cinematográfico atentado terrorista de toda a história. A visita é gratuita, mas como a procura é enorme, é necessário fazer uma agendamento com antecipação, via internet.
Visita ao Memorial do WTC, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Eram 17:30 quando iniciamos nossa visita, juntos com outras centenas de pessoas. Assim como os novos prédios, o Memorial ainda não está pronto, mas as enormes piscinas construídas exatamente onde até 12 anos atrás estavam as enormes torres já estão e valem a visita. Na verdade, não são piscinas, mas enormes espaços vazios, cercados por uma cascata de 9 metros de altura. No centro das “piscinas”, um outro buraco por onde escorre a água, aparentemente sem fundo. Uma bela homenagem aos milhares de mortos naquele dia, que tem seus nomes escritos nas lápides de mármore que cercam as piscinas.
Piscina construída onde antes estava a Torre Norte do WTC, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Além das piscinas, é muito interessante também acompanhar a gigantesca obra de construção das novas torres, bem ali do nosso lado, numa obra que nunca para, três turnos por dia. O movimento das aobras é mais do que compensado pela calma inspirada pelas piscinas e pelas centenas de árvores plantadas naquele espaço. Entre elas, uma pereira, a única sobrevivente da época ods atentados. Resgatada por bombeiros, apenas um tronco sem galhos e folhas, a Árvore “ressuscitou” quando foi replantada num parque da cidade. Mas uma forte tempestade quase a matou novamente, arrancando-lhe até as raízes, alguns anos mais tarde. Novamente, ela resistiu, e foi trazida para seu local de origem, onde hoje cresce novamente. Símbolo da resistência contra o terror, uma inocente e maravilhosa pereira. Muito joia!
A única árvore sobrevivente do ataque de 11/09 em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Ainda tínhamos muito o que caminhar. Atravessamos os famosos e boêmios bairros de Tribeca e do Soho, com suas arquiteturas típicas e galerias de arte, ar jovem e descontraído. Fizemos um rápido pit-stop num restaurante com mesas na calçada, para tomar uma taça de vinho acompanhando o ritmo da cidade. Renovados e com a mente mais leve, seguimos até os prédios NYU, a universidade local e, enfim, chegamos a deliciosa Washington Square, a mais movimentada praça do sul da cidade, com seus jardins floridos e um grande chafariz. Local perfeito para assistir ao pôr-do-sol, junto com outras centenas de pessoas despreocupadas com o tempo que passava. Quer dizer, nem todos... A praça é um local famoso para quem gosta de xadrez a são dezenas de mesas onde podemos assistir a duelos mentais entre pessoas e contra o tempo, o relógio sendo parado e ligado a cada nova jogada, uma pressa que contrastava com o ritmo calmo, mas inexorável, do sol se aproximando do horizonte.
Músico na Washington Square, no sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
A bela Washington Square, no sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Terminado o espetáculo, de volta para o metrô. Poucos minutos mais tarde, e já estávamos na deliciosa confusão de Times Square novamente. Nosso hotel-oásis ali do lado e a gente muito feliz de mais um dia cheio na Big Apple. Amanhã, será mais tranquilo. Um museu pela manhã, encontros com vários amigos pela tarde e os fogos de 4 de Julho pela noite. Tudo depois de uma merecida noite de sono...
Tradicional jogo de xadrez na Washington Square, no sul de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos
A cidade de Rosário, na Argentina
Rosas, um rico estancieiro e teoricamente um federalista, se tornou líder da mais rica das províncias, justamente a província de Buenos Aires, logo após ajudar as tropas federalistas a vencer as forças unitaristas. Pelos próximos 20 anos, se transformou, na prática, no líder inconteste de todo o país. Apesar de, teoricamente, presidir apenas a sua província, ninguém ousava contestá-lo. Aliás, os que ousavam, terminavam nas salas de tortura da poderosa polícia política do regime, outra invenção desse primeiro caudillo a ser imitada por muitos dos caudillos posteriores. O poder de Rosas só ruiu quando levou o seu país a uma derrota fragorosa contra inimigos externos, incluindo o Império do Brasil. Acabou se exiliando na Inglaterra, onde viveu até sua morte. Um dos principais nomes da história argentina só começou a ser reabilitado recentemente, quando Menem resolveu trazer seu corpo de volta e enterrá-lo na Argentina. Mesmo assim, ainda não encontramos nenhuma rua, avenida ou beco que fizesse homenagem a essa figura controversa.
Monumento ao General Belgrano em Rosário, na Argentina
Uma das pessoas que teve atuação decisiva para derrubar Rosas foi um antigo aliado seu e presidente da província de Entrerrios, Justo Jose Urquiza. Afastado o antigo caudillo, Urquiza se tornou o próximo líder e convocou um congresso para, finalmente, escrever uma constituição. Urquiza, assim, se tornou o primeiro presidente constitucional do país, selando também a vitória do unitarismo e de um governo centralizado. A única província que se rebelou foi justamente a de Buenos Aires, que manteve-se afastada do país até o fim de seu mandato. De qualquer maneira, hoje é muito comum ver o nome de Urquiza nas cidades argentinas.
Pescadores e pedestres ao lado do rio Paraná, em Rosário, na Argentina
Caminhando entre o rio Paraná e antigos armazéns, hoje tranformados em oficinas de arte, em Rosário, na Argentina
O próximo presidente, agora sim com todo o país reunido, foi Bartolome Mitre. Foi em seu governo que Buenos Aires foi definitivamente escolhida para ser a capital do país. A outra séria candidata foi justamente Rosário, escolhida pelo legislativo, mas renegada pelo executivo, tanto por Mitre como pelo próximo presidente, Sarmiento. Os governos desses dois presidentes também foram marcados pela guerra mais sangrenta da história do continente, quando Brasil, Uruguai e Argentina venceram o Paraguai de outro caudillo famoso, Solano Lopez.
Grandes cargueiros navegam no rio Paraná em Rosário, na Argentina
Grandes cargueiros navegam no rio Paraná em Rosário, na Argentina
Enfim, Mitre também marcou seu nome na história e nas avenidas hermanas e foi sucedido por Domingo Faustino Sarmiento. Este, jornalista e escritor, investiu pesadamente em educação, mudando para sempre a face de seu país. Apesar de seu governo não ser muito popular naquela época, hoje ele é considerado como um dos melhores de todos os tempos pelos historiadores. Portanto, muito justo que encontremos tantas praças e ruas com o seu nome!
O belo passeio público nas margens do rio Paraná, em Rosário, na Argentina
Agora já sabemos de onde vem todos os artistas de semáforo que operam no Brasil! (em Rosário, na Argentina)
Foi justamente o ministro da educação de Sarmiento, Nicolas Avallaneda, que o sucedeu. Vindo desta área, continuou as reformas educacionais de seu predecessor. Mas, infelizmente, seu governo também é lembrado por outro “feito”. Foi ele que conquistou o “deserto” da patagônia, matando milhares de índios no processo. Até então, toda essa área era “terra de ninguém” e o país praticamente duplicou de área em seu governo. Pior para os índios, melhor para os imigrantes, que continuavam a chegar ao país aos milhares e buscavam terras para plantar. Então, sob um ponto de vista econômico e político, a tal “Campanha do Deserto” foi um grande sucesso. E assim, Avallaneda também ganhou seu quinhão de ruas e avenidas.
O belo e chique Boulevard Oroño, em Rosário, na Argentina
O belo e chique Boulevard Oroño, em Rosário, na Argentina
Por fim, que o sucedeu foi exatamente o seu ministro da guerra, que idealizou e liderou a campanha para a conquista da Patagônia. Seu nome: Julio Roca, outra figurinha fácil na lista de nomes de logradouros. Certamente falarei mais dessa “vitoriosa” campanha quando estivermos viajando pela Patagônia. Enfim, chegamos assim a virada do séc. XIX para o XX e, com isso, já podemos entender boa parte dos nomes que tanto aparecem nos catálogos de endereços. No séc. XX, o grande nome da história seria Perón, mas esse, estranhamente, não aparece tanto como esses do séc. anterior. Pelo menos, não que percebêssemos.
Frase de autoajuda, as margens do rio Paraná, em Rosário, na Argentina
Igreja no Boulevard Oroño, em Rosário, na Argentina
E assim volto ao nosso passeio em Rosário. Após uma rápida caminhada pelo centro com seus prédios de arquitetura clássica, chegamos ao grande marco da cidade e um dos principais do país: o monumento da Bandeira Nacional. Pois foi aqui que o General Belgrano criou a bandeira da Argentina, ainda no início de suas campanhas militares para libertar o país. Além da grandiosidade do próprio monumento, podemos aproveitar a vista que se tem do rio Paraná, que corre ali embaixo e nos chama para a sua orla, quase como um ímã.
Praia de riobastante movimentada, perto da ponte que cruza o rio Paraná, em Rosário, na Argentina
E para lá seguimos, não sem antes passar m outro monumento, dessa vez homenageando o próprio Belgrano. Por fim, atravessamos a rua e chegamos à Costanera, o passeio público que segue toda a orla do rio. Aí, podemos admirar os enormes cargueiros que vem do oceano e chegam até aqui, trazendo e levando produtos para todo o mundo. Além deles, há também as famílias e os pescadores que vem se divertir por esse enorme parque, a maior área verdade da cidade. Caminhar por aí é uma delícia, entre o rio e antigos armazéns que foram transformados em oficinas de arte.
Praia de riobastante movimentada, perto da ponte que cruza o rio Paraná, em Rosário, na Argentina
Nós percorremos toda a Costanera Sur, até o Boulevard Oroño, uma linda avenida que já foi o ponto mais chique da cidade há um século. Aí morava toda a classe alta da cidade, em mansões luxuosas cercadas por enormes jardins. Muitas delas continuam de pé, transformadas em universidades ou bancos. É um local onde as pessoas vem aproveitar das sombras das árvores e fazer seu exercício todo final de tarde. E depois, encontrar um bom restaurante entre os muitos que aí estão. Foi o que fizemos, nos deliciando com a comida e com a vida que passava a nossa frente. Depois, outra caminhada, já no escuro e agora pelas ruas mais centrais, de volta ao nosso hotel.
Molhando os pés no rio Paraná, em Rosário, na Argentina
Rosário, na Argentina, na beira do rio Paraná
No outro dia pela manhã, já com a bagagem na Fiona, foi a vez de seguirmos à Costanera Norte. Aí estão as principais praias fluviais de Rosário e nós queríamos aproveitar o dia de sol intenso na cidade. Escolhemos uma das mais famosas, chamada Florida, e aí passamos umas duas horas. Deu até para lanchar e tomar uns refrescos, além de admirar a bela fauna local. Fomos também nos molhar no rio, o mesmo rio lá do nosso estado do Paraná, no Brasil. Ele não parece se importar com sua nacionalidade, se é brasileiro ou argentino. Com tranquilidade e sabedoria, simplesmente corre para o mar. Aqui ele é muito mais largo e, de onde estávamos, tínhamos uma ótima visão da bela ponte que atravessa para o outro lado. Esse não é o nosso caminho agora, já que ele segue em direção ao Uruguai. Quem sabe uma outra vez... Agora, seguimos mesmo é para o sul, rumo à capital federal, a última cidade que nos resta daquela lista das maiores cidades do país...
Feliz da vida em dia de muito sol em praia do rio Paraná, em Rosário, na Argentina
Gravação no deserto de Atacama, próximo à San Pedro de Atacama, no Chile
Hoje foi um dia sossegado aqui em San Pedro. Nossa idéia original era partir logo pela manhã para o Salar de Uyuni, via Laguna Colorada. Vamo com o Cristóbal, o mesmo que nos guiou até o Cerro Toco. Mas o tempo deu uma virada ontem e andou nevando nas terras altas. Assim, ficamos com medo que as trilhas e precárias estradas do altiplano tivessem sido bloqueadas pela neve. Achamos melhor esperar mais um dia e obter informações das agências que tentaram fazer o percurso hoje.
Galeria em San Pedro de Atacama, no Chile
Pois bem, elas não só tentaram como fizeram! Assim, nossa partida para a Bolívia e seu maravilhoso Salar está confirmadíssima para amanhã. Além do Cristóbal, vai com a gente também a Krasna, uma amiga chilena dele de origem croata. Conhecemos ela rapidamente hoje de noite e acho que serão ótimas companhias. Partimos todos bem cedinho e a primeira noite será num refúgio na Laguna Colorada.
Filmando no deserto de Atacama, próximo à San Pedro de Atacama, no Chile
Aqui, aproveitamos para passear mais um pouco pela cidade e, principalmente, para tentar diminuir o enorme atraso que temos no site. A quantoidade de fotos e informações, além da intensa programação tem sido demais para nós e não temos dado conta das atualizações. Mas, um dia a gente chega lá!
Gravação no deserto de Atacama, próximo à San Pedro de Atacama, no Chile
O que aconteceu também foi aquela gravação/entrevista de que falei outro dia, para uma TV brasileira. Ficou bem legal, mas se vai entrar na edição final do programa, isso são outros quinhentos... Vamos ficar na torcida, mas a concorrência com a quantidade de belíssimas imagens que eles vem acumulando aqui no Atacama vai ser fogo. Será?
Gravação no deserto de Atacama, próximo à San Pedro de Atacama, no Chile
O rio Uruguay, na simpática cidade de Carmelo, no sudoeste do Uruguai
Começamos hoje nossa viagem pelo Uruguai. Já havíamos entrado no país ao final da tarde de ontem, na cidade de Paysandú, onde estivemos passeando até o meio da manhã de hoje. Foi apenas depois disso que pegamos estrada no país pela primeira vez, o trecho inicial de nossa volta por esse pequeno país ao sul do Brasil. De forma geral, vamos seguir no sentido anti-horário, primeiramente ao longo do rio Uruguay, no oeste do país, depois ao longo das margens do rio da Prata, ao sul e passando pela capital Montevideo, e depois pela costa atlântica, já no litoral leste e seguindo para o norte, rumo ao Brasil.
Apenas hoje estaremos viajando sozinhos. Isso porque amanhã, no aeroporto de Montevideo, vamos pegar dois convidados muito importantes, meus octogenários pais, que viajarão conosco pelas próximas duas semanas, boa parte desse tempo aqui no Uruguai. Nossa ideia é passar alguns dias com eles na capital e depois regressar a Colonia del Sacramento, a joia colonial do país. Aí sim seguiremos ao belo litoral atlântico, viajando desde a internacional Punta del Este até a paradisíaca Cabo Polonio, além de outras pequenas e agradáveis cidades de frente ao mar. A exceção nesse roteiro será uma rápida entrada no interior do país, visitando a região serrana de Minas. Com um nome simpático desses e ainda mais na serra, só pode ser muito interessante!
O rio Uruguay na cidade de Carmelo, no sudoeste do Uruguai
Viajando com meus pais, vamos ter de mudar um pouco alguns hábitos. A principal mudança será quanto aos hotéis. A partir de agora, vamos reservar, pelo menos nos locais mais concorridos. Afinal, não queremos chegar de noite e cansados em algum lugar e ainda ter de encontrar algum quarto para dormir. Fizemos muitas vezes isso em outros países e a principal razão era o fato de não termos uma agenda precisa ou datas pré-definidas para se chegar ou sair de alguma cidade. Preferíamos manter a liberdade de tempo, apesar do risco do perrengue de ter de encontrar algum hotel em cima da hora. Quase sempre deu certo, mas passamos também por algumas chateações. Aqui no Uruguai, acompanhados dos pais e num roteiro de menos de duas semanas, achamos melhor nos precaver e deixar quase tudo marcado.
Parque na orla do rio Uruguay, na cidade de Carmelo, no sudoeste do Uruguai
O rio Uruguay, na simpática cidade de Carmelo, no sudoeste do Uruguai
Por isso, ainda hoje, passaremos em Colonia del Sacramento para escolher algum hotel charmoso e com preço razoável. Ainda mais que nossa ideia é voltar lá no fim de semana com os pais, período mais concorrido de turistas. Depois, já de noite, vamos a Montevideo para também já nos garantir por lá pelos próximos dias. Faltará, então, reservar algo em Cabo Polonio. Faremos isso por internet nos próximos dias. Nas outras cidades, creio que não encontraremos dificuldade de encontrar pouso quando chegarmos a elas.
Caminhando pelas ruas da pequena e simpática cidade de Carmelo, no sudoeste do Uruguai
Pois bem, nossa primeira parada hoje foi na pequena e simpática Carmelo, pouco mais de 200 km ao sul de Paysandú, no sudoeste do país. Também está na beira do rio Uruguay e, do outro lado do rio, lá está a vizinha Argentina. Aliás, é nesta cidade que se inicia uma das mais belas viagens ao país vizinho. De barco, pelo delta do rio da Prata, chegando aos subúrbios da capital portenha, uma região conhecida como Tigre. Pena que não tivemos tempo de fazer esse passeio, muito recomendado por quem já fez.
O restaurante Fay-fay, na cidade de Carmelo, às margens do rio Uruguay, no sudoeste do país
O restaurante Fay-fay, na cidade de Carmelo, às margens do rio Uruguay, no sudoeste do país
Carmelo é a única cidade Uruguai que foi fundada pelo herói nacional da independência, General Artigas, e seus habitantes tem muito orgulho disso. É uma cidade pequena, com 20 mil habitantes, super agradável e ainda desconhecida pela maioria dos turistas internacionais. A exceção são os argentinos, os vizinhos, que são quase-nacionais por aqui.
O interior do charmoso restaurante Fay-fay, na cidade de Carmelo, às margens do rio Uruguay, no sudoeste do país
O interior do charmoso restaurante Fay-fay, na cidade de Carmelo, às margens do rio Uruguay, no sudoeste do país
Fora da cidade, a principal atração (e atividade!) são as vinícolas. Aqui se produzem os melhores vinhos da variedade tannat, a estrela da mesa no país. Vai ser o vinho que vai nos acompanhar pelos próximos dias! Já dentro da cidade, a melhor coisa a se fazer é passear ao longo do rio (na verdade, um “arroyo”) de Las Vacas, um pequeno afluente do rio Uruguay, que aqui quase já virou o Rio da Prata. Há um parque, muito verde e área de pedestres ao longo do rio. Uma delícia caminhar por ali e observar o movimento de pequenos barcos pelo rio.
Almoçando no delicioso restaurante Fay-fay, na cidade de Carmelo, às margens do rio Uruguay, no sudoeste do país
Além disso, outra boa pedida é almoçar na cidade, na praça principal. Lá está o charmoso restaurante familiar Fay Fay. Para quem quiser comer uma boa parrilla, como nós queríamos, não pode haver melhor lugar. Nosso primeiro almoço no país e queríamos algo bem típico para nos esbaldar. N]ao poderíamos ter escolhido lugar melhor. Ainda mais que chovia um pouco do lado de fora, tornando seu interior ainda mais acolhedor. Uma boa (e pequena, para mim, motorista) taça de tannat, uma caminhada para a digestão e estávamos prontos para continuar viagem. Ainda tínhamos de encontrar hotel em Colonia e Montevideo, então, mãos à obra!
Nosso primeiro almoço no Uruguai, na cidade de Carmelo, às margens do rio Uruguay
O rio Cali e uma das igrejas de Cali, na Colômbia
Nesse nosso primeiro dia em Cali, São Pedro resolveu dar uma forçinha para o site (e não para nós!) e enviou chuva para o dia inteiro. Não tivemos escolha: tivemos todo o tempo do mundo para tentar recuperar um pouco dos posts e fotos atrasados.
Só saímos para uma rápida caminhada, com chuva mesmo, pelo centro novo da cidade, na popular Avenida 6, onde estão vários dos clubes de Salsa da cidade, e pela requintada Avenida 9, onde se encontram muitos restaurantes e lojas mais caras. Aqui na Colômbia, ruas e Avenidas não tem nome, apenas números. Meio sem graça mas, ao mesmo tempo, muito mais fácil de se localizar e ter noção da distância das coisas, mesmo para quem não conhece a cidade.
A avenida chique de Cali, na Colômbia
Terceira maior cidade do país, com cerca de 2,5 milhões de pessoas, a cidade não tem um histórico muito favorável sobre violência. Mas, é aquela velha história: se você sabe por onde andar, não há problema. Não era nosso caso ontem de noite quando, guiados pelo GPS, passamos por umas áreas bem casca grossa. Mas hoje, muito bem instalados em uma boa região, pudemos andar tranquilamente. Enfim, cidade grande como tantas outras da América Latina.
Para quem viveu e se lembra da década de 80 e início de 90, o nome "Cali" logo traz à mente o famoso cartel da cidade. O Cartel de Cali foi uma das mais poderosas organizações criminosas da história e chegou a dominar mais de 70% do comércio mundial de cocaína. Não é pouco! Tinham um PIB maior que o de muitos países. Aliás, a Colômbia não era um país fácil de se viver naquela época. Ao mesmo tempo, além do Cartel de Cali, tinha também o de Medellin, do afável Pablo Escobar, os grupos paramilitares de direita e três grupos terroristas importantes: as Farc, a ELN e o M-19. Gente ruim para todo lado!
Festival de Salsa em Cali, na Colômbia
O interessante é que todos esses grupos, além de "atormentarem" a sociedade colombiana, também se relacionavam entre si, às vezes como aliados, às vezes como inimigos mortais. Os cartéis de Cali e Medellin, por exemplo, para enfrentar os sequestradores das Farc (sequestravam parentes dos líderes dos cartéis), criaram um "eficiente" grupo de caça aos terroristas. Sua tática era simples: combater fogo com fogo. Quando as Farcs sequestravam um dos seus, os cartéis sequestravam vinte dos deles, entre líderes de sindicatos, políticos de partidos de esquerda, etc.... Aparentemente, as Farc levaram a pior neste embate. Mas a aliança entre os cartéis não durou muito. Logo estavam em guerra aberta e foi um grupo criado pelo Cartel de Cali, os "Los Pepes" que ajudou decisivamente a polícia a localizar e matar Pablo Escobar. Bom, o profissionalismo e eficiência do Cartel de Cali ajudou-os a se manter por cima durante muito tempo. Mas hoje, boa parte dos seus líderes estão presos, alguns deles nos EUA, extraditados por Uribe.
Enfim, essas histórias valem vários livros, mas não são o foco desse blog, hehehe. Amanhã temos mais um dia para explorar essa cidade, com ou sem a ajuda de São Pedro. Afinal, a fila tem de andar o que, no nosso caso, significa Bogotá!
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